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Direito Processual Civil III

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Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
Direito Processual Civil III 
Professor: Geórgios Alexandrids 
 
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016 
TUTELA JURISDICIONAL 
 
A tutela jurisdicional, numa definição sintética, é a função do Estado 
de dirimir, pacificar e, por conseguinte, resolver conflitos que surgem no 
seu âmbito de atuação político-jurídico, seguindo um procedimento de 
aplicação de leis aos casos concretos de modo a aproximar-se o máximo 
possível de um decisum justo. 
Tal procedimento pode ser comum (art. 318) ou especial (a partir 
do art. 539). O procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos 
procedimentos especiais e também ao processo de execução, naquilo que 
for cabível. 
“Art. 318. Aplica-se a todas as causas o 
procedimento comum, salvo disposição em 
contrário deste Código ou de lei. 
Parágrafo único. O procedimento comum 
aplica-se subsidiariamente aos demais 
procedimentos especiais e ao processo de 
execução.” 
 
1. Procedimento comum 
As fases do procedimento comum podem ser analisadas sobre uma 
perspectiva horizontal (nascedouro e os seus consequentes atos) ou 
vertical. 
 
I – Perspectiva horizontal 
Analisando-se o procedimento comum segundo uma perspectiva 
horizontal, pode ser classificada em fase postulatória, saneadora ou 
ordinatória, instrutória, decisória, fase de liquidação e fase de 
cumprimento. 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
a) Fase postulatória 
A fase postulatória é o início da relação processual, onde o autor vai 
provocar o judiciário através da petição inicial (vazão do direito de ação, 
por parte do autor - art. 5, XXXV da CF). Divide-se em distribuição e citação 
válida. 
1. Distribuição 
Distribuição é a propositura da petição inicial, ou seja, o protocolo 
da petição inicial (art. 312). 
“Art. 312. Considera-se proposta a ação 
quando a petição inicial for protocolada, 
todavia, a propositura da ação só produz 
quanto ao réu os efeitos mencionados no art. 
240 depois que for validamente citado.” 
 
Onde houver mais de um juízo competente para o conhecimento de 
determinada ação, haverá distribuição (CPC, art. 284); a partir dela, 
considera-se prevento o juízo (CPC, art. 59). 
“Art. 284. Todos os processos estão sujeitos a 
registro, devendo ser distribuídos onde 
houver mais de um juiz.” 
 
“Art. 59. O registro ou a distribuição da 
petição inicial torna prevento o juízo.” 
 
“Art. 43. Determina-se a competência no 
momento do registro ou da distribuição da 
petição inicial, sendo irrelevantes as 
modificações do estado de fato ou de direito 
ocorridas posteriormente, salvo quando 
suprimirem órgão judiciário ou alterarem a 
competência absoluta.” 
 
A distribuição poderá ser feita por dependência, conforme previsto 
nos três incisos do art. 286 do CPC (conexão ou continência, reiteração de 
pedido de ação julgada anteriormente sem a resolução do mérito, e nos 
casos de reunião de processos que possam gerar risco de prolação de 
decisões conflitantes ou contraditórias); e livremente, que caberá sempre 
que não existir razão para a dependência. 
“Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou 
mais ações quando lhes for comum o pedido 
ou a causa de pedir” 
 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
“Art. 56. Dar-se-á continência entre 2 (duas) 
ou mais ações quando houver identidade 
quanto às partes e à causa de pedir, mas o 
pedido de uma, por ser mais amplo, abrange 
o das demais.” 
 
2. Citação válida 
Os efeitos da citação válida vêm enumerados no art. 240 do CPC: 
“Art. 240. A citação válida, ainda quando 
ordenada por juízo incompetente, induz 
litispendência, torna litigiosa a coisa e 
constitui em mora o devedor, ressalvado o 
disposto nos arts. 397 e 398 da Lei n. 10.406, 
de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil).” 
 
A citação está ligada, ainda, ao direito de defesa do réu e à 
reconvenção (art. 5, LV da CF), prevendo a possibilidade de conciliação (art. 
334 CPC): 
“Art. 5°, LV da CF. aos litigantes, em processo 
judicial ou administrativo, e aos acusados em 
geral são assegurados o contraditório e a 
ampla defesa, com os meios e recursos a ela 
inerentes.” 
 
“Art. 334, CPC. Se a petição inicial preencher 
os requisitos essenciais e não for o caso de 
improcedência liminar do pedido, o juiz 
designará audiência de conciliação ou de 
mediação com antecedência mínima de 30 
(trinta) dias, devendo ser citado o réu com 
pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência.” 
 
b) Fase saneadora (ou ordinatória, organizatória) 
É a fase de solução de questões processuais alegadas na 
contestação que podem impedir o prosseguimento do feito (art. 357). 
 
c) Fase instrutória 
Instruir o processo com relação a produção de provas (produção 
probatória) - audiência de instrução, prova pericial. 
 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
d) Fase decisória 
É a fase da prolação da sentença (prestação jurisdicional 
propriamente dita). Pode acarretar a extinção do processo sem resolução 
de mérito ou com resolução de mérito (art. 485 e 487 respectivamente). 
 
e) Fase de liquidação 
A fase de liquidação consiste no ato preliminar da execução de 
sentença ilíquida, que tem por fim apurar a quantidade certa do valor da 
condenação. Só existirá se a sentença prolatada for genérica. 
 
f) Fase de cumprimento de sentença (ou execução) 
Restringe-se a atos necessários à satisfação do direito do credor e, 
consequentemente a compelir o devedor a adimplir a obrigação, seja o de 
pagar quantia, entregar coisa, fazer ou não fazer. 
 
II – Perspectiva vertical 
Numa análise vertical, o procedimento comum pode ser ordinário 
ou extraordinário. 
 
a) Fase ordinária 
A fase ordinária compõem recursos que vão oportunizar a revisão 
(reforma ou anulação) da decisão do juiz de primeiro grau (apelação – art. 
1.009 e agravo de instrumento – art. 1.015). 
 
b) Fase extraordinária 
Compreendem a fase extraordinária os recursos destinados aos 
Tribunais Superiores (Recurso Extraordinário ao STF - art. 102, III da CF e 
Recurso Especial ao STJ - art. 105, III da CF). 
 
 
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
FASE POSTULATÓRIA 
 
1. PETIÇÃO INICIAL 
 
A petição inicial é o ato inaugural do processo, e define os 
contornos objetivos e subjetivos da lide, dos quais o juiz não poderá 
desbordar. Em respeito ao princípio do impulso oficial, uma vez proposta a 
demanda, a ação caminhará para a sentença, independentemente da 
vontade das partes. 
A propositura da petição inicial forma a relação jurídica processual 
entre autor e juiz (demanda), autor e réu (pedido) e entre o juiz e o réu 
(citação válida). 
“Art. 2°. O processo começa por iniciativa da 
parte e se desenvolve por impulso oficial, 
salvo as exceções previstas em lei.” 
 
Requisitos da petição inicial 
Os requisitos da petição inicial vêm enumerados nos arts. 319 e 320 
do CPC. O primeiro indica quais são os requisitos intrínsecos da própria 
petição inicial; o segundo diz respeito a eventuais documentos que devam 
necessariamente acompanhá-la. 
“Art. 319. A petição inicial indicará: 
I - o juízo a que é dirigida; 
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a 
existência de união estável, a profissão, o 
número de 
inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no 
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o 
endereço eletrônico, o 
domicílio e a residência do autor e do réu; 
III - o fato e os fundamentos jurídicos do 
pedido; 
IV - o pedido com as suas especificações; 
V - o valor da causa; 
VI - as provas com que o autor pretende 
demonstrar a verdade dos fatos alegados; 
VII - a opção do autor pela realização ou não 
de audiência de conciliação oude mediação.” 
 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
“Art. 320. A petição inicial será instruída com 
os documentos indispensáveis à propositura 
da ação.” 
 
 I – o juízo a que é dirigida 
Trata-se da competência do juízo. Como a petição inicial contém um 
requerimento dirigido ao Poder Judiciário, e este é composto por inúmeros 
órgãos, entre os quais é dividia a competência, o autor deve indicar para 
quem a sua petição é dirigida. Um eventual erro não ensejará o 
indeferimento da petição inicial, mas tão somente a remessa da inicial ao 
correto destinatário. 
Com relação à competência da comarca Estadual de São Paulo, esta 
é divida em foro central e regional. Será de competência do foro central 
sempre que versar sobre testamento ou o valor da causa tiver ultrapassado 
500 salários mínimos, com exceção das ações de família e sucessões. 
 
Ex.: Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ Vara ____ do Foro 
Central/Regional da Comarca de São Paulo. 
 
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a 
profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no 
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e 
a residência do autor e do réu. 
A petição inicial deverá conter a qualificação das partes: autor(es) 
réu(s). A identificação das partes possibilita, também, analisar a sua 
legitimidade (aquele que possui o direito material e processual). 
Os nomes e prenomes servirão para identificar as partes. O estado 
civil e a existência de união estável, além de auxiliar a identificação 
poderão ter relevância naquelas ações em que se exige outorga uxória 
(exigência legal do consentimento do cônjuge para a prática de 
determinados atos). A inscrição no cadastro também facilitará a 
identificação, seja da pessoa física, seja da jurídica. E os endereços são 
relevantes para que possam ser localizadas, quando da necessidade da 
comunicação pessoal dos atos processuais. 
“Art. 319 
§1°. Caso não disponha das informações 
previstas no inciso II, poderá o autor, na 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
petição inicial, requerer ao juiz diligências 
necessárias a sua obtenção. 
 
