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INTRODUÇÃO A PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS DE L. S. VIGOTSKI – Achilles Delari Junior 1 de 4 INTRODUÇÃO A PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS DE L. S. VIGOTSKI duas ou três sugestões para a pesquisa teórica em psicologia histórico-cultural Achilles Delari Junior* 1. Apresentação* O presente trabalho tem por objetivo apontar, de modo introdutório e acessível a estudantes de graduação em psi- cologia, tanto quanto egressos com aspiração a carreira de pesquisadores na mesma área, algumas contribuições gerais e outras mais específicas de Vigotski para a metodologia de pesquisa neste campo. O que implica a inserção numa tradi- ção metodológica que se fundamenta, sobretudo, no mate- rialismo histórico e dialético, cujos princípios permeiam todo o diálogo deste autor com as teorias semióticas e psicológi- cas do seu tempo.1 Busca-se estabelecer uma relação coerente entre os princípios teóricos do autor que é a principal referência da teo- ria histórico-cultural em todo mundo, e seus princípios meta- teóricos (epistemológicos) para a compreensão da própria ciência psicológica, sobretudo na definição de seu objeto e seu método, como “meio de cognição” (VIGOTSKI, 1927/ 1991, p. 357). Para tanto, serão levanta- dos aqui: (a) alguns pontos sobre os princípios metodológi- cos gerais da psicologia histórico-cultural de Vigotski, para o estudo do ser humano e a formação de seu psiquismo, e sugeridas (b) possíveis conseqüências desses princípios para um trabalho de análise de textos, numa pesquisa teórica. 2. A importância da reflexão meto- dológica na obra de Vigotski. Numa carta a Luria de 1926, Vigotski chega a dizer que: “a questão primária é a questão do método; esta é para mim a questão da verdade” (VIGOTSKI, 1926/2007, p. 18). Pode- se entender o conceito de verdade não como conhecimento absoluto, mas como aquele mais eficaz na transformação do real num dado momento histórico, no que podemos recor- rer a Marx, para quem “A questão se cabe ao pensamento * Psicólogo pela UFPR, desde 1993, mestre em Educação pela Unicamp, desde 2000, na área “Educação, conhecimento, linguagem e arte”. Críticas e sugestões envie para delari@uol.com.br. 1 Para uma discussão sobre as relações entre o marxismo, a semiótica e a psicologia como pilares do pensamento de Vigotski, pode-se consultar, por exemplo, Wertsch (1985/1988). humano uma verdade objetiva não é teórica, mas prática” (MARX, 1845/1978, p. 51). Contra o dogmatismo, entende-se que a verdade é histó- rica, contra o relativismo entende-se que o real possui leis por serem desveladas, compreendidas, mediante a própria prática que o transforma, e para que tal prática se torne possível. Nesse sentido se entende por que Vigotski, no seu tempo histórico, com inúmeras demandas sociais concretas importantes por resolver, na União Soviética nascente, esti- vesse tão preocupado com a questão do método, como organizador do pensamento teórico em direção da prática e sob a direção dela. Em diferentes obras de Vigotski, tal preocupação ética e filosófica para com o método é expressa, evidentemente não entendendo método como sinônimo de procedimento operacional, mas como “meio de cognição”, como foi dito acima. Por exemplo, em seu primeiro livro em psicologia, “Psicologia da arte” de 1925, o primeiro capítulo é dedicado à “metodologia do problema”, expondo o chamado método “objetivo-analítico”, no qual o objeto da psicologia da arte não é nem a apreensão indivi- dual da obra pelo leitor, nem sua produção individual pelo artista, mas a objetividade das relações conteúdo e forma da própria obra, sua função social como linguagem (VIGOTSKI, 1925/1999). Em 1930, numa conferência proferida na Academia de Educação Comunista N. K. Krupskaia, Vigotski expõe suas idéias sobre “o método instrumental em psicologia”, cuja proposição central reside em que no estudo das funções psíquicas superiores o pesquisador introduz “instrumentos psicológicos”, ou