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Números adimensionais 1 1 Números adimensionais Caminhando para o dimensionamento dos trocadores de calor, vamos estudar a convecção interna, dentro de tubos ou em bancos de tubos. Em estudos de convecção é prática comum adimensionalizar as equações e combinar as variáveis em Números Adimensionais. Os mais utilizados estão apresentados a seguir, bem como suas definições: a) Nusselt – Nu ������ = ℎ∆ � ����� = �� ∆ ������ ����� = ℎ∆ � � ∆ = ℎ�� = �� Figura 1 - homenagem a Wilhelm Nusselt, que propôs importantes contribuições para o assunto na primeira metade do século XX; - é visto como o “coeficiente adimensional de transferência de calor por convecção”; - representa o “aumento da transferência de calor através de uma camada de fluido como resultado da convecção” em relação “à condução do mesmo fluido em toda a camada”; - quanto maior for Nu, maior será a convecção; - quando Nu=1 considera-se apenas condução ao longo de toda a camada de fluido; - quando conhecido Nu, pode-se obter o coeficiente de película (h), parâmetro de difícil determinação, como já visto em convecção. b) Prandtl – Pr �� = � ������������ ������������ �� ���������� ������������ �� !�"��# = $ % $ = &' � % = � '() �� = &()� Figura 2 Números adimensionais 2 - homenagem a Ludwig Prandtl, que introduziu o conceito de camada limite em 1904; - descreve a espessura relativa entre a camada limite hidrodinâmica e a térmica. Comportamento dos fluidos com relação ao número de Pr: Fluido Pr Observações Metais líquidos 0,004 a 0,03 Rápida difusão de calor Gases 0,7 a 1,0 QM e calor difundem sob taxas iguais Água 1,7 a 13,7 Fluidos orgânicos leves 5 a 50 Óleos 50 a 100.000 Glicerinas 2.000 a 100.000 Lenta difusão de calor Observações: - nos gases a transferência de calor e de quantidade de movimento se difundem com taxas muito próximas, sendo Pr≌1; - nos metais líquidos, o calor se difunde de forma muito mais rápida do que a quantidade de movimento, sendo Pr muito pequeno: apenas 5% da variação de temperatura acontece na camada limite; (a) (b) Figura 3 – Distribuição de temperatura (a) em metais líquidos e (b) em glicerinas - nas glicerinas ocorre o oposto, sendo Pr muito grande, onde a taxa de difusão de calor é muito pequena em relação à difusão de quantidade de movimento: em torno de 95% da variação de temperatura acontece na camada limite. c) Reynolds – Re +� = ���ç�� �� ��é�!�����ç�� ���!���� = .�� $ = '.�� & - estudado por Osborn Reynolds; Números adimensionais 3 - define o regime do escoamento, podendo ser laminar, de transição ou turbulento; - apresenta parâmetros diferentes para configurações diferentes: se o escoamento é forçado, livre, rugoso, externo, dentre outras características (ver item 2 a seguir). Na equação, LC é um comprimento característico, que varia segundo a geometria do escoamento: - se o escoamento é forçado, Lc=D; - se o escoamento é sobre uma placa plana, Lc=x (x=comprimento da placa); - se o escoamento é livre, Lc=Raio hidráulico (Rh). d) Stanton – St /� = ��+� ∙ �� É considerado um coeficiente de transferência de calor adimensional. 2 Caracterização dos escoamentos 2.1 Pressão reinante no conduto a) Forçado → pressão não é a pressão atmosférica; → conduto é totalmente fechado; → fluido ocupa toda a seção transversal do conduto, escoando sob pressão. Exemplo: tubulações de recalque e sucção de bombas, tubulações de redes de abastecimento de água, tubulações de ar comprimido em empresas, gases em hospitais, etc. b) Livre → conduto pode ser aberto ou fechado; → apresenta uma superfície livre onde reina a patm. Exemplo: canais fluviais, rios naturais, canaletas, calhas, drenos, interceptores de esgoto, etc. Figura 4 – Escoamentos livres e forçados (http://dc219.4shared.com/doc/fH_6mzCn/preview.html) Números adimensionais 4 2.2 Trajetória das partículas a) Laminar → a estrutura do escoamento é caracterizada pelo suave movimento do fluido em camadas ou lâminas que não se misturam. b) Turbulento → a estrutura do escoamento caracteriza-se pelo movimento caótico das partículas que se superpõe ao movimento médio. Existem partículas em sentido contrário ao escoamento, partículas em sentido transversal ao escoamento, partículas mais lentas, mais rápidas. Experiência de Osborn Reynolds (1842-1912) Figura 5 - Experiência do Reynolds (http://www.ebah.com.br/content/ABAAAABN4AH/relatorio- fisica-industrial-viscosidade) Número de Reynolds (Re) → adimensional +� = '.��& = .