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21/09/16 - Introdução ao SN - aula 7 O SN nervoso é uma rede de comunicações, transforma qualquer coisa do meio ambiente num impulso, numa forma de comunicação. Isso rege todo o funcionamento interno do organismo e capacita o organismo a se ajustar a alterações do meio (estações do ano, forma de tratamento do animal, nutrição etc). Contém componentes sensoriais que detectam alterações ambientais, componentes motores que efetivam a resposta e componentes conectores. Possui como funções detectar, transmitir, analisar e utilizar informações geradas por estímulos sensoriais externos e internos (calor, luz, etc). Ex: com mais calor e mais luz, há mais engorda dos animais. Também organiza e coordena o funcionamento do organismo. Responsável pela fonte da consciência (resposta à estímulos), sensações (frio, calor, medo, etc), movimento voluntário, pensamento, memória, aprendizado, predição, emoção, comportamento cognitivo, controla as atividades reflexas autônomas e endócrinas. O SN/rede de comunicações inclui comportamentos: - Sensoriais: em relação a eventos ambientais - Integrativos: detectam os sensoriais e armazenam na memória - Motores: geram movimento, secreção, etc. E é dividido em SNC e SNP. Os componentes sensoriais e motores interagem através dos integradores em comunicação com o meio ambiente. Neurônio: Efetivamente conduzem a informação. Sua forma varia de acordo com a localização, mas todos possuem corpo celular(contém o núcleo), dendritos (estabelecem conexões), axônio, terminação pré-sináptica e bainha de mielina (responsável por conduzir o impulso rapidamente). O neurônio faz a recepção, transmissão e processamento de estímulos e liberam substâncias (neurotransmissores) em suas terminações, que se ligam nos seus receptores, gerando um estímulo inibitório ou excitatório quando abrem e fecham canais iônicos. Esses neurotransmissores têm composições variadas, mas são principais a acetilcolina e noradrenalina. Corpo celular: recebem os estímulos excitatórios e inibitórios das células. É onde estão as coisas vitais da célula, tem funções muito especializadas, comandando a célula. Algumas literaturas tratam o corpo celular do neurônio como uma estrutura a parte. Possui núcleo, corpúsculos de Nissl, microtúbulos e cone de implantação. Dendritos: aumentam a superficie celular e a capacidade de receber estímulos. São também chamados de terminações nervosa, é neles onde ocorre a troca de impulsos. Axônios: responsável pela propagação do estímulo nervoso, só tem 1 por neurônio, mas podem ter até 2m de comprimento. Podem ser recobertos ou não por mielina. Sua porção final é chamada de telodendro (SNP). ● Transporte axonal: se dá através de neurotransmissores, toxinas, vírus ou organelas (migrações através de microtúbulos, mas não necessariamente acontece pelo neurônio inteiro). ○ Fluxo anterógrado: pode ser rápido através de vesículas, enzimas etc ou lento através de proteínas. ○ Fluxo retrógado: Rápido (proteína dineína): fator de crescimento, enzimas. É importante em patologias (vírus da raiva, toxina tetânica), na maioria das vezes significa invasão da célula. Agrupamento de neurônios: os corpos celulares se agrupam em substância cinzenta, os axônios em substância branca. No córtex, a substância branca é no interior (corpos envolvendo os axônios), na medula é no exterior (axônios envolvendo corpos). A parte que “comanda” a célula são os corpos celulares, portanto é ela que precisa ficar mais protegida. No caso do cérebro, o crânio protege, na medula não, por isso há a inversão. Existem diferentes tipos de neurônios: unipolar, bipolar e multipolar, sendo a maioria este último. O fluxo deles pode ser aferente (recebe a informação) ou eferente (produz a resposta). Pode voltar pro mesmo lugar, como a resposta de um estímulo de calor. Sinapses químicas elétricas:. Resumo de Fisiologia P2 - Blenda Fernandes *tipos de contato. Obs: aumento no período refratário causa retardo, a pessoa fica mais “lerda”. Condução saltatória: há bainha de mielina interrompida pelos nódulos de Ranvier. Há despolarização da membrana e o estímulo repolariza somente nos nódulos. Células gliais ou neuróglias: são células de sustentação. No cérebro elas estão 10x mais presença que os próprios neurônios e constituem 90% as células do SNC. Tem como funções produção de bainha de mielina, modulação do crescimento neuronal (se crescer demais forma tumores), tamponamento de [ ] extracelulares de eletrólitos e neurotransmissores, respostas imunes, sinapses. Astrócitos: fazem a sustentação e isolamento dos neurônios, também fazem a regulação do microambiente e armazenamento do glicogênio (não pode ficar sem). Oligodendrócitos: Poucos dendritos, revestem células do SNC, participam em fazer a bainha de Mielina Micróglia: removem restos celulares; Células do epêndima: Dividem o SNC (cérebro e medula espinhal) e os ventrículos, fazem a produção do líquido céfalo-raquidiano. Sendo o simpático regido por receptores e neurotransmissores adrenégicos e o parassimpático colinérgico (acetilcolina rege) SNC: É protegido completamente por ossos. Sendo o encéfalo protegido pelo crânio e a medula espinhal pela coluna vertebral, ligg cervicais, torácicos, lombares. SNP: constituido de nervos espinhais e cranianos que conduzem sinais elétricos para o SNC ou a partir deste, se forem sensoriais ou motores (aferentes ou eferentes) NERVOS ESPINHAIS E CRANIANOS; Função motora: Neurônios eferentes somáticos levam o PA do SNC para as junções neuromusculares. Já os neurônios eferentes viscerais conduzem o PA em direção a sinapses com neurônios periféricos (controlam musculatura lisa, cardíaca e glandular) Componente sensorial: possuem neurônios aferentes somáticos e viscerais, que é o mínimo necessário para ter funções vitais. Os neurônios aferentes somáticos conduzem o PA de receptores estimulados ao SNC. Receptores nos órgãos viscerais (quimiorreceptores) levam a informação ao SNC através de axônios aferentes viscerais. Os axônios viscerais aferentes e eferentes participam do controle involuntário (SNA). Eles convergem para formar um único nervo espinhal, atravessam os forames intervertebrais, saem e no canal espinhal existem axônios sensoriais aferentes axônios motores eferentes (raízes dorsais e ventrais). O SNP tem gânglios, que são os neurônios fora do SNC. “Nervos são cordões esbranquiçados, compostos de fibras nervosas e tecido conjuntivo que unem o sistema nervoso aos órgãos” . São divididos em nervos cranianos (12 pares) e nervos espinhais (31-33 pares). Resumo de Fisiologia P2 - Blenda Fernandes NERVOS CRANIANOS: são 12 pares que fazem conexão com o encéfalo. São os mais fáceis de acessar pelo exame clínico. A maioria se liga ao tronco encefálico, exceto o nervo olfatório (se liga no telencéfalo) e nervo óptico (diencéfalo). Os nervos sensoriais e motores servem a pele, músculos da cabeça e pescoço, e órgãos dos sentidos especiais são denominados pelo nome e por números em sequência crânio-caudal. (desnecessário decorar, mas saber a interação de um com outro). Componentes aferentes: receptores de órgãos como visão, audição, gustação e olfação (são ditos “especiais” pois tem órgãos especializadoscom células diferenciadas pra receber) e nas demais partes do corpo são chamados “gerais” ● Componentes aferentes somáticos possuem função geral de sensibilidade tem origem nos exteroceptores e proprioceptores (temperatura, pressão, tato e propriocepção) e os especiais (audição, visão e equilíbrio) com origem na retina e ouvido interno ● Componentes aferentes viscerais também são gerais de sensibilidade e tem origem nos viscerorreceptores (dor visceral). Os especiais (gustação e olfação) acabam se tornando uma defesa do organismo. ● Componentes eferentes somáticos: geral é muscular e motor, M. esquelético. ● Componentes eferentes viscerais: geral é glândulas, m. liso e cardíaco. Já as específicas são laringe e faringe. 1) NERVO OLFATÓRIO: são pequenos feixes nervosos que originam-se na região olfatória de cada fossa nasal, atravessam o etmóide, terminam no bulbo olfatório. Tem função sensitiva e aferentes viscerais. 2) NERVO ÓPTICO: Feixe grosso de fibras nervosas que originam-se na retina. É sensitivo, gera impulsos visuais. Tem como classificação aferente somático especial. 3) N. OCULOMOTOR 4) N. TROCLEAR e 6) N. ABDUCENTE São nervos motores, penetram na órbita e distribuem-se aos músculos extrínsecos do globo ocular (fibras eferentes somáticas) a) N. oculomotor – inervação pré-ganglionar dos músculos intrínsecos do bulbo ocular como o esfíncter da pupila (compomentes eferentes viscerais gerais). Faz a abertura palpebral e o reflexo pupilar contra-lateral. Uma lesão nesse músculo causa impossibilidade de mover o bulbo ocular para cima, para baixo e em direção medial; desvio do bulbo ocular em direção lateral (estrabismo divergente), ptose palpebral (paralisia do músculo elevador palpebral); Midríase (ação do músculo dilatador da pupila) b) N. abducente: caso lesionado há paralisia do músculo reto lateral do lado da lesão, impede o movimento de abdução. Os movimentos dos 2 olhos deixam de ser conjugados (diplopia). 