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VESTIBULAR+ENEM 2017 W W W . G U I A D O E S T U D A N T E . C O M . B R arrow AULAS SOBRE OS TEMAS QUE MAIS CAEM NAS PROVAS Geografia Fundada em 1950 VICTOR CIVITA ROBERTO CIVITA (1907-1990) (1936-2013) Conselho Editorial: Victor Civita Neto (Presidente), Thomaz Souto Côrrea (Vice-Presidente), Alecsandra Zapparoli, Eurípedes Alcântara, Giancarlo Civita e José Roberto Guzzo Presidente Abril Mídia: Walter Longo Presidente Editora Abril: Alexandre Caldini Diretor Comercial: Rogério Gabriel Comprido Diretor de Vendas para Audiência: Dimas Mietto Diretor de Marketing: Tiago Afonso Diretora Digital e Mobile: Sandra Carvalho Diretor de Apoio Editorial: Edward Pimenta Diretora Editorial Abril: Alecsandra Zapparolli Diretor Editorial - Estilo de Vida: Sérgio Gwercman Diretor de Redação: Fabio Volpe Diretor de Arte: Fábio Bosquê Editores: Ana Prado, Fábio Akio Sasaki, Lisandra Matias, Paulo Montoia Repórter: Ana Lourenço Analista de Informações Gerenciais: Simone Chaves de Toledo Analista de Informações Gerenciais Jr.: Maria Fernanda Teperdgian Designers: Dânue Falcão, Vitor Inoue Atendimento ao Leitor: Carolina Garofalo, Sandra Hadich, Sonia Santos, Walkiria Giorgino CTI Eduardo Blanco (Supervisor) PRODUTO DIGITAL Gerente de Negócios Digitais: Marianne Nishihata Gerentes de Produto: Pedro Moreno e Renata Gomes de Aguiar Analistas de Produto: Elaine Cristina dos Santos e Leonam Bernardo Designers: Danilo Braga, Juliana Moreira, Simone Yamamoto Animação: Felipe Thiroux Estagiário: Daniel Ito Desenvolvimento: Anderson Renato Poli, Cah Felix, Denis V Russo, Eduardo Borges Ferreira, Elton Prado. Estagiário: Vinicius Arruda COLABORARAM NESTA EDIÇÃO Consultoria: Arno Aloisio Goettems Texto: Arno Aloisio Goettems e Yuri Vasconcelos Infografia e ilustração: 45 Jujubas (capa), Alex Argozino e Multi-SP Revisão: José Vicente Bernardo www.guiadoestudante.com.br GE GEOGRAFIA 2017 ed.9 (ISBN 978-85-5579-037-9) é uma publicação da Editora Abril. Distribuída em todo o país pela Dinap S.A. Distribuidora Nacional de Publicações, São Paulo. IMPRESSA NA GRÁFICA ABRIL Av. Otaviano Alves de Lima, 4400, CEP 02909-900 – Freguesia do Ó - São Paulo - SP 5GE GEOGRAFIA 2017 O passo final é reforçar os estudos sobre atualidades, pois as pro- vas exigem alunos cada vez mais antenados com os principais fatos que ocorrem no Brasil e no mundo. Além disso, é preciso conhecer em detalhes o seu processo seletivo – o Enem, por exemplo, é bem diferente dos demais vestibulares. arrow COMO O GE PODE AJUDAR VOCÊ O GE Enem e o GE Fuvest são verda- deiros “manuais de instrução”, que mantêm você atualizado sobre todos os segredos dos dois maiores vestibulares do país. Com duas edições no ano, o GE ATUALIDADES traz fatos do noticiário que podem cair nas próximas provas – e com explicações claras, para quem não tem o costume de ler jornais nem revistas. Um plano para os seus estudos Este GUIA DO ESTUDANTE GEOGRAFIA oferece uma ajuda e tanto para as provas, mas é claro que um único guia não abrange toda a preparação necessária para o Enem e os demais vestibulares. É por isso que o GUIA DO ESTUDANTE tem uma série de publicações que, juntas, fornecem um material completo para um ótimo plano de estudos. O roteiro a seguir é uma sugestão de como você pode tirar melhor proveito de nossos guias, seguindo uma trilha segura para o sucesso nas provas. O primeiro passo para todo vestibulando é escolher com clareza a carreira e a universidade onde pretende estudar. Conhecendo o grau de dificuldade do processo seletivo e as matérias que têm peso maior na hora da prova, fica bem mais fácil planejar os seus estudos para obter bons resultados. arrow COMO O GE PODE AJUDAR VOCÊ O GE PROFISSÕES traz todos os cursos superiores existentes no Brasil, explica em detalhes as carac- terísticas de mais de 260 carreiras e ainda indica as instituições que oferecem os cursos de melhor qualidade, de acordo com o ranking de estrelas do GUIA DO ESTUDANTE e com a avaliação oficial do MEC. Para começar os estudos, nada melhor do que revisar os pontos mais importantes das principais matérias do Ensino Médio. Você pode repassar todas as matérias ou focar apenas em algumas delas. Além de rever os conteúdos, é fundamental fazer muito exercício para praticar. arrow COMO O GE PODE AJUDAR VOCÊ Além do GE GEOGRAFIA, que você já tem em mãos, produzimos um guia para cada matéria do Ensino Médio: GE HISTÓRIA, Português, Redação, Matemática, Biologia, Química e Física. Todos reúnem os temas que mais caem nas pro- vas, trazem muitas questões de vestibulares para fazer e têm uma linguagem fácil de entender, permitindo que você estude sozinho. CAPA: 45 JUJUBAS 1 Decida o que vai prestar 2 Revise as matérias-chave 3 Mantenha-se atualizado APRESENTAÇÃO Os guias ficam um ano nas bancas – com exceção do ATUALIDADES, que é semestral. Você pode comprá-los também nas lojas on-line das livrarias Saraiva e Cultura. FALE COM A GENTE: Av. das Nações Unidas, 7221, 18º andar, CEP 05425-902, São Paulo/SP, ou email para: guiadoestudante.abril@atleitor.com.br CALENDÁRIO GE 2016 Veja quando são lançadas as nossas publicações MÊS PUBLICAÇÃO Janeiro Fevereiro GE HISTÓRIA Março GE ATUALIDADES 1 Abril GE GEOGRAFIA GE QUÍMICA Maio GE PORTUGUÊS GE BIOLOGIA Junho GE ENEM GE FUVEST Julho GE REDAÇÃO Agosto GE ATUALIDADES 2 Setembro GE MATEMÁTICA GE FÍSICA Outubro GE PROFISSÕES Novembro Dezembro CARTA AO LEITOR 6 GE GEOGRAFIA 2017 Do Big Bang aos dias de hoje, o planeta Terra já passou por intensas transformações nesses quase 5 bilhões de anos. As prin-cipais mudanças podem ser observadas através de uma linha do tempo conhecida como Escala de Tempo Geológica. Ela estabelece os grandes eventos pelo qual o planeta passou a partir de uma classificação em eras, períodos e épocas. A marca humana Faz 11.700 anos que estamos na época do Holoceno. Ou estávamos. Segundo os cientistas do Anthropocene Working Group, a influência da ação humana no meio ambiente já justificaria o início de um novo tempo geológico. O Holoceno já era: bem-vindo à época do Antropoceno. O nome vem do grego anthropos, que significa homem. Ou seja, vivemos na época dos humanos. De acordo com o estudo, as marcas que o homem vem deixando no planeta são tão intensas que já teriam provocado mudanças geológicas. Resíduos de plástico, concreto e alumínio, fuligem decor- rente da queima de combustíveis fósseis e radiação expelida por inúmeros testes nucleares, tudo isso já é facilmente encontrado em sedimentos na crosta terrestre e no oceano. A assinatura do homem no planeta é inequívoca. A questão é estabelecer quando teria começado a época do Antro- poceno. Segundo os cientistas, este novo tempo geológico começaria na década de 1950, quando houve uma expansão sem precedentes da população planetária e do consumo. 7GE GEOGRAFIA 2017 FERRO VELHO Veículos empilhados em um depósito na China: após poluir o ar com dióxido de carbono, os carros descartados agravam o problema do lixo 8 EM CADA 10 APROVADOS NA USP USARAM SEL O D E Q UA L ID A D E G U I A D O E S T U D A N T E O selo de qualidade acima é resultado de uma pes- quisa realizada com 351 estudantes aprovados em três dos principais cursos da Universidade de São Paulo no vestibular 2015. São eles: � DIREITO, DA FACULDADE DO LARGO SÃO FRANCISCO; � ENGENHARIA, DA ESCOLA POLITÉCNICA; e � MEDICINA, DA FACULDADE DE MEDICINA DA USP dot 8 em cada 10 entrevistados na pesquisa usaram algum conteúdo do GUIA DO ESTUDANTE durante sua preparação para o vestibular. dot Entre os que utilizaram versões impressas do GUIA DO ESTUDANTE: 88% disseram que os guias ajudaram na preparação. 97% recomendaram os guias para outros estudantes. TESTADO E APROVADO! A pesquisa quantitativa por meio de entrevista pessoal foi realizada nos dias 11 e 12 de Fevereiro de 2015, nos campi de matrícula dos cursos de Direito, Medicina e Engenharia da Universidade de São Paulo (USP). � Universo total de estudantes aprovados nesses cursos: 1.725 alunos. � Amostra utilizada na pesquisa: 351 entrevistados. � Margem de erro amostral: 4,7 pontos percentuais. CHINA DAILY/REUTERS Nesta época do Antropoceno, portanto, o estudo da Geografia física é indissociável da ação do homem. Como você verá neste GUIA, sob qualquer aspecto que você analisar a litosfera, a hidrosfera, a atmosfera e a biosfera, a marca humana é im- placável. Por isso, é fundamental estudar a disciplina com um olhar atento aos principais fatos da atualidade e compreender como a ação antrópica está alterando o planeta – tal como o Enem e os principais vestibulares exigem. Para ajudar você nessa tarefa, oferecemos um amplo conjunto de informações na forma de textos, resumos, simulados, mapas e infográficos. Para complementar o seu aprendizado de Geografia, também recomendamos o GUIA DO ESTUDANTE ATUALIDADES, que é lançado duas vezes por ano e aborda os aspectos mais relacionados aos temas contemporâneos da Geografia humana. Um abraço, arrow Fábio Sasaki, editor – fabio.sasaki@abril.com.br SUMÁRIO 8 GE GEOGRAFIA 2017 arrow Geografia VESTIBULAR + ENEM 2017 CARTOGRAFIA 10 Mapas em mutação As frágeis fronteiras do Oriente Médio 12 Elementos do mapa Dicas para entender os elementos cartográficos 14 Coordenadas geográficas Aprenda a identificar pontos no mapa 16 Fusos horários Como os países acertam os seus relógios 18 Tipos de mapa Os diferentes aspectos retratados pela cartografia 20 Projeções As formas