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Apostila Teoria Geral do Estado e Ciência Política - Prof. Dr. Edson Yague Salgado

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APRESENTANDO A TEORIA GERAL DO ESTADO (TGE) 
 
 É a disciplina que estuda os fenômenos do Estado, desde sua origem, formação, 
estrutura, organização, funcionamento e suas finalidades, compreendendo-se no seu âmbito 
tudo que considera existindo no Estado ou sobre ele influindo. Essa teoria sistematiza 
conhecimentos jurídicos, filosóficos, sociológicos, políticos, históricos, geográficos, 
antropológicos, econômicos e psicológicos. 
 
Ela corresponde à parte geral do Direito Constitucional e é a base do ramo do Direito 
Público. Busca o aperfeiçoamento do Estado, concebendo-o, ao mesmo tempo, como um fato 
social e uma ordem, que procura atingir os seus fins com eficácia e com justiça. 
 
 A TGE pode ser abordada sob múltiplos aspectos. Dalmo Dallari agrupa esses muitos 
enfoques em três diretrizes fundamentais: uma que procura encontrar justificativa para o 
Estado a partir dos valores éticos humanos e se identifica com a Filosofia do Estado, outra 
que foca totalmente em fatos concretos e que aproxima-se da Sociologia do Estado, e, 
finalmente, uma terceira perspectiva que analisa seu objeto de acordo com um entendimento 
puramente normativo de Estado em seus aspectos técnicos e formais. 
 
 Os diferentes enfoques levam à impossibilidade de um método único para a pesquisa 
em TGE. Dependendo do ângulo enfocado, haverá um método mais adequado. A disciplina 
utiliza dos vários métodos de indução (que partem dos fatos específicos para chegar a 
conclusões gerais), do método dedutivo (que parte das conclusões gerais para explicar o 
particular) e analógico (para estudos comparativos). 
 
 A denominação formal de Teoria geral do Estado é de origem alemã, foi criada em1672 
pelo professor Ulrik Huber, o qual é objeto de críticas, pois não pode haver uma ciência que 
seja forçadamente geral, e sim uma Teoria Geral do Estado eminente, especulativa e que 
analisa o Estado em abstrato. 
 
 Em Portugal e no Brasil a Teoria geral do Estado vem, nos últimos tempos, se 
identificando com a Ciência Política. Isso advém principalmente de um maior intercâmbio 
com o meio acadêmico Estadunidense. Publicaram obras de Ciência Política alguns mestres 
consagrados da TGE, como Paulo Bonavides ("Ciência Política") e Darcy Azambuja 
("Introdução à Ciência Política"). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. 19ª. Ed. São Paulo: 
Saraiva, 1995, pp. 1 a 6. 
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado, 33ª ed., São Paulo: 
Saraiva, 2015. 
MALUF, Sahid. Teoria Geral do Estado (atualizador Miguel Alfredo Malufe Neto), 31ª ed., 
São Paulo: Saraiva, 2013. 
BASTOS, Celso Seixas Ribeiro. Curso de Teoria do Estado e Ciência Política, 6ª ed., São 
Paulo: Celso Bastos Editora, 2004. 
REALE, Miguel. O Estado Moderno (Liberalismo. Fascismo. Integalismo) - Problemas 
Políticos Contemporâneos, nº 1, 1ª ed., Rio de Janeiro: Livraria José Olympio, 1934. 
SUMÁRIO 
 
 
TEMA 01 
CIÊNCIA POLÍTICA E TEORIA DO ESTADO....................................................................... 
 
06 
 
 
 
 
TEMA 02 
DIVISÃO GERAL DO DIREITO E POSIÇÃO DA TEORIA GERAL DO ESTADO.......... 
 
18 
 
 
 
 
TEMA 03 
A SOCIEDADE.............................................................................................................................. 
 
25 
 
 
 
 
TEMA 04 
O ESTADO..................................................................................................................................... 
 
34 
 
 
 
 
TEMA 05 
O ESTADO E O DIREITO........................................................................................................... 
 
53 
 
 
 
 
TEMA 06 
O ESTADO E O GOVERNO........................................................................................................ 
 
63 
 
 
 
 
TEMA 07 
O ESTADO E A CONSTITUIÇÃO.............................................................................................. 
 
75 
 
 
 
TEMA 08 
CONCEITO, SENTIDOS, ELEMENTOS E CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES.. 
 
83 
 
 
 
 
TEMA 09 
CONSTITUIÇÃO – PODER CONSTITUINTE......................................................................... 
 
94 
 
 
 
 
TEMA 10 
CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS (Evolução Político-Constitucional do Brasil)................. 
 
102 
 
6 
 
 
UMC – Teoria Geral do Estado – Professor Dr. Edison Yague Salgado – 2016 
UMC | Teoria Geral do Estado e Ciência Política 
TEMA TGE 01 
CIÊNCIA POLÍTICA E TEORIA DO ESTADO 
 
 
A. TEORIA GERAL DO ESTADO 
 
1. INTRODUÇÃO 
Como início da Disciplina, importante destacar a necessidade de preparar o profissional do 
Direito, para ser mais que um manipulador de um processo técnico, formalista e limitado a 
fins imediatos, quando reporta as palavras de Ralph Fuchs, enfatizada por Edgar 
Bodenheimer. (DALLARI, 2014, p.13). 
 
“O de que mais se precisa no preparo dos juristas de hoje é fazê-los conhecer bem as 
instituições e os problemas da sociedade contemporânea, levando-os a compreender o papel 
que representam na atuação daquelas (instituições) e aprender as técnicas requeridas para 
a solução destes (problemas)” (Bodenheimer) 
 
A Teoria Geral do Estado surgiu no século XIX, foi desenvolvida pelo jurista alemão Gerber. 
Este conceito influenciou seu compatriota Gerg Jellinek, que foi considerado como o 
verdadeiro autor da concepção moderna desta Disciplina, cuja obra Teoria Geral do Estado, 
que foi publicada em 1900 e traduzida para muitos idiomas e serviu de referência para estudo 
da matéria. 
 
 
2. NOÇÃO 
A denominação “Teoria Geral do Estado” não é unânime entre os doutrinadores, sendo 
muito criticada por aqueles que não a aceitam como ciência autônoma, mas que atualmente 
este conceito já foi superado. 
 
Para que se tenha uma NOÇÃO básica do que é a TGE atualmente, importante inicialmente 
que se conheça as instituições, uma vez que como cidadãos que somos, precisamos saber 
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UMC – Teoria Geral do Estado – Professor Dr. Edison Yague Salgado – 2016 
UMC | Teoria Geral do Estado e Ciência Política 
como uma sociedade é organizada, pois que se não estivermos muito bem conscientizados, 
não seremos na realidade: cidadãos e sim apenas participantes dessa sociedade. Outro fator 
importante é saber como e através de que MÉTODOS os problemas sociais serão 
conhecidos e as soluções planejadas e elaboradas para que tais problemas sejam 
beneficiados ou não ao meio social. 
 
A TGE possui como ponto fundamental e principal, “o estudo do Estado”. Com o advento 
do Direito Positivado, a TGE abrange também, conhecimentos filosóficos, políticos, 
históricos, antropologia, economia, psicologia, entre outros, que serão empregados para um 
aperfeiçoamento do Estado, procurando atingir suas respectivas finalidades com eficácia e 
justiça. Na antiguidade, já existiam escritos de pensadores como Platão, Aristóteles e Cícero, 
que já previam uma organização do Estado, como um Estado atual, procurando atingir suas 
respectivas finalidades com eficácia e justiça. 
 
Em seguida analisando-se que outros pensadores estudiosos como Santo Agostinho e São 
Tomás de Aquino, também apontavam em seus estudos, a organização do Estado, a partir de 
considerações de natureza teológica, como sendo fundamental para o bom viver se seus 
cidadãos, mas sempre com fundamento de cunho teológico. No entanto, quem veio a 
revolucionar os estudos com relação ao Estado e a TGE, foiMaquiavel, que para isto ignorou 
os valores humanos, incluindo os de cunho moral e religioso, procurando observar 
profundamente todos os fatos ocorridos em sua época, principalmente em relação à 
organização e estruturação do Estado. 
 
Constata-se que na obra de Maquiavel, foi que se estabeleceu um ponto inicial muito 
importante na formação do Estado e a colocação da exigência de enfoque dos fatos políticos. 
Por outro lado, após os conceitos de Maquiavel, surgiram outros estudiosos importantes, 
como Hobbes, Locke, Montesquieu e Rousseau, sendo que acabam tendo a influência do 
Direito Natural e buscaram as razões deste, da sociedade organizada e do poder da política, 
nos seres humanos e na sociedade organizada e do poder da política, nos seres humanos e na 
sociedade. 
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UMC – Teoria Geral do Estado – Professor Dr. Edison Yague Salgado – 2016 
UMC | Teoria Geral do Estado e Ciência Política 
Desta forma, acabaram sendo os precursores e pioneiros na antropologia cultural aplicada no 
estudo estatal. Sendo somente no final da Idade Média que ocorrem a reação a esta 
abordagem, com autores defendendo a separação da Igreja do Estado. 
 
 
 
3. ORIGEM DA PALAVRA ESTADO 
 
ESTADO 
Segundo os doutrinadores, os gregos consideravam que os Estados não deveriam ultrapassar 
os limites da cidade e empregavam o termo “polis” o que deu origem a “política”, que é a 
arte ou ciência de governar a cidade. 
 