4) N. TROCLEAR 5) N. TRIGÊMIO: é um nervo misto. Possui 3 ramos (oftálmico, maxilar e mandibular). Confere sensibilidade somática geral de grande parte da cabeça, através das fibras aferentes somáticas gerais (impulsos exteroceptivos e proprioceptivos). a) Impulsos exteroceptivos (TºC, pressão, dor, tato): Pele da face e da fronte -conjuntiva ocular -mucosa da cavidade bucal, nariz e seios paranasais -dentes -2/3 anteriores da língua -maior parte da dura-máter b) Impulsos proprioceptivos originados em receptores localizados nos músculos da mastigação e na articulação temporomandibular. 6) N. ABDUCENTE 7) N. FACIAL: possui uma raiz motora (n. facial propriamente dito) e uma raiz sensitiva e visceral (nervo intermédio). As fibras eferentes viscerais são especiais e gerais. Emite ramos para músculos mímicos, estilo-hióide e digástrico e inerva todas as glândulas maiores da cabeça (exceto a parótida). a) Fibras eferentes viscerais gerais fazem a inervação das glândulas: lacrimal, submandibular, sublingual b) Fibras aferentes viscerais especiais recebem impulsos gustativos originados nos 2/3 anteriores da língua Lesão no nervo facial causa paralisia facial periférica, que gera paralisia total dos músculos da expressão facial na metade lesada (perda do tônus). Pode ocasionar vazamento de saliva pelo ângulo da boca lesado, desvio da comisura labial para o lado normal, paralisia do músculo orbicular dos olhos (abertura permanente da pálpebra), incapacidade de soprar, assoviar, pestanejar e enrugar o lado correspondente da testa. Resumo de Fisiologia P2 - Blenda Fernandes 8) N. VESTÍBULO-COCLEAR: é sensitivo. Uma parte é vestibular e outra coclear. O vestibular é relacionado ao equilíbrio, receptores vestibulares do ouvido interno e o coclear, relacionado a audição (fica situado na cóclea). Possui fibras aferentes somáticas especiais. Um lesão no nervo vestíbulo-coclear causa redução da audição, vertigem, alterações de equilíbrio, enjôos e nistagmo (pode ocorrer em lesões cerebelares ou vestibulares). 9) N. GLOSSOFARÍNGEO: Nervo misto. As fibras aferentes viscerais gerais são responsáveis pela sensibilidade do terço posterior da língua, tonsila, tuba auditiva, seio e corpo carotídeos. Pertencem ao sistema parassimpático e inervam a glândula parótida. Lesões nesse nervo causam nevralgia (dor na faringe, terço posterior da língua) 10) N. VAGO: maior dos nervos cranianos, é misto e visceral. Tem ramos que inervam a laringe, faringe, inervação autônoma de vísceras torácicas e abdominais. As fibras aferentes viscerais gerais geram impulsos da faringe, laringe, traquéia, esôfago, tórax e abdômen. As eferentes viscerais gerais fazem nervação parassimpática de vísceras torácicas e abdominais e as fibras eferentes viscerais especiais inervam os músculos da faringe e laringe 11) N. ACESSÓRIO: Possui uma raiz craniana e uma espinhal (duas ramificações bem distantes). Se divide no forame jugular em ramos interno e externo (não precisa saber essas partes anatômicas). As fibras eferentes viscerais especiais inervam m. da laringe através do nervo laríngeo recorrente e as eferentes viscerais gerais inervam vísceras torácicas junto com fibras vagais. 12) N. HIPOGLOSSO: Motor. Inerva os músculos intrínsecos e extrínsecos da língua (eferentes somáticas). Lesões nesse nervo causam paralisia musculatura de metade da língua, causando desvio da língua para o lado lesado. Inervação da língua: 1. Nervo trigêmeo: sensibilidade geral nos 2/3 anteriores 2. N. facial: sensibilidade gustativa nos 2/3 anteriores 3. N. Glossofaríngeo: sensibilidade geral e gustativa no 1/3 posterior 4. N. hipoglosso: motricidade NERVOS ESPINHAIS: São de 31 a 33 pares. Fazem a inervação de tronco, membros e parte da cabeça. Dermátomos: território cutâneo inervado por fibras de uma única raiz dorsal (São de 7 a 8 na região cervical, a partir da torácica só tem uma que inerva tudo). Regeneração: os nervos crescem de forma lenta, não regeneram de forma eficiente, é muito mais difícil, mas ambos tem capacidade regenerativa após lesão física. Mesmo após uma degeneração walleriana (secção do nervo). SNC: é dividido em 6 regiões principais onde há uma hierarquia de organização funcional: (28/08/16) Continuação Medula espinhal: recebe informações sensoriais do tronco e membros, que a processa e gera uma resposta motora. Tronco cerebral: cérebro anterior (neurônios sensoriais e motores), faz a inervação da face e da cabeça. Cérebro anterior: Capaz de enviar comandos motores diretamente para a medula espinhal. Com isso tudo, para ajudar na resposta há feixes de axônios que correm de um local a outro do SNC chamados de tratos. MEDULA ESPINHAL: região mais caudal do SNC. Axônios sensoriais da raiz dorsal conduzem o potencial de ação da medula através de receptores sensoriais. Os corpos celulares e dendritos dos neurônios motores tem axônios que saem da raiz ventral e inervam mm. esquelético e liso. Possuem tratos que conduzem informações sensoriais ao cérebro e comandos motores do cérebro para neurônios motores. Podem controlar reflexos simples, como de estiramento e de retirada. Resumo de Fisiologia P2 - Blenda Fernandes MEDULA OBLONGA:Rostral em relação a medula espinhal. Os nervos cranianos levam informações a partir de receptores sensoriais a medula oblonga, que envia comandos motores a m. liso e esquelético. Os receptores e músculos se localizam no pescoço e cabeça. Há nesse local agregados de corpos celulares de neurônios (núcleos de nervos cranianos sensoriais ou motores), que tem papel importante em funções vitais, aspectos da alimentação e vocalização. PONTE: Rostral a medula oblonga. Contém corpos celulares de grandes quantidades de neurônios e transmitem informações do córtex ao cerebelo. É responsável pelo movimento coordenado, preciso e uniforme e aprendizado motor. Os núcleos de nervos cranianos recebem informações sensoriais de toque facial e controle motor da mastigação, se houver algum problema de mastigação ou insensibilidade ao toque facial pode ser um problema nessa região. MESENCÉFALO: Rostral a ponte. Contém colículos superior e inferior, é responsável pelo processamento e retransmissão de informações visuais e auditivas. Os núcleos de nervos cranianos controlam movimento ocular, constrição da pupila e reflexos oculares específicos. A medula manda e recebe do cérebro e tronco, e os outros a mesma coisa, se relacionando. A formação reticular possui núcleos e projeções axonais, e essa interação das 3 partes é responsável pela modulação da consciência, despertar, percepção da dor, reflexos espinhais, movimento DIENCÉFALO: Contém tálamo e hipotálamo. O tálamo faz a retransmissão para o córtex cerebral além de ser um modulador de informações que estão sendo passadas ao córtex. O hipotálamo regula o SNA e controla a secreção hormonal da hipófise. É importante em aspectos fisiológicos e comportamentais da homeostasia. TELENCÉFALO: Comumente chamado de “hemisférios cerebrais”. Contém o córtex cerebral, gânglios basais e hipocampo. O córtex cerebral medeia informações complexas de integração sensorial e percepção sensorial consciente e movimento voluntário. Os gânglios basais possuem uma coleções de núcleo, modulam as funções motoras do córtex cerebral. E o hipocampo tem papel importante na memória e aprendizado espacial. É uma das poucas regiões do cérebro em mamíferos adultos onde nascem novos neurônios. O SNC está envolvido e protegido pelas meninges e membranas protetoras: pia-máter (camada mais íntima, unida a superfície externa do cérebro e medula espinhal), aracnóide (aspecto de teia de aranha, aprisiona o líquor entre ela e a pia-máter, formando o espaço subaracnóide) e dura-máter (mais externa e mais espessa, no crânio geralmente fundida a superfície externa óssea). Líquido cefalorraquidiano (LCR) ou Líquor: líquido transparente, incolor, presente no espaço sub-aracnóide, canal central da medula espinhal e forma o sistema ventricular do cérebro. Precisa estabelecer uma pressão, gerando um tônus cerebral, que mantém as estruturas até fisicamente. Realiza também trocas com o LEC do SNC, absorve choques durante movimentos abruptos e é um controlador do microambiente neuronal, remove resíduos metabólicos e fornece nutrientes (controla o que entra e o que sai). Importante ferramenta diagnóstica. LCR comunica-se com LEC produzido pelo plexo coróide localizados 80% nos ventrículos (3 e 4º ventrículo e ventrículos laterais). As células ependimais e tecido cerebral são responsáveis por 20%, e fazem nutrição e sustentação. O 4° ventrículo tem a abertura para o espaço subaracnóide O líquido circula pelo espaço sub-aracnóideo, irrigando encéfalo e medula. A remoção dele se dá pelas vilosidades aracnóides. A velocidade de produção é de 0,35 ml / minuto e o volume total é “removido” 4 X ao dia. Uma obstrução na saída do LCR causa alta pressão intracraniana. Animais jovens e adultos desenvolvem casos de hidrocefalia (fica cabeçudinho). Resumo de Fisiologia P2 - Blenda Fernandes BARREIRA HEMATOENCEFÁLICA (BHE): é uma barreira protetora de natureza seletiva devido aos vasos sanguíneos no SNC, possui células justapostas. Ela tem variabilidade da composição sanguínea, restringe o acesso de certas substâncias ao SNC, contribui para a estabilidade neuronal e da neuróglia e possui capilares cerebrais, que são altamente seletivos e junções firmes. Moléculas pequenas, sem cargas, lipossolúveis, não ligadas a proteínas plasmáticas são geralmente o que consegue passar. Possui transportadores específicos. Qualquer problema que faça com que a integridade da barreira seja comprometida pode causar derrames, traumas e doenças neuroinflamatórias. O SN reúne informações sensoriais a partir do ambiente, integra consciente ou inconscientemente para realizar uma resposta