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NOTAS DE AULA – Prof. Miriam Ribeiro CAPÍTULO I A CIÊNCIA ECONÔMICA 1.1 Definição de Economia A economia é a ciência que estuda a forma na qual os indivíduos e a sociedade fazem suas escolhas e decisões, para que os recursos disponíveis, sempre escassos, possam contribuir da melhor maneira para satisfazer as necessidades individuais e coletivas da sociedade. A economia estuda a maneira como se administram os recursos escassos, com o objetivo de produzir bens e serviços e distribuí-los para seu consumo entre os membros da sociedade. Pode-se dizer que a economia preocupa-se com a forma com que os indivíduos economizam seus recursos, isto é, como empregam sua renda de modo a obter o maior aproveitamento possível. Do ponto de vista da sociedade em seu conjunto, a economia trata de como os indivíduos alcançam o nível de bem-estar material mais alto possível a partir dos recursos disponíveis. O objeto de estudo da ciência econômica é a questão da escassez, isto é, como economizar recursos. A economia somente se preocupa com as necessidades satisfeitas com bens econômicos, ou seja, com elementos naturais escassos ou com produtos elaborados pelo homem. 1.1.1 A Economia como Ciência Ciência A palavra ciência designa um certo modo de conhecer as coisas, as pessoas, as atitudes, os conhecimentos. A ciência é aquele tipo de conhecimento que possui duas características, são elas: um conhecimento causal e metódico. 1.2.2. A Economia é Ciência A economia é uma ciência no sentindo autêntico do termo, pois fornece um conhecimento causal e metódico dos fatos econômicos, com os efeitos daí decorrentes. Diante da realidade econômica observa, analisa, descobre as relações de causa e efeito e permite a previsão e ação eficaz. 1.3 Divisão da Economia A economia está dividida em três compartimentos: a economia descritiva, a teoria econômica e a política econômica. A economia descritiva e a teoria econômica formam a economia positiva, pois tem o objetivo de mostrar a realidade como ela é. A política econômica forma a economia normativa, pois formula e propõe novas situações, como deve ser o comportamento das variáveis econômicas no futuro. 1.3.1. Economia Descritiva Na economia descritiva, os fatos econômicos são observados dando origem ao levantamento e a descrição da forma como os elementos atuam no Sistema Econômico. 1.3.2. Teoria Econômica Os levantamentos realizados na economia descritiva são classificados e ordenados logicamente em leis, teorias e princípios. A teoria econômica desdobra-se em microeconomia, macroeconomia, desenvolvimento econômico e economia internacional. Microeconomia - ocupa-se da análise do comportamento das unidades econômicas dentro do sistema econômico. Estuda o comportamento de consumidores e produtores e o mercado no qual interagem. Preocupa-se com a determinação de preço e quantidade em mercados específicos. Macroeconomia - ocupa-se do comportamento dos agregados macroeconômicos, tais como o Produto Interno Bruto (PIB), a Renda Nacional e o nível geral de preços. Tem enfoque conjuntural, preocupa-se com questões como a inflação e o desemprego. Desenvolvimento Econômico – estuda fatores relacionados com a melhoria do padrão de vida da população ao longo do tempo. Economia Internacional – estuda as relações entre os residentes e os não-residentes de um país, bem como as relações entre os países. Trata da determinação da taxa de câmbio, do comércio exterior, da globalização, da formação de blocos econômicos regionais e das relações financeiras internacionais. 1.3.3 A Política Econômica A política econômica é o conjunto de normas e medidas adotadas pelo governo com o objetivo de atingir a um determinado fim. CAPÍTULO II INTRODUÇÃO AO PROBLEMA ECONÔMICO 2.1 A Escassez A história econômica se resume na luta que as sociedades humanas sempre empreenderam para superar o problema da escassez dos recursos produtivos em face dos crescentes desejos da coletividade. Por esta razão, a economia é conhecida como a “ciência da escassez”. Em todas as sociedades, os recursos patrimoniais são sempre escassos para atender às crescentes exigências de consumo e bem-estar. Em contrapartida, enquanto a escassez de recursos produtivos constitui uma limitação à produção de bens e serviços, não há limites para as necessidades e desejos humanos. Ocorrendo, de um lado, a escassez de recursos produtivos, e de outro lado, os ilimitados desejos e necessidades humanas, as sociedades têm que optar e até mesmo decidir sobre a organização da atividade econômica. Para explorar a natureza e retirar dela todos os bens de que necessitam, todas as sociedades sempre se defrontam com limitação de seus recursos patrimoniais. O suprimento desses recursos sempre foi limitado. A tecnologia e a capacidade científica fazem parte dessa limitação. A experiência histórica tem mostrado, inclusive, que à medida que os recursos produtivos se expandem e aperfeiçoam, os desejos e necessidades humanas crescem mais que proporcionalmente. A razão desse aparente paradoxo encontra-se na criação de novos desejos e necessidades motivado pela perspectiva que se abre a todos os povos de sempre aumentarem o padrão de vida e o bem-estar social. Na verdade, se os povos primitivos se satisfaziam com choupanas e habitações precárias, as sociedades modernas desejam melhores condições de conforto que não se resume apenas numa habitação satisfatória, mas na existência de todos os equipamentos urbanos que se tornam cada vez mais indispensáveis. A quantidade de bens existentes não consegue suprir todas as necessidades e, contrariamente, são criados novos desejos. Por estes motivos, mesmo nas economias altamente desenvolvidas, a saturação dos desejos humanos está muito longe de ser alcançada. Logicamente, sendo limitados os recursos, as economias devem procurar utiliza-los plenamente, não se justificando o desemprego ou o subemprego de recursos produtivos, ou ainda, a existência de ociosidade na utilização de recursos patrimoniais. Logo, os recursos produtivos devem ser combinados adequadamente no processamento da produção. 2.2 Estudos das Necessidades 2.2.1. Definição - Necessidade é a sensação de carência de algo unida ao desejo de satisfazê-la. 2.2.2. Classificação das Necessidades � Primárias ou Naturais – São as necessidades de natureza biofisiológicas. Também são chamadas vitais ou de existência, porque a sua satisfação visa a preservação da vida humana. As necessidades primárias não são concorrentes, pois a satisfação de uma não elimina a satisfação da outra (não se elimina a fome com um copo d’água). � Secundárias ou Acidentais – As necessidades secundárias surgem do relacionamento do indivíduo com a sociedade. Por exemplo, o uso de terno e gravata. São necessidades sociais ou culturais, pois o seu atendimento visa ao crescimento do bem-estar da sociedade. As necessidades secundárias são ilimitadas, pois se multiplicam à medida que se eleva o nível social. As necessidades secundárias são concorrentes - televisão preto e branco e televisão em cores. A satisfação de uma necessidade implica na criação de uma outra, visto que o indivíduo nunca está satisfeito com o que já conquistou, partindo para conquistas maiores. � Coletivas – Representam uma modalidade das necessidades secundárias. São coletivas porque afetam grupos de pessoas. Por exemplo, a colocação de uma rede de esgotos em um determinado bairro. Normalmente, o custo de atendimento das necessidadescoletivas é elevado cabendo ao Estado o atendimento de tais necessidades. 2.3 Estudo Econômico dos Bens 2.3.1. Conceituação Bem é tudo aquilo que satisfaz uma necessidade. Os bens são medidos através dos preços. Para que possam ter preço, os bens necessitam ser úteis e escassos, ou seja, quanto mais útil e escasso for um bem maior será o seu preço no mercado. 2.3.2. Classificação dos Bens 2.3.2.1. Quanto à raridade ou escassez Nesta classificação, os bens são estudados quanto à quantidade existente em relação à sua procura. • Bens livres ou não econômicos - São aqueles encontrados na natureza em quantidade superior à necessidade. Ex: O ar. • Bens econômicos - São aqueles que existem em quantidade menor que a procura. Tudo que atende às necessidades, com grau de utilidade e escassez. Ex: Gasolina, roupas, alimentos, etc. 2.3.2.2. Quanto à Natureza Nesta classificação, os bens são considerados pela forma como se apresentam. � Bens Materiais _ São os bens tangíveis, ou seja, tudo aquilo que atende a uma necessidade e que pode ser visto e pegado. EX: Caneta, sapato, relógio, etc. � Bens Imateriais ou serviços _ São todos os serviços prestados, os bens imateriais não podem ser vistos ou tocados. Ex: Uma consulta médica. 2.3.2.3. Quanto ao Destino Para que um bem seja classificado quanto ao destino é necessário conhecer em que ele será utilizado. � Bens de Consumo _ São produzidos com a finalidade de atender diretamente às necessidades da sociedade. Ex: Caneta, rádio, remédio, etc. � Bens de Produção ou de Capital _ São aqueles que têm por finalidade produzir outros bens e serviços. Ex: Máquinas, equipamentos, carro para transporte de passageiros ou de cargas. 