Por sua vez, os romanos consideravam “civitas” e ”respublica” para tratar o Estado. 
 
No entanto, foi no século XVI que o “Estado” aparece em sua primeira vez, em “O 
Príncipe” de Maquiavel e começou aos poucos ser tratado com a terminologia dos povos 
ocidentais, como: “o État francês, Staat alemão, State inglês, Stato italiano e em português e 
espanhol “Estado”. 
 
 
 
4. INÍCIO DOS ESTUDOS NO BRASIL 
Através de pesquisas, foi constatado que no Brasil, o estudo sobre o Estado foi inicialmente 
incorporado ao Direito Público e Constitucional. No entanto em 1940 os estudiosos separam 
a TGE e o Direito Constitucional, para uma melhor compreensão e entendimento e já em uma 
ocasião mais recente, a TGE foi considerada como Ciência Política. 
 
Outros autores brasileiros também oferecem contribuição direta à conceituação da Teoria 
Geral do Estado, tais como: Pedro Calmon conceituou a TGE como estudo de estrutura do 
Estado, sob aspectos jurídico, sociológico e histórico. 
 
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UMC – Teoria Geral do Estado – Professor Dr. Edison Yague Salgado – 2016 
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Por sua vez, Orlando Carvalho, depois de acentuar as divergências terminológicas, sintetiza 
seu trabalho, como sendo: “A Teoria Geral do Estado tem por objeto o estudo sistemático 
do Estado”. 
 
Sousa Sampaio conceituou como: “uma ciência que estuda os fenômenos políticos em seu 
tríplice aspectos: jurídico, político e filosófico e que melhor caberia a designação de “Ciência 
Política”. 
 
Por outro lado, Queirós Lima considerava-a parte teórica do Direito Constitucional. 
 
O doutrinador Pinto Ferreira define Direito Constitucional como “a ciência positiva das 
Constituições” e Teoria Geral do Estado como a “ciência positiva do Estado”. 
 
O grande mestre Miguel Reale afirma que: “embora o termo política seja o mais próprio aos 
povos latinos, mas fiéis às concepções clássicas, é inegável que, por influência germânica, já 
está universalizado o uso das expressões “Teoria Geral do Estado” para designar o 
conhecimento unitário e total do Estado. 
 
A palavra “política” é conservada em sua acepção restrita para indicar uma parte da Teoria 
Geral, ou seja, a ciência prática dos fins do Estado e a arte de alcançar esses fins”. 
 
De uma forma geral, é possível afirmar que a TGE estuda os fenômenos ou fatos políticos 
como fatos sociais e não históricos. 
 
A TGE tem por OBJETIVO o estudo estatal em todos os seus aspectos: origem, organização, 
funcionamento e finalidades, bem como as influências sofridas pelo Estado. 
 
 
 
 
 
 
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5. CARACTERÍSTICAS DA TEORIA GERAL DO ESTADO 
 
 FINALIDADE 
A TGE proporciona uma preparação de caráter abrangente do operador do Direito 
para que não se limite meramente aos aspectos formais e diretos da técnica jurídica, 
mediante aquisição de conhecimentos profundos acerca das instituições e da 
sociedade. 
 
 Disciplina ESPECULATIVA 
Trata-se de uma disciplina que não tem “prática”, que estuda o Estado como conceito 
abstrato e não como algo específico e concreto. 
 
 Disciplina DE SÍNTESE 
Emprega não só os conhecimentos jurídicos, mas engloba também as outras demais 
disciplinas correlatas, tais como: a Filosofia, História, Ciência Política... 
 
 
6. CORRENTES DE PENSAMENTO 
Segundo a corrente denominada Filosófica, o objeto da TGE é a busca da razão, da existência 
do Estado e de suas finalidades como um agente regulador da sociedade, mas sempre em um 
plano real. 
 
Por outro lado a corrente Sociológica entende que o objeto da TGE é tratar o Estado pelo 
prisma do fato social concreto, numa abordagem realista. 
 
A corrente Formalista é aquela para a qual o Estado deve ser estudado somente segundo seu 
aspecto normativo, ou seja, como criador de leis e regras jurídicas. 
 
 
 
 
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7. CULTURALISMO REALISTA 
O Prof. Miguel Reale acredita que a TGE é mais abrangente que as outras demais disciplinas, 
que faz uma fusão das correntes filosóficas, possibilitando que o Estado seja estudado na 
totalidade de seus aspectos, dentro de uma perspectiva dinâmica de sua atuação. 
 
 
 
8. MÉTODOS PARA ESTUDO DA TEORIA GERAL DO ESTADO 
 
 DEDUTIVO 
Consiste em enquadrar os fatos particulares e isolados na TGE. 
 
 INDUTIVO 
Trata de analisar fatos concretos e isolados, mas similares e procurar obter uma 
conceituação teórica que os aplique. 
 
 ANALÓGICO 
Procura estudos de comparação, ou seja uma análise do Estado e das suas instituições, 
segundo suas manifestações e, realidades políticas e jurídicas diversas. 
 
 
 
9. CONCEITO DE TEORIA GERAL DO ESTADO 
É a ciência que investiga e expõe os princípios fundamentais da sociedade política 
denominada Estado, sua origem, estrutura, formas, finalidade e evolução. 
 
 
10. TRÍPLICE ASPECTO DA TGE 
 Sociológico (estudo das sociedades humanas e fatos sociais a ela ligados), 
 Político 
 Jurídico 
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11. FONTES DIRETAS DA TGE 
Compreendem os dados da paleontologia (estudo dos animais e vegetais fósseis) e da 
paleoetnologia (estudo dos povos e raças antigas), os dados da história e as instituições 
políticas passadas e vigentes. Os mais antigos documentos que esclarecem o estudo da matéria 
são o “Código de Hamurabi”, Rei da Babilônia (2.300 a. C.), as leis de Manu da Índia (XII 
século), o “Código da China” (XI século), as leis de Zaleuco, Charondas e Sólon (VII século). 
As leis de Gortina (V século) e as “Leis das XII Tábuas” (541 a.C.). 
 
 
FONTES INDIRETAS DA TGE 
As Fontes Indiretas compreendem o estudo das sociedades animais, os estudos das sociedades 
humanas primitivas e o estudo das sobrevivências. 
 
NOÇÃO CLÁSSICA DE TGE 
 
 Platão (Século IV a.C) 
Escreveu a obra denominada “aRepública” que descrevia o Estado ideal, de como 
deveria ser para atender os seus cidadãos de acordo com sua própria concepção do 
homem e do mundo. 
 
 Aristóteles (Século IV a. C) 
Estudou o Estado real, tal como existia na época, procurando descobrir os princípios 
que o regiam em sua obra denominada “A Política” já escrevia sobre o Estado, 
começando pela organização política de Atenas e Esparta, os órgãos de governo dessas 
cidades, chegando a uma classificação de todas as formas de governos então existentes, 
podendo ser considerado o fundador da ciência do Estado. 
 
 Cícero (Século II a.C) 
Faz uma análise jurídica e moral do Estado romano, do que ele era e do que deveria 
ser. 
 
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 Maquiavel (Século XVI) 
Escreveu “o Príncipe”, lançando os fundamentos da política, como a arte de atingir, 
exercer e conservar o poder. Com as Constituições escritas, codificação de suas normas 
fundamentais, o estudo da organização de cada Estado demonstra a ocorrência de 
elementos comuns e permanentes, bem como as instituições que neles existem, sendo 
possível conceituá-los e classificá-los, destacando-se progressivamente o Direito 
Constitucional e a Ciência Política. 
 
 
OBJETO DA TGE 
É o estudo do Estado, sua origem, organização, estrutura, funcionamento, finalidades e 
evolução. 
 
 
NOÇÃO DE ESTADO 
O Estado é uma sociedade natural, no sentido de que decorre naturalmente do fato de os 
homens viverem necessariamente em sociedade e aspirarem realizar o bem geral que lhes é 
próprio, isto é, o BEM COMUM. 
 
Por isso e para isso a sociedade se organiza em Estado. 
 
Num determinado momento o homem sentiu o desejo vago e indeterminado de um bem que 
ultrapassasse o seu bem particular e imediato – O BEM COMUM – mas que ao mesmo 
tempo fosse capaz de garanti-lo e promovê-lo. 
 
Este é o bem comum ou bem público que somente é alcançado através da coordenação de 
esforços e inter cooperação organizada de um grupo específico. Assim, com intensidade 
diversa, conforme o desenvolvimento social e a mentalidade de cada grupo, o instinto social 
leva ao Estado. 
 
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UMC – Teoria Geral do Estado – Professor Dr. Edison Yague Salgado – 2016 
UMC | Teoria Geral do Estado e Ciência Política 
O homem é envolvido na teia do Estado antes de seu nascimento, com a proteção dos direitos 
do nascituro, e até depois de sua morte o Estado disciplina o cumprimento de suas últimas 
vontades. 
 
O Estado moderno é uma sociedade à base territorial, dividida em governantes e governados, 
e que pretende, dentro do território que lhe é reconhecido, a supremacia sobre todas as demais 
instituições. Põe sob seu domínio todas as formas de atividade cujo controle ele julgue 
conveniente. 
 
O Estado pode coercitivamente impor sua vontade a todos que habitam seu território, pois, 
seus objetivos são os de ordem e defesa social para realizar o bem público. Por isso e para 
isso o Estado tem autoridade e dispõe de poder, cuja manifestação concreta é a força por meio 
da qual se faz obedecer. 
 
