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estabilidade de taludes em maciço em resíduo

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA 
 
FACULDADE DE TECNOLOGIA 
 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTABILIDADE DE TALUDES DE MACIÇOS 
DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
DAVID AMÉRICO FORTUNA OLIVEIRA 
 
 
 
 
ORIENTADOR: PROF. PEDRO MURRIETA SANTOS NETO, DSc. 
 
 
 
 
 
 
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM GEOTECNIA 
PUBLICAÇÃO: G.DM- 095A/02 
 
 
 
 
 
 
BRASÍLIA: JULHO DE 2002 
 
ii 
 
 
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA 
FACULDADE DE TECNOLOGIA 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL 
 
 
 
ESTABILIDADE DE TALUDES DE MACIÇOS 
DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS 
 
 
 
DAVID AMÉRICO FORTUNA OLIVEIRA 
 
 
 
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO SUBMETIDA AO DEPARTAMENTO DE 
ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA COMO 
PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE 
MESTRE. 
 
 
 
APROVADA POR: 
 
 
 
------------------------------------------------------------ 
PEDRO MURRIETA SANTOS NETO, DSc. (UnB) 
(ORIENTADOR) 
 
 
 
 
---------------------------------------------------------- 
NEWTON MOREIRA DE SOUZA, DSc. (UnB) 
(EXAMINADOR INTERNO) 
 
 
 
 
---------------------------------------------------------- 
MÍRIAM DE FÁTIMA CARVALHO, DSc. (UCSAL/GEOAMB-UFBA) 
(EXAMINADOR EXTERNO) 
 
 
 
 
BRASÍLIA/DF, 25 DE JULHO DE 2002 
iii 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
 
OLIVEIRA, D. A. F. (2002). Estabilidade de taludes de maciços de resíduos sólidos urbanos . 
Dissertação de Mestrado, G.DM-095A/02, Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, 
Universidade de Brasília, Brasília, DF, 155p. 
 
 
CESSÃO DE DIREITOS 
 
NOME DO AUTOR: David Américo Fortuna Oliveira 
 
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO: Estabilidade de taludes de maciços de 
resíduos sólidos urbanos. 
 
GRAU/ANO: Mestre/2002 
 
 
 
É concedida à Universidade de Brasília permissão para reproduzir cópias desta dissertação de 
mestrado e para emprestar ou vender tais cópias somente para propósitos acadêmicos e 
científicos. O autor reserva outros direitos de publicação e nenhuma parte desta dissertação 
pode ser reproduzida sem a autorização por escrito do autor. 
 
 
 
 
 
------------------------------------------------- 
David Américo Fortuna Oliveira 
R. Clemente Ferreira nº 105, aptº 022, Canela 
CEP: 40110-200 Salvador /BA – Brasil 
 
OLIVEIRA, DAVID AMÉRICO FORTUNA 
 
Estabilidade de taludes de maciços de resíduos sólidos urbanos [Distrito Federal] 2002 
 
xix, 154p., 210 mm x 297 mm (ENC/FT/UnB, Mestre, Geotecnia, 2002). 
 
Dissertação de Mestrado – Universidade de Brasília. 
Faculdade de Tecnologia. Departamento de Engenharia Civil. 
 
1. Aterros Sanitários 2. Resíduos Sólidos Urbanos 
3. Estabilidade de taludes 4. Resistência ao Cisalhamento 
I. ENC/FT/UnB II. Título (Série) 
 
iv 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
A DEUS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A minha mãe Sônia Fortuna, 
As Avós, Waldenice Fortuna e Maria de Lourdes 
A minha madrinha, Cristina Maria Fortuna 
A meu pai, João Américo Oliveira Neto 
 E Irmãos, Paulo Américo, Juliana e Joana Hirata. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
v 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Ao Prof. Pedro Murrieta dos Santos Neto pelos ensinamentos ministrados durante todo o 
período do mestrado mas principalmente pe la confiança, incentivo e estí mulo. 
A LIMPURB – Empresa de Limpeza Urbana de Salvador pela viabilização dos trabalhos 
realizados no Aterro Metropolitano Centro. Ao presidente Dr. Jalon, Dr. Ramalho, Dra. Rilda, 
Dra. Ana Vieira, Normando, Roberto e demais funcionários 
A VEGA Tratamento de Resíduos S.A. pelo apoio imprescindível na execução dos trabalhos 
no Aterro Metropolitano Centro e pelo interesse em entender o comportamento dos resíduos 
domiciliares para melhor operar o aterro sanitário. Ao Dr. Tanuri, Dr. Florent Mailly, Dr. 
Joselito, Engº João Fortuna, Engº Fábio, Ordélio, Pierre, Orlando (da OVS) e demais 
funcionários. 
A LCL Consultoria e Engenharia LTDA. pelo constante apoio nas pesquisas realizadas em 
conjunto com o Laboratório de Geotecnia da Universidade Federal da Bahia , buscando 
sempre o aprimoramento dos seus trabalhos. Sem o apoio desta empresa, nos ensaios de 
campos, este estudo não teria se concretizado. Ao Dr. Luís Carlos Lacrose, Engº Marcos, 
Sales e em especial ao amigo e Engº Marcelo Avena . 
A JSE Fundações LTDA. que me apoiou em um dos momentos críticos do trabalho. A amiga 
e colega de pós-graduação Silvana Foá e a minha querida amiga e comadre Eliana Foá. 
Ao Laboratório de Geotecnia Ambiental da Universidade Federal da Bahia pelo apoio no 
desenvolvimento da pesquisa. Ao professor Sandro Lemos Machado pelo constante interesse, 
incentivo e apoio à pesquisa e a Geotecnia. Aos estagiários , em especial a Deilton, pela 
grande ajuda na execução das difíceis provas de carga no aterro. 
Ao Laboratório de Geotecnia da Universidade Federal da Bahia pelo apoio e incentivo às 
pesquisas geotécnicas realizadas no estado da Bahia. Ao professor Luís Edmundo, exemplo 
de dedicação à Universidade e à pesquisa. Ao professor Luís Aníbal pelo fornecimento do 
material referente ao Aterro de Canabrava. Ao professor e colega de pós-graduação 
Evangelista. Ao técnico do laboratório Armando pelo apoio na realização das provas de carga 
e ensaios CPTU sempre com boa vontade. 
Ao CNPQ pelo apoio financeiro na forma da bolsa de estudos concedida. 
vi 
 
A todos os professores da pós-graduação em Geotecnia da Universidade de Brasília pelos 
ensinamentos ministrados no curso. 
A querida amiga Clarice Romariz pela presença e apoio em momentos difíceis. De igual 
forma os grandes amigos Adolfo Duarte e Rodrigo Tejo. 
Aos amigos Dorival Pedroso, John Eloi, Márcia Mascarenha, Maruska Tatiana, José Allan, 
Jairo Furtado, Carlos Caldas Adriano Frutuoso, Luciana Medeiros, Anna Karina e Renato 
Apolinário por todos os momentos de convivência em Brasília. A minha namorada Paula pelo 
apoio, preocupação e carinho principalmente no final desta fase da minha vida. 
 
vii 
 
ESTABILIDADE DE TALUDES DE MACIÇOS 
DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS 
 
RESUMO 
 
 
No atual estágio da “mecânica dos resíduos” ainda não existem teorias e modelos que 
representem de forma realista o comportamento dos resíduos sólidos urbanos (RSU). Desta 
forma, têm sido comum a adoção das teorias clássicas de solos para representá -los. Isso pode 
conduzir a situações conservadoras ou de instabilidade dos taludes dos aterros sanitários. 
Assim esta pesquisa tem como objetivo principal avaliar a estabilidade de taludes de maciços 
de resíduos sólidos urbanos. 
Devido a grande heterogeneidade e complexidade das estruturas estudou-se o 
comportamento mecânico por meio de ensaios de campo. Os dados são analisados e 
comparados a comportamento relatados na literatura. 
Resultados de sondagens de simples reconhecimento (SPT), ensaios penetrométricos 
(CPTU), provas de carga sobre placa (PLT) e ensaios de caracterização são utilizados para 
avaliar o comportamento de maciços de RSU e obtenção de parâmetros. Retro-análises de 
escorregamento ocorrido em um aterro controlado em Salvador (BA) e de uma seção 
experimental executada no aterro sanitário do Município de Salvador foram executadas para 
avaliar os parâmetros de resistência ao cisalhamento mobilizados dos resíduos e comparar 
com os parâmetros sugeridos na literatura internacional. 
A variação da resistência ao cisalhamento com o tempo foi avaliada por meio de ensaios 
SPT realizados no decorrer de 1 ano e meio, realizados em células experimentais com 
sistemas de aceleração da degradação. 
Apósa análise de todos os resultados obtidos são sugeridas geometrias para taludes de 
aterros sanitários, tipo células escavadas / trincheira, de até 30 m de altura. 
 