seja, “signos”, recursos semióticos com os quais os sujeitos podem solucionar suas tarefas e ampliar suas capacidades relativas a processos como percepção, atenção, memória, etc. (ver VIGOTSKI, 1930/1991). O método instrumental pode ser relacionado com o que, em 1929, havia sido denominado “método construtivo”, o qual “tem dois sentidos: 1) estuda não as estruturas natu- rais, mas construções; 2) não analisa, mas constrói proces- sos” (VIGOTSKI, 1929/2000, p. 23). Se o pesquisador intro- duz meios artificiais, isto é, criados culturalmente, para compreender com se dá a apropriação deles, então há “construção” no sentido de “intervenção intencional”, não no sentido de “descoberta espontânea”. Vigotski vai contra a idéia de que se deve “pegar os sujeitos de surpresa”, na “O método, isto é, o caminho segui- do, se contempla como um meio de cognição: mas o método vem deter- minado em todos os pontos pelo ob- jetivo a que conduz. Por isso, a práti- ca reestrutura toda a metodologia da ciência” — Vigotski (1927/1991, p. 357) INTRODUÇÃO A PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS DE L. S. VIGOTSKI – Achilles Delari Junior 2 de 4 qual pode residir um ideal de suposta neutralidade do pes- quisador. Além disso, o método instrumental pode ser relacionado com o chamado “método da dupla estimulação”, que tem implicações semelhantes, pois são introduzidos intencional- mente recursos semióticos (segunda série de “estímulos”) no processo de investigação para compreender como os sujeitos lidam com eles. Isto aparece em diferentes estudos de Vigotski e seus colaboradores (por exemplo: VIGOTSKI, 1931/2000). No capítulo 5 da coletânea “A formação social da men- te”, intitulado “Problemas de método”, tais estudos são postos como expressão das formulações do autor sobre a “análise genético-causal” – a qual, por sua vez, se pauta basicamente nos princípios de: (a) analisar processos não coisas; (b) buscar as causas não só a descrição; e (c) compre- ender processos “fossilizados” retomando sua gênese (ver VIGOTSKI, 1930/1989). Contudo, como podemos perceber, tais princípios meto- dológicos se orientam mais propriamente ao estudo do desenvolvimento das funções psíquicas propriamente hu- manas, de sua origem social e semioticamente mediada, e não, por exemplo, à análise de textos que discutem tal de- senvolvimento. Prática esta cada vez mais comum nos estu- dos de psicologia, tanto na graduação e mesmo em alguns cursos de especialização e/ou mestrado. Surge um pequeno desafio: se não há em Vigotski meto- dologia explícita para análise de textos, como trazer seus princípios gerais para nosso trabalho com isso, se nos pau- tamos na teoria deste autor? É do que trataremos a seguir. 3. É possível uma metodologia vi- gotskiana de análise de textos? Se é possível uma metodologia de estudo in loco do de- senvolvimento das funções psíquicas superiores a partir de uma base epistemológica materialista histórica e dialética, não o seria também com relação à análise de textos que tratam de tal assunto? Não é uma questão simples. Contu- do, como a atividade da criança em seu desenvolvimento envolve sistemas de signos, também um texto de um cientis- ta implica formas complexas de linguagem. E toda a tarefa do pesquisador está, desde início, implicada na compreen- são de conceitos e produção dos mesmos. Como diz Vigots- ki: “a palavra é o gérmen da ciência, e neste sentido cabe dizer que no começo da ciência estava a palavra” (1927/1991, p. 281). A tarefa do pesquisador não pode prescindir do trabalho com as palavras. Se ao pensar a fala de todo ser humano, Vigotski assume que “qualquer palavra é já uma teoria”(1927/1991, p. 281) e que “dizer = expor uma teoria” (1933- 34/1991, p. 186), o reverso também é verdadeiro, toda teo- ria (científica) se organiza, sistematiza, em palavras. A pala- vra não só “expressa” o pensamento cotidiano ou científico, ela o organiza e, mais, o realiza, nela ele ganha corpo, nela ele se completa (ver VIGOTSKI, 1934/2001). Desse modo, a primeira