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História zarvos

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FMU 
	
	
História: Conjunto Zarvos
 O empreendimento foi realizado por Nicolau Zarvos, que deu nome ao conjunto, e que iniciou a compra dos vários terrenos ainda na década de 1940 (LEFEVRE, 2006). A área final para construção era de 3.980 m', como consta na prancha com desenhos para aprovação na Prefeitura. O projeto inicial foi elaborado pelo arquiteto Júlio Neves, no ano de 1958, sendo a última versão - a que foi construída -aprovada nos primeiros anos da década de 1960. Ele realiza a ligação entre dois trechos viários importantes, as avenidas são Luiz e consolação, a partir de dois níveis diferentes.Essa relação de continuidade entre as galerias foi estimulada inclusive pela legislação e criou um contexto espacial de grande permeabilidade na região do Centro Novo. A já citada lei 5.114, em seu artigo 4°, afirmava:Fica a Prefeitura autorizada a promover os entendimentos e acordos que se fizerem necessários para assegurar, no menor prazo possível, o estabelecimento de continuidade nas galerias, de que trata esta lei, podendo esses acordos abranger a reposição parcial ou total do custo das obras de adaptação dos edifícios existentes, no caso de ser também observada a exigência das alíneas 'a' e 'b' do artigo 1° (PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SAO PAULO, 1957). 
 Apresentava-se uma intenção de criar circuitos alternativos de passagem de pedestre pelo interior das quadras de maneira a estimular a utilização destes espaços internos. A lei parece remeter à Galeria de Cristal de Jules Martin do século 2 anterior, quando uma rede de caminhos alternativos foi proposta em relação às principais vias comerciais do triângulo histórico. A inserção desses diversos edifícios pelo Centro Novo tornou possível a conexão entre ruas paralelas e diminuiu a distância entre diversos espaços públicos.
 O conjunto realizou em sua galeria a transição de nível ao conectar duas importantes avenidas do circuito proposto por Prestes Maia. A continuidade do espaço urbano foi realizada em diversos níveis a partir de escadas rolantes que mecanicamente realizariam a ligação entre os andares. A ideia desse deslocamento em níveis remete ao "promenade architecturale" apresentado por Le Corbusier, especialmente quando aborda a Ville Savoye (1928-1930). O deslocamento vertical pela rampa que ligava os pilotis com o terraço jardim naquela residência permitia uma apreensão do espaço ao redor que ele denominava "passeio arquitetônico". As rampas foram elementos essenciais para a compreensão dos espaços modernos em níveis, realizaram o deslocamento vertical de maneira suave e garantiram uma compreensão gradual do espaço. A ideia do "promenade archttecturalle" relacionou-se diretamente ao do "plano livre" e às possibilidades de livre deslocamento.
 Conjunto Zarvos, utilizou-se dos níveis natural do terreno como elemento fundamental para a proposta de implantação. Multiplica-se o número de lojas não somente pela criação dessa rua interna, mas pela duplicação do corredor de lojas pelos dois níveis. O conjunto é formado por duas torres e uma galeria comercial que realiza a ligação entre as Avenidas São Luiz e Consolação.
 A galeria se aproveita da diferença de nível de mais de quatro metros entre as duas vias de maneira a construir duas passagens que se relacionam intimamente a partir de escadas fixas, rolantes e elevadores. Os espaços comerciais se colocam em uma planta em "L". Nessa disposição, nas proximidades de cada acesso é apresentada a possibilidade de se deslocar para o outro piso, acima ou abaixo dependendo por onde o pedestre acessa. No caso de continuar até o fim do percurso é possível apreciar as diversas lojas que se voltam para a galeria.