Palavras Chaves : Resíduos Sólidos Urbanos, estabilidade de taludes, resistência ao 
cisalhamento, ensaios de campo. 
 
viii 
 
SLOPE STABILITY OF MUNICIPAL SOLID WASTE LANDFILLS 
 
ABSTRACT 
 
 
In the actual stage of “waste mechanics” it is common the use of classics principles of soil 
mechanics to simulate the comportment of municipal solid waste. This can conduct to 
conservative or critical situations of slope stability in sanitary landfills. This research 
discusses lessons learned in evaluation of slope stability of municipal solid waste landfills. 
The heterogeneity and complexity structure of MSW lead the study of the mechanical 
comportment using field tests. The results are analyzed and compared to existing documents 
on properties of refuse. 
Results of standard penetration tests, cone penetration test, plate load tests and 
characterizations were used to evaluate the comportment and parameters of the MSW. Back-
analyses of a slope failure, occurred in a sanitary landfill in Salvador (BA), and a 
experimental section were carried out in order to obtain the mobilized shear strength and 
parameters of the local refuse comparing to suggested parameters in international literature. 
Standards penetrations tests were done along one year and a half, in experimental cells 
with accelerated degradation systems, trying to evaluate changes in the shear strength with 
time. 
After all analyses suggestions of slope and geometry of municipal solid waste landfill, 
with maximum height of 30 m, are given. 
 
Keywords : Municipal Solid Waste, slope stability, shear strength, field tests. 
 
ix 
SUMÁRIO 
CAPÍTULO PÁGINA 
1 - INTRODUÇÃO ................................ ................................ ................................ .................. 1 
2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................ ................................ ............................ 4 
2.1 - INTRODUÇÃO ................................ ................................ ................................ .....................4 
2.2 - CONCEITUAÇÃO GERAL................................ ................................ ................................ ....6 
2.2.1 - CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS ................................ ................................ .............................6 
2.2.2 - MÉTODOS DE TRATAMENTO ................................ ................................ ................................ ..7 
2.2.3 - CARACTERIZAÇÃO DA DISPOSIÇÃO................................ ................................ ........................7 
2.3 - SELEÇÃO DE ÁREAS................................ ................................ ................................ ...........9 
2.4 - ELEMENTOS BÁSICOS DE UM ATERRO SANITÁRIO ................................ .....................13 
2.4.1 - TRATAMENTO DA FUNDAÇÃO ................................ ................................ .............................13 
2.4.2 - DRENAGEM LÍQUIDOS PERCOLADOS E GASES ................................ ................................ .......17 
2.4.3 - DRENAGEM DE ÁGUAS PLU VIAIS E PROTEÇÃO SUP ERFICIAL ................................ ..................20 
2.4.4 - VIAS INTERNAS DE ACESSO ÀS CÉLULAS................................ ................................ ..............21 
2.4.5 - COBERTURA DOS RESÍDUOS ................................ ................................ ................................ 22 
2.4.6 - INSTRUMENTAÇÃO................................ ................................ ................................ .............23 
2.5 - TÉCNICAS OPERACIONAIS DE ATERROS ................................ ................................ .......26 
2.6 - PROPRIEDADES BIOLÓGICAS DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS ............................ 28 
2.6.1 - BIODEGRADAÇÃO E GERAÇÃO DE GASES ................................ ................................ .............28 
2.7 - PROPRIEDADES FÍSICAS DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS................................ .....31 
2.7.1 - COMPOSIÇÃO................................ ................................ ................................ .....................31 
2.7.2 - CLASSIFICAÇÃO ................................ ................................ ................................ .................32 
2.7.3 - DISTRIBUIÇÃO DOS TAMANHOS DAS PARTÍCULAS................................ ................................ .35 
2.7.4 - TEOR DE UMIDADE ................................ ................................ ................................ ............ 36 
2.7.5 - PESO ESPECÍFICO IN SITU ................................ ................................ ................................ .... 37 
2.7.6 - PERMEABILIDADE ................................ ................................ ................................ ..............38 
2.7.7 - COMPACTAÇÃO ................................ ................................ ................................ .................39 
2.8 - PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS RSU................................ ................................ ..........40 
2.8.1 - COMPRESSIBILIDADE ................................ ................................ ................................ ..........40 
2.8.2 - RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO ................................ ................................ .......................46 
2.8.3 - CAPACIDADE DE CARGA DO MACIÇO ................................ ................................ ...................56 
x 
3 - METODOLOGIA................................ ................................ ................................ ............. 61 
3.1 - INTRODUÇÃO ................................ ................................ ................................ ...................61 
3.2 - INVESTIGAÇÕES DOS MACIÇOS ................................ ................................ .....................63 
3.2.1 - SONDAGEM DE SIMPLES RECONHECIMENTO A PERCUSSÃO (SPT) ................................ ..........63 
3.2.2 - ENSAIO DE PENETRAÇÃO CONTÍNUA – CPTU................................ ................................ .......65 
3.2.3 - POÇO PARA COLETA DE AMOSTRAS E DETERMINAÇÃO DE PESO ESPECÍFICO IN SITU ................ 65 
3.3 - ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DOS RESÍDUOS COLETADOS.......................68 
3.3.1 - TEOR DE UMIDADE ................................ ................................ ................................ ............ 69 
3.3.2 - COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRI CA................................ ................................ .............................69 
3.3.3 - ESTIMATIVA DO TAMANHO DAS PARTÍCULAS E DI STRIBUIÇÃO DOS COMPONENTES.................70 
3.4 - ENSAIOS DE CARREGAMENTO DE PLACA – PLT ................................ ...........................70 
3.5 - ANÁLISES DE ESTABILIDADE DE MACIÇOS DE RSU................................ .................... 73 
3.5.1 - ANÁLISES DE ESTABILIDADE DO ATERRO METROPOLITANO CENTRO ................................ .... 73 
3.5.2 - ANÁLISE DA RUPTURA DO TALUDE DE RSU DO ATERRO DE CANABRAVA .............................76 
4 - APRESENTAÇÃO E ANÁLISES DOS RESULTADOS................................ ................... 79 
4.1 - INTRODUÇÃO ................................ ................................ ................................ ...................79 
4.2 - INVESTIGAÇÕES DOS MACIÇOS ................................ ................................ .....................79 
4.2.1 - SONDAGEM DE SIMPLES RECONHECIMENTO A PERCUSSÃO (SPT) ................................ ..........79 
4.2.2 - ENSAIO DE PENETRAÇÃO CONTÍNUA – CPTU................................................................ .......83 
4.2.3 - DETERMINAÇÃO DO PESO ESPECÍFICO IN SITU ................................ ................................ ......90 
4.3 - ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DOS RESÍDUOS COLETADOS.......................91 
4.3.1 - TEOR DE UMIDADE ................................ ................................ ................................ ............ 91 
4.3.2 - COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRI CA................................ ................................ .............................92 
4.3.3 - ESTIMATIVA DO TAMANHO DAS PARTÍCULAS ................................ ................................ .......94 
4.4 - ENSAIOS DE CARREGAMENTO DE PLACA – PLT ................................ ...........................95 
4.5 - ANÁLISES DE ESTABILIDADE DE MACIÇOS DE RSU................................ ..................102 
4.5.1 - ANÁLISES DE ESTABILIDADE DO ATERRO METROPOLITANO CENTRO ................................ ..102 
4.5.2 - ANÁLISE DA RUPTURA DO TALUDE DE RSU DO ATERRO DE CANABRAVA ...........................107 
4.5.3 - PROPOSTA DE GEOMETRIA E INCLINAÇÃO DE TAL UDES PARA MACIÇOS DE RSU...................109 
5 - CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS................................ ...113 
5.1 - CONCLUSÕES................................ ................................ ................................ ..................113 
5.2 - SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS ................................ ................................ .... 115 
xi 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 117 
 
APÊNDICES 
A – CURVAS DE ESTABILIZAÇÃO DOS DESLOCAMENTOS DAS PROVAS DE 
CARGA SOBRE PLACA ......................................................................................................121 
B – ANÁLISES PARAMÉTRICAS DA SEÇÃO EXPERIMENTAL .................................138 
C – ANÁLISES PARAMÉTRICAS DAS GEOMETRIAS PROPOSTAS ..........................143 
 
