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1 2 Enzimas - São proteínas especializadas: aceleram as reações químicas (catalisadores). - As enzimas são catalisadores das reações químicas nos sistemas biológicos - Apresentam grande eficiência catalítica: aceleram a reação em 109 a 1012 vezes (10.000.000.000 !!!). - Apresentam elevado grau de especificidade por seus substratos - Não afetam o equilíbrio da reação, mas apenas aumentam a velocidade com que a reação ocorre. 3 ENZIMAS: são proteínas Exceção: recentemente foi descoberto que alguns RNAs (ácidos ribonucléicos) apresentam atividade catalítica. Esses RNAs foram denominados de RIBOZIMAS. - Como proteínas, as enzimas apresentam uma estrutura primária (seqüência de aminoácidos), estrutura secundária (α hélices e folhas β), estrutura terciária e estrutura quaternária. Sítio ativo 4 Enzima Livre E Enzima ligada ao substrato Complexo [ES] Enzima livre e produto E + P ESPECIFICIDADE DAS ENZIMAS Cadeias laterais dos aminoácidos do sítio ativo da enzima substrato Enzima A enzima livre está pronta para se ligar a outro substrato e reiniciar a catálise 5 Acetilcolina Acetilcolinesterase acetato colina ESPECIFICIDADE DAS ENZIMAS Serina Histidina Ácido glutâmico Sítio ativo da acetilcolinesterase 6 • O diagrama anterior exemplifica como ocorre a ligação de um substrato com as cadeias laterais do sítio ativo da enzima com a hidrólise da acetilcolina em colina e acetato, pela enzima colinesterase. • A acetilcolina é um neurotransmissor muito relevante, entre outras coisas, para a memória. • Após ser eliminada nas sinapses e exercer sua função, a acetilcolina deve ser rapidamente eliminada e isso acontece por meio da enzima acetilcolinesterase. • Observe que o sítio ativo da colinesterase tem três aminoácidos: serina, histidina e ácido glutâmico. • A serina reconhece o grupo acil (-C-COO) da acetilcolina. A serina é acetilada e a colina abandona o grupo; em seguida o acetato é liberado, deixando a enzima livre para uma nova reação. ESPECIFICIDADE DAS ENZIMAS 7 COFATORES E COENZIMAS Porção protéica APOENZIMA Grupo químico HOLOENZIMA Cofator Coenzima Grupamento prostético Moléculas orgânicas ou inorgânicas que condicionam a atividade das enzimas Porção protéica APOENZIMA Grupo químico Cofator Coenzima Porção protéica APOENZIMA Grupo químico Cofator Coenzima Porção protéica APOENZIMA Grupo químico Grupamento prostético Porção protéica APOENZIMA Grupo químico HOLOENZIMA Grupamento prostético Porção protéica APOENZIMA Grupo químico HOLOENZIMAHOLOENZIMA Grupamento prostético HOLOENZIMA Cofator Coenzima Grupamento prostético HOLOENZIMA 8 Algumas enzimas que contém ou necessitam de elementos inorgânicos como cofatores: Exemplos: Hexoquinase....................................................................................magnésio Superóxido dismutase mitocondrial........................................manganês Anidrase carbônica, álcool desidrogenase....................................zinco Catalase...............................................................................................heme Citocromo oxidase.............................................................................cobre Urease..................................................................................................níquel CO-FATORES E COENZIMAS 9 CO-FATORES E COENZIMAS Anidrase carbônica 10 • Co-fatores orgânicos (moléculas orgânicas- carreadores transitórios de grupos funcionais específicos (CO2, aldeídos, aminas, hidrogênio, etc). • Maioria deriva de vitaminas hidrossolúveis • Classificam-se em: – transportadoras de hidrogênio – transportadoras de grupos