atitude metodológica para a análise qualitativa da produção científica de autores clássicos ou contemporâneos é a de entender o texto como materialização de um proces- so social complexo de pensamento, constituído na prática da investigação científica. Nessa linha, lembre-se que acima citamos apenas alguns momentos de Vigotski em sua busca de organização meto- dológica. Mas, mesmo que tais princípios sejam transversais e duradouros em suas pesquisas, ainda outras questões podem ser pensadas, como aquelas que envolvem o seu estudo posterior das relações “pensamento e linguagem”. Quando Vigotski estudou o papel do signo como “estímulo meio”, com o apoio do método instrumental, no início, ainda não estava totalmente ocupado do tema do “significado”. Por isso mais tarde ele disse que: “nos primeiros trabalhos ignorávamos que o significado é próprio do signo (...). Se antes nossa tarefa era mostrar o comum entre o nó e a me- mória lógica, agora consiste em mostrar a diferença que existe entre eles” (VIGOTSKI, 1933-34/1991, p. 121) Assim, o problema do desenvolvimento do significado é mais intensamente trabalhado nos textos que foram reuni- dos em 1934, no livro “Pensamento e linguagem” (VIGOTSKI, 1934/2001). Mas a relação “pensamento e linguagem” efeti- vada na “palavra significativa” abrange tanto a fala quanto a escrita. Portanto, pode ser levantada a hipótese metodoló- gica de que tal como se pode pensar o desenvolvimento das relações pensamento e linguagem na criança com suporte das categorias vigotskianas, também se possa lançar para a tarefa do pesquisador, na análise qualitativa de suas fontes, um olhar orientado pela abordagem histórico-cultural. Cabe destacar, de início, que a perspectiva histórico- cultural não entende a linguagem como uma estrutura inde- pendente, nem de quem fala, nem de para quem se fala, tampouco do objeto sobre o qual se fala, muito menos da situação social na qual a enunciação se dá. Portanto, levan- tar categorias sobre como orientar uma pesquisa teórica a partir de Vigotski, não é apenas propor modos de lidar com “textos”, mas também com aquilo sobre o que os textos falam, a partir das necessidades sociais que os levam a ser escritos, num dado momento histórico. Nessa transição “metodologia dos estudos histórico- culturais do desenvolvimento humano” para a constituição coerente de uma “metodologia de estudo destes estudos”, por exemplo, cabe tanto: (3.1) preservar a orientação dialé- tica geral na compreensão das relações entre o texto e seu autor, o texto e seu tema, o texto e os interlocutores aos quais se destina, de modo a não tomar os conceitos como estruturas lingüísticas independentes — problema existente no estruturalismo e criticado por Bakhtin (1974/1992); quanto (3.2) especificar ainda algumas categorias vigotskia- nas sobre a compreensão do enunciado. 3.1. Uma orientação dialética geral à análise de textos científicos Do ponto de vista do problema da “orientação dialética geral”, podemos propor uma retomada da metodologia INTRODUÇÃO A PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS DE L. S. VIGOTSKI – Achilles Delari Junior 3 de 4 “objetivo-analítica” de Vigotski (1925/1999) ao abordar a análise de obras de arte literária. Entendemos objetividade em Vigotski não como supressão dos aspectos subjetivos, mas, na linha de Saviani (1991), que a toma como critério para a crítica. Isso se dá na medida em que o pensamento crítico é aquele que melhor retrata as contradições do real, e não apenas se pauta na “opinião pessoal” do seu proponen- te. Isto é, o pesquisador crítico não deve descrever as coisas como ele deseja que sejam, ou tão somente naquilo em que confirmam suas crenças e valores, mas sim tal como elas de fato são, em sua complexidade, suas contradições, seu mo- vimento. Assim um método “objetivo-analítico” não é o que su- prime a capacidade interpretativa2 do pesquisador, mas que a coloca a serviço de compreender de modo mais crítico o seu objeto de estudo, no caso de Vigotski os textos de