Assim, Estado é a organização político-jurídica de uma sociedade para realizar 
o bem público/comum, com governo próprio e território determinado. 
 
 
 
B. CIÊNCIA POLÍTICA 
 
1. A CIÊNCIA POLÍTICA e o nascimento do Estado Moderno 
No Estado Antigo, a característica principal era que a família e a religião estavam 
relacionadas ao Estado, o que determinava a natureza unitária do Estado à religiosidade e não 
admitia qualquer divisão interior, nem territorial, nem de funções. 
 
Verifica-se desta forma que a Religiosidade tinha uma grande influência no comando do 
Estado e o governante era considerado como representante do poder divino. Com isto 
procurava influenciar o povo, a respeitarem quem estava no poder. 
 
Com o passar do tempo, surgiu o período do “Estado Medieval”, que foi uma noite negra da 
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UMC – Teoria Geral do Estado – Professor Dr. Edison Yague Salgado – 2016 
UMC | Teoria Geral do Estado e Ciência Política 
história da humanidade. Foi um período de criação, que preparou os instrumentos e abriu os 
caminhos para o mundo pudesse atingir a verdadeira noção do Estado Universal. 
 
Foi também no período do Estado Medieval, onde tiveram os períodos mais difíceis e 
instáveis, com pontos de destaque e características como: Cristianismo, as invasões dos 
bárbaros e o feudalismo. 
 
No Cristianismo o Estado era universal, existia a unidade política e o império da cristandade. 
 
Com relação as invasões bárbaras, os povos armados provenientes de várias partes 
da Europa, que foram denominados pelos romanos de “bárbaros” invadiram e 
saquearam muitas cidades. Eram pessoas denominadas como “não civilizadas”. 
 
Ainda no Estado Medieval, tivemos o “feudalismo”, as invasões de territórios, com guerras 
internas, que provocaram difícil o comércio e a valorização da “posse da terra” como meio de 
subsistência. 
 
Outro ponto de estaque foi que o feudalismo no Estado Medieval, provocou uma confusão 
entre o que era público e o privado, sendo que a vassalagem com guerreiros armados 
submetia ao senhor feudal, do qual tinham a proteção do senhor ou “suserano”. 
 
Surgiu também a denominação de “servo” que era o chefe de família sem patrimônio. Enfim, 
no Estado Medieval dominava a pluralidade de poderes. 
 
Observa-se também que existiam incontáveis multiplicidades de ordens jurídicas, como a 
ordem imperial, a ordem eclesiástica, o direito das monarquias inferiores, um direito comunal, 
as ordenações de feudos e regras desenvolvidas pelas corporações de ofício. 
Desta feita, o Estado Medieval tinha necessidade de ordem e de autoridade. 
 
No Estado Moderno, surgiu com a necessidade de ordem e de autoridade, provocada pela 
situação já citada, com as deficiências da sociedade política medieval. 
 
16 
 
 
UMC – Teoria Geral do Estado – Professor Dr. Edison Yague Salgado – 2016 
UMC | Teoria Geral do Estado e Ciência Política 
O Estado Moderno baseia-se na autoridade que possui o poder centralizado, no povo com 
direitos e deveres uniformes e ainda no território muito bem definido. 
 
 
2. OJETO DA CIÊNCIA POLÍTICA 
É o estudo dos fatos políticos, dos sistemas políticos, das organizações e dos processos 
políticos. 
 
Envolve o estudo da estrutura e dos processos de governo ou qualquer sistema equivalente de 
organização humana que tente assegurar segurança, justiça e direitos civis. 
 
Os cientistas políticos podem estudar instituições como empresas, sindicatos, igrejas, ou 
outras organizações cujas estruturas e processos de ação se aproximem de um governo, em 
complexidade e interconexão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA PESQUISADA 
 
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. 32.ed. São Paulo: 
Saraiva. 2014. P.13 
FILOMENO, José Geraldo Brito. Manual de Teoria Geral do Estado e Ciência Política. 7.ed. 
Rio de Janeiro: Forense Universitária. 2009. P.8 
BONAVIDES, Paulo. Teoria do Estado. 5.ed. São Paulo: Malheiros. 2004. p.27 
BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. 10.ed. São Paulo: Malheiros. 2003.p.25 
 
17 
 
 
UMC – Teoria Geral do Estado – Professor Dr. Edison Yague Salgado – 2016 
UMC | Teoria Geral do Estado e Ciência Política 
AZAMBUJA, Darcy. Teoria Geral do Estado. 37.ed. São Paulo: Globo. 1997. 
BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Teoria do Estado e Ciência Política. 6.ed. São Paulo: Celso 
Bastos. 2004 
SAHID, Maluf. Teoria Geral do Estado. 25.ed. São Paulo:Saraiva. 1999 
BOBBIO, Norberto. Estado Governo Sociedade ´Para uma teoria geral da política. 9.ed. São 
Paulo: Paz e Terra. 2001. 
DE CICCO, Cláudio de, GONZAGA, Álvaro de Azevedo. Teoria Geral do Estado e Ciência 
Política. 5.ed. São Paulo: Revista dos Tribunais. 2013 
SOARES, Ricardo Maurício Freira. São Paulo: Saraiva. 2013; Direito Constitucional 
Esquematizado. Pedro Lenza, São Paulo: Saraiva. pg.58 e 59 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UMC – Teoria Geral do Estado – Professor Dr. Edison Yague Salgado – 2016 
UMC | Teoria Geral do Estado e Ciência Política 
TEMA TGE 02 
DIVISÃO GERAL DO DIREITO E POSIÇÃO DA TEORIA GERAL DO ESTADO 
 
A. CONCEITO BÁSICO DE DIREITO 
Não podemos compreender o Direito, senão em função da sociedade. Se fosse possível ao 
indivíduo viver em estado de completo isolamento, ele não precisaria do Direito, porque não 
teria relações com os seus semelhantes a serem disciplinadas. 
 
Porém, o homem é um ser puramente social, precisa viver em sociedade e assim precisa 
manter uma série interminável de relações dentro da sociedade e por isto precisa do Direito. 
Acredita-se que o Direito tenha nascido no mesmo momento em que dois ou mais indivíduos 
sentiram a necessidade de regular as relações recíprocas para que continuassem existindo. 
Podemos então analisar o Direito sob dois aspectos: 
 
A. Direito Objetivo 
É o conjunto de normas escritas, de regras obrigatórias, que impõe obediência a todos, para 
que possa existir a harmonia e paz social. É portanto, a norma de como se deve agir. 
 
B. Direito Subjetivo 
É o poder de agir que o indivíduo possui e cujo limite é o Direito do seu semelhante. É a 
faculdade que o indivíduo tem para fazer ou deixar de fazer alguma coisa e é assegurado pela 
ordem jurídica. É a faculdade de agir. 
 
Conceito de Direito 
Direito é um complexo de normas, de regras (Direito Objetivo) ou de faculdades (Direito 
Subjetivo), que disciplinam as atividades humanas, por si mesmo obrigatórias e exigíveis 
(através de Coação), mediante a aplicação de penalidades. 
 
Finalidade do Direito 
Visa regular as atividades do Estado para com o povo, que através de um sistema de justiça, 
cada cidadão possa encontrar o máximo de felicidade individual. 
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UMC – Teoria Geral do Estado – Professor Dr. Edison Yague Salgado – 2016 
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Esta felicidade individual, unida a de outro cidadão, estabelece a felicidade geral, denominada 
também de "Bem estar coletivo". Art. 193 da Constituição de 1988. 
 
 
B. NORMA JURÍDICA 
São normas ou regras sociais que disciplinam a convivência social humana que são 
chamadas de Normas Jurídicas. Podemos dizer que temos então: 
 
NORMAS MORAIS 
Que se baseiam-se na consciência moral das pessoas (conjunto de valores e princípios sobre 
o bem e o mal que orientam o comportamento humano). 
 
NORMAS RELIGIOSAS 
Baseiam-se na fé revelada em cada religião. Porém estas normas não são dotadas de coerção 
para o seu cumprimento. 
 
 
CARACTERÍSTICAS DAS NORMAS JURÍDICAS 
 
1. Coercibilidade 
É o emprego da força ou repressão, por parte do Estado, para que a norma seja aplicada, 
mesmo sem a vontade das pessoas. Ex. Uma pessoa acaba matando uma outra. Portanto a que 
matou desrespeitou uma norma prevista no Código Penal e portanto será punido, conforme a 
norma determinada pelo Estado, visando punir a que desrespeitou a norma e matou, como 
uma medida punitiva e intimidar a todas as outras pessoas para que também não matem outras, 
como sendo uma forma de intimidar as pessoas. Ex. A obrigação de pagar imposto de renda. 
 
2. Sistema Imperativo e Atributivo 
O caráter Imperativo da norma, porque ela se impõe a uma parte como sendo necessário o 
cumprimento como um dever. Atributiva, porque a norma atribui a outra parte, o cumprimento 
do dever imposto pela norma. 
 
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3. Promoção da Justiça 
O conteúdo da norma jurídica deve ter como finalidade, estabelecer a justiça entre os homens, 
solucionando os conflitos de forma equilibrada. 
 
DEFINIÇÃO DE NORMA JURÍDICA 
É a regra social garantida pelo poder de coerção do Estado, tendo como objetivo teórico a 
promoção da justiça. 
 