e produz a resposta motora. Já o SNP reúne informações sensoriais e excuta a resposta motora, sendo que é o SNC que realiza a integração. Neurônios motores superior e inferior, Cerebelo e Sistema vestibular - aula 8 Todo animal possui uma marcha própria. Essa marcha se inicia por impulsos do córtex cerebral para o controle voluntário e coordenação fina. Somam-se influências do cerebelo, sistema vestibular e medula espinhal. Introdução: pacientes veterinários: a doença neurológica geralmente vai se mostrar por anormalidade na postura e locomoção, bem como de atitude. Os objetivos para encontrar ou descartar a doença neurológica são a localização, extensão e a causa da lesão. Com isso surgem os neurônios motores superiores ou inferiores, que estão na junção neuromuscular e músculo esquelético. NEURÔNIO MOTOR INFERIOR ou motor alfa (α): possui corpo celular e dendritos que saem do SNC (do corno ventral da substância cinzenta da medula espinhal), tem núcleos de nervos cranianos no tronco encefálico. O axônio se prolonga, passa por nervos periféricos, faz sinapse nas fibras musculoesqueléticas extrafusais. Transmite informação motora aos músculos e faz a manutenção do tônus muscular. Sinais clínicos: Paralisia ou paresia: há algo impedindo que os potenciais de ação cheguem a placa motora. Tem um estímulo central, mas não chega no músculo. Geralmente este tipo de lesão gera uma paralisia flácida (completa) onde não ocorre contração muscular alguma. Na paresia (paralisia incompleta) nem todos os axônios do neurônio motor inferior estão afetados (acontece pois o músculo pode ser inervado por mais de um nervo espinhal). Atrofia: redução ou perda da massa musculoesquelética, distal a lesão do NMI. Ocorre alguns dias após o trauma e causa redução da frequência do estímulo muscular (reduz a síntese protéica e também proteólise). Perda de reflexos segmentares e intersegmentares: há arco reflexo quando tem um neurônio motor viável. Quando não ocorrem reflexo de estiramento, ocorre uma hipo ou arreflexia. Alterações eletromiográficas. NEURÔNIO MOTOR SUPERIOR (NMS): inicia a atividade motora e influenciam os inferiores, transmitindo a atividade para eles e modula o NMI (inibindo). Ele tem 3 subgrupos: piramidal (córtex-bulbo-pirâmide), extrapiramidal (não passam pela pirâmide) e cerebelo. Esse neurônio emite longo axônio, passa pela medula espinhal, faz a sinapse e depois inerva o NMI. Origem nas vias corticoespinal, corticobulbare tronco encefálico motor do encéfalo. Envia axônios que descem pela medula espinhal ou para o tronco cerebral e só depois controlam os NMI. Piramidal: movimento voluntário, hábil, aprendido é mais desenvolvido em humanos e primatas (mas também pode ser visto em outros animais). Tem 3 grandes vias axônicas: - Trato corticoespinal: córtex → ME contralateral → NMI - Trato cortico-bulbar: córtex-bulbo → NMI do tronco cerebral → inerva os mm. da cabeça. - Trato corticopontinocerebelar: córtex → ponte → córtex cerebelar Lesão do sistema piramidal gera fraqueza muscular contralateral a área lesada, ou seja, uma hemiparesia. Extrapiramidal: tem importância , pois inicia o tônus muscular postural, antigravitacional e subconsciente, ou seja, o animal pode nem perceber que saiu da sua posição, que a posição volta. Relacionado também com a coordenação de movimentos de cabeça, olhos e observação do movimento de um objeto. Resumo de Fisiologia P2 - Blenda Fernandes Os tratos começam no tronco encefálico e terminam na medula espinhal: - Trato reticulo-espinal: inicia na formação reticular no bulbo, ponte e mesencéfalo e vai ter núcleos e fibras (centro do vômito, respiratório e vasomotor). - Trato vestibulo-espinhal: começa no núcleo vestibular do bulbo. - Trato tecto-espinhal: começa no tecto visual do mesencéfalo e termina na medula cervical. Faz a coordenação reflexa dos movimentos da cabeça e dos olhos durante a observação de um objeto em movimento. - Trato rubro-espinhal: começa no núcleo rubro do mesencéfalo. Influencia NMI para músculos mais distais. movimentos voluntários instintivos nos animais irracionais. - Retículo-espinhal e vestíbulo-espinhal> ligados aos músculos próximos da coluna vertebral, contribuem pro tônus postural antigravitacional. Faz movimentos voluntários instintivos nos animais irracionais. CEREBELO: coordena movimentos iniciados pelos subgrupos anteriores. Compara o movimento pretendido com o movimento real e os ajusta. É dividido em 3 partes: - Vestibulocerebelo: ajuda a coordenar o equilíbrio e os movimentos oculares. Problemas no cerebelo causam movimentação estranha nos olhos; - Espinocerebelo: ajuda a coordenar o movimento estereotipado (locomoção e reações posturais) e o tônus muscular - Cerebrocerebelo: coordena a programação de movimentos dos membros, relacionado com movimentos não estereotipados, como por exemplo ensinamentos e treinamentos. Sinais clínicos: são diferentes dos NMI, porém algumas semelhanças, como movimento inadequado, diferentes graus de fraqueza, convulsões, rigidez, andar em círculos, etc. Há ausência de atrofia, o NMI(alfa) fica intacto Reflexos segmentares: circuito do arco reflexo não interrompido, sem estar interrompido há reflexo de estiramento de retirada (pinçamento de dedo). Se tiver NMI ausentes ou deprimidos, não vai ter esse reflexo. Numa doença do cerebelo o NMI e o circuito do arco reflexo tem que estar intacto. Um problema no NMS tem efeito inibitório sobre os reflexos espinhais, ou seja, vai ter uma redução do efeito inibitório, o que causa estimulação: hiper-reflexia, hipertonicidade e paralisia espática. Uma eletromiografia mostraria normal, pois não há atrofia e NMI estão intactos. PATOLOGIAS COM SEDE NO CEREBELO: causam distúrbios dos movimentos ou ataxia. Isso gera afastamento dos membros (marcha em base ampla ou cavalete) ou cruzamento destes durante a marcha. Deve-se a dificuldade do espinocerebelo e vestibulocerebelo em coordenar o equilíbrio do esqueleto axial. DISMETRIA: Passo de Ganso e dificuldade de por o focinho em ponto especifico devido a incapacidade de coordenar o movimento pretendido com o real. Consideram-se as hipermetrias (levantar demasiadamente os membros para a marcha) ou hipometrias (movimento diminuído, insuficiente). NISTAGMO: descontrole dos movimentos oculares; TREMOR: tremor que agrava com o movimento. Caso clínico I: Pastor alemão com vacinas e vermífugos em dia, possui histórico de briga com um guaxinim 48 horas após a briga, teve paralisia ascendente (fraqueza, falta de movimentos voluntários), mas movimenta a cabeça e controla a bexiga. Não suporta os membros, tem FR elevada, normorexia, normodipsia. Há atrofia nos 4 membros, tórax a abdomên. Os reflexos patelar, tibial cranial, isquiático diminuidos. Possui resposta a dor pronfunda e o hemograma a bioquímicos normais. ➢ Trata-se de um problema nos NMI, pois apresenta atrofia e reflexos diminuídos. É polirradiculoneurite, provavelmente contraiu o vírus do guaxinim. Esse vírus migra pelos nervos e afeta os NMI. Resumo de Fisiologia P2 - Blenda Fernandes Caso clínico II: Basset hound, 5 anos de idade. Apresenta dor, fraqueza progressiva de MP. Está alerta, responsivo a estímulos. Sustenta-se nos MA, mas não apresenta atrofia aparente. Possui reflexo de nervos cranianos e em MA e MP normais. Propriocepção normal nos MA e ausente nos MP. Hemograma e bioquímico normal. ➢ É DDIV (doença do disco intervertebral), que causa problema nos NMS. Isso é possível afirmar pois não tem atrofia e os reflexos estão normais. Sistema motor pega a informação neural e converte em energia física. Pega o movimento dividido em duas grandes formas gerais: - aprendida, voluntária, consciente, hábil, com a contração de músculo flexor; - atividade postural, antigravidade, subconsciente, involuntária, através da contração músculo extensor. Organização hierárquica: Movimentos mais simples saem das porções mais caudais do SNC e os mais complexos e precisos saem das regiões mais rostrais. MEDULA ESPINHAL: está num nível mais caudal, inervando músculos do tronco e membros. O neurônio motor inferior inerva várias fibras de um único músculo (unidade motora). Corpos celulares são aglomerado de neurônios motores. Saem do corno ventral da substância cinzenta da medula espinhal. Os músculos distais possuem aglomerados posicionados lateralmente e a musculatura axial e proximal posicionados medialmente. Reflexos mais simples são organizado na medula espinhal e pode sofrer influência de partes mais rostrais. A hierarquia está baseada nos tratos nervosos no controle motor, que são 4 principais: rubroespinhal, reticuloespinhal, tectoespinhal e vestibuloespinhal. Na foto, principais estímulos, porém as setas podem ser cruzadas. Núcleo vermelho é uma região do tronco encefálico que possui o grau mais alto de hierarquia e tem preferência sobre os outros estímulos. Olhos ouvidos boca e nariz enviam informação pras musculaturas axial e proximal. Não precisa decorar, só lembrar que há 4 principais tratos. Sistema extrapiramidal: são vias motoras eferentes do tronco encefálico. O controle da musculatura do membro distal se dá pelo rubro espinhal (movimentos hábeis e voluntários). Manutenção involuntária, ajuste da postura, reflexos de orientação da cabeça é pelo retículo, tecto e vestibuloespinhal (musculatura axial e proximal). Eles têm gânglios da base e cerebelo. Ou seja, cada um dos núcleos é um conjunto de canais de transporte, como se fosse um cabo que vai do NMI pra enviar a resposta. As