 Acima do corredor de lojas que se acessa pela Avenida São Luiz, encontram-se aberturas na laje e um balcão em balanço (referente ao patamar de uma das escadas) de maneira que um jogo de luzes e visuais torna mais interessante o percurso. Essas aberturas feitas entre a circulação e as lojas do nível superior da galeria passam a ideia ao transeunte do pavimento inferior de que se trata de uma passarela. Ao todo, são 35 espaços comerciais com áreas que variam de 20 até 60m7. São ocupados por lanchonetes, cafés, restaurantes, escolas de línguas, livrarias, agências de turismo, salão de beleza, entre outros. Seis lojas voltam suas vitrines para as vias, localizadas nas cotas mais baixas do perímetro, e apresentam um pé-direito bastante alto - o que permite a presença de sobrelojas acessadas por escadas. Acima do embasamento encontram-se as duas torres com diferentes atividades. A torre de apartamentos residenciais tem 21 pavimentos e implanta-se de frente para a avenida São 5 Luiz, sendo seu acesso realizado por um pequeno hall implantado ao lado do acesso da galeria comercial. A presença de uma grade e um portão restringe a entrada, o que não acontece na galeria comercial onde o trânsito é livre. Estão dispostos dois apartamentos de quatro dormitórios em cada andar. A torre de escritório localiza-se nos fundos do lote e seu acesso ocorre pelos cinco elevadores que se implantam no vértice da planta da galeria. Uma portaria exige identificação para entrar no edifício. Cada andar apresenta onze salas comerciais com áreas variando entre 25 e 45 metros quadrados. Acima da galeria comercial foram construídos quatro pavimentos reservados ao estacionamento de veículos. No total, são disponibilizadas 398 vagas nesses espaços e também nos subsolos do edifício, uma quantidade alta se comparada aos padrões da época. Esse espaço superior reservado para estacionamento é marcado discretamente no embasamento pela presença de brises na fachada voltada para a Consolação, enquanto na vista da avenida São Luiz aparece somente como uma superfície lisa acima da abertura da sobreloja. O acesso a essa área de veículos se dá pela Avenida Consolação ao lado do acesso de pedestres. O piso de transição, na última laje do embasamento, abriga 6 uma área de lazer para o edifício residencial. As duas torres implantam-se sobre o embasamento e suas plantas colocam-se quase perpendiculares. Ao fim do trajeto nesse pavimento, observa-se uma área vazia entre as lojas, escadas rolantes e área de espera do elevador. Ali também há a possibilidade de mudar de nível pelos elevadores ou pela escada ao seu lado. O acesso à galeria pela Avenida da Consolação não é tão atraente quanto o acesso pela rua São Luiz. Como o piso da galeria encontra-se 50 centímetros acima do nível da calçada, foi necessário construir urna escada e uma rampa de acesso. Além desses dois, um terceiro elemento apresenta-se no vão de acesso: uma escada rolante que liga este nível ao inferior. A presença dessa escada coloca-se mais como um limite ao acesso do que uma possibilidade de deslocamento, tomando a entrada muito menos convidativa. No entanto, o nível da Consolação apresenta um espaço bastante diferenciado ao fim do seu percurso: uma grande abertura com vista para a Praça Dom José Gaspar. Uma escada e uma rampa convidam a subir um pouco mais de um 7 metro acima do nível da galeria e chegar a um espaço de parada no percurso e de contemplação do entorno, como um terraço mais resguardado. 
 O edifício Zarvos é conhecido por ter abrigado o bar Paddock. Famoso pela clientela boêmia, especialmente na década de 1960, o estabelecimento localizava-se no espaço ao lado desse terraço. Além desse espaço, nos primeiros anos de funcionamento, era possível ver a qualquer hora do dia atores, jornalistas, arquitetos, professores, entre outros, percorrendo os dois níveis da galeria em busca de periódicos e livros importados - que poderiam ser adquiridos nas livrarias do lugar -, cortando o cabelo, planejando viagens, entre tantas outras atividades possíveis naquelas dependências. O edifício apresenta uma intensa relação com o lugar em que se implantaram e marcaram a década de 1960 pela presença constante de pessoas deslocando-se e utilizando-se de seus espaços, público que buscava diversão, trabalho e serviços, facilmente encontrados nesses lugares.
FotográfiasLojas na parte interna
Estacionamento, restaurantes e comércios parte externa 
Sentido Avenida Consolação 
Sentido avenida São Luiz 
Parte Residencial 
Estacionamento, restaurantes e comércios parte externa

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