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Apostila Direito Processual Constitucional - AV1 - COMPLETO

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Apostila Studium Legis por: 
@estudadireitosofia 
2021.1 
 
 
1 
 
O assunto a ser tratado nesse semestre são os 
Remédios Constitucionais, mas antes de tratar 
especificamente sobre os Remédios Constitucionais 
é preciso fazer uma breve revisão de Direito 
Constitucional I, vejamos: 
 
 
 
 
 
 
 
Direitos 
(aquilo que se declara) 
Garantias 
(medida assecuratória) 
Vida Habeas Corpus 
Liberdade Habeas Data 
Igualdade Mandado de Segurança 
Segurança Mandado de Injunção 
Propriedade Ação Popular 
 
Os direitos e garantias fundamentais abrangem brasileiros e 
estrangeiros residentes no País, bem como aqueles que estão só 
de passagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 As garantias vão assegurar (garantir) efetivamente os 
direitos; 
 
 Os remédios são garantias, mas as garantias não se 
limitam aos remédios constitucionais; 
 
 Direitos fundamentais: normas exigíveis no âmbito 
estatal interno; 
 
 Direitos humanos: exigíveis no plano do Direito 
Internacional; 
 
 Os direitos e garantias fundamentais são o conjunto de 
direitos que garantem a dignidade da pessoa humana. 
Foram consagrados pela Constituição Federal e estão dispostos nela de 
maneira explícita e implícita; 
 
 Se os direitos declaram, as garantias fundamentais 
asseguram; 
 
 As garantias fundamentais asseguram ao indivíduo a 
possibilidade de exigir dos Poderes Públicos o respeito ao 
direito que instrumentalizam. 
 
Direitos Fundamentais 
 
Os direitos fundamentais são o núcleo da proteção 
da dignidade da pessoa e esses são elencados na 
Constituição Federal, local adequado para positivar as 
normas asseguradoras das pretensões dos direitos 
fundamentais. 
 
“Sem os direitos fundamentais, o homem não vive, 
não convive, e, em alguns casos, não sobrevive”. 
 
Em suma, os direitos fundamentais cumprem na 
nossa atual Constituição a função de direitos dos 
cidadãos, não só porque constituem em primeiro 
plano, denominado jurídico objetivo (que são normas 
de competência negativa para os poderes públicos, 
impedindo essencialmente as ingerências destes na 
esfera jurídico-individual), mas também porque num 
segundo momento, em um plano jurídico subjetivo 
(implicam o poder de exercitar positivamente certos 
direitos (liberdade positiva) bem como o de exigir 
omissões dos poderes públicos, evitando lesões 
agressivas por parte dos mesmos (liberdade 
negativa)). 
 
Os direitos fundamentais surgiram ao longo da 
história da humanidade de acordo com o momento e 
as necessidades que o povo tinha, por isso se 
subdividem em 4 gerações e ainda existem mais 
Direitos 
Humanos 
Garantias 
Direitos 
Direitos 
Fundamentais 
X 
Normas 
declaratórias 
Medidas 
assecuratórias 
X 
Se encontram na órbita nacional; 
Os direitos fundamentais são os 
direitos humanos já submetidos a 
um procedimento de positivação, 
detentores, pois, das exigências de 
cumprimento (sanção), como toda 
e qualquer outra norma jurídica. 
Se encontram na órbita 
internacional; 
Direitos humanos são 
identificáveis tão somente no 
plano contrafactual (abstrato), 
desprovidos de qualquer 
normatividade; 
(bens e vantagens) 
(instrumentos) 
 
 
2 
duas que divergem doutrinariamente, pois nem todos 
autores adotam essas duas gerações como 
existentes ou corretas. 
É importante ressaltar que a doutrina atual da 
preferência ao termo Dimensões de Direitos em 
detrimento a gerações, porque quando usada a 
expressão “geração”, se as a impressão de que 
vindo uma nova geração a antiga sumiria. Todavia, 
ambas expressões estão corretas. 
 
 Primeira Geração: 
Estão ligados essencialmente ao valor de liberdade, 
surgindo contra o estado, com a ideia de “não faça”. 
 
 São direitos civis e políticos; 
 Atuação negativa do estado; 
 O que marca o seu surgimento é a revolução 
burguesa; 
 Como marcos históricos tem-se: declaração 
americana de 1776 e a declaração francesa 
de 1789. 
 
Em suma os direitos de primeira geração são aqueles 
que consagram meios de defesa da liberdade do 
indivíduo, a partir da exigência de que não haja 
ingerência abusiva dos Poderes Públicos em sua 
esfera privada. 
 
 Segunda Geração: 
Estão ligados essencialmente ao valor de igualdade, 
aqui é exigida uma atuação positiva do Estado. 
 
 São direitos econômicos, socias e culturais; 
 Atuação positiva do estado; 
 O que marca o seu surgimento é o marco 
do êxodo rural antecessor da revolução 
industrial; 
 Como marcos históricos tem-se: 
constituição mexicana de 1917 e 
constituição Weiner 1919. 
 
Aqui o Estado tem que realizar a implementação de 
políticas públicas estatais, de cumprimento de 
certas prestações sociais, tais como: saúde, 
educação, trabalho, habitação, previdência e 
assistência social. Esses direitos são intitulados de 
Direitos Sociais e o que justifica essa intitulação é 
por tratarem de direitos que visam alcançar a 
justiça social. 
 
 Terceira Geração: 
Estão ligados essencialmente ao valor de 
fraternidade ou solidariedade que englobam, 
dentre outro, os direitos ao desenvolvimento, ao 
progresso, ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, à autodeterminação dos povos, à 
propriedade sobre o patrimônio comum da 
humanidade, à qualidade de vida, os direitos do 
consumidor e da infância e da juventude. 
 
 São direitos difusos e transindividuais; 
 Dever do estado e responsabilidade todos 
nós; 
 
Em síntese, são direitos que não se ocupam da 
proteção a interesses individuais, ao contrário, são 
direitos atribuídos genericamente a todas as 
formações sociais, pois buscam tutelar interesses 
de titularidade coletiva ou difusa, que dizem respeito 
ao gênero humano. É esta geração que estabelece 
os direitos “transindividuais”, também denominados 
de coletivos, nos quais a titularidade não pertence ao 
homem individualmente considerado, mas a 
coletividade como um todo. 
 
*** O direito a paz pode estar presente nas 
definições de terceira dimensão de alguns 
doutrinadores, mas há divergências, pois alguns o 
consideram um direito de quinta geração. Então a 
paz pode ou não estar inclusa nessa dimensão. 
 
 Quarta Geração: 
A partir da modernização global criou-se a 
possibilidade teórico-jurídica da universalização dos 
direitos no campo institucional. Nesta seriam 
 
 
3 
consagrados os direitos, como, por exemplo: à 
democracia, à informação e ao pluralismo. 
 
 São direitos informação, patrimônio 
genético, biotecnologia, globalização política e 
pluralismo polótico. 
 
Por sua vez Noberto Bobbio identifica nesta quarta 
geração os direitos que se relacionam aos efeitos 
das pesquisas biológicas e o que se trata de 
impedimento de, por exemplo, clonagens partem 
daqui. 
 
 Quinta Geração: 
Aqui está presente a visão de Paulo Bonavides que 
defende o direito à paz nesta dimensão. 
 
 São direitos a paz, direitos cibernéticos, 
universo da internet/vitual. 
 
Em suma, o autor reserva ao direito à paz o papel 
central de supremo direito da humanidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 Historicidade: os Direitos Fundamentais são 
um conjunto de faculdades e instituições que 
somente faz sentido num determinado 
contexto histórico. O caráter da historicidade, 
ainda, explica que os direitos possam ser 
proclamados em certa época, desaparecendo 
em outras, ou que se modifiquem no tempo. 
 
 Imprescritibilidade: é o instituto jurídico que 
apenas alcança a exigibilidade de direitos de 
cunho patrimonial, nunca a de direitos 
personalíssimos. Esses últimos são sempre 
exercíveis, de forma que não há 
intercorrência temporal de não exercício que 
possa fundamentar a impossibilidade da 
exigibilidade na prescrição. Em suma, os 
direitos fundamentais NÃO prescrevem, 
sempre serão válidos para população. 
 
 Irrenunciabilidade: não se pode renunciar 
dos seus direitos fundamentais, sendo possível 
não os exercer, mas nunca os renunciar. 
 
 Inalienabilidade: direitos fundamentais não 
são passíveisde alienação, deles não se pode 
dispor, tampouco prescrevem. Inalienabilidade 
é característica que exclui quaisquer atos de 
disposição, quer material (destruição física do 
bem), quer jurídica (renúncia, compra e venda 
ou doação). Deste modo, um indivíduo, tendo em 
conta a proteção que recai sob sua integridade 
física, não pode vender parte do seu corpo ou 
dispor de uma função vital, tampouco mutilar-
se voluntariamente. Ressalta-se que, como a 
indisponibilidade justifica-se pela proteção que 
se deva dar à dignidade da pessoa humana, 
nem todos os direitos fundamentais devem 
ser interpretados como indisponíveis. Não se 
pode trocar os direitos fundamentais. 
 Relatividade: afirma-se que nenhum direito 
fundamental poderá ser considerado absoluto, 
sendo que tais direitos deverão ser 
interpretados e aplicados levando-se em 
consideração os limites fáticos e jurídicos 
existentes, sendo que referidos limites são 
impostos pelos outros direitos fundamentais. 
Conforme nos ressalta Paulo Gustavo Gonet 
Branco: 
“(…) os direitos fundamentais podem ser objeto 
de limitações, não sendo, pois, absolutos. (…) Até 
o elementar direito à vida tem limitação explícita no 
inciso XLVII, a, do art. 5º, em que se contempla a 
pena de morte em caso de guerra formalmente 
declarada” 
 
 
 
 
 
 
 Universalidade: esta característica aponta a 
existência de um núcleo mínimo de 
direitos que deve estar presente em todo 
lugar e para todas as pessoas, 
independentemente da condição jurídica, ou do 
local onde se encontra o sujeito — porquanto 
a mera condição de ser humano é suficiente 
para a titularização. É, pois, relacionada à 
titularidade, e preceitua serem detentores dos 
direitos fundamentais toda a coletividade, 
numa definição que, a princípio, não admite 
discriminação de qualquer espécie e abarca 
todos os indivíduos, independente da 
nacionalidade, raça, gênero ou outros 
atributos. É válido frisar, todavia, que nem todos os 
direitos podem ser universalmente realizados por todas as 
pessoas, afinal é perfeitamente factível que a Constituição 
limite aos detentores de certas particularidades — como, 
por exemplo, ser cidadão, nacional, trabalhador, pessoa 
física, dentre outros atributos — o exercício de algumas 
Não há direito absoluto, eles podem ser limitados, 
relativizados até o seu núcleo essencial, de acordo com a 
teoria do limite dos limites e o núcleo essencial é regido 
pela teoria relativa (vai ser entendido a partir de um caso 
concreto), não se pode abolidos. 
Ex.: lockdown, o direito à liberdade de ir e vir (direito 
individual) não pode sobrepor ao direito à saúde pública 
(direito coletivo). 
 
