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Prévia do material em texto

Curso de 
Ressonância Magnética 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO II 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos na Bibliografia Consultada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
53 
 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
COMPONENTES DE UM SISTEMA DE RESSÔNANCIA MAGNÉTICA: 
 
 
1- Magneto principal. 
2- Bobinas homogeneizadoras “Shim Coils”. 
3- Bobinas de gradiente “Gradient Coils”. 
4- Bobinas de rádio freqüência. 
5- Sistema de computador e processamento de imagem. 
 
1- MAGNETO PRINCIPAL: 
 
a- Magnetos Permanentes; 
b- Magnetos Solenóides. 
 
A) Magnetos Permanentes 
 
São produzidos por uma liga de alumínio, níquel e cobalto, conhecida como 
Alnico. 
A principal vantagem é que estes magnetos não necessitam de uma fonte de 
força, portanto ficam magnetizados permanentemente, proporcionando um baixo 
custo operacional. O campo magnético tem linhas de fluxo que correm verticalmente, 
do pólo sul para o pólo norte (de baixo para cima) do magneto, mantendo o campo 
magnético praticamente confinado à sala de exame. Podem ser fabricados com 
configurações abertas, que apesar de baixas potências de campo e relação de sinal 
ruído mais baixo, tornam-se benéficos para pacientes claustrofóbicos e obesos, para 
estudos músculo esqueléticos dinâmicos e procedimentos intervencionistas, que nas 
configurações fechadas tornam difíceis as realizações destes exames. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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B) Eletromagnetos Solenóides 
 
São constituídos por rolos de fio envoltos como uma mola, formando uma 
bobina eletromagnética. A corrente elétrica que passa pelo fio, induz a formação de 
um campo magnético. A potência do campo magnético é proporcional à corrente 
elétrica que passa pelo fio. A grande vantagem é que o campo magnético pode ser 
desligado imediatamente, porém tem alto custo operacional pelo grande consumo de 
energia elétrica. O campo magnético tem fluxo de direção horizontal, da cabeça aos 
pés do paciente. 
 
B.1) Magnetos de resistência 
 
A potência destes magnetos também depende da corrente elétrica induzida 
nos rolos de fio. O sistema de resistência tem peso mais leve que o magneto 
permanente, porém os custos operacionais são bastantes elevados, devido à grande 
quantidade de energia necessária ao campo magnético. Enfim, a potência máxima 
nesse tipo de sistema é inferior a 3.0T. O campo magnético tem fluxo de direção 
horizontal, da cabeça aos pés do paciente. 
 
B.2) Magneto supercondutor 
 
É constituído por fios de nóbio e titânio, denominados materiais 
supercondutores, pois apresenta resistência zero sob uma temperatura muita baixa 
de aproximadamente 4°K (Kelvin). Os fios são resfriados pelos criogênios 
(geralmente Hélio líquido à -269°C) para eliminar a resistência. O magneto 
supercondutor produz campos magnéticos de alta potência em torno de 0,5T à 4T. O 
fluxo do campo magnético tem direção horizontal, da cabeça para os pés do 
paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
Magneto supercondutor. 
 
 
2- BOBINAS HOMOGENIZADORAS “SHIM COILS” 
 
São bobinas eletromagnéticas menores, utilizadas para manter ou corrigir os 
distúrbios da homogeneidade do campo magnético, pois é praticamente impossível 
produzir um campo magnético perfeitamente homogêneo. 
 
 
3- BOBINAS DE GRADIENTE “GRADIENTE COILS” 
 
São bobinas eletromagnéticas, com potência para provocar variações 
lineares no campo magnético, possibilitando a localização espacial do sinal de RM. 
As bobinas de gradiente produzem um fluxo de corrente em direções 
opostas ao campo magnético. A combinação desse sistema de bobinas de gradiente 
gera gradientes de campo lineares em cada um dos eixos ortogonais ( x, y e z). 
Portanto, os gradientes são responsáveis pela seleção de cortes, formação 
de imagens, codificação de fase e codificação de freqüência. Gradientes potentes 
possibilitam a aquisição de imagens de alta velocidade ou de alta resolução. A 
potência do gradiente é expressa em G/cm ou MT/m, onde: 
 
 
 
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Módulo de gradiente. 
 