de representar o espaço geográfico 22 Como cai na prova + Resumo Questões comentadas e síntese da seção LITOSFERA 24 A tragédia de Mariana Os danos ambientais provocados pela lama 26 Composição e estrutura geológica As camadas internas do planeta 28 Tipos de relevo Depressões, planaltos, planícies e montanhas 30 Placas tectônicas Os grandes blocos que modelam o relevo 32 Relevo em movimento A ação de forças internas e externas na Terra 36 Relevo do Brasil O processo de formação do terreno nacional 38 Recursos minerais Conheça suas características geológicas 40 Características dos solos Processo de formação e fertilidade 42 Deslizamentos e inundações Os efeitos da ocupação desordenada 44 Contaminação dos solos Um dos principais problemas ambientais 46 Como cai na prova + Resumo Questões comentadas e síntese da seção HIDROSFERA 48 Um problema global A crise hídrica afeta 70% da população mundial 50 A distribuição de água no planeta Onde está a água no globo 52 Água salgada Oceanos e mares ajudam a equilibrar a vida na Terra 56 Água doce As reservas que guardam o líquido que consumimos 58 Tsunami Tremores no fundo do mar provocam ondas de destruição 60 Bacias hidrográficas do Brasil As fontes de água de nosso território 62 Escassez hídrica no mundo Onde a falta de água já provoca crise 64 Escassez hídrica no Brasil Torneiras secas no Nordeste e no Sudeste 66 Poluição hídrica Os efeitos perversos da contaminação das águas 68 Como cai na prova + Resumo Questões comentadas e síntese da seção ATMOSFERA 70 Clima de mudança Os compromissos definidos pelo Acordo de Paris 72 Camadas da atmosfera A estrutura de gás que envolve o planeta 73 Meteorologia Os principais fenômenos que influenciam o clima 76 El Niño e La Niña Entenda esses fenômenos meteorológicos 77 Ciclone Os efeitos devastadores da perturbação atmosférica 78 Climas do mundo As características das dez classificações climáticas 80 Climas do Brasil Os seis principais grupos climáticos do país 82 Poluição do ar Os efeitos da emissão de gases nocivos à atmosfera 84 Aquecimento global As alterações climáticas causadas pelo homem 86 Os efeitos das mudanças climáticas Os riscos que podemos enfrentar 88 Energias renováveis As alternativas para evitar a poluição do ar 90 Acordo de Paris e Protocolo de Kyoto Redução das emissões em pauta 92 Como cai na prova + Resumo Questões comentadas e síntese da seção BIOSFERA 94 Em defesa da floresta Desmatamento volta a aumentar na Amazônia 96 Ecologia O ciclo natural que sustenta a vida no planeta 98 A evolução do planeta Infográfico mostra a origem da vida na Terra 100 Vegetação no mundo As características das formações vegetais 106 Biomas brasileiros A rica biodiversidade do país sob ameaça 110 Preservação e conservação Os mecanismos de proteção ambiental 111 Código Florestal Nova lei regulamenta o uso da terra no Brasil 112 Conferências ambientais Os eventos em que o ambientalismo é pauta 114 Como cai na prova + Resumo Questões comentadas e síntese da seção ATLAS 116 O mundo em resumo Um perfil socioeconômico e físico dos continentes 126 O Brasil em resumo As cinco regiões brasileiras em fatos e números RAIO X 132 As preciosas informações contidas nos enunciados das questões SIMULADO 134 32 questões para você aplicar os seus conhecimentos GLOSSÁRIO 146 Os principais conceitos básicos que você encontrará na publicação RAKESH BAKSHI/AFP ALTA VOLTAGEM Tempestade de relâmpagos em Jammu, na Índia: fenômeno elétrico é frequente durante o período das monções, entre abril e maio 9GE GEOGRAFIA 2017 10 GE GEOGRAFIA 2017 CARTOGRAFIA 1 CONTEÚDO DESTE CAPÍTULOarrow Os elementos cartográficos ..........................................................................12arrow Coordenadas geográficas ..............................................................................14 arrow Fusos horários ..................................................................................................16 arrow Tipos de mapas .................................................................................................18 arrow Projeções cartográficas ..................................................................................20 arrow Como cai na prova + Resumo .......................................................................22 O avanço implacável do grupo extremista Estado Islâmico (EI) intensificou os con-flitos na já turbulenta região do Oriente Médio. Dotada de uma forte capacidade militar e operacional, a organização aproveitou-se dos conflitos sectários no Iraque e da guerra civil na Síria para conquistar vastos territórios nesses dois países. Em 2014, o EI desafiou a ordem mundial e anunciou a criação de um califado nas áreas ocupadas, ainda que esse suposto império islâmico não tenha legitimidade nem mesmo dentro do mundo árabe-muçulmano. A tentativa de reconfigurar as frágeis fronteiras do Oriente Médio não é inédita na região. Com o desmembramento do Império Otomano, em 1920, o mapa do Oriente Médio foi redesenhado pelas mãos do Reino Unido e da França, por meio do Acordo Sykes-Picot. Para manter seus interesses estratégicos na região, as duas potências imperia- listas vencedoras da I Guerra Mundial (1914-1918) estabeleceram suas áreas de dominação direta. Essas novas fronteiras artificiais redefiniram a ordem política do Oriente Médio. Civilizações milenares, que tinham fortes laços culturais em comum, foram separadas. Da mesma forma, popu- lações com profundas divisões étnicas e religiosas foram agrupadas. Tudo para atender aos interesses econômicos das grandes potências ocidentais. A atual instabilidade no Oriente Médio re- presenta a mais intensa ameaça a suas frágeis fronteiras dos últimos anos. Além da ocupação de grande parte de seu território pelo EI, a Síria cor- re o risco de se desmembrar em virtude da brutal guerra civil, na qual diversas forças controlam uma determinada parte do país. Os curdos, por exemplo, são uma etnia que reivindica um Estado próprio e conquistaram autonomia em grandes áreas no norte do Iraque e da Síria. Somada a esse cenário caótico, ainda há a histórica reivindicação da Palestina pela criação de um Estado próprio nos territórios ocupados por Israel. Essa situação evidencia a instabilidade das fron- teiras políticas mundiais e como os mapas estão sempre sujeitos a mutações que refletem a criação de novos países. A última vez que o mapa-múndi sofreu uma alteração foi em 2011, com a cria- ção do Sudão do Sul. Neste capítulo, você fica sabendo mais sobre as diferentes formas de apresentar os mapas, sua utilidade e como fazer a leitura adequa- da das representações cartográficas. O avanço do grupo extremista Estado Islâmico, a guerra na Síria e o fortalecimento da população curda podem reconfigurar as fronteiras do Oriente Médio Mapas em mutação CONFLITO MAPEADO O general William Myville Jr., diretor de operações do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, mostra mapa com os bombardeios norte-americanos às bases do grupo Estado Islâmico, em setembro de 2014 11GE GEOGRAFIA 2017 BRENDAN SMIALOWSKI/AFP 12 GE GEOGRAFIA 2017 CARTOGRAFIA OS ELEMENTOS CARTOGRÁFICOS A cartografia é dotada de uma linguagem própria, com símbolos, indicadores e representações. Veja a seguir algumas dicas para interpretar corretamente os mapas Tudo começou quando o homem pré-histórico passou a desenhar no interior das cavernas a loca- lização de seu entorno. Foi assim que surgiram os primeiros mapas. À medida que o homem foi conquistando novos espaços, cruzando mares e aprimorando as técnicas cartográficas, os mapas se tornaram mais sofisticados. Hoje, com a ajuda de poderosos satélites, até mesmo as mais inóspitas regiões do planeta são reproduzidas com alta precisão. Com o passar dos séculos, os mapas tiveram importantes funções estratégi- cas: ajudaram a impulsionar a expansão marítimo-comercial europeia no século XV e atualmente são fundamentais para que as administrações públicas desen- volvam projetos de organização territo- rial. Com os mapas, é possível realizar variados tipos de levantamento, seja ele político, socioeconômico ou ambiental. Por isso, eles são imprescindíveis ao estudo da geografia física e humana e à compreensão dos principais temas que movem o mundo. Qualquer representação geométri- ca da superfície terrestre, ou mesmo de parte dela, pode ser considerada um mapa – desde o desenho pouco apurado do homem pré-histórico até o mais completo planisfério produzido pela Nasa recentemente. Sejam eles rudimentares, sejam eles complexos, é importante ressaltar que os mapas possuem uma linguagem própria, com símbolos, indicadores e representações que facilitam sua interpretação. Conhe- ça mais os recursos utilizados pelos cartógrafos para reproduzir diferentes informações gráficas. TÍTULO O título é a nossa primeira aproximação com o mapa. Observá-lo com atenção pode “encurtar” o caminho da sua leitura e compreensão, pois nos permite conhecer, de imediato, qual é o conteúdo representado. Em geral, vem acompanhado do ano em que os dados foram coletados. LEGENDA A legenda é um dos elementos mais importantes do mapa, pois dá significado aos indicadores nele representados. Ela informa se os dados são percentuais ou absolutos, além do significado de cores, símbolos, linhas e demais recursos utilizados. A leitura da legenda deve ser feita em conjunto com a visualização da distribuição dos dados no mapa. Neste exemplo, as manchas mais