Buscar

CCJ0034-WL-D-AMMA-09-Lei de Drogas I - Lei n. 113432006 - Revisão para AV1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 33 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 33 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 33 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO PENAL IV
Aula 9- Crimes contra a Administração Pública. 
Crimes Praticados por Particular. Parte II.
AULA 9. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
OBJETIVOS
Ao final da aula o aluno será capaz de:
● Conhecer o plano de aula.
●Analisar a incidência, nos casos concretos apresentados, de
conflito aparente de normas ou concurso de crimes entre os
delitos de corrupção e concussão.
● Coordenar as hipóteses nas quais possa ocorrer
bilateralidade ou não entre os delitos de corrupção ativa e
corrupção passiva.
AULA 9. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
ESTRUTURA DE CONTEÚDO.
Dos Crimes praticados por particular contra a Administração 
Pública.Figuras típicas: Dos Crimes praticados por particular 
contra a Administração Pública: Figuras típicas. Tráfico de 
influência. Corrupção ativa. 
AULA 9. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
1.Tráfico de influência
CP. Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para
outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de
influir em ato praticado por funcionário público no exercício da
função:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
1.1. Análise da figura típica.
► Configura-se como tipo de ação múltipla (alternativo) podendo
a conduta do agente comportar desde a solicitação até a
exigência ou recebimento da vantagem indevida.
AULA 9. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
► O elemento normativo do tipo penal “vantagem indevida”
não terá, necessariamente, natureza econômica.
Sobre o tema, vide trecho de decisão proferida pelo Superior
Tribunal de Justiça constante no Informativo de
Jurisprudência n.169:
CNH. DADOS FALSOS. TRÁFICO. INFLUÊNCIA. CRIME
ELEITORAL. Noticiam os autos que dois irmãos (ora
pacientes), um deles político e o outro funcionário público,
juntamente com 11 pessoas, montaram um esquema de
entrega de carteiras de habilitação (CNH) a candidatos a
motorista para que eles obtivessem a habilitação sem serem
submetidos aos cursos preparatórios.
AULA 9. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
Para isso, por meio de tráfico de influência, eram inseridos
dados falsos no sistema Renach de informações do Detran a fim
de os candidatos obterem a CNH sem aquelas exigências
legais, tudo com finalidade eminentemente eleitoral. Consta dos
autos que a prática do crime comprometeu a lisura e o equilíbrio
eleitoral, pois a fraude foi perpetrada com finalidade de compra
de votos, o que teria favorecido o paciente político a se eleger
deputado federal (STJ, HC 159.369-AP, Rel. Min. Adilson Vieira
Macabu (Desembargador convocado do TJ-RJ), julgado em
12/4/2011).
AULA 9. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
► Delito formal nas três primeiras figuras, haja vista
consumar-se no momento em que o agente pratica qualquer
um dos atos descritos na figura típica, independentemente a
obtenção da vantagem indevida.
► Em relação à conduta de obter, caracteriza-se como delito
material.
► Para Magalhães Noronha o delito configura verdadeiro
estelionato perpetrado contra a Administração Pública, “pois o
agente ilude e frauda o pretendente ao ato ou providência
governamental, alegando um prestígio que não possui e
assegurando-lhe um êxito que não está ao seu alcance[...]”
(NORONHA, Edgar Magalhães apud GRECO, Rogério.
Curso de Direito Penal: parte especial. v. IV, 2.ed. Niterói:
Impetus, p 997).
AULA 9. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
1.2. Requisitos para a configuração do delito:
► emprego de meio fraudulento, isto é, o agente se diz
influente com determinado funcionário quando, na realidade, não
exerce nenhum prestígio.
► deve tratar-se de funcionário público.
(CUNHA, Rogério Sanches. Direito Penal. Parte Especial.
2.ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2009, p. 416)
OBS. No caso de não cumprimento
de quaisquer destes requisitos a conduta
restará tipificada como incursa na figura
de estelionato (art.171, do Código Penal) 
AULA 9. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
1.3. Figura majorada:
A causa de aumento tem por fundamento o eventual
desprestígio à conduta do agente público.