vias motoras eferentes do tronco encefálico é a medula espinhal. Resumo de Fisiologia P2 - Blenda Fernandes Vias motoras mediais eferentes do tronco encefálico: mantem de maneira subconsciente o corpo em posição ereta contra a força da gravidade e o controle involuntário da musculatura axial e proximal impedem que o animal caia. Quem faz isso são os reticuloespinhal (responsáveis pelo tônus muscular) e vestibuloespinhal (ativação dos músculos frente a desestabilização do corpo). TRATO RETICULO ESPINHAL: origina-se de corpos celulares na formação reticular (tem uma rede de núcleos e axônios). Além de via motora eferente medial que é importante na modulação da consciência,despertar e atenção. Essas porções que se originam em céls de núcleos reticulares da ponte fazem a excitação de NMI e os núcleos reticulares da medula fazem inibição de NMI. Também recebem informações sensoriais, fazem percepção da dor, respiração e atividade circulatória TRATO VESTIBULOESPINHAL: origina-se de corpos celulares no complexo nuclear vestibular, fica ventral ao 4o ventrículo, recebem impulsos do 8o nervo craniano e recebem informação sensorial do aparelho vestibular da orelha interna. Faz ajustes compensatórios a distúrbios da postura, efeito antigravidade. Aparelho vestibular: informação sensorial da posição da cabeça em relação a gravidade (posição do corpo e distúrbios do equilíbrio), também recebe estímulos do cerebelo. *a cachorrinha branca tinha problema aqui. TRATO TECTOESPINHAL: está envolvido na orientação do reflexo de cabeça em direção ao estímulo ambiental, céls localizadas nos colículos rostrais (mesencéfalo). Processa informação visual, auditiva, e de posição do estímulo no ambiente. Há movimentos de reflexos rápidos do olho em relação ao estímulo e movimento de cabeça em direção ao estímulo. Se projetam até a região de medula cervical (controla a musculatura que move a cabeça).Musculatura axial e proximal. TRATO RUBROESPINHAL: via motora eferente lateral. Faz controle unilateral dos músculos dos membros distais e movimentos hábeis das extremidades. Axônios originam-se nas células do núcleo vermelho do mesencéfalo, recebe estímulos eferentes de níveis superiores do sistema motor no córtex cerebral e faz controle hábil e movimentos voluntários. Córtex motor → núcleo vermelho → NMI medulares O núcleo vermelho também recebe influência cerebelar. TRATO CORTICOESPINHAL (piramidal): porção hierárquica do sistema motor superior ao tronco encefálico, se sobrepõe aos outros. A região cortical é capaz de estimular indiretamente NMI na ME e os tratos corticoreticuloespinhal e corticorubroespinhal. A via direta do córtex para a substância cinzenta da medula são“trato corticoespinhal” ou “trato piramidal”, é responsável por movimentos mais elaborados e de maior destreza. (Todos os tratos participam disso de movimento mais elaborado e tal). Portanto: os movimentos mais simples são processados pelas porções mais caudais do SNC, e os mais complexos e precisos, pelas regiões mais rostrais. Os músculos de tronco e membros são inervados a partir da medula espinhal (nível mais caudal), pois é o caminho que os neurônios tem que fazer pra inervar a placa motora nas porções mais distais. O NMI inerva as fibras de um único músculo, e isso é chamado de unidade motora. Os corpos celulares são aglomerados de neurônios motores, saem do corpo ventral da subst cinzenta da medula espinhal e inerva os mm distais e aglomerados posicionados lateralmente. A musculatura axial e proximal é mais responsável pela posição antigravitacional, e são posicionados medialmente. Os reflexos mais simples são organizados na medula espinhal, um exemplo é o reflexo patelar. Porém, apesar de ser processado na medula espinhal (parte mais caudal), pode sofrer influência das partes mais rostrais. Lembrar que Resumo de Fisiologia P2 - Blenda Fernandes há 4 tratos nervosos (a partir de um estímulo qualquer, é por onde ele passa, desde o encéfalo até a terminação) do controle motor. AXÔNIOS DO TRATO CORTICOESPINHAL: originam-se de céls do córtex motor do lobo frontal do hemisfério cerebral, é o meio direto de controlar voluntariamente os músculos. Controla a musculatura distal e movimentos hábeis voluntários por 90% dos neurônios. No restante, 10% (Trato corticoespinhal ventral), os axônios em regiões mediais da substância branca controlam a musculatura axial e proximal da postura. Apesar de haver a hierarquia, alguns axônios desviam a medula e inervam diretamente NMI, controlando um nº menor de NMI e musculatura menor. Com isso, há fragmentação de movimento e independência de ações de diferentes músculos LOBO FRONTAL: nível mais alto da hierarquia do controle motor. É subdividido em 3 regiões: córtex motor primário, motor suplementar e pré-motor. A partir desse nível mais alto, se desenvolveu um diagrama que descreve onde há maior sensibilidade e controle motor (lábios, palma da mão e dedos - Homúnculo). Córtex motor suplementar e pré-motor: ficam rostrais ao córtex primário motor. É menos preciso que o córtex primário motor. O cortex motor suplementar é responsável por planejamento e organização de sequências complexas. Ex: ensaio mental uma sequência específica dos dedos (dedilhar um violão) e instruir os membros (anteriores). Córtex pré-motor: orientação preparatória do corpo. Ex: rotação dos ombros e movimento dos braços em direção a um alvo. O pré-motor e suplementar recebem informações sensoriais e visuoespaciais do córtex parietal posterior. ● Córtex motor primário: ativação muscular mais simples – “pressionar uma única tecla” ● Córtex motor suplementar: planejamento e organização da sequência de movimentos dos dedos necessários para tocar uma melodia ● Córtex pré-motor: responsável pela orientação dos braços e mãos para a região correta do teclado para a execução das sequências Trato corticoespinhal (piramidal): Lesões variam de acordo com a espécie. Ex: como em primatas e humanos é altamente desenvolvido, há uma fraqueza no lado contra-lateral do corpo “hemiparesia”. Ex: Derrame gera fraqueza na mão e músculos faciais. Na maioria das espécies veterinárias não é tão desenvolvido, as lesões são menos graves, quase sem alterações na marcha. Reação de posicionamento proprioceptivo é uma percepção consciente (propriocepção consciente). Requer integridade do trato corticoespinhal. As lesões geram uma resposta lenta, tardia. Ex: arrasta os dedos dos pés de acordo com o movimento da perna Compartilhamento motor e sensorial: o sistema motor é o responsável por produzir a resposta, tem o compartilhamento de informação com o sistema sensorial, que recebe o estímulo. Gânglios basais e Cerebelo: modulam a atividade de outras estruturas do sistema motor. GÂNGLIOS BASAIS: grupo de núcleos, localizados nos hemisférios cerebrais que recebem informações do córtex e auxiliam a selecionar o padrão adequado de movimento e suprimir padrões menos apropriados. Controlam movimentos intencionais grosseiros e fazem o controle global do movimento global. CEREBELO: contém núcleos que dão origem as vias motoras do tronco encefálico e recebem influência do cerebelo. Recebem e retornam estímulos ao córtex motor (motor primário, motor suplementar e pré-motor). Também recebe informações sensoriais da pele, articulações, músculos, aparelho vestibular e visual. Fazem planejamento e coordenação do movimento iniciado. Lesões causam déficits na precisão e “elegância” do movimento, pois há diferenças entre o movimento pretendido e executado e o cerebelo ajusta para que sejam iguais. É dividido em: vestibulocerebelo, cerebrocerebelo, espinocerebelo Resumo de Fisiologia P2 - Blenda Fernandes VESTIBULOCEREBELO: recebe impulsos aferentes do sistema vestibular e os impulsos eferentes retornam aos núcleos vestibulares. Auxiliam na coordenação dos músculos axiais e proximais, controlando o equilíbrio (referência ao trato vestibuloespinhal). Auxiliam também na coordenação de movimentos da cabeça e dos olhos e ajustam a coordenação dos reflexos vestibulares ESPINOCEREBELO: Recebe impulsos sensoriais dos músculos e receptores cutâneos através da ME e núcleo trigeminal. Recebe impulsos aferentes dos neurônios do circuito reflexo da ME eenvia impulsos para o córtex motor primário, É importante para o movimento de membros voluntários, além de ajustar a duração e coordenação do movimento em curso e tônus muscular. CEREBROCEREBELO: Recebe impulsos do córtex motor primário, pré-motor e suplementar. Estáenvolvido no planejamento e preparação para o movimento e ajuda a coordenar a execução do movimento, gerando a capacidade de executar a movimentos voluntários suaves. CEREBELO: importante papel na aprendizagem motora. É Bastante ativo durante a aprendizagem de novos movimentos e não tão ativo quando os movimentos se tornam automáticos Doença cerebelar: causa uma variedade de distúrbios do movimento, patas muito distanciadas, ataxia (andar descoordenado), dismetria (grau inadequado de contração muscular), tremor de ação, nistagmo. SISTEMA VESTIBULAR: é bilateral, está localizado na orelha interna e informa o cérebro sobre o movimento e posição da cabeça. Fornece o senso de equilíbrio ao organismo através do labirinto ósseo, localizado na orelha interna, órgãos receptores do sistema vestibular, cóclea e labirinto membranoso, onde tem um epitélio fino localizado no interior do labirinto ósseo com células receptoras sensoriais. LABIRINTO MEMBRANOSO: possui células ciliadas (estereocílios) que tem uma diferença