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Aula 02

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CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL ATRFB 
PROFESSORES: VÍTOR CRUZ e RODRIGO DUARTE 
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Aula 2 
Olá Pessoal, tudo certo?? chegou a hora de darmos mais um passo 
rumo à aprovação, nesta aula finalizaremos os Direitos Individuais e 
Coletivos, será mais “tranquila” que as anteriores, pelo menos será 
menor...Vamos lá?? 
Direito de informação em órgãos públicos: 
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos 
informações de seu interesse particular, ou de interesse 
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob 
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo 
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; 
Essas informações são de relevância para a pessoa ou para a 
coletividade. Se negado este direito, poderá ser impetrado habeas 
data, no caso de ser uma informação pessoal do impetrante, ou 
mandado de segurança, no caso de uma informação, que embora 
seja de seu interesse, não seja estritamente ligada à sua pessoa. 
1. (ESAF/ Procurador PGFN/2012) Todos têm direito a receber dos 
órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de 
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob 
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja 
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. 
Comentários: 
É isso aí. Trata-se do direito de informação, previsto no art. 5°, 
XXXIII, da CF/88. 
Gabarito: Correto. 
Direito de petição e direito de obter certidões 
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do 
pagamento de taxas: 
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de 
direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; 
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para 
defesa de direitos e esclarecimento de situações de 
interesse pessoal; 
O direito de petição é o direito que QUALQUER pessoa (física ou 
jurídica) possui de se dirigir ao Poder Público (qualquer poder) e 
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"pedir" (petição) que se tome alguma atitude em defesa de seus 
direitos, ou contra alguma ilegalidade ou abuso de poder. 
Não se deve confundir o direito de petição, que é o direito de pedir 
que o Poder Público (seja o Poder Executivo, Legislativo, Judiciário ou 
ainda o Ministério Público) tome certas providências, com o direito de 
ingressar com uma ação judicial ou de postular em juízo. Muitas 
bancas tentam confundir o candidato associando erroneamente estes 
institutos. 
Embora a literalidade da Constituição pareça conceder uma 
imunidade ao pagamento de taxas, essa imunidade parece ser 
defendida com força apenas pela doutrina tributarista, boa parte da 
doutrina de direito constitucional entende que o legislador 
constituinte pretendia dar gratuidade geral de quaisquer custas 
referentes a esses institutos e não apenas dispensar o pagamento de 
taxas (que é apenas uma das espécies de tributos). Em provas de 
concursos, as bancas não têm entrado nesse mérito, limitando-se a 
cobrar os seguintes pontos sobre o direito de petição e certidão: 
1. Não precisa de lei regulamentadora; 
2. Independe do pagamento de quaisquer taxas, e não possui 
caráter restritivo, ou seja, TODOS são isentos, e não apenas os 
pobres ou com insuficiência de recursos. Até as pessoas 
jurídicas poderão fazer uso e receber a imunidade. 
3. No direito de petição, a denúncia ou o pedido poderão ser 
feitos em nome próprio ou da coletividade. 
4. É um direito fundamental perfeitamente extensível aos 
estrangeiros que estejam sob a tutela das leis brasileiras. 
5. Estes direitos, se negados, também poderão dar motivo à 
impetração de Mandado de Segurança. 
2. (ESAF/Procurador PGFN/2012) São a todos assegurados, 
independentemente do pagamento de taxas, a obtenção de certidões 
em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimentos de 
situações de interesse pessoal. 
Comentários: 
Isso aí... é o teor do art. 5º,XXXIV, “a” e “b”. 
Gabarito: Correto. 
3. (ESAF/Analista Administrativo - ANEEL/2006) O direito de 
petição garante a todo indivíduo, independentemente de ser 
advogado, a defesa, por si mesmo, de qualquer interesse seu em 
juízo. 
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Comentários: 
Defender interesse em juízo é a capacidade postulatória, esta só os 
advogados possuem. O direito de petição não é para postular em 
juízo, mas para pedir que o poder público (seja o Poder Executivo, 
Legislativo, Judiciário ou ainda o Ministério Público) tome 
providências para a defesa de seus direitos ou contra ilegalidade ou 
abusos. 
Gabarito: Errado. 
Inafastabilidade do Judiciário 
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário 
lesão ou ameaça a direito; 
O princípio da inafastabilidade do Judiciário é um princípio 
importantíssimo para o Estado democrático de direito. Pois ao 
garantir que toda lesão ou ameaça a direito estará sujeita a 
apreciação do Poder Judiciário, a Constituição impede os usos 
arbitrários de poder que ameaçam a democracia. 
Vamos tecer algumas considerações sobre o princípio: 
O princípio da inafastabilidade do Judiciário é um princípio expresso 
na Constituição? 