Art.332, [...]
Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o agente
alega ou insinua que a vantagem é também destinada ao
funcionário.
1.4. Questões relevantes: 
► Confronto com o delito de exploração de prestígio,
previsto no art.357, do Código Penal:
O delito de exploração de prestígio configura espécie de
tráfico de influência que recai sobre a conduta de magistrado,
jurado, órgão do Ministério Público, perito, testemunha.
AULA 9. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
Neste sentido, a Corte Especial do Superior Tribunal de
Justiça já se manifestou:
[...] crime de exploração de prestígio é, por assim dizer, uma
"subespécie" do crime previsto no art. 332 do Código Penal
(tráfico de influência). É a exploração de prestígio, a venda de
influência, a ser exercida especificamente sobre pessoas que
possuem destacada importância no desfecho de processo
judicial (Nelson Hungria in "Comentários ao Código Penal -
Volume IX", Ed. Forense, 2ª edição, 1959, página 529) – STJ,
Denun na APn 549/SP, Corte Especial, Rel. Min. Felix Fischer,
julgaod em 21/10/2009)
AULA 9. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
Art. 332 - Solicitar, exigir,
cobrar ou obter, para si ou
para outrem, vantagem ou
promessa de vantagem, a
pretexto de influir em ato
praticado por funcionário
público no exercício da
função:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a
5 (cinco) anos, e multa.
Art. 357 - Solicitar ou receber
dinheiro ou qualquer outra
utilidade, a pretexto de influir
em juiz, jurado, órgão do
Ministério Público, funcionário
de justiça, perito, tradutor,
intérprete ou testemunha:
Pena - reclusão, de um a
cinco anos, e multa.
AULA 9. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
► Confronto com os delitos de corrupção ativa e passiva.
Caso o agente tenha, efetivamente, prestígio junto à
Administração Pública e venha a corromper funcionário público,
sua conduta restará caracterizada como incursa no delito de
corrupção ativa, prevista no art.333, do Código Penal e, a do
funcionário público corrompido, no art.317, do Código Penal –
corrupção passiva (Neste sentido, CAPEZ, Fernando. Curso de
Direito Penal. v.3.8.ed. São Paulo: Saraiva, 2010, p.574)
Ainda, cabe salientar que o terceiro que se beneficia da
conduta do funcionário público será responsabilizado pelo delito
de corrupção ativa.
AULA 9. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
Corrupção passiva
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la,
mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de
tal vantagem:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa
Corrupção ativa
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a
funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou
retardar ato de ofício:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa
AULA 9. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
2. Corrupção ativa. Art.333, do Código Penal.
2.1. Análise da Figura Típica.
► O elemento normativo do tipo penal “vantagem indevida”
não terá, necessariamente, natureza econômica.
► Não necessita para sua configuração que haja a aceitação
da vantagem indevida pelo funcionário público.
► O ato de ofício objeto da proposta de vantagem indevida
deve, obrigatoriamente, ser de específica atribuição do
funcionário público.
AULA 9. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
► Delito formal que se consuma no momento em queo agente
oferece ou promete a vantagem indevida ao funcionário público,
independentemente do aceite por parte deste.
► Por não caracterizar-se como delito bilateral em relação ao
delito de corrupção passiva é plenamente possível a ocorrência
simultânea ou isolada das figuras típicas de corrupção ativa e
passiva.
Para fins de esclarecimentos sobre o tema,
analisemos as seguintes hipóteses:
Hipótese 1: corrupção passiva sem a corrupção ativa: o
funcionário público solicita a vantagem indevida ao particular
que, independentemente da entrega da vantagem por este.
AULA 9. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
Sobre a ocorrência de corrupção passiva sem a corrupção
ativa, vide trecho de decisão proferida pela Primeira Câmara
Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro:
APELAÇÃO CRIMINAL. CORRUPÇÃO ATIVA. 1)
Apelante que ofereceu vantagem indevida, consubstanciada
em dinheiro, a policiais para que deixassem de praticar (omitir)
ato de ofício, consubstanciado no fato de liberarem o acusado
de ser levado até a delegacia de polícia para esclarecimentos.