§2°. A petição inicial não será indeferida se, a 
despeito da falta de informações a que se 
refere o inciso II, for possível a citação do réu. 
 
§3°. A petição inicial não será indeferida pelo 
não atendimento ao disposto no inciso II 
deste artigo se a obtenção de tais 
informações tornar impossível ou 
excessivamente oneroso o acesso à justiça.” 
 
É possível que o réu, no momento da propositura, não esteja 
qualificado ou seja incerto. Isso não impedirá o recebimento da inicial caso 
o juiz verifique que não há meios para tal identificação. A citação será, 
então, feita por edital, na forma do art. 256, I. 
“Art. 256. A citação por edital será feita: 
I – quando desconhecido ou incerto o 
citando” 
 
III – o fato e os fundamentos jurídicos do pedido 
A petição inicial deve conter a causa de pedir remota (fato 
essencial) que originou a necessidade do autor ingressar com uma ação 
judicial, ou seja, a narrativa fática. 
Deve conter, também, a causa de pedir próxima (fundamento 
jurídico do pedido) que estabelecerá nexo entre a causa e o pedido, ou 
seja, é o motivo que justifica a existência da ação, baseado na lei ou nos 
princípios de ordem jurídica; especifica qual o enquadramento jurídico dos 
fatos narrados (v.g.: o autor expõe que o inquilino não pagou 2 meses de 
aluguéis, incorrendo em infração contratual e legal, permitindo, com isso, o 
despejo). Os fundamentos jurídicos do pedido não se confundem com a 
fundamentação legal, pois esta é o artigo da lei em que se baseia para 
estabelecer algo em um caso particular. 
Adota-se, no ordenamento jurídico brasileiro, o princípio da 
substanciação segundo o qual é preciso declinar completamente na 
petição inicial os fundamentos que levam o autor a ingressar com a ação 
judicial, diferentemente do princípio da individuação, onde basta que a 
parte afirme a que titulo está em juízo. 
 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
 
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016 
 
IV – o pedido com as suas especificações 
É a pretensão que o autor leva à apreciação do juiz. Pedido é a 
consequência da causa de pedir, e é preciso que o autor indique com 
clareza o pedido imediato, o tipo de provimento jurisdicional 
(condenatório, constitutivo, declaratório); e o mediato (bem da vida 
almejado). 
 Pedido imediato: É a forma processual de analisar o pedido. 
Pedido imediato é aquele destinado ao juiz, ou seja, que 
este declare, condene, mande, execute etc. 
a) Sentença declaratória 
"Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se 
à declaração: 
I - da existência, da inexistência ou do modo 
de ser de uma relação jurídica; 
II - da autenticidade ou da falsidade de 
documento." 
 
b) Sentença constitutiva: criação, alteração ou extinção 
de uma determinada relação jurídica; 
c) Sentença condenatória: responsabilização, 
condenação pelo pagamento de uma quantia; 
d) Sentença mandamental: o juiz ordene a prática de 
algo, pelo réu. 
"Art. 497. Na ação que tenha por objeto a 
prestação de fazer ou de não fazer, o juiz, se 
procedente o pedido, concederá a tutela 
específica ou determinará providências que 
assegurem a obtenção de tutela pelo 
resultado prático equivalente." 
 
e) Sentença executiva: busca o cumprimento de uma 
determinada obrigação. 
"Art. 498. Na ação que tenha por objeto a 
entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela 
específica, fixará o prazo para o cumprimento 
da obrigação." 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
 
 Pedido mediato: É a forma material de analisar o pedido. 
Pedido mediato é aquele destinado ao réu, é o chamado 
bem da vida que está sendo objeto de tutela perante o 
judiciário (ex. condene ao pagamento). 
 
1. Regramentos do pedido 
O art. 322 e o art. 324 do CPC determinam que o pedido seja certo 
e determinado. Excepcionalmente, porém, o pedido poderá ser genérico, 
isto é, certo, mas não determinado. O autor indica o bem da vida 
pretendido, mas não a quantidade. 
 
Certo 
"Art. 322. O pedido deve ser certo." 
 
O pedido certo (o que) é o pedido expresso na inicial e de forma 
especificada. 
“Art. 322, §2°. A interpretação do pedido 
considerará o conjunto da postulação e 
observará o princípio da boa-fé.” 
 
Ainda que o pedido não esteja totalmente especificado, o juiz 
poderá interpretá-lo analisando a causa de pedir. 
"Art. 322, §1°. Compreendem-se no principal 
os juros legais, a correção monetária e as 
verbas de sucumbência, inclusive os 
honorários advocatícios." 
 
"Art. 323. Na ação que tiver por objeto 
cumprimento de obrigação em prestações 
sucessivas, essas serão consideradas incluídas 
no pedido, independentemente de declaração 
expressa do autor, e serão incluídas na 
condenação, enquanto durar a obrigação, se o 
devedor, no curso do processo, deixar de 
pagá-las ou de consigná-las." 
 
Os pedidos são, em regra, interpretados restritivamente; não se 
considera incluído aquilo que não tenha sido expressamente postulado. 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
Mas há alguns pedidos que se reputam implícitos. O art. 322, §1°, 
menciona os juros legais, a correção monetária e as verbas de 
sucumbência, inclusive os honorários advocatícios. Os juros de mora 
incluem-se na liquidação, ainda que tenha sido omisso o pedido de 
condenação (Súmula 254, do STF). Também se reputa implícito o pedido de 
incidência de correção monetária, que não é acréscimo, mas atualização do 
valor nominal da moeda. O pedido de condenação do réu ao pagamento 
das custas, despesase honorários advocatícios também (Súmula 256, do 
STF). Por fim, considerar-se-ão incluídas no pedido, independentemente de 
requerimento expresso na inicial, as prestações sucessivas a que se refere 
o art. 323 do CPC, o que abrange as que vencerem enquanto durar a 
obrigação, se não forem pagas no curso do processo. 
 
Determinado 
 
"Art. 324. O pedido deve ser determinado." 
 
Em regra, o pedido deve ser dimensionado, quantificado 
monetariamente. Com exceção aos pedidos genéricos, impossíveis de 
serem quantificados. 
“Art. 324, §1°. É lícito, porém, formular 
pedido genérico: 
I - nas ações universais, se o autor não puder 
individuar os bens demandados; 
II - quando não for possível determinar, desde 
logo, as consequências do ato ou do fato; 
III - quando a determinação do objeto ou do 
valor da condenação depender de ato que 
deva ser praticado pelo réu.” 
“Art. 323, §2°. O disposto neste artigo aplica-
se à reconvenção.” 
 
I – nas ações universais: Entende-se por ações universais, aquele 
que possui como objeto uma universalidade de bens (não se consegue 
determinar a quantificação dos bens na inicial - ex. partilha de bens); 
II – quando não for possível determinar as consequências do ato 
ou do fato: Quando, na petição inicial, as consequências do ato ou fato não 
puderem ser determinadas (ex. quantidade de cirurgias plásticas 
necessárias para a reparação de cicatrizes causadas por um vício de 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
qualidade de um produto - pedido: custear todo o tratamento, com vistas a 
eliminar as cicatrizes); 
III – quando a determinação depender de ato que deva ser 
praticado pelo réu: Hipótese em que a condenação deva ser quantificada 
na própria sentença. É o que ocorre, por exemplo, nas ações de exigir 
contas, em que, só depois que o réu as prestar, se poderá verificar se há 
saldo em favor do autor. “A sentença apurará o saldo e constituirá título 
executivo judicial." (art. 552). 
Ex.: Requeiro a prestação de contas do réu e a condenação no pagamento 
do valor que vier a ser apurado. 
 
 
quinta-feira, 03 de março de 2016 
 
2. Pedido alternativo 
 
“Art. 325. O pedido será alternativo quando, 
pela natureza da obrigação, o devedor puder 
cumprir a prestação de mais de um modo. 
Parágrafo único. Quando, pela lei ou pelo 
contrato, a escolha couber ao devedor, o juiz 
lhe assegurará o direito de cumprir a 
prestação de um ou de outro modo, ainda 
que o autor não tenha formulado pedido 
alternativo.” 
 
“Art. 252. Nas obrigações alternativas, a 
escolha cabe ao devedor, se outra coisa não 
se estipulou.” 
 
O pedido alternativo decorre da obrigação alternativa, não se 
confundindo, portanto, com a cumulação alternativa de pedido, em que o 
autor estabelece mais de uma possibilidade a satisfazer a sua pretensão, 
conferindo ao juiz diante das suas preferências estabelecidas, o 
acolhimento de qualquer um deles: 
“Art. 326, Parágrafo único. É lícito formular 
mais de um pedido, alternativamente, para 
que o juiz acolha um deles.” 
 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
3. Cumulação de pedidos 
Por questões de economia processual, é permitido formular mais de 
um pedido na mesma demanda. Denomina-se cumulação de pedidos. 
“Art. 327. É lícita a cumulação, em um único 
processo, contra o mesmo réu, de vários 
pedidos, ainda que entre eles não haja 
conexão.” 
 
Requisitos 
Caberá ao juiz, de ofício, verificar se os requisitos para a cumulação 
de pedido estão presentes. Não sendo possível a cumulação, o juiz 
verificará se é caso de indeferir a petição inicial, ou de reduzir os limites 
objetivos da lide, determinando prosseguimento apenas de um ou alguns 
dos pedidos formulados. 
“Art. 327, §1°. São requisitos de 
admissibilidade da cumulação que: 
I - os pedidos sejam compatíveis entre si; 
II - seja competente para conhecer deles o 
mesmo juízo; 
III - seja adequado para todos os pedidos o 
tipo de procedimento.” 
 
