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Comparação Teoria Clássica, Keynes e Marx 01

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FUNDAMENTOS DE 
ECONOMIA
Nome: Renan Cardoso de Oliveira
Matrícula: 201309050953
Turma: 3004
Prof.: Jesús Domech Moré
Comparações entre a teoria clássica, a Keynesiana e a de Marx em relação aos aspectos econômicos
O pensamento clássico centra suas reflexões nas transformações do processo produtivo, trazidas pela Revolução Industrial. Adam Smith afirma que não é a prata ou o ouro que determina a prosperidade de uma nação, mas sim o trabalho humano. Em consequência, qualquer mudança que aprimore as forças produtivas enriquece uma nação. A principal delas, além da mecanização, é a divisão social do trabalho. Smith também aborda as causas das crises econômicas, as implicações do crescimento populacional e a acumulação de capital. Propondo dois objetos distintos: primeiro, suprir renda ou produtos em abundância para o povo, ou, mais apropriadamente, possibilitar que provenham tal renda ou provento por si sós; e segundo, suprir o Estado com uma renda suficiente para os serviços públicos. Ela se propõe a enriquecer tanto o povo quanto o soberano enfatizando a produção de renda.
Os clássicos defendem o liberalismo e elaboram o conceito de racionalidade econômica, no qual o indivíduo deve satisfazer suas necessidades sem se preocupar com o bem-estar coletivo. Essa busca egoísta e competitiva, no entanto, estaria na origem de todo o bem público porque qualquer intervenção nessas leis naturais do comportamento humano bloquearia o desenvolvimento das forças produtivas. Para Smith, a economia ideal seria um sistema de mercado autorregulador que automaticamente satisfaria as necessidades econômicas da população. Ele descreveu o mecanismo de mercado como uma "mão invisível" que leva todos os indivíduos, na busca de seus próprios interesses, a produzir o maior benefício para a sociedade como um todo. Para Smith o Estado deve desempenhar 3 funções: Manutenção da Segurança Militar, Administração da Justiça e Erguer e manter certas instituições públicas. Ele acredita que a intervenção do Estado noutros domínios para além de ser inútil é também prejudicial.
O comércio implica uma liberdade de circulação. Assim podem-se adquirir mais quantidades a menores preços no Estrangeiro, essa liberdade deve ser procurada, nem que tal implique desigualdade (não esquecer que um dos fundamentos de Adam Smith é a tal desigualdade geradora do crescimento). A passagem faz-se através de transformações na propriedade. Atingida a Sociedade Comercial, só existe uma fonte de crescimento Econômico, a Divisão do Trabalho. Pode-se dizer que, do ponto de vista metodológico, a complexidade da obra de Smith ultrapassa esta dicotomia indutivo-dedutivo e permite sugerir que ele procura elaborar seu próprio método de análise, como fizeram, depois, Marx e Keynes, por exemplo. O pensamento microeconômico e a visão macroeconômica. Por um lado, indivíduos, movidos por seus interesses pessoais egoístas, produzem um equilíbrio, que se traduz no bem público. A microeconomia teria fontes empiristas e “moralistas”. Já a visão macroeconômica teria uma raiz jusnaturalista, baseada em Locke e Quesnay, linha de pensamento que chegará a Ricardo e aos socialistas ricardianos. O aspecto macroeconômico também está relacionado à teoria do crescimento. Esta tensão entre a dimensão micro e a dimensão macro, certamente, está presente na obra de Smith. A micro está relacionada e constitui o fundamento da mão invisível e da economia capitalista competitiva como ordem econômica natural.