 
4- BOBINAS DE RADIOFREQÜÊNCIA 
 
Emitem pulsos de radiofreqüência em intervalos de tempo determinados, em 
regiões específicas do corpo do paciente, para medir a intensidade do sinal dos 
tecidos. 
 
Tipos de bobinas: 
 
1- Bobinas de volume ou transceptoras: Transmitem e recebem pulsos de 
radiofreqüência. A maioria são bobinas de quadratura, que possuem 2 pares de 
bobinas para transmitir e receber o sinal do tecido. São as bobinas de cabeça, 
corpo, quadratura e extremidades. 
 
2- Bobinas de arranjo em fase ou PHASE ARRAY: Constituídas por bobinas e 
receptores múltiplos. O sinal captado pelo receptor de cada segmento é combinado 
para formar a imagem. Tem a vantagem de uma bobina pequena, pela melhor 
relação de sinal e ruído, e a vantagem de uma bobina de volume para estudar 
regiões maiores. Geralmente são utilizadas para estudos da coluna vertebral. 
 
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3- Bobinas de superfície: Apenas recebem o sinal dos tecidos. São utilizadas 
nas superfícies cutâneas. Imagens adquiridas com bobinas de superfície têm ótima 
relação/ruído, possibilitando adquirir imagens com maiores detalhes anatômicas. 
 
Principais tipos de bobinas usadas em aparelho da “Philips” de 1,5T de 
ressonância magnética: 
 
 
Bobina: Sense Head/Neck Coil Bobina: Head Coil 
 
 
Bobina: Sense Body Coil Bobina: Sense Flex-M Coil 
 
 
 
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Bobina: C3 Bobina: Sense Spine Coil 
 
Bobina: Knee/Foot Coil Bobina: C1 
 
Suporte para bobina Body Coil para exame de Mama. Suporte para bobina Flex-M para exame de 
ATM. 
 
 
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Relação de outras bobinas utilizadas: 
• C4. 
• BREAST COIL. 
• ENDO-CAVITARY COIL. 
• EXTRMITY COIL E1. 
• MICROSCOPY COILS. 
• Q-BODY COIL. 
• R1 COIL. 
• SENSE CARDIAC COIL. 
• SENSE HEAD COIL. 
• SENSE KNEE COIL. 
• SENSE NEUROVASCULAR. 
• SYNERGY PEDIZTRIC COIL. 
• SENSE PERIPHVASCULAR COIL. 
• SENSE XL TORSO COIL. 
• THIRD PARTY COIL. 
• TMJ COIL/ COIL HOLDER. 
 
5- SISTEMA DE COMPUTADOR E PROCESSAMENTO DE IMAGEM 
 
É utilizado para o armazenamento,processamento de dados e visualização 
das imagens num monitor digital. 
Os sistemas computadorizados de RM consistem de: 
- Um microcomputador com capacidade de expansão; 
- Um processador do arranjo para transformação de Fourier; 
- Um processador de imagens que retira dados do processador do arranjo 
para formar uma imagem; 
- Driver de disco rígido para o armazenamento de dados brutos e dos 
parâmetros da seqüência de pulsos; 
 
 
 
 
 
- Um mecanismo de distribuição de força para distribuir e filtrar a corrente 
alternada e direta. 
 
 
Tela do microcomputador de operação da RM. 
 
 
 
 
 
Viewforum, microcomputador - acessório utilizado para editar as imagens. 
 
 
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Máquina de impressão das imagens da RM. 
 
 
Estabilizador utilizado para dar suporte para os dois microcomputadores e máquina de impressão. 
 