I- Os pedidos sejam compatíveis entre si 
Será necessário apenas para as cumulações próprias (art. 327, §3°), 
simples e sucessivas, em que se pretende que juiz acolha todos os pedidos. 
Mas não na imprópria (art. 326), em que o acolhimento de um exclui os 
demais. 
“Art. 327, §3°. O inciso I do §1° não se aplica 
às cumulações de pedidos de que trata o art. 
326.” 
 
“Art. 326. É lícito formular mais de um pedido 
em ordem subsidiária, a fim de que o juiz 
conheça do posterior, quando não colher o 
anterior.” 
 
Caso a cumulação seja própria e o autor formule pedidos 
incompatíveis entre si, com exceção das cumulações impróprias, o juiz 
concederá prazo para que ele opte por um pedido ou outro, sob pena de 
indeferimento da inicial. 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
 
II- Seja competente para conhecer deles o mesmo juízo 
Indispensável para todas as espécies de cumulação. Como o autor 
pretende que o juiz acolha todas as pretensões, ou pelo menos alguma 
delas, o juiz tem de ser competente para todas. 
Em caso de incompetência absoluta para alguma das pretensões, 
ele indeferirá o pedido para o qual é incompetente, cabendo à parte 
postulá-la perante o juízo competente. Na hipótese de incompetência 
relativa, se houver a modificação, por prorrogação, conexão, continência 
ou derrogação (cláusula de foro de eleição), o juiz poderá examinar todos 
os pedidos. 
 
III- Seja adequado para todos os pedidos o tipo de 
procedimento 
Como haverá um único processo, é preciso que o procedimento seja 
adequado para todos os pedidos. 
 “Art. 327, §2°. Quando, para cada pedido, 
corresponder tipo diverso de procedimento, 
será admitida a cumulação se o autor 
empregar o procedimento comum, sem 
prejuízo do emprego das técnicas processuais 
diferenciadas previstas nos procedimentos 
especiais a que se sujeitam um ou mais 
pedidos cumulados, que não forem 
incompatíveis com as disposições sobre o 
procedimento comum.” 
 
O §2° do art. 327 autoriza a cumulação se, conquanto os 
procedimentos sejam diferentes, o autor adotar o comum para todos eles. 
Isso não impedirá o emprego das técnicas processuais diferenciadas 
previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais 
pedidos cumulados, que não forem incompatíveis com as disposições 
sobre o procedimento comum. 
 
Espécies de cumulação 
A doutrina costuma fazer a distinção entre a cumulação em que o 
autor pretende do juiz que acolha todos os pedidos; e em que, conquanto 
o autor formule várias pretensões, pretende que acolha apenas uma. A 
primeira espécie é denominada cumulação própria, que pode ser de dois 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
tipos: simples ou sucessiva; e a segunda é a imprópria, que pode ser 
alternativa ou subsidiária. 
 
I- Cumulação própria 
Cumulação simples 
É aquela em que o autor formula vários pedidos, postulando que 
todos sejam acolhidos pelo juiz. O que a distingue da cumulação sucessiva 
é que os pedidos formulados não dependem uns dos outros, isto é, não há 
relação de prejudicialidade entre uns e outros, sendo possível que o juiz 
acolha uns e não os demais. 
Os pedidos cumulados são independentes entre si (autonomia 
entre os pedidos). A concessão de um dos pedidos não vincula os demais, 
bem como a não concessão de um deles não vincula os demais (ex.: dano 
patrimonial e dano moral). 
Cumulação sucessiva 
Haverá um pedido principal e pedidos dependentes do principal. A 
concessão do pedido principal vincula, obrigatoriamente, os demais 
pedidos dependentes (ex. reconhecimento de paternidade e prestação de 
alimentos). 
 
II- Cumulação imprópria 
Cumulação alternativa 
É aquela em que o autor formula mais de um pedido, mas pede aojuiz o acolhimento de apenas um, sem manifestar preferência por este ou 
por aquele. O acolhimento de um dos pedidos exclui os demais: é uma 
coisa ou outra, e não uma coisa e outra, como na cumulação própria. 
Cumprirá ao juiz verificar, em caso de procedência, qual dos pedidos deve 
ser acolhido. 
 
Cumulação subsidiária (art. 326, CPC) 
Assemelha-se à alternativa porque o autor formula mais de um 
pedido, com a pretensão de que só um deles seja acolhido, mas distingue-
se delas porque o autor manifesta a sua preferência por um, podendo-se 
dizer que há o pedido principal e o subsidiário, que só deverá ser 
examinado se o primeiro não puder ser acolhido. Se o juiz acolher o 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
principal, o autor não poderá recorrer; mas se acolher o subsidiário, sim, 
pois terá sucumbido, uma vez que a pretensão preferencial não foi 
acolhida. 
“Art. 326, CPC. É lícito formular mais de um 
pedido em ordem subsidiária, a fim de que o 
juiz conheça do posterior, quando não acolher 
o anterior.” 
 
4. Modificações da causa de pedir e do pedido 
 
“Art. 329. O autor poderá: 
I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou 
a causa de pedir, independentemente de 
consentimento do réu; 
II - até o saneamento do processo, aditar ou 
alterar o pedido e a causa de pedir, com 
consentimento do réu, assegurado o 
contraditório mediante a possibilidade de 
manifestação deste no prazo mínimo de 15 
(quinze) dias, facultado o requerimento de 
prova suplementar. 
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste 
artigo à reconvenção e à respectiva causa de 
pedir.” 
 
Até a citação do réu 
Poderá o autor aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, 
independentemente de consentimento do réu. 
Obs.: Aditamento é o acréscimo voluntário na petição inicial. Emenda é a correção 
da petição inicial mediante determinação judicial. 
Até o saneamento do processo 
O aditamento ou a alteração apenas poderá ser realizado mediante 
consentimento do réu, que terá prazo de no mínimo 15 dias para se 
manifestar, facultado o requerimento de prova suplementar. 
Após o despacho saneador 
Não existe a possibilidade de aditamento ou alteração de pedido, 
tendo em vista que o despacho saneador estabiliza a demanda. 
 
 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
sexta-feira, 04 de março de 2016 
 
5. Negócio jurídico processual 
 
“Art. 190. Versando o processo sobre direitos 
que admitam autocomposição, é lícito às 
partes plenamente capazes estipular 
mudanças no procedimento para ajustá-lo às 
especificidades da causa e convencionar sobre 
os seus ônus, poderes, faculdades e deveres 
processuais, antes ou durante o processo. 
Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, 
o juiz controlará a validade das convenções 
previstas neste artigo, recusando-lhes 
aplicação somente nos casos de nulidade ou 
de inserção abusiva em contrato de adesão ou 
em que alguma parte se encontre em 
manifesta situação de vulnerabilidade.” 
 
Pode ser negociado entre as partes, antes ou durante o processo, 
um contrato processual que pode afastar determinadas regras processuais, 
com exceção aos direitos indisponíveis, aos contratos de adesão ou em que 
alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade. A essa 
negociação, denomina-se negócio jurídico processual. 
De acordo com esse dispositivo, se o processo versar sobre direitos 
que admitam autocomposição, as partes poderão, desde que capazes em 
sua plenitude, estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às 
especificidades da demanda, isto é, àquilo que de especial e, portanto, 
merecedor de destaque, exista na questão de direito material a ser 
veiculada no processo. Nesse novo contexto normativo, as partes poderão 
convencionar, dentre outros temas, a respeito de ônus da prova, inversão 
cronológica de atos processuais, poderes, faculdades e deveres. E, como já 
afirmado, poderão pactuar sobre essas matérias antes mesmo do processo, 
o que significa inserir em contrato, público ou privado, negócio jurídico de 
natureza processual, que vai muito além da mera eleição de foro. 
Se, no curso ou depois de extinta a relação jurídica, houver 
necessidade de ir a juízo, os contratantes, agora partes, irão submeter-se a 
procedimento, que deverá ser processado na forma e nos moldes ali 
pactuados. 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
Diz a regra do parágrafo único do art. 190 que, de ofício ou a 
requerimento da parte prejudicada, o juiz aferirá a validade das 
convenções previstas no art. 190, recusando-lhes aplicação se houver 
nulidade ou inserção abusiva, na hipótese específica de contrato de 
adesão, ou, ainda, naquelas situações em que a parte se encontre em 
manifesta situação de vulnerabilidade. 
 
 V – valor da causa 
A toda causa será atribuída um valor certo, ainda que ela não tenha 
conteúdo econômico imediatamente aferível: 
“Art. 291, CPC. A toda causa será atribuído 
valor certo, ainda que não tenha conteúdo 
econômico imediatamente aferível.” 
 
O valor da causa deve refletir, sempre que possível, o valor 
econômico do objeto da ação. O valor da causa pode definir a competência 
(Juizado de Pequenas Causas: 40 salários mínimos – competência relativa; 
Juizado Especial Federal: até 60 salários mínimos – competência absoluta). 
 