escri- tores como Shakespeare e Bunin, no nosso caso, poderia se tratar do processo de desenvolvimento humano tal como se apresenta no texto de seus estudiosos, por exemplo. Há uma relação dialética entre autor e leitor, o leitor genérico para uma obra constitui seu horizonte social. Então, quem escre- ve nunca o faz sozinho. Mas o pesquisador não pode desejar compreender o texto investigando a personalidade individu- al do autor, nem a do leitor. O próprio texto tem sua objeti- vidade em relações de conteúdo e forma. Então, por esse foco, pode configurar-se um olhar meto- dológico, buscando entender melhor aspectos de: (a) conte- údo (sobre o que o texto fala) — “o desenvolvimento huma- no”, por exemplo; em relação dialética com (b) a sua forma (de que modo o texto fala) — por exemplo: “foco qualitativo x foco qualitativo”; “pensamento formal x dialético”; “gene- ralizações teóricas x conteúdo empírico” ou “ênfase em aspectos epistemológicos x ênfase em aspectos descritivos”; entre outros aspectos por serem mais bem definidos duran- te o próprio processo de investigação. A dialética conteúdo-forma na organização semiótica da discussão conceitual presente nas fontes forneceria, assim, uma unidade catalizadora de outros aspectos importantes, já citados, como a relação “autor-texto-leitor”, e “autor- texto-objeto de estudo”. A qual poder ser fortalecida com os princípios complementares dos quais trataremos a seguir. 3.2 Categorias vigotskianas para a compreensão do enunciado Mas para complementar o princípio mais geral exposto acima, podem ser explicitados pelo menos mais outros dois relativos ao que acima foi indicado como segundo item da nossa proposta. Ou seja, relativos à reflexão acumulada pela abordagem histórico-cultural quanto às relações pensamen- 2 Vigotski é contra o objetivismo empiricista na interpretação dos processos estudados pela investigação científica, como se vê quando ele afirma que: “Sem a elaboração subjetiva, isto é, sem o pensamento, sem a interpreta- ção, sem a decifração dos resultados e o exame dos dados, não existe investigação científica” (VIGOTSKI, 1931/1997, p. 316). A subjetividade do investigador é um momento significativo na compreensão da objetividade da realidade que está investigando. to e linguagem. Princípios estes muito próximos e articula- dos: (a) a relação da compreensão do enunciado com as motivações do seu autor; e (b) o problema do subtexto que conduz também ao da intertextualidade – à relação social como fundante da produção dos conceitos, seus significados e sentidos. Sobre o tema da motivação com relação à constituição do sentido de um enunciado, é o próprio Vigotski quem diz, já em 1934, num momento avançado de sua produção inte- lectual, que “para entender o discurso do outro, nunca é necessário entender apenas umas palavras; precisamos entender o seu pensamento. Mas é incompleta a compreen- são do pensamento do interlocutor sem a compreensão do motivo que o levou a emiti-lo. De igual maneira, na análise psicológica de qualquer enunciado só chegamos ao fim quando descobrimos esse plano interior último e mais enco- berto do pensamento verbal: a sua motivação” (1934/2001, p. 481). Entretanto, entende-se que isso não deva levar a um “psicologismo” (redução de tudo ao psicológico), combatido pelaproposta “objetivo-analítica”. Não se trata de buscar sondar a mente individual do autor, em termos de seus desejos íntimos entendidos como de natureza endógena, tal como Freud tenta fazer com Leo- nardo da Vinci, etc. Mas pensar tais motivações no horizonte das necessidades sociais do tempo histórico dos autores. Certamente, há diferenças entre o contexto da Rússia socia- lista no início do século XX, e o Brasil no início do século XXI. O que move os pesquisadores hoje e aqui seria exatamente o mesmo que os movia naquele espaço e naquele tempo? Quais os projetos em jogo? Quais as suas possibilidades e condições concretas de realização? Se precisarmos confron- tar os clássicos com seus estudiosos atuais, isso não