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Geotecnia Ambiental

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Núcleo de Educação a Distância
R. Maria Matos, nº 345 - Loja 05
Centro, Cel. Fabriciano - MG, 35170-111
www.graduacao.faculdadeunica.com.br | 0800 724 2300
GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO.
Material Didático: Ayeska Machado
Processo Criativo: Pedro Henrique Coelho Fernandes
Diagramação: Heitor Gomes Andrade
PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira, Gerente Geral: Riane Lopes, 
Gerente de Expansão: Ribana Reis, Gerente Comercial e Marketing: João Victor Nogueira
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para 
a formação de profi ssionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por 
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
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Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!
Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confi ança 
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se 
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as 
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma 
nação soberana, democrática, crítica, refl exiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a 
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas
pessoais e profi ssionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver 
um novo perfi l profi ssional, objetivando o aprimoramento para sua atua-
ção no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualifi car ainda mais para o magistério nos demais níveis de
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a)
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos 
conhecimentos.
Um abraço,
Grupo Prominas - Educação e Tecnologia
Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas! .
É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha 
é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é 
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização. 
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como 
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua 
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profi ssional. Todo conteúdo 
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de 
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.
Estude bastante e um grande abraço!
Professora Heloiza C. Norberto Campos
O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao 
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especifi cadamente em partes 
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao 
seu sucesso profi sisional.
A geotecnia ambiental é o ramo que estuda alternativas para 
que os impactos causados pela ação humana não degrade ou cause o 
mínimo de prejuízos possíveis ao meio ambiente. Assim, um dos princi-
pais ramos estudados na geotecnia ambiental é o dos resíduos sólidos 
urbanos. O descarte fi nal dos resíduos é uma das principais preocupa-
ções dos geotécnicos, visto os riscos de contaminação que oferecem 
ao solo, às águas subterrâneas e ao ser humano. Os geossintéticos se 
apresentam como alternativas tecnológicas e totalmente viáveis para 
que os projetos se executem de forma segura, garantindo a efi cácia 
à qual a obra é destinada e, principalmente, minimizando as chances 
de prejuízos ao meio ambiente. Apresentam-se, também, como opções 
para a recuperação de áreas degradas, opção essa que viabiliza o reu-
so de uma área e a recuperação de locais considerados inutilizáveis por 
meio de diversas alternativas.
Geotecnia ambiental. Aterro sanitário. Geossintéticos.
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CAPÍTULO 01
RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS: DEFINIÇÃO E COMPORTAMENTO
Resíduos Sólidos Urbanos - RSU_____________________________
Apresentação do módulo ______________________________________
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10
Comportamento Mecânico Dos RSU__________________________ 17
Águas subterrâneas e contaminantes________________________ 32
CAPÍTULO 02
GEOTECNIA AMBIENTAL E GEOSSINTÉTICOS
CAPÍTULO 03
RECUPERAÇÃO E ÁREAS DEGRADADAS
Aterros Sanitários__________________________________________ 20
Recapitulando__________________________________________________ 49
A importância Geomorfológica na recuperação de áreas degrada-
das______________________________________________________ 54
Geossintéticos____________________________________________ 41
Recapitulando____________________________________________ 72
Bioengenharia na recuperação de áreas degradadas____________ 61
Recapitulando__________________________________________________ 28
Fechando a Unidade_______________________________________ 76
Referências_______________________________________________ 79
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A geotecnia ambiental é uma das áreas que se preocupa em 
garantir o funcionamento das grandes obras sem que degradem o meio 
ambiente.
O primeiro capítulo desta Unidade aborda os resíduos sólidos 
urbanos, suas classifi cações e seu destino fi nal. Ressalta-se a impor-
tância de obedecer à escala sugerida ao manuseio de resíduos, obe-
decendo à ordem de prioridade de não gerar, reduzir, reutilizar, reciclar, 
tratamento dos resíduos e, por último, a disposição fi nal. Além disso, é 
descrito o processo de degradação dos resíduos e a formação dos per-
colados. O aterro sanitário é a alternativa mais viável quando se trata 
da disposição fi nal dos resíduos, desde que todas as diretrizes sejam 
seguidas conforme orientam os documentos normativos.
O segundo capítulo apresenta algumas preocupações mais 
incidentes na área de geotecnia ambiental, como as águas subterrâ-
neas e o transporte de contaminantes dos resíduos que podem chegar 
até elas. A contaminação de solos e águas subterrâneas gera preocu-
pações devido à degradação do meio ambiente e do risco oferecido 
à saúde humana. Para certifi car-se de que essas ações não aconte-
çam é feito o monitoramento desses resíduos em âmbitos ambientais e 
geotécnicos para acompanhar o funcionamento da estrutura, se estão 
em perfeitas condições, e o comportamento dos resíduos. Além disso, 
apresenta-se os geossintéticos como componentes do aterro sanitário 
e aliados na recuperação de áreas degradadas. É importante conhecer 
os geossintéticos desejados, visto que, cada um apresenta uma classifi -
cação e função diferentes. Quando aplicados de forma inadequada, não 
apresentam o resultado esperado.
O terceiro capítulo apresenta os conceitos envolvidos nas 
áreas degradadas, desde a atividade que promove a degradação até os 
meiospara recuperá-las. O conhecimento da geomorfologia se mostra 
fundamental para uma perfeita recuperação do ambiente. Além disso, 
para cada processo de recuperação tem-se um método adequado. Por 
isso, é importante saber o tipo de área degradada conforme a atividade 
executada, os principais processos de degradação que causaram tal im-
pacto para que as medidas corretivas adequadas possam ser tomadas. 
Como alternativa de recuperação, são usadas as técnicas de bioen-
genharia, que apresentam excelente desempenho na recuperação das 
áreas degradadas.
Dessa forma, espera-se que o aluno adquira o mínimo de co-
nhecimento necessário para embasamento no ramo da geotecnia am-
biental, aprofundando-se em uma das áreas mais importantes da geo-
tecnia.
Bons estudos!
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RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS - RSU
A Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, na Norma 
Brasileira NBR 10004 defi ne os resíduos sólidos como:
Resíduos Sólidos são resíduos nos estados sólidos e semissólidos, que re-
sultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, 
agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta defi nição os lodos 
provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equi-
pamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados 
líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pú-
blica de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnicas 
e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível (ABNT, 
2004, p.1).
RESÍDUOS SÓLIDOS
URBANOS:
DEFINIÇÃO E 
COMPORTAMENTO
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Ainda, segundo a NBR 10004, os resíduos podem ser classifi -
cados da seguinte maneira:
Resíduos Classe I – Perigosos: aqueles que representam peri-
culosidade ou características de infl amabilidade, corrosividade, reativi-
dade, toxicidade e patogenicidade. 
b) Resíduos Classe II – Não Perigosos, sendo subdivididos em: 
Resíduos Classe II A – Não inertes: resíduos que não se en-
quadram nas classifi cações de resíduos Classe I ou Classe II B nos 
termos da Norma. Estes resíduos podem apresentar propriedades tais 
como biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água. 
Resíduos Classe II B – Inertes: quaisquer resíduos que, quan-
do amostrados de uma forma representativa segundo a NBR 10007 
(ABNT, 2004), e submetidos ao contato dinâmico e estático com água 
destilada ou deionizada, a temperatura ambiente, conforme a NBR 
10006 (ABNT, 2004), não tiverem nenhum de seus constituintes solu-
bilizados a concentrações superiores aos padrões de portabilidade da 
água excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor.
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A fi gura abaixo uma síntese dos resíduos de acordo com sua 
classe.
Figura 1 - Classifi cação dos Resíduos Sólidos
Fonte: Campos, 2017.
São muitos os tipos de resíduos sólidos, como os resíduos sóli-
dos urbanos, resíduos da construção civil, os industriais, os de serviços 
da área da saúde, rejeitos de atividades de mineração, de portos e ae-
reportos, e os oriundos de atividades de tratamento de água e esgoto.
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Os estéreis e os rejeitos são os principais resíduos gerados 
pela atividade de mineração.
Independentemente do tipo de resíduo o ideal estabelecido 
pela Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS é que a sua ges-
tão dada obedecendo a hierarquia apresentada na imagem abaixo. O 
maior objetivo da PNRS é fazer com que o menor número possível de 
resíduos seja destinado aos aterros sanitários. Assim, é fundamental 
trabalhar na recuperação de todos esses materiais e reaproveitar o seu 
potencial energético em maior escala.
Figura 2 - Ordem de Prioridade na Gestão dos Resíduos Sólidos
Fonte: Elaborado pelo autor, com base em Brasil, 2010.
A primeira etapa, “não gerar”, objetiva evitar a produção do lixo/
resíduo. Na etapa seguinte, “reduzir”, opta-se por reduzir a necessida-
de de matérias-primas. Já a etapa “reutilizar” é fundamental para apro-
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veitar, ao máximo, a vida útil dos materiais originados pelo descarte. 
Na fase “reciclagem” há o reprocessamento dos resíduos, e quando 
esses não podem ser reciclados, eles são tratados para aproveitar seu 
potencial energético. Ademais, o que não puder obedecer às orienta-
ções acima, deve ser disposto em aterros sanitários observando todas 
as diretrizes para causar o mínimo de impacto ambiental.