2) Apelante que seria estreitamente envolvido com o tráfico de
drogas e que foi indicado por denúncia anônima como estando
homiziado na casa de outrem, que franqueou o ingresso
permitindo a busca e que levou à precipitação do ato de oferta
ou oblação da vantagem indevida. 3) Inexistência de
constrangimento ilegal, porque circunstancial e
AULA 9. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
episódico para à elucidação dos fatos, como decorrência do
dever de ofício e próprio da atividade de polícia preventiva na
defesa da sociedade que se justificava normativamente,
legalmente, sem ser abusiva a atuação investigativa iniciada por
denúncia anônima, verossimilhante, conformando fundada
suspeita sobre quem já ostentava duas condenações por tráfico
de drogas e corrupção ativa, e com ligação a outros traficantes
de relevo no mundo do crime, pertencentes a facção criminosa.
4) A flagrância por crime precedente causalmente conexa ao
crime de corrupção não esgota ou exclui outras hipóteses,
como as que decorrem de atividades administrativas, que por
sua natureza não autorizam a prisão em flagrante delito, por
não terem cunho penal, e que nem por isso desautorizam a
possibilidade de incidência da finalidade corruptora, que é típica
e antijurídica pela causalidade suficiente de
AULA 9. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
meras violações de ordem administrativa que fundamentam o
"ato de ofício", v. q., nas infrações de trânsito quando se pensa
comprar a alforria de multa aplicada. 5) Inevitabilidade da ação
policial pela inexigibilidade de comportamento diverso que se
não adotado poderia tipificar a prevaricação ou mesmo a
corrupção passiva.(TJRJ, Apelação Criminal n. 0023196-
76.2010.8.19.0023, Primeira Câmara Criminal, Rel. Des.
Antonio Carlos Bitencourt , julgado em:10/07/2012)
Hipótese 2: corrupção ativa sem a corrupção passiva:
neste caso o particular oferece ou promete vantagem indevida
ao funcionário público independentemente do aceite da
promessa ou recebimento da vantagem indevida.
AULA 9. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
Sobre o tema vide ementa de decisão proferida pela
Quarta Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande
do Sul, in verbis:
Ementa: APELAÇÃO-CRIME. PORTE ILEGAL DE ARMA DE
FOGO DE USO PERMITIDO, CORRUPÇÃO ATIVA E
RESISTÊNCIA. CONDENAÇÃO. APELOS DEFENSIVO E
MINISTERIAL. MANUTENÇÃO DO ÉDITO CONDENATÓRIO.
Com relação ao pleito de absolvição pelo crime de porte ilegal
de arma de fogo por ausência de lesividade, ressaltando-se que
o imputado condenado por este crime é confesso, não merece
guarida, tendo em vista que o crime em questão é de mera
conduta, consumando-se com o simples fato de o agente portar
arma de fogo em via pública.
AULA 9. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
Outrossim, no que tange ao pedido de absolvição pelo
delito de corrupção ativa por insuficiência probatória, melhor
sorte não socorre a defesa, tendo em vista as declarações
judiciais uníssonas de dois agentes da lei, noticiando que o
apelante condenado por tal ilícito teria oferecido insistentemente
dinheiro e a arma de fogo angariada para que ambos os
acusados fossem dispensados antes da chegada à Delegacia de
Polícia. O mesmo ocorre em relação ao terceiro fato, que
decorreu do episódio acima citado, ou seja, de acordo com os
policiais militares que efetuaram a prisão dos recorrentes,
AULA 9. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
após recusarem a vantagem indevida oferecida para que
liberassem os réus, estes tentaram agredir os policiais com os
pés, desferindo chutes no interior da viatura, de modo que os
brigadianos tiveram inclusive que parar e solicitar reforço policial.
Nesse cenário, impositiva a manutenção da condenação nos
termos em que emitida em primeiro grau.[...]