pra facilitar a percepção de movimento. Sinapses com neurônios sensoriais. Conduzem PA ao tronco encefálico. Axônios destes neurônios formam a porção vestibular do n. Vestibulococlear Ductos semicirculares: detectam a aceleração e desaceleração rotacional da cabeça. Também ativa ou inibe estruturas do SNC para produzir uma resposta reflexa apropriada. Possui uma massa gelatinosa e otólitos em cima dos estereocílios. Utrículo Sáculo Mácula Transmitem acelerações e desacelerações lineares e inclinação da cabeça Reflexos vestibulares: tem o reflexo vestibular (reflexo vestíbulo-ocular) coordena os músculos extrínsecos do olho e movimentos dos olhos e da cabeça. Faz a cabeça girar enquanto os olhos permanecem fixos no campo de visão original (nistagmo normal ou fisiológico). Nistagmo pós-rotatório transitório, nistagmo espontâneo (patológico) e reflexo vestibulocólico (estabilizar a cabeça – m. do pescoço). Sistema nervoso autônomo - aula 9 Visceral, Vegetativo ou Involuntário Componente eferente. Transporta impulsos do SNC. Tem ação integradora, homeostase corporal, regula a atividade de estruturas fisiológicas, respiração, digestão, TºC, Circulação, endócrino etc. É dividido em sistema nervoso simpático (adrenérgico) e sistema nervoso parassimpático (colinérgico). O SNS é mais ativo em estados de excitação e atividade física, e o SNP, no repouso. Há também o SNEntérico, que pode controlar a função intestinal independente do SNC, e pode ser influenciado tanto pelo simpático quanto pelo parassimpático. Do ponto de vista anatômico, diferença importante com relação ao número de neurônios que ligam o SNC ao órgão efetor: Resumo de Fisiologia P2 - Blenda Fernandes ● SN somático = 1 neurônio (neurônio motor somático) ● SN autônomo = 2 neurônios, sendo 1 com o corpo no SNC (há sempre um neurônio pré-ganglionar, mielínicas), e outro no SNP (pelo neurônio pós ganglionar, amileínicas) SN somático: Estimular a fibra muscular esquelética SN autônomo: Podem estimular ou inibir órgãos-alvo, devido à conexão e usar 2 neurônios. Junção neuromuscular é estreita. A fenda sináptica do SNA tem maior distância, gerando latência maior (pra regular a homeostase) e maior distribuição. Quanto a neurônios pré-ganglionares: SNAS localizam-se na medula torácica e lombar (T1 e L3) e SNAP localizam-se no tronco encefálico (dentro do crânio) e na medula sacral (S2, S3 e S4). Fibras pré - ganglionares simpáticas: saem das raízes ventrais de nervos espinhais de T1 até L3 ou L4. Formam o sistema toracolombar Fibras pré - ganglionares parassimpáticas: deixam o SNC através de nervos cranianos (III, VII, IX e X) e de nervos espinhais sacrais. Foram o sistema craniossacral. Neurônios pós-ganglionares: SNAS- longe das vísceras e coluna vertebral. SNAP- próximo ou dentro das vísceras. Sistema nervoso simpático: possui fibra pré-ganglionar curta e fibra pós-ganglionar longa. As fibras pré-ganglionares simpáticas originam-se na substância cinzenta do corno lateral da medula espinhal torácica e lombar. O ramo branco é formado por axônios e o ramo cinza é quando deixa o gânglio ao encontro com o nervo espinhal A cadeia lateral de gânglios é a cadeia simpática (estende-se da região cervical até a região sacral) que é onde tem a fibra pré-ganglionar (mielinizada). Algumas fibras estendem seus axônios em sentido rostral e caudal dentro da cadeia simpática e alcançam gânglios cervicais e sacrais. Uma fibra pré-ganglionar pode fazer sinapse com várias fibras pós-ganglionares, gerando efeitos generalizados. Algumas fibras pré-ganglionares não passam pelos gânglios, e sim pelas vísceras torácicas, órgãos e glândulas da cabeça (formando a cadeia cervical e torácica). Algumas pré-ganglionares chegam direto a medula adrenal Células cromafins Adrenalina, Noradrenalina No sistema nervoso parassimpático há, também, fibras pré ganglionares longas e pós ganglionares curtas (depois da sinapse). FIBRAS PRÉ GANGLIONARES PARASSIMPÁTICAS: ● III, VII e IX nervos cranianos: fazem sinapse em gânglios fora do crânio, como por ex m. liso, gls na cabeça. Ex: m. ciliar, gl. parótida ● X nervo craniano: cavidades fazem sinapse em gânglios difusos, localizados próximo ou dentro da víscera abdominal ou torácica. Ex: m. liso, cardíaco, céls glandulares ● Nervos espinhais sacrais - nervos pélvicos: sinapse em gânglios próximos ou dentro da víscera pélvica. Ex: bexiga, reto, tecido erétil genital Vísceras: Inervadas ppor ambos, simpático e parassimpático: - Parassimpático tem origem no tronco cerebral e região sacral. Também inerva regiões torácica e lombar N. vago; Resumo de Fisiologia P2 - Blenda Fernandes - Simpático tem origem toracolombar. Também inerva regiões cranial e sacral, a partir de nervos pré-ganglionares faz a sinapse e com pósganglionares a região cervical e sacral Vasos sanguíneos: todos recebem inervação simpática, muitos não possuem inervação parassimpática. NEUROTRANSMISSORES: Acetilcolina: liberada pelas fibras pré-ganglionares do SNAS e SNAP e por fibras pós-ganglionares do SNAP. As fibras pós-ganglionares simpáticas de gls sudoríparas e de alguns vasos sanguíneos também usam esse neurotransmissor, apesar de não ser clássico, assim como as fibras colinérgicas. Noradrenalina: neurotransmissor liberado pelas fibras pós-ganglionares do SNAS e pelas células cromafins da medula adrenal que vai fazer uma sinapse com uma fibra pós-ganglionar rudimentar liberando adrenalina e noradrenalina. São chamadas fibras adrenérgicas. Os neurotransmissores devem permanecer por pouco tempo na fenda sináptica para que a membrana pós-sináptica volte ao potencial de repouso e esteja preparada para uma próxima transmissão sináptica. Acetilcolina é degradada pela acetilcolinesterase, não pode ocorrer falha na degradação. A norepinefrina é degradada pela MAO e COMT, enzimas distribuídas em todo o organismo, altas concentrações no fígado e rins RECEPTORES: Receptores para acetilcolina (colinérgicos) ● Nicotínicos: encontrados em todas as sinapses pré- ganglionares autônomas, junção neuromuscular e canais iônicos (ionotrópicos, pode não ter gasto de energia) ● Muscarínicos: encontrados em todas as células alvo estimuladas por fibras pós-ganglionares parassimpáticas, nas fibras colinérgicas pós-ganglionares simpáticas. Possuem subtipos M1 a M5 e estão sempre acoplados a proteína G (metabotrópico, sempre tem gasto de energia) RECEPTORES NICOTÍNICOS: Divididos em três classes principais: ● Muscular: junção neuromuscular esquelética; ● Ganglionar: responsáveis pela transmissão nos gânglios simpáticos e parassimpáticos; ● SNC: cérebro e são heterogêneos quanto a sua composição. Receptores M1 “neurais”: vão para o SNC, neurônios periféricos,células parietais estômago. Possui efeitos de excitação muscarínica lenta, como por ex: aumenta a secreção ácida (na hora da digestão). Receptores M2 “cardíacos”: estão no coração e terminações pré-sinápticas de neurônios centrais e periféricos. Tem efeitos de inibição colinérgica do coração. Receptores M3 “glandulares e m. liso”: Modula o funcionamento de gls. Exócrinas, gástricas e salivares, M. liso, TGI, olho, bexiga, vias aéreas. Nos vasos sanguíneos estão no endotélio e SNC. Regula circulação. Receptores M4 e M5: Em grande parte no SNC. Efeitos não muito elucidados. Receptores para noradrenalina/adrenalina (adrenérgicos): localizados nas sinapses entre os tecidos/órgãos- alvo e neurônios pós-ganglionares simpáticos. Também podem ser estimulados por estas substâncias liberadas a partir da medula adrenal. Receptores adrenérgicos Alfa (α) Beta (β) β 1, β2 e β3 α 1 e α 2 São conhecidos cinco grupos de adrenoceptores ou receptores adrenérgicos: ALFA1: causa vasoconstrição. Faz aumento da resistência periférica, aumento da pressão arterial, midríase, estimulo da contração do esfíncter superior da bexiga, secreção salivar, glicogenólise hepática, relaxamento do músculo liso gastrintestinal. ALFA 2: Inibição da liberação de neurotransmissores, incluindo a noradrenalina, inibição da liberação da insulina, agregação plaquetária, contração do músculo liso vascular. BETA 1: Aumento da frequência cardíaca (taquicardia), aumento da força cardíaca (da contratilidade do miocárdio), aumento da lipólise. BETA 2: Broncodilatação, vasodilatação, pequena diminuição da resistência periférica, aumento da glicogenólise muscular e hepática, aumento da liberação de glucagon, relaxamento da musculatura lisa uterina e tremor muscular. BETA 3: Termogênese e lipólise. Resumo de Fisiologia P2 - Blenda Fernandes Receptores α e β adrenérgicos estão acoplados a proteína G. Estimulam ou inibem segundos mensageiros. Há sempre um gasto de energia quando estes trabalham. *notar os neurônios mais longos e curtos. Regulação das funções simpáticas e parassimpáticas: homeostase e pra isso precisa dos efeitos antagônicos (para que consiga modular de forma correta), mudanças na atividade dos órgãos (como reflexos viscerais, reflexos pupilares, reflexo de vômito, de deglutição, micção, defecação, ereção, ejaculação). SIMPÁTICO vs. PARASSIMPÁTICO Diferenças fisiológicas: Ações antagônicas ocorrem em determinados órgãos *não é válido para todos os órgãos. Ex: glândulas sudoríparas Agem de forma sinérgica - homesostase Centros superiores que controlam as funções autônomas: hipotálamo, Ponte, Medula oblonga. Exercem influência sobre as funções autonômicas iniciando as respostas de luta/fuga ou recebendo informações do córtex cerebral e do sistema límbico. As respostas de luta ou fuga geram