 
5 
prerrogativas. Como enuncia no rol enunciado na 
Constituição brasileira "há direitos de todos os homens — 
como o direito à vida —, mas há também posições que não 
interessam a todos os indivíduos, referindo-se apenas a 
alguns — aos trabalhadores, por exemplo". 
 
 Aplicação Imediata: a Constituição brasileira 
dispõe, no §1º do art. 5º, que “as normas 
definidoras dos direitos e garantias 
fundamentais têm aplicação imediata”, ou seja, 
via de regra, as garantias que configuram 
direitos fundamentais não dependem de 
atuação legislativa, visto que a própria Carta 
Política lhes assegura a imediata aplicabilidade. 
Isso porque, nos termos consagrados 
pelo art. 1º, inciso III, da Constituição Federal, 
a dignidade da pessoa humana é considerada 
como fundamento próprio da República 
Federativa do Brasil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Remédios Constitucionais 
Os remédios constitucionais são instrumentos à 
disposição dos cidadãos para provocar a intervenção 
de autoridades a fim de impedir ilegalidades ou abuso 
de poder que prejudiquem direitos e interesses 
individuais. 
 
 Habeas Corpus: 
Art. 5º, inc. LXVIII, da CF. Conceder-se-á 
habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se 
achar ameaçado de sofrer violência ou coação 
em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade 
ou abuso de poder; 
 
 Pode ser impetrado por qualquer pessoa, 
em defesa de sua própria liberdade ou de 
terceiro, e concedido de ofício pelo juiz... 
 
 Não precisa de advogado. 
 
Quanto à sua espécie, o habeas corpus poderá 
ser: 
 
1. Repressivo (liberatório): para combater 
efetiva coação ou violência; 
2. Preventivo (salvo-conduto): ameaça de 
prisão. 
 
 Habeas Data: 
Art. 5º, inc. LXXII, da CF. Conceder-se-á 
habeas data: 
 
a) para assegurar o conhecimento de 
informações relativas à pessoa do 
impetrante, constantes de registros ou 
bancos de dados de entidades 
governamentais ou de caráter público; 
 
b) para a retificação de dados, quando não 
se prefira fazê-lo por processo sigiloso, 
judicial ou administrativo; 
 
 Ação personalíssima. 
 Gratuito e precisa de advogado. 
 
 
6 
 Mandado de Segurança: 
Art. 5º, inc. LXIX, da CF. Conceder-se á mandado 
de segurança para proteger direito líquido e certo, 
não amparado por habeas corpus ou habeas data, 
quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de 
poder for autoridade pública ou agente de pessoa 
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; 
 
 Mandado de Segurança 
Coletivo: 
Art. 5º, inc. LXX, da CF. O mandado de segurança 
coletivo pode ser impetrado por: 
a) partido político com representação no 
Congresso Nacional; 
 
b) organização sindical, entidade de classe ou 
associação legalmente constituída em 
funcionamento há pelo menos um ano, em 
defesa dos interesses de seus membros ou 
associados; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Mandado de Injunção: 
Art. 5º, inc. LXXI, da CF. Conceder-se-á 
mandado de injunção sempre que a falta de 
norma regulamentadora torne inviável o 
exercício dos direitos e liberdades 
constitucionais e das prerrogativas inerentes à 
nacionalidade, à soberania e à cidadania; 
 
 Não é gratuito; 
 
 Precisa de advogado; 
 
 Combate a síndrome da inefetividade das 
normas Constitucionais; 
 
 Deve ter previsão na CF. 
 
 Ação Popular: 
Art. 5º, inc. LXXIII, da CF. Qualquer cidadão é 
parte legítima para propor ação popular que 
vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou 
de entidade de que o Estado participe, à 
moralidade administrativa, ao meio ambiente e 
ao patrimônio histórico e cultural, ficando o 
autor, salvo comprovada má-fé, isento de 
custas judiciais e do ônus da sucumbência; 
 
 Ação popular pode ser impetrada por 
qualquer cidadão; 
 
 É gratuito, salvo comprovada má-fé. 
 
Competência: 
 
Autoridade Coatora Juizo 
Federal Juiz Federal 
Estadual/Municipal Juiz de Direito 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
Habeas Corpus 
 
Art. 5º, LXVIII. Conceder-se-á habeas corpus 
sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado 
de sofrer violência ou coação em sua liberdade de 
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. 
 
O habeas corpus destina-se a proteger o indivíduo 
contra qualquer medida restritiva do Poder Público a 
seu liberdade de ir, vir e permanecer (direito de 
locomoção). 
 
 A liberdade de locomoção há de ser 
entendida de forma ampla, não se limitando 
a sua proteção à liberdade de ir e vir 
diretamente ameaçada, como também a 
toda e qualquer medida de autoridade que 
possa afetá-la, ainda que indiretamente. 
 
É possível se valer do habeas corpus quando houver 
um ato de ilegalidade ou um ato de abuso de poder. 
A natureza da ação de habeas corpus é penal e seu 
rito é um procedimento especial (uma ação que deve 
ser julgado mais rápido que o normal). 
 
Figuras do Habeas Corpus: 
 
 Impetrante: é aquele que entra com a ação. 
 O impetrante pode ser QUALQUER 
pessoa, até mesmo o paciente. Logo 
qualquer um (pessoa física ou jurídica) 
pode elaborar um habeas corpus em 
favor de si mesma ou de outrem 
(terceiros); 
 Pessoas jurídicas podem sim impetrar 
habeas corpus EM FAVOR DE TERCEIRO, 
nunca para si mesmo, pois não podem ser 
pacientes desse remédio; 
 Até mesmo o analfabeto pode impetrar 
HC, precisando só de alguémpara assina-
lo em seu nome; 
 
 Se dispensa a exigência de advogado e qualquer 
outra formalidade. 
Art. 5º, LXXVII. são gratuitas as ações de habeas 
corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos 
necessários ao exercício da cidadania. 
 Não pode existir HC feito de forma apócrifo, 
ou seja, sem assinatura, isto porque a 
constituição veda o anonimato. Bem como é 
vedado o HC feito em língua estrangeira, não 
confundir, pois o estrangeiro é sim detentor 
do direito de impetrar HC, mas a ação NÃO 
PODE ser feita em outra língua além do PR-
BR, que foi a língua oficialmente adotada pela 
CF; 
 O Ministério Público pode impetrar HC em 
favor de terceiro; 
 Juiz concede de ofício: 
 
Art. 654, § 2º CPP. Os juízes e os tribunais têm 
competência para expedir de ofício ordem de 
habeas corpus, quando no curso de processo 
verificarem que alguém sofre ou está na iminência 
de sofrer coação ilegal. 
 
 Paciente: quem realmente precisa do remédio 
constitucional, pois teve ameaçada ou 
efetivamente restringida sua liberdade de 
locomoção. 
 Só pode ser pessoa física. 
 
 Autoridade Coatora: quem está ameaçando 
ou restringiu a liberdade de locomoção de 
alguém. 
 Pode ser pessoa pública (o Estado) que é o 
que geralmente acontece, mas também há 
casos de ser ente particular, é difícil, mas 
pode cair em provas, a exemplo disso 
 
 
8 
temos: uma pessoa que é internada em um 
hospital psiquiátrico contra sua vontade. 
Nesse caso a pessoa teve sua liberdade de 
locomoção restringida por um particular. 
 
Tipos de Habeas Corpus: 
 
 Preventivo (salvo-conduto): quando a 
pessoa estiver ameaçada de ter restrição 
a sua liberdade de locomoção. Ex.: mandado 
de prisão expedido, mas ainda não cumprido. 
 
 Repressivo (liberatório): quando já se 
teve restringida a liberdade de locomoção. 
 
Competências a que o HC se 
submete: 
 
Competência do STF: 
 
O paciente for o Presidente da República, o Vice-
Presidente, membro do Congresso Nacional, ministro 
do Supremo Tribunal Federal, o Procurador-Geral da 
República, ministro de Estado, o Comandante da 
Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, membro de 
Tribunal Superior ou do Tribunal de Contas da União 
ou chefe demissão diplomática de caráter 
permanente (art. 102, I, d, da CF); 
 
O coator ou paciente for Tribunal Superior, 
autoridade ou funcionário cujos atos estejam 
sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo, ou se 
trate de crime sujeito à mesma jurisdição em única 
instância (art. 102, I, i, da CF). 
 
Competência do STJ: 
 
 
Quando o coator ou paciente for Governador de 
Estado ou do Distrito Federal, desembargador dos 
Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito 
Federal, membro dos Tribunais de Contas dos 
Estados e do Distrito Federal, dos Tribunais 
Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais 
e do Trabalho, membro dos Conselhos ou Tribunais 
de Contas dos Municípios e os do Ministério Público 
da União que oficiem perante tribunais; 
 
Quando o coator for tribunal sujeito à sua 
jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da 
Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada 
a competência da Justiça Eleitoral. 
 
Observações importantes sobre 
o Habeas Corpus: 
 É gratuito!!!! 
 
 Em relação as punições militares de 
natureza disciplinar a CF vai dizer que não 
cabe habeas corpus nessa situação. Vale 
ressaltar que tem entendido o STF que seria 
possível o cabimento de HC quando for para 
discutir a LEGALIDADE da prisão, aspectos 
formais, NUNCA discutir o mérito. 
 
Art. 142, §2º, CF/88. Não caberá 
habeas corpus em relação a 
punições disciplinares militares 
 
 Em relação a jurisprudência não cabe 
habeas corpus nos seguintes casos: penas 
de natureza pecuniárias, multas, 
advertência, e nem em decorrência da pena 
de impeachment. Outros casos que não 
cabem HC são o sequestro e confisco de 
bens em processo criminal. Bem como não 
cabe para revisão de súmulas. 
 
