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A transição em marcha: uma nova globalização

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SANTOS, Milton. A transição em Marcha. In: SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: Do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Editora Record, 2011. pp 141-144.
	Ao decorrer da obra, Milton Santos, apresenta diversas características e visões da globalização: sob o olhar de como nos fazem crer, como de fato é e como pode ser. Durante a leitura pode-se perceber a grande influência do capital internacional, do sistema de técnicas e sistema de informações sob as diversas esferas da vida e sociedade contemporânea, além do que perceber a perversidade que a elas estão atreladas.
	No capítulo VI, A transição em marcha, Santos procura expor uma conclusão da obra demonstrando, como menciona no início do livro, temas que realçam manifestações pouco estudadas do país de baixo, onde acredita-se que a história universal, por meio da globalização, apenas tem se iniciado (p.15).
	Após afirmar que o estado das técnicas e o da política são esferas indissociáveis, Santos discorre sobre a cultura de massas, àquela que procura uma homogeneização e se contrapõe a cultura popular, que vive agora de maneira sincrética com as novas técnicas. Tal cultura popular é uma forma de resistência da cultura de massas e gera uma experiência de território, que quando somadas a experiência da escassez vive também a solidariedade. Portanto, o que parece ser fraco, agora se mostra forte, já que gera uma integração do território dos pobres com seu conteúdo humano.
	Milton Santos afirma que a centralidade de todas as ações do sistema atual é o dinheiro e defende que homem deve substituí-lo, afim de que a humanidade retome o sentido da vida em todas as suas dimensões.
Discorrendo agora sobre o papel das periferias na geração de uma outra globalização, Santos afirma que os países periféricos têm papel central nessa ação, uma vez que as nações subdesenvolvidas não podem consumir o Ocidente globalizado e acabam por serem lugares onde a globalização é relativizada e recusada.
	Existe um pensamento de que as nações ativas são aquelas que apresentam altas estatísticas globais e grandes fluxos (no sentido de velocidade). Milton Santos, porém, propõe que uma troca de sentido, na qual as nações ativas seriam, na verdade as passivas, e as passivas, portanto, seriam as nações ativas, uma vez que essas nações subdesenvolvidas possuem maior população e dinamismo próprio o que permite a elas articularem novas formas de vida, de organização, enfim, uma nova globalização.
	O autor segue o texto afirmando que essa nova globalização, partirá de um movimento de baixo para cima, e não cima para baixo como tem acontecido com uso das técnicas e sistemas de comunicação. Esse movimento permitirá a implantação de um novo modelo econômico, social e político pensando em uma vida coletiva e solidária.
	Por fim, Santos, finaliza argumentando a possibilidade de mudança, baseando-se no fato de que o processo de globalização não é estanque como nos fazem crer. Afirma ainda que as condições materiais para alcançar a mudança já estão disponíveis porém dependem da disponibilidades e possibilidades políticas.
	Durante toda a obra, é possível observar além da descrição e uma visão sistêmica dos fatos, uma esperança, ora implícita ora totalmente explicita na possibilidade e desejo de mudança, de uma gestação de uma globalização guiada por outros aspectos e a serviço da vida e solidariedade.