C. DIREITO NATURAL E DIREITO POSITIVO Importante destacar que para o início 
dos estudos neste Tema, precisamos conhecer a grande ramificação dos Direitos, que se 
desdobra em tantos quantos forem os ramos da sociedade, afim de poder regular as atividades 
humanas de forma adequada para poder proporcionar o “bem comum”. 
 
1. DIREITO NATURAL 
Supõe a existência de certos princípios com uma ideia superior de justiça, aos quais 
os homens não se podem contrapor. Este conceito é discutível. Decorre de ações 
cujo valor não dependem do juízo que se tenha sobre elas. Os doutrinadores 
entendem que existe um sistema de normas de conduta independentemente da 
vontade humana, sendo que as leis editadas pelos homens, são conclusões da lei 
natural, onde não pode interferir. Ex. Direito de reproduzir, Direito de constituir 
família, Direito de Viver. etc. 
 
 
2. DIREITO POSITIVO 
Consiste em um conjunto de normas que são impostas e estabelecidas pelo Estado, 
afim de organizar e controlar a sociedade em um certo espaço de tempo. É o 
mesmo que Direito normativo, objetivo, escrito. Descreve as ações que antes de 
serem reguladas, podem ser cumpridas indiferentemente de um modo ou de outro 
e uma vez que estas ações passam a ser reguladas pela lei, devem ser 
desempenhadas da forma prevista de acordo com a lei escrita. É a norma escrita, 
positivada. 
 
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D. FONTES DO DIREITO 
Podemos dizer que sob o ponto de vista científico, o Direito tem como fonte principal, a 
própria natureza humana. No sentido positivo o Direito é originário dos Usos e Costumes, da 
Lei, da Doutrina e da Jurisprudência. 
 
A. USOS E COSTUMES 
Como podemos observar, já nos povos primitivos os costumes transformavam-se em 
normas de conduta, como se fossem lei expressas. Era a repetição de atos e de 
comportamentos que passavam à compreensão de todos como forma obrigatória e este 
sentimento de obrigatoriedade dava ao ato o caráter de Direito. 
 
B. LEI 
É empregada como sendo a vontade soberana do poder e como sendo o próprio 
costume revelado expressamente. A Lei deve necessariamente representar a declaração 
solene do Direito, porque se assim não ocorrer, não poderá atingir o seu fim. 
 
C. DOUTRINA 
É a opinião dos autores e escritores, que pode ter influência na elaboração das regras 
de Direito. Sendo o Direito uma ciência social de investigação, os interpretadores 
deverão utilizá-la, porém não perdendo de vista o seu fim. Essa investigação traz 
conhecimentos importantíssimos, pois são nestes conhecimentos que se fundam a 
Doutrina e daí conclui-se que é uma das fontes do Direito. 
 
D. JURISPRUDÊNCIA 
É a repetição de decisões dos tribunais com respeito de determinada matéria jurídica, 
que pode vir a constituir uma norma jurídica, baseada na lei. É a consequência da 
aplicação das leis em um só sentido. Desde que a Lei em sua interpretação geral 
consiga, através dos Tribunais, formar um pensamento comum quanto aos atos 
jurídicos por ela elaborados, forma uma Jurisprudência que poderá ser aceita como 
fonte do Direito. Porém salientamos que asdecisões mesmo repetidas, porém 
contrárias às Leis, não conseguirão transformarem-se em jurisprudência. 
 
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E. RAMOS DO DIREITO POSITIVO 
Considera-se como o Direito Positivo, como uma grande árvore, que seria possível reconhecer 
dois grandes ramos, que seriam considerados como: Direito Natural e Direito Positivo. 
 
Por sua vez o ramo do Direito Positivo deve ser desdobrado em: 
 
 Direito Público 
São as leis que tratam das relações da sociedade política em si mesma e em suas 
interações com os indivíduos. 
 
Regula todas as coisas do Estado. 
 
 
 Direito Privado 
São as leis que regulam a relação entre os indivíduos, as pessoas físicas ou pessoas 
jurídicas. 
 
Regula todas as relações e interesses dos particulares. 
 
 
 Difusos, Coletivos e individuais homogêneos 
Está é a mais nova classificação que vem surgindo modernamente. 
 
Tratam de garantias de qualidade de vida dos indivíduos referentes à dignidade da 
pessoa humana. 
 
É a defesa coletiva de interesses da sociedade. 
 
 
 
 
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POSIÇÃO DA T. G. E. NA ÁRVORE DO DIREITO POSITIVO 
A T.G.E. está no ramo do Direito Público Interno que consiste em uma verdadeira Introdução 
ao estudo do Direito Constitucional que por sua vez se divide em: geral e especial. 
 
Observa-se também que a TGE como base para o Direito Internacional, dado que os conceitos 
importantes de nossa disciplina são utilizados também pelo Direito Internacional. 
 
 
 
 
 
NOTA: Autores: De Cicco; GONZAGA, Alvaro de Azevedo. 2012. P. 36 
 
 
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F. DIREITO, MORAL É ÉTICA 
 
A. DIREITO 
É considerado como sendo tudo aquilo que é justo de acordo com a Lei e a Justiça. 
 
B. MORAL 
É um conjunto de regras que trata dos atos dos seres humanos, dos bons costumes e dos 
deveres dos homens na sociedade e perante os elementos de sua classe. 
 
C. ÉTICA 
É o conjunto de princípios morais que devem ser observados no exercício de uma profissão. 
Uma regra a ser seguida, como dever profissional, perante aquele que contrata o seu serviço. 
A ética deve ser seguida na prática em todos os momentos profissionais. 
 
 
 
A moral e o direito têm a seguinte base: a moral tem efeito dentro da pessoa, ela atua como 
um valor, aquilo que se aprendeu como certo e o direito tem uma relação com a sociedade, o 
direito é aquilo que a pessoa pode exigir perante seus semelhantes, desde que esteja de acordo 
com a lei, aquilo imposto pela sociedade. 
 
 
 
 
 
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TEMA TGE 03 
A SOCIEDADE 
 
 
1. ORIGEM DA SOCIEDADE 
 Inicialmente pode-se considerar que sociedade: “é uma coletividade de indivíduos reunidos 
e organizados para alcançar um objetivo comum”. 
 
O ser humano é um ser eminentemente social e desta forma não sobrevive sozinho e para 
sobreviver precisa se associar e se unir com outros humanos. Existe ainda a ideia ou teoria da 
sociedade natural, que é fruto da própria natureza humana, bem como a que sustenta que a 
sociedade é “tão somente a consequência de um ato de escolha”. 
 
 
TEORIAS QUANTO A ORIGEM DA SOCIEDADE 
Naturalista e Contratualista. 
 
A. TEORIA DA SOCIEDADE NATURAL (natureza) 
Pode-se afirmar que é a teoria que possui o maior número de adeptos e a que exerce maior 
influência na vida concreta do Estado, sem excluir a participação da consciência e da vontade 
humana. 
 
Aristóteles, no século IV a. C, afirmava que “o homem é naturalmente um animal 
político” e para ele somente o indivíduo de natureza vil ou superior ao homem, procurava 
viver isolado dos outros homens, sem que a isso fosse constrangido. 
 
Cícero afirmava que a “primeira causa da agregação de uns homens a outros é menos a 
sua debilidade do que um certo instinto de sociabilidade em todos inato; a espécie humana 
não nasceu para o isolamento e para a vida errante, mas com uma disposição que, mesmo 
na abundância de todos os bens, a leva a procurar o apoio comum”. 
 
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Com isto consideravam que não seriam as necessidades materiais o motivo da vida em 
sociedade, tendo independente dela, uma disposição natural dos homens para avida 
associativa. 
 
Por sua vez, São Tomás de Aquino, em concordância com Aristóteles, afirmava que a 
vida solitária é exceção, que pode ser enquadrada numa de três hipóteses: 
 
1. Excellentia Naturae 
Quando se tratar de indivíduo notavelmente virtuoso, que vive em comunhão com a própria 
divindade, como ocorria com os santos eremitas. 
 
2.Corruptio Naturae 
Referente aos casos de anomalia mental. 
 
3. Mala Fortuna 
Quando só por acidente, como no caso de naufrágio ou de alguém que se perdesse numa 
floresta, o indivíduo passa a viver em isolamento. 
 
No entanto autores modernos, filiam-se nessa mesma corrente e entendem que o homem é 
induzido fundamentalmente por uma necessidade natural, porque ao associar-se com outros 
é condição essencial de vida, pois só desta maneira poderá conseguir satisfazer as suas 
necessidades. São muitos os autores que se filiam a esta corrente, como o italiano Ranelletti, 
que dizia: 
 
“Só na convivência e com a cooperação dos semelhantes o homem pode beneficiar-
se das energias, dos conhecimentos, da produção e da experiência dos outros, 
acumuladas através de gerações, obtendo, assim, os meios necessários para que 
possa atingir os fins de sua existência, desenvolvendo todo o seu potencial de 
aperfeiçoamento, no campo intelectual, moral ou técnico.” 
 
 
 
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B. TEORIA CONTRATUALISTA (vontade) 
Esta corrente de pensadores, afirma que a sociedade é tão somente “o produto de um 
acordo de vontades, um contrato hipotético, celebrado entre os homens, onde 
transferem mutuamente direitos, que é cumprido por temor ao castigo imposto pelas 
normas”. Esta definição aparece de forma clara e precisa, por Thomas Hobbes em sua obra 
“Leviatã, que foi publicada em 1651. 
 