“como é o caso do processo de 
impeachment pela prática de 
crime de responsabilidade, que 
configura sanção de índole político-
administrativa, não pondo em risco 
a liberdade de ir, vir e permanecer 
do Presidente da República” 
(HC70.055/DF, Rel. Ilmar Galvão, 
Tribunal Pleno, DJ de 16.04.1993, e 
entendimento reafirmado no HC 
 
 
9 
134.315 AgR/DF, Rel. Min. Teori 
Zavascki, j. 16.06.2016). 
 
 
 Em relação a jurisprudência do STF é cabível 
HC para impugnar provas ilícitas; 
 
 No habeas corpus NÃO há prazos de 
prescrição, preclusão ou decadência; 
 
 Não é cabível impetração sucessiva, mas se 
ficar evidente uma ilegalidade é possível de 
acordo com o STF; 
 
 Habeas corpus coletivo, é possível? Qual a 
sua previsão legal? 
 
Em fevereiro de 2018, o Supremo 
Tribunal Federal concedeu um 
Habeas Corpus em favor das 
mulheres grávidas, puérperas, e 
mães de crianças de até 12 anos, 
substituindo a prisão preventiva 
dessas mulheres pela prisão 
domiciliar. 
Lei nº 13.769. Art. 318-A. A prisão 
preventiva imposta à mulher 
gestante ou que for mãe ou 
responsável por crianças ou 
pessoas com deficiência será 
substituída por prisão domiciliar, 
desde que: 
I. não tenha cometido crime com 
violência ou grave ameaça a pessoa; 
(Incluído pela Lei nº 13.769, de 
2018). 
II. não tenha cometido o crime 
contra seu filho ou dependente. 
(Incluído pela Lei nº 13.769, de 
2018). 
 
 
 
Habeas Data 
 
O Habeas Data teve origem nos EUA em 1974, mas 
só surgiu no Brasil na constituição de 1988, tendo 
sua previsão legal na Lei 9.507/97. Esse remédio 
constitucional serve para assegurar a liberdade de 
informação. 
A constituição de 1988 concebeu o habeas data 
como instituto destinado a assegurar o 
conhecimento de informações relativas à pessoa do 
impetrante constantes de registros ou bancos de 
dados de entidades governamentais ou de caráter 
público e para permitir a retificação de dados, 
quando não se prefira fazê-lo de modo sigiloso. 
 
Então, entende-se que ele se destina a assegurar o 
conhecimento de informações pessoais constantes 
de registro de bancos de dados governamentais ou 
de caráter público, podendo ensejar a retificação de 
dados errôneos deles constantes. 
 
Os dados que devem ser conhecidos ou 
retificados se refiram à pessoa do 
impetrante e não tenham caráter genérico. 
 
 
Quanto ao cabimento do Habeas Data: 
 
Art. 5º, LXXII, CF/88. conceder-se-á habeas data: 
 
a) para assegurar o conhecimento de 
informações relativas à pessoa do 
impetrante, constantes de registros ou 
bancos de dados de entidades 
governamentais ou de caráter público; 
 
b) para a retificação de dados, quando não se 
prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial 
ou administrativo; 
 
Lei 9.507/97, art. 7º Conceder-se-á habeas data: 
 
I. para assegurar o conhecimento de 
informações relativas à pessoa do 
impetrante, constantes de registro ou 
 
 
10 
banco de dados de entidades 
governamentais ou de caráter público; 
 
II. para a retificação de dados, quando não se 
prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial 
ou administrativo; 
 
III. para a anotação nos assentamentos do 
interessado, de contestação ou explicação 
sobre dado verdadeiro mas justificável e 
que esteja sob pendência judicial ou 
amigável. 
 
O Habeas Data será cabível para três finalidades, 
sendo elas: 
 
 conhecimento da informação; 
 
 retificação de dados, ambas hipóteses 
previstas pela CF/88; 
 
 e, por último, para a anotação nos 
assentamentos do interessado, previsto 
pela lei 9.507/97. 
_____________________________________ 
 
 Fique atento, não confunda!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Habeas Data Obtenção de Certidão 
Relativas apenas à 
pessoa do impetrante. 
Interesse particular, 
coletivo ou geral. 
Simples desejo de 
conhecer informações. 
Defesa de direitos e 
esclarecimentos de 
situações de interesse 
pessoal. 
 Mandado de segurança. 
 
Quanto ao NÃO cabimento do 
Habeas Data: 
 
 Quando houvera negativa do direito de certidão, 
mesmo que nessa constem informações 
pessoais, pois nesse caso o remédio cabível é o 
mandado de segurança; 
 
 Quando houver negativa de vista ou cópia de 
processo administrativo, pois esse é um direito 
de petição, o remédio cabível também seria o 
mandado de segurança; 
 
 Também não cabe HD para sustar publicações 
em sítios de internet, mesmo que esse contenha 
informações suas (entendimento do STF). 
 
 
Sujeitos da Ação: 
 
 Impetrante (legitimidade ativa): é aquele que 
impetra com a ação de Habeas Data.. 
 O impetrante pode ser QUALQUER 
pessoa, podendo ser pessoa física OU 
jurídica, pois essa hipótese de remédio 
tem como principal função o 
conhecimento de informações, logo 
alcançando a todos; 
 Pode ser pessoa estrangeira; 
 Tem caráter PERSONALÍSSIMO, logo só 
pode ser impetrado em favor próprio, 
para conhecer informação sobre si 
(REGRA!!!!); 
HABEAS DATA X DIREITO DE OBTER CERTIDÕES 
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos 
informações de seu interesse particular, ou de interesse 
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob 
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja 
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; 
 
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do 
pagamento de taxas: 
 
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, 
para defesa de direitos e esclarecimento de 
situações de interesse pessoal; 
 
 Esse assunto é amplamente tratado por Michael 
Temer; 
 
 O HD é relativo A PESSOA IMPETRANTE; 
 
 O direito de certidão é de interesse particular, 
COLETIVO ou GERAL; 
 
 Ambos se complementam. 
 
 
 
11 
 Apesar do citado acima, em 
jurisprudência o STF entendeu que o 
cônjuge sobrevivente pode sim dar 
entrada em HD para conhecer 
informações do falecido (excessão!!!!!!). 
 
 Impetrado (legitimidade passiva): é quem é 
impetrado no HD, é a natureza jurídica do banco 
de dados.. 
 O impetrado pode ser QUALQUER órgão, 
podendo ser de caráter público (a CF fala 
sobre caráter governamental). Ex.: 
detran, receita federal, etc ; 
 ou privado (nesse caso, se for de 
entidade privada, necessariamente o 
registro ou banco de dados tem que ter 
caráter público) Ex.: serasa, que é uma 
entidade privada, mas o banco de dados 
tem caráter público. 
 
Situação exemplificativa: 
 
Procedimento: 
 Requerimento ao órgão - 48h para apreciar; 
 Comunicação ao interessado - 24h; 
 Retificação de dados - até 10 dias para 
comunicar. 
 
 Se houver recusa em algum desses procedimentos 
é possível impetrar habeas data. 
 
Recusa: 
 Petição inicial (CPC); 
 Ministério Público (5 DIAS); 
 Juiz (5 dias). 
 
 No habeas data o MP sempre precisa ser ouvido. 
 
Competência do Habeas data 
 
A quem e em que casos se dá o cabimento 
de processar o Habeas Data? 
 
 Art. 102, I, “d”: competência originária do STF 
para processar e julgar o habeas data contra 
atos do Presidente da República, das Mesas da 
Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do 
Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral 
da República e do próprio STF; 
 
 Art. 102, II, “a”: compete ao STF julgar em 
recurso ordinário o habeas data decidido em 
única instância pelos Tribunais Superiores, se 
denegatória a decisão; 
 
 Art. 105, I, “b”: compete ao STJ processar e 
julgar, originariamente, os habeas data, contra 
ato do Ministro de Estado, dos Comandantes da 
Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ou do 
próprio tribunal; 
 
 Art. 108, I, “c”: competência originária dos 
TRFs para processar e julgar os habeas data 
contra ato do próprio tribunal ou do juiz federal; 
 
 Art. 109, VIII: aos juízes federais compete 
processar e julgar os habeas data contra ato 
de autoridade federal, excetuados os casos de 
competência dos tribunais federais; 
 
 Art. 121, § 4.º, V: competência atribuída ao 
TSE para julgar em grau de recurso habeas data 
denegado pelo TER. 
 
Observações importantes sobre 
o Habeas Corpus: 
 É uma ação gratuita!!!! 
 Previsão legal: Art. 5º, LXXVII, CF/88. 
são gratuitas as ações de habeas 
corpus e habeas data, e, na forma da 
lei, os atos necessários ao exercício da 
cidadania. 
 
 Esse remédio constitucional é de natureza 
civil, com um rito sumário (mais rápido do 
que as outras ações judiciais). 
 
 No HD é necessária a representação de 
advogado; 
 
Se liga no bizu: O HABEAS SÃO GRÁTIS! 
 
 
 
12 
 Só é cabível habeas data quando houver a 
negativa expressa da administração pública; 
 O STF tem entendido que negativa expressa 
pode se entender por demora injustificada na 
apresentação do pedido. 
 
 Súmula 02 STJ: “NÃO CABE O HABEAS 
DATA (CF, ART. 5., LXXII, LETRA "A") SE NÃO 
HOUVE RECUSA DE INFORMAÇÕES POR 
PARTE DA AUTORIDADE ADMINISTRATIVA” 
 
 
 
Mandado de 
Segurança 
 
Art. 5º, inciso LXIX, CF/88. Conceder-se-á 
mandado de segurança para proteger direito líquido 
e certo, não amparado por “habeas-corpus” ou 
“habeas-data”, quando o responsável pela ilegalidade 
ou abuso de poder for autoridade pública ou agente 
de pessoa jurídica no exercício de atribuições do 
Poder Público. 
 
O Mandado de Segurança, criação brasileira, é uma 
ação constitucional de natureza civil (apesar de ser civil 
cabe contra ato de juiz processo penal), com rito sumário 
especial, cujo emprego se destina a proteger direito 
líquido e certo, não amparado por HC e HD, de ato 
de autoridade pública que o lesione ou que o venha a 
lesionar. 
 
É uma garantia constitucional utilizado para tutelar 
direito líquido, ou seja, aquele comprovado de plano, 
por meio de documento, já que não há dilação 
probatória. 
 
Regido por lei própria, a Lei 12.016/09, apesar de 
também ser garantido pela CF. 
 
 É uma ação de caráter residual (ou subsidiário), 
ou seja, quando não for protegido por nenhum 
dos remédios constitucionais vigentes, vem para 
seara do MS, esse seria o “último recurso” se 
não couber HD ou HC. E só de tiver acontecido 
com ilegalidade ou abuso de poder. 
 