ativação da cadeia simpática (stress) que contém centros que regulam a TºC corporal, ingestão de água e alimentos e equilíbrio. SIMPÁTICO: estresse físico e emocional. Há aumento de FC, pressão sanguínea, dilatação da pupila, aumento dos níveis de glicose e ácidos graxos, excitação. Efeitos: mobilizam recursos orgânicos para o esforço em resposta a uma emergência (sistema de luta ou fuga). Possui um efeito mais amplo e mais duradouro que a estimulação parassimpática (colinérgica). Há estimulação adrenérgica prolongada em todo organismo Condições menos estressantes tem importante papel na homeostase. Há menor controle universal do organismo Ex: controle simpático da pele para a termorregulação; dilatação da pupila PARASSIMPÁTICO: caracterizado por um controle independente dos tecidos e órgãos, onde faz um controle mais preciso em determinado órgão ou região e é relacionado a aspectos de restauração da vida diária. Ex: aumento da secreção gástrica, aumento da motilidade intestinal, relaxamento do esfíncter pilórico. Também é chamado de sistema anabólico ou restaurador ou sistema de repouso e digestão. Olhar no slide qual atua em qual órgão. Muitos órgãos: afetam ambas as inervações (simpática e parassimpática). Exemplos que possuem ambas as inervações: coração e intestino. Funções viscerais: reflexos autônomos. Possui um receptor visceral com neurônio sensorial (neurônio visceral aferente, parte essencial do “arco reflexo” autônomo) - sinapses no SNC O SNA possui neurônios motores periféricos pré e pós-ganglionares. Resumo de Fisiologia P2 - Blenda Fernandes Reflexos autonômicos fazem o controle da pressão sanguínea, mantendo o fluxo sanguíneo adequado aos órgãos. Tem receptores na parede da aorta e carótida que auxiliam, detectando alterações de pressão (barorreceptores), eles detectam: - Hipotensão: Estimulação adrenérgica → vasoconstrição periférica → aumento de pressão, restabelece o fluxo sanguíneo adequado - Hipertensão: Nervos → vasoconstritores adrenérgicos são inibidos → queda da pressão até níveis normais. Isso é um exemplo de como uma função antagônica pode trabalhar para homeostase. FREQUÊNCIA CARDÍACA: Inervação simpática faz a inervação na região atrial – Nodos SA e AV, já a inervação parassimpática faz a inervação na parede dos ventrículos. Os ramos simpático e parassimpático são coordenados pelos centros cardiovasculares localizado na medula oblonga (Bulbo) Estimulação parassimpática: Estimula o nó SA a diminuir a atividade do coração através do neurotransmissor acetilcolina. Ela aumenta a permeabilidade das céls do nodo SA ao K+ → Hperpolarização → Limiar leva mais tempo para ser atingido → mudança de potencial → Redução da FC Diminuição da despolarização espontânea → Prolonga o tempo requerido para atingir o limiar → Frequência de despolarização do nodo SA é reduzida → Diminuição da FC. Estimulação simpática: Influencia o nodo SA a aumentar a atividade cardíaca. A norepinefrina → Diminui a permeabilidade ao K+ → Favorece a despolarização, aumenta a frequência de potenciais de ação → Aumento da FC → Aumento da força de contração → Aumento da permeabilidade ao Ca++ O aumento da despolarização espontânea → Diminui o tempo requerido para atingir o limiar → Aumento da frequência de despolarização do nodo SA → Aumento da FC Reflexo pupilar: Estimulação de fotorreceptores da retina. Os PA sensoriais são transmitidos ao tronco cerebral através do nervo óptico. Os neurônios colinérgicos parassimpáticos estimulam o m. liso constritor da íris. MIOSE Micção: Interação entre autônomo e voluntário. Para o esvaziamento da bexiga ocorre impulso PARASSIMPÁTICO pélvico e contração da parede da bexiga (M. detrusor). No armazenamento da urina há o controle eferente SIMPÁTICO. Componente voluntário (m. esquelético) – esfíncter uretral externo, que precisa ser relaxado voluntariamente e é contraído durante a liberação da urina. Os reflexos de armazenamento da urina impede a contração do M. detrusor. N. Aferentes viscerais da medula espinhal lombossacral levam informação sobre a distensão da parede da bexiga. Bexiga começa a encher → N. aferentes viscerais – ativam reflexos de armazenamento para a ME. Substância cinzenta periquedutal comunica o enchimento atinge nível crítico → ativa centro pontino da micção → Envia sinais para a ME → Reflexos de esvaziamento → Inibe reflexo de armazenamento e estimula o parassimpático (para contrair o M. detrusor e esvaziar a bexiga). Resumo de Fisiologia P2 - Blenda Fernandes O hipotálamo que regula isso, e o processo cognitivo do cortex pré fontral vai confrontar a informação do sistema límbico. O animal precisa avaliar a segurança e contexto da situação pra decidir se pode ou não esvaziar a bexiga. Ver casos clínicos nos slides. Resumo de Fisiologia P2 - Blenda Fernandes FISIOLOGIA DO SISTEMA ENDÓCRINO - aula 10 Introdução: Hormônios são mensageiros químicos, secretados pelas glândulas endócrinas, liberadosna corrente sanguínea e agem à distância, normalmente, mesmo em baixas concentrações. A ação dos hormônios dependem da quantidade de hormônio que vai ter, e as patologias estão relacionadas com a quantidade alta ou baixa de hormônios que vai ter. A partir do momento que os hormônios são liberados, a glândula pode ser classificada em: - Efeitos parácrinos: hormônios que são liberados e agem em células vizinhas; - Efeitos autócrinos: hormônio liberado, atinge corrente sanguínea, faz um certo trajeto e age na própria célula. - Efeitos exócrinos: hormônios produzidos e liberados dentro de um órgão ou trato. Não é liberado na corrente sanguínea. Ex: pâncreas Muitos dos hormônios também são classificados como neurotransmissores, como adrenalina e noradrenalina, pois agem no sistema simpático. O sistema endócrino e nervoso tem uma íntima relação e os hormônios são classificados quanto à sua função fisiológica. Há os de metabolismo, de crescimento (tireoide, insulina, estrógenos etc), reprodutivos (estrógenos, andrógenos…), os envolvidos no metabolismo energético (insulina que permite a entrada de glicose na célula, glucagon, cortisol, epinefrina etc) e metabolismo mineral (paratormônio, calcitonina, angiotensina e renina). Esse último é responsável por regular níveis de sódio, cálcio e etc. Quanto à síntese hormonal, podem ser classificados como protéicos, peptídicos, aminas e esteróides. Protéicos, peptídicos e Aminas de forma geral: natureza hidrofílica. A síntese tem seu início nos ribossomos, que produzem uma forma imatura do hormônio (pré ou pró-hormônios), que são secretados para o RER (faz síntese de proteínas). Se chegar como pré-hormônio no RER, sofre a ação de uma enzima e é quebrado, sendo transformado em pró-hormônio. Esse pró-hormônio é armazenado em vesículas no RER e segue seu trajeto indo para o complexo de Golgi, que tem uma função de empacotamento, onde os pró-hormônios são novamente quebrados e transformados em hormônios propriamente ditos. Depois do CG os hormônios estão armazenados em grânulos, como acetilcolina que ficava em vesículas, e ficam armazenados dentro das células prontos para serem liberados por exocitose (quando o cálcio estimula a fusão das vesículas, que nem no músculo). Esteróides: têm uma natureza lipofílica, são derivados do colesterol e dependem da função hepática do fígado para que sejam produzidos. Ex: adrenocorticais (glicocorticóides e mineralocorticóides) e sexuais (estrógenos, progesterona e andrógenos). O colesterol ou derivados são utilizados pela glândula e são convertidos num intermediário, a pregnenolona. Isso ocorre dentro da mitocôndria da célula. A partir da pregnenolona ocorrem reações químicas específicas e ações enzimáticas, que dependem do local onde ocorre, seja gônadas (hormônios sexuais) ou no córtex da adrenal. Diferente dos proteicos, após o hormônio ser formado, ele é liberado na corrente sanguínea, através de difusão simples sem ser armazenado. Obs: os hormônios proteicos, por serem hidrofílicos, se transportam muito bem na corrente sanguínea, não precisam de um transportador. Os esteróides precisam e tem auxilio de proteínas plasmáticas, sendo a principal a albumina. Hormônios tireoideanos são uma mistura de esteróides com protéicos. Diferenças entre proteico e esteróide: de maneira geral, os protéicos não conseguem atravessar a célula do órgão alvo, portanto eles precisam ter receptores de membrana plasmática para que possa desencadear um efeito sob a célula alvo. Já os esteróides, por serem lipofílicos, ultrapassam mais facilmente a membrana e possui seus receptores no citoplasma ou no núcleo, região mais interna da célula. Os hormônios agem frente à receptores específicos (característica de especificidade) e uma vez que o receptor está exposto ao hormônio, eles têm grande afinidade. Mecanismos de ação: os proteicos, como não atravessam a membrana, agem no receptor que é acoplado a um 2ºmsg, que desencadeia uma reação em cascata com o objetivo de uma resposta final. Os derivados do colesterol vão mais a fundo, chegam no citoplasma ou no núcleo, alteram o RNAmsg (importante pra síntese protéica), Resumo de Fisiologia P2 - Blenda Fernandes levando à formação de proteínas específicas que desencadeiam o efeito final desse hormônio. De maneira geral, os esteróides tem ação mais lenta, pois precisa atravessar a membrana, chegar no citoplasma etc e não tem um 2ºmsg. Ex: Adenilciclase estimula o AMPc que leva a fosforilação de uma proteína quinase. Ex2: IP3 estimula a formação do DAG, que estimula a fosfolipase