1. Critérios para fixação do valor da causa 
O art. 292 do CPC fornece alguns critérios para fixação do valor da 
causa: 
“Art. 292. O valor da causa constará da 
petição inicial ou da reconvenção e será: 
I - na ação de cobrança de dívida, a soma 
monetariamente corrigida do principal, dos 
juros de mora vencidos e de outras 
penalidades, se houver, até a data de 
propositura da ação; 
II - na ação que tiver por objeto a existência, a 
validade, o cumprimento, a modificação, a 
resolução, a resilição ou a rescisão de ato 
jurídico, o valor do ato ou o de sua parte 
controvertida; 
III - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) 
prestações mensais pedidas pelo autor; 
IV - na ação de divisão, de demarcação e de 
reivindicação, o valor de avaliação da área ou 
do bem objeto do pedido; 
V - na ação indenizatória, inclusive a fundada 
em dano moral, o valor pretendido; 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
VI - na ação em que há cumulação de pedidos 
(cumulação simples), a quantia 
correspondente à soma dos valores de todos 
eles; 
VII - na ação em que os pedidos são 
alternativos (cumulação alternativa), o de 
maior valor; 
VIII - na ação em que houver pedido 
subsidiário (cumulação subsidiária), o valor do 
pedido principal. 
 
Quando o pedido for genérico, o valor da causa deve ser estimado 
pelo autor, que cuidará para que mantenha proporcionalidade com o 
conteúdo econômico da pretensão. 
“Art. 292. 
§1° Quando se pedirem prestações vencidas e 
vincendas, considerar-se-á o valor de umas e 
outras. 
§2° O valor das prestações vincendas será 
igual a uma prestação anual, se a obrigação 
for por tempo indeterminado ou por tempo 
superior a 1 (um) ano, e, se por tempo 
inferior, será igual à soma das prestações. 
§3° O juiz corrigirá, de ofício e por 
arbitramento, o valor da causa quando 
verificar que não corresponde ao conteúdo 
patrimonial em discussão ou ao proveito 
econômico perseguido pelo autor, caso em 
que se procederá ao recolhimento das custas 
correspondentes.” 
 
Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, serão 
calculadas as prestações vencidas com juros e multas, mais as vincendas 
para determinar o valor da causa. Se as vincendas derivar de uma 
prestação por tempo indeterminado ou superior a 12 meses, será igual a 
uma prestação anual. Se inferior a 12 meses, será igual à soma das 
prestações. Poderá haver um valor estimado, caso nãose enquadre em 
nenhuma dessas hipóteses. 
O juiz deve corrigir o valor da causa, arbitrando o valor ou solicitar a 
emenda da petição inicial. 
“Art. 293. O réu poderá impugnar, em 
preliminar da contestação, o valor atribuído à 
causa pelo autor, sob pena de preclusão, e o 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
juiz decidirá a respeito, impondo, se for o 
caso, a complementação das custas.” 
 
 
quinta-feira, 10 de março de 2016 
 
VI – as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos 
alegados 
Para alcançar o pedido o autor deve provar o alegado, assim, deve 
demonstrar a verdade dos fatos alegados, na petição inicial, mediante 
provas que pretende produzir (prova testemunhal, documental, pericial) de 
forma genérica. 
Na petição inicial não se faz necessário o detalhamento das provas 
que o autor pretende produzir, por exemplo, se desejar utilizar de prova 
testemunhal, não será necessária a indicação do rol de testemunhas. 
Ex.: “Espera provar o alegado por todos os meios em direito admitidos, sem 
exceção de nenhum, por mais especial que possa ser, inclusive a oitiva de 
testemunhas, depoimento pessoal da parte contrária, prova pericial e outros 
documentos que vierem a ser necessários.” 
 
“Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das 
hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz, em 
decisão de saneamento e de organização do 
processo: 
(...) 
II - delimitar as questões de fato sobre as 
quais recairá a atividade probatória, 
especificando os meios de prova admitidos.” 
 
Somente após a contestação do réu, em decisão de saneamento, o 
juiz delimitará quais serão as provas que deverão ser produzidas. 
 
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação 
ou de mediação 
O autor, na petição inicial, promoverá a opção pela realização ou 
não de uma audiência de conciliação. Trata-se de uma busca consensual da 
solução de conflitos (transação). 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
“Art. 3.º Não se excluirá da apreciação 
jurisdicional ameaça ou lesão a direito. 
§1.º (...) 
§2.º O Estado promoverá, sempre que 
possível, a solução consensual dos conflitos.” 
 
“Art. 334, §5.º O autor deverá indicar, na 
petição inicial, seu desinteresse na 
autocomposição, e o réu deverá fazê-lo, por 
petição, apresentada com 10 (dez) dias de 
antecedência, contados da data da 
audiência.” 
 
Não se trata, propriamente, de um requisito da inicial, mas da 
oportunidade que o autor tem de manifestar desinteresse na audiência 
inicial de tentativa de conciliação, que se realiza no procedimento comum, 
antes da contestação do réu. Essa audiência deve, obrigatoriamente, ser 
designada, salvo se o processo for daqueles que não admite 
autocomposição, ou se ambas as partes manifestarem desinteresse na 
sua realização. A inicial é a oportunidade que o autor tem para manifestá-
lo. Mas ainda que o faça, o juiz deve designá-la, pois somente se o réu 
também o fizer, ela será cancelada. Ele deve fazê-lo por petição, 
apresentada com 10 dias de antecedência, contados da data marcada para 
a audiência. Se o autor silenciar a respeito de sua opção, presume-se que 
ele concorda com a realização, já que ela só não será marcada se o 
desinteresse for expressamente manifestado por ambas as partes (art. 334, 
§2°). 
 
 
sexta-feira, 11 de março de 2016 
 
2. DESPACHO DA PETIÇÃO INICIAL 
 
A primeira atuação do juiz no processo é o juízo de admissibilidade 
da petição inicial. Haverá três alternativas: pode encontrá-la em termos, 
caso em que determinará a citação do réu (ou até com o julgamento 
imediato, nas hipóteses do art. 332); pode constatar a necessidade de 
algum esclarecimento, ou a solução de algum defeito ou omissão, caso em 
que concederá prazo ao autor para emendá-la; pode verificar que há um 
vício insanável, ou que não foi sanado pelo autor, no prazo que lhe foi 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
anteriormente concedido, caso em que proferirá a sentença de 
indeferimento da inicial. 
 
Indeferimento da petição inicial 
A petição inicial será indeferida quando não reúne condições para 
que haja o contraditório, a ampla defesa, o devido processo legal, etc. Tem 
como consequência a extinção sem resolução do mérito. 
A expressão “indeferimento da inicial” deve ficar reservada às 
hipóteses em que o juiz põe fim ao processo antes mesmo de determinar 
que o réu seja citado, no momento em que faz os primeiros exames de 
admissibilidade. O art. 330 do CPC trata do tema, apresentando numerosas 
hipóteses de indeferimento. 
“Art. 330. A petição inicial será indeferida 
quando: 
I - for inepta; 
II - a parte for manifestamente ilegítima; 
III - o autor carecer de interesse processual; 
IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 
e 321.” 
 
I – For inepta 
A inépcia traz em si como consequência uma dificuldade do 
exercício do contraditório e ampla defesa pelo réu; é a inaptidão da inicial 
de produzir os resultados almejados, seja por falta de pedidos seja por falta 
de fundamentação. 
“Art. 330, §1° Considera-se inepta a petição 
inicial quando: 
I - lhe faltar pedido ou causa de pedir; 
II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as 
hipóteses legais em que se permite o pedido 
genérico; 
III - da narração dos fatos não decorrer 
logicamente a conclusão; 
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.” 
 
O §1° do art. 330 considera inepta a inicial quando não contiver 
pedido ou causa de pedir; o pedido for indeterminado, ressalvadas as 
hipóteses legais em que se permite o pedido genérico; da narração dos 
fatos não decorrer logicamente a conclusão; ou contiver pedidos 
incompatíveis entre si quando da cumulação simples. 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
“Art. 330. A petição inicial será indeferida 
quando: 
(...) 
§2° Nas ações que tenham por objeto a 
revisão de obrigação decorrente de 
empréstimo, de financiamento ou de 
alienação de bens, o autor terá de, sob pena 
de inépcia, discriminar na petição inicial, 
dentre as obrigações contratuais, aquelas que 
pretende controverter, além de quantificar o 
valor incontroverso do débito. 
§3° Na hipótese do §2°, o valor incontroverso 
deverá continuar a ser pago no tempo e modo 
contratados.” 
 
Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação 
decorrente de empréstimo, de financiamento ou de alienação de bens, 
deverá ser indicado na petição inicial, o valor incontroverso (valor que as 
partes reconhecem como pago) e qual a parte que pretende ser 
controvertida. Isto se deve ao fato de que não se pode partir da premissa 
de que todos os contratos de empréstimo, financiamento ou de alienação 
de bens deve ser revisto. 
Caso o credor se recuse a receber o valor incontroverso, poderá ser 
realizado mediante consignação em pagamento. 
 
II – A parte for manifestamente ilegítima 
Legitimidade é a pertinência subjetiva para a ação. Deve ser 
analisada a legitimidade tanto do autor quanto do réu. 
“Art. 17. Para postular em juízo é necessário 
ter interesse e legitimidade.” 
 
A legitimidade ativa pode ser ordinária (pleitear direito próprio em 
nome próprio) ou extraordinária (pleitear direito alheio em nome próprio, 
quando autorizado pelo ordenamento jurídico). A legitimidade passiva será 
sempre ordinária. 
“Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito 
alheio em nome próprio, salvo quando 
autorizado pelo ordenamento jurídico.” 
 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
III – O autor carecer de interesse processual 
"Existe interesse processual quando a parte tem necessidade de ir a 
juízo para alcançar a tutela pretendida e, ainda, quando essa tutela 
jurisdicional pode trazer-lhe alguma utilidade do ponto de vista prático."(Nelson Nery Junior). Assim, o interesse processual é formado pelo 
binômio necessidade e adequação. 
Normalmente se caracteriza o interesse de agir quando existem 
provas inequívocas de que todos os meios de resolução administrativa e 
amigável foram tentados, porém sem sucesso. 
 