2.3.2.4 Quanto à duração � Bens Duráveis - São aqueles que resistem ao primeiro uso, ou seja, que podem ser usados mais de uma vez. Ex: Sapatos, roupas, automóveis, etc. Obs: É evidente que embora classificados como duráveis, a vida útil de cada um difere da dos demais. A diferença pode ser de dias ou até mesmo de anos. � Bens não Duráveis - São aqueles que se destroem com o primeiro uso. Ex: Alimentos, cigarros, produtos descartáveis, etc. 2.3.2.5 Quanto à Função � Bens intermediários - São aqueles que devem sofrer novas transformações antes de se converterem em bens de consumo ou de produção. � Ex: Cimento. � Bens Finais - São aqueles que já sofreram as transformações necessárias para seu uso ou consumo. � Ex: Relógio. 2.3.2.6 Quanto à relação existente entre eles � Bens Complementares - São aqueles em que a demanda de um implica na demanda do outro. Ex: Linha x agulha de costura; rádio portátil x pilha. � Bens Substitutos - São aqueles que aos substituírem outros visam proporcionar o mesmo grau de satisfação. Ex: manteiga x margarina; açúcar x adoçante. CAPÍTULO III SISTEMA ECONÔMICO 3.1 Definição Entende-se por sistema econômico o conjunto das relações básicas, técnicas e institucionais que caracterizam a organização econômica de uma sociedade. Essas relações condicionam o sentido geral das decisões fundamentais tomadas em toda a sociedade e os ramos predominantes de sua atividade. 3.2 Elementos Constitutivos do Sistema econômico Um estoque de fatores de produção, ou seja, um conjunto de recursos que podem ser utilizados para a satisfação de necessidades humanas. Esses recursos compõem a conhecida tríade: Terra (N), Capital (K) e Trabalho (L). Um grupo de agentes produtivos – o empresário privado ou estatal – que tem a seu cargo a complexa tarefa de combinar esses recursos para obter uma determinada quantidade de bens e serviços. Um complexo de unidades produtivas – também conhecidas como empresas, correspondem às subdivisões administrativas nas quais as atividades são executadas. 3.3 Pressupostos básicos do sistema econômico: Base humana ou populacional na qual os indivíduos compreendem ao mesmo tempo a função de proprietários dos fatores de produção e consumidores. Deve haver disponibilidade dos fatores de produção. Os fatores de produção disponíveis devem ser utilizados de forma ótima. 1 3.4 Gráfico do sistema econômico 2 3.5 Análise do Gráfico: Dado um determinado estoque de fatores, os agentes produtivos ou empresários recrutam os serviços desses fatores no mercado de fatores, reunindo-os de forma eficiente em unidades produtivas ou empresas (fazendas, fábricas, lojas, etc.) com o objetivo de produzir bens ou prestar serviços. A combinação desses fatores, ou sua utilização em diferentes proporções, na produção de bens e serviços, pressupõe a adoção de uma TECNOLOGIA, vale dizer, um determinado método ou processo de trabalho que incorpora o conhecimento e a experiência disponíveis. Todas as unidades produtivas que compõem sistema estão agrupadas em três seguimentos: 1. Setor primário – compreende todas as atividades mais diretamente ligadas à exploração dos recursos da natureza – agricultura, pecuária, pesca, etc. 2. Setor secundário – inclui todas as atividades de transformação e beneficiamento de diferentes matérias-primas, todas as atividades industriais. 3. Setor terciário – engloba o comércio e todas as atividades de prestação de serviços (transportes, hotéis, bancos, etc). Cada um desses setores tem características específicas e combinam, em diferentes proporções, os diversos fatores disponíveis. No setor primário, o fator de produção TERRA (recurso naturais, incluindo as minas, águas, florestas, etc) é de importância fundamental. Na industria, o fator CAPITAL tem predominância, enquanto que no setor de serviços a MÃO DE OBRA é o fator predominante. 3.5.1 Fluxo de produtos e rendimentos. Para produzir os diferentes bens e serviços reclamados pela sociedade, os agentes produtivos recorrem ao mercado de fatores, procurando obter o direito de uso dos fatores nas diversas empresas que organizam. Para tanto, são obrigados a assegurar aos proprietários dos fatores certa remuneração. Assim, ao proprietário do fator capital oferecem um juro ou perspectiva de lucro, ao proprietário do fator terra, uma renda (ou aluguel), e ao proprietário do fator trabalho, um salário. As unidades produtivas, quando compram os serviços dos fatores de produção e os utilizam na produção de bens e serviços exigidos pela comunidade, dão origem a dois fluxos diferentes: a oferta global e a procura global. Oferta global A oferta global é um fluxo “real” de quantidades físicas de alimentos, produtos industriais e serviços diversos criados pelo aparelho produtivo e ofertados no mercado de bens e serviços. Procura global A procura global é um fluxo “monetário” de pagamentos feitos aos proprietários dos fatores de produção sob a forma de aluguéis, juros ou margem de lucros e salários. Rendimentos esses que serão gastos no mercado de bens e serviços de consumo ou poupados. Os dois fluxos são como que as duas faces de uma mesma moeda, sendo o fluxo de rendimentos a tradução monetária do fluxo real dos bens e serviços produzidos. Do lado da oferta, observa-se que os bens podem ser de dois tipos: bens e serviços finais e bens de capital, conforme se destinem direta e indiretamente à satisfação de necessidades humanas. Do lado da procura, também a renda pode ter dois destinos: gastos de consumo e poupança. Os gastos de consumo correspondem à procura de bens deconsumo ou de bens de capital. O processo pelo qual a poupança se transforma em compra de bens de capital (investimento) pode ser simples e direto, como quando uma empresa reinveste os lucros retidos, ou indireto, através das instituições financeiras no mercado de capitais, por meio da aquisição de ações de uma companhia de investimentos e esta financia a expansão de uma empresa. CAPÍTULO IV CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO As necessidades da sociedade, muitas vezes, derivam do próprio desenvolvimento econômico do país. Quanto maior for o grau de desenvolvimento do país, maiores serão as necessidades e mais exigente Será a população. Contudo, os fatores de produção empregados para a obtenção dos bens e serviços que irão satisfazer as necessidades são escassos. À medida que os recursos produtivos se expandem e se aperfeiçoam, os desejos e necessidades humanas crescem mais que proporcionalmente. Com a quantidade limitada de recursos, não há como produzir indiscriminadamente todos os bens e serviços desejados pela sociedade. Se houver a consideração de que a economia está operando em sua máxima eficiência produtiva, onde todos os recursos produtivos disponíveis estão sendo plenamente utilizados e dentro da melhor combinação possível, as quantidades produzidas de bens e serviços alcançam um máximo, sendo nas condições apresentadas impossível aumentar a produção de qualquer bem ou serviço, visto que os recursos são escassos. O aumento da quantidade produzida, ou mesmo, a criação de um bem ou serviço, só será possível se a economia desistir total ou parcialmente da produção de outro bem ou serviço que vinha produzindo anteriormente, isto é, se houver a transferência de parte ou do total dos recursos aplicados na produção atual para a criação ou o aumento de outros bens e serviços. A escassez de recursos e a ilimitação das necessidades humanas fazem com que a economia esteja inteiramente voltada para o problema das opções. 3.1 Definição Curva de possibilidade de produção é a representação gráfica da combinação de duas mercadorias que a sociedade pode produzir com o pleno emprego de todos os recursos e com a melhor tecnologia disponível, indica quanto se deve desistir de uma mercadoria a fim de liberar recursos suficientes para produzir mais de uma segunda mercadoria, representando o custo de oportunidade. 