Os fatores que ocasionam a geração de resíduos, seja pela 
ação humana ou causa natural, são diversos e o volume de resíduos 
gerado vai depender das características da atividade em ação. Desta-
cam-se a baixa qualidade nos serviços produzidos e os materiais utili-
zados; o aumento da população desordenada, já que ocasiona aumento 
nas construções e consequente geração de resíduos; projetos arqui-
tetônicos mal elaborados, quando se trata de estruturas de concreto; 
desastres naturais e desastres causados pelo homem.
A tabela abaixo apresenta um panorama da geração de resí-
duos no anos de 2016 e 2017. Os dados de 2017 foram calculados 
conforme dados estimados, como população, por exemplo. Assim, deve 
ser levada em consideração uma margem de erro na quantidade de 
resíduos gerados por dia por habitante, a densidade desses resíduos e 
a população considerada em tal ano.
Figura 3 - Quantidade de RSU coletados no Brasil em 2016 e 
2017.
Fonte: Abrelpe, 2017.
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Com isso, foi possível gerar um gráfi co ilustrativo com a par-
ticipação das regiões brasileiras na produção de RSU, tendo a região 
Sudeste o maior índice participativo.
Figura 4 - Participação das Regiões do Brasil no Total de RSU Coletado
Fonte: Abrelpe, 2017.
Geralmente, os resíduos sólidos urbanos são compostos de 
madeiras, papeis, plásticos, vidros, metais, resíduos alimentares e de 
jardinagem, entre outros. Dessa forma, é importante que o comporta-
mento completo desses materiais seja conhecido ao terem sua disposi-
ção fi nal em um aterro sanitário.
Os RSU podem apresentar diversas características em seus 
componentes, como umidade, propriedade de compressão, degradabi-
lidade, infl amabilidade, corrosividade, secura, entre outros.
Conforme a sua característica é possível classifi car os resíduos 
sólidos como estáveis inertes, quando suas propriedades não apresen-
tam variação conforme o tempo, caso dos vidros, resíduos de cons-
trução, metais etc. Podem ter seus componentes classifi cados, ainda, 
como altamente deformáveis, quando possuem características que os 
permitem sofrer grandes deformações e como degradáveis, resultado 
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do processo de decomposição.
COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS RSU
Conforme as características principais predominantes dos 
RSU, suas características gerais tendem a apresentar comportamento 
semelhante a esses componentes dominantes. Os materiais putrescí-
veis, por exemplo, possuem grande infl uência na produção de chorume 
e de gás, nas pressões neutras desenvolvidas no interior do aterro, no 
teor de umidade e nas resistências de cisalhamento e de compressão 
dos RSU.
O teor de umidade é outro ponto que deve ser observado no 
RSU. A variação da umidade infl uencia na velocidade com que o re-
síduos se degradam como também, no comportamento do peso es-
pecífi co dos resíduos, das pressões e dos recalques. Todavia, é um 
parâmetro difícil de medir com precisão, visto que cada componente 
pode apresentar teor de umidade diferente, o que faz com que o maciço 
apresenteumidade heterogênea. Além disso, é importante acompanhar 
o peso específi co para fi ns operacionais e de estabilidade estrutural em 
aterros sanitários.
O peso específi co é dado pela relação entre o peso e o volu-
me na massa dos resíduos e seu resultado varia conforme o tempo, ou 
seja, o peso específi co do resíduo apresenta variações desde a fase 
inicial, de geração até seu descarte fi nal no aterros sanitários, sendo o 
tempo também um fator infl uente no peso específi co.
Fatores como teor do material, granulometria, grau de compac-
tação, degradabilidade são alguns dos diversos que infl uem diretamente 
no valor do peso específi co. Ressalta-se aqui que quanto maior a 
presença de componentes leves, como papel, plásticos, ou quanto 
menor for a quantidade de matéria orgânica no montante, menor será o 
valor do peso específi co.
A degradação dos resíduos deve ser considerada ao avaliar o 
peso específi co. Conforme a matéria sólida é drenada à medida que se 
transforma em gases e em líquidos, o material sólido restante começa a 
apresentar características e propriedades diferentes das originais.
À medida que a profundidade aumenta, aumenta-se também 
o peso específi co, apresentando uma relação proporcional. Isso se dá, 
especialmente por causa da compressão do peso das camadas supe-
riores. 
Os ensaios realizados para determinação do peso específi co 
in situ são feitos por meio de poços escavados/valas, geralmente entre 
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2,0 à 4,0m de profundidade. Em seguida, o material é pesado e é deter-
minado o volume da vala.
Chorume e Gases
A degradação dos RSU é dada por meio de processos quí-
micos físicos e biológicos, o que dá origem aos gases e aos líquidos 
lixiviados, também conhecidos como chorume e percolados. O chorume 
é bem caracterizado pelo seu potencial poluidor, pela geração e dinâmi-
ca de alteração. Além disso, possui características de cor escura, mau 
cheiro e alta Demanda Bioquímica de Oxigênio - DBO.
Os lixiviados são formados, de forma simples e resumida, pela 
água que entra nos resíduos já aterrados por meio de fontes externas 
como:
Teor de umidade dos RSU;
Teor de umidade do componente utilizado para cobrir o aterro;
Água penetrante na superfície do aterro, formada pela 
precipitação;
Água penetrante na base do aterro: ocasionado pelo alto nível 
do lençol freático aliado à um sistema ruim de impermeabilização ou 
falta dele;
Circulação dos lixiviados;
Água originada pela formação de biogás;
Água em forma de vapor;
Água evaporada;
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Figura 5 - Esquema com possibilidades de Formação e de Contamina-
ção pelos Lixiviados
Fonte: O Estado, 2014.
Figura 6 - Esquema de um Aterro Sanitário com Proteção Ambiental e 
Contra a Formação Máxima de Lixiviados
Fonte: O Estado, 2014.
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Fatores como o tipo de solo e a fundação escolhida, composi-
ção e peso específi co da massa e altura do aterro, também são infl uen-
ciadores na geração de lixiviados.
A biodegradação dos resíduos pode ocorrer em quatro fases. 
A fase aeróbica, fase inicial, possui curta duração - entre horas ou sete 
dias, já que os resíduos recentes possuem alto teor de oxigênio livre. 
Dessa forma, o oxigênio e o nitrogênio presentes são consumidos, oca-
sionando a geração de gás carbônico, água e calor. Nessa fase, 5% à 
10% da matéria sólida é degradada. Após o consumo de todo o oxigênio 
presente nessa fase, a biodegradação passa a ser anaeróbica.
Na fase anaeróbica, toda a matéria que foi decomposta gera 
líquidos com pH inferior a 5, e altos valores de DBO - consumo de oxigê-
nio por micro-organismos presentes no metabolismo e Demanda Quí-
mica de Oxigênio - DQO. Por isso, essa fase também é denominada de 
anaeróbica ácida e seu processo leva de um a seis meses de duração. 
Aqui, entre 15% à 20% da matéria sólida é degradada e há o aumento 
de produção de CO2.
A terceira fase, biodegradação metanogênica acelerada, ou 
não estabilizada, comporta a produção de metano - CH4 e ácidos de 
forma simultânea. Os ácidos são reduzidos e, junto com o H2, são trans-
formados em metano e gás carbônico. Nesse processo há a elevação 
do pH entre 6,8 e 8 e redução na DBO e DQO. Esse processo dura em 
torno de três meses a três anos.
Já na última fase, degradação metanogênica desacelerada, ou 
estabilizada, a geração de gases é reduzida. Nesse processo são ge-
rados, em sua maioria, metano e gás carbônico, e um pequeno volume 
de nitrogênio e oxigênio. Assim, nessa fase que varia de 8 a 40 anos, a 
matéria sólida é decomposta entre 50% a 70%.
ATERROS SANITÁRIOS
A necessidade de mudança na relação entre a disposição fi nal 
dos resíduos e o meio ambiente fez com que os aterros sanitários fos-
sem considerados a alternativa mais viável como solução do problema 
com descarte dos RSU. Os aterros sanitários são bem avaliados, no 
que tange á saúde pública e à contaminação do solo, quando executa-
dos de forma correta e seguindo todas as diretrizes normativas.
O objetivo dos aterros sanitários é acondicionar, da melhor 
forma, os resíduos que não puderam ser aproveitados em nenhuma 
das fases antecedentes, mostrada na pirâmide no início deste capítu-
lo. A disposição desses resíduos ocasiona diversas reações químicas 
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que resultam em lixiviados e gases, como visto acima. Todavia, quando 
operado e monitorado, todo esse efeito é controlado da melhor forma 
possível.
O aterro sanitário engloba um sistema de operações com os 
resíduos dispostos como: compactação de resíduos, cobertura, imper-
meabilização, drenagem, tratamento de líquidos e gases, monitoramen-
to geotécnico e ambiental, dentre outros procedimentos.
O sistema de impermeabilização em aterros é realizado com o 
uso de geomembranas escolhidas conforme a situação. Em pequenos 
municípios pode haver aterros em formato de valas e/ou trincheiras sem 
o uso desses componentes. Esses aterros são permitidos nesses locais 
desde que sejam capazes de conter e absolver a poluição ocasionada 
pelo volume pequeno de resíduos ali descartados.