 
 
IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321 
 
“Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição 
inicial não preenche os requisitos dos arts. 
319 e 320 ou que apresenta defeitos e 
irregularidades capazes de dificultar o 
julgamento de mérito, determinará que o 
autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende 
ou a complete, indicando com precisão o que 
deve ser corrigido ou completado. 
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a 
diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.” 
 
“Art. 106. Quando postular em causa própria, 
incumbe ao advogado: 
I - declarar, na petição inicial ou na 
contestação, o endereço, seu número de 
inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil 
e o nome da sociedade de advogados da qual 
participa, para o recebimento de intimações; 
II - comunicar ao juízo qualquer mudança de 
endereço. 
§1° Se o advogado descumprir o disposto no 
inciso I, o juiz ordenará que se supra a 
omissão, no prazo de 5 (cinco) dias, antes de 
determinar a citação do réu, sob pena de 
indeferimento da petição. 
§2° Se o advogado infringir o previsto no 
inciso II, serão consideradas válidas as 
intimações enviadas por carta registrada ou 
meio eletrônico ao endereço constante dos 
autos.” 
 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
 
quinta-feira, 17 de março de 2016 
 
1. Juízo de retratação 
 
“Art. 331. Indeferida a petição inicial, o autor 
poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 5 
(cinco) dias, retratar-se. 
§1° Se não houver retratação, o juiz mandará 
citar o réu para responder ao recurso. 
§2° Sendo a sentença reformada pelo tribunal, 
o prazo para a contestação começará a correr 
da intimação do retorno dos autos, observado 
o disposto no art. 334. 
Redação adequada do Art. 331, §2°: Sendo a 
sentença reformada pelo Tribunal, com o 
retorno dos autos ao 1° grau, observar-se-á o 
disposto no art. 334 (conciliação). 
§3° Não interposta a apelação, o réu será 
intimado do trânsito em julgado da sentença.” 
 
Indeferida a petição inicial, poderá o autor interpor recurso de 
apelação (recurso utilizado para anular ou reformar a sentença). Trata-se 
de apelação dotada de efeito regressivo, em que o juiz tem a possibilidade 
de, ponderando os argumentos apresentados pelo autor no recurso, 
reconsiderar a sua decisão e determinar a citação do réu (art. 331, §1°). 
Sempre que houver extinção sem resolução do mérito, a apelação terá 
esse efeito, com a particularidade de que no caso do indeferimento da 
inicial o réu ainda não foi citado, e precisará sê-lo, para oferecer 
contrarrazões e acompanhar o recurso. 
Se o juiz a reconsiderar, a sentença de indeferimento da inicial 
ficará sem efeito e será determinada a citação do réu; do contrário, 
mantida a sentença, será o réu citado para responder o recurso. Caso ele 
seja provido, com o retorno dos autos, o juiz designará audiência prévia 
de tentativa de conciliação, e só depois de sua realização é que fluirá o 
prazo para contestação. O prazo só correrá efetivamente da intimação do 
retorno dos autos se a audiência não for designada, nos casos em que o 
processo não admite autocomposição (§2°, art. 331). 
 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
 
sexta-feira, 18 de março de 2016 
 
Emenda à petição inicial 
 
“Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição 
inicial não preenche os requisitos dos arts. 
319 e 320 ou que apresenta defeitos e 
irregularidades capazes de dificultar o 
julgamento de mérito, determinará que o 
autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende 
ou a complete, indicando com precisão o que 
deve ser corrigido ou completado. 
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a 
diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.” 
 
“Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do 
Poder Judiciário serão públicos, e 
fundamentadas todas as decisões, sob pena 
de nulidade. 
Parágrafo único. Nos casos de segredo de 
justiça, pode ser autorizada a presença 
somente das partes, de seus advogados, de 
defensores públicos ou do Ministério 
Público.” 
 
Sentença liminarmente improcedente 
Quando o juiz verificar que a inicial preenche todos os requisitos, 
determinará a citação do réu, para que este possa ser integrado ao 
processo. Mas há uma situação especial em que, recebida a inicial, o juiz 
passará de imediato ao julgamento, sem a citação. Trata-se do art. 332, 
que autoriza o juiz a proferir sentença de total improcedência, nos casos 
nele previstos: 
“Art. 332. Nas causas que dispensem a fase 
instrutória, o juiz, independentemente da 
citação do réu, julgará liminarmente 
improcedente o pedido que contrariar: 
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal 
Federal ou do Superior Tribunal de Justiça; 
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal 
Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça 
em julgamento de recursos repetitivos; 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
III - entendimento firmado em incidente de 
resolução de demandas repetitivas ou de 
assunção de competência; 
IV - enunciado de súmula de tribunal de 
justiça sobre direito local.” 
 
Trata-se de sentença que julgará liminarmente o mérito, quando 
não se faz necessária a fase instrutória/probatória (questão de mérito 
exclusivamente de direito), sendo necessariamente improcedente, nas 
formas do art. 487, I do CPC. Julgada liminarmente a sua improcedência, 
devendo o réu ser citado da decisão que julgou liminarmente 
improcedente o pedido do autor. 
“Art. 487. Haverá resolução de mérito quando 
o juiz: 
I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na 
ação ou na reconvenção.” 
 
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior 
Tribunal de Justiça 
A Súmula reflete o posicionamento de um órgão sobre determinado 
assunto já pacificado através da jurisprudência. Assim, se o pedido 
contrariar súmula do STF ou STJ deverá o juiz julgar liminarmente 
improcedente (apontamento passível de questionamento constitucional, já 
que vincula obrigatoriamente as decisões, tanto às súmulas vinculantes 
quanto às súmulas simples, impedindo que se tenha uma reforma de 
posicionamento dos Tribunais em relação às súmulas simples). 
 
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior 
Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos 
 
“Art. 1.036. Sempre que houver 
multiplicidade de recursos extraordinários ou 
especiais com fundamento em idêntica 
questão de direito, haverá afetação para 
julgamento de acordo com as disposições 
desta Subseção, observado o disposto no 
Regimento Interno do Supremo Tribunal 
Federal e no do Superior Tribunal de Justiça.” 
 
Recursos, extraordinário ou especial, repetitivos são casos idênticos 
que versam sobre a mesma questão de direito, permitindo aos tribunais 
superiores realizarem o julgamento por amostragem. São os denominados 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
recursos afetados. Quando um recurso extraordinário ou especial, entre 
tantos repetitivos, é escolhido para ser processado e julgado por 
amostragem, o tribunal superior, além de ter a vantagem de não receber 
uma grande quantidade de casos, há de analisar a situação com 
parcimônia, porquanto irá ali firmar um precedente, que servirá de 
paradigma aos demais casos. 
 Assim, o acórdão proferido pelos tribunais superiores no 
julgamento dos recursos repetitivos, terá a mesma força das súmulas 
vinculantes, já que será julgado liminarmente improcedente pelo juiz de 1° 
grau. 
 
III - entendimentofirmado em incidente de resolução de demandas 
repetitivas ou de assunção de competência 
 
“Art. 976. É cabível a instauração do incidente 
de resolução de demandas repetitivas quando 
houver, 
simultaneamente: 
I - efetiva repetição de processos que 
contenham controvérsia sobre a mesma 
questão unicamente de 
direito; 
II - risco de ofensa à isonomia e à segurança 
jurídica.” 
 
O cabimento do incidente de resolução de demanda repetitiva dar-
se-á nos casos onde seja observado o risco de controvérsia no julgamento 
de demandas que versem sobre questão de direito e nas demandas em 
que seja observado o risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica. 
Trata-se da junção de demandas repetitivas para que tenham 
representação e julgamento único. Difere-se dos recursos repetitivos, pois 
estes se referem a apelações com questões de direito idênticas aos 
tribunais superiores, enquanto o incidente de resolução de demanda 
repetitiva são processos, propostos diretamente nos tribunais superiores 
ou no juiz de 1ª instância. 
“Art. 947. É admissível a assunção de 
competência quando o julgamento de 
recurso, de remessa necessária ou de 
processo de competência originária envolver 
relevante questão de direito, com grande 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
repercussão social, sem repetição em 
múltiplos processos.” 
 
Assunção de competência é evocar para si a competência para o 
julgamento, devido a relevância da questão de direito, com grande 
repercussão. A decisão proferida em assunção de competência vinculará as 
demais ações que vierem a ser propostas, devendo ser julgadas 
liminarmente improcedentes pelo juiz de 1° grau se o seu pedido a esta 
contrariar. 
 
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local 
Súmula do Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal sobre 
direito local, vincula as demais ações. 
Existe uma discussão doutrinária quanto à aplicação de tal 
dispositivo às súmulas do TRF, já que o mesmo se refere à questão de 
direito local e ter o TRF competência sobre mais de um Estado, ou ainda, 
partes de um Estado. 
 
1. Decadência ou prescrição 
 
“Art. 332, §1° O juiz também poderá julgar 
liminarmente improcedente o pedido se 
verificar, desde logo, a ocorrência de 
decadência ou de prescrição.” 
 
Redação adequada: Ocorrendo a decadência 
ou a prescrição, o juiz poderá reconhecê-las 
independentemente da citação do réu, ainda 
que fosse necessária a fase instrutória, 
julgando com resolução de mérito a demanda 
na forma do art. 487, II da Lei 13.105/15. 
 