3.2 Representação Gráfica 3.3 Pontos notáveis da CPP a- ponto O O ponto O configura uma situação de pleno desemprego. Essa situação é visualizada apenas na teoria, pois não acontece na prática. A ocorrência do pleno desemprego significa que os recursos disponíveis não estriam sendo utilizados para quaisquer fins. Logo, a produção estaria reduzida a zero. b- ponto Q O ponto Q representa uma situação na qual ocorre a capacidade ociosa do sistema. Isto ocorre com certa frequência e é até mesmo considerado normal. Nesse caso, nem todos os recursos estão sendo plenamente utilizados. c- ponto P O ponto P representa uma situação ideal, mas que dificilmente é alcançada. Ele representa uma situação de pleno, o aproveitamento integral de todas as possibilidades de produção da economia. O alcance do pleno emprego é praticamente impossível, a não ser em situações extremas, como as vividas por certas nações em período de guerra, quando são efetivamente mobilizadas todas as forças de combate e retaguardas de produção. d- ponto R O ponto R representa um nível impossível de produção em consideração as possibilidades demarcadas pela curva. A possibilidade apresentada no ponto R é inalcançável no período imediato, pois situa-se além das fronteiras de produção da economia. O ponto R pode ser alcançado em períodos futuros, desde que haja deslocamentos positivos da CPP. 3.4 Deslocamentos da CPP Deslocamento Positivo da CPP Causas: Avanço tecnológico; Melhor preparação dos recursos humanos com treinamento especializado; Aumento na qualidade de capital; Dinamismo empresarial; Produção de bens com maior valor agregado. Gráfico do deslocamento positivo: Deslocamento Negativo da CPP Causas: Guerras; Recessões; Revoluções. Gráfico do deslocamento negativo: 3.5 Os Três Problemas Econômicos Uma das maiores preocupações existentes em uma economia é encontrar a opção certa para a obtenção de volumes de produção capazes de melhor satisfazer as necessidades humanas com os recursos existentes. A melhor opção encontrada deve levar em consideração as seguintes questões: O que e quanto produzir ? A área econômica é responsável por resolver esta questão. Ao serem definidos os bens e serviços e as quantidades a serem produzidas deve-se observar que seja atingido o limite das possibilidades de produção. Como produzir ? Esta questão esta ligada á forma como os bens e serviços serão produzidos e melhor maneira de atingir as qualidades desejadas. Quem decide esta questão é a área tecnológica. As técnicas aplicadas devem permitir a melhor combinação entre os fatores de produção para que sejam atendidas as quantidades definidas na área econômica e atendendo simultaneamente a área social. Para quem produzir ? Esta questão é respondida pela área social. É necessário que os bens e serviços produzidos atendam as necessidades e aos desejos da sociedade. CAPÍTULO V INTRODUÇÃO À TEORIA DOS PREÇOS 5.1 – Noção de Preços Pode-se definir preços como sendo a unidade de bens e serviços expressa em moeda. A quantidade de bens e serviços a ser adquirida pelo individuo para atender às suas necessidades está diretamente ligado à relação entre a quantidade de dinheiro que ele possa despender na compra e o preço desses bens e serviços. Para possuírem preço, os bens e serviços precisam ser úteis e escassos. Quanto mais úteis e escassos maiores serão seus preços. A fixação do preço nos mercados de livre concorrência é feita através da interação de duas forças: Demanda e oferta. O preço estabelecido pela interação das forças de demanda e oferta é o preço de equilíbrio. 5.2 – A Lei da Demanda e da Oferta A lei da demanda e da oferta está diretamente ligada aos estudos teóricos realizados por Adam Smith e David Ricardo entre outros. Para que sejam estudados o comportamento do produtor e do consumidor é necessário admitir : condições ceteris paribus. Ceteris Paribus = que os demais fatores não analisados permaneçam inalterados. 5.2.1 Demanda Procura ou demanda de um produto pode ser definida como as várias quantidades que serão procuradas pelos consumidores, em função dos diversos preços possíveis em determinado período de tempo. A variação da quantidade demandada de um produto dá-se em razão inversa da variação do preço do mesmo. Este tipo de comportamento tem duas razões básicas: O preço do produto é um obstáculo ao consumidor; Efeito substituição. Há sempre uma relação de dependência entre o preço e a quantidade procurada de um produto. A curva de demanda Relaciona a combinação da quantidade procurada em função dos vários níveis de preços. No eixo horizontal (abcissas), escreve-se todos os valores correspondentes às quantidades demandadas; no eixo vertical (ordenadas) escreve-se todos os valores correspondentes aos preços do produto. TABELA 1 – Escala de procura de um produto Gráfico: Ponto Preço Quantidade Procurada A 1 20 B 2 15C 3 12 D 4 10 E 5 09 Uma curva de procura é sempre descendente da esquerda para a direita porque à medida que o preço do produto diminui, a quantidade procurada aumenta. Variação da quantidade procurada Variação da quantidade de um produto é a passagem de um ponto para outro da curva de procura, em consequência de uma variação no preço. 5.2.2 Oferta Define-se a oferta de um produto como sendo as várias quantidades oferecidas de um produto em função dos diversos níveis de preço que se possam obter no mercado em um determinado período de tempo. A variação na quantidade ofertada dá-se na razão direita da variação do preço, isto é, se o preço aumenta, a quantidade oferecida também aumenta. O preço é sempre um incentivo para o produtor. Em condições ceteris paribus, o aumento no preço do produto, sem que os custos de fabricação sejam aumentados, dá ao produtor condições de aumentar sua margem de lucro. Curva de oferta Relaciona a quantidade ofertada aos diversos níveis de preços. No eixo das abcissas escreve-se os valores correspondentes às quantidades ofertadas, no eixo das ordenadas os valores correspondentes aos preços. TABELA 2 Escala de oferta de um produto Ponto Preço Quantidade Ofertada A 1 0 B 2 07 C 3 12 D 4 16 E 5 18 A curva de oferta é sempre ascendente da esquerda para a direita, à medida que o preço aumenta, a quantidade ofertada também aumenta. Gráfico da oferta b-Variação da quantidade ofertada A variação da quantidade ofertada é a mudança de um ponto para outro em função da mudança de preço. 5.2.3 Equilíbrio da oferta e da procura O preço de equilíbrio é o que atende aos interesses de produtores e consumidores. Graficamente, este ponto ser observado pela interseção das curvas de demanda e de oferta. O preço de equilíbrio é aquele em que a quantidade voluntariamente ofertada é igual à quantidade procurada. TABELA 3 Escala de procura e de oferta de um produto Preço Quantidades procuradas Ofertadas 1 48 10 2 30 30 3 18 40 Representação gráfica do ponto de equilíbrio (E) No preço1, enquanto a procura é de 48, a oferta é de apenas 10 (procura maior que oferta), a tendência do preço do produto é aumentar. O preço 2 é o de equilíbrio, pois a procura é de 32 e a oferta também. No preço 3, enquanto os produtores oferecem um volume de 40, a procura para o produto é de apenas 18, o que irá forçar a diminuição do preço. 5.2.4 Variação da Procura Os fatores que podem determinar a procura por um produto podem ser: dimensão do mercado; renda ou poder aquisitivo do consumidor; gosto ou preferência do consumidor (propaganda) expectativa sobre a evolução da oferta; preço dos produtos similares. A alteração em um desses fatores (condições ceteris paribus) provocará o deslocamento da curva independentemente do preço do produto no mercado. Gráfico Alteração no ponto de equilíbrio Uma expansão ou redução da procura de um produto mantendo- se a oferta fixa, altera o ponto de equilíbrio, e em consequência, o preço e a quantidade de equilíbrio. Gráfico Sendo fixa a oferta de um produto, os produtores consideram que um aumento na procura pode dar oportunidade ao aumento de preço e, consequentemente, aumento dos lucros. 5.2.5 Deslocamento da curva de oferta Os fatores que podem determinar a mudança na oferta de um produto podem ser: • A quantidade de empresas que apresentam condições de fabricar o produto; • A disponibilidade dos recursos de produção: • preço dos diferentes fatores que compõem o processo produtivo; • Mudança na tecnologia aplicada; • A expectativa sobre o comportamento da procura; • A expectativa sobre a variação do preço do produto. A ocorrência de alteração em apenas um desses fatores em condições ceteris paribus, faz com que a curva de oferta se desloque para a direita ou para a esquerda. Gráfico Alteração do ponto de equilíbrio O deslocamento da curva de oferta irá influenciar o preço de equilíbrio de um produto se sua procura se mantiver inalterada. Gráfico 5.3 ELASTICIDADE-PREÇO Para encontrar a elasticidade-preço divide-se a variação percentual da quantidade, pela variação percentual do preço, onde: ∆q = variação da quantidade q = quantidade ∆p = variação do preço p = preço A fórmula para calcular a elasticidade-preço é: E= ∆q : ∆q = ∆q x p q p q ∆p 5.3.1 Elasticidade-preço da procura Elasticidade-preço da procura é a relação entre a variação percentual da quantidade procurada dos bens e serviços e a variação percentual do preço do produto. Ao determinar-se a elasticidade-preço da demanda encontra-se um valor negativo, que deve ser abandonado o sinal, usando-se apenas o módulo. Exemplo: -3 3 Classificação da elasticidade-preço da procura a- Perfeitamente elástica (E ). O valor do coeficiente da elasticidade tende ao infinito. b- Relativamente elástica – Os produtos desse grupo podem apresentar uma variação entre 60% a 20%. São os produtos supérfluos. c- Unitária (EP = 1). É a procura que, a um aumento real de 20% no preço do produto, sofre uma queda de 20%, por exemplo. d- Relativamente inelástica – Bens considerados de primeira necessidade. Um aumento de 25% no preço do produto conduz à redução de 5% na quantidade procurada, por exemplo. e- Perfeitamente inelástica – Neste caso, a quantidade demandada independe do preço. Representação gráfica da elasticidade-preço da demanda 5.3.2 Elasticidade-preço da oferta Elasticidade-preço da oferta é a relação entre a variação percentual da quantidade ofertada e a variação percentual do preço do produto. A fórmula para determinar a elasticidade-preço da oferta é: E = ∆q x p ∆q q Classificação da elasticidade-preço da oferta a) Relativamente elástica - se, por exemplo, o preço do produto varia 20%, a quantidade ofertada varia 60%. b) Unitária – Quando a variação do preço é de 20% e a quantidade ofertada sobre a variação de 20%, por exemplo. c) Relativamente inelástica – O preço varia 30% e a quantidade ofertada apenas 10%. d) Perfeitamente elástica – A quantidade ofertada independente do preço. e) Perfeitamente inelástica – A variação do preço não é suficiente para provocar reação na quantidade ofertada. CAPÍTULO VI MERCADO 6.1- Definição Mercado é o lugar onde vendedores e compradores se centralizam em busca de um equilíbrio. Ou Mercado é a massa de ofertas e de procuras que se encontram em centros de negócios, como base de mercadorias ou de valores mobiliários. 