químicos CO-FATORES E COENZIMAS Coenzima Abreviatura Reação catalisada Origem Nicotinamida adenina dinucleotídio NAD+ Oxi-redução Niacina ou Vitamina B3 Nicotinamida adenina dinucleotídio fosfato NADP+ Oxi-redução Niacina ou Vitamina B3 Flavina adenina dinucleotídio FAD Oxi-redução Riboflavina ou Vitamina B2 11 Coenzima Abrev. Reação catalisada Origem Coenzima A CoA-SH Transferência de grupo acil Pantotenato ou Vitamina B5 Biotina Transferência de CO2 Biotina ou Vitamina H Piridoxal fosfato PyF Transferência de grupo amino Piridoxina ou Vitamina B6 Metilcobalamina Transferência de unidades de carbono Cobalamina ou Vitamina B12 Tetrahidrofolato THF Transferência de unidades de carbono Ácido fólico Tiamina pirofosfato TPP Transferência de grupo aldeído Tiamina ou Vitamina B1 Grupo Acil Grupo Aldeído 12 • 1. Oxidorredutases – catalisam reações de óxido redução • 2. Transferases: catalisam reações de transferência de grupos químicos de uma molécula para outra Ex. hexoquinase: transfere grupos fosfato do ATP para a glicose 13 3. Hidrolases – catalisam reações de hidrólise através da adição de uma molécula de água. • 4. Liases: adição de grupos químicos (água, amônia, CO2, etc) removendo duplas ligações ou formando de duplas ligações Glicose Frutose Sacarose Enzima sacarase Dupla ligação 14 5. Isomerases: rearranjos intramoleculares. Ex.: A triosefosfato isomerase transferiu o grupo fosfato do carbono 1 da diidroxiacetona fosfato para o carbono 3 da mesma molécula, formando gliceraldeído 15 6. Ligases: Catalisa reações de condensação com hidrólise de ATP. Ex.: Citrato sintase Classificação na Comissão de Enzimas (Enzyme Comission – EC): Ex.: ATP:glicose-fosfo-transferase EC:2.7.1.1 -2: classe das transferases -7: subclasse fosfotransferase (transfere grupos fosfato) -1: tem um grupo hidroxil (OH) como receptor -1: glicose como aceptor do grupo fosforil 16 • Modelo do Ajuste Induzido: MODELOS DE LIGAÇÃO ENZIMA-SUBSTRATO Alguns modelos procuram explicar o encaixe entre enzima e substrato: • Modelo Chave-Fechadura: 17 MODELOS DE LIGAÇÃO ENZIMA-SUBSTRATO 18 (a) o sítio ativo da enzima tem uma conformação espacial específica (b) a ligação com o substrato ajusta a conformação enzimática, tornando-a ideal para a catálise 19 • Existem 3 métodos para nomenclatura enzimática: - NOME RECOMENDADO: Mais curto e utilizado no dia a dia de quem trabalha com enzimas. Utiliza o sufixo "ase" para caracterizar a enzima. Exs: sacarase, lactase, protease, lipase, urease, hexoquinase, peptidase. • NOME SISTEMÁTICO: Mais complexo, fornece informações precisas sobre a função metabólica da enzima. • Exemplo 1: ATP:glicose-fosfo-transferase Glicose + ATP glicose-6-fosfato + ADP Exemplo 2: Succinato desidrogenase Succinato + FAD Fumarato + FADH2 • NOME USUAL : Consagrados pelo uso e denominados de acrodo com a sua fonte ou finção da enzima. • Exs: tripsina (grego tryein = corroer) • Pepsina (grego pepsis = digestão) • Lisozima: “lisa” as paredes bacterianas. NOMENCLATURA DAS ENZIMAS 20 Como as Enzimas Atuam 21 Como as Enzimas Atuam Esquema de uma reação química: Para que uma reação química ocorra é necessário: - Que as moléculas em solução colidam - Essa colisão deve ter uma orientação apropriada - Na colisão as moléculas devem adquirir uma energia ENERGIA DE ATIVAÇÃO necessária para atingirem um estado reativo ou ESTADO DE TRANSIÇÃO. 22 A velocidade das reações pode ser aumentada: - Aumentando o número de moléculas em solução – aumentando a concentração dos reagentes - Elevando a temperatura: o que aumenta o número de moléculas no estado reativo ou ESTADO DE TRANSIÇÃO - Diminuindo a energia de ativação das moléculas - ENZIMAS2 A B + C ∆Gsem enzima ∆Gcom enzima 23 Como a enzima diminui a energia de ativação e aumenta a velocidade da reação: 1. através da redução da entropia (expressão termodinâmica (∆S) que define o grau de desordem em um sistema). 