Em todas as fases que vão possibilitar a construção do aterro, 
são diversos os profi ssionais envolvidos, seja no projeto, execução e 
operação do aterro, como engenheiros, químicos, biólogos, geólogos, 
geógrafos, meteorologistas, entre outros profi ssionais, e é fundamental 
a presença de um engenheiro geotécnico. Dentre suas atividades, nes-
se tipo de projeto, destacam-se:
Verifi car a estabilidade de taludes;
Projeto de fundação;
Projeto de escavação;
Sistema de impermeabilização, e
Estudo do comportamento dos resíduos em todas as suas pro-
priedades.
É fundamental o acompanhamento durante a vida útil de um 
aterro sanitário por um engenheiro civil.
O projeto de um aterro sanitário deve ser executado para con-
trolar a emissão de contaminantes de forma a reduzir a poluição de 
águas superfi ciais e subterrâneas e minimizar, ao máximo, possíveis 
impactos ambientais. Para isso, é essencial que alguns critérios de pro-
jetos sejam adotados e bem projetados como:
Sistema de drenagem das águas superfi ciais e dos lixiviados;
Sistema de impermeabilização em todo o aterro (fundos e la-
terais);
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Sistema de tratamento dos lixiviados;
Sistema de monitoramento ambiental e geotécnico;
Quando um aterro não apresenta as condições de segurança 
necessárias, pode haver a migração de poluentes para fora do local de 
disposição fi nal. Esse processo pode aumentar chances de doenças em 
seres humanos, degradação de áreas ambientais e alterações climáti-
cas, na fauna e na fl ora local.
Esses poluentes são originados no processo de decomposição 
dos resíduos. O lixiviado pode atingir e contaminar as águas subterrâ-
neas, originando umapluma de contaminação. A água, agora contami-
nada, pode ser direcionada para poços de águas de abastecimento e/ou 
irrigação, ciclos hidrológicos ou lagos e demais cursos d’água. Nesse 
processo de decomposição dos resíduos há também a emissão de ga-
ses que podem provocar a contaminação do ar por meio das partículas 
transportadas pelo vento, por exemplo.
O fl uxo do chorume e dos gases emitidos no processo não tem 
como ser impedido, mas deve ser controlado e permitido em níveis e 
velocidades que não sejam nocivas ao ser humano e ao ambiente.
Para proteção das águas subterrâneas, o caminho do perco-
lado deve ser direcionado corretamente e sua formação deve ser pre-
veninda. Essa formação pode ser minimizada diminuindo a quantia de 
água presente nos resíduos por meio da secagem prévia e pela elimi-
nação de quaisquer líquidos livres que possam penetrar no aterro, por 
meio de um sistema de impermeabilização, reduzindo as áreas expos-
tas e com sistemas de coletas de águas superfi ciais. A migração do 
chorume pode ser controlada com revestimento da camada superfi cial 
em contato com os resíduos com material impermeável, assim como em 
toda a área do aterro, e fazer a drenagem, coleta e tratamento desses 
lixiviados. Abaixo, algumas imagens ilustram a seção de um aterro, as-
sim como seus sistemas para um perfeito funcionamento.
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Figura 7 - Corte Esquemático - Aterro Sanitário
Fonte: Boscov, 2008.
Figura 8 - Corte Esquemático - Aterro Sanitário
Fonte: Boscov, 2008.
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Figura 9 - Seção Típica de um Aterro Sanitário
Fonte: Benvenuto, acesso em 2019.
Vale ressaltar, que não há revestimentos que sejam 100% im-
permeáveis. Todavia, o objetivo desses materiais impermeáveis é ga-
rantir que a concentração de contaminantes nos aquíferos esteja dentro 
do limite aceitável, não nocivo para a saúde humana.
Figura 10 - Aplicação de Geomembrana em Aterros
Fonte: CREA, 2017.
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Figura 11 - Aplicação de Geomembrana em Aterros
Fonte: CREA, 2017.
Diante do exposto, é evidente a necessidade de um siste-
ma de drenagem efi caz dos lixiviados, assim como o seu direciona-
mento para um sistema de coleta e tratamento desses percolados.
Quanto às tensões e deformações no solo, não são aplicados 
critérios de ruptura para os RSU como são aplicados nos solos. Com 
o tempo as propriedades dos RSU apresentam muitas variações. Po-
de-se destacar as variações das características mecânicas, físicas e 
químicas, das deformações, já que os resíduos endurecem com a de-
formação e não apresentam modo de ruptura defi nido, resistência de 
compressão, entre outros. Dessa forma, os valores de tensões e defor-
mações podem ser obtidos com base em ensaios in situ, ensaios em 
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laboratórios e experiência profi ssional.
A segurança do aterro, por completo, depende do comporta-
mento dos sistemas de drenagem, que vão controlar os lixiviados e ga-
ses oriundos dos processos. A drenagem no aterro pode apresentar 
perda de efi ciência caso apareçam trincas, declividades e descontinui-
dades. Nessa perspectiva, faz-se necessária a aplicação de métodos de 
análises de riscos e probabilísticos para a segurança dos aterros e seu 
perfeito funcionamento. Os métodos probabilísticos permitem analisar 
as variáveis internas mais expressivas nos componentes envolvidos. Já 
a abordagem de análise de risco permite a identifi cação de falhas ou de 
consequências de possíveis falhas que podem virar danos potenciais 
seja no projeto, na execução, na fase de operação ou pós-fechamento.
As falhas na construção de um aterro sanitário estão passíveis 
de ocorrer. No projeto, por exemplo, podem ocorrer erros na declivida-
de para a drenagem de lexiviados, assim como nas dimensões ou ca-
racterísticas permeáveis das camadas impermeáveis e drenantes. Na 
fase de construção, os erros são passíveis na preparação da camada 
de base de forma inadequada, no uso de materiais de má qualidade, 
nas trincas em camadas impermeáveis, rupturas nos geossintéticos. Na 
operação, danos na camada de impermeabilização, causados ou não 
pelo contato dos percolados, rupturas nos sistemas de drenos, entrada 
excessiva de águas superfi ciais, entre outros. E na fase do pós-fecha-
mento pode haver problemas tanto nos sistemas de impermeabilização 
quanto nos sistemas de drenagem causados por reclaques.
Para um trabalho completo com as análises de riscos em ater-
ros sanitários, é preciso identifi car as possíveis causas de colapso dos 
elementos de segurança presentes, a probabilidade desses colapsos 
acontecerem e quais os efeitos resultantes da ocorrência desse fato.
As consequências e gravidade das falhas identifi cadas vão va-
riar conforme o projeto, condições hidrogeológicas, e característica dos 
RSU. A consequência fi nal mais preocupante é o escape do chorume e/
ou dos gases.
Segundo Boscov (2008), para uma avaliação de impacto am-
biental causado pelos contaminantes em um aterro sanitário é neces-
sário englobar
a análise da composição dos resíduos; a identifi cação dos produtos secundá-
rios de reação e decomposição; a determinação das características topográ-
fi cas, geológicas, geotécnicas e hidrológicas do local; a estimativa do trans-
porte e o destino dos constituintes dos resíduos e dos produtos secundários 
móveis; a estimativa do impacto no meio ambiente e na saúde humana se 
os componentes móveis atingirem receptores críticos; e a estimativa do tipo 
e intensidade de exposição da cadeia alimentar, saúde humana e meio am-
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biente.
Para regulamentar o uso de aterros sanitários há uma série de 
resoluções normativas atuantes direta ou indiretamente, como o Con-
selho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA. O Ministério da Saúde 
também estabelece diretrizes que vão à proteção da saúde humana no 
que tange o consumo de água.
Além disso, a Associação Brasileira de Normas Técnicas pos-
sui algumas normas relacionadas aos aterros sanitários de resíduos:
NBR 8419: 1992 - Versão Corrigida 1996 – Apresentação de 
projetos de aterros sanitários de resíduos sólidos urbanos. 
NBR 10157 (1987) – Aterros de resíduos perigosos – Critérios 
para projeto, construção e operação. 
NBR 13896 (1997) – Aterros de resíduos não perigosos – Crité-
rios para projeto, implantação e operação – Procedimento.
NBR 15112 (2004) – Resíduos sólidos da construção civil e 
resíduos volumosos – Áreas de transbordo e triagem – Diretrizes para 
projeto, implantação e operação. 
NBR 15113 (2004) – Resíduos sólidos da construção civil e 
resíduos inertes – Aterros – Diretrizes para projeto, implantação e ope-
ração.
NBR 15114 (2004) – Resíduos sólidos da construção civil – 
Áreas de Reciclagem – Diretrizes para projeto, implantação e opera-
ção.”
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2019 Banca: Com. Exam. (MPE PR) Prova: Promotor de Jus-
tiça 
Assinale a alternativa correta, nos termos da Lei n. 12.305/2010 
(Política Nacional de Resíduos Sólidos):
a) Considera-se área contaminada o local cujos responsáveis pela dis-
posição não sejam identifi cáveis ou individualizáveis.
b) Considera-se logística reversa a produção e consumo de bens e ser-
viços de forma a atender as necessidades das atuais gerações e permi-
tir melhores condições de vida, sem comprometer a qualidade ambien-
tal e o atendimento das necessidades das gerações futuras.
c) Considera-se destinação fi nal ambientalmente adequada a distribui-
ção ordenada de rejeitos em aterros, observando normas operacionais 
específi cas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segu-
rança e a minimizar os impactos ambientais adversos.
d) Considera-sereutilização o processo de transformação dos resíduos 
sólidos que envolve a alteração de suas propriedades físicas, físico-quí-
micas ou biológicas, com vistas à transformação em insumos ou novos 
produtos, observadas as condições e os padrões estabelecidos pelos 
órgãos competentes do Sisnama e, se couber, do SNVS e do Suasa.
e) Consideram-se geradores de resíduos sólidos as pessoas físicas ou 
jurídicas, de direito público ou privado, que geram resíduos sólidos por 
meio de suas atividades, nelas incluído o consumo.