6.2- Mercado de concorrência perfeita O mercado de concorrência perfeita também pode ser chamado de competição livre. Esse mercado não existe na realidade. Características: • Existência de um grande número de produtores independentes; • O produto oferecido é homogêneo; • Nenhum produtor sozinho pode alterar o preço do produto no mercado; • Não há obstáculos à entrada de outros produtores; • Há perfeita mobilidade dos fatores de produção. 6.2.2 Mercado de monopólio É caracterizado pela existência de apenas um produtor para atender a muitos consumidores. Não há concorrência, nem produto substituto próximo. O consumido é submetido às condições impostas pelo vendedor, caso contrário, não consumirá o produto. Há barreiras à entrada de novos produtores, que podem ser originadas pelas seguintes condições: • Monopólio natural– é caracterizado pela necessidade de grande volume de capital. As empresas já existentes operam com grandes plantas industriais, com economias de escala e custos unitários baixos, o que permite cobrar preço baixo pelo produto. O baixo preço é uma barreira à entrada de novos concorrentes; • Patentes- a empresa é a única capaz de produzir o determinado bem por dominar a tecnologia, enquanto a patente não cair em domínio público; • Domínio de matérias-primas básicas – por exemplo, o domínio de minas da bauxita por empresas produtoras de alumínio. Existe também o monopólio estatal em setores considerados estratégicos à segurança nacional, como energia e petróleo. 6.2.3 Mercado de oligopólio Este tipo de mercado pode ser apresentado de duas formas: • Oligopólio concentrado – ocorre quando há um pequeno número de empresas no setor. Exemplo: indústria automobilística ;ou • Oligopólio competitivo – Ocorre quando um pequeno número de empresas domina um setor com um grande número de empresas. Exemplos : Nestlé e Coca-cola . A existência de empresas dominantes permite a fixação de preços de venda, a demanda neste caso é relativamente inelástica. Os consumidores têm baixo poder de reação a alteração de preços. Há barreiras à entrada de novos produtores devido a fatores como: proteção de patentes e domínio de fatores de produção. Pode-se caracterizar dois tipos de oligopólio: • Oligopólio com produto homogêneo- alumínio, cimento. • Oligopólio com produto diferenciado – automóveis. As empresas oligopolistas podem atuar formando cartéis (conluios). O cartel é uma organização (formal ou informal) de produtores dentro de um setor, que determina a política para as outras empresas do cartel, fixando preço e cota do mercado. 30 6.2.4 Concorrência monopolística • muitas empresas produzindo um dado bem ou serviço; • cada empresa produz um produto diferenciado(por características físicas, embalagem, propaganda, atendimento pós venda, etc.) . • margem de manobra para fixação de preços é pequena, visto que existem produtos substitutos no mercado. • Alguns exemplos: as fábricas de roupas, os produtos têxteis, a prestação de serviços. • Apesar de um grande número de produtores, o consumidor pode dar preferência para um determinado profissional. Pólio = sufixo de origem grega que significa vender. Características das estruturas básicas de mercado Característic as Concorrênci a perfeita Monopóli o Oligopóli o Concorr ência monoplí stica Quanto ao n. de empresas Muito grande Só há uma empresa Pequeno Grande Quanto ao produto Homogêneo Não há substitut o próximo Homogê neo / diferenci ado Diferenc iado Quanto a determinaçã o do preço Não há determinaçã o de preço Grande poder das empresa s para determin ação de preço. Tender a controlar preços através de cartéis. Sem controle de preços. 31 Quanto à entrada de novos concorrentes Não há barreiras Há barreiras Há barreiras Não há barreira s 6.2.5 O abuso do poder econômico nos mercados e a ação governamental Para evitar o abuso do poder econômico que existe no monopólio e oligopólio, o Brasil, desde os anos 1960, possui legislação de defesa da concorrência. Contudo, somente com a Constituição de 1988 é que ocorreu mudança expressiva. 32 CAPÍTULO VII NOÇÕES DE MOEDA E INFLAÇÃO 7.1 Moeda 7.1.1 Definição Não é tarefa fácil definir com exatidão o que seja moeda. Desta maneira, faz-se preferível conceituar moeda. O termo moeda é usado para algo que é geralmente aceito em troca de bens e serviços. A moeda é um instrumento que, pelo fato de ser aceito pela população em troca de bens e serviços, passa a ser usado como meio de troca. 7.1.2 Funções da Moeda • Instrumento de Troca Sem a moeda todas as trocas teriam que ser diretas, isto é, escambo (troca de mercadoria por mercadoria). Há o problema da indivisibilidade na troca direta. O escambo força a auto-suficiência pela dificuldade da troca direta, isto sem levar em conta o tempo gasto para a negociação. • Reserva de valor Para que a moeda possa ser aceita em troca de mercadorias, é preciso que ela possa ser aceita na compra de outros bens e serviços. A moeda representa em direito o que seu possuidor tem sobre algumas mercadorias. • Unidade de conta ou denominador comum de valor A moeda serve para comparar o valor de mercadorias diversas. Com a moeda é possível somar um trator mais uma caneta e também achar equivalência física de moeda. • Padrão para pagamentos diferidos A moeda serve como medida para um pagamento a se realizar em algum tempo futuro. Esta função é muito parecida com a anterior, havendo como diferença básica o tempo em que a comparação será feita, isto é, no caso anterior à comparação era feita no momento atual e esta, no futuro. 7.1.3 História da moeda Não é possível provar com exatidão quando surgiu a primeira moeda. Desde a antiguidade sua utilidade foi percebida e surgiram alguns bens que, por terem aceitação geral passaram a ser usados como moeda. Por exemplo o gado tinha a vantagem de se multiplicar entre uma tropa e outra; o sal foi utilizado na Roma antiga, dando origem ao “salário” os metais preciosos foram os que mais se destacaram, por diversas razões: mostraram ter aceitação geral, pois possuíam uma farta e permanente procura e uma oferta limitada e, portanto, um preço estável e alto; não se desgastavam; eram facilmente reconhecidos e; eram divisíveis. O problema inicial da pesagem do ouro para saber seu valor foi resolvido por meio da cunhagem. Com a cunhagem surgiu o problema da recunhagem, no qual o passa o poder do ouro para o novo proprietário sem que haja a necessidade e a complicação da entrega do metal diretamente. A promessa de pagamento em troca do recibo era feita inicialmente pelos cunhadores, depois, com o desenvolvimento das atividades e instituições econômicas pelos bancos comerciais e após esses pelo governo ou Banco Central. Esse recibo nada mais é que moeda papel, totalmente assegurado por metal (lastro) e conversível em ouro. Papel-moeda Desde o início do procedimento, contatou-se que grande parte dos depósitos em ouro eram inativos. Clientes depositavam e outros retiravam o ouro e ainda, havia muitos que trocavam as notas sem exigir o ouro prometido. Desta forma, permanecia sempre um valor relativamente constante e percentualmente alto de metal imobilizado. 34 A saída de ouro era relativamente menor do que o estoque total. Os banqueiros ao constatarem tal fato perceberam que poderiam fazer promessas de pagar ouro muito acima de suas reservas. 7.2 INFLAÇÃO 7.2.1 Definição A inflação é definida como uma situação na qual há um aumento contínuo generalizado de preços. As características de continuidade e generalidade tornam a inflação um processo e não uma ocorrência passageira. Logo, uma economia é inflacionária quando o aumento de preços ocorre continuamente e por longo período de tempo. É importante ressaltar que o aumento de preços que origina a inflação se estende a todos os bens e serviços produzidos pela economia. 