Enquanto a prescrição é a perda da pretensão (de reivindicar esse 
direito por meio da ação judicial cabível), a decadência é a perda do direito 
em si por não ter sido exercido num período de tempo razoável. Tanto a 
prescrição, quanto a decadência buscam reprimir a inércia dos titulares dos 
direitos, e assim, fixam prazos razoáveis para que estes direitos sejam 
exercidos. 
O art. 332, §1° traz uma hipótese de julgamento nos moldes do art. 
487, II: 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
“Art. 487. Haverá resolução de mérito quando 
o juiz: 
II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre 
a ocorrência de decadência ou prescrição.” 
 
 
quinta-feira, 31 de março de 2016 
2. Apelação 
 
“Art. 332 
(...) 
§2°. Não interposta a apelação, o réu será 
intimado do trânsito em julgado da sentença, 
nos termos do art. 241. 
§3°. Interposta a apelação, o juiz poderá 
retratar-se em 5 (cinco) dias. 
§4°. Se houver retratação, o juiz determinará 
o prosseguimento do processo, com a citação 
do réu, e, se não houver retratação, 
determinará a citação do réu para apresentar 
contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias.” 
 
“Art. 241. Transitada em julgado a sentença 
de mérito proferida em favor do réu antes da 
citação, incumbe ao escrivão ou ao chefe de 
secretaria comunicar-lhe o resultado do 
julgamento.” 
 
Da sentença de total improcedência, cabe recurso de apelação, pelo 
autor. Esse recurso terá efeito regressivo, com a possibilidade de o juiz 
retratar-se no prazo de cinco dias, tornando sem efeito a sentença 
proferida, para determinar a citação do réu. Esse é o único caso em que o 
juiz poderá retratar-se de uma sentença de mérito. Das sentenças de 
extinção sem resolução de mérito, o juiz, havendo apelação, poderá 
sempre retratar-se. 
Caso não haja retratação, o réu será citado para apresentar 
contrarrazões. Se houver retratação, ele será citado para apresentar 
contestação. 
Com a subida do recurso, o Tribunal poderá: 
 Manter a sentença de total improcedência, quando verificar 
que o juiz tinha razão para proferi-la. O acórdão condenará 
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o autor ao pagamento de honorários advocatícios dos quais 
ele estaria dispensado se não tivesse recorrido, pois o réu 
nem sequer teria comparecido aos autos; 
 Verificar que não era hipóteses de aplicação do art. 332, seja 
porque ausentes as hipóteses previstas no dispositivo, seja 
porque o processo não é daqueles que dispensa instrução, 
caso em que o Tribunal anulará a sentença e determinará o 
retorno dos autos à primeira instância para que o réu tenha 
oportunidade de contestar, prosseguindo-se daí por diante. 
 
Se o autor não apelar, a sentença de total improcedência transitará 
em julgado, sem que o réu tenha sido, ao menos, citado. Por isso, é 
importante que o juiz determine a sua intimação, para que dela possa 
tomar conhecimento (art. 332, §2°). 
 
Citação do réu 
 
“Art. 238. Citação é o ato pelo qual são 
convocados o réu, o executado ou o 
interessado para integrar a relação 
processual.” 
 
“Art. 239. Para a validade do processo é 
indispensável a citação do réu ou do 
executado, ressalvadas as hipóteses de 
indeferimento da petição inicial ou de 
improcedência liminar do pedido. 
§1°. O comparecimento espontâneo do réu ou 
do executado supre a falta ou a nulidade da 
citação, fluindo a partir desta data o prazo 
para apresentação de contestação ou de 
embargos à execução.” 
 
Verificando que a petição inicial está em termos, o juiz determinará 
a citação do réu, excetuado ou interessado. Trata-se de ato de 
comunicação fundamental, por meio do qual eles tomam conhecimento 
da existência do processo e têm a primeira oportunidade de se 
manifestar. 
A citação é um pressuposto/requisito de validade do processo. 
Logo, sem citação válida, não se pode falar em decisão válida, excetuando 
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Direito - USJT 
o indeferimento da petição inicial e as hipóteses previstas no art. 332 
(caput do art. 239). 
Como ato fundamental do processo, a citação há de ser feita na 
forma e com as formalidades determinadas por lei. O descumprimento dos 
requisitos formais poderá invalidar o ato, tornando necessária a sua 
repetição. Mas, se apesar do vício ou da falta de citação, o réu comparecer, 
o ato terá alcançado a sua finalidade, não sendo necessário realiza-lo ou 
repeti-lo (art. 239, §1°). 
 
a) Alegação de nulidade 
Alegando, o réu, a nulidade de citação e esta for rejeitada, será o 
réu considerado revel no processo de conhecimento ou, o feito terá 
seguimento se for o processo de execução. 
“Art. 239. §2°. Rejeitada a alegação de 
nulidade, tratando-se de processo de: 
I - conhecimento, o réu será considerado 
revel; 
II - execução, o feito terá seguimento.” 
 
b) Efeitos da citação 
Como ato processual fundamental que é, a citação produz 
numerosos efeitos. O primeiro deles é o de completar a relação 
processual, com a intenção do citando. A relação processual se 
triangulariza a partir da citação. 
Mas esse não é o único efeito produzido. O art. 240 do CPC 
enumera alguns outros, que terãogrande importância, tanto do ponto de 
vista processual quanto do material. Mas, para que se verifiquem, é 
indispensável que a citação seja válida, ainda que produzida por juízo 
incompetente. A invalidez não os produz. 
“Art. 240. A citação válida, ainda quando 
ordenada por juízo incompetente, induz 
litispendência, torna litigiosa a coisa e 
constitui em mora o devedor, ressalvado o 
disposto nos arts. 397 e 398 da Lei no 10.406, 
de 10 
de janeiro de 2002 (Código Civil).” 
 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
“Art. 397, CC. O inadimplemento da 
obrigação, positiva e líquida, no seu termo, 
constitui de pleno direito em mora o devedor. 
Parágrafo único. Não havendo termo, a mora 
se constitui mediante interpelação judicial ou 
extrajudicial.” 
 
“Art. 398, CC. Nas obrigações provenientes de 
ato ilícito, considera-se o devedor em mora, 
desde que o praticou.” 
 
A citação realizada dentro dos ditames da lei, ainda que ordenada 
por juízo incompetente, induz litispendência (duas ações idênticas em 
curso), torna litigiosa a coisa (ou o direito) e constitui em mora o devedor 
(efeito material, e não processual, da citação válida). 
“Art. 337. 
§1°. Verifica-se a litispendência ou a coisa 
julgada quando se reproduz ação 
anteriormente ajuizada. 
§2°. Uma ação é idêntica a outra quando 
possui as mesmas partes, a mesma causa de 
pedir e o mesmo pedido. 
§3°. Há litispendência quando se repete ação 
que está em curso.” 
 
1. Litispendência 
A citação válida induz litispendência, o que é relevante quando 
houver a propositura de ações idênticas, em juízos diferentes. Uma delas 
haverá de ser extinta sem a resolução de mérito, por força do disposto no 
art. 485, V, do CPC. 
 
2. Coisa litigiosa 
A citação válida faz litigiosa a coisa, o que traz consequências 
importantes para o processo. Só há fraude à execução depois que o 
devedor, citado, aliena o bem discutido na ação real; ou quando vende 
bens de seu patrimônio, tornando-se insolvente. Se a alienação ocorrer 
antes da citação válida do devedor, poderá haver fraude contra credores, 
mas não à execução. 
 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
3. Constituição do devedor em mora 
A citação só constituirá o devedor em mora se ela já não o estiver 
anteriormente. Nas obrigações com termo certo de vencimento, ela se 
constitui de pleno direito pelo transcurso do prazo estabelecido para o 
cumprimento, sem a necessidade de notificação ou interpelação do 
devedor. Nesse caso, quando ele for citado, já estará em mora. 
 
 
sexta-feira, 1 de abril de 2016 
 
4. Interrupção da prescrição e despacho que ordena citação 
 
“Art. 240. 
§1°. A interrupção da prescrição, operada 
pelo despacho que ordena a citação, ainda 
que proferido por juízo incompetente, 
retroagirá à data de propositura da ação. 
§2°. Incumbe ao autor adotar, no prazo de 10 
(dez) dias, as providências necessárias para 
viabilizar a citação, sob pena de não se aplicar 
o disposto no §1°. 
§3°. A parte não será prejudicada pela 
demora imputável exclusivamente ao serviço 
judiciário. 
§4°. O efeito retroativo a que se refere o §1° 
aplica-se à decadência e aos demais prazos 
extintivos previstos em lei.” 
“Art. 202, CC. A interrupção da prescrição, 
que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-
á: 
I - por despacho do juiz, mesmo 
incompetente, que ordenar a citação, se o 
interessado a promover no prazo e na forma 
da lei processual.”. 
 