QUESTÃO 2
Ano: 2019 Banca:Instituto AOCP Prova: Perito Ofi cial Criminal 
Em relação ao Plano Nacional de Resíduos Sólidos, é correto afi r-
mar que
a) deverá ser atualizado a cada cinco anos.
b) será elaborado pelos estados, sob a coordenação do Ministério do 
Meio Ambiente.
c) deverá conter medidas para incentivar e viabilizar a gestão regionali-
zada dos resíduos sólidos.
d) deverá apresentar um diagnóstico da situação futura dos resíduos 
sólidos.
e) deverá conter meios a serem utilizados para o controle e a fi scaliza-
ção, no âmbito municipal, de sua implementação e operacionalização, 
assegurado o controle social.
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QUESTÃO 3
Ano: 2019 Banca: FUNDEP Prova: Professor B
A reciclagem no Brasil, uma das possíveis soluções para o grave 
problema socioambiental da destinação dos resíduos sólidos, ain-
da é muito pouco realizada. Dados do Instituto de Pesquisa Econô-
mica Aplicada (IPEA) de 2017 mostram que apenas 13% das 160 mil 
toneladas de resíduos sólidos produzidas por dia em nosso país 
são reciclados.
Disponível em:
<http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&-
view=article&id=29296>. Acesso em: 07 jan. 2018.
Sobre a reciclagem de resíduos sólidos, é correto afi rmar:
a) Areia e brita podem ser reciclados, mas não para serem utilizados 
na construção civil, servindo apenas para a cobertura, por exemplo, de 
trechos de vias de terra.
b) O vidro possui tempo indeterminado de decomposição, o que, aliado 
à difi culdade de sua reciclagem, que é mais cara do que a fabricação de 
novos vidros, cria um grave problema socioambiental.
c) As lojas de baterias de telefones celulares são obrigadas por lei a re-
colher e encaminhar esses objetos para que os fabricantes, que devem 
dar destino adequado a eles.
d) As lâmpadas, sejam fl uorescentes ou incandescentes, devem ser en-
caminhadas para reciclagem junto a resíduos de vidro.
QUESTÃO 4
Ano: 2019 Banca: FUNDEP Prova: Professor/Docente Para Ensino 
Fundamental e Médio/Ciências e Biologia 
Os resíduos sólidos representam um grave problema socioam-
biental no Brasil, tanto por seu volume quanto por sua destinação 
comumente incorreta.
Sobre o manejo adequado desses resíduos, é correto afi rmar:
a) Arame, isopor e papéis de escritório não podem ser reciclados.
b) A reciclagem de latinhas de alumínio permite uma grande economia 
de energia em relação à produção de latinhas a partir do minério de 
alumínio.
c) O descarte de pilhas e baterias obedece às regras do descarte de 
latinhas de alumínio e outros metais.
d) Para que o vidro seja destinado à coleta seletiva, as peças devem es-
tar inteiras, evitando-se a formação de cacos, que não são recicláveis.
QUESTÃO 5
Ano: 2019 Banca: CEBRASPE (CESPE) Prova: Analista de Gestão 
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de Resíduos Sólidos
Com relação à biodigestão, julgue o item seguinte.
 A biodigestão é um processo aeróbico e que, portanto, libera O2 
na atmosfera.
a) Certo
b) Errado
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
A biodegradação dos resíduos pode acontecer por meio de quatro fa-
ses. Cite-as e discorra sobre cada uma.
TREINO INÉDITO
Dentre as atividade competentes a um engenheiro geotécnico em um 
projeto de aterro, estão corretas as alternativas, exceto:
a) Verifi car a estabilidade de taludes;
b) Projeto de fundação;
c) Projeto de escavação;
d) Sistema de impermeabilização;
e) Todas as alternativas anteriores.
NA MÍDIA
MINAS GARANTE CONTINUIDADE EM INVESTIMENTOS NA GES-
TÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS
O Governo de Minas deu mais um importante passo no aprimoramento 
da política de tratamento de resíduos sólidos urbanos no Estado e publi-
cou nessa terça-feira, 16 de abril, a retifi cação de aditivo fi rmado entre 
a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) e o Instituto de Gestão 
de Políticas Sociais (Gesois), assegurando a continuidade das ações 
até maio de 2020. Por meio da iniciativa, serão investidos cerca de R$ 3 
milhões em ações de estímulo aos municípios para redução dos impac-
tos causados pela destinação inadequada de resíduos sólidos urbanos.
Fonte: Fundação Estadual do meio Ambiente - FEAM
Data: 17/04/2019.
Leia a notícia na íntegra: http://www.feam.br/noticias/1/1750-minas-
-garante-continuidade-em-investimentos-na-gestao-de-residuos-soli-
dos-urbanos
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NA PRÁTICA
Um grupo de pesquisadores australianos desenvolveu recentemente 
um software capaz de detectar deslizamentos com duas semanas de 
antecedência, dando aos moradores tempo de deixar os aterros sanitá-
rios e aos engenheiros a oportunidade de reforçar o terreno. O sistema 
de inteligência artifi cial usa matemática aplicada para ajudar a identifi -
car sinais de um desabamento iminente - como rachaduras minúsculas 
e movimentos sutis que prenunciam um desmoronamento violento.
Data: 15/07/2019
Disponível em: <https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/07/15/a-no-
va-tecnologia-que-preve-deslizamentos-em-aterros-sanitarios.ghtml>.
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ÁGUAS SUBTERRÂNEAS E CONTAMINANTES
A cada dia surgem novas necessidades para o uso de água 
em todo o mundo. A crescente densidade demográfi ca, dentre outros 
fatores, contribui para a deterioração do meio ambiente e para o uso 
dos recursos hídricos usados no planeta, que vem se tornando cada 
vez mais escassos.
As águas subterrâneas são mais protegidas quando compara-
das às águas superfi ciais. Todavia, essas podem ser contaminadas por 
meio de agentes contaminantes presentes no solo, resultado da polui-
ção causada pela ação antrópica. Apesar de serem mais protegidas, 
quando contaminadas, difi cilmente voltam ao seu estado original diante 
de suas características.
Os agentes contaminantes das águas subterrâneas podem ser 
diversos, como os materiais oriundos do esgoto, o uso de fertilizantes, 
GEOTECNIA AMBIENTAL E
GEOSSINTÉTICOS
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rejeitos ou estéreis de mineração, a disposição inadequada de resíduos 
etc. Esse processo de descontaminação se dá de forma lenta, mas suas 
consequências, quando contaminados, podem ser imediatas e/ou gra-
ves.
Dessa forma, em aterros, é extremamente importante o uso 
os materiais impermeáveis para minimizar o percurso de lixiviados de 
maneira que forme uma barreira entre os agentes contaminantes e o 
lençol freático.
Aquíferos
Os aquíferos são formações geológicas com permeabilidade 
e porosidade capazes de armazenar água, podendo ser considerado 
um reservatório de água subterrânea. Eles podem ser livres, também 
conhecidos como não confi nados ou freáticos ou artesianos ou confi -
nados. 
Os aquíferos livres possuem sua superfície superior submetida 
à pressão atmosférica, ou seja, a água está em contato direto com a 
atmosfera. Essa característica faz com o que esses aquíferos sejam 
facilmente explorados, recarregados e contaminados.
Já o aquífero confi nado ou artesiano possui delimitações, tanto 
em sua parte superior quanto inferior, por formações geológicas com 
características impermeáveis. A pressão nesses aquíferos é superior a 
atmosférica porque, devido às delimitações, os poros fi cam saturadosgerando pressão superior na água.
SAIBA MAIS
ÁGUAS SUBTERRÂNEAS – AQUÍFERO. Agência Nacional de 
Águas.
Disponível em:< https://www.ana.gov.br/videos/aguas-subter-
raneas-o-que-sao-aquiferos>.
As recargas de um aquífero é o processo que alimenta essa 
área e podem ser feitas por um processo artifi cial ou natural. A recarga 
natural vai depender do processo de infi ltração, escoamento e evapo-
ração que estão envolvidos no processo pluviométrico, tipo do solo e 
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a cobertura vegetal da superfície. Dessa forma, cada aquífero possui 
uma velocidade de recarga, já que suas características são particulares. 
Nesse pressuposto, é fundamental avaliar as condições de um aquífero 
antes de explorá-lo.
Já na recarga artifi cial, a transferência de água é feita por meio 
da ação do homem, seja por poços, inundações, alterações no meio 
natural, dentre outras formas.
As fi guras abaixo se relacionam com um aquífero. A primeira 
apresenta uma seção transversal. Já a segunda, apresenta um aquitar-
do separando aquífero livre de um aquífero confi nado.
Figura 12 - Aquífero Alter do Chão
Fonte: Biota do Futuro, 2015.
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Figura 13 - Aquíferos no Brasil
Fonte: G1.com. Acesso em 2019.
O Aquífero Guarani, um dos maiores do mundo, fi ca situado 
entre os países Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, sendo que a 
maior parte está localizada no Brasil.