7.2.2 Causas clássicas de inflação • Inflação de demanda A inflação de demanda é causada pelo crescimento dos meios de pagamento, que não é acompanhado pelo crescimento da produção. Sabendo-se que a demanda por bens e serviços ocorre por meio da moeda, a inflação de demandaé entendida como excesso de moeda na economia, ou seja, há um aumento de demanda mantendo-se a oferta de bens e serviços inalterada. • Inflação de custos A inflação de custos tem suas causas nas condições de oferta de bens e serviços da economia. Nesse caso, a demanda permanece inalterada, enquanto aumentam os custos de produção, os quais são repassados para os preços das mercadorias. Existe uma intensa relação entre os custos de produção de um bem e seu preço. O preço de um bem não pode ser inferior ao seu custo, pois nessa situação o empresário estaria operando com prejuízos e poderia abandonar 35 a atividade. Quando há aumento nos custos de produção, a saída para o empresário se manter em equilíbrio é repassar o aumento para o preço de seu produto. 36 CAPÍTULO VIII ECONOMIA INTERNACIONAL 8.1 Introdução Os países mantêm relações comerciais, principalmente, porque não podem produzir, com o mesmo grau de eficiência, todos os bens de que necessitam para satisfazer as necessidades da população. As transações entre os diferentes países não estão limitadas ao comércio de mercadorias, os serviços e o capital estão incluídos como objeto de intercâmbio entre eles. Duas teorias se destacam na preocupação de explicar a existência do comércio internacional. São elas a Teoria da Vantagem Absoluta e a Teoria da Vantagem Comparativa. 8.2 Teorias do Comércio Internacional a- Teoria da Vantagem Absoluta Elaborada por Adam Smith, essa teoria parte do princípio de que os países que comercializam entre si aumentam o nível de seu bem-estar social, visto que a quantidade de produtos colocados à disposição dos habitantes desses países aumenta. Por exemplo: se forem tomados dois países – Brasil e Suíça. Admitindo-se que em cada um deles são produzidos apenas dois bens: café e relógios. No caso do Brasil, o país produz 40.000 sacas de café e 10.000 unidades de relógios. No caso da Suíça, o país produz 10.000 sacas de café e 50.000 unidades de relógios. PRODUTO PAÍS CAFÉ RELÓGIO BRASIL 40000 10000 SUÍÇA 10000 50000 Como os dois países querem consumir os dois bens, a especialização poderia gerar aumento na produção total. Se o Brasil se especializar na produção de café, destinando sua capacidade produtiva para este bem, sua produção poderá passar a ser de 160.000 sacas. Enquanto que se a Suíça se especializar na produção de relógio, ela poderá produzir 250.000 unidades. PRODUTO PAÍS CAFÉ RELÓGIO BRASIL 160000 0 SUÍÇA 0 250000 Logo, o Brasil teria vantagem na produção de café, enquanto que a Suíça teria vantagem na produção de relógios. Segundo Adam Smith, o comércio entre os dois países seria benéfico para ambos, pois a população poderia consumir mais dos dois produtos. b- Teoria da Vantagem Comparativa A teoria da vantagem comparativa de Smith explica apenas uma parte do comércio. David Ricardo, no início do século XIX, buscou explicar a maior parte do comércio mundial, por meio de sua Teoria da vantagem Comparativa. Segundo Ricardo, não há necessidade de existir vantagem absoluta para que a especialização e o comércio sejam vantajosos. Mesmo que uma nação apresente desvantagem absoluta, na produção de duas mercadorias em relação à outra nação, ainda assim o comércio seria vantajoso. Mesmo que uma nação apresente desvantagem absoluta, na produção de duas mercadorias em relação à outra nação, ainda assim o comércio seria vantajoso, desde que ela produzisse e exportasse o bem no qual a vantagem comparativa fosse maior e importasse o bem no qual sua vantagem absoluta fosse menor. PRODUTO PAÍS CAFÉ RELÓGIO BRASIL 16000 20000 SUÍÇA 18000 25000 Como pode ser observado no quadro acima, a Suécia supera o Brasil tanto na produção de relógios quanto na produção de café. Mesmo assim, o comércio entre os dois será benéfico para ambos. O que deve ser visto neste caso são os custos de produção. 8.3 Balanço de Pagamentos A comercialização entre os países, bem como a interdependência entre eles, dá origem a necessidade de se estabelecer um controle sobre o fluxo de entrada e saída de recursos. O país deve comportar-se como uma empresa que vende e compra bens e serviços, não devendo, por isso, ter prejuízo. Para realizar esse controle existe o Balanço de Pagamentos (BP). 8.3.1 Definição O Balanço de Pagamentos é o registro sistemático das transações ocorridas entre residentes e não residentes de um país durante determinado período de tempo. Grupos de contas. a- Balança Comercial Registra as exportações e importações de mercadorias. Se as exportações forem maiores do que as importações o saldo será positivo, e se as exportações forem menores do que as importações o saldo será negativo. b- Balança de Serviços Registra as despesas e receitas decorrentes de pagamentos e recebimentos como fretes e juros. c- Transferências Unilaterais Registra as transações sem contrapartida, tais como as remessas feitas por meio de doações de um país para o outro em auxílio. d- Transações Correntes A balança comercial, a balança de serviços e as transferências unilaterais formam o balanço de pagamentos em transações correntes (ou conta corrente). e- Capitais Autônomos Nesta conta são registradas as entradas e saídas de capitais voluntários que tomam a forma de investimentos diretos (aquisição ou venda de participação societária), novos empréstimos e amortização de empréstimos anteriores. f- Erros e Omissões Confronto do saldo do balanço de pagamentos com o saldo de capitais compensatórios deve ser igual a zero, pois o método de contabilização é o das partidas dobradas. Mas como isto nem sempre acontece, o valor da diferença é lançado neste item do balanço de pagamentos. g- Saldo do Balanço de Pagamentos É o confronto entre o saldo das transações correntes e o saldo dos capitais autônomos. h- Capitais compensatórios São geridos pelas Autoridades Monetárias e refletem o tratamento dado ao saldo do balanço de pagamentos. Se superavitário, qual o destino dado ao excesso de divisas e, se deficitário, qual a origem dos recursos que neutralizam o excesso de despesas de divisas. 8.4 Estrutura geral do Balanço de Pagamentos 1- Balança Comercial (FOB). Exportações Importações 2- Balança de serviços (líquido). Viagens internacionais Transportes Seguros Renda de Capitais Serviços Governamentais Serviços Diversos 3- Transferências Unilaterais 4- Saldo do Balanço de Pagamentos em transações Correntes (1+2+3). Movimentos de Capitais 5- Movimentos de Capitais Autônomos Investimento (líquido) Reinvestimentos Financiamentos Amortizações Empréstimos á médio e longo prazos Capitais a curto prazo Outros capitais 6- Erros e Omissões 7- Saldo Total do Balanço de Pagamentos (4+5+6) Demonstrativo de Resultados 8- Movimento de Capitais Compensatórios Haveres e obrigações no exterior Empréstimo de regularização Atrasados CAPÍTULO IX CENÁRIO ECONÔMICO MUNDIAL NA ATUALIDADE 9.1 Globalização 9.1.1 Considerações preliminares O conceito de globalização ainda permanece impreciso, apesar do uso extenso que dele tem sido feito na literatura contemporânea em relação às mudanças nas relaçõesinternacionais, econômicas e políticas, que o mundo vem assistindo nas últimas décadas. O processo de globalização representa uma nova “formatação” capitalista, que é derivada da dinâmica da acumulação e internacionalização dos capitais. Esta nova “formatação” capitalista envolve diferentes aspectos e dimensões. Do ponto de vista comercial, o processo de globalização é traduzido na semelhança crescente das estruturas de demanda e na crescente homogeneidade da estrutura de oferta das várias economias. São possibilitadas com isso a apropriação de ganhos de escala, a uniformização de técnicas produtivas e administrativas e a redução do ciclo de vida do produto. Verifica-se também o crescimento intrafirmas. Em consequência, a competição, que anteriormente estava centrada no produto, passa a ser centrada na tecnologia do processo. A competição passa a ocorrer em escala mundial, com as empresas frequentemente reestruturando sua atividade em termos geográficos, e sendo beneficiadas tanto pelas vantagens comparativas de cada país como pelo próprio nível de competitividade de cada empresa. As diversas rodadas de negociações multilaterais no âmbito do GATT (Acordo Geral de Tarifas e Comércio), ao reduzirem as barreiras comerciais, contribuíram para estimular a globalização comercial. A perspectiva institucional revela que a globalização leva a uma semelhança cada vez maior na configuração dos diversos sistemas nacionais e a uma convergência dos requisitos referentes à regulação em diversos setores, levando as economias a se direcionarem a um comportamento mais homogêneo. Quanto à política econômica, a globalização altera diversos atributos relativos à soberania econômica e política em um número cada vez maior de países, tanto nas economias em desenvolvimento. Os novos padrões de comércio e de produção estão fazendo com que os Estados redefinam seu comportamento na área da industria, dos serviços e das trocas internacionais, e compete aos Estados a definição de políticas que visam criar e apoiar o desenvolvimento de vantagens competitivas para suas indústrias nacionais. As políticas nacionais afetam cada vez mais o comércio internacional e, por sua vez, as decisões no âmbito internacional afetam as políticas nacionais. A perda de autonomia no estabelecimento das políticas nacionais tem sido um tema amplamente estudado. Existe uma mudança na forma de intervenção do Estado no domínio econômico, e seu passa a ser mais de regulação. 