escuras mostram os locais onde há maior concentração de pessoas por quilômetro quadrado. Note que o mapa não fornece os nomes dos países. Essas informações você pode aprender por meio da leitura atenta dos mapas políticos. Trata-se, aliás, de uma dica interessante: os mapas sempre se complementam. Portanto, ao estudar Geografia, lembre-se de olhar para os mapas com a mesma atenção que você olha para os textos, fotografias, gráficos e tabelas. O fascinante universo dos mapas FONTE A fonte informa a origem (instituição, pesquisa etc.) dos dados utilizados para compor o mapa. 13GE GEOGRAFIA 2017 ROSA DOS VENTOS A rosa dos ventos indica a orientação geográfica, ou seja, para que lado se encontram, no mapa, os pontos cardeais (Norte, Sul, Leste e Oeste). Pode parecer bem óbvio que o Norte esteja na parte superior do mapa, pois esta é uma convenção internacional. Entretanto, em alguns tipos de mapas, como as plantas cartográficas e em projeções azimutais ou planas, o Norte nem sempre se encontra na parte superior do mapa. ESCALA A escala indica a relação entre o espaço verdadeiro e seu correspondente no mapa. A escala gráfica apresentada no mapa acima mostra que 1 centímetro equivale a 1.237,5 quilômetros nas dimensões reais. Já a escala numérica do mapa ao lado nos mostra que cada centímetro reproduzido equivale a 55,5 milhões de centímetros – ou 555 quilômetros nas dimensões reais. Ao analisar os dois mapas, também é possível comparar reproduções cartográficas feitas em escalas pequenas e grandes. No mapa acima, reproduzido em uma escala pequena é possível identificar os continentes, a divisão política dos países e os oceanos, além dos locais com maior concentração de habitantes. Já no mapa ao lado, em escala maior, vemos uma área mais restrita – no caso, o território brasileiro. Assim, é possível observar os detalhes do contorno do país e identificar com mais precisão as áreas de maior densidade demográfica. 14 GE GEOGRAFIA 2017 CARTOGRAFIA COORDENADAS GEOGRÁFICAS Para encontrar determinado lu-gar, como a casa de alguém ou um órgão público, precisamos de um endereço, não é mesmo? Sa- bendo o nome da cidade, do bairro, da rua e o número da casa, chegaremos ao destino. No entanto, nem todas as regiões do planeta têm um endereço com essas informações. Por isso, para obtermos a localização de qualquer ponto ou área da superfície terrestre, BRASÍLIA EQUADOR 15º47’S 47º55’O MERIDIANO DE GREENWICH TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO CÍRCULOPOLARANTÁRTICO CÍRCULO POLAR ÁRTICO TRÓPICO DE CÂNCER utilizamos as coordenadas geográficas. Trata-se de um sistema obtido a partir do cruzamento de uma rede de linhas imaginárias – os meridianos e paralelos: • Os meridianos cruzam a Terra no sentido norte-sul, de um polo ao outro do globo. Os meridianos nos indicam a longitude, que é a distância expressa em graus entre um local no mapa e o meridiano de Greenwich. Localização precisa Um sistema de eixos horizontais e verticais constituem as coordenadas geográficas, que nos ajudam a identificar qualquer posição na superfície terrestre • Os paralelos são linhas perpendiculares aos meridianos, que cruzam a Terra no sentido leste-oeste. Eles determinam a latitude, também expressa em graus, e nos indica a distância entre um local no planisfério e a linha do Equador. Para localizar qualquer ponto na su- perfície terrestre é só fazer o cruzamento do meridiano com o paralelo e obter os dados referentes a latitude e longitude. MERIDIANO DE GREENWICH O meridiano de Greenwich, que ganhou esse nome por passar pela cidade de Greenwich, na Inglaterra, divide o planeta em Ocidente e Oriente. A partir dele, as distâncias são contabilizadas de zero a 180 graus, tanto para leste quanto para oeste. A longitude de um lugar é a sua distância até o meridiano de Greenwich – quanto mais distante, maior será sua longitude. A longitude de Brasília, por exemplo, é de 47º55’O – lê-se 47 graus e 55 minutos de longitude oeste. Ou seja, Brasília está a cerca de 47 graus a oeste do meridiano de Greenwich. Também é comum informar no lugar das iniciais dos pontos cardeais (N, S, L e O) um sinal de + (positivo) para as latitudes norte e longitudes leste e, em contrapartida, um sinal de – (negativo) para as latitudes sul e longitudes oeste. LINHA DO EQUADOR A linha do Equador é equidistante em relação aos polos Norte e Sul da Terra e serve como referência para traçar os paralelos, como os trópicos de Câncer e Capricórnio e os círculos polares Ártico e Antártico. Ela divide o planeta em porção norte, ou setentrional, e sul, ou meridional. As linhas que partem do Equador são divididas de zero a 90 graus para as duas direções. A latitude de um lugar é determinada por sua distância em relação à linha do Equador – quanto mais longe, mais alta é a latitude de um ponto. A latitude de Brasília, por exemplo, é 15º47’S – lê-se 15 graus e 47 minutos de latitude sul. Ou seja, a cidade fica a pouco mais de 15 graus ao sul da linha do Equador. 15GE GEOGRAFIA 2017 POR QUE AS COORDENADAS SÃO MEDIDAS EM GRAUS? Geralmente as distâncias são medidas em metros ou quilômetros. Por que então a latitude e a longitude são medidas em graus? Ocorre que, apesar de a maioria dos planisférios não mostrar isso, estamos tratando da medida de uma superfície curva, pois a Terra tem a forma arredondada. Assim, essas medidas equivalem à abertura do ângulo entre as linhas imaginárias traçadas a partir do centro da Terra até a linha do Equador (latitude) e do centro da Terra até o Meridiano de Greenwich (longitude). Veja o exemplo de Brasília, nas figuras abaixo: SAIBA MAIS BÚSSOLAS, PORTULANOS E GPS Da Idade Média (séculos V a XV) ao período das Grandes Navegações (séculos XV a XVII), a localização geográfica era obtida por meio da observação dos astros – a posição do Sol durante o dia e das cons- telações e da Lua à noite, por exemplo. As distâncias e as direções a serem seguidas eram obtidas pela leitura atenta da bússola e das Cartas Portulanas ou Mapas Portulanos. A bússola, cuja invenção é creditada aos chineses, foi fundamental para a navegação marítima no período das Grandes Navegações. Sua agulha imantada alinha-se com os polos magnéticos Norte e Sul da Terra e, dessa forma, permite que o navegador possa localizar-se e seguir na direção desejada. O desenvolvimento das Cartas Portulanas também facilitou a navegação, à medida que traziam as linhas de rumo para orientar o trajeto das embarcações, além de mostrar detalhes do litoral e a indicação dos principais portos, baías e cidades, como mostra este exemplo que representa o Mar Mediterrâneo e o seu entorno. Atualmente, dispomos de tecnologias infinitamente mais precisas para obter as coordenadas geográficas e identificar praticamente qualquer lugar no planeta. Esses dados são facilmente levantados pelo GPS (Global Positioning System), um sistema composto por 24 satélites que fornece a um aparelho receptor sua posição exata na superfície terrestre. As informações são visualizadas a partir de aparelhos de GPS, celulares e computadores de bordo em automóveis, aviões e navios e são fundamentais para a navegação terrestre, marítima ou aérea hoje em dia. [1] ALEX ARGOZINO [2] REPRODUÇÃO [1] [2] Fonte: Atlas Geográfico Mundial. Editora Fundamento, 2007. p. 4 16 GE GEOGRAFIA 2017 CARTOGRAFIA FUSOS HORÁRIOS Os fusos horários foram estabele-cidos porque, em razão do mo-vimento de rotação da Terra, as várias porções da superfície terrestre são iluminadas de forma diferencia- da no decorrer do dia. Para dar uma volta completa em torno de si, o pla- neta gira 360º e faz isso em um dia, ou seja, em 24 horas. Dessa forma, foram determinadas 24 faixas longitudinais (no sentido norte-sul do globo) de 15º. Cada faixa, denominada de fuso horário teórico ou astronômico, corresponde, portanto, a 1 hora. O fuso de referência do horário mun- dial é o de Greenwich, localidade situa- da em Londres, na Inglaterra. Esse fuso se estende 7º 30’ a oeste e 7º 30’ a leste do Meridiano de Greenwich, também chamado de Meridiano 0º. A partir dele, foram definidos os demais fusos teóricos – indo para leste, acrescenta- -se uma hora a cada fuso; para oeste, subtrai-se uma hora. Entretanto, esses limites teóricos dos fusos horários, delimitados a cada 15º, não coincidem com os limites dos países. Por isso, foram criados os fusos horários práticos, também conhecidos como fusos civis ou políticos. Esses fusos respeitam os limites políticos dos países, pois consideram os interesses de cada nação em fazer parte de um ou de outro fuso, de acordo, por exemplo, com a integração econômica, política e sociocultural com as regiões vizinhas. Como os limites das linhas são uma convenção, os fusos acabam sendo maleáveis. Em novembro de 2013, por exemplo, o Brasil passou a ter quatro fusos horários, em vez de três. Com a medida, os fusos do estado do Acre e de parte do Amazonas foram modifica- dos, a partir de uma leve adaptação do meridiano. E essas mudanças ocorrem no mundo todo. Em 2010, a Rússia, que, com sua vastidão territorial tinha 11 fusos horários, decidiu reduzir para nove. Além disso, alguns países ado- tam as chamadas “horas fracionadas”, como o Irã (3 horas e meia a mais em relação ao fuso de Greenwich) e a Índia (5 horas e meia a mais em relação ao fuso de Greenwich). Acertando os ponteiros Com base nos meridianos e no sistema de rotação da Terra, o sistema de fusos horários ajuda a organizar as horas em