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Remedios Constitucionais 1

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1 
 
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS 
(Ações de Garantia individual e coletiva) 
 
Art. 5, LXVIII - Habeas Corpus (objeto: defender o direito de ir e vir - direito de locomoção) 
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de 
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder 
 
Pólo ativo (autor) X Pólo passivo (réu) 
 
Qualquer pessoa pode interpor o Habeas Corpus, inclusive pessoa jurídica. A pessoa jurídica pode figurar no pólo passivo, 
mas somente em nome de pessoa física, pois não há como impedir que a pessoa jurídica se locomova. Qualquer um pode ser 
autor, mas paciente, somente pessoa física. 
 
O Habeas Corpus aparece no Código de Processo Penal a partir do art. 649 até o art. 654. 
Ele pode ser utilizado em nome da pessoa da pessoa jurídica, desde que nesta situação esteja contemplada a defesa do devi-
do processo legal, pois o Habeas Corpus tem o instrumento para o trancamento da ação na medida em que uma das partes 
não está tendo o direito à ampla defesa e ao contraditório. 
 
O LXVIII contempla como paciente somente pessoas físicas e como autor qualquer pessoa (física ou jurídica). Entretanto, a 
pessoa jurídica também poderá ser paciente quando o direito ao devido processo legal vier a ser ferido por parte do Estado 
ou de pessoa privada. 
Ou seja, se for para garantir o devido processo legal, a pessoa jurídica pode ser paciente. Só não é paciente em relação ao 
texto do inciso mencionado. 
 
Esta ameaça ao direito de locomoção se dá por violência ou por coação, que efetivamente prejudicam o direito de ir e vir e 
do devido processo legal. 
Esta violência e coação deverão ser produzidas por ilegalidade e por abuso de poder. Assim, deve-se questionar em que grau 
se deu a violência e quem foi o autor da ilegalidade ou do abuso de poder. 
 
Tipos constitucionais de Habeas Corpus (a Constituição recepcionou) 
∙ Libertatório ou repressivo: solicitar a soltura do cliente preso (libertatório) ou reprimir a prisão ilegal, o abuso de poder 
ou a ameaça ao devido processo legal sofrida (repressivo). 
∙ Preventivo (salvo conduto): havendo a certeza de que haverá ilegalidade ou abuso de poder gerando violência ou coer-
ção sobre o direito de locomoção, busca-se na justiça uma proteção futura, imediata. Defende a liberdade, sendo en-
tendido como regra, já que a liberdade é a regra. Antes de se sofrer a lesão, já há a garantia. 
∙ De ofício: não há provocação das partes. É dado através de um mandado judicial. Tem objetivo discricionário, é a vonta-
de do juiz que determina o Habeas Corpus. 
 
Hans Kelsen diz que o juiz só pode agir quando provocado, para não ferir a sua decisão de uma vontade pessoal, já que o 
direito e a lei deveriam ser realizados por uma áurea científica de pessoas absolutamente imparciais. 
 
Como o juiz da causa consegue provar que, tomando a decisão por discricionariedade, não está ferindo o principio da inércia 
se está atuando sem provocação do advogado de defesa ou do Ministério Público? Por ser o juiz da causa, ele já foi provoca-
do ao processo, tendo competência para decidir, portanto ele já respeitou o princípio da inércia. Sendo assim, o Habeas Cor-
pus de ofício não é inconstitucional. 
 
Princípio do Inquisitório não está previsto na CF. Este princípio permite que o juiz, depois de provocado, tenha discricionari-
edade para tomar decisões no processo independente da vontade do autor e do réu. 
 
 
 
 
 
 
2 
 
Princípio do Acusatório foi recepcionado pela CF. Este princípio diz que apenas podem exigir atos aqueles que têm interesse 
(autor e réu). 
 
Características do Habeas Corpus: 
∙ Atemporal: o Habeas Corpus não tem prazo para ser interposto. Quem determina quando e como entrar com a ação é 
quem se sente lesado. 
∙ Gratuito: a gratuidade é de custas judiciais e não de honorários. 
∙ Célere: não é necessário ouvir a outra parte. Não há contraditório nessa decisão. 
 