9.1.2 A identificação do fenômeno As condições favoráveis de crescimento do comércio internacional no período após a Segunda Guerra Mundial representam o ponto de partida para o processo de interdependência econômica. Surgiu, pela primeira vez, a noção de uma economia mundial. As diversas rodadas de negociações multilaterais no âmbito do GATT, que tinham por meta remover as barreiras comerciais, possibilitaram um crescimento do volume de comércio sem precedentes. O fim da Guerra Fria e queda do Muro de Berlim aceleram o processo e propiciaram a construção de um novo modelo na ordem econômica mundial. Havia um modelo de polaridades definidas: de um lado os Estados Unidos como líder e, do outro, a União Soviética. Ainda está em formação um novo modelo, no qual os Estados Unidos vêm se impondo como única potência mundial, não apenas no campo militar, como também no econômico. Contudo, na área comercial, a disputa está intensa entre os Estados Unidos, União Europeia, Japão e China. O mundo era analisado por um modelo de polaridade definidas e na atualidade se encontra em um modelo mais complexo de polaridades ainda indefinidas. 9.1.3 As empresas transnacionais e o comércio internacional A empresa transnacional pode ser definida como a empresa de grande porte, que possui capital em no mínimo dois países e conta com um grau elevado de dinamismo tecnológico. As empresas transnacionais possuem um lugar de destaque no novo cenário do comércio internacional. As empresas transnacionais têm uma grande capacidade de mobilizar recursos, sejam estes financeiros, mercadológicos, gerenciais ou organizacionais, em qualquer parte do mundo.“A empresa transnacional é o principal agente privado da inovação tecnológica, desempenha relevante papel no comércio internacional e realiza a quase totalidade dos fluxos de investimento externo direto no mundo¹”. Com isto, as empresas transnacionais acabam por interferir na política interna dos países onde estão sediadas. No comércio de bens e serviços, as empresas transnacionais se destacam devido sua elevada especialização. No entanto, a atuação das empresas transnacionais é particularmente importante no comércio de produtos manufaturados, em virtude da convergência entre os padrões de investimento e comércio internacional. A relação de comércio entre os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento ocorre predominantemente em um comércio interindustrial. É marcante a influência das empresas transnacionais no comércio internacional, e nem sempre os governos conseguem direcionar o comportamento dessas empresas. Um dos principais efeitos da influência das empresas transnacionais no comércio internacional é a dificuldade de imposição das regras da Organização Mundial do Comércio (OMC). As regras da OMC devem levar em consideração os principais agentes do comércio que são as empresas transnacionais, mas que se encontram, muitas vezes, fora do controle dos governos, que são os negociadores das regras do comércio internacional e membros da OMC. ¹ Investimento externo direto é o investimento feito com o propósito de adquirir uma participação acionária em uma empresa operando em uma economia que não é aquela de origem do investigador, sendo que o objetivo do investidor é participar na gestão da empresa. Ver Reinaldo Gonçalves (1994, p. 41-42). 9.2 Integração Econômica Regional O livre comércio caracterizou as relações comerciais internacionais, desde a segunda metade do século passado até 1914. Os Estados não intervinham, cabendo a iniciativa privada direcionar as relações comerciais internacionais (Período do Liberalismo Clássico). A situação mudou intensamente durante o período compreendido entre as duas guerras mundiais. Após o período de guerra, o comércio internacional passou a ser regulado por outra ideologia, que visava a liberdade generalizada das trocas de mercadorias. Surgiram os acordos internacionais; nos quais, a liberalização do comércio era sustentada, também, em não intervenção estatal nas relações comerciais internacionais (Neoliberalismo). Logo, pode-se salientar que durante a época do Liberalismo Clássico havia uma voluntária abstenção do Estado enquanto que no Neoliberalismo a intervenção do Estado estava limitada pelos acordos internacionais. O fenômeno da integração regional é recente nas relações internacionais. Ele surge após a Segunda Guerra Mundial, quando os países europeus, chocados com os horrores da guerra, firmaram o propósito de garantir a paz por meio da integração. A década de 50 é caracterizada por um contexto de aumento nos índices de crescimento econômico, fundamentado na liberdade comercial. Uma das características marcantes da mudança do cenário internacional nas últimas décadas tem sido o aumento no número de acordos regionais de comércio, que apresentam como motivos particularmenterelevantes à insatisfação com as negociações multilaterais no âmbito do GATT; e a procura de novas alternativas por parte das economias em desenvolvimento para dinamizar o processo produtivo afetado pela intensa crise da década de 80. A integração regional tem a finalidade de remoção das barreiras de comércio entre as nações participantes, bem como o estabelecimento de mecanismos de cooperação e coordenação entre elas. 9.2.1 Os tipos de blocos econômicos a-Zona de livre comércio A zona de livre comércio representa a primeira fase de integração econômica entre os países. Por meio de um tratado entre as partes, os países negociam entre si a criação de uma zona na qual os bens podem circular livremente, sem que haja qualquer tipo de barreira. Com a finalidade de impedir que outros países não pertencentes ao bloco se beneficiem do acordo preferencial, é utilizado um instrumento chamado regras de origem. As regras de origem, determinam a procedência dos bens que poderão ser beneficiados pelas preferências negociadas. b- União aduaneira A união aduaneira representa a segunda faz de integração. Nessa fase, além da livre circulação de bens, as partes negociam uma tarifa externa comum para delimitar a fronteira externa da união em relação aos demais países. Para a eficácia do acordo, deve ser criado um órgão de coordenação de controle poderá causar distorção nas práticas de comércio, pois países que não integram o bloco poderão ser beneficiados com a livre circulação de bens. Nesta fase de integração é importante a coordenação das políticas econômicas entre as partes, para facilitar a condução do processo de integração. c- Mercado comum O mercado comum representa a terceira fase do processo de integração. Nesta fase, além das características de uma união aduaneira, com a livre circulação de bens, os países-membros também estabelecem a livre circulação de pessoas, serviços e capitais. Nesta fase, deve ser elaborada uma legislação do mercado comum, bem como políticas comuns acima das políticas nacionais. É mister também nesta fase que haja a harmonização das políticas macroeconômicas. d- União monetária A união monetária representa a quarta fase de integração. Nesta fase, que pressupõe a implantação do mercado comum entre os países-membros, há a exigência de uma coordenação muito estreita das políticas econômicas, principalmente níveis compatíveis de taxas de juros, taxas baixas de inflação e políticas monetárias de acordo com índices estabelecidos de déficits públicos. A união monetária também requer um efetivo processo de ajustamento e convergência das taxas de câmbio para faixas compatíveis de flutuação. Outra característica fundamental é a criação de um sistema de bancos centrais independentes e de um banco central da união monetária, sendo sua característica marcante a possibilidade de criação de uma moeda única com o desaparecimento – ou não – das moedas nacionais. e- União política A união política representa a última fase do processo de integração. Pressupões a existência do mercado comum e da união monetária. Esta fase, que representa o ponto máximo de um processo de integração, tem como finalidade a formação de uma política comum de relações externas, de defesa e de segurança. O processo de integração europeia teve origem no Tratado de Paris, de 1951, que constitui a Comunidade Econômica do Carvão e do Aço (CECA). Em 1957 foram assinados os Tratados de Roma, criando a Comunidade Econômica Europeia (CEE) e a comunidade Europeia de Energia Atômica (EURATOM). Em 1992 foi assinado, na cidade holandesa de Maastricht, o Tratado da União Europeia, que reuniu em um só instrumento (o Ao Único Europeu) as regras de integração europeia e seus povos rumos. A partir de Maastricht, a Comunidade Europeia transformou-se em União Europeia (UE). Os primeiros países que aderiram aos acordos foram à Alemanha, França, Itália, Bélgica, Holanda e Luxemburgo. Em 1972 aderiram Reino Unido, Dinamarca e Irlanda. A Grécia foi incorporada em 1979. Em 1985, foram incluídos Portugal e Espanha e, em 1995, foram acrescentados Áustria, Suécia e Finlândia. Na América latina, o processo de integração regional teve início com a assinatura do Tratado de Montevidéu em 1960, que deu origem a ALALC O NAFTA (North American Free Trade Agreement) Acordo de livre Comércio da América do Norte, entre Estados Unidos Canadá e México, foi assinado em 1992, objetivando a formação de uma zona de livre comércio. 