xii 
LISTA DE FIGURAS 
FIGURA PÁGINA 
Figura 2.1 - Métodos de aterros sanitários. (TCHOBANOGLOUS et al. 1993) ........................9 
Figura 2.2 – Considerações para aterros de RSU em condições hidrológicas favoráveis. 
Critérios para a não impermeabilização do terreno de fundação, (CETESB, 1993).........14 
Figura 2.3 – Cons iderações para aterros de RSU em condições hidrológicas desfavoráveis. 
Critérios para a impermeabilização do terreno de fundação ( CETESB, 1993). ...............15 
Figura 2.4 - Critério de aceitação de compactação de liners argilosos. (USEPA, 1994) ..........16 
Figura 2.5 – Sistemas de impermeabilização requeridas para aterros sanitários em diversos 
países.( KNOCHENMUS et al, 1998) ..............................................................................16 
Figura 2.6 –Detalhes típicos de drenagem de nascentes utilizados no aterro sanitário 
Bandeirantes. (ENGECORPS, 1996)................................................................................17 
Figura 2.7 - Sistema de drenagem de fundação. (TCHOBANOUGLOS et al., 1993) .............18 
Figura 2.8 - Drenos de fundação e drenos horizontais (modificado ENGECORPS, 1996). .....18 
Figura 2.9 - Sobreposição das zonas de influência dos drenos de gás......................................19 
Figura 2.10 - Drenos Verticais de concreto (ENGECORPS, 1996) ..........................................20 
Figura 2.11 - Elementos de drenagem superficial (apud CARVALHO, 1999). .......................21 
Figura 2.12 - Camadas do recobrimento final de um aterro sanitário (apud CARVALHO, 
1999)..................................................................................................................................23 
Figura 2.13 - Instrumentação (ENGECORPS, 1996). ..............................................................25 
Figura 2.14 - Influência do teor de umidade no peso específico seco do RSU. (MARQUES, 
2001)..................................................................................................................................27 
Figura 2.15 - Influência da espessura da camada no peso específico em profundidade 
(MARQUES, 2001)...........................................................................................................27 
Figura 2.16 - Influência do número de passadas do equipamento no peso específico em 
profundidade (MARQUES, 2001). ...................................................................................27 
Figura 2.17 - Relação entre o peso específico dos resíduos e o número de passadas do 
equipamento e espessura das camadas (Schomaker, 1972 citado por MARQUES, 2001).
...........................................................................................................................................28 
Figura 2.18 - Fases de estabilização de um aterro (ENGECORPS, 1996). ...............................31 
Figura 2.19 - Composição Gravimétrica do RSU de Brasília (JUNQUEIRA, 2000). ..............32 
Figura 2.20 – Classificação do RSU pela carta de Schmertman (PALMA, 1995). ..................34 
Figura 2.21 – Classificação do RSU através do CPT segundo MANASSERO et al (1996). ...34 
xiii 
Figura 2.22 - Classificação pelo Diagrama Triangular. (GRISOLIA et al, 1995) ....................35 
Figura 2.23 - Distribuição granulométrica do RSU. (JEEBERGER, 1994 apud 
KNOCHENMUS et al, 1998)............................................................................................35 
Figura 2.24 – Variação do Teor de Umidade do RSU com a profundidade (apud 
CARVALHO, 1999). ........................................................................................................36 
Figura 2.25 – Variação do Teor de Umidade dos RSU com a matéria orgânica. (LANDVA & 
CLARK, 1990) ..................................................................................................................37 
Figura 2.26 - Peso específico para o RSU. (apud CARVALHO, 1999)...................................38 
Figura 2.27 - Coeficientes de Permeabilidade medidos em poços de reconhecimento por 
ensaio de infiltração (LANDVA & CLARK, 1990) .........................................................39 
Figura 2.28 - Curvas de compactação para diferentes tipos de resíduos (modificado de 
MARQUES, 2001). ...........................................................................................................40 
Figura 2.29 - Parâmetros de resistência obtidos por retro-análises (SINGH&MUPHY, 1990).
...........................................................................................................................................47 
Figura 2.30 - Ensaios de SPT realizado por diversos autores. (apud CARVALHO, 1999) .....48 
Figura 2.31 - Ensaios de CPT por diversos autores. (apud CARVALHO, 1999) ....................49 
Figura 2.32 - Curvas tensão x deformação típicas dos RSU. (apud CARVALHO, 1999) .......50 
Figura 2.33 - Modelo do RSU. (KOCKEL, 1995 apud KÖNIG & JESSEBERGER, 1997) ...50 
Figura 2.34 - Mobilização do angulo de atrito e do intercepto de coesão com a deformação. 
(KOCKEL & JESSEBERGER, 1995, apud KÖNIG & JESSEBERGER, 1997) ............51 
Figura 2.35 - Modelo de interação das forças de atrito e de tração dos RSU. (KÖLSCH, 1993)
...........................................................................................................................................51 
Figura 2.36 - Envoltórias de cisalhamento direto de RSU. (apud KÖLSCH, 1993) ................52 
Figura 2.37 - (a) Variação da resistência com o tempo (KÖNIG & JESSEBERGER, 1997). 
(b) Proposta de WALTER (1992) apud PALMA (1995) .................................................53 
Figura 2.38 - Envoltória de parametros proposta por SINGH & MURPHY (1990). ...............53 
Figura 2.39- Apresentação dos parametros de resistência e área recomendada. (CARVALHO, 
1999, modificado de SINGH & MURPHY, 1990) ...........................................................54 
Figura 2.40 - Área recomendada para projetos. (PALMA, 1995) .............................................54 
Figura 2.41 - Superposição das faixas de parâmetros propostas...............................................55 
Figura 2.42 - Envoltórias de ruptura. (apud CARVALHO, 1999) ............................................55 
Figura 2.43 - Mecanismos de ruptura em aterros sanitários (SOWERS, 1968). .......................57 
Figura 3.1 - Lavage m por circulação de água no ensaio SPT. ..................................................64 
Figura 3.2 – Amostra recuperada pelo ensaio SPT. ..................................................................64 
xiv 
Figura 3.3 - Equipamento de cravação do piezocone................................................................66 
Figura 3.4 - Retirada da camada de cobertura antes da execução do poço de inspeção. ..........66 
Figura 3.5 - Coleta de amostra do RSU. ...................................................................................67 
Figura 3.6 - Quarteamento da amostra coletada........................................................................67 
Figura 3.7 - Determinação do peso específico in situ. ..............................................................68 
Figura 3.8 - Armazenamento dos diversos componentes da amostra de RSU..........................69 
Figura 3.9 - Sistema de reação do ensaio de carregamento de placa. .......................................71 
Figura 3.10 - Sistema de aquisição de dados do ensaio de carregamento de placa. .................72 
Figura 3.11 - Modelado do terreno do antes da terraplenagem.................................................73 
Figura 3.12 - Modelado do terreno após a terraplenagem e esquema dos marcos e aplicação da 
sobrecarga..........................................................................................................................74 
Figura 3.13 - Vista geral do corte subvertical realizado no talude do aterro. ...........................74 
Figura 3.14 - Marco superficial instalado na crista do corte realizado no aterro. .....................75 
Figura 3.15 - Seção central do corte realizado no AMC e configuração das superfícies de 
rupturas analisadas (centros e raios) no programa SLOPE/W. .........................................76 
Figura 3.16 - Vista aérea do escorregamento da massa de lixo no Aterro de Canabrava.........77 
Figura 3.17 - Seção anterior a ruptura no Aterro de Canabrava utilizada nas análises de 
estabilidade. .......................................................................................................................78 
Figura 3.18 - Seção utilizada nas análises da ruptura do Aterro de Canabrava e configuração 
das superfícies de rupturas no programa SLOPE/W.........................................................78 
Figura 4.1 - Perfil de sondagem SPT do AMC. ........................................................................80 
Figura 4.2 - Número de golpes das sondagens nas Células experimentais do Aterro do Jóquei 
Clube de Brasília. ..............................................................................................................81 
Figura 4.3 - Resultado do ensaio de penetração contínua CPTU-01 (topo da célula 01/02, ao 
lado dos ensaios PLT-01 e PLT-02)..................................................................................84 
Figura 4.4 - Resultado do ensaio de penetração contínua CPTU-02 (topo da célula 01/02, ao 
lado da sobrecarga da seção experimental).......................................................................85 
Figura 4.5 - Resultado do ensaio de penetração contínua CPTU-03 (berma da célula 01/02, ao 
lado do SPT)......................................................................................................................86 
Figura 4.6 - Histograma de resistência de ponta obtido nos três ensaios CPTU.......................88 
Figura 4.7 - Histograma de razão de atrito obtido nos três ensaios CPTU ...............................88 
Figura 4.8 - Dados dos ensaios CPTU plotados na carta de Schmertmann ..............................89 
Figura 4.9 - Correlação entre qc x N obtida por CARVALHO (1999).....................................89 
xv 
Figura 4.10 - Valores de resistência a penetração N obtidos no ensaio SPT versus os valores 
da tendência de crescimento da resistência de ponta do ensaios CPTU-03. .....................90 
Figura 4.11 - Composição do RSU coletado.............................................................................92 
Figura 4.12 - Composição gravimétrica média dos municípios de Salvador, Lauro de Freitas e 
Simões Filhos (modificado de SANTOS & PRESA, 1995). ............................................93 
Figura 4.13 - Descarga de caminhão contendo somente material plástico. ..............................93 
Figura 4.14 - Curva granulométrica de cada componente da amostra de RSU coletada ..........94 
Figura 4.15 - Curva granulométrica total da amostra de RSU coletada, com e sem plásticos..95 
Figura 4.16 - Curva carga x recalque do ensaio PLT-01 ..........................................................96 
Figura 4.17 - Curva carga x recalque do ensaio PLT-02 ..........................................................96 
Figura 4.18 - Curva carga x recalque do ensaio PLT-03 ..........................................................97 
Figura 4.19 - Curvas carga x recalque dos três ensaios PLT. ...................................................99 
Figura 4.20 - Provas de carga sobre placa realizados no Aterro da Muribeca (SANTOS et al, 
1998)................................................................................................................................101 
Figura 4.21 - Desenvolvimento dos recalques da seção experimental. ...................................103 
Figura 4.22 - Resultado da análise de estabilidade da seção experimental utilizando para o 
RSU a envoltória de resistência bi-linear proposta por KAVAZANJIAN et al (1995). .105 
Figura 4.23 – Avaliação das faixas de parâmetros de resistência propostas para RSU. .........106 
Figura 4.24 - Parâmetros de resistência dos diversos ensaios e análises e área sugerida de 
parâmetros. ......................................................................................................................107 
Figura 4.25 - Fator de segurança obtido (FS = 1,067) para rupturas internas no maciço RSU 
com angulo de atrito de 15º e coesão de 1,5 kPa. ...........................................................108 
Figura 4.26 - Resultado da retro-análise da ruptura do Aterro de Canabrava. FS=0,996 C=0 
kPa e f = 20 º...................................................................................................................109 
Figura 4.27 - Parâmetros de resistência obtidos por análise paramétrica para as geometrias 
propostas. .........................................................................................................................112 
 