(Apelação Crime Nº 70048090922, Quarta Câmara Criminal,
Tribunal de Justiça do RS, Relator: Marco Antônio Ribeiro de
Oliveira, Julgado em 28/06/2012)
AULA 9. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
Hipótese 3: corrupção ativa e passiva simultâneas: para a
configuração de ambas as condutas necessário que o particular
ofereça a vantagem e o funcionário a aceite ou receba; em
outras palavras significa dizer que para que haja a ocorrência
simultânea dos dois delitos é imprescindível que a conduta inicial
seja do particular.
Para fins de esclarecimentos sobre o tema, seguem,
abaixo, ementa e trecho do acórdão de decisão proferida pela
Quarta Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande
do Sul, in verbis:
AULA 9. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
Ementa: FUNCIONÁRIO PÚBLICO - SERVIDOR DA
FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS CONVENIADA AO DETRAN -
TESTEMUNHA POR LAPSO NÃO COMPROMISSADA -
CORRUPÇÕES ATIVA E PASSIVA - OBTENÇÃO DE
CARTEIRAS DE HABILITAÇÃO. 1. A Fundação Carlos Chagas,
instituição sem fins lucrativos e reconhecida por lei, é entidade
paraestatal, nos termos do § 1º do art. 327 do C. Penal. 2. Não é
inválido o depoimento de testemunha que por lapso não foi
compromissada. Não é essa breve formalidade que confere
credibilidade à prova testemunhal, mas sim a idoneidade da
testemunha.
AULA 9. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
3. São corruptores ativos, o diretor do CFC e sua cliente, se
repassam dinheiro ao examinador do DETRAN, para aprovação
em exame de direção e conseqüente obtenção de carteira de
habilitação. 4. O examinador que recebe a vantagem indevida,
por sua vez, comete o crime de corrupção passiva. Apelação
provida em parte, para reconhecer prescrita a pena quanto aos
crimes de peculato e inserção de dados falsos em sistema de
informação.
[...] Em meados do mês de agosto do ano 2000, na Avenida
Brasil, nº 758, nas dependências do CFC J. Margareti, Bairro
Centro, na Cidade de Estância Velha, a denunciada Marta teria
AULA 9. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
oferecido vantagem indevida, consistente na quantia aproximada
de R$ 250,00, a Ângelo Luiz Froner, funcionário público da
Fundação Carlos Chagas, por intermédio de Joelsi,
determinando-o a praticar ato de ofício infringindo dever
funcional, a fim de aprová-la na prova prática para obtenção de
carteira de habilitação categoria “B”, sem que ela tivesse aptidão
para conduzir veículo automotor. [...]
(Apelação Crime Nº 70039328398, Quarta Câmara Criminal,
Tribunal de Justiça do RS, Relator: Gaspar Marques Batista,
Julgado em 06/10/2011)
AULA 9. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
2.2. Figura majorada:
Para a caracterização da causa de aumento prevista no
parágrafo único do art.333, do Código Penal é imprescindível
que o agente pratique ato de natureza ilícita,ou seja,
infringindo dever funcional.
Art.333
[...]
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se,
em razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou
omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.
AULA 9. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
2.3. Confronto com o delito de concussão.
A conduta prevista no delito de corrupção passiva
compreende a “solicitação” do agente público sem que haja
qualquer forma de constrangimento ou coação, diferentemente
da conduta prevista no tipo penal de concussão.
2.4. Questões relevantes.
► Para Guilherme de Souza Nucci, a “carteirada” não configura
delito de corrupção ativa, mas, no máximo, tráfico de influência.
Assevera o autor que a “carteirada” compreende o “ato de
autoridade que, fazendo uso de sua função, exibe seu
documento funcional para conseguir algum préstimo de outra
autoridade ou funcionário público” (NUCCI, Guilherme de Souza.
Material Didático).
AULA 9. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
De forma diversa, há entendimentos no sentido de que a
“carteirada” configura delito de abuso de autoridade previsto no
art.4º, h, da Lei n. 4898/1965 (Lei de Abuso de Autoridade).
ABUSO DE AUTORIDADE. QUANDO OCORRE.
INVOCAÇÃO A AUTORIDADE DE PROMOTOR DE JUSTIÇA.