�� $ ' é a massa específica (kg/m³), U é a velocidade média do escoamento (m/s), Lc é a dimensão geométrica característica (m), & é a viscosidade dinâmica (kg/m⋅s) e $ é a viscosidade cinemática (m²/s). Tabela 1 – Número de Reynolds Condutos Livres Forçados Lc Rh – raio hidráulico D – diâmetro Laminar <500 <2300 Transição 500 a 1000 2300 a 4000 Turbulento >1000 >4000 Exemplo: a fumaça de um cigarro ou de uma vela apresenta um escoamento variando de laminar a turbulento. (a) (b) Figura 6 – Fumaça de um cigarro (a) e de uma vela (b) (a-http://infofluidos.blogspot.com.br/2010/05/escoamento-laminar-turbulencia-e-numero.html e b- http://discmarcioarthurhotmailcom.blogspot.com.br/2012/12/a-fabula-das-quatro-velas.html) 2.3 Variações no tempo a) Permanente → as características do escoamento n b) Transientes ou trans escoamento com o tempo. 2.4 Trajetória do escoamento a) Uniforme → o vetor velocidade é constante em módulo, direç todos os pontos do escoamento. Exemplo: em condutos de seção constante, grande extensão e declividade zero a altura da lâmina d’água é sempre constante. b) Variado → a velocidade varia ao longo do escoamento. Exemplo: condutos com vários diâmetros, canais com seções diferenciadas e declividades variadas. 2.5 Número de dimensões envolvidas Todos os escoamentos são podemos considera-los: a) Unidimensionais → as variaç escoamento são desprezíveis ou podem ser tomados seus valores médios. Exemplo: escoamento em condutos forçados. Figura 7 (a-alegria.colorir.com/profissoes/bombeiros/bombeiro 93332.html e b b) Bidimensionais → as variaç duas coordenadas apenas, ou seja, num plano paralelo ao d Exemplo: escoamento sobre vertedores ou asas de aviões. Números adimensionais → as características do escoamento não variam com o tempo. 2. 2� = 0 24 2� = 0 2' 2� = 0 Transientes ou transitórios → há variações das características do Trajetória do escoamento ⇒ velocidades → o vetor velocidade é constante em módulo, direção e sentido, em todos os pontos do escoamento. 2. 2� = 0 de seção constante, grande extensão e declividade zero a altura da lâmina d’água é sempre constante. → a velocidade varia ao longo do escoamento. 2. 2� 6 0 Exemplo: condutos com vários diâmetros, canais com seções diferenciadas e Número de dimensões envolvidas Todos os escoamentos são tridimensionais, porém, por meio de simplificações, → as variações das grandezas na direção transversal ao escoamento são desprezíveis ou podem ser tomados seus valores médios. Exemplo: escoamento em condutos forçados. (a) (b) Figura 7 – Escoamentos unidimensionais soes/bombeiros/bombeiro-com-mangueira-de-agua-pintado 93332.htmle b- multiflorafernandopolis.blogspot.com) → as variações das grandezas podem ser expressas em função de duas coordenadas apenas, ou seja, num plano paralelo ao do escoamento. Exemplo: escoamento sobre vertedores ou asas de aviões. Números adimensionais 5 ão variam com o tempo. ões das características do ão e sentido, em de seção constante, grande extensão e declividade zero a Exemplo: condutos com vários diâmetros, canais com seções diferenciadas e , porém, por meio de simplificações, ões das grandezas na direção transversal ao escoamento são desprezíveis ou podem ser tomados seus valores médios. (b) pintado-por-peter- ões das grandezas podem ser expressas em função de o escoamento. Números adimensionais 6 (a) (b) Figura 8 – Escoamentos bidimensionais (a-http://rotadosconcursos.com.br e b- http://diariodebordohofmann.blogspot.com.br) Os escoamentos tridimensionais exigem para sua análise métodos matemáticos complexos. Exemplo: um rio. Figura 9 – Um rio escoando (http://www.amigrace.org/images/BXK324 56_corredeiras-6800.jpg) 2.6 Velocidade angular das partículas a) Rotacionais → 7≠0 b) Irrotacionais → 7=0 2.7 Variação da massa específica do fluido a) Incompressíveis → as variações são desprezíveis ⇒ maioria dos líquidos. Exceção: fenômeno da cavitação b) Compressíveis → as variações da massa específica não são desprezíveis ⇒ maioria dos gases. 2.8 Viscosidade a) Viscosos → todos os escoamentos são viscosos; b) Não viscosos → simplificação razoável (&=0) onde o fluido é chamado ideal. 2.9 Posição onde ocorrem a) Internos → completamente limitados por superfícies sólidas. Exemplo: escoamento em condutos Foco dos estudos: perdas de energia, quedas de pressão e cavitação. Figura 10 – Escoamentos internos http://www.adasasistemas.com) b) Externos → ocorrem no entorno de corpos imersos em fluidos ilimitados. Foco dos estudos: campos de velocidade, sustentação e arrasto. Figura 11 – Escoamentos externos Números adimensionais → completamente limitados por superfícies sólidas. Exemplo: escoamento em condutos Foco dos estudos: perdas de energia, quedas de pressão e cavitação. (a) (b) Escoamentos internos (a- http://voies-hydrauliques.wallonie.be http://www.adasasistemas.com) → ocorrem no entorno de corpos imersos em fluidos ilimitados. Foco dos estudos: campos de velocidade, sustentação e arrasto. (a) Escoamentos externos (a- http://www.ebah.com.br e b- http://www.kboing.com.br) Números adimensionais 7 hydrauliques.wallonie.be e b- → ocorrem no entorno de corpos imersos em fluidos ilimitados. (b) http://www.kboing.com.br)
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