diversas localidades do globo TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO TRÓPICO DE CÂNCER CÍRCULO ANTÁRTICO CÍRCULO ÁRTICO EQUADOR A N T Á R T I C A Brasília Lima Cidade do México Ilhas Galápagos Honolulu Tonga Georgetown Dacar Trípoli Cairo Berlim Luanda Cidade do Cabo Maputo Jerusalém Riad Nairóbi Adis-Adeba Moscou Samara Teerã Astana Nova Délhi Pequim Tóquio Hong Kong Seul Pyongyang Jacarta Melbourne Sydney Manila Lisboa Londres Paris Bogotá Cidade do Panamá Nova York Ottawa Washington Vancouver Los Angeles San Francisco Tijuana Buenos Aires +13 +13 -3 -4 +9 +5 +3 +4 +12 -9 Wellington Reykjavik Ilhas da Linha Ilhas Marquesas Ilha Pitcairn Ilha de Páscoa Ilhas Malvinas Ilhas Geórgia do Sul Taiti Paramaribo Belém La Paz Rio Branco Cuiabá Assunção Manaus Caracas Santo Domingo Quito Seattle Edmonton Anchorage Whitehorse Açores Samoa Santiago Montevidéu Houston Miami Havana New Orleans Chicago St. Louis Halifax St. John’s MontrealWinnipeg Denver Phoenix Túnis Argel Casablanca Lagos Abidjan Johannesburgo Antananarivo Cartum Campala Lusaka Kinshasa Windhoek Fernando de Noronha Bagdá Murmansk Helsinque São Petersburgo Roma Viena EstocolmoOslo Istambul Atenas KievVarsóviaDublin Madri Meca Mascate Yangun Bangcoc Dili Adelaide Brisbane Perth Cingapura Colombo Mumbai Karachi Calcutá Katmandu Lhasa Ashkhabad Tashkent Cabul Xi’an Ulan Bator Irkutsk Vladivostok Xangai Taipé Petropavlovsk Magadan YakutskYekaterinburgo Ilhas Chatham Oceano Pacífico Oceano Pacífico Oceano Ártico Oceano Ártico Oceano Atlântico Oceano Índico Manágua Kiribati +3 Omsk +6 +8 +5 Hanói 1h 2h 3h 4h 5h 6h 7h 8h 9h 10h 11h 12h 13h 14h 15h 16h 17h 18h 19h 20h 21h 22h 23h 0h0h -12 +12-11 +11-10 +10-9 +9-7 +7-6 +6-5 +5-4 +4-3 +3-2 +2-1 +10-8 +8 150º O 120º 90º 60º 60º 90º 120º 150º L 180º180º 30º 30º0º Horário Universal de Greenwich Horário fracionado Linha Internacional de Data +8 Novosibirsk Krasnoyarsk Bucareste Fonte: World Time Zone N 1.780 km OLHA A HORA! Para determinar o horário em um país, deve-se aumentar uma hora no relógio para cada fuso a leste de Greenwich e diminuir uma hora para cada fuso a oeste dele 17GE GEOGRAFIA 2017 HORÁRIO DE VERÃO Com o horário de verão, o Brasil mantém seus quatro fusos, mas muda a disposição deles, pois as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste adiantam o relógio em uma hora. O objetivo é aproveitar melhor a luz solar, já que, durante o verão, quan- to maior a latitude, maior o fotoperíodo – o Sol nasce mais cedo e se põe mais tarde. A medida provoca uma importante redução no consumo de energia durante os horários de maior consumo, sobretudo das 18h às 20h, o que reduz a sobrecarga no sistema elétrico e os riscos de apagões. Nos estados localizados em latitudes mais baixas (mais próximos da linha do Equador), como no Nordeste, Norte e Centro-Oeste, há pouca variação do fotoperío- do e, por isso, não compensa fazer a mudança para o horário de verão. Nesses estados, mes- mo que houvesse alguma economia de energia à tarde, a mudança provocaria um aumento no consumo de energia no início da manhã. O horário de verão começa no terceiro domin- go de outubro e termina no terceiro domingo de fevereiro. Se neste último for carnaval, o encerramento fica para o domingo seguinte. COREIA DO NORTE ATRASA HORÁRIO EM 30 MINUTOS E ADOTA ‘HORA DE PYONGYANG’ A Coreia do Norte anunciou nesta sexta-feira (7) a adoção da “hora de Pyongyang”, que exigirá um atraso de todos os relógios do país em 30 minutos a partir de 15 de agosto. Com a decisão, a “hora de Pyogyang” será GMT + oito horas e meia, 30 minutos mais tarde que na Coreia do Sul, que tem a mesma hora do Japão, GMT + 9. A alteração do horário no país foi aprovada na quarta-feira pelo Parlamento norte-coreano, e marcará o 70º aniversário da libertação da península coreana do reinado colonial japonês (1910-1945).(...) Na era pré-colonial, a hora da Coreia era GMT + 08H30, o que foi modificado pelo Japão em 1912.(...) G1, 7/8/2015 SAIU NA IMPRENSA OS FUSOS HORÁRIOS DO BRASIL Exemplos da variação dos horários nos fusos brasileiros quando em Londres (fuso de referência) são 15 horas As regiões Sul, Sudeste e Nordeste, o Distrito Federal e os estados de Goiás, do Tocantins, Pará e Amapá acompanham o horário de Brasília. Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Roraima e a maior parte do Amazonas têm uma hora a menos. Já um pequeno trecho do Amazonas e o Acre passaram a ter duas a menos que Brasília com a mudança de fuso implementada em 2013. Com as alterações, o Brasil ficou com quatro fusos horários. No alto, os relógios mostram os diversos horários quando é meio-dia em Brasília. Note como Fernando de Noronha e as ilhas oceânicas estão mais “adiantados” em relação aos horários do Brasil continental: nessas regiões já são 13 horas. DF PA GO AP MA PI BA CE PE SP RJ ES AC AM RR RO MT MS PR SC MG TO RS 11h10h 12h 13h Atol das Rocas (RN) 3’52’S 33’50’O Penedos de S. Pedro e S. Paulo (RN) 3’56’S 29’22’O Fernando de Noronha (PE) 3’50’S 32’24’O *Em relação ao horário de Greenwich -4h -5h -2h -3h FUSO HORÁRIO* RN PB AL SE 1h entram no horário de verão não entram no horário de verão SAIBA MAIS 18 GE GEOGRAFIA 2017 Grandes Lagos Aconcágua 6.959 m Mte. McKinley 6.194 m Amazon as Cordilheira dos Andes Apa lac hes Pico da Neblina 3.014 m Sã o F ra nc isc o M iss iss ipp i M ontanhas Rochosas CARTOGRAFIA TIPOS DE MAPA Veja como as diversas formas de representar o espaço geográfico podem alterar o modo como enxergamos o planeta Representação: é essa a ideia que norteia a construção de um mapa. Ocorre que, obvia- mente, o tamanho e a complexidade do planeta não cabem no papel. Desse modo, é preciso fazer escolhas para conseguir mostrar, num espaço tão res- trito, o máximo daquilo que comporta o mundo real. Dessas escolhas é que resultam as diversas maneiras de representar um território, que pode se dar com base em focos variados, como seus aspectos físicos, políticos ou sociais. Cada um desses recortes, por sua vez, abarca ou- tras subdivisões. A representação física do planeta, por exemplo, engloba mapas de hidrografia e relevo, entre outros. Todas essas divisões são importantes tanto por seu caráter teórico, ao faci- litar o estudo de uma área, quanto pela aplicação prática desse conhecimento, ao nortear a implantação de políticas de saúde ou ambientais. Entretanto, com tantas possibilidades, é preciso atenção na hora de ler os ma- pas e avaliar as conclusões tiradas com base em sua análise. Afinal, como vimos, eles mostram apenas uma parte da re- alidade. Assim, dependendo do ponto de vista adotado para sua construção, eles podem acabar servindo para in- fluenciar – positiva ou negativamente – o modo como enxergamos determina- da área ou algum fenômeno. Confira a seguir alguns dos principais tipos de mapas e o que eles representam. Vários mapas, diferentes leituras MAPAS FÍSICOS Este tipo de mapa destaca as características físicas da superfície terrestre, em especial de relevo e hidrografia. Geralmente, as diferentes faixas de altitudes são apresentadas por meio de uma sequência de cores: nas terras emersas, os tons em verde são usados para altitudes mais baixas, seguidos do amarelo, laranja e marrom, sucessivamente, para as altitudes mais elevadas. Também constam nos mapas físicos denominações das unidades de relevo que se destacam no território, como cadeias montanhosas, serras, planaltos e planícies, bem como os picos mais elevados. Quanto à hidrografia, são representados com traços azuis os grandes rios e seus principais afluentes e subafluentes. Os principais lagos também são identificados. MAPAS POLÍTICOS É este recorte que dá aos mapas a cara que mais conhecemos: os continentes divididos em países, os países divididos em regiões e estas, em cidades (veja, ao lado, os 35 países do continente americano). Seu objetivo é simplesmente demarcar os limites entre territórios, que podem mudar no decorrer dos anos. As fronteiras entre as nações, por exemplo, sofreram muitas mudanças no decorrer da história. As atualizações do mapa-múndi atingiram número recorde no século XX, por causa do turbilhão de eventos ocorridos no período, como o desmembramento da ex-União Soviética. A mais recente alteração no mapa político ocorreu em 2011, com o desmembramento do Sudão, que deu origem ao Sudão do Sul. Em suma, aparecer ou não no mapa significa ter a própria existência reconhecida pelo resto do mundo. 