Thomas Hobbes(1588-1689): a natureza humana não muda, é sempre a mesma (“conhece-te 
a ti mesmo”); o homem é mau, invejoso, ambicioso, cruel e não sente prazer na 
companhia do outro; o estado de natureza é uma “guerra de todos contra todos”; o 
“homem é o lobo do homem”; sem lei nem autoridade, todos têm direito a tudo; a vida é 
“solitária, pobre e repulsiva, animalesca e breve”; para fugir desse estado, reúnem-se em 
sociedade e firmam o contrato social, estabelecendo uma autoridade soberana com poder 
ilimitado e incontestável para impor a ordem (Estado – Leviatã); o pacto é de submissão e 
não pode ser quebrado; justificação do absolutismo. Obra: O Leviatã. 
 
Rousseau em sua obra “O contrato social”, datada de 1762, comentava que “deve-se 
conceber o homem sempre como homem social”. 
 
 
C. ELEMENTOS CARACTERÍSTICOS DA SOCIEDADE 
Em consequência do pluralismo social é necessário estabelecer uma caracterização geral das 
complexas sociedades,delineando os pontos comuns através da análise do conjunto de regras 
de atuação de cada uma delas. 
 
Considerando que para os contratualistas a sociedade é fruto da vontade humana; já para 
os naturalistas defendem que a sociedade decorre da natureza humana. 
 
É muito comum que um grupo de pessoas se reúnam em determinados lugares em função de 
objetivos comuns. Esta reunião, mesmo que muito numerosa e motivada por interesses 
relevantes para o grupo, não se pode dizer que tenha se constituído uma sociedade. 
 
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Como poderemos saber se um determinado agrupamento de pessoas é uma sociedade? 
 
Será que uma mera reunião de pessoas pode ser caracterizada como uma sociedade? 
Dalmo de Abreu Dallari, sugere que o aludido estudo considere necessário, para que o 
agrupamento humano seja reconhecido como sociedade, os seguintes elementos: 
 
a) Finalidade ou valor social 
b) Manifestações de conjunto ordenadas 
c) O poder social 
 
 Vejamos cada um desses elementos: 
 
a) Finalidade ou valor social (bem comum) 
Considera que para que um grupo de pessoas seja considerado como uma sociedade, deve 
ter como objetivo uma finalidade comum. Esta afirmação pressupõe um ato de escolha, 
um objetivo conscientemente estabelecido. 
 
Pela concepção de São Tomás de Aquino, defendida por DALLARI, o homem tem 
consciência de que deve viver em sociedade e procurar fixar, como objetivo da vida social, 
uma finalidade condizente com suas necessidades fundamentais e com aquilo que lhe parece 
ser mais valioso. 
 
Desta maneira, a finalidade social escolhida pelo homem é o bem comum, que consiste no 
conjunto de todas as condições de vida que possibilitem e favoreçam o desenvolvimento 
integral da personalidade humana. 
 
 
b) Manifestações de conjunto ordenadas 
Para que estes objetivos da sociedade sejam alcançados, é necessário que os membros da 
sociedade se manifestem através de ação conjunta permanentemente reiterada, atendendo 
a três requisitos: reiteração, ordem e adequação. Vejamos então estes três itens, conforme 
a seguir: 
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1. Reiteração - Tendo em vista que em cada momento e lugar surgem fatores 
que influem na noção de bem comum, é indispensável que os membros da 
sociedade se manifestem em conjunto reiteradamente visando à consecução de 
sua finalidade, sendo necessário, para que haja o sentido de conjunto e se chegue 
a um rumo certo, que os atos praticados isoladamente sejam conjugados e 
integrados num todo harmônico, surgindo aqui a exigência de ordem. 
 
2. Ordem 
As manifestações de conjunto se reproduzem numa ordem, para que a sociedade 
possa atuar em função do bem comum. Esta ordem é regida por leis sujeitas ao 
princípio da imputação, não exclui a vontade e a liberdade dos indivíduos, uma 
vez que todos os membros da sociedade participam da escolha das normas de 
comportamento social. 
 
3. Adequação 
Para que seja assegurada a permanente adequação é indispensável que não se 
impeça a livre manifestação, a expansão das tendências e aspirações dos 
membros da sociedade no sentido de orientar suas ações no que consideram o 
seu bem comum. 
 
 
c) O poder social 
Para que possamos chegar a uma noção do poder é necessário analisar algumas características 
como: 
 
1. Socialidade 
O poder é um fenômeno social, jamais podendo ser explicado pela simples consideração de 
fatores individuais; 
 
2. Bilateralidade 
Indicando que o poder é sempre a correlação de duas ou mais vontades, havendo uma que 
predomina. 
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Existe a teoria que nega a necessidade do poder social, dos anarquistas representado por 
Diógenes, que é originada dos filósofos gregos antigos do século V e VI a.C., denominados 
de Cínicos, pregavam que o homem deve viver de acordo com a natureza, sem se preocupar 
em obter bens, sem respeitar convenções ou instituições sociais. 
 
Outra demonstração de anarquismo está no Cristianismo, apontando os próprios evangelhos 
inúmeras passagens que condenam o poder de uns sobre os outros, pregando a fraternidade 
universal. 
 
Com Santo Agostinho surgiu a mais avançada expressão do anarquismo cristão em sua obra 
“Da cidade de Deus”. Daí para frente começaria a tomar corpo a ideia de que a Igreja deveria 
assumir o poder temporal com a finalidade formar um grande Império Cristão. 
 
 Enfim, todas as teorias propostas podem ser reduzidas a duas: 
 
1. Teorias Religiosas 
Revelam a presença de uma crença capaz de influir poderosamente na ação humana; 
 
2. Teorias Econômicas 
As que indicam a predominância de um fator de natureza econômica, na base da diferenciação 
entre governantes e governados. Em virtude do excessivo apelo à violência o anarquismo foi 
perdendo adeptos e é com os Contratualistas que a ideia de povo, como uma unidade, fonte 
de direito e de poder, toma força, chegando-se à afirmação da existência de uma vontade geral 
e de direitos sociais, situados na base de toda a organização social. 
 
Por sua vez, Max Weber aponta três hipóteses para conferir a legitimidade do Poder, 
conforme a seguir: 
 
 
a) O Poder Tradicional 
Característico das monarquias, que independem da legalidade formal. 
 
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b) O Poder Carismático 
Que é aquele exercido pelos líderes autênticos, que interpretam os sentimentos e 
aspirações do povo. 
 
c) O Poder Racional 
Exercido pelas autoridades investidas pela lei, havendo coincidência necessária, apenas neste 
caso, entre a legitimidade e a legalidade. 
 
As configurações atuais do poder e seus métodos de atuação estão sintetizadas 
em: 
 
1.O poder, reconhecido como necessário, quer também o reconhecimento de sua 
legitimidade, o que se obtém mediante o consentimento dos que a ele se submetem. 
 
2. Embora o poder não chegue a ser puramente jurídico, ele age 
concomitantemente com o direito, buscando uma coincidência entre os objetivos 
de ambos. 
 
3. Há um processo de objetivação, que dá precedência à vontade objetiva dos 
governados ou da lei, desaparecendo a característica de poder pessoal. 
 
4. Atendendo a uma aspiração à racionalização, desenvolveu-se uma técnica do 
poder, que o torna despersonalizado (poder do grupo, poder do sistema), ao mesmo 
tempo em que busca meios sutis de atuação, colocando a coação como forma 
extrema. 
 
Assim, Poder Social consiste na faculdade de alguém impor a sua vontade a outrem. 
 
 
 
 
 
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D. SOCIEDADES POLÍTICAS 
São aquelas que, visando criar condições para a consecução dos fins particulares de seus 
membros, ocupam-se da totalidade das ações humanas, coordenando-as em função de 
um fim comum. 
 
A sociedade política de maior importância devida a sua capacidade de influir e condicionar, 
bem como sua amplitude é o ESTADO. 
 
Finalidade das sociedades: Considerando as respectivas finalidades, podemos distinguir 
“duas espécies de sociedades”: 
 
a) Sociedades de fins particulares 
Que têm a finalidade definida, voluntariamente escolhida porseus membros. Suas atividades 
visam direta e imediatamente o objetivo que inspirou sua criação, por ato consciente e 
voluntário; 
 
b) Sociedades de fins gerais 
Cujo objetivo, indefinido e genérico, é criar as condições necessárias para que os indivíduos 
e as demais sociedades, que nela se integram, consigam atingir seus fins particulares. A 
participação nestas sociedades quase sempre independe de um ato de vontade. Estas 
sociedades, não se prendem a um objetivo determinado e não se restringem a setores limitados 
da atividade humana buscando integrar todas as atividades sociais que ocorrem no seu âmbito. 
 
As sociedades de fins gerais são comumente denominadas de sociedades políticas, sendo 
todas aquelas que visam criar condições para a consecução dos fins particulares de seus 
membros, consistindo na totalidade das ações humanas e coordenando-as em função de um 
fim comum. 
 