 
INTRODUÇÃO À FÍSICA E QUÍMICA DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA 
 
 
Sabemos que o átomo é uma estrutura constituída de um núcleo central e 
elétrons em órbita ao redor dele. Por sua vez, o núcleo é formado por partículas 
menores, prótons e nêutrons. Os elétrons têm carga elétrica negativa, os prótons, 
carga positiva, e, os nêutrons, como o nome sugere, não têm carga elétrica. 
A soma dos prótons de um núcleo determina o número atômico e o número 
de massa representa a somatória dos prótons e nêutrons. Um átomo eletricamente 
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estável é aquele que tem um número de cargas elétricas negativas (elétrons) igual 
ao número de cargas elétricas positivas (prótons). 
Átomos eletricamente instáveis são aqueles que possuem maior ou menor 
quantidade de elétrons, em relação ao número de prótons. Átomos eletricamente 
instáveis são denominados íons. 
Na estrutura atômica podem-se observar outros movimentos, além do 
movimento dos elétrons ao redor do núcleo. São os movimentos dos elétrons 
girando sobre seu próprio eixo e dos núcleos girando também em torno de seus 
eixos. 
No fenômeno da RM tem especial importância o movimento do núcleo em 
torno do seu eixo, particularmente quando este é colocado em um campo magnético, 
isto porque, como sabemos da física clássica, corrente elétrica em movimento 
através de um fio, ou carga elétrica em movimento, gera um campo magnético. O 
próton de hidrogênio, por exemplo, girando em torno do seu próprio eixo, cria um 
minúsculo campo magnético. 
São denominados núcleos ativos em RM, aqueles que têm tendência a 
alinhar seu eixo de rotação a um campo magnético externo aplicado, graças às leis 
da indução eletromagnética. Estes núcleos possuem, portanto, carga efetiva e em 
rotação dentro de um campo magnético, adquirem um momento magnético, ou 
momento angular, ou rotação “spin”. O alinhamento, ou a somatória dos momentos 
magnéticos dentro de um campo magnético, é expresso como um vetor somatório. 
Para se produzir uma imagem por ressonância magnética há a necessidade 
do processo de alinhamento nuclear, da excitação dos prótons por radiofreqüência, 
da codificação espacial e da formação de imagens. O magneto alinha os núcleos em 
estados de baixa energia (paralelo ao campo magnético) e alta energia (antiparalelo 
ao campo magnético). Uma fonte de radiofreqüência excita o vetor longitudinal para 
o plano transversal, onde o sinal resultante é captado pela antena receptora de 
radiofreqüência. 
Portanto, o sinal de RM, origina-se dos núcleos dos átomos de uma 
determinada região do corpo do paciente, em Ressonância, sob a ação de um 
campo magnético homogêneo e uniforme. 
 
 
 
 
 
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Os átomos que produzem sinal na RM são: o hidrogênio, o sódio, o fósforo e 
o carbono; o hidrogênio é o que produz a maior intensidade de sinal. 
O núcleo do hidrogênio é formado por um próton, apenas. Seu número 
atômico, portanto, é igual ao número de massa. Seu próton solitário lhe proporciona 
um momento magnético bem definido e, por ser abundante nos animais, constitui a 
base da imagem por RM. O corpo humano, por exemplo, constitui-se de 70 a 80% 
de água. 
Como já foi dito, toda vez que partículas elétricas se movem, elas criam um 
campo magnético. O hidrogênio, com o movimento rotacional de seu próton único, 
cria um campo magnético induzido à sua volta. Desta forma, esta minúscula 
partícula funciona nada mais, nada menos, como um magneto de proporções 
infinitesimais, provido de pólos norte e sul, de igual intensidade. Os pólos deste 
pequeno magneto são alinhados por um eixo que representa o momento magnético 
que tem as propriedades de um vetor: a direção do vetor é a direção do momento 
magnético e o comprimento do vetor é igual ao comprimento do momento 
magnético. 
Na natureza, apenas sob o efeito do campo magnético terrestre, os 
momentos magnéticos dos núcleos de hidrogênio não têm uma orientação definida. 
Porém, em ambientes de fortes campos magnéticos estáticos, os momentos 
magnéticos dos núcleos de hidrogênio se alinham a este campo magnético, como 
uma agulha magnética se alinha ao campo magnético terrestre. A maior parte dos 
núcleos alinhando-se na mesma direção (paralela) e uma pequena parte na direção 
oposta (antiparalela) ao eixo do campo magnético. 
Os núcleos que alinham seu momento magnético na direção paralela são 
considerados de baixa energia ou de rotação positiva e os que alinham seu 
momento magnético na direção antiparalela (180º, na direção oposta) são de alta 
energia ou de rotação negativa. 
Dentro de um campo magnético forte e estático, os fatores determinantes do 
alinhamento do momento magnético para cima (paralelo) ou para baixo 
(antiparalelo). São a potência deste campo magnético e o nível de energia térmica 
 