19GE GEOGRAFIA 2017 VOCÊ SABIA? ANAMORFOSES, OS MAPAS DISTORCIDOS Os mapas têm como objetivo apresentar de forma mais fiel possível o espaço geográfico, certo? Mais ou menos. Existem alguns tipos de representação cartográfica que distorcem o tamanho e o traçado das regiões para reforçar o efeito comparativo sobre o tema apresentado. Esses mapas recebem o nome de anamorfoses e costumam cair nos vestibulares com certa frequência. Nesta anamorfose, o tamanho de cada país é proporcional ao seu Produto Interno Bruto (PIB) e não à sua extensão territorial. Logo, chama a atenção o aumento de tamanho dos Estados Unidos, dono da maior economia do mundo, com 17,4 trilhões de dólares. Por sua vez, note como o Canadá, que tem a segunda maior extensão territorial do planeta, atrás apenas da Rússia, ficou representado de uma forma bem menor nesta anamorfose. Isso acontece porque o gigantismo de sua área não é proporcional ao seu PIB. Já o mapa do Brasil apresenta poucas distorções na comparação entre economia e área. MAPAS TEMÁTICOS São mapas que representam dados sobre determinados temas, permitindo observar as características de uma região e estabelecer comparações entre os países apresentados. Os temas abordados podem ser os mais diversos, da economia à cultura, passando por demografia e meio ambiente. Neste exemplo, os países da América são agrupados a partir de sua classificação no ranking mundial do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O indicador, apurado pela Organização das Nações Unidas (ONU), serve para medir as variações no padrão de qualidade de vida das diferentes populações do globo, levando em conta três fatores: educação, longevidade e renda. Ao observarmos o mapa de IDH do continente americano acima, notamos que Estados Unidos, Canadá, Chile e Argentina são as únicas nações com IDH muito alto, enquanto o Haiti é a única nação com baixo desenvolvimento humano. O Brasil, junto com países como Venezuela e México, tem IDH alto. Índice de Desenvolvimento Humano (2014) Muito Alto Alto Médio Baixo Dados não disponíveis Estados Unidos Canadá Argentina Chile Cuba Venezuela Haiti Brasil México PARA IR ALÉM Confira dezenas de anamorfoses sobre os mais diversos temas no site www.worldmapper.org. Estados Unidos Canadá Brasil 20 GE GEOGRAFIA 2017 CARTOGRAFIA PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS Ao longo dos séculos, os cartó-grafos vêm se empenhando em desenvolver mapas-múndi da forma mais fiel possível. O problema é que a Terra tem um formato esférico, com um leve achatamento nos polos. O maior desafio na criação dos mapas, portanto, é representar este planeta esférico em uma superfície plana. Para ter uma ideia da dificuldade de fazer essa transposição, no decorrer dos anos surgiram mais de 200 tipos de projeção cartográfica. E todas apresentam algum tipo de distorção. Forma e conteúdo O desafio de reproduzir a superfície esférica da Terra pp em um mapa plano levou ao p surgimento de uma infinidade p pp de projeções cartográficas. gg Conheça a seguir os tipos p j ç gj ç g mais comuns ç Equador Gr ee nw ic h Trópico de Capricórnio Trópico de Câncer 60˚ 60˚ 20˚ 20˚ Trópico de Câncer Equador 180˚ 160˚ 140˚ 120˚ 100˚ 80˚ 60˚ 40˚ 20˚ 0˚ Greenwich Polo Norte PROJEÇÃO CILÍNDRICA Este tipo de projeção é produzido como se um cilindro envolvesse a esfera terrestre e fosse então planificado. A projeção cilíndrica ainda consegue representar com menos distorções as baixas latitudes. PROJEÇÃO CÔNICA Neste tipo de projeção, a representação é feita como se um cone envolvesse o planeta e depois fosse planificado. Essa projeção é utilizada para mapas de latitudes médias, pois nessa região a distorção é menor. PROJEÇÃO PLANA OU AZIMUTAL O mapa é construído sobre um plano que tangencia algum ponto da superfície terrestre. Seu uso mais comum é para melhorar a visibilidade das regiões polares e de suas proximidades. AS DIFERENTES REPRESENTAÇÕES DA ESFERA TERRESTRE Dependendo da figura geométrica utilizada para desenvolver o mapa, as projeções podem ser classificadas da seguinte forma: 21GE GEOGRAFIA 2017 CONFORME Prioriza a forma, ou seja, o contorno dos continentes e oceanos e distorce a área, principalmente nas latitudes maiores. Na Projeção de Mercator ao lado, a Groenlândia, que tem cerca de 2,8 milhões de quilômetros quadrados, aparece no mapa com quase o mesmo tamanho da África, com seus mais de 30 milhões de quilômetros quadrados. EQUIVALENTE Mantém a equivalência da área, ou seja, a proporção entre as áreas reais e sua representação nos mapas. No entanto, as formas ficam distorcidas, como a América do Sul e a África, que aparecem mais alongadas no mapa, como se nota na Projeção de Peters. EQUIDISTANTE Representa com maior fidelidade as distâncias, por isso é frequentemente adotada para definir rotas aéreas e marítimas. No entanto, ela distorce as formas e as áreas. As projeções planas ou azimutais, descritas na página ao lado, também são consideradas equidistantes. ARBITRÁRIA OU AFILÁTICA Não se prende totalmente a nenhuma regra, distorcendo tanto a área como a forma, porém sem exagerar essas distorções, buscando um resultado mais equilibrado. O exemplo mais representativo é a Projeção de Robinson, utilizada na maior parte dos atlas e livros escolares. DIFERENTES PROJEÇÕES CAUSAM POLÊMICA As projeções também podem ser classificadas de acordo com os parâmetros utilizados para conservar ou distorcer as áreas: SAIBA MAIS AS IMAGENS DE SATÉLITES Os satélites são instrumentos essenciais para a obtenção de imagens da superfície terres- tre com grande riqueza de detalhes. A partir dessas informações, os cartógrafos produzem mapas temáticos, monitoram problemas am- bientais, como o desmatamento e a poluição das águas, descobrem novas riquezas, como ja- zidas minerais, entre inúmeras outras funções. A obtenção de imagens de satélite faz parte de um conjunto de técnicas conhecidas como sen- soriamento remoto. Como a própria expressão já diz, trata-se de uma forma de obter imagens com sensores localizados à distância. Depen- dendo das variações que as características físi- cas da superfície terrestre apresentam, ocorrem diferentes índices de reflexão da luz solar ou das radiações dos sensores ativos dos satélites. As águas, por exemplo, tendem a absorver maior quantidade de energia, enquanto construções (prédios, estradas, pontes etc.) ou mesmo o solo exposto refletem mais a energia incidente. Desta forma, é possível identificar as características naturais e da ocupação humana de uma deter- minada área. Existem ainda filtros utilizados para realçar alguma caraterística, como as variações do relevo, dos recursos minerais, da vegetação ou das águas, por exemplo. CORES E TEXTURAS Nesta imagem da região metropolitana de São Paulo, as porções de água estão representadas na cor preta, as áreas urbanizadas na cor rosa, a vegetação na cor verde e o solo exposto na cor marrom INPE 22 GE GEOGRAFIA 2017 COMO CAI NA PROVA 1. (Fuvest 2014) Observe estes mapas: a) Identifique duas diferenças significativas entre os mapas, quanto à forma de representação cartográfica. b) Qual era o principal objetivo de cada mapa, considerando os diferentes contextos históricos em que foram criados? RESOLUÇÃO a)Uma primeira diferença são tecnologias distintas: em 1519, as técnicas de produção de mapas eram rudimentares, se comparadas às utilizadas atualmente. No caso s do primeiro mapa, um Portulano utilizado no período das grandes navegações, as informações apresentadas eram pouco precisas quanto à localização dos fenômenos representados e à delimitação do território brasileiro. Já o mapa de 2009 conta com técnicas como projeção cartográfica, escala, legenda e divisão política. Outra diferença é quanto ao conhecimento científico acumulado sobre o território. Em 1519, como eram escassos os conhecimentos sobre a vegetação brasileira, o mapa era preenchido por ilustrações (legenda pictórica). O mapa de 2009 apresenta os principais tipos de vegetação do país em sua cobertura original, revelando maior precisão quanto aos seus limites como resultado de estudos científicos sistemáticos. b)No mapa de 1519 evidencia-se o caráter descritivo, voltado para a representação dos recursos naturais existentes nas colônias ou terras que estavam sendo dis- putadas pelas grandes metrópoles. O mapa de vegetação publicado em 2009 tem uma conotação científica e seu objetivo é representar, com a precisão permitida pela escala adotada, as áreas de cobertura original das formações vegetais em território brasileiro. 2. (IFSC 2014 – adaptada) A seguir, apresentam-se os dados de uma passagem de avião comprada de Santarém/PA para Manaus/AM: Voo: D5Z81 Data: 28/07/2012 Itinerário: Saída: STM – Santarém/PA – Horário: 15:00 Chegada: MAO – Manaus/AM – Horário: 15:15 Tendo em vista os dados apresentados na passagem sobre o tema fusos horários, assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S). a) A viagem entre Santarém/PA e Manaus/AM dura, na verdade, 1 hora e 15 minutos, porque as duas cidades estão em fusos horários diferentes. b) O fuso horário de Santarém é o mesmo que o de Brasília, e o de Manaus está 1 (uma) hora adiantado em relação ao fuso da capital federal; por esse motivo é que a diferença entre o horário de saída e o de chegada é de apenas 15 minutos. c) Desde junho de 2008, todo o território do estado do Pará, onde se localiza Santarém, está sob o horário de Brasília durante a maior parte do ano. d) Uma passagem de avião, emitida no dia 12 de dezembro de 2012, com saída de Santarém/PA, marcada para as 15 horas, teria impresso, como horário de chegada em Manaus/AM, 16 horas e 15 minutos, já que, durante o período do horário de verão, as duas cidades passam a ter a mesma hora legal. e) O percurso de avião entre Santarém/PA e Manaus/AM é realizado de leste para oeste, e por isso, ao atravessar o fuso horário, deve-se atrasar o relógio. f)Um percurso de avião do Recife/PE para o arquipélago de Fernando de Noronha, realizado durante a mesma data e horário de saída, teria também a mesma hora de chegada, se levasse um tempo de voo igual ao da rota entre Santarém/PA e Ma- naus/AM, já que comparativamente possuem a mesma diferença de fuso horário. RESOLUÇÃO A questão rerr quer o conhecimento dos fusos horários do Brasil e a localização das cidades de Manaus (AM) e Santarém (PA). Veja o mapa e os comentários a seguir. a) CORRETA – A cidade de Manaus, por estar localizada um fuso a oeste da cidade de