 O Mandado de Segurança será concedido para 
proteger direito líquido e certo, não amparado por 
Habeas Corpus ou Habeas Data, sempre que, 
ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa 
física ou jurídica sofrer violação ou houver justo 
receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de 
que categoria for e sejam quais forem as funções 
que exerça. 
 
 De acordo com o art. 1º, §1º, da lei 12.106 de 
2009, equiparam-se às autoridades, os 
representantes ou órgãos de partidos políticos 
e os administradores de entidades autárquicas, 
bem como os dirigentes de pessoas jurídicas 
ou as pessoas naturais no exercício de 
atribuições do poder público, somente no que 
disser respeito a essas atribuições. 
 
Direito líquido e certo: 
 
É aquele direito que pode de ser comprovado no 
momento da impetração, ou seja, na hora que você 
ingressa com o Mandado de Segurança ali já se tem 
toda a prova pré-constituída. Assim não havendo 
controvérsia ou divergência sobre os fatos. 
**As provas já devem estar presentes desde o 
primeiro momento. 
 
Não pode haver controvérsia fática sobre os fatos, 
já sobre controvérsia de direito é sim possível. 
 
Ex.: José faz um concurso público para Delegado de 
Polícia, esse conta com 5 vagas, após a felicidade da 
sua aprovação em 5º lugar, o mesmo fica no 
aguardo da sua nomeação no Diário Oficial. Chegando 
tal dia José percebe que na sua vaga, foi na verdade, 
nomeado o 6º colocado, após passar mal do 
aperreio, José corre atrás de impetrar mandado de 
segurança! Apresentando logo no primeiro momento 
todas as provas de que ele realmente participou de 
tal certame, que foi o 5º colocado e que aquela vaga 
está ocupada por erro, sendo sua por direito. Contra 
esses fatos não podem haver divergência, mas 
quanto ao direito (se José foi desclassificado porque 
 
 
13 
não apresentou um documento necessário) cabe 
controvérsia. 
 
 Considera-se direito líquido e certo aqueleque pode ser provado simplesmente por 
documentos e para constatá-lo o juiz não 
precisará de maiores delongas processuais 
em busca de outras provas. Neste sentido, 
para a Suprema Corte “a noção de direito 
líquido e certo ajusta-se, em seu específico 
sentido jurídico, ao conceito de situação que 
deriva de fato certo, vale dizer, de fato 
passível de comprovação documental 
imediata e inequívoca”. 
 
 Refoge aos estreitos limites da ação mandamental 
o exame de fatos despojados da necessária 
liquidez, pois o iter procedimental do Mandado de 
Segurança não comporta a possibilidade de 
instauração incidental de uma fase de dilação 
probatória. 
 
Classificação do Mandado de Segurança: 
 
Assim como o Habeas Corpus, o Mandado de 
Segurança é classificado pela doutrina em 
repressivo e preventivo. 
 
 Repressivo: mira remediar um abuso de 
poder ou uma ilegalidade já cometida pela 
autoridade coatora. Impende dispor que o 
ato praticado pelo sujeito passivo, que 
enseja a propositura de tal ação 
constitucional, poderá ser um ato comissivo 
ou uma omissão dotada de ilegalidade ou 
abuso. O Mandado de Segurança, então, é 
repressivo quando houver violação efetiva 
a direito líquido e certo do impetrante, por 
ilegalidade ou abuso de poder por parte da 
autoridade. 
 
 Preventivo: Por outro lado, será preventivo 
quando houver justo receio de violação de 
direito líquido e certo do impetrante 
provoca pela administração pública ou por 
quem exerce a sua função por delegação. 
Para se caracterizar a ameaça e, com isso, 
o justo receio de lesão deve existir um risco 
potencial para causar o dano o ato 
administrativo. 
 
Prazo decadencial do MS: 
 
 O prazo para impetração do Mandado de 
Segurança repressivo é de 120 dias , contados 
da ciência do ato impugnado pelo interessado, 
por exemplo, contados a partir da publicação do 
edital. O prazo decadencial de 120 dias, a que 
se refere o art. 23, da lei 12.016/09, extingue-
se, de pleno direito, a prerrogativa de impetrar 
mandado de segurança. 
 
 Já o Mandado de Segurança preventivo não há 
prazo, pois como trata apenas da ameaça, 
poderá ser impetrado a qualquer tempo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Legitimidade passiva e ativa: 
 
 
 Impetrante (legitimidade ativa): é o detentor 
de “direito líquido e certo não amparado por 
habeas corpus ou habeas data”. 
 
 O impetrante pode ser QUALQUER 
pessoa, pois dentro do rol “detentor de 
direito líquido e certo” incluem-se: 
A jurisprudência fala a respeito da 
desistência do mandado de 
segurança. Nesse caso se você 
entra com um mandado de 
segurança e desiste, a parte 
impetrada ela não precisa da 
concordância, anuência, da 
aquiescência, para a que ocorra 
essa desistência. 
 
 
14 
pessoas físicas (brasileiras ou não, 
residentes ou não, domiciliadas ou não), 
jurídicas, órgãos públicos 
despersonalizados, porém com 
capacidade processual (chefias dos 
executivos, mesas do legislativo), 
universalidades de bens e direitos (espólio, 
massa falida, condomínio), agentes 
políticos (governadores, parlamentares), 
o Ministério Público, etc. 
 
 No pólo ativo, somente o próprio titular 
do direito violado tem legitimidade para 
impetrar o mandado de segurança 
individual. Pode ser qualquer pessoa, 
física ou jurídica, desde que tenha 
capacidade de direito e seja titular do 
direito violado. 
 
 Impetrado (legitimidade passiva): é a autoridade 
coatora, responsável pela ilegalidade ou abuso de 
poder, autoridade pública ou agente de pessoa 
jurídica no exercício de atribuições do Poder 
Público. 
 Afigura-se no pólo passivo da ação 
autoridades públicas e agentes de 
pessoas jurídicas com atribuições de 
Poder Público. No entanto, cumpre 
destacar que não cabe Mandado de 
Segurança contra os atos de gestão 
comercial praticados pelos 
administradores de empresas públicas, de 
sociedade de economia mista e de 
concessionárias de serviço público. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Participação do Ministério Público: 
 
 
 A participação do Ministério Público é 
indispensável, justificada na tutela do 
interesse público, tendo obrigatoriamente 
que oferecer seu parecer no prazo 
máximo de dez dias, de acordo com o art. 
12, da lei 12.016/09. 
 
Liminar em Mandado de Segurança: 
 
 Conforme estabelece o art. 7º, III, da lei 12.016/09, 
ao despachar a inicial do Mandado de 
Segurança, o juiz ordenará que se suspenda 
o ato que deu motivo ao pedido, quando 
houver fundamento relevante e do ato 
impugnado puder resultar a ineficácia da 
medida, caso seja finalmente deferida, sendo 
facultado exigir do impetrante caução, fiança ou 
depósito, com o objetivo de assegurar o 
ressarcimento à pessoa jurídica. 
 A liminar proferida em mandado de segurança visa 
à proteção in natura do bem, cuja proteção 
efetiva, concreta e definitiva é o objeto da 
impetração. Assim, é possível a obtenção de 
medida liminar no Mandado de Segurança, desde 
que existente os pressupostos para a sua 
concessão: plausibilidade da alegação (Fumus boni 
juris) e urgência (Periculum in mora). 
 
Custas e Honorários: 
 
De acordo com o art. 25 da Lei 12016/2009, no 
processo de mandado de segurança, não cabem a 
condenação ao pagamento dos honorários 
advocatícios, sem prejuízo da aplicação de sanções 
no caso de litigância de má-fé. 
 
 Embora a Lei 1.2016 de 2009 seja omissa 
com relação ao pagamento de custas pro-
cessuais, o art. 85 do CPC/15 é regra 
aplicável a todo e qualquer procedimento, 
inclusive, portanto, ao do mandado de 
segurança. Portanto, impõe-se a con-
denação do impetrado ao pagamento de 
custas processuais. 
O ato da autoridade coatora pode 
ser comissivo (um fazer abusivo 
dessa autoridade) ou omissivo 
(deixar de fazer). 
 
 
15 
Competência do Mandado de 
Segurança: 
 
A competência para processar e julgar o Mandado 
de Segurança dependerá da categoria da autoridade 
coatora e sua sede funcional, sendo definida nas leis 
infraconstitucionais, bem como na própria CF. 
Definida também em função da hierarquia da 
autoridade legitimada a praticar a conduta, 
comissiva ou omissiva, que possa resultar em lesão 
ao direito subjetivo da parte e não será alterada 
pela posterior elevação funcional da mesma. 
 
Assim, a Constituição Federal estabeleceu, em seu 
art. 102, I, “d”, a competência originária, ao 
Supremo Tribunal Federal, para julgamento do 
Mandado de Segurança contra atos do Presidente 
da República, das Mesas da Câmara dos Deputados 
e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, 
do Procurador-Geral da República e do próprio 
Supremo Tribunal Federal. 
 
 Conforme estabelece o art. 105, I, “b”, 
CRFB/88, compete ao Superior Tribunal de 
Justiça processar e julgar, originariamente, 
os Mandado de Segurança contra ato de 
Ministro de Estado, dos Comandantes da 
Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou 
do próprio Tribunal; 
 
 A competência dos Tribunais Regionais 
Federais para processar e julgar, 
originariamente, os Mandado de Segurança 
contra ato do próprio Tribunal ou de juiz 
federal, tem previsão constitucional no art. 
108, I, “c”, CRFB/88. 
 
 Já a competência dos juízes federais para 
processar e julgar os Mandado de 
Segurança contra ato de autoridade 
federal, excetuados os casos de 
competência dos tribunais federais, esta 
estabelecida no art. 109, VIII, da CRFB/88. 
 A competência estadual no Mandado de 
Segurança é regulada pelas Constituições 
Estaduais e leis locais de organização 
judiciária. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fundamentos mais comuns: 
 
As principais fundamentações jurídicas do Mandado 
de Segurança, podem ser encontradas em 
Constituição Federal nos arts. 5o, LXIX e LXX; 102, I, 
“d”; 105, I, “b”; 108, I, “c”; 109, VIII da CRFB/88 e Lei 
12.016/2009. 
Além disso, é sugerido a leituras das seguintes 
súmulas sobre Mandado de Segurança, vejamos: 
 
Como identificar a peça de MS: 
 O Mandado de Segurança é ação de 
natureza residual,subsidiaria, pois no 
âmbito constitucional protege direito líquido 
e certo, não amparado por Habeas Corpus 
ou Habeas Data. Contudo, não se pode olvida 
que o mandado de segurança não substitui 
a ação popular, conforme estabelece a 
súmula 101, do Supremo Tribunal Federal. 
 