 
 
 
 
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dos núcleos, pois núcleos de baixa energia térmica não possuem energia suficiente 
para opor-se ao campo magnético na direção antiparalela. 
Núcleos de alta energia térmica, contudo, dispõem de um diferencial de 
energia térmica suficiente para opor-se ao campo magnético externo. Porém, se 
aumentarmos a potência do campo magnético externo, o número destes núcleos de 
alta energia diminui progressivamente. 
Como o estado paralelo é de baixa energia, ele é mais estável que o estado 
antiparalelo, de alta energia, e dentro de um forte campo magnético o número de 
prótons apontando para cima (direção paralela) é maior do que o número de prótons 
apontando para baixo (direção antiparalela). Assim sendo, a diferença da somatória 
de prótons para cima e da somatória de prótons para baixo, é representada por um 
vetor (resultante), cuja direção é a mesma do campo magnético. 
Em imageologia, o paciente é sempre colocado em um campo magnético 
externo de potência fixa; a resultante é representada por um único vetor, 
denominado vetor de magnetização efetiva (VME). 
Portanto, o VME seria um vetor que representaria a diferença de energia 
entre a população de prótons dehidrogênio de baixas e altas energias e, quando 
este estado é alcançado, dizemos que os tecidos do paciente estão em equilíbrio e 
totalmente magnetizados. 
Pode-se provocar uma mudança na direção do VME de um determinado 
tecido do paciente, de um estado de baixa energia (paralela) para um estado de alta 
energia (antiparalela), bastando, para isso, acrescentar aos prótons em questão, 
energia na forma de ondas de rádio. 
À medida que uma maior quantidade de energia é acrescentada ao sistema, 
maior a quantidade de campos magnéticos protômicos que mudam para a direção 
oposta, de baixo para cima e maior, portanto, a intensidade do VME. Assim, o VME 
é tanto maior quanto maior o campo magnético em que está inserido o paciente. É 
por isso que, em campos de alta potência, os sinais obtidos são melhores. 
 
 
 
 
 
 
 
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PRECESSÃO 
Quando o núcleo do hidrogênio está em um campo magnético de potência 
zero, teoricamente o mesmo encontra-se girando apenas em torno de seu eixo; a 
resultante dos vetores de todos os átomos de hidrogênio, o VME, por sua vez, deve 
também girar apenas em torno de seu eixo. 
Sob influência de um campo magnético, contudo, o VME apresenta uma 
rotação adicional em torno do eixo deste campo magnético. Esta rotação secundária 
é denominada de precessão e faz com que o VME descreva um movimento circular 
em torno do eixo do campo magnético. 
Este movimento de precessão dos eixos dos átomos de hidrogênio pode ser 
comparado ao movimento do pião. O número de movimentos de precessão na 
unidade de tempo é denominado freqüência de precessão e a unidade da freqüência 
de precessão é o megahertz (MHz). Um Hz equivale a um ciclo por segundo e um 
Mhz a um milhão de ciclos por segundo. 
A precessão dos núcleos de baixa energia se faz em movimentos circulares 
para cima e, os de alta energia, para baixo. O valor da freqüência de precessão de 
cada átomo é obtido através da equação de Larmor. 
 
W₀= B₀. Y 
 
W₀= freqüência de precessão. 
B₀= potência do campo magnético. 
Y= razão giromagnética. 
A razão giromagnética é a relação entre o momento angular e o momento 
magnético de cada núcleo ativo em RM. É uma constante para cada um destes 
núcleos ativos, para um campo magnético de 1.0 T. Desta forma, ela é expressa em 
MHz /T. 1.0. Tesla (T) equivale a 10.000 Gauss (G). 
A razão giromagnética do hidrogênio é de 42,57 MHz /T. Em diferentes 
magnetos, com diferentes potências de campo, o hidrogênio apresenta freqüências 
de precessão variáveis. 
 