Santarém, tem uma hora a menos. Assim, quando o avião chegou em Manaus às 15h15, na cidade de origem (Santar(( ém) já eram 16h15, ou seja, já haviam se m passado 1h15min desde a sua partida. b) INCORRETA – A afirmação é falsa, pois o fuso em que se encontra Manaus está uma hora atrasada (e não adiantada, como se afirma) em relação a Brasília. c) CORRETA – O Pará encontra-se no mesmo fuso de Brasília. A referência feita à “maior parte do ano” subentende que se deve considerar o horário de verão, que é adotado em Brasília, mas não no Pará. d) INCORRETA – Os estados da região Norte não adotam o horário de verão, pois se encontram próximos da linha do Equador (baixa latitude), onde a pequena variação do fotoperíodo (período com luz solar) não favorece a mudança do horário para fins de economia de energia. e) CORRETA – No sentido leste-oeste, situação descrita no enunciado, há uma hora a menos a cada fuso. Portanto, essa afirmação está correta. f) INCORRETA – O arquipélago de Fernando de Noronha localiza-se no sentido oposto, ou seja um fuso a leste de Recife. Dessa forma, seria necessário acres- centar uma hora para se obter o horário de chegada. arrow SAIBA MAIS Veja onde se localizam Manaus e Santarém no maparr , seus respectivos fusos a horários e o que muda no período em que é adotado o horário de verão. -4h-5h -3h -2h *Em relação aohorário de Greenwich FUSO HORÁRIO* HORÁRIO REGULAR HORÁRIO DE VERÃO rémrérérrérrrérSantaréaréaréManaus rrérrémréréréSantaréréréManaus 23GE GEOGRAFIA 2017 RESUMO Cartografia ELEMENTOS DOS MAPAS São as informações que acompa- nham os mapas e a eles dão significado. Os principais elementos são o título, a legenda (indica o significado dos símbolos, cores e demais recursos utilizados nos mapas), a rosa dos ventos (indica os pontos cardeais), a fonte dos dados e a escala, que determina a proporção em que o mapa foi feito, comparado à superfície real. COORDENADAS GEOGRÁFICAS São valores em graus, minutos e segundos obtidos a partir do cruzamento dos meridianos (linhas imaginárias traçadas no sentido norte-sul) e dos para- lelos (linhas imaginárias traçadas no sentido leste-oeste). As coordenadas são fundamentais para a localização de qualquer ponto ou área na superfície terrestre. O ponto de referência dos paralelos é a linha do Equador, enquanto dos meridianos é o meridiano de Greenwich. Os paralelos determinam a latitude e os meridianos indicam a longitude. FUSOS HORÁRIOS São faixas longitudinais (que se estendem no sentido norte-sul no globo terrestre) criadas para organizar a hora mundial. Inicialmente foram determinadas 24 faixas, cada uma com 15 graus. A hora adotada em cada país, no entanto, foi regulamentada com base nos fusos horários práticos, que acompanham os limites territoriais dos países ou estados, de acordo com os interesses político-econômicos regionais. O ponto de referência do horário mundial é o meridiano de Greenwich, na Inglaterra: indo para leste, adianta-se o relógio; para oeste, deve-se atrasá-lo. Muitos países adotam o horário de verão, adiantando o relógio em uma hora para aproveitar melhor a luz solar e reduzir o consumo de energia. TIPOS DE MAPAS De acordo com o tipo de informação que representam, os mapas podem ser classificados como: mapas políticos, que mostram os limites político-territoriais dos países; mapas físicos, com as principais características de relevo e hidrografia; e os mapas temáticos, que representam algum tema ou assunto específico, como dados econômicos, populacionais ou ambientais. As anamorfoses aumentam ou diminuem o tamanho dos países ou continentes de acordo com os dados quantitativos que estão sendo representados. PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS São técnicas utilizadas para representar a Terra, que é esférica, em uma superfície plana. As principais projeções são classificadas de acordo com a figura geométrica utilizada para representar a superfície terrestre: cilindro (projeção cilíndrica); cone (projeção cônica) e plano (projeção plana ou azimutal). Há distorções em todas as pro- jeções, sendo que em cada uma se prioriza uma determinada propriedade: a área, a forma ou as distâncias. A projeção de Mercator é mais precisa nas distâncias, mas distorce as áreas. Já a projeção de Peters privilegia o tamanho da área, porém não consegue apresentar as formas de maneira fiel. 3. (Fuvest 2011) Observe o mapa abaixo, no qual estão representadas cidades africanas em que ocorreram jogos da seleção brasileira de futebol pouco antes e durante a Copa do Mundo de 2010. As distâncias*, em linha reta e em km, entre Johannesburgo e as demais cidades localizadas no mapa, estão corretamente indicadas em: Dar es Salaam Harare Durban Porto Elizabeth a) 25.900 9.100 5.600 10.500 b) 18.900 5.380 870 4.600 c) 2.590 910 560 1.050 d) 259 91 56 105 e) 1.890 530 87 460 *Valores aproximados. RESOLUÇÃO Para responder ao item, deve-se ler com atenção as informações disponíveis no mapa, principalmente a sua escala, que é de 1:70.000.000. Isso significa que cada centímetro no mapa corresponde na realidade a 700 quilômetros. Dessa forma, para saber a distância real entre as cidades africanas, deve-se multiplicar por 700 as distâncias das cidades fornecidas no mapa em relação a Johannesburgo. Assim, obtêm-se os seguintes resultados, que correspondem à alternativa Css :CC Cidade Cálculo da escala real Resultado Dar Es Salaam (Tanzânia) 3,7 cm X 700 km 2.590 km Harare (Zimbábue) 1,3 cm X 700 km 910 km Durban (África do Sul) 0,8 cm X 700 km 560 km Porto Elizabeth (África do Sul) 1,5 cm X 700 km 1.050 km Resposta: C 24 GE GEOGRAFIA 2017 LITOSFERA 2 O dia 5 de novembro de 2015 ficará marcado na história pelo maior desastre ambiental já ocorrido no Brasil. Na tarde daquela quinta-feira, a barragem do Fundão, na zona rural de Mariana (MG), rompeu-se, liberando cerca de 50 milhões de metros cúbicos de rejeitos da produ- ção de minério de ferro, formados principalmente por óxido de ferro, água e lama. A enxurrada tóxica devastou o distrito de Bento Gonçalves, próximo à barragem, matando 17 pessoas, deixando duas desaparecidas e desalojando outras centenas. Dez cidades foram atingidas pelo tsunami de lama, que avançou pelo Rio Doce e percorreu mais de 600 quilômetros até chegar ao litoral do Espírito Santo. A barragem pertence à empresa Samarco, que é controlada por duas gigantes da mineração, a brasileira Vale e a anglo-australiana BHP Billiton. O desastre, o maior relacionado à mineração já ocorrido no mundo, levantou questões sobre a segurança da atividade mineradora no Brasil. O país conta com uma legislação recente sobre o tema, em vigor desde 2010, que estabeleceu a Política Nacional de Segurança de Barragens, mas ainda não está totalmente regulamentada. Um projeto que estabelece o Novo Código de Mineração tramita há cinco anos no Congresso Nacional, colocando em lados opostos parla- mentares ligados ao meio ambiente e aqueles que defendem os interesses das mineradoras. O fato é que a atividade é uma importante fonte de riqueza e geração de empregos. Minas Gerais localiza-se na região do Quadrilátero Ferrífero, área formada por rochas metamórficas que abri- gam importantes depósitos de minérios. Devido a essa característica, o estado tem sua economia fortemente atrelada à mineração, que responde por 7,5% de seu Produto Interno Bruto (PIB). Em Mariana, 80% da arrecadação municipal vinha da extração mineral antes do desastre. Por isso, é fundamental encontrar uma solução sustentável que propicie ganhos econômicos sem comprome- ter o meio ambiente e a segurança da população. Neste capítulo, falaremos mais sobre o de- senvolvimento dos minerais e seu impacto na exploração econômi- ca. Aqui você também confere como os mo- vimentos no interior da Terra modelam o relevo e influenciam desde a formação de minérios até a inci- dência de terremotos e atividade vulcânica. O rompimento da barragem da empresa Samarco libera uma enxurrada de rejeitos da produção de minério de ferro e provoca o maior desastre ambiental do Brasil A tragédia de Mariana CONTEÚDO DESTE CAPÍTULO arrow Composição e estrutura geológica .............................................................26 arrow Tipos de relevo ..................................................................................................28 arrow Placas tectônicas .............................................................................................30 arrow Relevo em movimento....................................................................................32 arrow Relevo do Brasil ................................................................................................36 arrow Recursos minerais ...........................................................................................38 arrow Características dos solos ...............................................................................40 arrow Deslizamento de terra e inundações ........................................................42 arrow Contaminação dos solos ................................................................................44 arrow Como cai na prova + Resumo .......................................................................46 LAMA ARRASADORA Casas destruídas pelos rejeitos da produção de minério de ferro no distrito de Bento Gonçalves, em Mariana (MG): maior desastre relacionado à mineração no mundo 25GE GEOGRAFIA 2017 CHRISTOPHE SIMON/AFP 26 GE