Keynes apresenta-nos uma análise pessimista do sistema econômico capitalista. Sua teoria macroeconômica, que, ao contrário da teoria microeconômica anterior, não toma a produção total como um dado e o pleno emprego como uma decorrência inerente ao sistema, colocando como incógnitas a alocação dos fatores de produção entre as diversas possíveis aplicações, através do mecanismo dos preços, e a consequente remuneração dos fatores. Ao invés de uma teoria estritamente estática e otimista, como era a teoria neoclássica, Keynes nos apresenta uma teoria macroeconômica relativamente dinâmica, cujas incógnitas fundamentais são o volume da produção e o nível de emprego decorrente. Além disso, ao invés de partir da análise do comportamento individual dos agentes microeconômicos - os consumidores e os produtores, Keynes adota uma abordagem macroeconômica, partindo diretamente do estudo dos agregados econômicos básicos: a renda, o consumo, a poupança, o investimento, dentro de uma economia monetária. Baseada no princípio de que os consumidores alocam as proporções de seus gastos em bens e poupança, em função da renda. O objetivo do keynesianismo era manter o crescimento da demanda em paridade com o aumento da capacidade produtiva da economia, de forma suficiente para garantir o pleno emprego, mas sem excesso, pois isto provocaria um aumento da inflação. O comportamento de consumidores, investidores, especuladores continua a ser analisado, mas diretamente em função dos agregados econômicos acima enumerados. E a teoria monetária, que na microeconomia constituía-se em um capítulo à parte da teoria macroeconômica, é plenamente integrada à macroeconomia keynesiana.
Keynes foca nos determinantes da renda nacional no curto prazo, em que os preços são relativamente inflexíveis. Ele explica por que o alto desemprego poderia não ser autocorrigido devido à baixa "demanda efetiva" e por que mesmo a flexibilidade dos preços e a política monetária podem não ser suficientes para corrigir a situação. Na verdade, a economia keynesiana não estabelece restrição alguma de preços e salários, o que Keynes disse foi o seguinte: em uma recessão, caso exista flexibilidade de preços e salários, o problema econômico será mais grave e ocorrerá de forma cumulativa. Por que na lógica individual da empresa (a microeconômica), com a crise faz sentido para a empresa reduzir salários e demitir funcionários. Contudo, aplicando a lógica para todo um setor ou para toda economia, a facilidade de reduzir salários e demitir acaba por deprimir ainda mais a economia, pois se de um lado o trabalhador é um custo para a empresa individual, de outro ele é consumidor de outras empresas. Caso ocorra o fato de muitos serem desempregados e a redução da renda for acentuada, a demanda agregada se reduzirá ainda mais. Desta forma o faturamento dos vários setores se reduzirá ainda mais, e o esforço de redução de custos inicial será solapado e o processo entra em nova espiral, agravando a crise, com mais queda de faturamento, mais redução de renda, mais desemprego. A crise, para terminar, deve ter uma intervenção estatal que aumente a demanda efetiva através do aumento dos gastos públicos.
Os agentes modificam suas decisões frente à mudança de expectativas sobre o futuro (que não é passível de certeza matemática). A economia keynesiana enfatiza que o objetivo da produção é o lucro, mas que os agentes não maximizam previamente o lucro. Dependem das decisões de todos os demais agentes sobre o que eles vão fazer com seu dinheiro, isto é, quanto às pessoas vão consumir de sua renda, quanto vão poupar, de que forma vão poupar, e além da poupança, como vão aplicar seu estoque de riqueza, qual taxa de retorno desejam, com qual liquidez e a que risco. Sendo isto válido para o público em geral, empresários, banqueiros e instituições financeiras.
As teorias de Keynes tiveram enorme influência na renovação das teorias clássicas e na reformulação da política de livre mercado. Acreditava que a economia seguiria o caminho do pleno emprego, sendo o desemprego uma situação temporária que desapareceria graças às forças do mercado. A macroeconomia clássica é uma construção dos economistas posteriores a Keynes que, lendo nas linhas e entrelinhas dos autores clássicos, chegaram àquele modelo. Na verdade, porém, todo o centro da análise econômica clássica era de base microeconômica. Keynes inaugura a abordagem macroeconômica, integrando, ao mesmo tempo, a teoria monetária. Existe aqui uma interação entre sujeito e objeto do conhecimentoe o método de Keynes, como o de Smith e o de Marx, certamente ultrapassa a dicotomia racionalismo-empirismo, que permeia toda história da ciência econômica. É com base nesta visão de que a realidade econômica é criada pela própria ação humana, que Keynes vai definir a economia como ciência moral.