 
 
 
 
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A freqüência de Larmor de um determinado próton é constante para um 
determinado campo magnético. Por exemplo, a 1.5 T, Wo do hidrogênio é de 63,85 
MHz (42,57 MHz X 1.5 T) e, a 0.5 T, Wo do hidrogênio é de 21,28 MHz (42,57 MHz 
X 0.5T). Percebe-se, portanto, que quanto menor a intensidade do campo 
magnético, menor a freqüência de precessão e quanto maior a intensidade do 
campo magnético, maior a freqüência de precessão do próton de hidrogênio. 
Portanto, Wo, também conhecida por freqüência de Larmor, aumenta quando Bo 
aumenta e vice-versa. 
 
A RESSONÂNCIA 
 
O fenômeno da ressonância ocorre quando um objeto é exposto a um 
ambiente no qual ocorre uma perturbação oscilatória de freqüência, próxima à 
freqüência natural de oscilação deste objeto. 
Em se tratando de núcleos de qualquer tipo de átomos, quando estes são 
colocados em um meio que apresenta uma oscilação semelhante à sua própria 
freqüência, estes ganham energia e, se a freqüência desta oscilação for exatamente 
igual à sua freqüência de precessão (Wo), eles entram em ressonância. 
O fenômeno da ressonância não ocorre se a energia é aplicada a uma 
freqüência diferente da freqüência de precessão do núcleo exposto a esta energia. 
Portanto, no caso do hidrogênio, para que ocorra o fenômeno da ressonância, 
quando examinamos um paciente, é preciso aplicar-se ao meio magnético no qual 
ele se encontra, um pulso de radiofreqüência exatamente igual à freqüência de 
Larmor do VME do hidrogênio. 
Os outros núcleos ativos do corpo do paciente, alinhados com o campo 
magnético, não entram em ressonância porque sua freqüência de precessão difere 
da freqüência de precessão do hidrogênio (63,85 MHz, no caso de um magneto de 
1.5 T). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EXCITAÇÃO 
 
Um pulso de radiofreqüência que provoque o fenômeno da ressonância, leva 
energia ao sistema e faz com que ocorra um aumento do número de núcleos de 
hidrogênio com rotação negativa (para baixo), em detrimento ao número de núcleos 
de hidrogênio com rotação positiva (para cima). 
Este fenômeno recebe o nome de excitação e é devido exclusivamente à 
transferência de energia ao sistema, pela fonte de radiofreqüência. A diferença de 
energia entre as populações de núcleos com rotação positiva e negativa, 
corresponde à energia necessária para produzir ressonância por excitação. 
Em campos magnéticos de alta potência, a diferença de energia entre as 
duas populações de núcleos é grande, de tal modo que é preciso muito mais energia 
para produzir ressonância do que em campos magnéticos de baixa potência: 
magnetos de 1.5T requerem muito mais energia excitatória do que magnetos de 
0.5T, por exemplo. 
Como conseqüência do fenômeno de ressonância, observa-se que o VME 
afasta-se do alinhamento em relação à linha paralela de Bo (eixo plano-longitudinal), 
criando um ângulo entre ele e Bo. Este ângulo é denominado ângulo de inclinação 
ou, em inglês, “flip angle”. A magnitude deste ângulo depende da amplitude e 
duração do pulso de radiofreqüência. 
O ângulo de inclinação pode ser de 5º a 90º ou 180º. Inicialmente, vamos 
trabalhar com ângulos de 90º e voltaremos a explicar mais tarde por que o ângulo de 
90º é referencial. Portanto, para inclinar 90º, o VME deve receber energia suficiente 
do pulso de radiofreqüência para mover-se 90º em relação ao Bo e, neste caso, o 
VME passa para a posição transversa, efetuando rotação à freqüência de Larmor. 
A partir daí, os momentos magnéticos dos núcleos de hidrogênio que se 
encontravam fora de fase, isto é, ao acaso, passam a entrar em fase, ficam em uma 
mesma posição na trajetória precessional. Representados agora por um único VME 
no plano transverso, girando à freqüência de Larmor em torno do vetor Bo. 
 