A (enzima da membrana), que estimula a degradação do ác. Aracdônico. A degradação desse ácido leva à formação de mediadores inflamatórios, como prostaglandina, e há liberação de cálcio intracelular. Como são inativados os hormônios? Os hormônios esteróides, por serem lipossolúveis, precisam ser transformados o mais hidrossolúveis possível, para serem diluídos na corrente sanguínea, chegarem no rim e serem eliminados na urina. Esses hormônios são metabolizados no fígado, sofre de reações (redução, conjugação, sulfatação ou glucoronidação) torna ele mais hidrossolúvel, facilitando a metabolização. Os hormônios tireoideanos, para serem sintetizados, precisam de moléculas de iodo. Logo, para serem inativados basta fazer a remoção do iodo. Hormônios proteicos dependem de enzimas que degradam proteínas, peptidades. Mecanismos de controle por FEEDBACK (ou retroalimentação): Os efeitos hormonais são proporcionais as suas concentrações no sangue. O aumento na secreção do hormônio ou substância diminui ou aumenta a secreção de outro hormônio. Ex: hormônio estimulador de corticotrofina, libera corticotrofina. Para que ela seja liberada, precisa de uma quantidade X do hormônio, ou seja, é um mecanismo de feedback positivo. Por sua vez, no córtex da adrenal a corticotrofina estimula a liberação do cortisol (hormônio do stress). Existem células são sensíveis aos níveis de hormônios e são chamadas de células de ajustes. Elas ajustam os níveis hormonais de grande parte dos hormônios da hipófise e hipotálamo. A medida que os níveis de cortisol estão muito elevados, as células de ajustes reconhecem isso e enviam à região do hipotálamo, sinalizando através de potenciais de ação, que está tendo muito cortisol. Isso faz com que o hipotálamo reconheça os altos níveis de cortisol, exercendo um feedback negativo nas fases iniciais da liberação, ou seja, os hormônios precursores (o estimulador de corticotrofina) - feedback de alça longa. Há um caminho mais curto onde vai direto na adenohipófise e inibe a adenohipófise de liberar a corticotrofina (alça curta). O hipotálamo, uma vez que é inibido, inibe a adenohipófise, pois não há estímulo pra ela, isso também é um feedback de alça curta. Não necessariamente para que ocorra um feedback positivo, vai precisa de um hormônio anteriormente. Ex: uma vez que tenha altos níveis de glicose, estimula a liberação de insulina (feedback positivo), que uma vez liberada diminui os índices glicêmicos do sangue, fazendo um feedback negativo sobre o açucar no sangue. A liberação de hormônios não depende unicamente de mecanismos de feedback, pois também seguem alguns padrões. Ex: determinado hormônio pode ser mais liberado no período matutino que noturno, como cortisol, que é mais liberado de manhã que a noite. Alguns hormônios são estimulados pela presença ou ausência de luz, como a melatonina. Conforme o ambiente fica mais escuro e a luminosidade diminui, as células da retina estimulam a gl. Pineal a produzir a melatonina, o que define nosso ritmo de sono. GLÂNDULAS: HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE ou eixo hipotalâmico hipofisário: o hipotálamo faz parte tanto do sistema nervoso quanto do endócrino. No hipotálamo, há uma região que regula sistema autônomo e regula a temperatura do organismo, o centro termorregulador.Ele está localizado no diencéfalo e forma o assoalho do III ventrículo. Produz peptídeos, hormônios proteicos e do tipo aminas e estimulam a liberação de hormônios da hipófise. O hipotálamo produz tanto hormônios tróficos (ex: corticotrofina, que estimula a hipófise a liberar hormônios), ou hormônios que causam efeitos diretos nos tecidos. HIPÓFISE: pode ser dividida em hipófise anterior (adeno-hipófise) e hipófise posterior (neuro-hipófise). Alguns autores consideram a neuro-hipófise uma extensão do hipotálamo, pois os neurônios dessa região saem do hipotálamo e chegam na adeno-hipófise, têm tamanho maior. Esses neurônios possuem o corpo celular localizado no hipotálamo e enviam suas terminações nervosas até a neuro-hipófise. Os neurônios dessa região recebem o nome de núcleo paraventricular ou núcleo supra-óptico, que são os que produzem para a neuro-hipófise. São neurônios de secreção, não fazem sinapses com outros neurônios e não Resumo de Fisiologia P2 - Blenda Fernandes transmitem PA, apenas secretam hormônios. Uma vez que estimulados eles liberam seus hormônios diretos na corrente sanguínea. A neuro-hipófise produz o hormônio vasopressina, ou ADH e a ocitocina. Ambos produzidos nos núcleos supra-óptico e paraventricular. Inicialmente eles são formados como pré ou pró hormônio nesses corpos celulares, são quebrados, vão pro RER, sofrem uma quebra, são formados pró hormônio, vao para o CG, sofrem outra quebra e formam os hormônios propriamente ditos. São então armazenados em grânulos e esperam o estímulo para serem liberados. Uma vez que chega esse estímulo, despolariza corpo celular, a despolarização percorre o axônio e a terminação nervosa, entra cálcio que estimula a fusão das vesículas e liberando o hormônio por exocitose. - Ocitocina: efeito importante na contração do músculo liso do útero (miométrio), importante na hora do parto. E contração dos alvéolos mamários, estimulando a secreção de leite. - Vasopressina\ADH: tem efeito antidiurético, aumenta a retenção de água agindo nos rins. Consequentemente, age na manutenção do equilíbrio hídrico do organismo. Tem também um efeito vasopressor, contrai a parede dos vasos elevando a pressão arterial. ADH é produzido pelo hipotálamo, onde existem receptores sensoriais que são sensíveis a variação de osmolaridade do sangue (quantidade de soluto no sangue), isso está aumentado quando diminui a concentração de solvente, ou seja, quando o sangue desidrata, perde uma parte líquida. Esse é o estímulo para que os osmorreceptores sejam ativados, que estimulam o hipotálamo, comunicando ele que o corpo está desidratado. Dessa maneira, o hipotálamo é estimulado a liberar ADH, que vai até o ducto coletor do rim e estimula-o a reter água, corrigindo o problema inicial de desidratação. Os receptores esofágicos e estomacais detectam a ingestão de água. PATOLOGIAS ASSOCIADAS: Diabetes insípidus (DI): ocorre devido à deficiência do ADH. É uma alteração do metabolismo hídrico. O organismo não reconhece a produção do ADH, logo, não ocorre retenção de água e o organismo acha que está sempre desidratado. Isso gera como sinais clínicos polidipsia e poliúria, com a urina extremamente diluida, bem pouco concentrada, elimina basicamente só água. - DI central: quando o indivíduo não produz o ADH, problemas no hipotálamo. - DI nefrogênico: há produção do ADH, mas as células do ducto coletor do rim não respondem ao ADH produzido, tem níveis de ADH normais no sangue. No caso de uma hipersecreção de ADH (raro) ocorre a síndrome da secreção inapropriada do ADH (SIADH), se deve a neoplasias na região do hipotálamo, há muita retenção de água. ADENOHIPÓFISE: possui uma maior variabilidade de hormônios liberadas. Há neurônios secretores do hipotálamo que liberam hormônios que chegam na adenohipófise, estimulando-a liberação dos seus hormônios (tróficos). A veia portal da adenohipófise leva os hormônios produzidos pelo hipotálamo até a adenohip. Exs produzidos: GH, ou somatotrofina, o hormônio do crescimento. É espécie-específico e vai ser estimulado a partir do momento que os somatotrófos (cels da adeno que produzem somatotrofina) são liberados. Prolactina: estimula lactotrófos que produzem a prolactina. TSH (hormônio estimulante da tireóide): produzido a partir do momento que os tireotrófos são estimulados. FHS, LH: agem nas gônadas. Um hormônio chega na hipófise, estimula os gonadotrófos que estimulam a produção desse tipo de hormônio. Corticotrofina e Beta-lipoptrofina: corticotróficos. ➢ Ou seja, diferentes células na adenoh quando estimuladas liberam diferentes tipos de hormônios. Os hormônios do hipotálamo são hormônios reguladores da adeno. Passam pela veia portal e chegam na adeno. Existe o hormônio liberador de: - Corticotrofina (CRH): estimula os corticotrofos. - Gonadotrofina (GnRH) estimula os gonadotrofos (FSH e LH). - Tireotrofina (TRH) estimula os tireotrofos (TSH). - Hormônio do crescimento (GHRH) estimula os somatotrofos (GH). - Prolactina (PRL), estimula os lactotrofos. Há também hormônios que inibem: Resumo de Fisiologia P2 - Blenda Fernandes - Somatostatina, que inibe os somatotrofos (GH). - Dopamina é um precursor das catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) e inibe a produção de prolactina e TSH. DOENÇAS RELACIONADAS: Excesso ou deficiência de GH: quando há deficiência ocorre nanismo hipofisário, pode ocorrer quando há destruição da hipófise. Como os hormônios não agem sozinhos, uma vez que as células estão afetadas (nesse caso o somatotrófico), pode haver alterações nos outros hormônios produzidos também (TSH, ACTH, LH, FSH). É uma doença hereditária, causa retardo de crescimento, pode causar retardo mental. Apresenta genitália infantil e o crescimento dentário é retardado. Num excesso de GH há acromegalia (hipersomatotrofismo), onde ocorre secreção crônica de GH. É bem rara e pode ser causado por tumores na hipófise ou hipotálamo ou administração de progestágenos (hormônios anti-cio). O indivíduo tem poliúria, polidipsia, polifagia, ganho de peso e passa muscular maior que o normal, aumento dos órgãos internos e aumento excessivo das extremidades e tamanho. GL. PINEAL: gl que reconhece o