A população em torno do Aquífero Guarani é estimada em 15 
milhões de habitantes. Um dos principais riscos do uso desse aquífero 
está na quantidade de poços profundos construídos ao redor por organi-
zações sem especializações. Essas acabam agindo sem obedecer aos 
parâmetros normativos, aproveitando-se de uma fi scalização inefi caz.
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Figura 14 - Seção Transversal de um Aquífero
Fonte: Boscov, 2008.
Figura 15 - Esquema de Aquífero
Fonte: Boscov, 2008.Fonte: Boscov, 2008.
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SAIBA MAIS
Sistema Aquífero Guarani. Agência Nacional de Águas.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=emb-
Tw1Rq5DI>.
Monitoramento Geoambiental
O rompimento de aterros sanitários pode ocorrer devido a fa-
lhas estruturais no projeto ou na operação feita de forma indevida. Des-
sa forma, é importante a avaliação contínua de um aterro para garantir 
o controle de possíveis impactos ambientais e perfeito funcionamento 
da estrutura.
O monitoramento geoambiental objetiva fornecer dados para 
controle estrutural - estabilidade e impacto ambiental do aterro, compor-
tamento dos resíduos sólidos dispostos e da matéria prima usada para 
construção em todo aterro para garantir seu funcionamento.
O monitoramento também auxilia na caracterização do local 
para transformá-lo em aterro ou para recuperar uma área degradada 
por meio de investigações e ensaios em laboratório diagnosticar a si-
tuação real da área.
O monitoramento geotécnico busca avaliar e controlar o deslo-
camento no aterro. Como instrumentos para esse trabalho são utiliza-
dos marcos superfi ciais, controle de níveis de lixiviados e de pressão, 
placas de reclaque, medidores de vazão, entre outros. Os dados obti-
dos com o monitoramento são feitos pelas inspeções, que são defi ni-
das de acordo com a necessidade de cada projeto e são apresentados 
em forma de relatório. Esses resultados vão permitir adotar parâmetros 
para garantir a integridade e vida útil do aterro.
As fi guras abaixo exemplifi cam uma seção de monitoramento 
de aterro sanitário e o exemplo de um marco superfi cial utilizado para a 
medição de recalques superfi ciais. Os marcos são colocados na super-
fície, taludes e bermas do aterro para avaliação contínua e prevenção 
de acidentes, como desmoronamento, por exemplo.
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Figura 16 - Monitoramento Geotécnico em Aterro Sanitário
Fonte: Boscov, 2008.
Figura 17 - Medidor de Recalque Superfi cial - Marco
Fonte: Ministérios da Cidades, 2008.
Fonte: Boscov, 2008.
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O recalque é medido pela diferença dos valores apresentados 
na cota atual e na cota inicial. Os marcos superfi ciais controlam tanto os 
deslocamentos verticais quanto horizontais. Normalmente, os desloca-
mentos horizontais são medidos pelos inclinômetros.
Pressões Neutras e Percolados
As pressões neutras no aterro sanitário são medidas com pie-
zômetros e medidores de nível d’água. Esses medidores são colocados 
no solo e possuem um tubo perfurado, fi gura abaixo. No tubo, o espa-
ço entre o furo e a parede e preenchido com componentes drenantes 
ao longo do comprimento, deixando livre apenas à extremidade com 
material impermeável para evitar relações com a superfície. A água 
subterrânea passa pelo meio do material drenante, chegando aos tubo 
pelos furos e, assim, estabiliza-se com o nível do lençol freático, já que 
a leitura da cota da superfície da água, feita pela sua extremidade supe-
rior, coincide com o nível da água subterrânea.
Já o piezômetro é inserido no solo até onde pretende se medir 
a pressão neutra, como mostrado na fi gura abaixo. No inferior do tubo, 
onde é medida a pressão desejada, tem-se uma área que pode ser 
perfurada ou feita de material cerâmico com revestimento de material 
drenante. Ao longo do comprimento do tubo, entre o tubo e o furo, há 
preenchimento de material impermeável. Da mesma forma que os me-
didores, a leitura é feita na extremidade superior do tubo.
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Monitoramento Ambiental
O monitoramento ambiental objetiva certifi car a qualidade da 
água subterrânea, superfi cial, controle da poluição do ar e índices plu-
viométricos. Para o controle das águas subterrâneas é feito o controle 
das amostras de corpos d’água nos poços, a montante e a jusante do 
aterro sanitário. No monitoramento ambiental também podem ser feitos 
controle de caracterização dos resíduos, análise dos lixiviados e propa-
gadores de doenças.
Figura 18 - Reservatório de Percolado
Fonte: Tera Ambiental, 2013.
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Para o controle de águas superfi ciais, são considerados parâ-
metros de alcalinidade, pH, oxigênio, nitrogênio, dureza, DBO, DQO, 
metais tóxicos, entre outros. Para controle do percolado são considera-
dos praticamente os mesmos para controle das águas superfi ciais. Nor-
malmente, a caracterização do percolado é realizada para determinar 
se os sistemas de tratamento aplicados realmente estão apresentando 
efi ciência.
GEOSSINTÉTICOS
Os geossintéticos são materiais produzidos por materiais 
poliméricos sintético ou natural. São amplamente utilizados nas áreas 
de engenharia civil, geotécnica e ambiental, com aplicações em muros, 
estruturas de contenções, aterros sanitários, reforço de fundações, den-
tre outras funções.
Os geossintéticos podem ser classifi cados dependendo dos 
materiais e do processo de fabricação. A tabela abaixo apresenta uma 
classifi cação genérica dos geossintéticos, realizada pela Sociedade In-
ternacional de Geossintéticos.
Quadro 1 - Classifi cação dos Geossintéticos
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Fonte: Adaptado de International Geosynthetics Society – IGS. Acesso 
em 2019.
Os geossintéticos podem ser identifi cados pela sua função 
principal, se destacando pelos seguintes desempenhos:
Separação: quando dois solos apresentam ou são distribuídos 
por partículas diferentes, o geossintético pode atuar como componente 
separador entre as camadas de solos.
Filtração: Para fi ltração, o geossintético atua como um fi ltro de 
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areia. A sua ação permite que a água passe por meio do solo enquanto 
desempenha a função de reter as partículas sólidas.
Drenagem: Nessa função, o geossintético atua como um com-
ponente de dreno que conduz o fl uido por meio de solos com permea-
bilidade baixa.
Reforço: o geossintético, nesse caso, atua como reforço seja 
inserido para reforçar totalmente o solo ou de modo parcial com uma 
associação para melhorar a propriedade de resistência e deformação 
do maciço natural.
Contenção de gases e fl uidos: atua como função impermeável 
impedindo a passagem de gases e fl uidos.
Controle de processos erosivos: auxilia no controle dos pro-
cessos erosivos provocados pela ação de chuvas e pelo escoamento 
da água na superfície.
A imagem abaixo exemplifi ca as funções e aplicações do geos-
sintético atuando em um aterro de resíduos sólidos.
Figura 19 - Aplicações do Geossintético em Aterro de RSU.
Fonte: International Geosynthetics Society – IGS. Acesso em 2019.
O processo erosivo pode ser compreendido como um processo 
natural que se dá diante do desgaste das superfícies rochosas provo-
cado por fatores como água, clima, vento, umidade, topografi a, ação 
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humana etc.
Dentro dos processos erosivos, os geossintéticos podem tra-
balhar em casos de proteção dos taludes, sistemas de drenagem, recu-
peração de áreas degradadas, proteção contra a formação de ravinas, 
atuar na contenção de quedas de blocos rochosos, proteções costeiras 
etc.
Nos taludes, sua estabilidade pode ser garantida com a combi-
nação de geossintético e argamassa. A cobertura vegetal, como mostra 
a fi gura abaixo, pode ajudar na proteção contra perdas de solo diante de 
ações da água e do vento. A vegetação aliada às mantas de geossinté-
ticos também protegem o talude de processos erosivos.
Figura 20 - Recuperação de Taludes
Fonte: International Geosynthetics Society – IGS. Acesso em 2019.
Os geossintéticos apresentam alta efi cácia nos sistemas de 
drenagem e fi ltração e custo competitivo, quando comparado aos de-
mais materiais, além de serem vantajosos em questões ambientais. Os 
tipos geotêxteis, georredes e geocompostos são os mais utilizados nos 
sistemas drenantes e de fi ltração, sendo empregados em aterros, con-
tenções e controles de erosão. Com o uso de drenos, é possível o fl uxo 
livre dos líquidos ou gases presentes na estrutura. Abaixo, um esque-
ma apresentado pela IGS mostrando a aplicação dos geossintéticos em 
que os pontos marcados de amarelo representam a aplicação de um 
geossintético mais adequado de acordo com o projeto.
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Figura 21 - Aplicação de Geossintéticos em Sistemas de Drenagem
Fonte: International Geosynthetics Society – IGS. Acesso em 2019
Os geotêxteis precisam garantir que o fl uxo d’água não seja 
impedido ao reter os grãos de solo. A fórmula Os ≤ n*Ds estabelece essa 
relação, onde o ‘Os’ representa a abertura de fi ltração do geotêxtil, ‘n’ é 
representado conforme critério utilizado e Ds representa o diâmetro dos 
grãos do solo. Por exemplo, D80 indica um diâmetro ao qual 80% dos 
grãos do solo são menores que tal diâmetro.