COMETE O DELITO O AGENTE QUE, MESMO NÃO ESTANDO
NO EXERCÍCIO DA FUNÇÃO, AGE INVOCANDO A
AUTORIDADE DO CARGO, COM EXIBIÇÃO DA CARTEIRA
FUNCIONAL NEGADO PROVIMENTO AO
RECURSO.(STJ, AgRg no Ag 5.749/SP,
Sexta Turma,
Rel. Min. José Cândido de
Carvalho Filho, julgado em 04.12.1990).
AULA 9. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
CASO CONCRETO
Durante o período de seis meses, aproximadamente entre julho
de 2007 a janeiro de 2008, Walter Ivan e Roberto Jonas, em
conjunção de esforços e comunhão de vontades, em diversos
locais, na comarca da capital, exploraram atividades ilícitas
relacionadas a jogos de azar - jogo de bingo e máquinas “caça-
níqueis”. Tais atividades foram realizadas na área de atribuição
da XXª Delegacia de Polícia Civil, onde o policial civil Antunes
Júnior atuava no setor de investigação.
AULA 9. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
A fim de evitar a ação estatal sobre as referidas atividades
ilícitas por meio da omissão de atos de ofício, bem como receber
auxílio do agente público para que se esquivassem de ações
estatais, Walter Ivan e Roberto Jonas, em conjunção de esforços
e comunhão de vontades, ofereceram e efetivamente
entregaram vantagem indevida ao referido agente público
durante todo o período supracitado, totalizando a quantia de R$
1500,00 (um mli e quinhentos reais) em espécie, conforme
demonstram os documentos da fl. 96 do I.P.
Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre os
Crimes contra a Administração Pública, tipifique as condutas de
Walter Ivan,Roberto Jonas e Antunes Júnior.
Responda de forma objetiva e fundamentada
AULA 9. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
Sobre tema, importante salientar que o delito de corrupção
ativa consuma-se no momento em que o oferecimento ou
promessa de vantagem chega a conhecimento do funcionário
público sendo, desnecessário que ele o aceite ou receba. Em
outras palavras significa dizer que os delitos de corrupção ativa
e passiva nem sempre ocorrerão concomitantemente.
Como bem assevera Fernando Capez a corrupção não é,
necessariamente, crime bilateral de modo a ensejar três
possíveis situações fáticas: corrupção ativa sem a passiva;
corrupção passiva sem a ativa e corrupção ativa e passiva
(op.cit. p. 579).
AULA 9. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
Acerca do tema, cabe transcrever ementa de decisão
proferida, em sede de Apelação Criminal, pela Quarta Câmara
Criminal do Egrégio Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul in
verbis:
EMENTA.APELAÇÃO-CRIME. CORRUPÇÃO ATIVA E
PASSIVA. Policial civil que recebe vantagem indevida para omitir
ato de ofício e fornecer informações privilegiadas para
exploradores de atividades ilícitas relacionadas a jogos de azar.
PERDA DA FUNÇÃO PÚBLICA. Efeito da condenação igual ou
superior a um ano por crime cometido com violação de dever
para com a Administração Pública. Condenação mantida. Pena
alterada. Apelos parcialmente providos. Unânime. (Apelação
Crime Nº 70028614121, Quarta Câmara Criminal, Tribunal de
Justiça do RS, Relator: Aristides Pedroso de Albuquerque Neto,
Julgado em 13/08/2009)
AULA 9. Crimes contra a Administração Pública 
DIREITO PENAL IV
CASO CONCRETO
Com relação aos crimes de corrupção ativa e passiva é correto
afirmar que:
a) São sempre crimes de concurso necessário ou bilateral.
b) A existência da corrupção passiva importa, necessariamente,
na existência do crime de corrupção ativa.
c) O crime de corrupção, na modalidade ativa, art. 333 do código
penal, pune tanto quem oferece, promete vantagem indevida a
funcionário público, como quem cede ante a solicitação da
vantagem por parte de funcionário.
d) A corrupção passiva na modalidade solicitar não exige a figura
da corrupção ativa, pois a lei não pune quem cede ou aceita a
solicitação de vantagem por parte de funcionário.

Outros materiais