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Universidade Federal da Bahia
Resenha sobre "Anarquia, Estado e Utopia"
Docente: Antonio Oliveira
Discente: Luciano Vianna
 Esta é uma resenha sobre o livro "Anarquia, Estado e Utopia" de Robert Nozick, em especifico dos capítulos dois e três, que são respectivamente o "Estado de natureza" e "As restrições morais e o Estado".
 Dessa maneira começamos nossa analise a partir da explicação de Nozick sobre as explicações do tipo mão invisível, visto que o próprio autor elucida a importância disto para o que se segue, neste sentido para simplificarmos a extensa explicação de Nozick resumiremos a dois pontos: o primeiro é tangente aos dezesseis exemplos trazidos pelo autor, aqui citaremos apenas um, as explicações da teoria da evolução (através da mutação aleatória, seleção natural, desvio genético e assim por diante) é um exemplo mais que razoável para elucidar o funcionamento pratico de explicações desse tipo e, em segundo; a sua justificação se adotar esse tipo de explicação na sua teoria: "As explicações de mão invisível minimizam o emprego de ideias que constituem os fenômenos a serem explicados. Em contraste com as explicações diretas, não explicam modelos complicados, incluindo as ideias do modelo completamente desenvolvidas como objetos dos desejos ou crenças das pessoas. As explicações de mão invisível de fenômenos, por conseguinte, proporcionam maior compreensão dos mesmos como sendo realizadas por intenção, como objeto de intenção de pessoas." E logo em seguida em: "Uma explicação de mão invisível mostra o que parece ser produto do trabalho intencional de alguém não foi produzido pela intenção de ninguém".
 Não obstante, Nozick endossa sua posição de escolha demonstrando através da ideia de processos de filtragem, como o individualismo metodológico pode induzir ao erro, uma vez que as explicações podem se limitar a explicações limitadas ao próprio filtro, em vez de explicar as causas ou motivos gerais, e que portanto não poderia adotar qualquer espécie de filtro social ao usar esse método. Assim, podemos encarar a teoria de Nozick sobre a formação do Estado como um processo natural de cristalização, produto de incontáveis ações individuais e coletivas, sócias e políticas, sobrepostas e condensadas pelo tempo.
 Tendo estabelecido essa explicação do Estado baseado na mão invisível, Nozick passa a formular as condições suficientes para a existência do Estado, e, sendo o monopólio da força a condição mais reconhecida dentro da ciência política, Nozick parte do seguinte contraste para essa formulação: qual diferença entre uma associação de proteção e um Estado mínimo (da teoria liberal clássica)? Neste sentido prossegue o autor, se existem instituições privadas que fazem o uso da força dentro do território de Estados conhecidos é por que a reinvindicação não é sobre o monopólio da força, mas sim sobre o monopólio de decidir quem pode usar a força e quando.
 Esse contraste também é importante para a elucidação seguinte, uma vez que Nozick propõem que enxerguemos o Estado como uma associação de proteção dominante, podemos ver o caráter redistributivo de qualquer Estado (inclusive o mínimo), uma vez que temos alguns ou muitos pagando pela proteção de todos dentro do território (inclusive de viajantes). Assim, a argumentação de Nozick enverado pelo caminho de que o fato de uns pagarem pela proteção de outros sem que aquilo se converta num beneficio para o pagante, se constitui numa violação de diretos. Logo, Nozick parte para uma nova concepção, a de um Estado que substitui a primazia absoluta à proteção pela não-violação de direitos, seria a concepção de um Estado ultramínimo, uma instituição que garante segurança e o cumprimento das leis apenas aqueles que pagam por suas apólices de segurança e cumprimento da lei, e aqueles que não pudessem ou não quisessem pagar ficariam sem proteção alguma. 
 Neste sentido é importante salientar que Nozick esta trabalhando com concepções de Estado através de seus objetivos e restrições morais e passa grande parte da discussão demonstrando como alterações mínimas nessas concepções podem se traduzir em grandes diferenças instrucionais, indo desde de a variação de Estado preocupado com a não-violação de diretos de forma absoluta, a Estado preocupado em minimizar essas violações de diretos (que aceitaria nesse caso alguma compensação pela violação de algum direito ou a violação de algum direto se isso fosse resultar numa violação menor de diretos de maneira total). Para tanto trazemos a palavra do autor para melhor elucidação: "A alegação de que o proponente do Estado ultramínimo é incoerente, vemos agora, supõe que ele é um 'utilitarista de diretos'. Presume que seu objetivo é, por exemplo, minimizar o volume ponderado de violação de direitos na sociedade e que ele deve perseguir esse objetivo, ainda que através de meios que violem diretos de pessoas. Em vez disso ele pode colocar a não-violação de diretos como uma restrição a ação, e não (ou em acréscimo) transforma-la em no estado final a ser atingido. A posição adotada por essa proponente do Estado ultramínimo será coerente se sua concepção de diretos sustentar que o fato de você ser forçado a contribuir para o bem-estar de outrem viola-lhe os diretos, ao passo que ninguém mais estar fornecendo-lhe coisas de que você necessita, incluindo coisas essências a proteção de seus diretos, não os viola em si, mesmo que ele não torne mais difícil para outra pessoa violá-lo".
 Ainda dentro do debate sobre restrições, Nozick chama atenção para as restrições indiretas à ação, que reflete o principio kantiano básico de que indivíduos são fins e não apenas meios; eles não podem ser sacrificados ou usados sem seu consentimento. São a expressão da inviolabilidade do ser.
 Desse modo, acredito que Nozick veja uma certa justiça no Estado ultramínimo pelo fato de seu objetivo moral ser a menor violação possível de direitos, ao mesmo tempo que não obriga ninguém a pagar ou sacrificar algo pelo bem de outrem, a menos que essa seja a vontade do individuo. Podemos ver isso em: "Há apenas pessoas individuais, pessoas diferentes, com suas vidas individuais próprias. Usar uma dessas pessoas em beneficio das outras implica usá-la para beneficiar as demais. Nada mais. O que acontece é que alguma coisa é feita com ela em beneficio dos outros. Conversas sobre o bem social geral disfarçam essa situação. (Intencionalmente?) Usar uma pessoa dessa maneira, além indicar desrespeito, não leva em conta que ela é uma pessoa separada, que é sua vida de quem dispõe. Ela não obtem algum bem quem contrabalance seu sacrifício, e ninguém tem o direto de obrigá-la a isso – e ainda menos o Estado ou o governo, que alegam que lhe exigem lealdade (o que os outros indivíduos não fazem) e que, que por conseguinte, deve ser escrupulosamente neutro entre seus cidadãos".

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