 Assim, o âmbito o mandado de segurança é 
residual, chegando-se a ele por exclusão 
dos demais remédios constitucionais. Se o 
direito liquido e certo não amparado por 
habeas corpus, habeas data, ação popular, 
logo, cabível será o Mandado de 
Segurança. 
 
Identificando o julgado (legitimado) passivo se 
identifica o órgão julgador, ou seja, sabendo em 
face de quem ira se julgar a ação, vai-se para 
CF ver as competências e assim descobrir 
quem será o julgador. 
 
 
16 
Supremo Tribunal Federal – STF 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Supremo Tribunal de Justiça – STJ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
Mandado de 
Segurança Coletivo 
 
Segue as mesmas regras do mandado de segurança 
individual, mas nesse a finalidade é a proteção de um 
interesse coletivo. É aquele que serve para proteger 
uma coletividade. 
 
Art. 5º, inciso LXIX, CF/88. Conceder-se-á 
mandado de segurança para proteger direito líquido 
e certo, não amparado por “habeas-corpus” ou 
“habeas-data”, quando o responsável pela ilegalidade 
ou abuso de poder for autoridade pública ou agente 
de pessoa jurídica no exercício de atribuições do 
Poder Público. 
 
Art. 5º, inciso LXX, CF/88. - o mandado de 
segurança coletivo pode ser impetrado por: 
 
 
a) partido político com representação no 
Congresso Nacional; 
 
b) organização sindical, entidade de classe ou 
associação legalmente constituída e em 
funcionamento há pelo menos um ano, em 
defesa dos interesses de seus membros 
ou associados; 
 
A grande diferença entre o mandado de segurança 
individual e o coletivo (criado pela CF/88) é o seu 
objeto e a sua legitimação ativa. 
 
 
Objeto, legitimidade ativa e objetivos 
 
 Objeto: com o mandado de segurança coletivo, 
visa-se a proteção de direito líquido e certo, não 
amparados por habeas corpus ou habeas data 
(campo residual), contra atos ou omissões ilegais 
ou com abuso de poder de autoridade, buscando 
a preservação (preventivo) ou reparação 
(repressivo) de interesses transindividuais, 
sejam os individuais homogêneos, sejam 
coletivos. 
 
 Individuais homogêneos: entendidos 
aqueles que são decorrentes de origem 
comum e da atividade ou situação 
específica da totalidade, ou de parte dos 
associados ou membros do impetrante; 
 
 Coletivos: entendidos os transindividuais, 
de natureza indivisível, de que seja titular 
grupo ou categoria de pessoas ligadas 
entre si ou com a parte contrária por 
uma relação jurídica básica. 
 
 Legitimidade ativa: não é qualquer grupo que 
pode impetrar mandado de segurança coletivo, 
os que podem são previstos na CF, esses são: 
 
 Partidos políticos, desde que tenham 
representação no congresso nacional; 
 
 Organização sindical, entidade de classe 
ou associação, desde que estejam 
legalmente constituídas e em 
funcionamento há pelo menos 1 ano, em 
defesa dos interesses de seus 
membros ou associados. 
 
 Objetivo: os dois objetivos buscados com a 
criação do mandado de segurança coletivo, no 
entender de Michel Temer, são: 
 
 Fortalecimento das organizações 
classistas; 
 
 “pacificar as relações sociais pela 
solução que o Judiciário dará a situações 
controvertidas que poderiam gerar 
milhares de litígios com a consequente 
desestabilização da ordem social”. 
 
Competência do MSC: 
Cabe ao STF julgar atos do Presidente da República, 
das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado 
Federal, do Tribunal de Contas da União, do 
 
 
18 
Procuradoria Geral da República e do próprio STF. 
Julgar, em Recurso Ordinário, o MS/única instância, 
pelos Tribunais Superiores; 
Cabe ao STJ julgar Ministro de Estado, Comandantes 
da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do 
próprio Tribunal. MS/única instância pelos TRF/TJ, 
quando denegatória a decisão; 
Procedimento: 
Petição inicial: requisitos do CPC 
Recebida a inicial: 
 
• notificação impetrado – informações em 
10 dias; 
• Ciência ao órgão de representação da PJ 
interessada; 
• Parecer do MP (10 dias); 
• Decisão (30 dias); 
• Celeridade. 
 
Art. 20. Os processos de mandado de segurança 
e os respectivos recursos terão prioridade sobre 
todos os atos judiciais, salvo habeas corpus. 
 
Sentença e coisa julgada: 
Art. 19. A sentença ou o acórdão que denegar 
mandado de segurança, sem decidir o mérito, não 
impedirá que o requerente, por ação própria, pleiteie 
os seus direitos e os respectivos efeitos 
patrimoniais. 
Súmula 304 STF: “Decisão denegatória de 
mandado de segurança, não fazendo coisa julgada 
contra o impetrante, não impede o uso da ação 
própria”. 
Sentenças Denegatórias do MSC: 
De indeferimento da inicial: 
 
 
 Por juiz – apelação (para indeferir o 
mandado de segurança coletivo é preciso 
impetrar apelação); 
 
 Pelo relator – agravo; 
 
Demais sentenças denegatórias: 
 
 
 Por juiz – apelação; 
 
 Única instância – recurso ordinário; 
 
 Sentenças de procedência por juiz – 
apelação; 
 
Da coisa julgada: 
Art. 22. No mandado de segurança coletivo, a 
sentença fará coisa julgada limitadamente aos 
membros do grupo ou categoria substituídos pelo 
impetrante. 
§ 1o O mandado de segurança coletivo não induz 
litispendência para as ações individuais, mas os 
efeitos da coisa julgada não beneficiarão o 
impetrante a título individual se não requerer a 
desistência de seu mandado de segurança no prazo 
de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada 
da impetração da segurança coletiva. 
 
Mandado de Injunção 
 
Previsto inicialmente pela Constituição Federal de 
1988 e posteriormente disciplinada pela Lei nº 
13.300/16 esse remédio constitucional tem como 
função suprir uma lacuna legislativa que aparece 
pela ausência de norma regulamentadora. 
 
Art. 5º, inciso LXXI, CF/88. conceder-se-á 
mandado de injunção sempre que a falta de norma 
regulamentadora torne inviável o exercício dos 
direitos e liberdades constitucionais e das 
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania 
e à cidadania; 
Art. 1º, lei 13.300/16. Esta Lei disciplina o 
processo e o julgamento dos mandados de injunção 
individual e coletivo, nos termos do inciso LXXI do art. 
5º da Constituição Federa l. 
 
 
19 
Para um melhor entendimento da 
Conceituação do Mandado de Injunção 
é válido relembrar: 
 
Eficácia e aplicabilidade das normas 
constitucionais 
 
 Normas constitucionais de eficácia plena: 
 
• Aplicabilidade direta, imediata e integral 
 
Art. 2º: “São Poderes da União, independentes e 
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o 
Judiciário”. 
 
Art. 14, § 2º: “Não podem alistar-se como eleitores 
os estrangeiros e, durante o período do serviço 
militar obrigatório, os conscritos”. 
 
 Normas constitucionais de eficácia contida: 
 
• Aplicabilidade direta, imediata mas 
possivelmente não integral 
 
Art. 5º: VII – “é assegurada, nos termos da lei, a 
prestação de assistência religiosa nas entidades civis 
e militares de internação coletiva”; 
 
Art. 5º: VIII – “ninguém será privado de direitos por 
motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica 
ou política, salvo se as invocar para eximir-se de 
obrigação legal a todos imposta e recusar-se a 
cumprir prestação alternativa, fixada em lei”; 
 
 Normas constitucionais de eficácia limitada: 
 
• Aplicabilidade mediata e reduzida (diferida) 
 
Art. 18 § 2º: “Os Territórios Federais integram a 
União, e sua criação, transformação em Estado ou 
reintegração ao Estado de origem serão reguladas 
em lei complementar”; 
 
Art. 25, § 3º: “Os Estados poderão, mediante lei 
complementar, instituir regiões metropolitanas, 
aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas 
por agrupamentos de municípioslimítrofes, para 
integrar a organização, o planejamento e a execução 
de funções públicas de interesse comum”. 
 
Art. 196. “A saúde é direito de todos e dever do 
Estado, garantido mediante políticas sociais e 
econômicas que visem à redução do risco de doença 
e de outros agravos e ao acesso universal e 
igualitário às ações e serviços para sua promoção, 
proteção e recuperação”. 
 
Art. 205. “A educação, direito de todos e dever do 
Estado e da família, será promovida e incentivada 
com a colaboração da sociedade, visando ao pleno 
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o 
exercício da cidadania e sua qualificação para o 
trabalho”. 
 
 
Esse remédio constitucional servirá quando houver 
uma norma constitucional que depende de 
regulamentação, ou seja, uma norma de eficácia 
limitada (precisa de outra norma para fazer efeito). 
Então, caso o legislativo não regulamente isso como 
deveria fazer, é cabível o mandado de injunção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 2º, lei 13.200/16. Conceder-se-á mandado 
de injunção sempre que a falta total ou parcial de 
norma regulamentadora torne inviável o exercício 
dos direitos e liberdades constitucionais e das 
Repetição para fixação!!!! 
 
 Quando há uma AUSÊNCIA DE NORMA 
REGULAMENTADORA, (quando o poder 
legislativo NÃO legisla quando o deveria 
fazer e em decorrência dessa ausência 
(omissão legislativa) há a violação de 
direitos e liberdades fundamentais ou 
prerrogativas inerentes a nacionalidade, 
soberania e cidadania, cabe mandado de 
injunção. 
 Só caberá MI em face de norma 
constitucional de eficácia limitada. 
 
 
 
20 
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania 
e à cidadania. 
 
Com a leitura do artigo 2 da lei 13.300/16 é possível 
destacar que o mandado de injunção será concedido 
SEMPRE que a falta total ou parcial de norma 
regulamentadora (...) 
 
Agora vejamos que: 
 
• A omissão é total quando a inércia é absoluta, 
ou seja, o preceito constitucional de eficácia 
limitada não foi disciplinada. Como exemplo da 
omissão total é possível citar o art. 37, VII da 
CF/88, que até hoje não foi editada. 
 