O art. 240, §1°, não atribui à citação o efeito de interromper a 
prescrição, mas o despacho que a ordena, ainda que proferida por juízo 
incompetente. A prescrição é a perda da pretensão, não exercida dentro 
do prazo estabelecido em lei e se justifica porque a prescrição pressupõe a 
inércia do titular da pretensão. Se dentro do prazo estabelecido em lei o 
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titular ajuíza a ação e a inicial é recebida, determinando-se a citação, deixa 
de haver inércia e o prazo é interrompido. 
O CPC acrescenta que a eficácia interruptiva retroage à propositura 
da ação (art. 240, §1°). Mas para que isso ocorra, é preciso que o autor 
tome as providências necessárias, no prazo de dez dias, para que a citação 
se viabilize, a contar do despacho que a ordenar. Se a citação não se 
viabilizar, porque o autor negligenciou tomar as providências necessárias 
nesse prazo, o despacho que ordenou a citação ainda assim interromperá 
a prescrição, mas não retroagirá à data da propositura da demanda (art. 
240, §2°). Mas, se ela se inviabilizar por fatos alheios ao autor, como os 
exclusivamente imputáveis ao serviço judiciário, ele não poderá ser 
prejudicado e a interrupção retroagirá mesmo assim (art. 240, §3°). 
O despacho que ordena a citação também impede que se verifique 
o prazo decadencial, com eficácia retroativa à data da propositura da 
demanda, bem como aos demais prazos extintivos previstos em lei (art. 
240, §4°). 
A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que a 
interrompeu, ou do último ato do processo para interrompê-la (art. 202, 
parágrafo único do CC), retroagindo à data da propositura da ação. 
 
c) Realização da citação 
A citação poderá ser realizada de forma direta ou indireta. A direta 
é a feita na pessoa do réu ou de seu representante legal; a indireta é feita 
na pessoa de um terceiro, que tem poderes de recebê-la com efeito 
vinculante em relação ao réu. 
A regra em nosso ordenamento é a citação direta, como resulta da 
leitura do art. 242 do CPC: 
“Art. 242. A citação será pessoal, podendo, no 
entanto, ser feita na pessoa do representante 
legal ou do procurador do réu, do executado 
ou do interessado. 
 §1°. Na ausência do citando, a citação será 
feita na pessoa de seu mandatário, 
administrador, preposto ou gerente, quando a 
ação se originar de atos por eles praticados. 
§2°. O locador que se ausentar do Brasil sem 
cientificar o locatário de que deixou, na 
localidade onde 
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estiver situado o imóvel, procurador com 
poderes para receber citação será citado na 
pessoa do administrador do imóvel 
encarregado do recebimento dos aluguéis, 
que será considerado habilitado para 
representar o locador em juízo. 
§3°. A citação da União, dos Estados, do 
Distrito Federal, dos Municípios e de suas 
respectivas autarquias e fundações de direito 
público será realizada perante o órgão de 
Advocacia Pública responsável por sua 
representação judicial.” 
 
Quando o citando for pessoa física maior e capaz, a citação será 
dirigida a ele; quando for pessoa jurídica ou incapaz, a citação será dirigida 
ao seu representante legal. Se absolutamente incapaz, exclusivamente aos 
representantes legais; se relativamente incapaz, deverá ser feita tanto ao 
incapaz quanto ao representante legal. Se o réu for pessoa jurídica, a 
citação será feita ao representante legal, conforme estabelecem os seus 
estatutos. Se estes forem omissos, os representantes serão os seus 
diretores. Se a pessoa jurídica for de direito público, a citação far-se-á 
perante o órgão da advocacia pública responsável por sua representação 
judicial (art. 242, §3°). 
O locador que se ausentar do Brasil e não tiver procurador, será 
citado na pessoa do administrador do imóvel encarregado do recebimento 
de aluguéis, que terá poderes de representa-lo em juízo (art. 242, §2°). 
 
1. Oportunidade da citação 
 
 “Art. 243. A citação poderá ser feita em 
qualquer lugar em que se encontre o réu, o 
executado ou o interessado. 
Parágrafo único. O militar em serviço ativo 
será citado na unidade em que estiver 
servindo, se não for conhecida sua residência 
ou nela não for encontrado.” 
 
“Art. 244. Não se fará a citação, salvo para 
evitar o perecimentodo direito: 
I - de quem estiver participando de ato de 
culto religioso; 
II - de cônjuge, de companheiro ou de 
qualquer parente do morto, consanguíneo ou 
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afim, em linha reta ou na linha colateral em 
segundo grau, no dia do falecimento e nos 7 
(sete) dias seguintes; 
III - de noivos, nos 3 (três) primeiros dias 
seguintes ao casamento; 
IV - de doente, enquanto grave o seu estado.” 
 
De acordo com o CPC, art. 243, a citação far-se-á em qualquer lugar 
em que se encontre o réu, executado ou interessado. No entanto, o art. 
244 estabelece uma série de restrições que deverão ser observadas, salvo 
quando houver risco de perecimento de direito. 
Não se fará a citação a quem estiver participando de qualquer ato 
de culto religioso; ao cônjuge, companheiro ou qualquer parente do morto, 
consanguíneo ou afim, em linha reta, ou na linha colateral em segundo 
grau, no dia do falecimento e nos sete dias seguintes (licença nojo); aos 
noivos nos três primeiros dias depois do casamento; e aos doentes, 
enquanto grave o seu estado. 
“Art. 245. Não se fará citação quando se 
verificar que o citando é mentalmente incapaz 
ou está impossibilitado de recebê-la. 
§1° O oficial de justiça descreverá e certificará 
minuciosamente a ocorrência. 
§2° Para examinar o citando, o juiz nomeará 
médico, que apresentará laudo no prazo de 5 
(cinco) dias. 
§3° Dispensa-se a nomeação de que trata o 
§2° se pessoa da família apresentar 
declaração do médico do citando que ateste a 
incapacidade deste. 
§4° Reconhecida a impossibilidade, o juiz 
nomeará curador ao citando, observando, 
quanto à sua escolha, a preferência 
estabelecida em lei e restringindo a 
nomeação à causa. 
§5° A citação será feita na pessoa do curador, 
a quem incumbirá a defesa dos interesses do 
citando.” 
 
Se o oficial de justiça verificar que o réu é mentalmente incapaz ou 
está impossibilitado de receber a citação, descreverá e certificará 
minuciosamente a ocorrência, caso em que o juiz nomeará um médico 
para o examinar. O laudo deverá ser apresentado em cinco dias, e, se for 
reconhecida a possibilidade, o juiz dará ao citando um curador, na pessoa 
de quem a citação será realizada. O exame será dispensado se pessoa da 
Aline Sayuri Kazari 
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família apresentar declaração do médico do citando atestando a sua 
incapacidade. 
 
d) Espécies de citação 
 
“Art. 246. A citação será feita: 
I - pelo correio; 
II - por oficial de justiça; 
III - pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o 
citando comparecer em cartório; 
IV - por edital; 
V - por meio eletrônico, conforme regulado 
em lei.” 
 
De acordo com o art. 246 do CPC, a citação pode realizar-se por 
cinco modos: pelo correio, por oficial de justiça, pelo escrivão ou chefe de 
secretaria, se o citando comparecer em cartório, por edital ou por meio 
eletrônico. Dentre essas, existem formas de citação real e ficta. São fictas 
aquelas que se realizam por edital, bem como por mandado, quando 
realizada com hora certa, porque o réu, executado ou interessado se 
oculta. As demais são reais. Essa distinção é importante, porque, quando a 
citação é ficta e o réu revel, há necessidade de nomeação de curador 
especial para defendê-lo, o que não é necessário na citação real. 
 
I – pelo correio 
É a forma prioritária de citação das pessoas naturais, das 
microempresas e das empresas de pequeno porte, embora a lei assegure 
ao autor a possibilidade de requerê-la sob outra forma (art. 222, f). O art. 
247, no entanto, ressalva algumas situações, em que não será admitida a 
citação pelo correio. 
“Art. 247. A citação será feita pelo correio 
para qualquer comarca do país, exceto: 
I - nas ações de estado, observado o disposto 
no art. 695, § 3°; 
II - quando o citando for incapaz; 
III - quando o citando for pessoa de direito 
público; 
IV - quando o citando residir em local não 
atendido pela entrega domiciliar de 
correspondência; 
V - quando o autor, justificadamente, a 
requerer de outra forma.” 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
 
“Art. 695. Recebida a petição inicial e, se for o 
caso, tomadas as providências referentes à 
tutela provisória, o juiz ordenará a citação do 
réu para comparecer à audiência de mediação 
e conciliação, observado o disposto no art. 
694. 
(...) 
§ 3. ° A citação será feita na pessoa do réu.” 
 
O prazo de resposta fluirá da data da juntada aos autos do aviso 
devidamente firmado pelo destinatário da citação, salvo disposição em 
contrário. O prazo de contestação, no procedimento comum, corre, no 
entanto, a partir da audiência de tentativa de conciliação ou da data em 
que o réu protocola o pedido de cancelamento dessa audiência, já tendo o 
autor manifestado desinteresse na sua realização, na petição inicial. O 
prazo correrá apenas da juntada do AR quando, por se tratar de processo 
que não admite autocomposição, a audiência não for designada. 
 