Marx seguiu Smith quando afirmou que o mais importante benefício econômico do capitalismo era um rápido crescimento na produtividade. Marx também desenvolveu bastante a noção de que os trabalhadores poderiam ser prejudicados à medida que o capitalismo se tornava mais produtivo. Marx ofereceu uma teoria de como um excedente relativo de população no capitalismo tendia a forçar os salários para o nível de subsistência. Marx viu esse excedente populacional como o resultado de causas econômicas. Sob a teoria do valor-trabalho, o valor direto de uma mercadoria se encontra somente no tempo de trabalho socialmente necessário nela investido. Mas as mercadorias também têm um valor de uso (isto é, a utilidade direta que se obtém delas) e um valor de troca (mais ou menos equivalente ao seu preço de mercado, apesar de que a economia marxiana a mediria em tempo de trabalho). Por exemplo, o uso do valor de uso de uma cenoura está em comê-la e saciar a fome, enquanto seu valor de troca está na quantidade de ouro (cujo valor verdadeiro também está no trabalho despendido para a sua extração) pela qual poderia ser vendida. Segundo Marx, o lucro não se realiza por meio da troca de mercadorias, que se trocam geralmente por seu valor, mas sim em sua produção. Os trabalhadores não recebem o valor correspondente a seu trabalho, mas só o necessário para sua sobrevivência. Esse é o conceito da mais-valia, diferença entre o valor incorporado a um bem e a remuneração do trabalho que foi necessário para sua produção. Não é essa, porém, para Marx, a característica essencial do sistema capitalista, mas precisamente a apropriação privada dessa mais-valia. Marx defendia a teoria da exploração do trabalhador.
No entanto, os capitalistas não pagam seus trabalhadores o valor total das mercadorias que produzem. Marx critica a essência do Capitalismo, que reside precisamente na exploração da força de trabalho pelo produtor Capitalista, e que segundo Marx, um dia haverá de levar à revolução social. Além disso, Marx nota que os mercados tendem a obscurecer as relações sociais e os processos de produção, um fenômeno que ele chamou de fetichismo da mercadoria. Os consumidores enxergam a mercadoria somente em termos de mercado. Ao buscar obter algo somente para ser uma propriedade privada, seria considerado somente seu valor de troca, não seu valor - trabalho. No ponto de vista marxista, é o trabalho que define o valor das mercadorias. As relações de troca dependem de que haja trabalho prévio para a determinação de preços. Os meios de produção são, portanto a base para compreender a alocação de recursos entre as classes, já que é nesta esfera que a riqueza é produzida. A escassez de qualquer recurso físico em particular é subsidiária à questão central das relações de poder atrelada ao monopólio dos meios de produção. Essa teoria se transformou em um método para medir a exploração do trabalho num sistema capitalista, apesar de disfarçadas pela economia política.
A teoria do valor foi importante na teoria clássica. Smith escreveu que "o preço real de qualquer coisa é o esforço e o trabalho de adquiri-la" o que é influenciado pela sua escassez. Smith dizia que os aluguéis e os salários também entravam na composição do preço de uma mercadoria. Marx apresentou variações das ideias de Smith, chamada 'Teoria do valor-trabalho'. Economistas clássicos se focaram na tendência do mercado de atingir o equilíbrio no longo prazo. Marx alterou alguns fundamentos da Economia Clássica, estabelecendo uma distinção entre valor de uso e valor de troca, o valor de Uso representa a utilidade que o bem proporciona à pessoa que o possui e o valor de Troca exige um valor de uso, mas não depende dele. O objetivo de Marx era mais abrangente que o dos economistas clássicos, uma vez que se propunha investigar a economia e a sociedade dominadas pelas leis do capital. No entanto, diferentemente de Smith, para Marx, o conhecimento abstrato das partes é insuficiente para revelar a verdadeira natureza do objeto da Economia Política.
Concluindo, tanto Smith como Keynes, ao mesmo tempo em que acentuam a complexidade da formulação metodológica, defendem seu caráter de ciência moral, contra o propósito daqueles que pretendem associar a economia às ciências físicas ou à matemática. Marx desenvolve uma perspectiva dialética e crítica para a economia, a partir de seu conceito de capital, que, com suas leis e contradições, inaugura uma nova fase na história da economia. Ele propôs, claramente, um método de investigação, através do qual procura descobrir a lógica capitalista, que confere sentido ao desenrolar dos eventos históricos e um método de exposição, através do qual procura expor os resultados de sua investigação como uma reconstrução da realidade, feita não mais de acordo com a sucessão temporal dos eventos históricos, mas de acordo com a hierarquia que as categorias ocupam no âmbito da racionalidade capitalista.

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