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Bacharelado em Ciências e Humanidades História do Pensamento Econômico Os clássicos depois de Adam Smith Prof. Giorgio Romano Tídia: Prof. Giorgio HPE 06 de outubro de 2011 Clássicos depois de Adam Smith Adam Smith 1723-1790 Jean Batiste Say 1767-1832 Thomas Robert Malthus 1766-1834 David Ricardo 1772-1823 Jeremy Bentham 1748-1832 David Ricardo Smith: empírico e dedutivo Ricardo: teórico e indutivo (modelos econômicos abstratos: economia como ciência) Foi parlamentar e participou ativamente da campanha dos industriais liberais contra os Corn Laws - preocupação com distribuição renda entre elite agrária (que gasta com consumo supérfluo) e capitalistas (investimento produtivo) Debate sobre os Corn Laws Introdução 1815 para proteger agricultura doméstica, mas usando uma banda (variações nas tarifas em função do preço) Argumentos em favor: Agricultura forte necessário para defesa nacional (independência das importações –segurança alimentar); preservar antigas tradições (doutrina dos fisiocratas). Debate sobre os Corn Laws Argumentos contra de Ricardo: Proporção maior do produto nacional total seria transferida para os donas das terras (renda) em detrimentos de investimentos produtivos; altos preços de alimentos significa altas taxas de salário = custos elevados para produção manufaturas. 1838 Anti Corn Law League 1843 The Economist 1846 Abolição da Lei Teoria da Renda da Terra Crescimento econômico depende de aumento produção alimentar (custo alimentos determina nível salarial) Pressão populacional (Malthus) => procura de cultivo de terras cada vez menos férteis até produção do mínimo necessário; noção de ´produtividade marginal decrescente´= utilização de terras cada vez menos férteis (pelo mesmo volume de capital/ trabalho menos produto) => dificuldade de providenciar alimento para crescente população : aumento da renda da terra Teoria da Renda da Terra É da posse das terras melhores que viria o excedente sobre o custo=> renda diferencial não entra nos custos de produção; é o custo de produção na terra marginal que defino preços dos bens agrícolas. Para evitar aumento salarial: importar alimentos inovação tecnológica na agricultura (as inovações tecnologicas aumentam produtividade marginais de fatores e com isso reduz efeito rendimentos decrescentes) Ricardo também defendeu controle natalidade e era contra Lei dos Pobres (compromisso do Estado com alimentação para pobres) Distribuição e Rendimentos Todos os agentes atuam racionalmente para maximizar seus rendimentos = adequar meios disponíveis (propriedade de que cada um dispõe no processo de intercâmbio) a seus fins (maximizar rendimentos) Comportamento racional – previsível Salários e Rendas direcionados para o consumo Lucros para acumulação/ consumo Lei de Ferro dos salários “ ...preço necessário para permitir que os trabalhadores, todos eles, subsistam e perpetuem sua raça, sem aumentá-la ou diminuí -la” => preço natural do trabalho Obs para Ricardo esse nível incluía: necessidades básicas as conveniências que, pelo hábito, lhe tornaram essenciais (padrão de vida convencional) Aumento capital – aumento demanda=> salários acima do salário natural => ajustamento natural: salários elevados => aumento população/ trabalhadores => queda salarial Salários como qualquer preço deve ser deixado à livre concorrência (sem interferência de legisladores) Comércio Internacional Lei das vantagens comparativas: Desde que custasse menos produzir tecido do que trigo na Inglaterra em comparação com os custos nos outros países, vale a pena alocar recursos na manufatura. Países devem se especializar naquele bem que tivessem vantagens comparativas em relação ao outro país. Assim todos se beneficiam com o livre comércio. Comércio Internacional Inovação com relação a Adam Smith: não é necessário um país ter uma vantagem absoluta, basta vantagem comparativa: garantir ganhos de especialização. Conceito custo de oportunidade: custo de oportunidade do produto A em termos do produto B é o volume do produto B que poderia ser fabricado com os recursos utilizados para produzir um dado volume do produto A. Exemplo Ricardo: vinho de Portugal x roupa da Inglaterra AlvXv + AlrXr = L L= oferta total de trabalho na economia Alv= horas de trabalho para produzir uma unidade de vinho Alr= horas de trabalho para produzir uma unidade de roupa Pr/Pv= Alr/Alv = preço relativo roupa/ vinho Exemplo Ricardo: vinho de Portugal x roupa da Inglaterra Alr/Alv não é igual a Blr/Blv A= Inglaterra B= Portugal Alr= 100 Alv = 120 Blr = 90 Blv= 80 Portugal apresenta vantagem absoluta maior na produção dos dois bens. E agora? Exemplo Ricardo: vinho de Portugal x roupa da Inglaterra (5) Blv/Blr = 80/90 < Alv/Alr= 120/100 Vantagem comparativa produtiva vinho para Portugal Portugal assim importa roupa de um país (Inglaterra) onde são requeridos o trabalho de 100h para produzir. Porque? Porque é vantajoso para Portugal empregar seu capital na produção de vinho pelo qual pode obter mais roupa da Inglaterra. Exemplo Ricardo: vinho de Portugal x roupa da Inglaterra Resultado: os dois podem consumir maior quantidade de bens pela existência de uma diferença nas produtividades relativas na produção de bens. Fonte de CI: diferenças nas produtividades de trabalho relativo entre países. Obs. Não importa o porque das diferenças de produtividade (climático, recursos naturais, tecnológico). Na prática Tratado de Methuen Portugal- Inglaterra 1703-1842: comércio vinho/ tecido seguindo doutrina ricardiana (vantagens comparativas): vinhos portugueses taxados 2/3 dos vinhos franceses 1) ampliação descontrolada da cultura do vinho em Portugal em detrimento das demais cultivos 2) provocou ruína da incipiente indústria têxtil naquele país 3) aumentou desequilíbrio na balança comercial portuguesa o que foi compensado pelo ouro de MG transferido assim para Inglaterra para financiar revolução industrial
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