xvi 
LISTA DE TABELAS 
TABELA PÁGINA 
Tabela 2.1 - Restrições para locação de aterros sanitários (EPA apud ENGECORPS, 1996)..11 
Tabela 2.2 - Critérios para avaliação das áreas para instalação de aterro sanitário, (IPT, 1995).
...........................................................................................................................................11 
Tabela 2.3 - Constituição típica de Biogás formado em aterros sanitários...............................30 
Tabela 2.4 - Composição (em volume) do resíduo sólido urbano para diferentes cidades 
(modificado CARVALHO, 1999).....................................................................................33Tabela 2.5 - Peso específico do RSU segundo diversos autores (ENGECORPS, 1996)..........38 
Tabela 4.1 - Umidade dos componentes do RSU coletado .......................................................91 
Tabela 4.2 - Valores de coesão obtidos nas retro-aná lises paramétricas das provas de carga.
.........................................................................................................................................100 
Tabela 4.3 -Recalques dos marcos da seção experimental pelo levantamento topográfico....103 
Tabela 4.4 - Resultados das análises paramétricas da seção experimental desconsiderando a 
sobrecarga (Q = 0 kPa)....................................................................................................104 
Tabela 4.5 -Resultados das análises paramétricas da seção experimental considerando a 
sobrecarga (Q = 20 kPa). .................................................................................................104 
Tabela 4.6 - Fatores de Segurança e Coesões obtidos nas análises paramétricas para geometria 
01 (1V:1H e H=20m). .....................................................................................................110 
Tabela 4.7 - Fatores de Segurança e Coesões obtidos nas análises paramétricas para geometria 
02 (1V:1H e H=30m). .....................................................................................................111 
Tabela 4.8 - Fatores de Segurança e Coesões obtidos nas análises paramétricas para geometria 
03 (1V:1,5H e H=30m). ..................................................................................................111 
 
xvii 
LISTA DE SIMBOLOS 
 
a = coeficiente de perda de massa 
e = deformação específica % 
g = peso específico em kN/m3 
s = tensão vertical efetiva 
Ds = acréscimo de tensão vertical atuante no meio da camada em consideração 
l/b = taxa de compressão secundária 
s0 = tensão vertical efetiva inicial atuante no meio da camada 
gd = peso específico seco 
DH = recalques medidos 
DH1 = recalque primário 
DH2 = recalque secundário 
Dt = intervalo de tempo entre as medidas 
sv = tensão vertical efetiva atuante 
qw = umidade volumétrica % 
f = ângulo de atrito 
u = coeficiente de Poisson 
g = peso específico 
a = parâmetro de compressibilidade que varia com a espessura do aterro e com o 
tempo de construção 
AMC = Aterro Metropolitano Centro 
b = parâmetro de compressibilidade que varia com a espe ssura do aterro e com o 
tempo de construção 
c = coesão 
Ca = índice de compressão secundária 
c* = coesão considerada para ruptura localizada 
C’a = coeficiente de compressão secundária 
C’a1 = coeficiente de compressão secundária do 1º trecho 
C’a2 = coeficiente de compressão secundária do 2º trecho 
Cc = índice de compressão primária 
Cc = índice de compressão primária 
xviii 
COD =quantidade de matéria orgânica biodegradável presente nos resíduos por ano 
CPTU = piezocone penetration test (ensaio penetrométrico com medida de 
poropressão) 
D = profundidade da fundação 
DQO = demanda química de oxigênio 
e = índice de vazios 
E = módulo de Young 
e0 = índice de vazios inicial 
e100 = índice de vazios final dos recalques primários 
EV = evapotranspiração 
fs = atrito lateral 
H = altura inicial do aterro 
H0 = espessura da camada inicial dos recalques primários 
H100 = espessura da camada final dos recalques primários 
k = coeficiente de condutividade hidráulica 
Kh = coeficiente de hidrolisação (dia -1) 
kv = módulo de reação vertical 
m = compressibilidade de referência 
m = taxa de recalque 
N = número de golpes para penetrar os 30 últimos cm no ensaio SPT 
n = taxa de compressão 
Nc = coeficiente de capacidade de carga 
Nq = coeficiente de capacidade de carga 
Ng = coeficiente de capacidade de carga 
P = precipitação 
PLT = plate load test – prova de carga sobre placa 
q = pressão aplicada 
qc = resistência de ponta 
Qrup = carga de ruptura em kN (admitida como 98,1 kN) 
R = raio da fundação 
Rf = razão de atrito lateral % 
RSU = resíduos sólidos urbanos 
ru = coeficiente de poropressão 
xix 
SPT = Standard penetration test 
t = tempo 
t = tempo de ínicio da construção à leitura 
t1 = tempo inicial do período para obtenção do recalque secundário 
t2 = tempo final do período para obtenção do recalque secundário 
tc = tempo de construção do aterro 
u = poropressão 
w = recalque 
w = umidade gravimétrica % 
f* = ângulo de atrito considerado para ruptura localizada 
 
 
 
 
1 
1 - INTRODUÇÃO 
 
 
Têm chamado a atenção de todos o aumento da necessidade de novas áreas para a 
deposição dos resíduos sólidos urbanos (RSU). A cidade de Nova York, por exemplo, 
transporta seus resíduos a quilômetros de distância, através de barcas, para depositá-los em 
locais adequados na Flórida. Como exemplo brasileiro têm-se a região metropolitana de São 
Paulo que produz mais de 8.000 toneladas de resíduos urbanos por dia e tem seu principal 
aterro, o Aterro Sanitário do Bandeirantes, com esgotamento de capacidade de disposição 
previsto para 2003 . 
Aliado a este quadro, fica cada vez mais difícil encontrar novas áreas adequadas, próximas 
aos centros geradores, devido às regulamentações ambientais restritivas para este tipo de 
obras. Além disso há grande resistência por parte da população na aceitação de depósitos de 
resíduos próximos às residências, existindo nos Estados Unidos uma expressão bastante 
interessante que representa esta recusa: “NIMBY – Not in My Back Yard” que significa “não 
no meu quintal”. 
Desta forma têm sido comum a tentativa de solucionar esse problema aumentando-se a 
capacidade de deposição dos locais já em operação ou reutilizando-se locais antigos 
encerrados. Os novos projetos e os projetos de alteamento de aterros sanitários existentes têm 
sido desenvolvidos com alturas sem precedentes. 
Essa situação tem conduzido diversos geotécnicos a avaliar a estabilidade de taludes dos 
maciços dos aterros sanitários e a resistência do RSU. Como resultado têm-se publicações 
diversas que apresentam dados muitas vezes contraditórios. Isto acontece devido a 
complexidade e heterogeneidade da estrutura do RSU e a dificuldade de se adaptar métodos 
convencionais de ensaios, tanto de laboratório como de campo. Assim questões básicas sobre 
o valor da resistência, dos parâmetros dos resíduos e sobre a aplicabilidade de certas técnicas 
de análises de estabilidade, comuns na geotecnia clássica, ainda permanecem. 
É importante frisar que os projetos e cons truções de aterros sanitários no Brasil têm sido 
caracterizados pela adoção de critérios e parâmetros internacionais. Isto pode conduzir a 
problemas de estabilidade e operação, visto que a composição dos resíduos é diferente em 
 Capítulo 01 - Introdução 
 
2 
cada país. Desta forma, torna-se necessário também a validação destes parâmetros para as 
condições locais. 
Neste contexto, este trabalho tem como objetivo geral o estudo da resistência dos resíduos 
sólidos urbanos, com foco principal nas análises de estabilidades de taludes dos aterros 
sanitários. Constituem objetivos específicos desta pesquisa: a) determinação do perfil de 
resistência à penetração in situ, com uso de ensaios SPT e CPTU; b) determinação de 
poropressões no interior dos maciços de lixo, com uso dos ensaios CPTU; c) determinação da 
variação de resistência à penetração in situ ao longo do tempo, com uso de ensaios SPT; d) 
caracterização física dos resíduos domiciliares aterrados; e) determinação de parâmetros de 
resistência ao cisalhamento, por retro-análises; f) determinação do comportamentotensão 
deformação in situ, através de ensaios de prova de carga sobre placa; g) verificação da 
aplicação das faixas de parâmetros recomendadas na literatura para os resíduos brasileiros, 
por análise dos dados obtidos; h) recomendação de configurações geométricas seguras para 
aterros sanitários, principalmente do tipo trincheira / células escavadas. 
Buscando atender estes objetivos e obter o conhecimento necessário para o 
desenvolvimento das respectivas análises foi realizada uma revisão bibliográfica, sobre os 
temas envolvidos, que é apresentada no Capítulo 02. No item 2.2 é apresentada uma 
conceituação geral. Os pontos importantes a serem avaliados na seleção de áreas para 
implantação de aterros sanitários, são apresentados no item 2.3. No item 2.4 são apresentados 
os elementos necessários a um aterro sanitário para um confinamento seguro dos resíduos 
domiciliares. As técnicas operacionais de aterros sanitários são apresentadas no item 2.5. No 
item 2.6 são discutidas as propriedades biológicas dos RSU. Nos itens 2.7 e 2.8 são 
apresentadas as propriedades de maior interesse do ponto de vista geotécnico que são as 
propriedades físicas e mecânicas. 
No Capítulo 03 apresentam-se os locais de estudo e os métodos e equipamentos utilizados 
na realização do trabalho. São discutidos os motivos que levaram a seleção de diferentes áreas 
para o desenvolvimento da pesquisa. 
No Capítulo 04 são apresentados os diversos resultados e análises a partir da realização 
dos ensaios de campo. Apresenta-se os perfis de resistência à penetração obtidos nos 
diferentes ensaios e diferentes locais de estudo, bem como a variação dessa resistência ao 
longo do tempo. É apresentada também a caracterização física do resíduo aterrado em um dos 
aterros estudados. Parâmetros de resistência ao cisalhamento são estimados e as faixas de 
 Capítulo 01 - Introdução 
 
3 
parâmetros propostas na literatura são avaliadas. É proposta também uma geometria, para 
aterros de até 30 m de altura, de forma a otimizar a capacidade de deposição. 
Finamente no Capítulo 05, as pr incipais conclusões a cerca do trabalho desenvolvido são 
apresentadas, bem como algumas sugestões para futuras pesquisas. 
 