GEOGRAFIA 2017 LITOSFERA COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA GEOLÓGICA O termo litos, em grego, significa “pedra” ou “rocha”. Portanto, conhecer a litosfera é saber literalmente onde estamos pisando, já que ela dá nome à camada sólida que reveste a esfera terrestre. Essa rigidez em sua superfície, aliás, é uma característica que nem todos os pla- netas possuem. No Sistema Solar, além da Terra, somente outros três (Mercúrio, Vênus e Marte) são classificados como planetas rochosos. Os demais (Júpiter, Saturno, Urano e Netuno) são gigantes gasosos e não possuem uma crosta rochosa. A litosfera é composta pela crosta e por uma parte do manto superior, conforme ilustra a ima- Por dentro do globo Conheça as características das camadas internas do planeta e como o relevo foi formado ao longo dos anos Manto inferior Manto superior Fonte: ALMANAQUE ABRIL Crosta Núcleo externo Núcleo central CROSTA É a parte superior ou externa da litosfera, encontrada tanto nas áreas continentais (crosta continental) como submersas pelos oceanos (crosta oceânica). A crosta continental apresenta espessuras que variam de 30 a 70 quilômetros, aproximadamente, com rochas mais densas na parte inferior e menos densas na porção superior, próxima da superfície. A crosta oceânica, por sua vez, tem espessura entre 6 e 7 quilômetros de profundidade e é constituída predominantemente por rochas mais densas. gem abaixo. É sobre ela que o relevo ganha seus contornos, formando desde depressões até cadeias montanhosas. Além dessas camadas, a Terra possui outras partes em sua estrutura interna igualmente sólidas, como o núcleo interno, ou fluidas, como o manto e o núcleo externo. Conhecer essa estru- tura e sua dinâmica é fundamental para entender fenômenos como os terremotos, as atividades vulcânicas e os tsunamis, por exemplo, e assim poder buscar os meios de se proteger contra seus efeitos devastadores. Veja abaixo, as características das diferentes camadas da Terra: TETO DAS AMÉRICAS O Monte Aconcágua, na Argentina, é o ponto mais alto do continente americano, medindo 6.959 metros AS CAMADAS DA TERRA 27GE GEOGRAFIA 2017 A estrutura geológica A estrutura geológica e mineralógica da crosta está na base do modo de vida das populações humanas, uma vez que fornece dezenas de recursos necessários à vida, como a produção de ali- mentos (obtidos por meio do cultivo do solo), os materiais utilizados na construção de moradias (tijolos, cimento, ferro), a geração de energia (petróleo, urânio), entre inúmeros outros. Confira a seguir as principais estruturas geológicas da litosfera: FORMAÇÃO DAS ESTRUTURAS GEOLÓGICAS Escudo cristalino Dobramentos modernos Bacias sedimentares 2,5 bilhões 4,5 bilhões 250 milhões ArqueozoicaProterozoica Paleozoica Mesozoica Cenozoica 65 milhões 570 milhões ESCUDOS CRISTALINOS São os terrenos mais antigos da crosta terrestre, formados pelo choque de massas continentais ocorrido há centenas de milhões de anos durante a era Pré-Cambriana (Arqueozoica e Proterozoica). Os escudos cristalinos são constituídos de rochas magmáticas, ou seja, trata-se do magma – material líquido-pastoso proveniente do manto – em estado sólido. As rochas magmáticas dividem-se em duas categorias: as extrusivas, como o basalto, que são formadas com o esfriamento rápido do magma na superfície terrestre; e as intrusivas, como o granito, que são resfriadas lentamente dentro da crosta terrestre. Os escudos cristalinos também exibem as rochas metamórficas, que são o resultado da transformação das rochas magmáticas, sedimentares ou mesmo de outras metamórficas, por meio de processos químicos e físicos nas grandes profundidades da Terra. O mármore, por exemplo, é formado do calcário quando esse é submetido a altas temperaturas e pressão. BACIAS SEDIMENTARES Foram formadas nas eras Paleozoica e Mesozoica, com a erosão das rochas dos escudos cristalinos – após o desgaste dos maciços, seus sedimentos foram depositados em regiões mais baixas. O acúmulo desses detritos, somado aos restos orgânicos, leva à formação de rochas sedimentares pelo processo de MANTO SUPERIOR É a parte da estrutura interna da Terra que se encontra logo abaixo da crosta e vai até cerca de 400 quilômetros de profundidade. Juntamente com a crosta, a parte superior do manto, formada por rochas sólidas, constitui a litosfera. MANTO INFERIOR Constituído por rochas fundidas diante das elevadas temperaturas, o manto inferior estende-se de 400 a 2.900 quilômetros de profundidade. É nessa parte que se formam as correntes de convecção do magma: o contato com o núcleo externo aumenta as temperaturas desses materiais, que são impulsionados em direção ao manto superior, onde se “resfriam” e, mais densos, tornam a descer para perto do núcleo, onde novamente são aquecidos e reiniciam o ciclo. NÚCLEO EXTERNO Localizado na faixa entre 2.900 e 5.100 quilômetros, é constituído por dois minerais predominantes: o níquel e o ferro, totalmente fundidos pelas elevadas temperaturas. NÚCLEO CENTRAL O núcleo central constitui a camada que fica entre 5.100 quilômetros e o centro da Terra, a 6.378 quilômetros. É constituído de uma liga metálica formada por ferro e níquel, porém em estado sólido em função da elevada pressão a que é submetido. Seu movimento de rotação é maior do que o do restante da Terra. litificação. Essa deposição é feita em camadas. O calcário, presente em cavernas, o arenito e o carvão são exemplos de rochas sedimentares. DOBRAMENTOS MODERNOS Trata-se das formações mais recentes da crosta terrestre, surgidas do choque de placas ocorrido entre o fim da era Mesozoica e o início da Cenozoica. As rochas são mais flexíveis e situam-se na zona de contato entre as placas tectônicas. Nessa região de grande instabilidade e frequentes movimentos sísmicos, encontram-se montanhas e vulcões ativos e extintos. PARA IR ALÉM O filme Viagem ao Centro da Terra, de Eric Brevig, baseado na obra de Júlio Verne, conta a história de um grupo de pessoas que descobre um caminho para o núcleo do planeta. Esta obra de ficção apresenta características geológicas internas da Terra. iSTOCK PHOTO 28 GE GEOGRAFIA 2017 LITOSFERA TIPOS DE RELEVO DEPRESSÕES São áreas da superfície localizadas em altitude inferior à das regiões próximas (depressão relativa) ou abaixo do nível do mar (depressão absoluta). As depressões podem ser formadas de várias maneiras: por deslocamento do terreno, remoção de sedimentos, dissolução de rochas ou até por queda de meteoritos. O Mar Morto, situado 416 metros abaixo do nível do mar, é a maior depressão do globo. Ele banha Israel, Jordânia e Cisjordânia e leva esse nome em razão da elevada concentração de sal de suas águas – dez vezes superior à dos demais oceanos –, o que impede a existência de qualquer forma de vida. MONTANHAS Também chamadas de dobramentos modernos, são grandes áreas elevadas resultantes do choque de placas tectônicas (veja mais na pág. 32). Os maiores picos do mundo ficam na cordilheira do Himalaia, um complexo montanhoso que se estende por cinco países asiáticos: Paquistão, Índia, Nepal, Butão e China. Sua formação, iniciada há cerca de 70 milhões de anos, resulta do choque entre a placa tectônica Indiana e a placa Eurasiática (veja mais na pág. 31). O curioso é que a placa Indiana continua a se mover, fazendo com que o Himalaia se eleve a uma taxa de 5 milímetros por ano. SAIBA MAIS O RELEVO SUBMARINO Escondido sob o cobertor das águas mari- nhas, o solo oceânico apresenta um rico relevo de montanhas, planaltos e fossas profundíssi- mas. Como essas formas não estão expostas à erosão de agentes externos, como o vento e as chuvas, os perfis são mais contrastantes e escarpados. Podemos destacar três porções desse relevo submerso: Plataforma continental: terras submersas que se prolongam das terras emersas, como uma orla em torno dos continentes. Topogra- ficamente, ela é uma superfície quase plana, formada pelo acúmulo de sedimentos de origem continental. Vai até os 200 metros de profundidade, que também é o limite da pe- netração da luz solar (veja mais na pág. 54). Cordilheira submarina: elevações de forma regular que surgem ao longo dos oceanos, como a Dorsal Mesoatlântica. Essa cadeia de montanhas submersas tem mais de 10 mil quilômetros de comprimento e se estende no sentido norte-sul pela região central do Oceano Atlântico. Sua formação se deve ao afastamento das placas tectônicas, que per- mitiu que o magma chegasse à superfície. Em alguns pontos, os picos se elevam acima do nível do mar e formam ilhas, como é o caso do arquipélago de Fernando de Noronha, no Brasil. Há outras cordilheiras submarinas nos ocea- nos Índico e Pacífico, todas com uma caracte- rística em comum: formam-se em locais onde as placas tectônicas estão se afastando umas das outras. O afastamento é lento (menos de 2 centímetros ao ano), impulsionado pelas correntes convectivas do magma, que se eleva e forma novas rochas ao se resfriar. Fossas oceânicas: também conhecidas como fossas abissais, são gigantescos abismos sub- marinos formados quando uma placa tectôni- ca é forçada para debaixo de outra, após uma colisão. O local mais profundo dos oceanos é a Fossa das Marianas, um enorme vale sub- marino com 10.920 metros de profundidade, localizado a leste das Ilhas Marianas, no Oce- ano Pacífico. Ela tem por volta de 2,5 mil quilômetros de extensão e fica na fronteira entre duas pla- cas tectônicas, a do Pacífico e a das Filipinas. Caso