Para reflexão: 
“A sociedade é produzida por nossas necessidades e o governo por nossa perversidade” 
(Thomas Paine, Senso comum) 
 
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BIBLIOGRAFIA PESQUISADA 
 
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. 32.ed. São Paulo: 
Saraiva. 2014. P.21 
FILOMENO, José Geraldo Brito. Manual de Teoria Geral do Estado e Ciência Política. 7.ed. 
Rio de Janeiro: Forense Universitária. 2009. P.24 
BONAVIDES, Paulo. Teoria do Estado. 5.ed. São Paulo: Malheiros. 2004. p.27 
BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. 10.ed. São Paulo: Malheiros. 2003.p.25 
AZAMBUJA, Darcy. Teoria Geral do Estado. 37.ed. São Paulo: Globo. 1997. 
BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Teoria do Estado e Ciência Política. 6.ed. São Paulo: Celso 
Bastos. 2004. P.23 
SAHID, Maluf. Teoria Geral do Estado. 25.ed. São Paulo: Saraiva. 1999 
BOBBIO, Norberto. Estado Governo Sociedade ´Para uma teoria geral da política. 9.ed. São 
Paulo: Paz e Terra. 2001. 
DE CICCO, Cláudio de, GONZAGA, Álvaro de Azevedo. Teoria Geral do Estado e Ciência 
Política. 5.ed. São Paulo: Revista dos Tribunais. 2013. P37 
SOARES, Ricardo Maurício Freira. São Paulo: Saraiva. 2013; 
LOPES, André Luiz. Noções de Teoria d Estado. Belo Horizonte. 2013 
Direito Constitucional Esquematizado. Pedro Lenza, São Paulo: Saraiva. pg.58 e 59 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TEMA TGE 04 
O ESTADO 
 
1. INTRODUÇÃO 
O Prof. Cláudio Decicco afirma que as relações entre DIREITO e ESTADO podem ser vistas 
de diversas maneiras, por exemplo como: 
 
 Uma realidade única, 
 Ou como realidades distintas e independentes 
 Ou ainda como realidades distintas, mas necessariamente interdependentes. 
 
Desta forma, tem-se as seguintes correntes, que correspondem as definições citadas acima: 
 
A. Teoria dos monistas 
B. Teoria dos dualistas 
C. A teoria do paralelismo 
 
 
A. TEORIA MONÍSTICA 
Esta teoria monista é também conhecida como Estatismo Jurídico, pois considera que 
Direito e Estado são duas realidades sinônimas, como sendo dois conceitos que se confundem 
e se complementam como uma mesma realidade. 
 
Esta teoria tem Hans Kelsen como seu maior adepto, onde defende a ideia que não existem 
outras fontes para o Direito Estatal, que não sejam provenientes do Estado, resumindo desta 
forma: “São atos do Estado não apenas as ações humanas por meio das quais se executa a 
ordem jurídica, mas também as ações humanas pelas quais se cria a ordem jurídica, não 
apenas os atos executivos, mas também os legislativos (...) O Estado, como pessoa, nada mais 
é que a personificação dessa unidade. Um ‘órgão do Estado’ que equivale a um ‘órgão do 
Direito’”. (DE CICCO. 2012. p.43) 
 
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Além de Kelsen, outros doutrinadores também defendem esta conceituação, tais como: Hegel, 
Thomas Hobbes, Rudolf von Ihering, George Jellinek e outros. 
 
Como uma representação ilustrada, pode-se representar esta teoria da seguinte forma: (DE 
CICCO. 2012. p.44) 
 
 
 
 
B. TEORIA DUALISTA 
Esta teoria é também conhecida como teoria dualista em sentido contrário à monista, 
explicando que o Estado e Direito, são duas realidades distintas e inconfundíveis. 
 
Esta afirmativa também é defendida por Sahid Maluf quando explica que: Para os Dualistas, 
o Estado não é a única fonte do Direito nem com este se confunde. 
 
O que provém do Estado é apenas uma categoria especial do Direito: o direito positivo. Mas 
existem também princípios de direito natural, as normas de direito costumeiro e as regras que 
se firmam na consciência coletiva, que tendem a adquirir positividade e que, nos casos 
omissos, o Estado deve acolher para lhes dar juridicidade”. (MALUF. 1999, p.2) 
 
Outros doutrinadores também defendem esta corrente de pensamento, tais como: Otto Von 
Gierke e Georges Gurvitch e Duguit, que foi um grande defensor desta teoria, por ser um 
naturalista social, quando afirmava que Direito é uma força social, ou seja todo direito é 
social. 
 
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Como uma representação ilustrada, pode-se representar esta teoria da seguinte forma: 
 
 
 
 
C. TEORIA DA GRADAÇÃO DA POSITIVIDADE JURÍDICA 
Os defensores desta teoria procuram defender o pensamento de que é mais importante explicar 
as relações entre Direito e Estado. 
 
Explicam que o Direito e o Estado são duas realidades distintas, mas que no entanto são 
interdependentes. 
 
Desta forma o Estado interfere mais ou menos na esfera da sociedade conforme a repercussão 
que os problemas sociais possam afetar o “bem comum”. 
 
Autores como Giorgio Del Vecchio apresenta uma gradação da positividade jurídica, 
reconhecendo a existência de um Direito não estatal, ou seja, existem outros centros de 
determinação jurídica que não o Estado, embora este seja o principal centro de irradiação do 
Direito Positivo. 
 
Afirma ainda, que o Estado intervém muito pouco no Direito, temos o que podemos chamar 
de Estado minimalista (abstencionista), por outro lado, caso o Estado interfira muito no 
Direito, temos um Estado intervencionista. 
 
Transportamos a representação esquematizada proposta pelo mestre DE CICCO: 
 
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2. CONCEITO DE ESTADO 
Considera-se Estado em uma definição simplista como: “É uma organização político-jurídica 
de uma sociedade para realizar o bem público comum, com governo próprio e território 
determinado”. 
 
Estado – Provém do Latim, status, que significa “estar firme”. 
 
Política – Significa “a arte de governar” 
 
Acredita-se que esta denominação “Estado” surgiu primeiramente na obra de Maquiavel, em 
“O Príncipe”, meditado em 1513. 
 
 
A. ORIGEM DO ESTADO 
Sob o aspecto da época do surgimento do Estado existem três posições fundamentais: 
 
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1. O Estado, assim como a própria sociedade, sempre existiu visto que o homem 
desde que vive na terra está integrado numa organização social, dotada de poder e 
com autoridade para determinaro comportamento social de todo o grupo. 
 
2. Outros autores defendem que a sociedade existiu sem o Estado durante um certo 
período e depois, por diversos motivos, foi se constituindo o Estado para atender 
às necessidades dos grupos sociais. 
 
3. Alguns autores somente admitem como Estado a sociedade política dotada de 
certas características bem definidas, o que só ocorreu a partir do século XVII. 
 
 
B. FORMAÇÃO DO ESTADO 
Existem duas teorias sobre a formação originária do Estado: a formação natural, que afirma 
que o Estado se formou naturalmente e não por ato voluntário; a formação 
contratual, afirmando que um acordo de vontades de alguns homens ou de todos que levou 
à criação do Estado. 
 
Quanto às causas determinantes do aparecimento do Estado existem as seguintes teorias: 
 
a) Origem familial ou patriarcal 
Cada família primitiva se ampliou e deu origem a um Estado. 
 
b) Origem em atos de força, de violência ou conquista 
A superioridade de força de um grupo social permitiu-lhe submeter um grupo mais fraco, 
nascendo o Estado dessa conjunção de dominantes e dominados. 
 
c) Origem em causas econômicas ou patrimoniais 
O acúmulo de riquezas individuais deteriorou a convivência harmônica, surgindo assim a 
necessidade do reconhecimento de novas formas de aquisição da propriedade, que se 
desenvolviam umas sobre as outras, num acúmulo acelerado de riquezas que dividia a 
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sociedade em classes, sendo a classe possuidora exploradora da não possuidora, dominando-
a, nascendo a instituição Estado. 
 
d) Origem no desenvolvimento interno da sociedade 
É o próprio desenvolvimento espontâneo da sociedade que deu origem ao Estado. 
 
Independente ou não, o marco do surgimento do Estado Moderno, foi o Tratado de Paz 
de Westfália, em 1648, sendo um marco importante na história política, colocando fim à 
Guerra dos 30 anos, sendo o reconhecimento das fronteiras geográficas dos Estados europeus, 
dentro das quais estes poderiam exercer o poder de forma soberana, excluindo o poder do 
imperador e do papa e unificando a nação. 
 
 
C. ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO ESTADO 
 
ELEMENTOS MATERIAIS 
 Elementos do Estado 
 Conceitualmente são considerados três os elementos do Estado: 
 Povo 
 Território e 
 Governo. 
 
No entanto existem alguns autores que defendem que existe um quarto elemento, ou seja, a 
Soberania, que para outros autores, a soberania está integrada dentro do terceiro elemento 
que é o governo. O governo pressupõe a soberania, pois se o governo não é soberano, não 
pode existir o Estado de forma perfeita, sendo subordinado a um outro Estado. 
 
a) POVO 
Conjunto de pessoas, politicamente organizado, sob uma ordem judicial, que é a sua 
jurisdição, que controla a todos que estão no seu interior e a forma de relacionamento com 
outros povos. 
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População: é o conjunto de habitantes que vivem em um Estado. 
Nação: é uma comunidade de base histórico-cultural, com suas tradições. 
Raça: é um conjunto de caracteres somáticos, que identificam um determinado 
grupo humano, sendo transmitido hereditariamente. 
 
b) TERRITÓRIO 
É o espaço geográfico delimitado no qual o Estado exerce de maneira constante a sua 
soberania, consistindo de atividade política e jurídica abrangendo as atividades econômicas e 
morais. 
 
c) GOVERNO 
É a organização política estável, com poder soberano, que mantém a ordem interna e 
representa o Estado, no relacionamento com os demais membros da comunidade 
internacional. 
 