 
4 
2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
2.1 - INTRODUÇÃO 
 
O constante crescimento econômico e demográfico dos grandes centros urbanos tem como 
uma de suas conseqüências maior produção de resíduos sólidos. Paralelo a esse crescimento 
aumenta também a preocupação da disposição adequada dos mesmos em condições que 
minimizem os impactos ao meio ambiente 
Os dados de 1990 da situação brasileira de saneamento básico (IPT, 1995) mostram que 
76% do lixo urbano gerado são dispostos a céu aberto e apenas 24% recebe disposição com 
algum controle. Destes, 13% vão para aterros controlados, 10% para aterros sanitários, 0,9% 
para usinas de compostagem e 0,1% para usinas de incineração. Segundo BOSCOV & 
ABREU (2001), o estado de São Paulo apresenta melhores estatísticas. São gerados 18.223 
ton/dia de resíduos domiciliares em 643 municípios, onde 59,3% do total dos resíduos do 
estado são dispostos em condições adequadas, 17,9% em condições controladas e 22,7% em 
condições inadequadas. Porém os autores alertam que em relação ao percentual de municípios 
apenas 28,4% desses dispõem seus resíduos em condições adequadas, 21,2% em condições 
controladas e 50,4% em condições inadequadas. 
Como uma das formas adequadas de disposição dos resíduos, o aterro sanitário se 
apresenta como solução necessária, mesmos nos países de mais alto nível de gerenciamento 
de resíduos. Todo processo tecnológico, quer sejam processos que visam a recuperação da 
matéria, como por exemplo, os sistemas de triagem, reciclagem e compostagem, como 
aqueles que visam a eliminação da mesma através de processos térmicos (incineração), geram 
resíduos. Tal constatação faz com que os aterros sanitários se apresentem como a forma 
principal, mais usual e econômica para disposição final dos resíduos no Brasil e em grande 
parte do mundo. 
Porém, aliado ao aumento da produção de resíduos sólidos urbanos (RSU), ficam cada vez 
mais escassos locais adequados próximos aos centros geradores, devido às regulamentações 
ambientais restritivas para este tipo de obras. Desta forma, este quadro induz a necessidade da 
otimização da capacidade dos locais já em operação. 
 Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica 
 
5 
A demanda de maiores capacidades tem sido resolvida, na maioria das vezes, com a 
construção de aterros mais altos, o que tem levado a projetos com alturas sem precedentes e 
ampliações dos aterros existentes. Como exemplo temos o aterro sanitário dos Bandeirantes 
(SP) que já supera os 100 metros de altura. 
A operação e funcionamento dos aterros sanitários envolvem diversos problemas 
geotécnicos que, para serem solucionados, torna-se necessário um melhor entendimento do 
comportamento a médio e longo prazo destes maciços, assim como, o desempenho dos 
mesmos a distintas técnicas construtivas e operacionais. Atenta-se ainda , a importância nos 
dias atuais para a recuperação e reaproveitamento de antigas áreas de disposição, as quais 
demandam igualmente o conhecimento das condições geomecânicas do maciço, bem como a 
previsão do seu comportamento futuro (MARQUES 2001) . 
Desta forma, com o objetivo de se obter conhecimento mínimo para o entendimento das 
propriedades mecânicas dos maciços de RSU, diferentes técnicas de disposição e elementos 
estruturais, será apresentada a seguir uma revisão de trabalhos anteriores. 
Problemas envolvendo operação, funcionamento, estabilidade e deformabilidade dos 
aterros sanitários são comuns e podem ser encontradas na literatura. 
Esta situação tem levado o engenheiro geotécnico a analisar as condições de operação dos 
aterros de RSU se deparando com dois problemas principais: o primeiro, de trabalhar com um 
“solo” incomum (altamente heterogêneo e de comportamento mecânico complexo), sem 
equipamentos adequados, e o segundo, que o material é degradável, tópico incomum na 
geotecnia clássica. A obtenção de parâmetros e leis de comportamento para os resíduos 
sólidos urbanos em laboratório, ou mesmo em células experimentais de maior porte, podem 
conduzir a resultados insatisfatórios, quer pelas características do material quer pela 
impossibilidade da simulação das mesmas condições presentes nos locais de disposição 
(fatores ambientais, histórico de carregamento, drenagem de gases e líquidos, etc). A 
realização de ensaios in situ e a monitoração de aterros sanitários apresentam-se como formas 
para contornar as limitações mencionadas, podendo ser utilizadas para o estudo de certas 
características e mecanismos dos resíduos sólidos urbanos. 
Como resultado existe uma vasta determinação de parâmetros e comportamentos dos 
RSU. O entendimento destes dados é muito complexo devido a heterogeneidade da estrutura e 
dificuldade de se adaptar ensaios convencionais. Algumas vezes os dados são contraditórios. 
 Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica 
 
6 
Desta forma algumas dúvidas ainda devem ser respondidas para o desenvolvimento das 
análises, projetos e construção de aterros sanitários seguros e de grande capacidade de 
disposição, tais como: 
§ Parâmetros confiáveis para o RSU. 
§ Método de análise de estabilidade adequado para taludes de RSU. 
§ Consideração do comportamento do RSU semelhante ao de solos (critérios de 
ruptura, modelos de recalque, etc.). 
Vale ainda ressaltar que os projetos de construção de aterros sanitários no Brasil têm sido 
caracterizados pela adoção de critérios e parâmetros de projetos “importados”, ou seja, 
baseados na literatura internacional. Assim torna-se necessário validar estesparâmetros para o 
tipo de resíduo local, pois as propriedades mecânicas do mesmo variam com sua composição, 
teor de umidade, etc.. 
 
2.2 - CONCEITUAÇÃO GERAL 
 
2.2.1 - CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS 
A ABNT (87), na norma NBR - 10.004, define resíduos sólidos como: “resíduos no estado 
sólido e semi-sólido, que resultam de atividades da comunidade, de origem: industrial, 
doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviço de varrição, etc. Ficam incluídos os 
lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e 
instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos, cujas particularidades 
tornam inviáveis o seu lançamento na rede de esgoto ou em corpos d’água, ou exijam para 
isso soluções técnicas economicamente inviáveis, face a melhor tecnologia disponível”. 
A NBR – 10.004 classifica os tipos de resíduos em: 
§ classe I: abrange os resíduos perigosos, ou seja, aqueles que apresentam 
periculosidade por inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e/ou 
patogenicidade; 
§ classe II: abrange os resíduos não inertes, ou seja, todos aqueles não incluídos nas 
classes I e III, podendo apresentar propriedades como combustibilidade, 
biodegradabilidade ou solubilidade em água; 
§ classe III: abrange os resíduos inertes e não perigosos (rochas, tijolos, vidros, etc). 
 Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica 
 
7 
BOSCOV & ABREU (2001) definem resíduos sólidos urbanos como os resíduos gerados 
por um aglomerado urbano, exceto os resíduos industriais perigosos, hospitalares sépticos e 
de aeroportos e portos, ou ainda, como os resíduos gerados nas residências, no comércio ou 
em outras atividades desenvolvidas nas cidades, excetuado os de indústria e de serviços de 
saúde. 
2.2.2 - MÉTODOS DE TRATAMENTO 
Os métodos mais comumente adotados no presente são : aterros sanitários, compostagem - 
reciclagem e incineração (LIMA, 1988). 
a) Aterros Sanitários 
Os aterros sanitários podem ser definidos como estruturas de engenharia de disposição de 
resíduos, fundamentada em critérios e normas operacionais específicas, que permite o 
confinamento seguro em termos de controle de poluição ambiental e proteção à saúde 
pública. 
b) Compostagem – reciclagem 
A reciclagem é definida como ato ou ação de recuperar os resíduos e transformá -los por 
meio de processos físicos como peneiramento, lavagem, prensagem, enfardamento, etc., 
em produtos capazes de serem reutilizados. Têm como objetivo, além da recuperação, o 
preparo da fração orgânica, favorecendo a ação biológica. 
A compostagem é definida como o ato ou ação de transformar os resíduos orgânicos, 
através de processos físicos, químicos e biológicos, em uma matéria biogênica mais 
estável e resistente à ação das espécies consumidoras. O tratamento biológico consiste na 
fermentação ou digestão dos resíduos pela ação de microorganismos presentes ou 
inoculados por uma adição, resultando num produto denominado composto. 
c) Incineração 
A incine ração é definida como um processo de redução de peso e volume do lixo através 
de combustão controlada. 
2.2.3 - CARACTERIZAÇÃO DA DISPOSIÇÃO 
A disposição dos RSU sobre o terreno é o destino mais usual em todo o mundo e algumas 
características dos locais de deposição podem ser classificadas: 
 
 Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica 
 
8 
a) Lixões ou Vazadouros 
Os lixões ou vazadouros são caracterizados pela ausência de controle sobre tipo, volume e 
periculosidade dos resíduos depositados. O resíduo permanece a céu aberto sem nenhum 
tipo de proteção. Não é realizado nenhum tipo de compactação com o objetivo de 
minimizar o volume, sendo os resíduos despejados sobre o solo natural. Não há também 
nenhum controle de entrada de pessoas ou animais. 
b) Aterros Controlados 
A diferença deste tipo de aterramento para o anterior consiste basicamente na existência 
de um controle mínimo como: o da entrada dos resíduos, de pessoas e animais, na 
compactação dos resíduos e existência de uma cobertura de solo para o controle e 
minimização da proliferação de vetores. Não estão presentes todos os elementos de 
engenharia que permitam o confinamento seguro dos resíduos, especialmente os 
relacionados com sistemas de impermeabilização e destinação do chorume. 
c) Aterros Sanitários 
Compreende todo um conjunto de componentes e técnicas operacionais tais como: divisão 
em células, compactação dos resíduos, cobertura, sistema de impermeabilização, sistemas 
de drenagem de líquidos e gases, tratamento do chorume, monitoramento geotécnico e 
ambiental, etc.. 
Pode-se diferenciar os aterros sanitários quanto ao tipo e quanto ao método executivo 
(ENGECORPS, 1996; TCHOBANOGLOUS, 1993). 
I. Quanto ao tipo de aterro 
Aterros de Resíduos Sólidos Urbanos, Aterros de Resíduos Triturados e Aterros Sanitários 
de Resíduos Especiais. 
II. Quanto ao método de aterramento 
§ Aterros em Trincheiras ou Células Escavadas 
Pode-se optar por escavações de trincheiras ou células para a disposição dos resíduos. Este 
método é utilizado quando não se deseja alterar a topografia original do terreno. Tem 
como fator limitante a posição do lençol fr eático e locais de terreno rochosos. 
§ Aterros de Superfície 
São usados em regiões de topografia plana, impróprios para a execução de células. Os 
desníveis para implantação dos resíduos são criados a partir de diques de terra. 
§ Aterros em Depressão 
 Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica 
 
9 
São implantados em “canyons”, ravinas, áreas de empréstimos e pedreiras, principalmente 
quando esses locais tem baixo valor comercial. Tem como uma de suas vantagens a 
recuperação das áreas, pós fechamento do aterro, em áreas de bosques, parques, etc.. 
 
Figura 2.1 - Métodos de aterros sanitários. (TCHOBANOGLOUS et al. 1993) 
 
2.3 - SELEÇÃO DE ÁREAS 
 
Antigamente, por facilidade de deposição, era comum a escolha de talvegues naturais, 
onde o lixo era lançado do topo sem nenhum critério técnico ou ambiental. Como os terrenos 
 Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica 
 
10 
brejosos não são propícios a áreas residenciais, eram utilizados também como área de 
deposição de resíduos. Por estes motivos a maioria dos antigos lixões encontra-se em uma das 
duas situações. 
A escolha de novas áreas não envolve apenas condicionantes ambientais, mas também 
aspectos legais, econômicos, técnicos e sociais. Conforme a NBR 13896, os aspectos a serem 
verificados são a minimização do impacto ambiental, maximização da aceitação da 
população, estar de acordo com o zoneamento da região e a utilização por longo período com 
necessidade mínima de obras para início de operação. 
Os principais condicionantes intervenientes na seleção da área para a disposição a longo 
prazo de resíduos são : 
§ Distância de transporte dos pontos geradores do resíduo ao aterro; 
§ Restrições locais; 
§ Capacidade da área; 
§ Condições de acesso e trafegabilidade; 
§ Condições topográficas; 
§ Disponibilidade de solos de recobrimento e proteção; 
§ Condições climatológicas 
§ Condições geológicas-geotécnicas e hidrogeológicas; 
§ Dados de infra-estrutura; 
§ Aproveitamento final da área; 
Com relação às interferências locais, algumas considerações são apresentadas. As tabelas 
2.1 e 2.2 apresentam as restrições e considerações segundo o IPT e a EPA-USA (United 
States Environmental Protection Agency). 
São informações relevantes do meio físico : a geologia, geomorfologia, geotecnia, 
hidrogeologia e condições climáticas como tipo de solos e rochas, estruturas geológicas, 
posição do lençol freático, precipitação pluviométrica, evaporação, direção predominante dos 
ventos dentre outros. 
A normaNBR 13896/97, Aterros de Resíduos Não Perigosos – Critérios para Projeto, 
Implantação e Operação, recomenda locais com declividade superior a 1% e inferior a 30%. e 
considera desejável a existência de um depósito extenso e homogêneo de materiais com 
coeficiente de condutividade hidráulica inferior a 10-6cm/s e uma zona não saturada com 
espessura superior a 3m, sendo recomendado coeficiente de condutividade hidráulica menor 
 Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica 
 
11 
que 5x10-5cm/s e espessura maior do que 1,5m de solo . Valores de coeficiente de 
condutividade hidráulica maiores podem ser admitidos a critério do órgão de controle 
ambiental mas não excedendo 10-4cm/s. 
Tabela 2.1 - Restrições para locação de aterros sanitários (EPA apud ENGECORPS, 
1996). 
INTERFERÊNCIA RESTRIÇÃO 
3km de aeroportos com pouso e decolagem de 
aeronaves de grande porte Aeroportos 
1,5km de aeroportos com pouso e decolagens de 
aeronaves de médio porte 
Planícies Inundáveis Período de retorno superior a 100 anos 
Terrenos Brejosos 
Evitado. Poderá ser utilizado em casos 
particulares que estudo s de impacto ambiental 
demonstrem a viabilidade 
Áreas Sísmicas 
Os aterros e sistemas de infra-estrutura deverão 
ser dimensionados para resistir a acelerações 
horizontais máximas 
Áreas de risco, em termos de estabilidade 
Os aterros e sistemas de infra-estrutura deverão 
ser projetados de maneira a assegurar a 
estabilidade e integridade geral dos seus 
componentes 
Tabela 2.2 - Critérios para avaliação das áreas para instalação de aterro sanitário, (IPT, 
1995). 
Classificação das Áreas 
Itens Analisados Recomendada Recomendada com Restrições Não Recomendado 
Vida Útil > 10 anos 10 anos, a critério do órgão ambiental 
Distância do centro 
gerador < 10km entre 10 e 20km > 20km 
Densidade Populacional baixa média alta 
Zoneamento Ambiental áreas sem restrição de zoneamento ambiental unidades de conservação ambiental e correlatas 
Zoneamento Urbano vetor de crescimento mínimo 
vetor de crescimento 
intermediário 
vetor de crescimento 
máximo 
Uso e ocupação das 
terras áreas devolutas ou pouco utilizadas ocupação intensa 
Valor da terra baixo médio alto 
Aceitação popular e de 
suas entidades boa razoável inaceitável 
Distância aos cursos 
d’água > 200m 
< 200 m com aprovação do órgão de controle 
ambiental responsável 
Declividade de 1 a 20% menor que 1 e maior que 20% 
Profundidade do nível 
d’água 3m 1,5 a 3m < 1,5m 
Condutividade hidráulica 
do subsolo 
10-7cm/s (classe I) 
10-6cm/s (classe II) 
(desejável) 
5x10-5cm/s (classe I) 
5x10-5cm/s (classe II) 
(mínimo) 
>5x10 -5cm/s 
(medidas de contenção) 
 Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica 
 
12 
Segundo TRESSOLDI & CONSONI (1998), quanto menor a condutividade hidráulica e 
maior a espessura da zona não saturada (menor a flutuação do nível d’água) maiores serão a 
distância percorrida, o tempo transcorrido e a sorção obtida até o contaminante atingir as 
águas subterrâneas, o que possibilita a retenção dos contaminantes próximo às fontes. Esses 
autores apresentam como os principais condicionantes para seleção de áreas os relacionados a 
seguir. 
Condicionantes Geológicos: 
§ Zonas de alto risco sísmico; 
§ Zonas de falhamento regionais; 
§ Zonas cársticas e de subsidência; 
§ Estratigrafia, tipos litológicos, heterogeneidades e anisotropias dos maciços rochosos; 
§ Estruturas geológicas, como planos de acamamento, fraturas, dobras e falhas; 
§ Características do manto de alteração e dos solos superficiais, como capacidade de 
troca catiônica, conteúdo de matéria orgânica, composição geoquímica, 
(principalmente a presença de óxidos-hidróxidos, fosfatos e carbonatos), espessura, 
granulometria e estrutura. 
Condicionantes Hidrogeológicos: 
§ Presença de aqüíferos regionais; 
§ Zonas de recarga de aqüíferos regionais; 
§ Cargas e gradientes hidráulicos, condutividade hidráulicas e transmissividades, 
porosidades totais e efetivas, armazenamentos específicos e coeficientes de 
armazenamento, velocidades e direções de fluxo regional e local da águas 
subterrâneas, coeficientes de dispersão e retardamento; 
§ A posição do nível d’água e suas variações em relação à base de disposição; 
§ Qualidade e utilização das águas subterrâneas; 
§ Proximidade, qualidade e utilização das águas superficiais 
Condicionantes Geotécnicos: 
§ Características granulométricas, porosidade, densidade e umidade; 
§ Características de resistência, colapsibilidade e deformabilidade; 
§ Localização e características de áreas de empréstimo. 
Condicionantes Geomorfológicos: 
§ Áreas sujeitas à inundação; 
§ Áreas com declividades elevadas; 
 Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica 
 
13 
§ Áreas suscetíveis a escorregamentos, erosões e subsidências. 
 