9.3 O Mercosul Com o objetivo de incrementar a economia e o desenvolvimento dos países, foi assinado em 26.03.91 o tratado de Assunção entre Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, para a formação de um mercado comum. Os quatros países, diante da evolução dos fatos internacionais (formação de grandes blocos econômico, globalização e acirramento da concorrência) perceberam que sua união promoveria o desenvolvimento econômico e a modernização e a ampliação da oferta de bens e serviços. Outro objetivo é o melhor aproveitamento dos recursos disponíveis da região. Em 1985, quando foi inaugurada a ponte que liga as cidades brasileiras de Foz do Iguaçu e a Argentina de Puerto Iguazú, os presidentes dos países firmaram o acordo de integração denominado “Declaração de Iguaçu”, embrião do Mercosul, que ainda contaria, posteriormente, com a adesão do Paraguai e Uruguai. Foi , sem dúvida, um dos projetos internacionais mais importantes da América Latina em dimensão e alcance. CAPÍTULO X CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO As definições de crescimento e desenvolvimento econômico, muitas vezes, levam a confusões, visto que são dois termos que fazem parte do progresso das nações, mas que não podem ser definidas como sinônimos. O processo de crescimento se ocorrer de maneira isolada, poderá acarretar desequilíbrios estruturais em uma economia, dificultando as tarefas de seus governantes. O processo de desenvolvimento, no entanto está sempre acompanhado pelo processo de crescimento, pois não pode haver desenvolvimento sem crescimento. 10.1 Crescimento Econômico O crescimento econômico é um processo caracterizado pelo aumento da capacidade produtiva de bens e serviços de uma economia, em um determinado período de tempo. O crescimento econômico é relação entre a variação percentual do PIB e a variação percentual da população, com todas as mudanças estruturais inerentes ao processo. 10.2 Desenvolvimento Econômico Para a ocorrência do desenvolvimento, além do aumento na quantidade de bens e serviços produzidos por uma economia, num determinado período de tempo, e em termos per capita, são necessárias mudanças de caráter qualitativo. O desenvolvimento não pode ser analisado tomando-se por base indicadores como o PIB . para a observação do desenvolvimento devem ser considerados indicadores que reflitam mudanças na qualidade de vida da população. Os países desenvolvidos na maioria das vezes apresentam indicadores como: • Alta renda per capita; • Alto nível de estoque de capital; • Baixa taxa de mortalidade infantil; • Alto padrão educacional e baixo índice de analfabetismo; • Baixa taxa de desemprego e elevada produtividade de mão-de- obra; • Eficiente distribuição de renda • Elevada taxa de poupança, etc. O grau de desenvolvimento de um país está refletido em um conjunto deindicadores. O grande desafio enfrentado na atualidade está relacionado com a enorme lacuna que existe entre os países “ricos” e os países “pobres”, lacuna essa que está se tornando cada vez maior com o passar do tempo. Os países em desenvolvimento enfrentam graves problemas, um dos principais é a relação comercial. Os países desenvolvidos são, na maioria das vezes, grandes exportadores de produtos industriais, enquanto que os países em desenvolvimento possuem a tradição de serem exportadores d matérias-primas e produtos agrícolas. Outro problema é a forma com o aumento do consumo se reflete na economia. Nas economias desenvolvidas, a expansão do consumo normalmente é seguida pela expansão na produção e os novos produtos aparecem quando a demanda tem condições para adquiri-los; além disso, a tecnologia diminui o preço do produto, o que permite o aumento do consumo do mesmo. Nas economias em desenvolvimento a situação é bem diferente. O aumento da demanda provoca aumento dos preços, visto que a capacidade produtiva não avança na mesma proporção do aumento da demanda. Fatores não estritamente econômicos também podem condicionar o funcionamento da atividade econômica. As economias em desenvolvimento enfrentam fortes desequilíbrios sociais e políticos, que impedem a aplicação de medidas econômicas. As diferenças regionais e culturais também representam um grave problema, pois impedem uma plena integração social e política. 51 Compete aos governantes dos países em desenvolvimento a elaboração de uma estratégia que supere a situação de desequilíbrio e que permita a esses países conduzirem o processo de desenvolvimento de suas economias segundo os interesses de sua sociedade. 52 EXERCÍCIOS I- I - Marque com X a resposta correta: 1- O problema da humanidade que induziu o homem a formular teorias que originaram a ciência econômica foi: (A) a escolha dos fatores de produção para maximizar o trabalho humano; (B) a escassez de recursos produtivos que limita os desejos humanos; (C) a abundância de recursos produtivos que torna os desejos humanos; (D) a escassez de recursos produtivos por um lado, que limita a produção de bens e serviços, e os desejos humanos ilimitados. 2- Denominam-se bens de capital: (A) aqueles destinados à satisfação direta das necessidades humanas; (B) aqueles que devem sofrer novas modificações antes de chegarem ao consumidor; (C) aqueles que têm vida útil superior a 10 anos; (D) aqueles que não atendem diretamente às necessidades humanas, destinando-se a aumentar a eficiência do trabalho. 3- A maquinaria industrial deve ser classificada como: (A) bens livre (B) bens de consumo não-durável (C) bens de capital (D) bens de consumo durável 4- Denominam-se bens de consumo: (A) aqueles que devem sofrer novas modificações antes de chegarem ao consumidor; aqueles que estão na natureza em quantidade superior ao consumo; aqueles destinados à satisfação direta das necessidades humanas; (C)aqueles destinados à satisfação direta das necessidades humanas; (D)aqueles que não atendem diretamente às necessidades humanas, destinando-se a aumentar a eficiência do trabalho. 5-Os bens que devem sofrer transformações antes que possam atender às necessidades humanas são conhecidos como: (A) bens de capital (B) bens econômicos (C) bens de consumo (D) bens intermediários 6- A capacidade produtiva da economia é limitada pelo: (A) estoque de capital (B) tamanho da força de trabalho 1 (C ) conhecimento tecnológico (D) disponibilidade de recursos naturais (E) todas as respostas anteriores 7- Os serviços bancários classificam-se no: (A) setor primário (B) setor secundário (C) setor terciário (D) setor privado 8- Um bem livre é aquele que: (A) é de utilização imediata (B) é imaterial (C) não é escasso, existindo em abundância (D) não atende uma necessidade humana 9- Dentre os bens não- econômicos encontramos: (A) serviços médicos (B) serviços de consultoria (C) o ar (D) A e B estão corretas 10- Em um sistema econômico observa-se a geração de dois fluxos, são eles: (A) produtivo e especulativo (B) real e produtivo (C) real e nominal (D) nominal e intermediário 11- O fluxo nominal tem origem na: (A) produção efetiva (B) remuneração do trabalho (C) remuneração do capital (D) B e C estão corretas 12- O fluxo real tem origem na: (A) venda de produtos intermediários (B) remuneração dos fatores produtivos (C) quantidade de bens e serviços finais produzidos (D) todas as respostas estão corretas 13- Por sistema econômico entende-se: (A) a interdependência no funcionamento da economia a partir do fluxo de renda produzido pelo trabalho (B) a articulação dos fatores com vistas à produção exclusiva de bens e serviços intermediários (C) a interdependência do funcionamento da economia, demonstrada através da articulação dos fatores e geração dos fluxos de bens finais e monetários (D) a articulação dos fatores visando exclusivamente `a produção de bens finais. 