Nas imagens abaixo, os geossintéticos foram usados como re-
forços (geogrelhas) e como proteção frontal (geocomposto antierosivo) 
para o desenvolvimento da vegetação ao longo do trecho. As alternati-
vas foram escolhidas como calhas ecológicas.
Figura 22 - Drenagem com uso de Geossintéticos
Fonte: Vertical Green do Brasil. Acesso em 2019.
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Figura 23 - Drenagem com uso de Geossintéticos
Fonte: Vertical Green do Brasil. Acesso em 2019.
Os geossintéticos também são utilizados nos tratamentos 
dos resíduos líquidos, sendo mais comuns em lagoas de estabilização 
anaeróbias e aeróbias.
Em lagoas anaeróbias com coberturas, quando um líquido se 
mantém depositado na lagoa por dias, um lodo anaeróbio se forma ao 
fundo da lagoa. Quando essa lagoa não é coberta, a digestão anaeró-
bia ocorre na base enquanto na superfície a digestão predominante é 
a aeróbia.
A cobertura das lagoas, geralmente feita por uma geomembra-
na fl utuante, infl ui em três aspectos:
Aumenta a digestão anaérobia - nesse caso não há entrada de 
oxigênio;
Permite a capitação de gás, usada como alternativa para com-
bustível;
Redução de odor do processo anaeróbio.
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As lagoas aeróbias fazem uso de aeradores mecânicos de su-
perfície para ejetarem ar no resíduo líquido. Esse processo faz com que 
a matéria orgânica seja consumida, liberando dióxido de carbono.
Há possibilidade do uso de lagoas anaeróbias e aeróbias com-
binadas. Nesse tipo de combinação, os sistemas são capazes de utilizar 
os gases do processo de decomposição como combustível no trata-
mento, dispensando, assim, a energia utilizada para os processos de 
aeração do sistema.
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Livro Geossintéticos em Geotecnia e Meio Ambiente. Ennio 
Marques Palmeira. Editora Ofi cina de Textos. 2018.
Livro Muros e Taludes de Solo Reforçado. Maurício Ehrlich, 
Leonardo Becker. Editora Ofi cina de Textos. 2018.
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2017 Banca: FUNDATEC Prova: Analista de Projetos 
A realização de um empreendimento de construção de uma edifi -
cação tem quatro fases distintas: estudos preliminares, projetos, 
construção e recebimento.
Quando se identifi ca que existe a necessidade de efetuar o rebai-
xamento do lençol d’água subterrâneo, em qual dos seguintes pro-
jetos os elementos relacionados à análise, cálculo e indicação dos 
métodos de execução desse rebaixamento devem ser apresenta-
dos?
a) Instalações.
b) Arquitetônico.
c) Estrutural.
d) Tratamento.
e) Geotécnico.
QUESTÃO 2
Prova: 2018 Banca: CEV UECE Prova: Analista de Trânsito e Trans-
porte 
O solo é constituído por um esqueleto de grãos sólidos ou sua 
macroestrutura, que contém em seus interstícios água e ar. A pre-
sença destes interstícios constitui um maior ou menor grau de po-
rosidade do solo, o que lhe confere uma característica de compres-
sibilidade. Com a aplicação de sobrecargas oriundas de fundações 
das obras de engenharia sobre os solos compressíveis, podem vir 
a ocorrer recalques, que são deslocamentos verticais descenden-
tes destes elementos construtivos, acarretando os chamados re-
calques diferenciais, que podem causar danos às estruturas. Con-
siderando os diferentes tipos de recalques, é correto afi rmar que
a) recalque por adensamento é aquele que ocorre em solos granula-
res e resulta da dissipação do excesso de poro pressão inicial com a 
transferência de carga ao esqueleto sólido. Pode ocorrer em um longo 
período de tempo.
b) recalque secundário é aquele que ocorre sob tensão variável, pro-
vocando a quebra dos grãos de argila, porém, sendo preponderante 
nas areias de granulometria uniforme. Ocorre normalmente em longos 
períodos de tempo.
c) recalque imediato é aquele que ocorre logo após a aplicação do car-
regamento ou sobrecarga, com parcela predominante nas areias, por 
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serem solos de elevada permeabilidade. Nos solos fi nos saturados 
pode ocorrer por deformação a volume constante.
d) recalque por adensamento é o produto da compressibilidade do solo, 
que se constitui em fenômeno puramente mecânico, não havendo ne-
nhuma relação com a composição iônica do fl uido intersticial, ou seja, a 
água presente nos poros do seu esqueleto sólido.
QUESTÃO 3
Ano: 2015 Banca: FCC Prova: Analista
A existência de lentes de areia é comum nos sedimentos marinhos 
da costa brasileira, bem como nas várzeas dos rios, e interferem 
nos tempos de recalques das camadas compressíveis.Conside-
rando a presença de duas lentes delgadas de areia separando uma 
camada compressível em três partes iguais, os recalques ocorrem 
em tempos
a) 5 vezes maiores.
b) 6 vezes menores.
c) 3 vezes menores.
d) 9 vezes menores.
e) 3 vezes maiores.
QUESTÃO 4
Questão Inédita
Julgue o item a seguir:
“Para o controle de águas superfi ciais, são considerados parâme-
tros de alcalinidade, pH, oxigênio, nitrogênio, dureza, DBO, DQO, 
metias tóxicos, dentre outros.”
a) Certo
b) Errado
QUESTÃO 5
Ano: 2014 Banca: Instituto AOCP Prova: Analista Técnico 
Com relação aos drenos verticais de areia e o estudo dos recal-
ques de solos, assinale a alternativa correta.
a) Os drenos verticais de areia não podem ser empregados juntamente 
com pré-carregamentos.
b) Os drenos verticais de areia retardam o recalque dos solos submeti-
dos a pré-carregamento.
c) Os drenos verticais de areia devem ser evitados em camadas argi-
losas.
d) Os drenos verticais de areia retardam o recalque dos solos submeti-
dos e aumentam a resistência.
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e) Os drenos verticais de areia aceleram o recalque dos solos submeti-
dos a pré-carregamento.
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
Os geossintéticos podem ser identifi cados pela sua função principal, se 
destacando pelos seus desempenhos. Cite essas funções e suas des-
crições de forma breve.
TREINO INÉDITO
A cobertura das lagoas, geralmente feita por uma geomembrana fl u-
tuante, infl ui em três aspectos, exceto:
a) Aumenta a digestão anaérobia - nesse caso não há entrada de oxi-
gênio;
b) Permite a capitação de gás, usada como alternativa para combustí-
vel;
c) Redução de odor do processo anaeróbio.
d) Reduz a digestão anaérobia - nesse caso há entrada de oxigênio;
NA MÍDIA
CONSTRUÇÃO DE ATERRO SANITÁRIO PARA ATENDER REGIÃO 
É ANALISADA EM BOM DESPACHO
Atualmente, o descarte de resíduos na cidade é feito em um aterro con-
trolado, uma técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo 
que não causa danos ou riscos à saúde pública e à segurança e mini-
miza os impactos ambientais. O aterro deverá receber resíduos sólidos 
provenientes de domicílios, feiras, logradouros públicos, varrição de 
ruas, estabelecimentos comerciais e resíduos industriais não perigosos, 
segundo as diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Fonte: G1.com
Data: 15/11/2018.
Leia a notícia na íntegra: 
https://g1.globo.com/mg/centro-oeste/noticia/2018/11/15/construcao-
-de-aterro-sanitario-para-atender-regiao-e-analisada-em-bom-despa-
cho.ghtml
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NA PRÁTICA
Uma tecnologia criada no Espírito Santo vem ajudando um aterro sani-
tário a transformar chorume - líquido que resulta da decomposição de 
lixo - em água limpa, no município de Cariacica, na Grande Vitória. De 
acordo com os responsáveis pelo projeto, o processo de purifi cação do 
líquido é rápido se comparado a outros, durando cerca de 30 minutos. 
Com a utilização de métodos diferentes, esse tempo pode ser ampliado 
consideravelmente, chegando a uma semana. A água limpa que é 
resultado do processo não serve para consumo humano, mas pode ser 
usada para lavara estradas ou regar jardins, por exemplo.
Data: 14/10/2014.
Disponível em:< http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/2014/10/tec-
nologia-criada-no-es-transforma-chorume-em-agua-limpa.html>.
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A importância da palavra ‘recuperação’ se dá aos termos agre-
gados como restauração e reabilitação. A fi gura abaixo apresenta o es-
quema de um processo de uma área em quatro momentos.
Inicialmente tem-se uma área pura que sofre o processo de de-
gradação. A degradação pode ser entendida como um conjunto de pro-
cessos originados de ações que provocaram danos ao meio ambiente e 
que reduziram a capacidade produtiva e qualidade original dos recursos 
ambientais de tal área.
Após a degradação do ambiente, promove-se a recuperação 
da área atingida. Nesse processo de recuperação são trabalhadas 
ações que reproduzem as condições ambientais de modo mais seme-
lhante possível às condições anteriores à intervenção que ocasionou 
a degradação. De forma sucinta, objetiva-se devolver ao ambiente as 
condições originais.
RECUPERAÇÃO DE
ÁREAS DEGRADADAS
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Figura 25 - Esquema Sobre Áreas Degradadas
Fonte: Adaptado de UNESP. Acesso em 2019.