 
Art. 5º, LXIX - Mandado de Segurança (é individual, não se presta a coletividades; a própria pessoa é quem tem que entrar 
com o MS) 
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quan-
do o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do 
Poder Público; 
 
O Mandado de Segurança tem natureza reservada, pois só pode ser impetrado quando não se puder entrar com Habeas 
Corpus ou Habeas Data. 
 
Pressupostos objetivos do Mandado de Segurança: 
∙ Direito Líquido: é aquilo que se chama de lesão incontroversa, que é absolutamente verdadeira (expressão definida 
pelo STF). Ex: edital de concurso que, erroneamente, exige prova de aptidão física, excluindo as pessoas deficientes. 
∙ Direito Certo: é o autor incontroverso, ou seja, sabemos exatamente quem é o autor. No exemplo citado, o autor in-
controverso é quem foi responsável pela publicação do edital. 
∙ Prova pré constituída: não é necessário fazer prova, se a prova se fizer necessária, não se tem certeza da lesão nem da 
identidade do autor. No exemplo acima, a prova é o próprio edital do concurso. 
 
A CF não menciona prazo para a proposição do Mandado de Segurança. A Lei 12.016/09 estabeleceu um procedimento de 
Mandado de Segurança com um prazo determinado (até 120 dias), pois quem pode causar a lesão é autoridade pública ou 
pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público, portanto quem deve pagar pela lesão é o Estado. 
O STF entende que o autor da lesão não pode ficar refém daquele que sofreu. Por isso, foi estabelecido esse prazo. 
Ou seja, conforme o texto constitucional, não há prazo. Já o prazo constitucionalmente aceito para se entrar com o Man-
dado de Segurança é de 120 dias (jurisprudência). 
 
Qualquer pessoa (física ou jurídica) tem direito ao Mandado de Segurança (pólo ativo) em até 120 dias (autor = paciente). No 
pólo passivo, podem figurar autoridade pública ou pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público. 
 
Características do Mandado de Segurança: 
∙ Não é gratuito: deve-se pagar as custas judiciais, pois o juiz não é obrigado a dar assistência judiciária gratuita. 
∙ Célere: tem preferência, só perdendo para duas ações: Habeas Corpus e Habeas Data. 
 
 
Art. 5º, LXX - Mandado de Segurança Coletivo 
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: 
a) partido político com representação no Congresso Nacional; 
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa 
dos interesses de seus membros ou associados; 
 
A diferença do Mandado de Segurança Coletivo e do Mandado de Segurança individual está em quem a Constituição nomeou 
como competente para ocupar a figura do pólo ativo. 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
a) Partido político com representação no Congresso Nacional: qualquer partido que tenha representante no Congresso pode 
impetrar Mandado de Segurança Coletivo. O partido político pode propor Mandado de Segurança Coletivo em nome próprio 
e em nome de outras pessoas (por decisão do STF - mutação constitucional*) 
*Mutação constitucional: ocorre quando o sentido do que está escrito é alterado. 
 
Em nome do filiado, pode-se entrar com Mandado de Segurança Coletivo, pois ele compartilha da visão ideológica e social. O 
filiado também pode entrar com Mandado de Segurança em seu próprio nome (individual). Havendo a necessidade de de-
fender um conjunto de pessoas, o partido político, em nome do filiado, poderá entrar com o processo de Mandado de Segu-
rança Coletivo. Além do filiado, há também o militante (simpatizante), que também poderá ser defendido por Mandado de 
Segurança Coletivo impetrado por partido político(depende da posição ideológica do ministro do STF). 
Isso é um elemento da prática do STF de interpretar o texto constitucional (Poder Constituinte Derivado subjetivo ou infor-
mal). O art. 102, I/CF dá ao STF a condição precípua de interpretar a Constituição. 
 
b) Organização sindical: sindicato de primeiro grau - todas as pessoas desse sindicato estão envolvidas pela sua atividade, 
que é a mesma (elo incontroverso). Centrais que reúnem sindicatos (CUT, por exemplo) não podem entrar com Mandado de 
Segurança Coletivo devido à diversidade de interesses que gera a controvérsia da lesão. 
 
Entidade de classe: OAB não é entidade de classe, mas é tratada pelo STF como uma estrutura que reúne pessoas, lembrando 
uma entidade de classe (natureza híbrida), ou seja, não é, mas está equiparada ao conceito de entidade de classe, portanto 
tem direito de propor Mandado de Segurança Coletivo nacional e regionalmente, pois, por ter elementos de entidade de 
classe, o STF reconhece que, apesar dessa estrutura, cada uma das seccionais tem independência em relação à outra. 
 
Associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano: a exigência de ser legalmente constituída 
tem a ver com o art. 8º, I/CF: 
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: 
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao 
Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical; 
 
Há também uma qualificadora temporal (pelo menos um ano). Assim se exige que as pessoas fiquem de alguma forma asso-
ciadas para criar uma personalidade coletiva e, a partir de pelo menos um ano, terem certeza de sua subjetividade ameaça-
da. 
Conforme a Constituição, o prazo mínimo de funcionamento é de pelo menos um ano. 
Conforme a posição do STF, o prazo é de 6 meses, pois a noção de tempo foi modificada desde 1988, devido à revolução 
tecnológica que alterou as noções de tempo, espaço e de velocidade das instituições. 
 
Art. 5º, LXXI - Mandado de Injunção (não declara a inconstitucionalidade) 
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades 
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania; 
 
Qualquer pessoa (física ou jurídica) pode interpor o Mandado de Injunção (pólo ativo). 
O Mandado de Injunção é uma garantia individual ou coletiva que tem o objetivo de buscar que se resolva uma omissão. Essa 
omissão é encontrada na ausência de norma regulamentadora (ex: art. 6º/CF) 
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência 
social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 90, de 2015) 
 
Como eu tenho esses direitos? E se não alcançar esses direitos, o que posso fazer contra quem tem a obrigação de me dar 
o direito social? 
Pode-se entrar com Mandado de Injunção quando: se estiver frente a uma omissão, havendo ausência de norma regulamen-
tadora e quando essa omissão ferir o direito à cidadania, à soberania e à nacionalidade. 
Esta omissão, que não apresenta norma regulamentadora, é encontrada na lei e no ato administrativo. A lei é a omissão, 
sem norma regulamentadora que cria um problema para a possibilidade de defesa dos direitos fundamentais. 
 
 
 
 
 
 
4 
 
Qual a primeira Lei que, carregando omissão, sofreu Mandado de Injunção? A própria Constituição, pois ela não é clara, é 
absolutamente diluída (gera uma série de direitos, mas não diz como tais direitos podem ser alcançados). 
 
Se a lei for objeto da omissão, o pólo passivo é, tradicionalmente, o Poder Legislativo, mas também pode ser o Poder Execu-
tivo (Medida Provisória - art. 59, V/CF). 
 
Podem realizar o ato administrativo, que carrega uma omissão (ex: licitação que não deixa claro se qualquer empresa ou 
somente empresa domiciliada no país pode participar): autoridade pública, agente de pessoa jurídica ou física que estejam 
na atribuição de atos do poder público, etc... 
 
Qualquer pessoa (física ou jurídica) pode entrar com Mandado de Injunção no Poder Judiciário (natureza difusa - qualquer 
juiz pode julgar). 
 
Após a decisão judicial que deu ganho de causa ao autor do Mandado de Injunção, qual o prazo para o Poder Legislativo 
editar a lei omissa? Art. 2º/CF 
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 
 
Isto quer dizer que o Poder Judiciário não poderá determinar prazo a nenhum membro do Poder Legislativo, quando nos atos 
que lhe são exclusivos constituírem a lei. 
Quanto ao ato administrativo, uma vez constatada a omissão na ausência de norma regulamentadora, a decisão judicial dá o 
prazo máximo de até 30 dias. Sobre o ato administrativo o Poder Judiciário não compartilha o poder, mas se impõe, por que 
ninguém pode, além do previsto na Constituição, confrontar a decisão do Poder Judiciário. 
 
 
Art. 5º, LXXII - Habeas data 
LXXII - conceder-se-á habeas data: 
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entida-
des governamentais ou de caráter público; 
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; 
 
O Habeas Data tem dois objetivos: 
a) direito de todos à informação; 
b) direito de retificação da informação. 
 
O Habeas Data exige o esgotamento de instância inferior (universo administrativo - extrajudicial). Isso é uma mutação consti-
tucional, realizada em nome daquilo que o STF afirma ser um devido processo legal, que permite à sociedade resolver seus 
problemas de sonegação de informações ou construção de informação inverídica para só então trazer o processo judicial e o 
Judiciário para a discussão. O STF entende que esse esgotamento permite a construção de uma ampla defesa e contraditório 
tanto para o pólo ativo quanto para o pólo passivo. 
Ou seja, a Constituição não exige o esgotamento de instância inferior, mas há essa necessidade devido à mutação consti-
tucional do STF em nome do devido processo legal. 
 