2.4 - ELEMENTOS BÁSICOS DE UM ATERRO SANITÁRIO 
 
2.4.1 - TRATAMENTO DA FUNDAÇÃO 
Quando a água contida nos resíduos proveniente da decomposição ou procedente de 
precipitações percola através da massa de lixo produz um efluente denominado chorume que 
constitui-se de um contaminante potencial para os solos e as águas subterrâneas e superficiais. 
Desta forma o tratamento de fundação de um aterro sanitário deve assegurar um controle 
mínimo, envolvendo a impermeabilização do terreno de fundação, conformação da superfície 
em plataformas inclinadas para drenagem do chorume, captação e drenagem de nascentes e 
cursos d’água. 
Este tratamento depende das condições geológicas - geotécnicas e hidrogeológicas da área 
de implantação do aterro e suas adjacências. 
A CETESB (1993) (apud CARVALHO, 1999), levando em consideração as 
particularidades do local previsto para implantação de aterro sanitário, apresenta algumas 
recomendações do tipo de tratamento da fundação. As condições hidroló gicas são 
determinadas pela diferença entre a evaporação e a precipitação (Figs.2.2 e 2.3). 
Para solos do terreno de fundação que apresentem coeficientes de condutividade 
hidráulica inferiores a 10-6cm/s e profundidade do lençol freático maiores que 3,0m, não há 
necessidade de impermeabilização do terreno natural de fundação. Por outro lado, para 
subsolos mais permeáveis, com coeficientes menores que 10-4cm/s, e profundidades do lençol 
freático menores ou igual a 1,5m, há necessidade de impermeabilização. 
Basicamente existem dois tipos de impermeabilização. O primeiro se constitui de solos 
compactados de baixa permeabilidade (k » 10-7cm/s) também conhecidos como barreiras 
minerais ou liners argilosos. O outro se baseia na utilização de geossintéticos (geomembranas, 
GCL, etc.). Alguns autores e projetistas consideram os dois materiais como complementares, 
existindo desta forma um grande número de combinações de impermeabilizações. 
 Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica 
 
14 
 
(a) Condições climáticas favoráveis 
 
(b) Condições climáticas desfavoráveis – impermeabilização da cobertura final 
Figura 2.2 – Considerações para aterros de RSU em condições hidrológicas favoráveis . 
Critérios para a não impermeabilização do terreno de fundação, (CETESB, 1993). 
 
Nos liners argilosos, além da dificuldade de se obter condições semelhantes em campo das 
estudadas em laboratório, verifica-se como ponto desfavorável a possibilidade do 
aparecimento de trincas, devido a contrações, que diminuem sua eficiência. Esse problema é 
agravado ainda mais quando existe uma quebra da capilaridade por uma camada drenante 
natural abaixo do liner ou por uma camada drenante de detecção de chorume. Essa quebra de 
capilaridade impede que o liner argiloso reponha por capilaridade as perdas por evaporação. 
Como ponto favorável desse sistema a argila pode atenuar alguns contaminantes por 
processos desorção e precipitação. 
Já os liners sintéticos tem como ponto desfavorável a possibilidade de furos e rasgos 
durante a instalação que da mesma forma diminuem sua eficiência, além de estarem sujeitos a 
ataques químicos. Daí a idéia de combinar os revestimentos. 
 Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica 
 
15 
 
(a) Condições climáticas favoráveis 
 
(b) Condições climáticas desfavoráveis. 
Figura 2.3 – Cons iderações para aterros de RSU em condições hidrológicas 
desfavoráveis. Critérios para a impermeabilização do terreno de fundação (CETESB, 
1993). 
 
Como o critério de compactação dos liners argilosos é a obtenção de baixas 
permeabilidades, diferente das demais obras nas quais o critério normalmente é a resistência, 
devem ser executados dentro do ramo úmido da curva de compactação. O EPA (1994) 
recomenda um teor de umidade de compactação de 2 a 6% acima da umidade ótima conforme 
apresentado na Figura 2.4. Umidades acima da ótima também contribuem para a quebra de 
torrões de argila que tendem a aumentar a permeabilidade. 
Os tipos e combinações do sistema de impermeabilização e drenagem dos percolados 
variam também em função da regulamentação existente nos diversos países conforme 
apresentado na Figura 2.5 .( KNOCHENMUS et al, 1998). 
 Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica 
 
16 
 
Figura 2.4 - Critério de aceitação de compactação de liners argilosos. (USEPA, 1994) 
 
 
Figura 2.5 – Sistemas de impermeabilização requeridas para aterros sanitários em 
diversos países.( KNOCHENMUS et al, 1998) 
 
 Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica 
 
17 
A drenagem de nascentes é realizada através da instalação de drenos, como apresentado 
na Figura 2.6, conduzindo as águas para fora da região do aterro. 
 
Figura 2.6 –Detalhes típicos de drenagem de nascentes utilizados no aterro sanitário 
Bandeirantes. (ENGECORPS, 1996) 
 
2.4.2 - DRENAGEM LÍQUIDOS PERCOLADOS E GASES 
Um sistema de drenagem deve ser projetado e executado para a coleta e remoção do 
chorume gerado no interior do maciço, conduzindo-o para fora das células para os devidos 
tratamentos. Este sistema deve assegurar que no máximo uma lâmina de 30 cm de chorume 
permaneça sobre o sistema de impermeabilização, minimizando desta forma as possibilidades 
de contaminação das águas subterrâneas (EPA, 1994). 
O sistema de drenagem de percolados deve ser constituído de: 
§ Coletor de área – Dreno que cobre totalmente a área do liner (camada drenante). 
 Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica 
 
18 
§ Coletores laterais – Rede de drenos que captam o percolado da camada drenante e 
o conduzem para fora do aterro. Pode ser dividido em drenos secundários e 
principais. 
Os coletores laterais (drenos de fundação) devem ser executados nas bases de diversos 
planos inclinados de modo a formar divisores de água conforme apresentado a Figura 2.7. 
 
 
Figura 2.7 - Sistema de drenagem de fundação. (TCHOBANOUGLOS et al., 1993) 
 
Camada drenante
Tubo de concreto perfurado
(CA-3) Ø 200 a 600mm
Geomembrana
HDPE e=2mm
Rachão
Solo argiloso compactado
Brita
0.60
0.60
Recobrimento de proteção 
 
Figura 2.8 - Drenos de fundação e drenos horizontais (modificado ENGECORPS, 1996). 
 
A biodegradação dos resíduos nos aterros sanitários resulta na geração de gases que são 
constituídos principalmente pelo metano (CH4) e gás carbônico (CO2). Esses gases são 
gerados em grandes volumes, podendo concentrar-se em bolsões e sair de forma 
descontrolada do aterro. 
 Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica 
 
19 
Dessa forma deve existir no aterro dispositivos apropriados para conduzir os gases, 
principalmente o metano pois este pode provocar explosões. 
O método mais comum de controle de movimentação dos gases é pelo alívio da pressão 
interna do aterro com a instalação de drenos verticais que vão desde o fundo do aterro até a 
camada de cobertura superficial. Esses drenos são executados concomitantemente com o 
aterro ou são instalados após a conclusão de algumas células. Auxiliam também na drenagem 
vertical do chorume sendo muitas vezes interligados a drenos horizontais implantados junto 
ao topo da camada de solo da célula subjacente. 
Os drenos deverão ser espaçados de forma que suas zonas de influência se sobreponham 
como demonstra a Figura 2.9. Em geral os drenos de gases são instalados com espaçamentos 
horizontais entre 30 e 50m. 
 
Figura 2.9 - Sobreposição das zonas de influência dos drenos de gás 
 
Devido a alta compressibilidade dos aterros sanitários algumas soluções são adotadas 
buscando garantir a integridade e continuidade destes elementos. No estado de São Paulo é 
consagrada a adoção dos drenos verticais em concreto conforme as duas soluções 
apresentadas na Figura 2.10. Também são utilizados tubos de PVC e/ou polietileno de alta 
densidade (PEAD). 
Em muitos locais, na extremidade superior dos drenos, são instalados queimadores 
metálicos, denominados flares. 
Um aspecto importante que vem sendo discutido é a possibilidade de obstrução parcial ou 
total dos drenos pela formação de um filme biológico que pode aderir à superfície, obstruindo 
os poros. 
 Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica 
 
20 
A maior preocupação com os elementos de drenagem é que estes devem manter sua 
funcionalidade ao longo da vida do aterro. 
 
Figura 2.10 - Drenos Verticais de concreto (ENGECORPS, 1996) 
 
2.4.3 - DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS E PROTEÇÃO SUPERFICIAL 
Durante todas as fases do aterro é necessária a instalação de um sistema de drenagem 
superficial para captação das águas pluviais, de modo a evitar ao máximo que atinjam os 
resíduos, aumentando assim o volume de líquidos percolados e evitando também erosões e 
carreamento de poluentes. 
Estes sistemas devem ser constituídos por canaletas de berma, descidas d’águas nos 
taludes, caixas de passagem, bacias de dissipação, escadas hidráulicas, etc. 
Atenção especial deve ser dada aos elementos que estarão instalados no corpo do aterro, 
pois estarão sujeitos a recalques significativos. Assim as canaletas de berma devem ser 
implantadas com declividades adequadas e as descidas d’água nos taludes devem ser 
instaladas nas linhas de maior recalque (ENGECORPS, 1996). 
Independente dos tipos empregados, constantemente, há a necessidade de manutenção 
nesses elementos, quer seja para limpeza de materiais carreados quer seja para corrigir 
declividades e danos. 
 Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica 
 
21 
A proteção final dos taludes é em geral feita com grama. O método mais efic iente de 
plantio é com gramas em placa, porém é um dos mais dispendiosos. Alternativamente, têm 
sido empregadas a semeadura direta ou hidrosemeadura. 
 