Após a recuperação da área, dois caminhos podem ser toma-
dos, o de restauração ou o de reabilitação. No processo de restauração 
da área, são reproduzidas condições fi dedignas ao local como eram an-
tes de sofrerem as alterações causadas pelo processo de intervenção.
Já o processo de reabilitação permite, mediante projeto prévio, 
a destinação da área a uma nova forma de uso, levando em considera-
ção a ocupação ao redor, destinando a área para outra fi nalidade.
A IMPORTÂNCIA GEOMORFOLÓGICA NA RECUPERAÇÃO DE 
ÁREAS DEGRADADAS
A geomorfologia é compreendida como a ciência que es-
tuda as formas de relevo, os processos que deram origem a essas 
formas de relevo e os materiais envolvidos. Assim, para fazer o 
diagnóstico completo das áreas degradadas, é fundamental o conhe-
cimento geomorfológico da área em questão.
A ação antrópica provoca impactos negativos tanto onsite
quanto off site na degradação dos solos e a geomorfologia preocupa-se 
em estudar ambos os efeitos para proporcionar a recuperação da área 
degradada de forma completa e satisfatória. Na fi gura à seguir, tem-se 
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as redes de ravinas ocasionadas por cortes para a construção de estra-
das. Essas ravinas também podem se formar por atividades de material 
de empréstimos e podem evoluir para a formação de voçorocas.
Figura 26 - Redes de ravinas em talus
Fonte: Guerra, 2017.
Recuperação da Área Degradada
O conhecimento da geomorfologia é importante porque o 
ideal é trabalhar sempre com o prognóstico, com o uso de técnicas de 
geoprocessamento, por exemplo. Todavia, já com a área degradada, é 
fundamental, além do conhecimento teórico e prático, o conhecimento 
em pesquisas em laboratório e práticas em campo para executar mode-
los de recuperação das áreas em estudo.
A seguir, o esquema e sua explicação, abordam algumas técni-
cas para serem aplicadas na recuperação dos maciços.
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Esquema 1 - Métodos para Diagnóstico para Recuperação de Áreas 
Degradadas
Fonte: Adaptado de Guerra, 2017.
1. Nas fraturas estão os pontos de fraqueza do maciço. Nelas 
ocorrem o percurso e entrada de água o que acelera o processo de in-
temperismo físico e químico. Com isso, a encosta fi ca mais vulnerável 
ao processo de deslizamento.
2. A presença de matacões na matriz do solo indica desconti-
nuidade entre os matacões e o solo. Quando eles se depreendem da 
encosta, podem acertar outro matacão abaixo dele e causar acidentes, 
acertando casas e/ou outros empreendimentos, causando o efeito do-
minó.
3. A água entra com facilidade pelo solo raso e encontra o ma-
ciço rochoso. Assim, ela não consegue se infi ltrar e escoa em subsuper-
fície, gerando um plano de cisalhamento onde o material acaba por se 
romper com o deslizamento. A imagem abaixo indica uma situação na 
rodovia BR 101 (Rio Santos) em que o solo raso que havia em cima do 
maciço rochoso foi removido por um deslizamento.
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Figura 27 - Deslizamento na rodovia BR 101
Fonte: Jorge apud Guerra, 2017.
4. É importante identifi car a textura dos solos tanto na erosão 
quanto em movimentos de massa para caracteriza-lo.
5. A defi nição da formaé importante (côncavas, convexas, re-
tilíneas), pois indica se as encostas, conforme a sua forma, podem aglu-
tinar ou dispersar mais águas.
A degradação dos solos pode se dar de vários tipos, assim 
como suas causas, que são as mais variadas possíveis. Dentre alguns 
tipos mais comuns, a degradação pode ocorrer pela desertifi cação, aci-
difi cação, salinização e erosão dos solos.
A erosão NÃO é sinônimo de degradação, e sim um tipo de 
degradação. É comum a erosão ser abordada como sinônimo de degra-
dação, mas essa abordagem é errônea.
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A erosão e os movimentos de massa podem apresentar se-
melhanças e até serem entendidos como a mesma coisa, mas esses 
são processos geomorfológicos distintos com provocadores, afeições e 
características gerais diferentes.
A erosão dos solos ocorre em encostas com declividades ape-
nas entre 2° e 3° graus. Assim, ela não é comum ou um fenômeno ca-
racterístico de locais com fortes declividades. Esse tipo de degradação 
é mais típico em áreas rurais, mas também pode acontecer em áreas 
urbanas e são ocasionados por fatores que vão desde as propriedades 
físicas e químicas dos solos, como a densidade aparente, porosidade 
e pH do solo, estabilidade dos agregados, entre outros; a erosividade 
das chuvas; a forma, comprimento e declividade das encostas e a forma 
como solo é utilizado.
Já os movimentos de massa são de origem gravitacional e de-
pendem, em sua maioria, da declividade das encostas como principal 
fator para seu acontecimento. Esses movimentos são mais comuns em 
áreas urbanas e se tornam presentes com declividades de encostas 
maiores que 20° graus, pelo contato abrupto, como mencionado an-
teriormente, entre o solo e a rocha, pela presença de matacões nas 
encostas, corte do depósito de tálus e situação precária das redes de 
esgoto e de drenagens, como as galerias pluviais, por exemplo.
Abaixo há duas imagens de processos erosivos. A primeira é 
uma ravina formada em área de convergência de fl uxo. Não é uma área 
utilizada para agricultura mas, caso nenhuma ação seja tomada, com 
o passar do tempo ela evolui para as voçorocas como apresentado na 
foto seguinte.
Figura 28 - Ravina em Convergência de Fluxo. Sorriso, MT.
Fonte: Guerra, 2017.
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Figura 29 - Voçoroca. Sorriso, MT.
Fonte: Guerra, 2017.
No quadro abaixo, tem-se algumas medidas de recuperação 
do meio conforme o tipo de degradação da área.
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Quadro 2 - Recuperação de Área Degradada Conforme o Tipo.
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Fonte: UNESP. Acesso em 2019.
SAIBA MAIS!
Algumas áreas bastante conhecidas foram construídas como 
áreas de reabilitação como o Parque Ibirapuera, na cidade de São Pau-
lo, era uma antiga cava de areia; o Parque das Pedreiras, em Curitiba 
- PR, que foi uma jazida de mineração e Parque Tangá, também em 
Curitiba - PR, onde havia um complexo de pedreiras desativadas.
BIOENGENHARIA NA RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS
Quando uma degradação ambiental é identifi cada, é funda-
mental a automação de medidas para fazer com que a área volte ao 
seu estado original ou se aproxime, ao máximo, do ambiente antes das 
intervenções. Essas medidas devem recuperar a área proporcionando 
condições de equilíbrio e sustentabilidade de um sistema natural.
A evolução dos procedimentos tecnológicos permite uma varia-
ção gigantesca de técnicas para a recuperação de áreas degradadas. 
Uma das mais utilizadas tem sido a bioengenharia, que apresenta su-
cesso em grande parte dos casos, quando aplicada corretamente.
A bioengenharia, de forma sucinta, pode ser defi nida como o 
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conhecimento das características biológicas da vegetação, assim como 
suas exigências e a capacidade de proporcionar os nutrientes essen-
ciais para manejo e correção adequados do solo. Esse conhecimento 
é importante para a solução de problemas técnicos de estabilização em 
margens e encostas e em grandes obras. Todo esse processo também 
pode ser conhecido como engenharia biológica, biotécnica ou constru-
ção verde. Essa técnica faz uso de elementos ativos biológicos (ve-
getação, por exemplo) com o auxílio de elementos inertes (polímeros 
naturais, madeira, concretos etc.). A junção desses elementos objetiva 
a estabilização das raízes para proteção do solo e, como consequên-
cia, tem-se melhor drenagem, retenção dos agregados e absorção de 
nutrientes.
As atividades econômicas ligadas ao meio ambiente, como ex-
ploração de calcário e mineral, são grandes devastadoras das áreas em 
que são exploradas e necessitam de obras de recuperação para não 
ocasionar danos ambientais maiores.
Essas atividades indicam a necessidade de inclusão de uma 
política nacional para a ação de exploração mineral e a conservação 
do meio ambiente para que seja considerado todo o processo de explo-
ração. Esse vai desde o processo inicial de exploração, o controle dos 
processos em desenvolvimento, a recuperação de áreas degradadas e, 
por fi m, quais processos deverão ser executados para que aquela área 
tenha um novo uso após sofrer a exploração mineral e o fi m da ativida-
de econômica. Nessa perspectiva, a bioengenharia, em determinadas 
situações, pode ser a única alternativa economicamente viável capaz 
de atuar na recuperação das áreas degradadas.
A bioengenharia pode ser dividida em quatro grupos principais, 
sendo a proteção dos solos por meio da vegetação utilizada, poden-
do ser de fi bra sintética ou fi bra vegetal; estabilização dos solos, por 
meio do uso de espécies de plantas com enraizamento rápido; técnicas 
de construção combinadas, pela combinação de plantas com concreto, 
aço, plástico para conter taludes instáveis e construções complementa-
res, que englobam a semeadura e atividade de plantio (SOUZA, 2018).