Qualquer pessoa (física ou jurídica) pode propor o Habeas Data (pólo ativo). Autor = paciente 
O pólo passivo é quem pode, obrigatoriamente, gerar a lesão em alguém quanto à informação e quanto ao direito de retifi-
cação, ou seja, o Estado e a pessoa jurídica ou física* que mantenha banco de dados com acesso público. 
*para efeitos da decisão do STF, pessoa jurídica e física estão equiparadas à figura do Estado 
 
O Habeas Data é uma das ações mais identificadas com o princípio da dignidade humana, mas se aceita como condição bási-
ca a honra, o nome e a imagem. O Habeas Data busca defender os pilares da nossa Constituição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Características do Habeas Data: 
∙ Célere: o rito para o Habeas Data é sumaríssimo, de uma velocidade além do normal. 
∙ Gratuidade: não exige nenhum tipo de ônus ao pólo ativo sobre a questão de custas judiciais, mesmo que este este-
ja agindo de má-fé. 
∙ Atemporal: não tem prazo para ser proposto 
 
Segundo decisão do STF, o Habeas Data aceita a figura de litisconsórcio, tanto no pólo ativo quanto no pólo passivo. 
Há posições do STF que aceitam a figura de Habeas Data coletivo: um grupo de pessoas que não têm acesso à informação 
nem a possibilidade de retificação poderá propor Habeas Data coletivo para, mais rapidamente, pressionar o pólo passivo a 
permitir a retificação ou acesso à esta informação. 
A Constituição nega a figura do sigilo ao Habeas Data, mas é possível pedi-lo (o juiznão fica obrigado a aceitar, pois entende 
que não é um elemento a ser protegido). 
 
Art. 5º, LXXIII - Ação Popular 
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de 
que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo compro-
vada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; 
 
Somente cidadãos podem propor a Ação Popular. Para ser cidadão é preciso, obrigatoriamente, provar a plenitude de direi-
tos políticos (estando na condição de eleitor). Portanto, a Ação Popular só pode ser praticada por pessoa física que esteja na 
plenitude dos direitos políticos. 
Para ter plenitude de direitos políticos deve-se ter mais de 18 anos (até os 70 anos - após os 70 anos o voto é facultativo). 
Maiores de 16 e menores de 18 anos, bem como os analfabetos podem se constituir em cidadãos, desde que tirem o título 
eleitoral. 
 
Qualquer pessoa que ameace aquilo que é um bem da sociedade brasileira estará na condição de pólo passivo. 
 
A Ação Popular visa à defesa da moralidade pública (probidade administrativa), do meio-ambiente (lato senso), do patrimô-
nio histórico e cultural e do erário público. Este é um rol exemplificativo, então é preciso buscar em todo o texto constitucio-
nal elementos de direitos que poderão ser defendidos pela Ação Popular. 
 
A Ação Popular, inicialmente, tem como regra ser gratuita, contudo pode ocorrer que se torne onerosa, se houver, por parte 
do autor, a presença da má-fé. Conforme posição do STF, foi acrescentado um tipo do gênero de má-fé: Ação Popular de 
natureza temerária - aquela em que a prova não sustenta a tese; quem identifica a condição de temeridade é o juiz da causa. 
A onerosidade tem duas conseqüências: o pagamento das custas judiciais das quais se estava isento e, além disso, o paga-
mento do ônus da sucumbência (parte dos honorários da outra parte). A causa será perdida por que foi evidentemente mar-
cada pela má-fé ou pela temeridade. 
 
 
Art. 129/CF - Ação Civil Pública (não é remédio constitucional) 
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: 
.............................................................................................. 
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses 
difusos e coletivos; 
 
Por fazer parte do Ministério Público, não é idêntica à Ação Popular. 
O autor é o Ministério Público, mas sem exclusividade. Na inércia do MP, a Defensoria Pública poderá substituí-lo. O cida-
dão tem a exclusividade da Ação Popular. 
É possível haver litisconsórcio na Ação Popular, mas não na Ação Civil Pública.

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