• Por sua vez, considera-se parcial a 
regulamentação quando forem insuficientes 
as normas editadas pelo órgão legislador 
competente. Como exemplo da omissão 
parcial destaca-se o art. 7º, IV, que assegura 
o direito ao salário-mínimo, onde o valor 
estabelecido não é suficiente para atender 
todas as necessidades previstas na CF. Isso 
quer dizer que o legislador infraconstitucional 
regulamentou de modo insuficiente. 
 
Requisitos do MI 
 
Existem dois requisitos constitucionais para o 
mandado de injunção, esses são: 
 
1. Norma constitucional de eficácia limitada, 
prescrevendo direitos, liberdades 
constitucionais e prerrogativas inerentes à 
nacionalidade, à soberania e à cidadania; 
 
2. falta de norma regulamentadora, tornando 
inviável o exercício dos direitos, liberdades e 
prerrogativas acima mencionados (omissão). 
 
Em suma é preciso haver a FALTA DE NORMA 
REGULAMENTADORA em face NORMAS 
CONSITUCIONAIS DE EFICÁCIA LIMITADA, pois essas 
necessitam de uma norma secundária para ter 
efeito. Bem como é necessária que haja a 
INVIABILIZAÇÃO DE DIREITOS E/OU PRERROGATIVAS 
e, por fim, é preciso ter decorrido PRAZO 
RAZOÁVEL para a sua impetração (decorrido prazo 
razoável para regulamentação da lei). 
 
Legitimidade passiva e ativa: 
 
 Impetrante (legitimidade ativa): no que se 
refere ao mandado de injunção INDIVIDUAL o 
impetrante pode ser pessoas naturais (físicas) 
ou pessoas jurídicas (salvo as PJ de direito 
privado) que entenda que seu direito não está 
plenamente assegurado em decorrência da 
ausência de regulamentação e se afirmam 
titulares dos direitos, das liberdades e das 
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à 
soberania e à cidadania. 
 
 
Art. 3º “São legitimados para o mandado de 
injunção, como impetrantes, as pessoas naturais ou 
jurídicas que se afirmam titulares dos direitos, das 
liberdades ou das prerrogativas referidos no art. 2º 
e, como impetrado, o Poder, o órgão ou a autoridade 
com atribuição para editar a norma 
regulamentadora”. 
 
Já se tratando de mandado de injunção 
COLETIVO é legitimo que os ativos para a 
impetração, sejam: 
 Partidos políticos; 
 Organização sindical; 
 Entidades de classe; 
 Associação; 
 Ministério Público; 
 Defensoria pública. 
 
Art. 12. O mandado de injunção coletivo pode ser 
promovido: 
 
I. pelo Ministério Público, quando a tutela 
requerida for especialmente relevante para 
a defesa da ordem jurídica, do regime 
Iguais aos do MSC 
e com os mesmos 
requisitos 
Podem fazer 
APENAS MI 
 
 
21 
democrático ou dos interesses sociais ou 
individuais indisponíveis; 
 
II. por partido político com representação no 
Congresso Nacional, para assegurar o 
exercício de direitos, liberdades e 
prerrogativas de seus integrantes ou 
relacionados com a finalidade partidária; 
 
III. por organização sindical, entidade de classe 
ou associação legalmente constituída e em 
funcionamento há pelo menos 1 (um) ano, 
para assegurar o exercício de direitos, 
liberdades e prerrogativas em favor da 
totalidade ou de parte de seus membros ou 
associados, na forma de seus estatutos e 
desde que pertinentes a suas finalidades, 
dispensada, para tanto, autorização 
especial; 
 
IV. pela Defensoria Pública, quando a tutela 
requerida for especialmente relevante para 
a promoção dos direitos humanos e a 
defesa dos direitos individuais e coletivos dos 
necessitados, na forma do inciso LXXIV do 
art. 5º da Constituição Federal. 
 
 Impetrado (legitimidade passiva): no que se 
refere ao mandado de injunção a legitimidade 
passiva vai se dar contra a autoridade que tem 
competência para elaborar a norma que não foi 
elaborada. Por exemplo algumas leis que só 
podem ser criadas pelo presidente da república, 
logo caso ele não proponha tal lei e em 
decorrência disso exista a ausência de direito, o 
presidente que será o impetrado. 
 
Art. 3º “São legitimados para o mandado de 
injunção, como impetrantes, as pessoas naturais ou 
jurídicas que se afirmam titulares dos direitos, das 
liberdades ou das prerrogativas referidos no art. 2º 
e, como impetrado, o Poder, o órgão ou a autoridade 
com atribuição para editar a norma 
regulamentadora”. 
 
Competência 
 
A competência para processar e julgar a garantia 
constitucional é de acordo com o órgão incumbido 
da elaboração da norma regulamentadora: 
 
• 102, I, “q”: compete ao STF, precipuamente, a 
guarda da Constituição, cabendo-lhe processar 
e julgar, originariamente, o mandado de 
injunção, quando a elaboração da norma 
regulamentadora for atribuição do Presidente 
da República, do Congresso Nacional, da 
Câmara dos Deputados, do Senado Federal, 
das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, 
do Tribunal de Contas da União, de um dos 
Tribunais Superiores ou do próprio STF; 
 
• 102, II, “a”: compete ao STF processar e julgar 
em recurso ordinário o mandado de injunção 
decidido em única instância pelos Tribunais 
Superiores, se denegatória a decisão; 
 
• 105, I, “h”: compete ao STJ processar e julgar, 
originariamente, o mandado de injunção, 
quando a elaboração da norma 
regulamentadora for atribuição de órgão, 
entidade ou autoridade federal, da 
administração direta ou indireta, excetuados 
os casos de competência do STF e dos órgãos 
da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da 
Justiça do Trabalho e da Justiça Federal; 
 
• 121, §4.º, V: competência atribuída ao TSE para 
julgar em grau de recurso mandado de 
injunção denegado pelo TRE; 
 
• 125, §1.º: estabelece que os Estados 
organizarão sua Justiça, observados os 
princípios estabelecidos na CF, sendo a 
competência dos tribunais definida na 
Constituição do Estado. Para se ter um 
exemplo, no Estado de São Paulo, o julgamento 
de mandado de injunção contra atos omissivos 
de autoridades estaduais e municipais é da 
competência originária do TJ (art. 74, V, da 
CE/SP — vide RJTJSP 176/92).22 
Procedimento 
O mandado de injunção é um remédio constitucional 
de procedimento especial que visa à garantia da 
efetividade, aplicabilidade e eficácia das normas 
contidas no texto constitucional. O procedimento do 
MI começa pela petição inicial que deverá preencher 
os requisitos estabelecidos pela lei processual e 
indicará, além do órgão impetrado, a pessoa jurídica 
que ele integra ou aquela a que está vinculado. 
 
Art. 4º A petição inicial deverá preencher os 
requisitos estabelecidos pela lei processual e 
indicará, além do órgão impetrado, a pessoa jurídica 
que ele integra ou aquela a que está vinculado. 
 
Quando não for transmitida por meio eletrônico, a 
petição inicial e os documentos que a instruem serão 
acompanhados de tantas vias quanto forem os 
impetrados, por exemplo, 2 impetrados = 2 vias. 
 
Recebida a Petição Inicial: 
 
• a notificação do impetrado sobre o 
conteúdo da petição inicial, devendo-lhe ser 
enviada a segunda via apresentada com as 
cópias dos documentos, a fim de que, no 
prazo de 10 dias, preste informações; 
 
• a ciência do ajuizamento da ação ao órgão 
de representação judicial da pessoa jurídica 
interessada, devendo ser-lhe enviada cópia 
da petição inicial, para que, querendo, 
ingresse no feito. A petição inicial será 
desde logo indeferida quando a impetração 
for manifestamente incabível ou 
manifestamente improcedente. 
 
Efeitos da Decisão 
No que diz respeito aos efeitos da decisão do 
mandado de injunção, várias posições (teorias) já 
foram sustentadas pela doutrina e pela 
jurisprudência e, ainda inovando, temos a lei 
13.300/16. 
 
Teorias: 
 
Quanto ao reconhecimento: 
 
a) Teoria Não Concretista: inicialmente 
adotada pelo judiciário, através dessa teoria 
a finalidade do mandado de injunção era uma 
só e essa se descreve como “reconhecer 
se o legislativo estava ou não em mora 
(atraso), saber se havia ou não omissão”. 
 
b) Teoria Concretista: diz que o mandado de 
injunção tem uma DUPLA finalidade, a 
primeira sendo averiguar se o legislativo 
está em mora, ou seja, se ele deixou de 
legislar aquilo que deveria se omitindo da 
função. E em um segundo momento o 
judiciário irá concretizar os direitos, no caso, 
o judiciário vai eventualmente criar a norma 
para definitivamente assegurar o exercício 
de tal direito constitucional. 
 
Quanto ao prazo: 
 
c) Teoria Direta: quando o judiciário 
diretamente assegurava o direito, por 
exemplo, verifica a ausência de norma e 
logo já assegura. 
 
d) Teoria Intermediária: o judiciário não 
concretiza diretamente, ele dá um prazo 
para o legislativo, caso não venha a 
acontecer dentro do prazo legal é que o 
próprio judiciário vai lá e concretiza o direito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Julgando procedente o mandado de injunção, o 
Judiciário fixa ao órgão omisso prazo para elaborar 
a norma regulamentadora. Findo o prazo e 
permanecendo a inércia, o direito passa a ser 
assegurado para todos (geral), para grupo, classe 
ou categoria de pessoas (coletivo) ou apenas para 
o impetrante, pessoa natural ou jurídica (individual); 
 
 
 
23 
Quanto ao efeito: 
 
e) Teoria Geral: onde o mandado de injunção 
teoria efeito para toda a coletividade. ultra 
partes ou erga omnes tem como 
 
f) Teoria Individual: o mandado de injunção 
tem como regra efeitos individuas, ou seja, 
só gera efeitos para parte que impetra 
(pede) o MI inter partes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A teoria sobre os efeitos do mandado de injunção no 
Brasil é a seguinte: Teoria concretista 
intermediária individual. 
 
Sendo ela sempre concretista onde o judiciário além 
de reconhecer a mora, na falta de resolução ele 
pode concretizar o direito. Tem aplicabilidade 
intermediária, ou seja, o judiciário da prazo para que 
o legislativo exerça sua função (caso o legislativo não 
exerça sua função é que o judiciário irá fazer no seu 
lugar). Os efeitos do MI, como regra, são individuais, 
mas há possibilidade de ampliação desses efeitos 
para serem erga omnes ou ultra partes. 
 