 
 
 
 
 
 
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O SINAL DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA 
 
Como foi explicada anteriormente, a soma dos momentos dos átomos de 
hidrogênio em fase, é representada por um único vetor, o VME, que fica em 
precessão a um ângulo de 90º em torno de Bo. Este vetor representa também 
cargas elétricas em movimento girando de forma cíclica, a uma freqüência 
determinada, o que provoca o aparecimento de ondas eletromagnéticas. 
Pelas leis da indução de Faraday, uma onda eletromagnética induz a certa 
voltagem em uma bobina receptora, ou simplesmente uma antena, quando esta é 
colocada nas proximidades daquela. 
Assim sendo, o VME em movimento coerente, isto é, em fase no plano 
transversal, gera, em uma bobina colocada em suasproximidades, uma corrente 
elétrica criada pela diferença de voltagem, diferença esta que é dependente da 
posição do VME. Esta voltagem constitui o sinal de ressonância magnética. 
A freqüência deste sinal será a mesma da freqüência de Larmor, no caso 
para o hidrogênio, e a magnitude deste sinal depende do grau de magnetização 
transversal, pois o sistema não consegue criar variações de voltagens com o VME 
em sua posição. 
 
DECAIMENTO LIVRE DA INDUÇÃO (D.L.I.) 
 
Enquanto permanece o pulso de RF aplicado ao VME, este se mantém a 90º 
em relação ao eixo Bo e permanece também a magnetização transversal. Ao 
desligar-se este pulso, os momentos dos átomos de hidrogênio que se encontram 
em fase, passam a perder energia e, em conseqüência, começam a ficar fora de 
fase; os VME passam a sofrer influência de Bo, tentando o realinhamento. 
Este processo pelo qual o VME perde energia e tenta se realinhar com o 
eixo Bo chama-se relaxamento e o grau de magnetização longitudinal aumenta 
gradualmente, (recuperação) em detrimento à magnetização transversal (declínio). 
Portanto, relaxamento significa desaparecimento da magnetização transversal e 
reaparecimento da magnetização longitudinal. 
 
 
 
 
 
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Quando diminui o grau de magnetização transversa, também diminui 
progressivamente a magnitude da voltagem induzida na bobina receptora que está 
ao redor do paciente, até zero. Este fenômeno é denominado declínio de indução 
livre (DIL). A recuperação da magnetização longitudinal é conhecida como 
recuperação T1 e o declínio da magnetização transversa denomina-se declínio T2. 
A razão da recuperação é um processo exponencial, com o tempo de 
recuperação constante denominado T1. Este é o tempo necessário para a 
recuperação de 63% da magnetização longitudinal. A razão do declínio 
(relaxamento) é também um processo exponencial e representa o tempo necessário 
para perda de 63% da magnetização transversa (tempo T2). 
Logo após o pulso de 90° de RF, ocorre a defasagem ou decaimento da 
magnetização transversa, chamado efeito T2*. Esta perda de coerência de fase é 
resultado da perda da corrente induzida na bobina receptora de RF. Os prótons 
entram em precessão fora de fase e freqüência, emitindo um sinal menor detectado 
pela bobina de RF. Portanto, a defasagem da magnetização transversa é causada 
por fatores extrínsecos reversíveis (heterogeneidade do campo magnético) e fatores 
intrínsecos irreversíveis (defasagem intra-voxel). 
 
FATORES QUE INFLUENCIAM AS IMAGENS EM RM 
 
A obtenção de imagem por RM, nas diferentes sequências de pulso, 
depende de uma combinação de fatores intrínsecos (característica do paciente) e 
fatores extrínsecos (parâmetros escolhidos), que influenciam na ponderação, 
resolução espacial e contraste da imagem. 
O contraste nas imagens por RM é dado pela diferença de intensidade de 
sinal (escala de cinza) entre dois tecidos. O contraste das imagens é conseqüência 
principalmente dos mecanismos de recuperação T1 e declínio T2. No tecido adiposo, 
por exemplo, os momentos magnéticos dos núcleos lipídicos relaxam e recuperam 
rapidamente sua magnetização longitudinal. O tempo T1 do tecido adiposo é, 
portanto, curto e sua característica é ser hiperintenso em T1. Ao contrário, na água, 
os momentos magnéticos demoram mais para relaxar e recuperar a magnetização 
 
 
 
 
 
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longitudinal e o tempo T1 da água é, portanto, longo e sua característica é de 
imagem hipointensa em T1. 
 