2 14- No fluxo nominal encontram-se: (A) pagamento dos salários (B) pagamento das compras realizadas de bens finais (C) pagamento de juros e aluguéis (D) todas as respostas estão corretas 15- No fluxo real encontram-se: (A) os serviços de beleza (B) a produção de cal (C) a produção de cerveja (D) todas as respostas estão corretas 16- A CPP destina-se a mostrar: (A) como a mudança tecnológica permitirá obter uma certa quantidade de um bem a fim de garantir maior quantidade de um segundo bem (B) a mais valiosa combinação de dois ou mais bens que uma economia poderá produzir (C) as combinações alternativas de bens que poderão ser obtidos com uma quantidade fixa de recursos produtivos e uma dada tecnologia (D) como se dá o processo de escolha do consumidor 17- Um ponto interno da CPP indica que a economia: (A) está produzindo além de suas possibilidades (B) está em um nível de produção que utiliza plenamente seus recursos (C) está produzindo aquém de suas possibilidades, havendo portanto capacidade ociosa (D) é um ponto de impossibilidade 18-Entre as fontes de deslocamento da CPP estão: (A) o avanço tecnológico (B) o aumento da força de trabalho (C) o aumento da quantidade de capital (D) o aumento da produtividade (E) todas as respostas estão corretas 19- Um ponto externo à CPP indica que: (A) a economia produz permanentemente além de suas possibilidades (B) a economia utiliza plenamente seus recursos produtivos (C) a economia produz ineficientemente, desperdiçando recursos (D) é um ponto que representa uma impossibilidade de se alcançar no momento 20- A CPP pode deslocar-se devido: (A) a uma diminuição da capacidade ociosa (B) a uma diminuição do fator capital e um aumento do fator trabalho (C) a diminuição do fator trabalho e aumento do capital (D) ao melhor aproveitamento dos recursos devido ao aumento da produtividade 21- se uma economia produz eficientemente, utilizando plenamente os seus recursos, significa que ela estará em um ponto: (A) interno da CPP 3 (B) na CPP (C) externo à CPP (D) nada se pode afirmar 22- assinale os fatores mais importantes, que afetam as quantidades procuradas de um bem? (A) preço e durabilidade do bem (B) preço do bem, renda do consumidor, custos de produção (C) preço do bem, preço dos bens substitutos e complementares, renda e preferência do consumidor (D) renda do consumidor e custo de produção (E) preço do bem, preço dos bens substitutos e complementares, custo de produção e preferência do consumidor 23- o leite torna-se mais barato e seu consumo aumenta. Paralelamente, o consumidor diminui sua demanda de chá. Leite e chá são bens: (A) complementares (B) substitutos (C) independentes (D) inferiores24- Supondo o preço do bem eixo vertical e a quantidade ofertada no eixo horizontal, pode-se afirmar que, ceteris paribus: (A) a curva de oferta desloca-se para a direita quando o preço do bem aumenta (B) a curva de oferta desloca-se para a esquerda quando o preço do bem cai (C) a curva de oferta desloca-se para a direita quando aumentam os custos de produção (D) a quantidade ofertada aumenta quando o preço do bem aumenta, ceteris paribus (E) todas as respostas estão corretas 25- O mercado no qual há um pequeno número de produtores, que podem realizar acordos de preços entre si, chama-se: (A) monopólio (B) oligopólio (C) concorrência monopolística (D) concorrência perfeita 26- Se todos os preços subirem, é correto afirmar que vai haver inflação? (A) sim, mas a renda da população deve permanecer inalterada (B) sim, desde que a taxa de juros real se mantenha inalterada (C) sim, no caso do aumento estar inserido em persistente alta no nível geral de preços (D) nenhuma das respostas anteriores 4 II – Responda as questões abaixo: 1- Por que a economia é conhecida como a ciência da escassez? 2- Qual a importância da utilização racional dos recursos escassos? 3- Como a ciência econômica está divida? 4- Diferencie a microeconomia da macroeconomia. 5- Como está dividida a teoria econômica? 6- Defina política econômica. 7- Qual o ramo da economia que estuda as relações entre os países? 8- Cite três características das necessidades secundárias. 9- Por que os bens livres não são objeto de estudo da economia? 10-O que são bens complementares? Cite três exemplos. 5 11-O que são bens substitutos. Cite três exemplos. 12-Diferencie os bens de consumo duráveis dos não- duráveis . 13-Defina sistema econômico. 14-Como é constituída a procura global? 15-Como é constituída a oferta global? 16-Coloque ao lado de cada um dos fatores de produção a sua respectiva remuneração. 17-Coloque ao lado de cada um dos setores produtivos abaixo relacionados a sua respectiva atividade. a- setor primário - b- setor secundário - c- setor terciário - 18-Relacione a utilização dos fatores de produção com o grau de desenvolvimento dos países. 6 19-Diferencie produção de produtividade. 20-Qual a função dos agentes produtivos? 21-Qual a relação entre o preço e a quantidade na determinação da demanda por um produto? Por quê? represente graficamente. 22-Qual a relação entre o preço e a quantidade na determinação da oferta de um por um produto? Por quê? Represente graficamente. 23-Quais as variáveis que podem afetar a demanda de um bem? 24-Quais as variáveis que podem afetar a oferta de um bem? 25-Qual a diferença entre demanda e quantidade demandada ? 26-Qual a diferença entre oferta e quantidade ofertada ? 7 27-O que significa ponto de equilíbrio? Represente graficamente. 28-O que significa preço de equilíbrio? Represente graficamente. 29- Qual o significado da expressão ceteris paribus? 30-O significa mercado em livre concorrência? 31-Defina elasticidade- preço. 32-Em qual tipo de elasticidade- preço da demanda o consumidor é mais sensível à variação de preço? 33-Em qual tipo de elasticidade- preço da demanda o consumidor é menos sensível à variação de preço? 8 34-Diferencie o mercado em monopólio do mercado em concorrência perfeita por meio de três características. 35-Evidencie as principais características do mercado em concorrência monopolística. 36-Destaque duas conseqüências negativas para o consumidor do mercado em oligopólio. 37-Defina moeda. 38-Comente sobre três funções da moeda. 39-Defina inflação. 40-O que caracteriza a inflação de demanda. 9 41-O que caracteriza a inflação de custos. 42-Por que os metais preciosos foram tão bem aceitos como moeda? 43-Defina crescimento econômico. 44-Diferencie crescimento econômico de desenvolvimento econômico por meio de quatro características. 45-Por que afirma-se que o conceito de desenvolvimento econômico está ligado à “juízo de valor”? 46-A renda per capita é um indicador confiável de desenvolvimento econômico? Por quê? 47-Qual a justificativa para a intensa preocupação dos países em relação à manutenção do crescimento econômico? 10 48-Por que não pode haver desenvolvimento sem crescimento? 49-Faça uma relação dos principais problemas dos países menos desenvolvidos. 50-Defina PIB. 51-Defina PNB. 11 12 TRABALHO DE INTRODUÇÃO À ECONOMIA ( 2 PONTOS ) Prof. Miriam Ribeiro Número máximo de componentes por grupo: 6 Data da Avaliação __/__/_______ Não haverá consulta ao material na hora da aula. 1- Escreva um parágrafo introdutório sobre o processo de globalização (aspecto conceitual) 2- Quando a globalização teve origem? 3- A- Quais os reflexos da globalização sobre as empresas brasileiras ? B- Quais os reflexos da globalização sobre o Direito? 4- Selecione uma reportagem sobre a globalização e destaque (em tópicos) as principais características. 5- Quando teve origem o processo de integração econômica regional( formação de blocos econômicos)? 6- Descreva as principais características de cada uma das cinco fases do processo de integração econômica regional ( zona de livre comércio, união aduaneira, mercado comum, união econômica e união política). 7- Quando foi criado o Mercado Comum Europeu e por quê? 8- Quantos países formam a União Europeia e quando ela foi criada? 9- Quando foi criado o Mercosul e quais os países participantes? 10- Por que foi criado o Mercosul? 11- Qual a fase do processo de integração na qual encontra-se o Mercosul na atualidade? 12- Quais as principais dificuldades para a concretização do mercado comum? 13- Quando e por que foi criado o NAFTA? 14- Quais os objetivos da ALCA? Cúpula das Américas. 15- Se a ALCA for criada, quantos países deverão participar? 16- Quais as principais preocupações do Brasil em relação a formação da ALCA? 17- Selecione uma reportagem sobre integração econômica regional e destaque as principais características. 18- Por que os países comercializam entre si? 19- Quando e por que foi criado o GATT? 20- Quando o GATT foi incorporado pela OMC? 21- Qual o objetivo da OMC? 22- Comente sobre três princípios da OMC. 23- Quantos países participam da OMC atualmente? 24- Quais as principais dificuldades enfrentadas pela OMC na atualidade? 25- Selecione uma reportagem sobre a OMC e destaque (em tópicos) as principais características. Consultar: www.desenvolvimento .gov.br ; www.braziltradenet.org.br; www.wto.org CONSENSO DE WASHINGTON (Do livro: Para conhecer o Neoliberalismo, João José Negrão, pág. 41-43, Publisher Brasil, 1998) "Em 1989, no bojo do reaganismo e do tatcherismo máximas expressões do neoliberalismo em ação, reuniram-se em Washington, convocados pelo Institute for International Economics, entidade de caráter privado, diversos economistas latino-americanos de perfil liberal, funcionários do Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do governo norte-americano. O tema do encontro Latin Americ Adjustment: Howe Much has Happened?, visava a avaliar as reformas econômicas em curso no âmbito da América Latina. John Willianson, economista inglês e diretor do instituto promotor do encontro, foi quem alinhavou os dez pontos tidos como consensuais entre os participantes. E quem cunhou a expressão "Consenso de Washington", através da qual ficaram conhecidas as conclusões daquele encontro, ao final resumidas nas seguintes regras universais: 1. Disciplina fiscal, através da qual o Estado deve limitar seus gastos à arrecadação, eliminando o déficit público; 2. Focalização
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