Exemplo de Mandado de Injunção: 
 
Art. 5º, XLI, CF/88. A lei punirá qualquer 
discriminação atentatória dos direitos e liberdades 
fundamentais; 
 
 Impetrante: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE 
GAYS, LÉSBICAS E TRANSGÊNEROS – ABGLT 
 Impetrado: Congresso Nacional 
 
Ação Civil Pública 
 
É um instrumento de natureza processual utilizado 
na defesa dos chamados interesses metaindividuais 
(difusos, coletivos e individuais homogêneos) tem por 
objetivo prevenir ou reprimir um dano material ou 
moral como, por exemplo, danos ao meio ambiente, 
ao patrimônio público, a honra ou dignidade de grupos 
raciais, etc. A ação civil pública NÃO pode ser usada 
para defesa de interesses ou direitos disponíveis ou 
privados. Além disso tem, segundo a doutrina, status 
constitucional. Está prevista na CF como função 
institucional do MP. 
 
 Em termos simples: Governo e associações 
privadas podem “entrar com um processo” 
contra qualquer um que tenha causado danos 
a bens públicos e de interesse público, como 
o meio-ambiente ou um prédio com valor 
histórico, e exigir que o dano seja reparado. 
 
 Este dano pode ser moral ou material. Assim, por 
exemplo, se alguém ofende de forma 
suficientemente grave a memória de uma localidade 
cara do povo brasileiro, temos um dano moral. Por 
outro lado, se o dano envolve o patrimônio público, 
como o desvio de dinheiro, além de sofrer ações 
criminais poderá, se for necessário, sofrer também 
uma Ação Civil Pública. 
É disciplinada pela Lei 7.347/1985! 
 
Objetivos 
Como já exposto acima o objetivo da ACP é a 
proteção dos direitos metaindividuais, esses são: 
 
Difusos Coletivos Individuais 
Homogêneos 
Transindividuais Transindividuais Individuais 
Indivisíveis Indivisíveis Divisíveis 
Pessoas 
Indeterminadas 
Classe, categoria 
ou grupo 
 
Origem comum 
Ligadas por 
circunstância de 
fato 
Ligadas entre si ou 
com parte 
contrária por uma 
relação jurídica-
base 
Desnecessária 
ligação 
É importante salientar que tratando-se dos efeitos 
da decisão, o legislador, com o advento da lei 
13.300/16, manteve a concepção inicial sobre o MI 
afirmando que a decisão terá eficácia subjetiva 
limitada às partes, mas inovou, ampliando, quando 
deixou claro sobre a possibilidade de eficácia ultra 
partes (para uma categoria, uma classe de 
pessoas) ou erga omnes (efeito para todos). 
 
 
 
24 
A ação civil pública está totalmente ligada ao 
ministério público, por isso vamos brevemente 
relembrar as funções do MP antes de iniciar os 
nossos estudos: 
 
Art. 129, CF/88. São funções institucionais do 
Ministério Público: 
 
III. promover o inquérito civil e a ação civil 
pública, para a proteção do patrimônio 
público e social, do meio ambiente e de 
outros interesses difusos e coletivos; 
 
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações 
civis previstas neste artigo não impede a de 
terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o 
disposto nesta Constituição e na lei. 
 
• O Ministério Público é o principal legitimado 
seja como autor, seja como fiscal 
• O inquérito é um procedimento de natureza 
investigativa E administrativa, que garante 
ao membro do MP poderes de requisição 
(ex.: requisição de exames, perícias, 
testemunhas, etc). 
 
Bens Tutelados 
Art. 1º. Regem-se pelas disposições desta Lei, sem 
prejuízo da ação popular, as ações de 
responsabilidade por danos morais e patrimoniais 
causados: 
 
I. ao meio ambiente; 
II. ao consumidor; 
III. a bens e direitos de valor artístico, estético, 
histórico, turístico e paisagístico; 
IV. a qualquer outro interesse difuso ou 
coletivo. 
V. por infração da ordem econômica; 
VI. à ordem urbanística. 
VII. à honra e à dignidade de grupos raciais, 
étnicos ou religiosos. 
VIII. ao patrimônio público e social. 
• O artigo 1 descreve fatores, ações em que 
o resultado pode gerar uma ACP. Então, se 
for causado um dano ao meio ambiente, 
existe a possibilidade de ingressar com uma 
ação civil pública. 
 
• O rol descrito no artigo citadoacima é 
considerado numerus apertus, ou seja, ele 
é meramente exemplificativo, logo, qualquer 
outro direito difuso, coletivo ou individual 
homogêneo que esteja sofrendo com 
alguma ilegalidade pode ser resguardado por 
meio desse instituto. 
Não podem ser objeto de ACP: 
 
Pretensões que envolvam: 
 tributos; 
 
 contribuições previdenciárias; 
 
 o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – 
FGTS; 
 
 outros fundos de natureza institucional cujos 
beneficiários podem ser individualmente 
determinados; 
 
 
Espécies de Tutela: 
 
Por meio da ação civil pública busca-se à 
responsabilização patrimonial e moral, que pode ser 
alcançada por meio de: 
 
a) Tutela Repressiva: que é acionada quando 
o dano ao bem já se efetivou, ou seja, para 
fazer cessar ou reparar o dano. A tutela 
repressiva ocorrerá por meio de uma 
sentença condenatória; 
 
b) Tutela Preventiva: é utilizada para as 
hipóteses em que os danos aos bens 
jurídicos tutelados ainda não se 
concretizaram, ou seja, busca-se evitar o 
dano. A tutela preventiva se efetiva por 
meio da concessão de tutelas provisórias. 
 
 
 
25 
Legitimidade Ativa 
A legitimidade ativa na ação civil pública é classificada 
como extraordinária, pois a lei autoriza que um 
terceiro entre em defesa em nome próprio direito 
que pertence a outrem. 
 
Como já falamos um pouco acima apesar do art. 129, 
III, da CF/88, prever como função institucional do 
Ministério Público à propositura de ação civil pública, 
ele NÃO é o único legitimado ativamente para tal ato. 
A Lei nº 7.347/85 indicou em seu art. 5º um rol 
exaustivos de entes legitimados para a propositura 
da ação civil pública, vejamos: 
 
Art. 5º. Têm legitimidade para propor a ação 
principal e a ação cautelar: 
 
I. o Ministério Público; 
 
II. a Defensoria Pública; 
 
III. a União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios; 
 
IV. a autarquia, empresa pública, fundação ou 
sociedade de economia mista; 
 
V. a associação que, concomitantemente: 
 
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) 
ano nos termos da lei civil; 
 
b) inclua, entre suas finalidades 
institucionais, a proteção ao patrimônio 
público e social, ao meio ambiente, ao 
consumidor, à ordem econômica, à livre 
concorrência, aos direitos de grupos 
raciais, étnicos ou religiosos ou ao 
patrimônio artístico, estético, histórico, 
turístico e paisagístico. 
 
Importante ressaltar que o prazo mínimo de 
constituição das Associações exigido na lei poderá 
ser dispensado, desde que fique evidente o 
manifesto interesse social, demonstrado pela 
dimensão do dano ou pela relevância do bem jurídico 
a ser tutelado. 
 
 
Art. 5º, § 4.° O requisito da pré-constituição 
poderá ser dispensado pelo juiz, quando haja 
manifesto interesse social evidenciado pela 
dimensão ou característica do dano, ou pela 
relevância do bem jurídico a ser protegido. 
 
 Segundo entendimento sumulado pelo STF, o 
Ministério Público tem legitimidade para 
propor ações civis públicas tanto em defesa 
de direitos difusos e coletivos, quanto em 
defesa de direitos individuais homogêneos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Termo de ajustamento de conduta: 
 
Art. 5º, § 6º. Os órgãos públicos legitimados 
poderão tomar dos interessados compromisso de 
ajustamento de sua conduta às exigências legais, 
mediante cominações, que terá eficácia de título 
executivo extrajudicial. 
 
• Exclusivamente tomado por órgãos públicos. 
 
Legitimidade Passiva 
 
Qualquer pessoa, seja ela física ou jurídica, pode 
figurar no polo passivo de uma ação civil público, 
desde que atente contra qualquer dos bens 
juridicamente tutelados na ação civil pública. 
A Defensoria Pública pode propor ação 
civil pública? 
SIM!!! A Lei n. 11.448/07 ao alterar o art. 
5º da Lei n. 7.347/85 legitimou a 
Defensoria Pública para o ajuizamento da 
ação civil pública. 
Por sua vez, calha destacar que o STF, no 
julgamento da ADI 3943/DF, também 
reconheceu a legitimidade ativa da Defensoria 
Pública para o ajuizamento de ação civil pública 
que vise a defesa de interesses difusos e 
coletivos de pessoas necessitadas. 
 
 
 
26 
Atuação do Ministério Público 
 
Art. 5º, § 1º. O Ministério Público, se não intervier 
no processo como parte, atuará obrigatoriamente 
como fiscal da lei. 
 
§ 5º. Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre 
os Ministérios Públicos da União, do Distrito Federal 
e dos Estados na defesa dos interesses e direitos 
de que cuida esta lei. 
 
 Além disso, o Ministério Público, quando não for 
parte no processo, deverá obrigatoriamente 
atuar como fiscal da lei. Por outro lado, se a 
Associação abandonar a causa ou desistir 
infundadamente será de responsabilidade do 
Ministério Público assumir a continuidade da 
demanda, fato que também pode ser realizado 
por qualquer dos outros legitimados ativo. 
 
 De acordo com o §3º, do art. 5º, da Lei nº 
7.347/85, é dado ao Poder Público e a outras 
Associações legitimadas a faculdade de se 
habilitar como litisconsorte no processo. Nesse 
mesmo sentido, é permitido a formação de 
litisconsórcio facultativo entre os Ministério 
Público da União, dos Estados e do Distrito 
Federal. 
 
Desistência infundada ou abandono da ação 
 
Art. 5º, § 3°. Em caso de desistência infundada ou 
abandono da ação por associação legitimada, o 
Ministério Público ou outro legitimado assumirá a 
titularidade ativa. 
 
 Em caso de desistência infundada ou abandono 
da ação coletiva de defesa do consumidor por 
associação legitimada, somente o Ministério 
Público assumirá a titularidade ativa. 
 
Inquérito Civil 
 
Art. 8º, § 1º. O Ministério Público poderá instaurar, 
sob sua presidência, inquérito civil, ou requisitar, de 
qualquer organismo público ou particular, certidões, 
informações, exames ou perícias, no prazo que 
assinalar, o qual não poderá ser inferior a 10 (dez) 
dias úteis. 
 