o Monte Everest fosse colocado dentro da Fossa das Marianas, ainda restariam mais de 2 mil metros de água entre seu pico e o nível do mar. As quatro faces da Terra Conheça os principais tipos de relevo que constituem o cenário global PLANALTOS São elevações de altitudes variadas, em que predomina o processo de erosão e cuja composição rochosa pode ser de rochas sedimentares, cristalinas ou metamórficas. Os planaltos apresentam superfície irregular, como serras e chapadas, e são delimitados por áreas rebaixadas em um de seus lados. O continente Africano se destaca pela presença de planaltos, com altitudes predominantes entre 400 e 2 mil metros. Na porção leste/nordeste, destacam-se os planaltos da Etiópia e o dos Grandes Lagos. PLANÍCIES São áreas de superfície relativamente plana, formadas por rochas sedimentares e nas quais predominam os processos de deposição e acúmulo de sedimentos. Na maior parte das vezes, as planícies são encontradas em baixas altitudes. Em geral, localizam-se próximas do litoral, como a planície do norte europeu, ou de grandes rios ou lagos, como ocorre com a planície do Rio Amazonas. Mas é bom ficar atento: não é a altitude de um relevo que determina se ele é uma planície; o principal fator definidor é o acúmulo de sedimentos. Nas regiões elevadas, por exemplo, existem as planícies de montanha, que são formadas de rocha sedimentar e delimitadas por aclives. ALTOS E BAIXOS Exemplos de relevo (da esquerda para a direita): Depressão do Mar Morto (Israel), Cordilheira do Himalaia (Nepal), Planalto do Apalache (EUA) e Planície Amazônica (Brasil) [1] 29GE GEOGRAFIA 2017 1. ÁSIA: Everest (Nepal) 8.850 m 2. AMÉRICA DO SUL: Aconcágua (Argentina) 6.959 m 3. AMÉRICA DO NORTE: McKinley (EUA) 6.194 m 4. ÁFRICA: Kilimanjaro (Quênia) 5.895 m 5. EUROPA: Elbrus (Rússia) 5.642 m 6. ANTÁRTICA: Maciço Vinson 4.897 m 7. OCEANIA: Kosciuszko (Austrália) 2.228 m Fonte: Atlas National Geographic MONTES MAIS ALTOS POR CONTINENTE O maior deles fica na cordilheira do Himalaia, no Nepal ELEVAÇÃO OCEÂNICA O arquipélago de Fernando de Noronha é formado a partir de alguns pontos emersos da Dorsal Mesoatlântica [1] iSTOCK PHOTO | DIVULGAÇÃO | IRMO CELSO [2] iSTOCK PHOTO AS FORMAÇÕES DO RELEVO NO MUNDO 4.800 m 3.000 m 1.800 m 1.200 m 600 m 300 m 150 m 0 -1.000m -2.000 m -3.000 m -4.000 m -5.000 m -6.000 m -7.000 m -8.000 m ALTITUDES Picos Fonte: IBGE Aconcágua Maciço Vinson Pico da Neblina Mte. McKinley Mte. Elbrus Mte. Kilimanjaro Mte. Everest Mte. Kosciuszko TETO DO MUNDO Os maiores picos do mundo ficam na cordilheira do Himalaia, um complexo montanhoso localizado no coração da Ásia. NAS PROFUNDEZAS DO OCEANO O local mais profundo dos oceanos é a Fossa das Marianas, um enorme vale submarino localizado a leste das Ilhas Marianas, no Oceano Pacífico SALGADO E SEM VIDA O Mar Morto banha Israel, Jordânia e Cisjordânia e é a maior depressão do globo BERÇO DAS ÁGUAS O planalto dos Grandes Lagos abriga as nascentes das duas maiores bacias hidrográficas do continente: a do Rio Congo, a maior em volume de água, e a do Rio Nilo. CORDILHEIRAS OCEÂNICAS A Dorsal Mesoatlântica forma uma cadeia de montanhas que se estende de norte a sul no Oceano Atlântico As maiores altitudes (mancha marrom) ficam no centro-sul da Ásia. As planícies (áreas verdes e amarelo-claras) estão espalhadas pelo globo SEDIMENTOS ACUMULADOS A Planície Amazônica é uma faixa de terra que acompanha o Rio Amazonas e torna-se mais larga quando chega na foz, na Ilha de Marajó [2] 30 GE GEOGRAFIA 2017 LITOSFERA PLACAS TECTÔNICAS A s placas tectônicas são gigantescos blocosque compõem a camada sólida externa do nosso planeta (a litosfera), sustentando os continentes e os oceanos. Impulsionadas pelo movimento do magma incandescente (material em estado líquido-pastoso no interior da Terra), as principais placas se empurram, afastam-se umas das outras e afundam ou se elevam alguns milímetros por ano, alterando suas dimensões e modificando o contorno do relevo terrestre. Esses imensos fragmentos atuam como artistas que, continuamente, recriam a paisagem da Terra. Aliás, a palavra tectônica vem de tektoniké, expressão grega que significa “a arte de cons- truir”. A configuração atual dos continentes, por exemplo, é fruto de milhões de anos de “trabalho artístico” das placas. Veja ao lado as característi- cas de 16 das mais importantes placas tectônicas. A deriva continental Desenvolvida pelo alemão Alfred Lothar We- gener, a teoria da deriva continental não recebeu muito crédito quando foi divulgada em 1912. À época, poucos acreditaram na hipótese levantada por este cientista de que, no passado geológico, toda a crosta terrestre estava unida em um único continente – a Pangeia – e que, posteriormente, ela se rompeu em dois supercontinentes: Laurásia e Gondwana. Estas, por sua vez, se desmembraram em várias outras partes, que passaram a se mover em diferentes direções. Para sustentar sua argu- mentação, Wegener recorreu à semelhança dos contornos da África ocidental e do leste da América ç ç do Sul e também à análise de fósseis e amostras de rochas. Posteriormente, a confirmação de que as placas rochosas flutuam sob magma incandescente ajudou a fortalecer a tese de Wegener. Atualmente, geólogos do mundo inteiro reto- mam e aprofundam as descobertas de Wegener a partir da teoria da Tectônica das Placas. Os estudos em vigor desde a década de 1960 descre- vem a analisam com detalhes os movimentos das placas que compõem a crosta terrestre, bem como suas consequências, como os abalos sísmicos e as alterações no relevo terrestre e do fundo dos oceanos. Confira à direita como foi o processo de deslocamento de terras que resultou na formação dos atuais continentes. As construtoras da Terra As placas tectônicas modelam e modificam o relevo do planeta há pp milhões de anos PLACA DE COCOS Foi formada a partir do Foi formada a partir do desprendimento da placa do Pacífico. Fundiu-se com a placa do Caribe, criando uma zona turbulenta QUEBRA-CABEÇA PLANETÁRIO Conheça as características de 16 das mais importantes placas tectônicas PLACA DA AMÉRICA DO NORTE O deslocamento em relação à placa do Pacífico cria uma zona turbulenta: em um dos limites, na Califórnia, está a falha de San Andreas, famosa pelos terremotos arrasadores PLACA DO PACÍFICO Com cerca de 70 milhões de quilômetros quadrados, está em constante renovação na região do Havaí, onde o magma sobe e cria ilhas vulcânicas. No encontro com a placa das Filipinas, ela afunda em uma área conhecida como fossa das Marianas, na qual o oceano atinge sua profundidade máxima: 10.920 metros PLACA DE NAZCA A cada ano, essa placa de 10 milhões de quilômetros quadrados no leste do Oceano Pacífico fica 10 centímetros menor pelas trombadas com a placa Sul-Americana. Esta, por ser mais leve, desliza por cima da placa de Nazca, criando vulcões e elevando as montanhas dos Andes PLACA JUAN DE FUCA É a menor das placas tectônicas, que se fundiu com a placa Norte- Americana e criou a cordilheira das Cascatas, nos Estados Unidos Todos os continentes estavam reunidos em um único chamado Pangeia (do grego: toda terra), formado durante a era Paleozoica 225 MILHÕES DE ANOS ATRÁS A Pangeia começou a se partir no sentido leste-oeste, formando dois subcontinentes: Laurásia e Gondwana 180 MILHÕES DE ANOS ATRÁS DERIVA DOS CONTINENTES 31GE GEOGRAFIA 2017 PLACA DA ÁFRICA No meio do Atlântico, uma falha submersa abre caminho para o magma do manto inferior, fazendomagmadomanto inferior, fazendo com que esse bloco se afaste da placa Sul-Americana e cresça de tamanho. A tendência é passar os 65 milhões de quilômetros atuais PLACA DO CARIBE A placa do Caribe desliza ao lado da placa Norte-Americana, criando falhas transformantes.criando falhas transformantes. Foi o atrito entre elas que gerou, em 2010, o avassalador terremoto no Haiti, país que fica no limite entre as duas placas PLACA SUL-AMERICANA Como o Brasil está no meio desse bloco, ele sente pouco os efeitos de terremotos. No centroefeitos de terremotos. No centro do continente, a placa tem 200 quilômetros de espessura; na borda com a placa da África, não passam de 15 quilômetros PLACA IRANIANAP Localizada entre as placas Arábica e L Euroasiática, o bloco sustenta a maior parte do E território do Irã. Por causa disso, o país registrat grande atividade sísmica, como o terremoto deg 2006, que matou mais de 31 mil pessoas2 PLACA DE ANATÓLIA Sobre esta placa fica boa parte do território da Turquia. O choque desse bloco com a placa Arábica e com a placa Euroasiática torna o país uma área sujeita a violentas atividades sísmicas PLACA DA ANTÁRTICA É o bloco que dá suporte à Antártida e a uma parte do Atlântico Sul, em um total de 25 milhões de quilômetros quadrados PLACA ARÁBICA A placa sustenta a Península Arábica e foi responsável pela criação do Mar Vermelho. O choque com a placa Euroasiática e com a placa Indiana provoca fortes terremotos PLACA AUSTRALIANA O bloco que sustenta a Austrália e a maior parte do Oceano Índico ruma velozmente para o norte. Além de se chocar com a placa Indiana, a borda nordeste bate na placa do Pacífico, criando ilhas na região turbulenta PLACA INDIANA A placa comporta todo o subcontinente A indiano. No choque com a placa Euroasiática, nasceu o conjunto de montanhas do Himalaia, no sul da Ásia, onde há mais de 100 montanhas com altitudes superiores a 7 mil metros PLACA
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