“Art. 248. Deferida a citação pelo correio, o 
escrivão ou o chefe de secretaria remeterá ao 
citando cópias da petição inicial e do 
despacho do juiz e comunicará o prazo para 
resposta, o endereço do juízo e o respectivo 
cartório. 
§1° A carta será registrada para entrega ao 
citando, exigindo-lhe o carteiro, ao fazer a 
entrega, que assine o recibo. 
§2° Sendo o citando pessoa jurídica, será 
válida a entrega do mandado a pessoa com 
poderes de gerência geral ou de 
administração ou, ainda, a funcionário 
responsável pelo recebimento de 
correspondências. 
§3° Da carta de citação no processo de 
conhecimento constarão os requisitos do art. 
250. 
§4° Nos condomínios edilícios ou nos 
loteamentos com controle de acesso, será 
válida a entrega do mandado a funcionário da 
portaria responsável pelo recebimento de 
correspondência, que, entretanto, poderá 
recusar o recebimento, se declarar, por 
escrito, sob as penas da lei, que o destinatário 
da correspondência está ausente. 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
 
Caso seja pessoa física, a citação só valerá se o aviso de 
recebimento tiver sido por ele firmado. Caso seja pessoa jurídica, se 
entregue a pessoa com poderes de gerência geral ou de administração ou a 
funcionário responsável pelo recebimento da correspondência (art. 248, 
§2°). A carta deve ser acompanhada de cópia da petição inicial e deverá 
observar todos os demais requisitos do art. 250. 
 
 
quinta-feira, 7 de abril de 2016 
II - por oficial de justiça 
 
“Art. 249. A citação será feita por meio de 
oficial de justiça nas hipóteses previstas neste 
Código ou em lei, 
ou quando frustrada a citação pelo correio.”. 
“Art. 250. O mandado que o oficial de justiça 
tiver de cumprir conterá: 
I - os nomes do autor e do citando e seus 
respectivos domicílios ou residências; 
II - a finalidade da citação, com todas as 
especificações constantes da petição inicial, 
bem como a menção do prazo para contestar, 
sob pena de revelia, ou para embargar a 
execução; 
III - a aplicação de sanção para o caso de 
descumprimento da ordem, se houver; 
IV - se for o caso, a intimação do citando para 
comparecer, acompanhado de advogado ou 
de defensor público, à audiência de 
conciliação ou de mediação, com a menção do 
dia, da hora e do lugar do comparecimento; 
V - a cópia da petição inicial, do despacho ou 
da decisão que deferir tutela provisória; 
VI - a assinatura do escrivão ou do chefe de 
secretaria e a declaração de que o subscreve 
por ordem do juiz.” 
 
“Art. 251. Incumbe ao oficial de justiça 
procurar o citando e, onde o encontrar, citá-
lo: 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
I - lendo-lhe o mandado e entregando-lhe a 
contrafé; 
II - portando por fé se recebeu ou recusou a 
contrafé; 
III - obtendo a nota de cienteou certificando 
que o citando não a apôs no mandado.” 
 
É feita por oficial de justiça nas hipóteses previstas no CPC ou em 
lei; por exemplo, quando presentes as hipóteses dos incisos do art. 247, em 
que a citação pelo correio não se realiza. O oficial procurará o citando e, 
onde o encontrar fará a citação, lendo-lhe o mandado e entregando-lhe a 
contrafé. O oficial certificará se o réu recebeu ou recusou a contrafé e 
colherá a sua assinatura no mandado, certificando em caso de recusa (art. 
251, I a III). 
O prazo para resposta, do qual o réu terá sido advertido, começa a 
fluir da data da juntada aos autos do mandado de citação cumprido (art. 
231, II), salvo disposição em sentido diverso, como nas hipóteses da 
audiência de tentativa de conciliação ou do pedido de cancelamento 
protocolado pelo réu. Se houver vários citandos, o prazo para todos só 
começa a correr da data da juntada do último mandado de citação 
cumprido (art. 231, §1°). 
Não é requisito do mandado de citação a assinatura do juiz, mas tão 
somente do escrivão ou chefe de secretaria, declarando que subscreve por 
ordem do juiz. 
Caso o intimado não seja encontrado nos endereços indicados no 
mandado, o oficial de justiça certificará e devolverá o mandado não 
cumprido. Se o ato citatório logrou êxito, o mandado será cumprido 
diretamente na pessoa do citando. 
O citando, no entanto, não é obrigado a assinar o mandado e nem a 
receber a contrafé, mas será considerado citado no processo. Em razão da 
recusa, o oficial de justiça passará a descrever o citando. 
 
Citação com hora certa 
 
“Art. 252. Quando, por 2 (duas) vezes, o 
oficial de justiça houver procurado o citando 
em seu domicílio ou residência sem o 
encontrar, deverá, havendo suspeita de 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
ocultação, intimar qualquer pessoa da família 
ou, em sua falta, qualquer vizinho de que, no 
dia útil imediato, voltará a fim de efetuar a 
citação, na hora que designar. 
Parágrafo único. Nos condomínios edilícios ou 
nos loteamentos com controle de acesso, será 
válida a intimação a que se refere o caput 
feita a funcionário da portaria responsável 
pelo recebimento de correspondência.” 
 
É uma espécie de citação por mandado, que deve ser utilizada 
quando o citando, tendo sido procurado por duas vezes pelo oficial de 
justiça em seu domicílio ou residência, não for encontrado, havendo 
suspeita de ocultação, devendo consignar na citação os dias e horários em 
que realizou as diligências e é preciso que o citando tenha sido procurado 
nos horários em que costuma encontrar-se no local. 
“Art. 253. No dia e na hora designados, o 
oficial de justiça, independentemente de novo 
despacho, comparecerá ao domicílio ou à 
residência do citando a fim de realizar a 
diligência.” 
§1° Se o citando não estiver presente, o oficial 
de justiça procurará informar-se das razões da 
ausência, dando por feita a citação, ainda que 
o citando se tenha ocultado em outra 
comarca, seção ou subseção judiciárias. 
§2° A citação com hora certa será efetivada 
mesmo que a pessoa da família ou o vizinho 
que houver sido intimado esteja ausente, ou 
se, embora presente, a pessoa da família ou o 
vizinho se recusar a receber o mandado. 
§3° Da certidão da ocorrência, o oficial de 
justiça deixará contrafé com qualquer pessoa 
da família ou vizinho, conforme o caso, 
declarando-lhe o nome. 
§4° O oficial de justiça fará constar do 
mandado a advertência de que será nomeado 
curador especial se houver revelia.” 
 
“Art. 254. Feita a citação com hora certa, o 
escrivão ou chefe de secretaria enviará ao 
réu, executado ou interessado, no prazo de 10 
(dez) dias, contado da data da juntada do 
mandado aos autos, carta, telegrama ou 
correspondência eletrônica, dando-lhe de 
tudo ciência.” 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
 
Para que se aperfeiçoe, o oficial intimará qualquer pessoa da família 
ou, em sua falta, qualquer vizinho que, no dia útil imediato, voltará, a fim 
de efetuar a citação na hora que designar. No dia e hora marcados, 
comparecerá ao domicílio do citando e, se ele não estiver presente, 
procurará informar-se das razões da ausência, dando por feita a citação, 
caso verifique que houve ocultação, ainda que em outra comarca, seção ou 
subseção judiciárias. O oficial fará uma certidão do ocorrido e deixará a 
contrafé com a pessoa da família ou com qualquer vizinho, declarando-lhe 
o nome. Em seguida, o escrivão ou chefe de secretaria enviará carta, 
telegrama ou radiograma ao citando, dando-lhe de tudo ciência. A 
expedição da carta é requisito para a validade da citação com hora certa, 
mas não o recebimento pelo citando. 
Nos condomínios edilícios será válida a intimação feita a funcionário 
da portaria responsável pelo recebimento de correspondência. 
Como a citação é ficta, porque não recebida diretamente pelo 
citando, haverá necessidade de nomeação de curador especial, se o réu 
ficar revel. 
“Art. 255. Nas comarcas contíguas de fácil 
comunicação e nas que se situem na mesma 
região metropolitana, o oficial de justiça 
poderá efetuar, em qualquer delas, citações, 
intimações, notificações, penhoras e 
quaisquer outros atos executivos.” 
 
Nas comarcas vizinhas de fácil comunicação (próxima) e nas que se 
situem na mesma região metropolitana, o oficial de justiça poderá efetuar, 
em qualquer delas, citações, intimações, notificações, penhoras e 
quaisquer outros atos executivos. 
 
III - pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o citando 
comparecer em cartório 
 
IV - por edital 
É forma de citação ficta que se aperfeiçoa com a publicação de 
editais. O art. 256 do CPC enumera as situações em que o juiz deferirá a 
citação por edital: 
“Art. 256. A citação por edital será feita: 
Aline Sayuri Kazari 
Direito - USJT 
I - quando desconhecido ou incerto o citando; 
II - quando ignorado, incerto ou inacessível o 
lugar em que se encontrar o citando; 
III - nos casos expressos em lei.” 
 
O edital será publicado na rede mundial de computadores, no sítio 
do respectivo tribunal e na plataforma de editais do Conselho Nacional de 
Justiça, o que deverá ser certificado nos autos. Além disso, o juiz pode 
determinar também a publicação em jornal local de ampla circulação ou 
por outros meios, consideradas peculiaridades da comarca, seção ou 
subseção judiciárias. 
O juiz fixará o prazo do edital, que pode variar entre 20 e 60 dias, a 
contar da publicação. Se houver mais de uma, o prazo correrá da primeira. 
Vencido o prazo do edital, a partir do primeiro dia útil subsequente fluirá o 
prazo de resposta do réu, salvo disposição em sentido diverso. Caso ele 
fique revel, haverá necessidade de nomeação de curador especial, já que a 
citação é ficta, o que deverá constar do edital. 
 
“Art. 257. São requisitos da citação por edital: 
I - a afirmação do autor ou a certidão do 
oficial informando a presença das 
circunstâncias autorizadoras; 
II - a publicação do edital na rede mundial de 
computadores, no sítio do respectivo tribunal 
e na plataforma de editais do Conselho 
Nacional de Justiça, que deve ser certificada 
nos autos; 
III - a determinação, pelo juiz, do prazo, que 
variará entre 20 (vinte) e 60 (sessenta) dias, 
fluindo da data da publicação única ou, 
havendo mais de uma, da primeira; 
IV - a advertência de que será nomeado 
curador especial em caso de revelia. 
Parágrafo único. O juiz poderá determinar 
que a publicação do edital seja feita também 
em jornal local de ampla circulação ou por 
outros meios, considerando as peculiaridades 
da comarca, da seção ou da subseção 
judiciárias.” 
 
“Art. 258. A parte que requerer a citação por 
edital, alegando dolosamente a ocorrência 
das circunstâncias autorizadoras

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