2. A ligação entre os substrato e a enzima, por meio de forças fracas, retém os substratos na orientação apropriada para que a reação ocorra. 3. Elimina a camada de solvatação (ligação com do substrato com água) facilitando a reação. 24 CINÉTICA ENZIMÁTICA É o estudo das velocidades das reações catalisadas enzimaticamente e dos fatores que afetam essas velocidades. A velocidade de uma reação catalisada por uma enzima é afetada por vários fatores: 1. Concentração das enzimas [E] 2. Concentração do substrato [S]. 3. pH 4. Temperatura 5. Presença de Inibidores 25 A função de uma enzima pode ser afetada por qualquer agente que altere sua estrutura (forma nativa). Isto torna a atividade da enzima dependente das características do meio, principalmente pH e TEMPERATURA. 1. INFLUÊNCIA DO pH: CINÉTICA ENZIMÁTICA 26 CINÉTICA ENZIMÁTICA pH ótimo 2,0 6,0 9,0 27 2. INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA: CINÉTICA ENZIMÁTICA 28 CINÉTICA ENZIMÁTICA 3. CONCENTRAÇÃO DA ENZIMA Mais moléculas de enzima pode reagir com o substrato, elevando assim a velocidade da reação V [E] 29 4. CONCENTRAÇÃO DO SUBSTRATO Considerando a reação enzimática: E + S <==> [ES] ==> E + P Em uma concentração fixa de enzima e em uma concentração crescente de substrato, uma relação importante é observada: - no início da reação, em uma baixa concentração de substrato, a velocidade da reação é diretamente proporcional à concentração do substrato: com um aumento na concentração do substrato há um aumento na velocidade da reação. -em uma grande concentração do substrato, nenhuma mudança posterior na velocidade é observada, pois a reação já atingiu sua VELOCIDADE MÁXIMA. Como todas as enzimas estão ligadas ao substrato, não adianta colocar mais substrato pois isso não vai aumentar mais a velocidade da reação. CINÉTICA ENZIMÁTICA 30 4. CONCENTRAÇÃO DO SUBSTRATO Cinética de Michaelis-Menten: Michaelis e Menten foram 2 pesquisadores que propuseram o modelo acima citado como modelo de reação enzimática para apenas um substrato. A partir deste modelo, estes pesquisadores criaram uma equação, que nos permite demonstrar como a velocidade de uma reação varia com a variação da concentração do substrato. Esta equação pode ser expressa graficamente, e representa o efeito da concentração de substrato sobre a CINÉTICA ENZIMÁTICA �[S] � [E] = [ES] ���[S] � [ES] >>>> [E] Vmáx [S] V Vmáx/2 Km�[S] � [E] > [ES] 31 Influência da Concentração de Substrato sobre a Atividade Enzimática Em baixas concentrações de substrato a velocidade de reação é de primeira ordem – isto é, é proporcional a concentração de substrato Em altas concentrações de substrato, a velocidade da reação é de ordem zero – isto é, é constante e independente da concentração de substrato V e l o c i d a d e d a r e a ç ã o [S] 32 A equação matemática que define a relação entre velocidade e [S] é a equação de Michaelis-Menten: onde: Vo = velocidade inicial Vmáx = velocidade máxima [S] = concentração de substrato Km = constante de Michaelis-Menten O Km é definido como a Constante de Michaelis-Menten. O Km indica o a concentração de substrato [S] onde a velocidade da reação é a metade da velocidade máxima (Vmáx/2). O Km de um substrato é específico para cada enzima, e nos fornece um parâmetro de velocidade de conversão da conversão do substrato em produto, ou seja, da reação enzimática. Quanto MENOR o Km, MAIOR a velocidade, e vice- versa. CINÉTICA