FATORES INTRÍNSECOS 
 
• DENSIDADE DE PRÓTONS: 
 
? Número de prótons (SPINS) móveis dentro de um voxel de um tecido. 
? Quanto > número de prótons > intensidade do sinal. 
 
a) Baixa densidade de prótons- Sinal de baixa intensidade. 
 
? Cálcio, ar, osso cortical, tecido fibroso, etc. 
 
b) Alta densidade de prótons- Aparência variável dependendo da 
seqüência. 
 
? Tecido adiposo, líquido, tecido edemaciado, L.C.R., sangue, etc. 
 
 
• TEMPO DE RELAXAMENTO T2 
 
É o tempo necessário para que a magnetização transversa diminua de 37% 
de seu valor inicial, imediatamente após o pulso de 90°. 
 
• TEMPO DE RELAXAMENTO T1 
É importante saber que os tecidos apresentam diferentes tempos de 
relaxamento denominados T1 e T2, devido a seus diferentes ambientes 
macromoleculares. Esse tempo de relaxamento ocorre simultaneamente dentro do 
voxel de tecido excitado. A intensidade de sinal é medida no plano de magnetização 
 
 
 
 
 
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transversa. A amplitude da magnetização transversa é diretamente proporcional à 
intensidade de sinal. Os efeitos relaxamento T1 e T2 trabalham em direção opostas, 
pois T1 é um processo de recuperação da magnetização transversa e T2 é um 
processo de decaimento da magnetização transversa. A intensidade de sinal é 
medida pela forma de pulso de RF que é aplicado e medido pela bobina RF. 
A água e outras substâncias semelhantes como o L.C.R., tem um tempo de 
relaxamento T1 e T2 longos, portanto apresentam sinal hipointenso nas imagens 
ponderadas em T1 e sinal hiperintenso nas imagens ponderadas em T2. 
Os lípides têm um pouco de relaxamento T1 curto e T2 intermediário a curto, 
portanto apresentam sinal hiperintenso nas imagens ponderadas T1, e sinal 
intermediário nas imagens ponderadas em T2. 
Líquidos puros como a água, quando adicionamos às soluções protéicas ou 
macromoléculas, levam a uma diminuição do tempo de relaxamento. Seqüências 
com TR e TE curtos produzem uma imagem ponderada; em T1, TR e TE longos 
produzem imagem ponderada; em T2, e TR longo e TE curto produzem uma 
imagem ponderada em densidade de prótons. As imagens ponderadas em T1 
fornecem mais detalhes anatômicos, enquanto as imagens ponderadas em T2 são 
melhores para demonstrar alterações de sinais patológicos. 
 
• MAGNETIZAÇÃO NO VOXEL 
 
? Tecidos apresentam diferentes tempos de relaxamento. 
? Os processos de relaxamento T1 e T2 ocorrem simultaneamente 
dentro do voxel. 
? T1-Processo de recuperação da magnetização longitudinal. 
? T2- Processo de decaimento da magnetização transversa (defasagem 
spin-spin). 
 
• SUSCEPTIBILIDADE MAGNÉTICA 
 
? Capacidade de a substância tornar-se magnetizada. 
 
 
 
 
 
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? Substâncias paramagnéticas ou ferromagnéticas. 
-Hemoglobina 
-Melanina (Ga 3+) 
-Ferro (Fe+2, Fe+3) 
-Manganês (Mn+2) 
 
• EFEITOS DE FLUXO 
 
? Efeito da velocidade x fluxo- Quanto maior o fluxo, maior a intensidade 
de sinal; ocorre uma redução de sinal em SPIN-ECO por ausência de fluxo. 
? Fluxo turbulento- Perda de sinal devido à defasagem intra-voxel e à 
perda de coerência de fase (irreversível). 
? Defasagem intra-voxel- Em algumas regiões pode ocorrer um 
defasagem do sinal, como na região da bifurcação da carotídea. 
? Realce relacionado ao fluxo- Aumento da intensidade de sinal pela 
entrada de spins não saturados no plano de corte. 
 
CENTRO- Maior velocidade, 
PERIFERIA- Menor velocidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
------------------FIM DO MÓDULO II-----------------

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