§ 2º. Somente nos casos em que a lei impuser sigilo, 
poderá ser negada certidão ou informação, hipótese 
em que a ação poderá ser proposta 
desacompanhada daqueles documentos, cabendo ao 
juiz requisitá-los. 
Nas palavras de Marcelo Abelha Rodrigues (p.383, 
2008), “o inquérito civil é uma ferramenta, um 
instrumento (sem fim em si mesmo) não jurisdicional 
(administrativo)” (…), colocado “à disposição do 
parquet, voltado à coleta de elementos para a 
formação de convicção deste órgão com vistas a 
eventual propositura de ação civil pública para 
defesa de direitos supraindividuais.” 
São características do inquérito civil: 
 
a) Exclusividade: advém do fato de que 
somente o Ministério Público está 
legalmente autorizado a instaurar e presidir 
o inquérito civil. Apesar disso, ele inicia-se 
por iniciativa do MP (portaria) ou por 
provocação de qualquer pessoa ou órgão 
(representação). 
 
b) Instrumentalidade: decorre da ideia de que o 
inquérito civil é o instrumento por meio do 
qual o Ministério Público busca elementos 
probatórios capazes de embasar a 
propositura de futura ação civil pública. 
 
c) Publicidade: pressupõe o respeito ao contido 
no art. 37, caput, da Constituição Federal, e 
indica que ele é um procedimento público. 
 
d) Solenidade: diz respeito ao fato de que ele 
deve seguir regras procedimentais 
especificas previstas na legislação. 
 
e) Dispensabilidade: ocorre por que o Inquérito 
Civil é um procedimento facultativo para a 
propositura da ação civil pública, ou seja, não 
é elemento obrigatório para o início da ação 
 
 
27 
civil pública. Nesse sentido, o caput, do art. 
8 da Lei nº7.437/85, estipula que qualquer 
interessado pode requisitar as autoridades 
competentes as certidões e informações 
que entender necessário para instruir a 
inicial da ação civil pública, as quais deverão 
ser fornecidas no prazo de 15 (quinze) dias. 
Tais informações são fornecidas sem que 
haja a necessidade de um inquérito civil. 
 
f) Participatividade: citando Rodrigues, p.385, 
2008, é possível chegar ao conceito de que 
“está ligada a ideia de que a livre convicçãodo MP deve ser feita por meio de 
elementos que atestem uma situação o mais 
próximo da verdade”. Elementos estes que 
podem ser fornecidos pelos próprios 
indivíduos integrantes da sociedade, e não 
apenas coletados por meio da atividade 
investigativa do Ministério Público. 
 
Arquivamento do Inquérito Civil 
 
Art. 9º, § 1º. Os autos do inquérito civil ou das 
peças de informação arquivadas serão remetidos, 
sob pena de se incorrer em falta grave, no prazo 
de 3 (três) dias, ao Conselho Superior do Ministério 
Público. 
 
§ 4º. Deixando o Conselho Superior de homologar a 
promoção de arquivamento, designará, desde logo, 
outro órgão do Ministério Público para o ajuizamento 
da ação. 
 Como já foi visto o objetivo do inquérito civil 
é colher elementos probatórios que 
justifiquem à propositura da ação civil pública. 
Uma vez esgotadas as diligências, e 
constatado a prática dos danos aos bens 
tutelados em sede de ação civil, caberá ao 
Ministério Público ou a qualquer dos outros 
legitimados, fazendo uso das provas colhidas, 
dar início a citada ação. Entretanto, caso o 
Ministério Público ao final do inquérito civil 
conclua pela inexistência de fundamentos 
para o ajuizamento da ação civil pública, 
deverá promover, fundamentadamente, o 
arquivamento dos autos do inquérito ou das 
peças informativas colhidas. 
 
 Nesta situação, a lei determina que o 
membro do Ministério Público, sob pena de 
falta grave, encaminhe os autos do inquérito 
ou das peças informativas arquivada, no 
prazo de 03 (três) dias, para o Conselho 
Superior do Ministério Público. O Conselho 
fica incumbido do dever de, por meio de uma 
sessão de determinar a rejeição ou a 
homologação da promoção de arquivamento. 
Caso o Conselho do Ministério Público 
entenda pela rejeição do arquivamento, 
designará imediatamente um novo membro 
do Ministério Público para proceder com o 
ajuizamento da ação civil pública. 
Competência 
Art. 2º. As ações previstas nesta Lei serão 
propostas no foro do local onde ocorrer o dano, cujo 
juízo terá competência funcional para processar e 
julgar a causa. 
 
 A competência para processamento e 
julgamento da ação civil pública é do juízo do 
foro do local onde ocorreu o dano ou onde 
houver a ameaça de dano, conforme dispõe 
o art. 2º, da Lei nº7.437/85. Trata-se de 
uma competência absoluta, logo, não cabe 
flexibilização pelas partes. 
 
Objeto da ação: 
 
Art. 3º. A ação civil poderá ter por objeto a 
condenação em dinheiro ou o cumprimento de 
obrigação de fazer ou não fazer. 
 
Reforçando: 
 
• condenação em dinheiro; 
• cumprimento de obrigação de fazer; 
• cumprimento de obrigação de não fazer; 
 
 
 
28 
Além disso, a propositura é causa de prevenção do 
juízo para todas as ações que venham a ser 
propostas e cuja causa de pedir e objeto sejam o 
mesmo. 
Sentença 
Regra geral – coisa julgada erga omnes (nos limites 
da competência do órgão prolator). 
 
 Casos de improcedência por insuficiência de 
provas 
 
Na ação civil pública a sentença é 
preponderantemente condenatória, conforme se 
vislumbra do art. 3º da Lei nº 7.347/85, e visa a 
reparação patrimonial e moral. Os responsáveis 
pelos danos aos bens tutelados podem ser 
condenados para pagar uma quantia em dinheiro ou 
ao cumprimento de uma obrigação de fazer ou não 
fazer. Sendo procedente o pedido, a sentença 
poderá determinar a condenação em dinheiro, 
dinheiro este que terá seu valor revertido em prol 
de um Fundo destinado a reconstrução dos bens 
lesados (art. 13). Além disso, pode haver uma 
condenação para cumprimento de uma obrigação de 
fazer ou não fazer, ou seja, para dar prestação 
devida ou cessar a atividade nociva. 
 
 Cumpre destacar, que o Fundo para o qual o 
dinheiro da condenação deve ser revertido será 
administrado por um Conselho Federal ou por 
Conselhos Estaduais, dos quais participarão o 
Ministério Público e representantes da comunidade. 
Enquanto não for regulamentado o Fundo, o 
dinheiro ficará depositado em estabelecimento 
oficial de crédito, em uma conta que tenha 
correção monetária. 
 
 Na hipótese de a sentença ser 
improcedente, por insuficiência de provas, 
qualquer dos legitimados ativo podem entrar 
com uma nova ação fundada nos mesmos 
fatos, e desde que tenham novas provas. 
 
A sentença faz coisa julgada material com eficácia 
erga omnes nos limites da competência territorial do 
órgão prolator, salvo no caso de sentença de 
improcedência por insuficiência de provas, a qual faz 
coisa julgada formal, já que pode ser objeto de uma 
nova ação. 
 
Possibilidade de ação cautelar 
 
Art. 4º. Poderá ser ajuizada ação cautelar para os 
fins desta Lei, objetivando, inclusive, evitar dano ao 
patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao 
consumidor, à honra e à dignidade de grupos raciais, 
étnicos ou religiosos, à ordem urbanística ou aos 
bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, 
turístico e paisagístico. 
 
Possibilidade de concessão liminar 
 
Art. 12. Poderá o juiz conceder mandado liminar, 
com ou sem justificação prévia, em decisão sujeita 
a agravo. 
 
§ 1º A requerimento de pessoa jurídica de direito 
público interessada, e para evitar grave lesão à 
ordem, à saúde, à segurança e à economia pública, 
poderá o Presidente do Tribunal a que competir o 
conhecimento do respectivo recurso suspender a 
execução da liminar, em decisão fundamentada, da 
qual caberá agravo para uma das turmas julgadoras, 
no prazo de 5 (cinco) dias a partir da publicação do 
ato. 
 
Exemplos recentes de Acão Civil 
Públicã: 
Desastre Ambiental em Mariana/MG: Este foi o 
último grande desastre ambiental brasileiro a que se 
pode atribuir um culpado. Depois do desastre, o MPT 
(Ministério Público do Trabalho) entrou com uma 
Ação Civil Pública contra as causadoras do desastre, 
Samarco Mineração S.A, Vale S.A e BHP Billiton Brasil 
Ltda, para exigir indenizações e demais reparos ao 
meio-ambiente. Os moradores da região, além disso, 
receberam indenização em dinheiro, pois tinham 
direito coletivo sobre o dano causado às suas 
propriedades naquele local. 
 
 
 
29 
Dieselgate – adulteração em testes de emissão de 
poluentes: Depois de investigações, descobriu-se que 
a Volkswagen instalou softwares que burlavam os 
testes de emissão de gases poluentes em alguns 
modelos da caminhonete Amarok. Uma associação 
privada, a Associação Brasileira de Defesa do 
Consumidor e Trabalhador (Abradecont), exigiu em 
ACP a indenização de todos os consumidores lesados, 
que, juntos, possuíam um direito coletivo. 
 
Ação Popular 
 
É um remédio constitucional de titularidade 
EXCLUSIVA do cidadão, tem sua previsão legal no art. 
5º, inc. LXXIII. 
Sendo um meio processual para que o cidadão possa 
impugnar e anular judicialmente atos administrativos 
omissivos ou comissivos ao patrimônio público, à 
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao 
patrimônio histórico e cultural. A ação popular serve 
para defender direitos de natureza coletiva e é uma 
ação de natureza civil, podendo ser preventiva ou 
repressiva. 
 
Art. 5ª, inc. LXXIII. Qualquer cidadão é parte 
legítima para propor ação popular que vise a anular 
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de 
que o Estado participe, à moralidade administrativa, 
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, 
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de 
custas judiciais e do ônus da sucumbência; 
 
A constituição só garante esse remédio a apenas 
uma categoria de pessoas: o cidadão. Então é 
possível dizer que a ação popular decorre do 
exercício de direitos políticos, isso porque cidadão é 
aquele indivíduo que tem capacidade eleitoral ativa, 
aquela pessoa que pode votar. 
 
• A ação popular é admissível não só quando 
os atos administrativos são lesivos às 
pessoas jurídicas de direito público interno, 
mas, também, quando a lesão atinge as 
entidades da administração indireta (como as 
empresas públicas e as sociedades de economia 
mista) e até mesmo outras pessoas

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