 
PRINCIPAIS FUNDAMENTOS DO TERRITÓRIO DO ESTADO 
Não pode existir Estado sem Território, sendo o espaço físico onde exerce a soberania e sobre 
o qual possui total autonomia. Do ponto de vista jurídico, os limites do Território são, 
terrestre, aéreo e marítimo conforme desdobramento a seguir: 
 
a) TERRESTRE 
 
 Solo 
Considera-se a porção de terra visível e delimitada por fronteiras internacionais e pelo 
mar territorial. 
 
 Subsolo 
Para compreensão, toma-se por base a porção de terra, abaixo da superfície até os 
limites possíveis do planeta. 
 
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b) AÉREO 
Considera-se o espaço aéreo imediatamente sobre a superfície do território, com seus 
contornos terrestres e inclusive acrescido da parte do mar territorial. 
 
c) MARÍTIMO 
 
 Mar Territorial 
Espaço sobre o mar cujos limites são adotados com base em Convenções 
Internacionais, sendo composto de 12 milhas marítimas como mar territorial, mais 12 
milhas de zona contígua e de 200 milhas consideradas como sendo zona de exploração 
econômica. 
 
Podem também ser considerados como extensão do território de acordo com a Constituição: 
(DE CICCO. 2012. p.49) 
 
 
a) Navios e aviões militares 
Em qualquer parte que se encontrem são considerados como parte do Estado, referente a 
bandeira que representam. 
 
 
b) Navios e aviões de uso comercial ou civil 
Em sobrevoo ou navegação de território não pertencente a outros Estados. 
 
 
c) Fronteiras 
São partes limítrofes do território brasileiro, com o território de um outro Estado e podem 
ser classificadas de duas formas: 
 
 Naturais 
São formadas por rios, montanhas e outros acidentes geográficos. 
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 Artificiais 
São compostos por linhas geométricas, por coordenadas matemáticas orientadas por 
instrumentos e também por marcos divisórios físicos, que podem ser estacas de 
concreto ou outros materiais. 
 
 
 
ELEMENTO FORMAL 
 
 Governo 
Os doutrinadores divergem sob o ponto de vista de governo, mas acabam encontrando 
um referencial em que o governo é o exercício do poder, de forma soberana e exercido 
pelo povo. O Governo é o poder do Estado, que por sua vez é dividido em funções 
exercidas em conjunto, representadas pelos Poderes Legislativo, Executivo e 
Judiciário e que devem funcionar de forma harmoniosa e independente, conforme a 
Constituição de 1988. 
 
 Soberania 
Alguns doutrinadores consideram a soberania como elemento constitutivo do Estado, 
ou outros como sendo o quarto elemento da formação do Estado. 
 
 
 
NACIONALIDADE 
Considera-se que a nacionalidade é a característica de um povo e divide-se em dois critérios: 
 
 Primários 
Que consistem em jus-soli e o jus sanguinis 
 
 Secundário 
Que consiste no processo de aquisição da nacionalidade, pela naturalização. 
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Os critérios da nacionalidade primários, jus-soli são aqueles elementos originários nascidos 
no “solo” do Estado ou o jus sanguinis que são aqueles descendentes de pais ou pessoas do 
mesmo sangue do mesmo Estado. 
 
Uma forma de transmissão da nacionalidade é pelo solo = local de nascimento e a outra forma 
de transmissão é a pelo nascimento dos filhos e a relação de descendência dos pais 
consanguíneos. 
 
Os apátridas, são elementos que por alguma razão perderam ou não possuem nacionalidade 
definida de nenhum Estado. Convenção Internacional visa minimizar os efeitos desta 
problemática situaçãoem que a pessoa se encontra. 
 
Quanto ao critério de aquisição da nacionalidade secundário é aquele previsto na 
Constituição de 1988, em seu Art. 12, II do qual resulta no processo de aquisição da 
naturalização pela prática de atos da vida civil, pela vontade do agente e pelas formas previstas 
no Estatuto do Estrangeiro – Lei 6.815. 
 
 
 
A GRANDE FINALIDADE DO ESTADO – ATINGIR O BEM COMUM 
A finalidade do Estado vem sendo discutida através dos tempos, por muitos pensadores, sendo 
que cada um argumentando um ponto de vista, como: 
 
 Hegel que acreditava que o Estado é um fim em si mesmo. 
 Hobbes afirmava que o Estado visava a segurança dos seus indivíduos ou habitantes. 
 Para Locke, o Estado representava a liberdade e propriedade de seus habitantes. 
 Rousseau defendia a tese que o Estado proporcionava a liberdade e igualdade. 
 
O grande objetivo do Estado é proporcionar bem comum a todos os indivíduos e sociedades, 
situadas no interior do seu território, para que possam atingir os respectivos fins (manter a 
ordem, defesa, promover o bem estar e o progresso da sociedade). 
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De forma simplista, pode ser entendido que o Estado seja um meio pelo qual os indivíduos e 
as forças sociais possam atingir os seus objetivos, visando proporcionar o bem comum. 
 
 
D. FUNDAMENTOS DO ESTADO 
Religiosos, jurídicos, psicológicos, etc. Pode-se afirmar que o Estado tem vários 
fundamentos, tais como: Religiosos, jurídicos, psicológicos e outros mais, dependendo do 
enfoque: 
 
 A teoria religiosa 
Explica que o Estado tem fundamento em Deus ou na providência divina. 
 
 A teoria jurídica 
Envolve a proteção do Estado em relação à família, ao patrimônio da pessoa. 
 
 A teoria da força 
Considera que o Estado é o domínio dos fortes sobre os fracos. 
 
 A teoria ética 
Indica que a vida fora do Estado não pode ser considerada válida. 
 
 A teoria psicológica 
Menciona que o fundamento do Estado está no impulso que leva os homens a se 
reunirem e viverem sob o império do Estado. 
 
 
 
E. FINS DO ESTADO 
A finalidade do Estado é assegurar a vida humana em sociedade pelo fato que o homem não 
vive isoladamente e necessita de normas que disciplinem comportamentos. Visa o “bem 
comum do povo”. 
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F. TIPOS DOS ESTADOS 
Podem ser: simples e compostos: 
 
a) Simples (ou unitário) 
É aquele que apresenta um poder único e centralizado, sendo formado por uma unidade estatal 
completa por si só. Existe apenas um Poder Legislativo, Executivo e Judiciário e todas as 
autoridades são delegações do poder central. 
 
Exemplo: França. Suíça, Portugal, Holanda, Uruguai, Chile, Paraguai, etc. 
 
 
b) Compostos (Federal) 
Possuem estrutura complexa, formada por uma coordenação ou associação de estados 
soberanos e autônomos, possuidores dos mesmos direitos, submetendo-se ao poder soberano 
e central, que os representa no plano internacional. 
 
Exemplo: Brasil, USA, etc. 
 
O Brasil é composto por ter uma divisão político administrativa em 26 Estados, 1 Distrito 
Federal e cada Estado é composto de muitos Municípios, formando a União Federal. 
 
 
 
G. FORMAS DE GOVERNO 
Monarquia e República 
 
a) Monarquia 
É o governo do soberano, que é o supremo legislador, consistindo no governo do Rei, que 
exerce o poder vitaliciamente, a sua sucessão é hereditária e possui amplos poderes ilimitados. 
 
 
 
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b) República 
Vem do latim, que significa “res pública” ou “coisa pública”, onde o povo elege os seus 
representantes, para fazer as leis importantes para a sociedade, onde o Legislativo e Executivo 
exercem mandatos temporários e a alternância de poder é obrigatória. 
 
 
 
H. SISTEMA DE GOVERNO 
Parlamentar e Presidencialista 
 
a) Parlamentar 
O Parlamento que representa o Estado, escolhe um representante que é o primeiro-ministro 
para governar e exerce a função de confiança, podendo ser destituído do cargo se não atingir 
as metas propostas. 
 
Este regime de governo apareceu inicialmente na Inglaterra, procurando descentralizar as 
funções do monarca que era absoluto, criando um conselho privado, formado pela nobreza e 
pessoas de destaque, que no entanto eram nomeados pelo próprio monarca. 
 
Com o passar dos anos, acabou sendo modificado e passou a ter mais poderes de administrar, 
passou a ser indicado um responsável, denominado de “parlamento” e exercido pelo primeiro 
ministro, que pode ser destituído pelo parlamento, caso não atenda as expectativas de governo. 
 
O chefe de governo é o primeiro-ministro e o chefe de Estado é o rei ou presidente e não 
possuem qualquer responsabilidade política. Ex. Inglaterra, Espanha (monarquias) e Itália 
(república). 
 
b) Presidencialista 
O povo elege um representante para ocupar o cargo de Presidente, durante um certo tempo 
que é o mandato. O presidente é o chefe de governo e chefe de Estado, representa o país e 
defende os interesses internos do país e escolhe ministros para auxiliar na função de 
administrar e governar. 
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Exemplar. Brasil, Estados Unidos da América. 
 
Originado da formação norte americana da Constituição, onde os poderes são 
interdependentes entre legislativo, executivo e judiciário, devendo atuar em perfeita 
harmonia. 
 