ENZIMÁTICA 33 • Por exemplo: A hexoquinase, uma enzima do metabolismo dos carboidratos, aceita dois açúcares como substrato: a glicose e a frutose. • Porém, medindo-se a Vmáx da reação para a glicose e calculando-se a concentração do substrato [S] onde a velocidade da reação é Vmáx/2, é obtido um valor de 0,05 mM. Ou seja, é necessária uma concentração de 0,05mM de glicose para que a reação enzimática atinja metade da velocidade máxima (Vmáx/2). Esse ponto é chamado de KM – Constante de Michaelis-Menten. • Para a frutose é observado um Km muito maior, 1,5 mM. Ou seja, a hexoquinase tem uma afinidade menor pela frutose. CINÉTICA ENZIMÁTICA 34 Enzimas - Cinética enzimática Km Constante de Michaelis-Menten Medida da velocidade da reação enzimática Específico para cada enzima 35 Cinética enzimática Km = [S] = Vmáx/2 Numericamente, Km pode ser expresso como a concentração do substrato necessária para que a velocidade da reação seja metade da velocidade máxima V máx [S] V Vmax 2 36 Conclusões sobre Km Km Velocidade da reação Pequena concentração de substrato é necessária para a reação atingir metade da Vmáxima Km Grande concentração de substrato é necessária para a reação atingir metade da Vmáxima Velocidade da reação 37 Conclusões sobre Km KmKm Velocidade da reação Velocidade da reação 38 CINÉTICA ENZIMÁTICA Valores de Km para algumas enzimas e seus substratos 39 5. INIBIDORES ENZIMÁTICOS INIBIDORES REVERSÍVEIS IRREVERSÍVEIS COMPETITIVOS NÃO COMPETITIVOS INCOMPETITIVOS 40 INIBIDORES ENZIMÁTICOS Existem duas classes de inibidores enzimáticos: 1. os REVERSÍVEIS e os IRREVERSÍVEIS: Existem 2 tipos de inibidores reversíveis: Inibidor Competitivo e Inibidor Não-Competitivo. 1. INIBIÇÃO REVERSÍVEL 1.1. Inibidor competitivo (IC): Ex.: A inibição competitiva é utilizada para tratar terapeuticamente intoxicação por metanol: No fígado: Metanol formaldeído (tóxico) Aplicação de etanol intravenoso: em alta concentração o etanol compete com o metanol pelo sítio ativo da álcool-desidrogenase, deslocando o metanol e provocando a desintoxicação. Álcool- desidrogenase Diidropteroato sintase Infecções bacterianas Mercaptopuirna Hipoxantina Adenosilssuccinato sintase Leucemia DNA polimerase viral DNA polimerase viral DNA polimerase viral AIDS INIBIDOR SUBSTRATO ENZIMA DOENÇA 42 1.2. Inibidor não-competitivo(IN): INIBIDORES ENZIMÁTICOS 43 1.2.1. Inibidor incompetitivo (II): INIBIDORES ENZIMÁTICOS Inibidor Incompetitivo Complexo ES 44 Inibidor competitivo (IC) Inibidor incompetitivo (II) Inibidor não- competitivo (IN) 45 2. INIBIÇÃO IRREVERSÍVEL Ocorre quando os inibidores ligam-se à enzima de forma definitiva, alterando a estrutura da enzima, inativando-a. Costumam ser bastante inespecíficos, ligando-se a grupos funcionais das enzimas como grupos OH (hidroxila) ou –SH (tiol). Como esse grupos químicos são freqüentes na maioria das enzimas, esses inibidores são capazes de inativar qualquer enzima. INIBIDORES ENZIMÁTICOS 46 INIBIDORES ENZIMÁTICOS- Inibidores irreversíveis Dor, febre, inflamação Cicloxigenase A cicloxigenase é uma enzima que responsável pela formação das protaglandinas, substâncias responsáveis por provocar dor, febre e inflamação. 47 Aspirina (ácido acetil salicílico)- liga-se de forma definitiva ao grupo OH da cicloxigenase, inativando esta enzima �diminuição da febre e dor -Organofosforados tem ação inibitória sobre algumas enzimas, formando ligações covalentes alguns aminoácidos que formam as enzimas. Ex: iodoacetamina: inibidor de proteases, utilizado como larvicida. Liga-se aos grupos OH e –SH (tiol)das enzimas, inativando-as.
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