Para atividades mineradas, Soleira et al (2014) identifi cou a 
existência de quatro técnicas de bioengenharia de solos no Brasil, dis-
criminadas abaixo:
Grade viva conjugada à paliçada de madeira: é caracterizada 
pelo uso de troncos de madeiras de eucalipto não tratadas dispostas na 
horizontal e na vertical do talude formando uma grade preenchida com 
solo e plantio de mudas da espécie arbustiva. Essa técnica proporciona 
a redução da erosão e estabilização do solo na área tratada, aumento 
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da diversidade biológica, favorecimento da regeneração natural, forma-
ção de habitats, aumento de estoque de carbono, controle de erosão e 
recuperação da beleza cênica. Possui melhor aplicabilidade em taludes 
íngremes e eventualmente margens fl uviais.
Hidrossemeadura conjugada à biomanta: a caracterização da 
hidrossemeadura se dá na instalação de biomanta e aplicação mecani-
zada no solo de mistura com a presença de insumos e mix de sementes, 
que formará a cobertura vegetal. Essa técnica permite, dentre outros 
benefícios, a consolidação superfi cial do talude e sua a estabilização, 
estabelecimento da cobertura vegetal, a melhoria das condições físicas 
do solo e o aumento da diversidade biológica e é melhor aplicada em 
taludes de corte e aterro, encostas, e em áreas com voçorocas.
Canaleta verde: as canaletas verdes são escavadas no solo, 
compactadas, cobertas com biomantas e implantação de vegetação 
herbácea. Utilizadas como obra complementar de transição para os 
canais de concreto para captação e condução de águas pluviais. Além 
disso, provocam melhoria das condições físicas do solo, aumento da 
diversidade biológica, formação de habitats e controle de erosão. Muito 
utilizadas em sistemas de drenagem de água superfi cial.
Transposição de topsoil: caracterizada pela transposição da 
camada superfi cial do solo (contendo o horizonte A e partedo horizonte 
B) e plantio de espécies arbóreas. Permite boa cobertura superfi cial 
do solo, signifi cativa regeneração natural e melhoria do aspecto visual 
da área degradada. Além disso, favorece a regeneração natural, há o 
aumento da diversidade biológica no ecossistema e melhoria no fl uxo 
de nutrientes. É ideal para uso em áreas planas quando o objetivo é a 
restauração ecológica.
Braun (2018) avaliou outras técnicas de bioengenharia que 
permitem excelente desempenho na recuperação de áreas degrada-
das, apresentadas à seguir.
Enrocamento de Pedras (Rip Rap): técnica de engenharia que 
consiste no uso de um ou mais níveis de pedras que são depositadas no 
decorrer das margens do curso d’água como forma de conter a erosão. 
Essa técnica também permite fl exibilidade e as pedras tem a opção de 
se movimentarem para níveis mais estáveis através da força exercida 
pelo fl uxo da água, gravidade ou pelas ações das ondas, sem afetar 
a estabilidade do talude. Ademais, o solo pode exercer o trabalho de 
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preenchimento dos espaços vazios existentes entre as rochas. O enro-
camento de pedras objetiva, na prática, revestir os taludes com rochas 
ou blocos artifi ciais, formando um maciço de rochas com o intuito de 
conter aterros, taludes, margens de rios, encostas, dos efeitos dos pro-
cessos erosivos.
Enrocamento com vegetação: Esta técnica de bioengenharia 
consiste em preencher os espaços e aberturas existentes entre as ro-
chas do enrocamento de pedras, citado anteriormente, com estacas vi-
vas. O enrocamento com vegetação proporciona uma imediata proteção 
dos taludes que estão sofrendo com os processos erosivos ativos, visto 
que controla o excesso de umidade presente e garante a estabilização 
mecânica nas margens. As estacas vivas utilizadas nesse processo de-
vem possuir comprimento de 85 a 100 cm e diâmetros de 12 à 40 mm. 
Essa prática é indicada para locais afetados por fl uxos superfi ciais de 
água e deslocamentos de massa do solo.
Capim Vetiver: este capim possui boa adaptação em diferentes 
tipos de clima, principalmente o tropical e subtropical, com grande facili-
dade na remediação de áreas degradadas. Bons resultados quando sua 
aplicação é para controle dos processos erosivos, já que suas raízes e 
fi bras cilíndricas são capazes de atingir uma profundidade de 3 a 5 m 
de alcance. Dessa forma, a planta proporciona uma elevada resistência 
a períodos de seca e ao forte poder das enxurradas, fazendo com que 
fi quem acopladas ao solo.
Parede de Krainer: é uma técnica utilizada para estabilização 
e reconstrução das margens fl uviais expostas à erosão, em recursos 
hídricos com média e alta velocidade, levando em consideração o car-
regamento de sedimentos sólidos com média granulometria. Para isso, 
são colocadas estacas de madeira piloto até a altura da água para con-
ter os processos erosivos.
A vegetação aplicada pela bioengenharia apresenta resultados 
efi cientes para controlar processos erosivos, por exemplo. As raízes das 
plantas utilizadas no processo em associação com a biota do local pre-
sente nos solos proporcionam a estabilização das camadas superfi ciais 
de até 1,5 m. Além disso, os movimentos de massa também podem ser 
controlados ou minimizados pela aplicação de técnicas da bioengenha-
ria, movimentos esses comuns em atividades de extração mineral.
Não só em atividades de mineração, mas em atividades que 
envolvam a engenharia civil como um todo, em especial a construção 
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de estradas e ferrovias, áreas de disposição fi nal de resíduos, expansão 
urbana, dentre outros, necessitam de projetos de recuperação para a 
área em questão após terem sido usadas para essas atividades.
O geotêxtil é um material em forma de manta antierosiva 
disposta sobre o solo. Ele pode ser confeccionado de diversos materiais 
como, por exemplo, folhas de tronco de bananeira e folhas de palmá-
ceas, ambos com características de biodegradabilidade. Esses mate-
riais contribuem com a técnica de conservação do solo e são muito 
utilizados em projetos de engenharia.
As técnicas de bioengenharia são recomendadas por vários 
fatores, pois além de atuar na recuperação das áreas degradadas, os 
materiais geotêxteis de fi bras vegetais atuam também como soluções 
ambientais, incluindo tecnologias para a conservação dos solos, a dimi-
nuição do desmatamento, relação custo-benefício, entre outros.
Além disso, as medidas empregadas na bioengenharia atuam 
como uma estabilização biotécnica, com o uso de plantas. Essas plan-
tas, em determinados casos, são colocadas no solo com confi guração 
especial conforme o objetivo proposto. Essa técnica contribui para o 
reforço no solo, barragem contra os movimentos de massa, concentra-
dores de umidade e atuam como dispositivos de drenagem.
É importante ressaltar que o uso das tecnologias deve ser rea-
lizado de forma adequada, de acordo com cada caso específi co, e se-
guindo as orientações técnicas apropriadas, para, de fato, os geotêxteis 
cumprirem a função desejada, caso contrário, eles deixam de ser uma 
boa opção no caso em questão. Nas fotos abaixo, tem-se exemplos da 
má aplicabilidade do geotêxtil na recuperação de um talude. Na primeira 
fi gura, na parte inferior, abaixo das telas, é possível observar que o solo 
continua sendo degradado e não houve efetiva recuperação da encos-
ta. Na fi gura seguinte foram colocadas as mantas, mas não foi feito 
nenhum diagnóstico na área.
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Figura 30 - Recuperação Inadequada de Talude
Fonte: Guerra, 2013.
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Figura 31 - Recuperação Inadequada em Trecho da Rodovia Rio-San-
tos
Fonte: Guerra, 2017.
Ao longo de estudos e aplicações do uso da bioengenharia, 
inúmeros benefícios foram constatados, como:
Redução da taxa de erosão e da temperatura do solo;
Aumento da umidade do solo;
Aumento e melhora do crescimento vegetal e quantidade de 
nutrientes;
Proteção e estabilização de superfícies que apresentam insta-
bilidade, como voçorocas e sítios arqueológicos;
Aumento da fauna endopedônica;
Melhora da educação ambiental;
Renda e emprego com a fabricação dos geotêxteis;
Técnica ecologicamente correta.
As técnicas utilizadas na bioengenharia facilitam o desenvol-
vimento dos micro-organismos, e, assim, devolve a vida aos solos que 
sofreram processos erosivos. As imagens à seguir apresentam a apli-
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cação e evolução da área com o uso de geotêxtil de fi bra de troco de 
bananeira.
Figura 32 - Área de Encosta Degradada
Fonte: Guerra, 2013.
Figura 33 - Aplicação do Geotêxtil de Fibra de Tronco de Bananeira
Fonte: Guerra, 2013.
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Figura 34 - Trecho Anterior Após 1 mês de Aplicação da Fibra com Plan-
tio de Gramínea e Adubo Químico
Fonte: Guerra, 2013.
A seguir, são apresentas algumas vantagens do uso da técnica 
de bioengenharia para recuperação de áreas degradadas.
Figura 35 - Vantagens da Bioengenharia
Fonte: Guerra, 2017.
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Tudo dito, a bioengenharia é um técnica muito utilizada na 
recuperação de áreas degradas, contenção de processos erosivos, 
movimentos de massas, entre outros. Todavia, é importante fazer um 
diagnóstico adequado, assim como análise de viabilidade econômica 
para saber qual combinação utilizar para que o resultado seja positivo 
e satisfatório.
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A DETERMINAÇÃO DO PERFIL CLIMATOLÓGICO DO MU-
NICÍPIO DE SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA-RJ E SUA APLICABILI-
DADE NA RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS. Anuário do 
Instituto de Geociências - UFRJ. 2017
PROPOSTADE PLANO

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