Neste caso o presidente é eleito para chefiar o Estado e o governo, não mantendo relação de 
dependência ou de responsabilidades perante o parlamento e ainda possui a liberdade de 
nomear ministros de estado para colaborar com o governo. 
 
Como característica especial, temos que a chefia do Estado e o governo são concentrados em 
uma única pessoa que é o presidente. Ele é eleito por um mandato de 4 anos, podendo ser 
renovado por igual período e não responde ao legislativo. 
 
Possui ampla liberdade para escolher os seus assessores ministeriais, que ajudam a 
administração do governo. 
 
 
 
I. REGIME POLÍTICO 
Democrático, Autocrático, Ditatorial 
 
a) Democrático 
É o governo do povo, pelo povo e para o povo. Os representantes do povo são eleitos por um 
período, através de eleições diretas, de partidos ou grupos que ocupam o poder para governar 
e temos ainda a repartição dos Poderes em Legislativo, Executivo e Judiciário, onde procuram 
fazer o melhor em cada esfera de competência. 
 
Os três poderes encontram-se na mesma linha horizontal e um poder não deve sobrepor aos 
demais. O povo pode se manifestar através de Plebiscito, Referendo e Iniciativa Popular. 
 
 
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b) Autocrático 
É o governo absoluto por uma só pessoa, que governa de forma enérgica, sobrepondo a sua 
vontade sobre todos os demais. 
 
c) Ditatorial 
É o governo de uma só pessoa, sendo soberano e a sua vontade deve ser aceita por todos. Não 
existe alternância de poder, que fica por muito tempo ocupando o cargo, até que uma 
revolução ou outro acontecimento o retire do poder. Existe a concentração de poderes em uma 
pessoa, onde a sua vontade é lei.J. SISTEMAS ELEITORAIS 
Majoritário, Proporcional e Distrital 
 
Na representação Majoritária somente o grupo que tiver a maioria ou seja, majoritário é que 
elege os seus representantes, não se importando quantos são os partidos. 
 
Se tivermos a eleição em apenas um turno, é eleito aquele que tiver a maioria de votos. No 
entanto se tiver o segundo turno nas eleições, são escolhidos os dois mais votados para uma 
nova eleição e ficará com o poder, aquele que tiver a maioria dos votos o que acaba 
favorecendo a governabilidade. 
 
Normalmente utilizado para escolher os membros do Executivo, como presidente, 
Governador e Prefeito. 
 
No sistema Proporcional todos os partidos acabam tendo a possibilidade de ter seus 
representantes, onde é estabelecida uma proporção entre o número de votos recebidos pelos 
partidos e o número de cargos obtidos. 
 
Este sistema é utilizado para eleger os Deputados Federais, Deputados Estaduais e 
Vereadores. 
 
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O Sistema Distrital é aquele que divide as zonas eleitorais em distritos, podendo o eleitor, 
votar apenas nos candidatos do seu distrito, o que acaba tendo pelo menos um representante 
por região ou distrito. 
 
A Constituição Federal de 1988, contempla o Sistema Majoritário, nos artigos 77, 28, 29, II 
e 46 (para os cargos do Poder Executivo e para Senador). 
 
Para o Sistema de Representação Proporcional a contemplação legal está no Artigo 46 (para 
os cargos do Legislativo (vereador, deputado estadual e deputado federal). 
 
Não esquecer que o Senador apesar de pertencer ao Legislativo, como trata-se de apenas 3 
senadores por Estado, são eleitos pelo sistema Majoritário. 
 
 
K. CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO 
 
Formas de Estados: 
 
a) Unitário 
 Os Poderes 
Legislativo, Executivo e Judiciário não possuem autonomia e existe uma centralização 
do Poder, que é central, que exerce a Soberania em seu território. 
 
Observa-se ainda que o Estado Unitário, pode ser composto de divisões meramente 
administrativas tais como: regiões, condados, províncias e cidades. 
 
 Federal 
Existe a descentralização do Poder, compondo os três Poderes, onde os Estados 
possuem autonomia, mas não possuem a Soberania. 
 
É formado pela união de vários Estados, que agrupados, formam a Federação. 
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L. CONFEDERAÇÕES 
 
 Conceito 
É a união de Estados soberanos, que se reúnem com um determinado objetivo, por 
meio de um tratado internacional. 
 
Exemplo. ONU, Mercosul, Nafta, União Europeia, etc. 
 
Observa-se que a Confederação é uma forma instável de união política, em virtude da 
associação só existe, enquanto existir a vontade dos Estados em se manterem 
agrupados, enquanto houver interesses e estes Estados não abrem mão de sua 
soberania. 
 
 
M. TIPOS DE DEMOCRACIA 
Direta, Indireta e semi-direta. 
 
a) Democracia Direta 
Também denominada de Democracia Pura Ideal, é aquela onde os cidadãos decidem 
diretamente cada assunto por votação direta (escolha). 
 
Este modelo de Democracia nos dias atuais é praticamente inviável, dado a grande quantidade 
de pessoas que compõem as cidades e se para cada assunto a ser tratado, precisaria ser 
submetido ao voto de todos o que seria muito complicado, pois quando foi utilizado em 
Atenas, a população era pequena. 
 
b) Democracia Indireta 
É exercida por representantes do povo, escolhidos periodicamente por meio de votação, sendo 
também chamada de democracia representativa, que pode ser Democracia Representativa 
Tradicional e Democracia Representativa por partidos. 
 
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c) Democracia semi-direta 
Pode ser considerada como um meio termo entre a Democracia Representativa Pura e a 
Democracia Representativa, no entanto alguns institutos de participação do povo nas decisões 
do governo, ou seja “o povo participa diretamente de algumas decisões políticas”. 
 
Esta forma foi empregada pela Constituição Federal de 1988, quando no Art. 1º parágrafo 
único e no Art. 14, em seus incisos I, II e III e no parágrafo 2º, estabeleceu alguns institutos 
da Democracia Semi-Direta. O conceito de participação é fundamentado na existência de 
um vínculo entre o povo e o poder”, constante da Democracia Semi-direta, quando revela as 
manifestações da democracia participativa, onde são combinados os institutos da democracia 
direta e indireta, onde temos: o Plebiscito, o Referendo e a iniciativa popular. 
 
 Plebiscito 
Art. 14, I, Plebiscito e Art. 2º ADCT, quando da possibilidade de escolha pelo 
povo, da forma (república ou monarquia constitucional) e o sistema de governo 
(parlamentarista ou presidencialismo) que deveriam vigorar no país, von a votação 
popular, depois da Constituição de 1988, estar 5 anos em vigência e que o povo 
votos e preferiu manter a República e o Presidencialismo. 
 
 Referendo 
Considera-se como sendo a convocação do povo, para que vote e opine sobre a 
aprovação ou não de uma ação ou ato de grande importância nacional, como 
tivemos a votação que rejeitou o “estatuto do desarmamento”. 
 
 Iniciativa Popular 
Está prevista na Constituição, no Art. 61, parágrafo 2º da Constituição, sendo a 
forma pela qual o povo se une por um ideal comum, coleta uma grande quantidade 
de assinaturas e apresenta um projeto de lei de seu interesse, diretamente na 
Câmara, para ser apreciado e votado. 
Exemplo: Lei 8930/94 que tratou da “Ficha Limpa” dos candidatos à disputarem 
uma eleição. 
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SISTEMA POLÍTICO BRASILEIRO 
FORMA DE ESTADO ESTADO FEDERAL 
FORMA DE GOVERNO REPUBLICANO 
REGIME DE GOVERNO PRESIDENCIALISTA 
REGIME POLÍTICO DEMOCRÁTICO 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA PESQUISADA 
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. 32.ed. São 
Paulo:Saraiva. 2014. P.59 
FILOMENO, José Geraldo Brito. Manual de Teoria Geral do Estado e Ciência Política. 7.ed. 
Rio de Janeiro: Forense Universitária. 2009. P. 58 
KELSEN, Hans. Teoria Geral do direito e do Estado. 3.ed. Trad. Luís Carlos Borges. São 
Paulo: Martins Fontes. 1998, p. 261 e ss 
BONAVIDES, Paulo. Teoria do Estado. 5.ed. São Paulo: Malheiros. 2004. p.27 
BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. 10.ed. São Paulo: Malheiros. 2003.p.149 
AZAMBUJA, Darcy. Teoria Geral do Estado. 37.ed. São Paulo: Globo. 1997. 
BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Teoria do Estado e Ciência Política. 6.ed. São Paulo: Celso 
Bastos. 2004. P. 41 
SAHID, Maluf. Teoria Geral do Estado. 25.ed. São Paulo: Saraiva. 1999. P2. 
BOBBIO, Norberto. Estado Governo Sociedade ´Para uma teoria geral da política. 9.ed. São 
Paulo: Paz e Terra. 2001. 
DE CICCO, Cláudio de, GONZAGA, Álvaro de Azevedo. Teoria Geral do Estado e Ciência 
Política. 5.ed. São Paulo:Revista dos Tribunais. 2013. P43 
SOARES, Ricardo Maurício Freira. São Paulo: Saraiva. 2013; 
LOPES, André Luiz. Noções de Teoria d Estado. Belo Horizonte. 2013 
Direito Constitucional Esquematizado. Pedro Lenza, São Paulo: Saraiva. 
53 
 
 
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TEMA TGE 05 
O ESTADO E DIREITO 
 
O PODER DO ESTADO 
Ao efetuarmos

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