fotoperíodo e produz a melatonina. Regula o ciclo circadiano. GL. TIREOIDE: localizada na superfície anterior da traqueia. Produz 3 tipos de hormônios: T3, T4 e calcitonina. T3 e T4 regulam o metabolismo (basal) de forma geral, a calcitonina regula os níveis de cálcio. A glândula possui dois lobos unidos por um istmo. Junto a essa glândula tem a paratireoide. Epitélio: possui um conjunto de células em formato circular, chamado de folículos (células foliculares). Esses folículos são preenchidos com coloide, que é onde é armazenado o hormônio produzido. Há também células que ficam no interstício, as células C ou parafoliculares, que secretam calcitoninas. Para que os hormônios da tireoide sejam produzidos precisa de 2 substratos: tirosina (aa) e iodo. A tirosina é um dos constituintes da proteína tireoglobulina, encontrada no colóide da tireoide. Sua forma molecular possui anéis de tirosil, sendo que cada um desses anéis pode se ligar em 2 moléculas de iodo, formando os hormônios da tireoide, reação catalisada pela tireoperoxidase. Quando a molécula de tirosina está ligada a 1 iodo, tem-se a monoiodotirosina, em dois, a di-iodotirosina, precursores do T3 e T4. Também tri e tetra-iodotirosina (T3 e T4 efetivamente). Iodo é obtido através da dieta, mas não é utilizado pela tireoide como iodo, ele é convertido no TGI em iodeto, as células foliculares captam o iodeto que é usado pra formar os hormônios da tireoide. Ou seja, há uma concentração de até 200x maior de iodo na tireóide que em outras regiões extracelulares. Os hormônios da tireóide estão no colóide envolvidos pelo folículo. Uma vez estimulados, ele sai docoloide vai para dentro da célula folicular e sofre a ação de enzimas lisossomais que quebram a tireoglobulina em globulina + tiroxina (T4) ou globulina + T3. No entanto, a maior parte do T3 é formada fora da tireóide a partir do T4, retirando uma molécula de iodeto (desiodação), com a enzima 5’-monodesiodase, encontrada em grande quantidade no fígado e nos rins. Os hormônios da tireóide são mistos e para serem transportados através do sistema vascular, precisa estar ligado numa proteína plasmática transportadora, nesse caso a globulina ligadora de tiroxina (específica) ou a albumina (inespecífica). Metabolismo: é inativado através da retirada de iodo (fígado ou rins). A meia vida (tempo que leva para que o fármaco reduza sua concentração plasmática em 50%) do hormônio T3 é de um dia, já do T4 de 6 a 7 dias, porém em animais é menor, cerca de 24h, por terem um metabolismo mais elevado. Ação dos hormônios tireoideanos: por ser um misto de aminoácidos com lipossolúveis, tem a capacidade de penetrar na célula. Eles agem em receptores localizados nas mitocôndrias e também agem alterando o RNAm e a síntese proteica de diferentes células. São hormônios determinantes no metabolismo basal devido ao seu efeito calorigênico, aumenta o consumo de O2 e produz calor. Também age no metabolismo de carboidratos(absorção de carbs, utilização dos carbs através da gordura, otimização da insulina, estimula gliconeogênese e glicogenólise), lipídios e proteínas. É um hormônio Resumo de Fisiologia P2 - Blenda Fernandes catabólico, quebra essas substâncias para as suas subst essenciais, de modo que possa ser utilizada pelos diferentes tecidos. Esses hormônios nunca agem de forma isolada, junto com o GH (hormônio do crescimento), ajuda no crescimento e desenvolvimento, favorecendo a absorção de aminoácidos. METABOLISMO LIPÍDICO: leva à quebra de gordura para formar ác graxos e reduzir os níveis de gordura na corrente sanguínea. Reduz os níveis de colesterol, leva a maior absorção de LDL pelas células, reduzindo os níveis no sangue. A partir disso, se ocorrer uma deficiência de hormônios da tireoide, o colesterol aumenta e causa hipercolesterolemia. Efeitos sobre o sistema cardiovascular: de maneira geral, estimula ou acentua o tônus simpático, que no sistema cardiovascular aumenta a frequência cardíaca, força de contração, pressão arterial. No sistema nervoso garante o desenvolvimento normal de tecidos no feto e neonatos, pois a exposição inadequada gera o desenvolvimento mental atrasado desses indivíduos. Num estado de redução da produção de hormônios da tireoide, o indivíduo tem um estado mais letárgico, fica com o metabolismo reduzido. Efeitos sob o coração: aumento na frequência cardíaca, aumento no inotropismo (força do coração), na pressão arterial e débito cardíaco, que são de maneira geral importantes pro metabolismo cardiovascular. Para que a tireoide funcione precisa do efeito de outros hormônios, como o TSH, produzido pela adenohipófise, este por sua vez vai ser estimulado pelo hormônio liberador de tireotrofina produzido pelo hipotálamo (reações em cadeia). Problemas relacionados à modificação nos níveis de tireoide: - Bócio: incapacidade de secretar uma quantidade certa do hormônio e está relacionado à deficiência de Iodo na dieta. Há alimentos ou plantas com atividade anti-tireoidea (interferem na captação de iodo pela tireoide) , pois possuem tiocianatos. HIPOTIREOIDISMO: metabolismo reduzido, come pouco e engorda muito, bastante sonolência. Frequente no cão, predisposição racial no Pinscher, Poodle, Dogue alemão etc. Nas raças predispostas os sinais se manifestam precocemente, com 2 a 3 anos, enquanto nas de baixo risco numa idade mais avançada (6 a 7). Sinais clínicos: bócio. Indivíduo letargico, obeso. Nos animais se observa problemas dermatológicos (pelo opaco e sem brilho, alopecia bilateral). Sinais cardiovasculares: bradicardia, contração mais lenta, força de contração reduzida. Afeta metabolismo de forma geral, até mesmo funções reprodutivas etc. HIPERTIREOIDISMO: altos níveis de T3 e T4, que estimulam o sistema simpático. Metabolismo elevado, pressão alta, pressão cardíaca elevada. Mais comum em gatos e animais mais velhos. Sinais clínicos: perda de peso, poliúria, polidipsia, hiperatividade, taquicardia, que eventualmente leva a um desgaste cardiovascular, gerando insuficiência cardíaca etc. Sistema endócrino II - aula 11 GLÂNDULA ADRENAL: glândulas bilaterais, se localizam imediatamente anterior aos rins. É dividida em córtex e medula e o córtex sofre influência do hipotálamo e, consequentemente, da adenohipófise, através dos hormônios liberados, que a estimulam (somente zona fasciculada e glomerular). A adrenal é dividida em córtex e medula. Córtex: é a porção mais superficial. Possui 3 zonas, sendo que na fase fetal pode ter a zona fetal. A zona mais externa é a zona glomerulosa, intermediária é fasciculada e final, zona reticular. Produz glicocorticoides e mineralocorticóides (endógenos), como por exemplo o cortisol. Possui abundância de gotículas lipídicas, pois possuem hormônios esteróides, tem também mitocôndrias e RE. A zona glomerular produz mineralocorticóides (equilíbrio eletrolítico, regulação da pressão arterial) e as fascicular e reticular, glicocorticóides (regulação do metabolismo de forma geral). A zona fetal é responsável pela produção de hormônios sexuais, ou estrógenos. Resumo de Fisiologia P2 - Blenda Fernandes Medula: parte central, faz a produção de adrenalina e noradrenalina (catecolaminas). A noradrenalina está envolvida no sistema de luta ou fuga, no SNA, simpático. Os hormônios esteróides produzidos tem característica lipídica e são aproveitados pela mitocôndria, que dentro dela ocorre algumas reações que levam a produção de progesterona. Isso acontece no córtex da adrenal, que produz cortisol ou mineralocorticóide (dependendo da zona que está sendo estimulada). Esses hormônios, devido a sua característica hidrofóbica, necessitam de uma proteína que o transporte através do sangue. Nesse caso a proteína específica é a globulina ligante de corticosteróides ou transcortina. Essa afinidade pela proteína transportadora difere entre mineralo e glicocorticoides. Por exemplo, 75% do cortisol é transportado por essa proteína, outra pequena parte é transportada pela albumina. Já a aldosterona (mineralocorticóide), tem maior afinidade pela albumina, metade do que é produzida é ligada a ela e 40% se perde no plasma, sobrando uma pequena quantidade que se liga a transcortina. Os hormônios sofrem uma metabolização hepática e eliminação através dos rins. Como são lipofílicos penetram facilmente nas células e possuem seus receptores no núcleo ou citosol. Uma vez que chegam e se ligam nos seus receptores alteram seu MG e levam a formação de um RNAm diferenciado, produzindo proteínas específicas pra exercer a função do hormônio. ➢ Todo glicocorticoide tem uma pequena ação de mineralocorticoide e vice versa. Para ser classificado assim precisa ser sua ação predominante, inclusive os corticoides sintéticos. GLICOCORTICÓIDES: são hormônios de catabolismo, quebram proteínas, carboidratos e gorduras. São ligados, então, ao sistema simpático ou sistema de luta ou fuga, onde angaria recursos endógenos para fugir. Os glicocorticóides estimulam a gliconeogênese hepática, convertendo aminoácidos em carboidratos e aumentam os níveis do glicogênio hepático quebrando o glicogênio para aumentar os níveis de glicose. Porém, os glicocorticóides têm um efeito anti-insulínico, aumentam a glicemia, mas impedem que a glicose seja utilizada pelos tecidos (inibem a ação da insulina), isso ocorre principalmente nos músculos e células de gordura. Também, os glicocorticóides por fazerem lipólise, quebram a gordura e a redistribuem na região abdominal e no
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