 
Figura 2.11 - Elementos de drenagem superficial (apud CARVALHO, 1999). 
 
2.4.4 - VIAS INTERNAS DE ACESSO ÀS CÉLULAS 
Durante a fase de operação do aterro sanitário, as vias internas de acesso às células se 
constituem em um grande problema operacional, principalmente durante períodos chuvosos. 
Durante a operação, as cama das de solos de cobertura são pouco espessas o que, aliado às 
grandes deformações devido a alta compressibilidade do RSU, ao tráfego de máquinas 
pesadas e às chuvas intensas, resulta em constantes atolamentos. Esse problema é agravado 
ainda mais na frente de serviço onde há a necessidade de manobra das carretas e caminhões 
compactadores para a descarga do resíduo. 
Uma das formas de melhoria destes acessos é a inclusão de reforços geossintéticos e/ou o 
aumento da espessura do solo de cobertura. 
 Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica 
 
22 
2.4.5 - COBERTURA DOS RESÍDUOS 
Durante a operação do aterro os resíduos recebem, em princípio,dois tipos de 
recobrimento. 
O primeiro, denominado recobrimento diário tem como objetivo evitar o arraste de 
detritos pelo vento e o aparecimento de vetores. 
A questão da necessidade de implantação dos recobrimentos diários é freqüentemente 
debatida. É muito questionado o volume perdido do aterro por ocupação das camadas de solo 
argiloso (cobertura diária), representando cerca de 10 a 20% do volume total e constituindo-se 
em um custo significativo para sua implantação, chegando a 30% do custo global do aterro 
(ENGECORPS, 1996). 
Outro ponto importante é que estas camadas podem diminuir substancialmente a 
permeabilidade vertical do aterro, resultando em lençóis suspensos de chorume e bolhas de 
gás. 
Diversos materiais podem ser empregados para a cobertura diária como solos, materiais 
inertes, geossintéticos, etc. A escolha da melhor solução deve ser baseada em estudos técnicos 
e econômicos. De forma geral a solução mais adotada é a de solo. 
O segundo tipo de recobrimento é o final podendo-se destacar como funções, além das 
citadas para o recobrimento diário, a minimização da infiltração de águas, provenientes de 
precipitações, impedir o escape de gases, propiciar a plantação de vegetação. 
Para atender estes objetivos a camada de recobrimento deve apresentar características 
como: resistir às condições climáticas, ser resistente a erosões, aceitar recalques acentuados, 
suportar sobrecargas e ser resistente a ataques químicos (ENGECORPS, 1996). 
Nos aterros modernos a cobertura final é constituída por diversas camadas (Figura 2.12). 
A camada superficial é tipicamente composta por solo vegetal, não compactado com 
espessura variando de 15 a 60 cm. Em seguida, uma camada de solo compactado para 
proteção, uma camada para drenagem de águas pluviais, podendo ser de material granular ou 
geossintéicos, uma camada impermeabilizante (barreira hidráulica), podendo ser um liner 
argiloso e/ou geossintético, uma camada para a coleta de gás semelhante a camada drenante e 
uma camada de regularização. 
 Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica 
 
23 
CAMADA SUPERFICIAL
CAMADA DRENANTE
BARREIRA HIDRÁULICA
CAMADA DE COLETA DE GÁS
CAMADA DE PROTEÇÃO
SOLO DE REGULARIZAÇÃO
 
Figura 2.12 - Camadas do recobrimento final de um aterro sanitário (apud 
CARVALHO, 1999). 
 
2.4.6 - INSTRUMENTAÇÃO 
O monitoramento geotécnico tem como objetivo o acompanhamento da evolução dos 
aterros, visando a obtenção de subsídios para a realização de alterações de projeto ou da 
seqüência executiva de forma a garantir sua estabilidade e eficiência. 
No caso dos aterros sanitários a instrumentação se apresenta como uma das melhores 
formas de se conhecer o comportamento e funcionamento de maciços de resíduos sólidos 
urbanos, frente a grande heterogeneidade, tamanho das partículas e condições específicas de 
campo. 
De forma geral, o monitoramento dos aterros sanitários se restringe a observações 
topográficas dos recalques e a monitoramentos ambientais. Porém, frente as grandes 
dimensões dos atuais aterros, tornou-se necessário o conhecimento de outros valores tais 
como medidas das pressões internas do aterro, deslocamentos horizontais e verticais, nível 
d’água, pressões de gás, movimento do solo de fundação, temperatura, etc. 
De forma geral os instrumentos utilizados são: 
§ Marcos superficiais – medição de deslocamentos verticais e horizontais por 
controle topográfico. 
§ Medidores de recalque por placa – permitem avaliar os recalque a diversas 
profundidades. 
§ Piezômetros – permitem avaliar as pressões internas do maciço devido a presença 
de gases e chorume. 
§ Termopares – permitem medir a temperatura a diversas profundidades. 
Solo de 
cobertura 
 Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica 
 
24 
Equipamentos como inclinômetros também tem sido utilizados para monitorar 
movimentos laterais dos aterros sanitários. 
Os piezômetros do tipo Casagrande, em geral, apresentam problemas de operação, devido 
à presença de gás, que gera borbulhamento e/ou elevação do volume de líquidos percolados, 
falseando as medidas de pressão líquida (CARVALHO, 1999). Diante disso, os piezômetros 
são substituídos por piezômetros do tipo Vector, os quais permitem medir separadamente as 
pressões de gás e líquido devido a um processo de sifão. 
Outro ponto importante na instrumentação diz respeito a periodicidade das leituras e sua 
correlação com a estabilidade e segurança do aterro. 
As leituras devem ser feitas, em situações normais de operação, em períodos de 15 a 30 
dias. 
A Figura 2.13 apresenta um esquema das instrumentações usuais em aterro sanitários. 
 Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica 
 
25 
 
Figura 2.13 - Instrumentação (ENGECORPS, 1996). 
 Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica 
 
26 
2.5 - TÉCNICAS OPERACIONAIS DE ATERROS 
 
A operação de um aterro sanitário consiste, basicamente, na compactação dos resíduos em 
células com altura variando de 2 a 4m e inclinação do talude máxima de 1V:2H. Após a 
compactação destas células deverá ser feita a cobertura diária dos resíduos. Conforme exposto 
anteriormente, esta cobertura é bastante discutida. 
A compactação dinâmica do RSU, além de reduzir volume, melhora as características 
mecânicas dessas estruturas, principalmente na redução dos recalques. 
Para aumentar ainda mais a vida útil dos aterros alguns processos são utilizados, tais 
como, a trituração e o enfardamento. A trituração, como o próprio nome diz, consiste na 
redução das dimensões dos resíduos, sendo necessária sua compactação posterior no aterro 
sanitário. O enfardamento caracteriza-se pela compactação prévia, gerando fardos auto-
sustentáveis e amarrados, os quais são transportados e dispostos também no aterro sanitário. 
Em técnicas operacionais comumente utilizadas, os resíduos são espalhados e 
compactados pelo talude de baixo para cima, com 3 a 5 passadas do trator de esteira, de modo 
a se obter um peso específico, quando bem compactado, próximo de 10kN/m3. 
MARQUES (2001) avaliando diversas variáveis (teor de umidade, tipo de equipamento de 
compactação, número de passadas, espessura das camadas e inclinação do plano de 
compactação) concluiu que a variável que tem maior efeito sobre o peso específico seco do 
RSU é o teor de umidade conforme apresentado na Figura 2.14. Como pode notar -se, ao 
contrário de solos, os valores obtidos para a relação entre o peso específico seco e o teor de 
umidade dos resíduos sólidos submetidos à compactação, não se ajustam segundo curvas 
convexas com um peso específico seco máximo e correspondente teor de umidade ótimo. 
Segundo o autor isso pode estar associado, em uma primeira avaliação, ao não 
desenvolvimento do efeito de capilaridade e de pressões neutras negativas, assim como a 
inexistência do efeito de lubrificação das partículas sólidas. 
Em se tratando do efeito da compactação no peso específico em profundidade, analisando 
as mesmas variáveis, o autor chegou as seguintes conclusões: 
§ Com menores espessuras de camadas de compactação observa-se um aumento do 
peso específico em profundidade, principalmente para o equipamento tipo 
compactador 816F, provavelmente pela existência das patas no rolo as quais 
auxiliam na trituração e compactação. 
 Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica 
 
27 
§ Com maiores números de passadas verificou-se o mesmo comportamento descrito 
anteriormente. 
 
Figura 2.14 - Influência do teor de umidade no peso específico seco do RSU. 
(MARQUES, 2001) 
 
Figura 2.15 - Influência da espessura da camada no peso específico em profundidade 
(MARQUES, 2001). 
 
Figura 2.16 - Influência do número de passadas do equipamento no peso específico em 
profundidade

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