é rele- vante? Entende-se que a relação dos sentidos dos enunciados com seus motivos, que sendo pessoais são de gênese e fun- cionamento social, relaciona-se ainda com a compressão de Vigotski, na mesma obra, de que “o sentido de uma palavra nunca é completo. Baseia-se, em suma, na compreensão do mundo e no conjunto da estrutura interna da personalida- de” (VIGOTSKI, 1934/2001, p. 466). A compreensão do mun- do, ou “visão de mundo”, por suposto, implica as filiações do autor do enunciado a determinadas concepções de homem, de sociedade, de política, etc. Assim podemos afirmar que uma metodologia de análise de textos científicos que recor- re às contribuições de Vigotski, não pode abstrair a visão de mundo do autor. Pois o sentido do que ele diz só se realiza em relação à mesma. Por último, o tema da motivação dialeticamente pessoal e social que está na base da compreensão do enunciado e se articula com o todo da personalidade e visão de mundo de seu autor, também pode ser visto em Vigotski como próximo ao tema do “subtexto”. No teatro de Stanislávski o subtexto dizia respeito a quais motivações o ator ou atriz teriam em mente no momento de dizer esta ou aquela fala, durante a peça. Uma personagem poderia receber outra em sua casa dizendo “que bom vê-lo”, por exemplo, mas no subtexto tentar esconder sua surpresa, ou decepção, etc. (ver VI- GOTSKI, 1934/2001). Já em conferências anteriores com seu INTRODUÇÃO A PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS DE L. S. VIGOTSKI – Achilles Delari Junior 4 de 4 grupo, o autor destacava que “por trás do texto está o sub- texto (...) Toda expressão tem uma segunda intenção. Todo discurso é uma alegoria” (VIGOTSKI, 1933-34/1991, p. 125 – itálico na fonte). Mais uma vez o conceito não pode ser visto como um campo interno misterioso, exclusivamente individual. Mas o subtexto está em função das relações sociais também: quem é esse para quem a personagem se está abrindo a porta para receber em sua casa? Que histórias partilham os dois? Que notícias ele pode trazer? E para que dizer “que bom vê-lo”, quando não é isso que se sente? Supõe-se que no texto científico busca-se clareza na comunicação de um conceito, mas isso não exclui a necessidade de conhecer índices de valor que orientam a tarefa do autor, tanto quanto de supor “para quem ele escreve”. Concluindo, podemos dizer que no processo de gênese da linguagem interior, Vigotski a vê como originada da fala social (VIGOTSKI, 1934/2001), sendo assim as falas dos ou- tros não só interferem na de um sujeito singular, como a constituem. O texto se coloca em relação constitutiva não só com o subtexto, mas também com o intertexto. Na obra de Vigotski, por exemplo, não está presente só o próprio Vi- gotski, como também ali se estabelecem diálogos com suas matrizes, tanto quanto com seus colegas e seus opositores intelectuais, há um remetimento para as falas de outros autores, citações literais, paráfrases, ou conceitos incorpo- rados mesmo sem citar de quem primeiro vieram. E a essa rede de relações sociais no interior do texto também cabe ao pesquisador estar atento ao analisar suas fontes. Estas são algumas poucas considerações metodológicas que podemos lançar a título de incentivo à discussão, dentro de princípios da abordagem histórico-cultural. Mediante os comentários críticos do leitor será possível reformular o exposto até aqui para que ganhe mais densidade e criticida- de. * * * Concluído em Umuarama, em 30 de setembro de 2009. Material para fins estritamente didáticos. Esta é uma produção voluntária e independente. Passará por revisões posteriores. 4. Referências BAKHTIN, M. M. (1974/1992) Observações sobre a episte- mologia das ciências humanas. In: ______. Estética da cria- ção verbal. São Paulo: Martins Fontes. MARX, K. H. (1845/1978) Teses contra Feuerbach. In: ______. Manuscritos econômico‐filosóficos e outros textos escolhidos. (Os pensadores) 2. ed. São Paulo: Abril Cultu- ral. SAVIANI, D. 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