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DIREITO CONSTITUCIONAL I TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS Módulo X DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS Dificuldade em se distinguir, com precisão um direito fundamental de uma garantia fundamental - há quem diga que não exista efetivamente uma distinção. Direitos fundamentais seriam aqueles que tem como objeto imediato um bem específico de uma pessoa, como a vida, a liberdade, a honra, a propriedade, a liberdade física, de expressão, etc.,havendo outras normas que protegem estes direitos indiretamente, ao limitar, procedimentalmente o exercício do poder. As garantias asseguram ao indivíduo, a possibilidade de exigir dos poderes públicos o respeito ao direito que instrumentalizam. Exemplo disso seriam as normas relativas ao direito processual penal (MENDES, 2012, p. 192 a 193). Ex: se garante a propriedade por meio do devido processo legal. • As garantias estão l igadas,por tanto, a mecanismos de defesa, podendo ser adotada aqui o entendimento de Rosah Russomano, para quem as garantias seriam as determinações e procedimentos mediante os quais os direitos inerentes à pessoa humana obtém tutela concreta. (CARVALHO, Kildare gonçalves, 2004, p. 411). • Exemplos: A) a inafastabilidade da prestacão jurisdicional no caso de lesao ou ameaça a direitos (art. 5. XXXV); B) a garantia das relações jurídicas, onde a lei não poderá retroceder seus efeitos para atingir a coisa julgada, o ato jurídico perfeito e o direito adquirido (art. 5, XXXVI); C) Garantias criminais, como a proibição de juízos ou tribunais de exceção (XXXVII); julgamento dos crimes dolosos contra a vida por Tribunal do Juri (XXXVIII); Garantia do juiz competente (LIII e LXI); comunicação de toda prisão ao juiz competente (LXII), Identificação dos responsáveis pela prisão ou pelo interrogatório (LXIV); presunção de inocência (LVII), etc. D) Garantias tributárias, expressas no art. 150; • E) garantias civis, como obtenção, nas repartições públicas de certidões para a defesa de direitos independentemente do pagamento de taxas e emolumentos (Art. 5, XXXIV, "a" e "b"); F) Remédios constitucionais tais como o Habeas Corpus (LXVIII), o Mandado de Segurança individual e coletivo(LXIX e LXX); o Mandado de Injunção (LXXI) o Habeas Data (LXXII) e a Ação Popular (LXXIII). G) Garantias políticas, como o direito de petição aos poderes públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder (XXXIV, "a"), etc. APLICABILIDADE DAS NORMAS DEFINIDORAS DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS • Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo- se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: • § 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. Nos termos do art. 5, par. 1 as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais tem aplicação imediata, de modo que são dotadas de todos os meios e elementos necessários à sua pronta inc idência aos fatos , s i tuações, condutas ou comportamentos que elas regulam. Não confundir aplicação com aplicabilidade, pois como já assinalado em outra oportunidade, se os direitos e garantias fundamentais ligados à matriz liberal, ou como pretendem alguns, aos direitos de 1a geração, estes teriam aplicabilidade imediata, sendo que os direitos fundamentais sociais, culturais e econômicos (de 2a geração) demandariam a atuação do legislador infraconstitucional. Não teriam, portanto, aplicabilidade imediata DIREITOS E DEVERES Muito se fala em Direitos fundamentais; todavia é importante compreender a existência de deveres fundamentais, que poderiam ser assim resumidos: 1. Dever de efetivação dos direitos fundamentais. - Dever de uma atuação positiva do Estado, sobretudo no que diz respeito aos direitos sociais, o que deve ser implementado com ações apropriadas (políticas públicas). Da mesma forma, o descumprimento do dever de abster-se de condutas que inviabilizem um dado direito, em alguma medida, justificam o direito de resistência. 2. Deveres específicos do Estado diante dos indivíduos, como se percebe do Art. 5, LXXV, onde o Estado deverá indenizar o condenado por erro judiciário. Outro exemplo: o principal destinatário do art. 5. IV é o Estado, o que não significa que, verificada uma certa área de proteção, que os particulares estão isentos de determinados deveres. 3. De outro lado, temos deveres dos particulares, como por exemplo no dever de respeitar a liberdade de manifestação do pensamento, abstendo-se de atos de censura. Todavia, isto tem de ser visto com certa cautela, sob pena da colonização, pelo Estado do mundo da vida. Ex: a) Cláusula de sigilo, onde não seria de todo possível a liberdade de expressão, que, todavia, nao restaria violada, ante a própria idéia de liberdade dos indivíduos no plano contratual; b) Associação comercial pode em tese excluir membro ideologicamente inoportuno e que violasse as regras estatutárias. Não se poderia alegar, de maneira simplista, a liberdade de expressão. b.1) No mesmo sentido: agremiação partidária ou um grupo religioso - problemas caso um membro professasse uma doutrina absolutamente contrária a dessas agremiações. 3. Há também determinados deveres especialmente dirigidos aos particulares, como por exemplo o disposto no art. 205, onde a educação também é um dever da família, obrigando os membros a uma atuação positiva. Da mesma forma é possível citar o dever do serviço militar obrigatório (art. 143). 4. Deveres específicos de criminalização, com o objetivo de que o Legislador tipifique, para fins de punição determinadas condutas, como a prática da tortura e do racismo (art. 5, XLII e XLII). 5. Deveres relacionados ao exercício do direito de forma solidária, levando em consideração os objetivos do modelo social de Estado, como por exemplo, a garantia do direito de propriedade (art. 5, XXII) desde que esta atenta a sua função social (art. 5, XXIII). •
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