Sim, está no art. 5º, XXXV: "a lei não excluirá da apreciação do Poder 
Judiciário lesão ou ameaça a direito". 
O entendimento deste artigo é que, por este princípio, alguém poderá 
acessar o Poder Judiciário sem necessariamente esgotar as esferas 
administrativas e será apenas o Poder Judiciário que fará a “coisa 
julgada” em definitivo, típico do direito inglês, diferentemente do 
franCês, onde há o “Contencioso administrativo”. (no contencioso 
administrativo, a esfera administrativa é capaz de proferir decisões 
definitivas, sem que sejam apreciadas pelo Poder Judiciário). 
2- Existem exceções a este princípio? 
Sim: 
A) CF, art. 217 §1º → O Poder Judiciário só admitirá ações relativas 
à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as 
instâncias da justiça desportiva, regulada em lei. 
B) Em se tratando de Habeas Data, só será admitida a propositura 
deste remédio depois de negado o pedido pela autoridade 
administrativa. (entendimento do STF - HD 22/DF, entre outros - e 
STJ - Súmula nº2) 
C) Lei no 11.417/06 → Contra omissão ou ato da administração 
pública (contrário ao teor de súmula vinculante do STF), o uso da 
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reclamação (impugnação ao Supremo de descumprimento da 
decisão) só será admitido após esgotamento das vias administrativas. 
3- Por que este princípio existe? 
O Brasil é um Estado Democrático de Direito. Assim, para que esta 
característica se concretize, precisa-se de um Poder Judiciário efetivo, 
que realmente tome conhecimento das demandas, e assim sirva de 
"balança" nas relações internas. Assim, o Poder Judiciário é peça 
importantíssima para efetivação do sistema de "freios e contrapesos", 
pois, impede que haja abusos e autoritarismos por parte dos Poderes 
Executivo e Legislativo. 
4. (ESAF/Agente de Fazenda-SMF-RJ/2010) A lei não poderá 
excluir da aprecição do Judiciário lesão ou ameça de direito, mas a 
própria Constituição pode fazê-lo. 
Comentários: 
Item correto, veja que o dispositivo constitucional veda que a lei 
possa afastar a apreciação de um conflito pelo judiciário, mas a 
Constituição pode fazer. 
Gabarito: Correto. 
5. (ESAF/Agente de Fazenda-SMF-RJ/2010) A lei não excluirá 
da apreciação do Poder Judiciáriolesão ou ameaça a direito, mas 
pode condicionar tal acesso ao prévio esgotamento das instâncias 
administrativas. 
Comentários: 
Isso também seria um obstáculo ao acesso ao Poder Judiciário, sendo 
que somente a própria Constituição pode fazê-lo, a lei não tem esse 
Poder. 
Gabarito: Errado. 
Limitação a retroatividade da lei 
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato 
jurídico perfeito e a coisa julgada; 
Esses conceitos não são consensuais e frequentemente ocorrem 
brigas judiciais tentando reconhecer direitos adquiridos diversos. 
Segundo o art. 6º da Lei de Introdução às Normas de Direito 
Brasileiro (LINDB – antiga Lei de Introdução ao Código Civil - LICC): 
a lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico 
perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada e define os conceitos: 
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• (§1º) Reputa-se ato jurídico perfeito: o já consumado 
segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. 
• (§2º) Consideram-se adquiridos: assim os direitos que o 
seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles 
cujo começo do exercício tenha termo ("data") pré-fixo, ou 
condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de 
outrem. 
• (§3º) Chama-se coisa julgada ou caso julgado: a decisão 
judicial de que já não caiba recurso. 
O caso do ato jurídico perfeito (aquela coisa que já está consumada 
no termos da lei, logo não pode ser alterada, pois "já se foi", já se 
consumou) e o caso da coisa julgada são de fácil entendimento. A 
grande discussão se dá no caso do direito adquirido. Vamos ver 
algumas discussões: 
Direito adquirido X nova constituição: 
Observe que a Constituição fala no termo "lei", assim, não se poderão 
invocar direitos adquiridos face à entrada em vigor de uma nova 
Constituição, até porque sabemos que o Poder Constituinte Originário 
é ilimitado, não há barreiras intransponíveis. 
Já em se tratando de Emendas Constitucionais, a questão é 
controversa, pois esta não é ilimitada como a Constituição originária 
e deve respeitar limitações constitucionais, como os direitos 
individuais. 
Direito adquirido X lei de ordem pública: 
STF – ADI 493 → O disposto no art. 5º, XXXVI, da Constituição Fede-
ral, se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer 
distinção entre lei de direito público e lei de direito privado, ou entre 
lei de ordem pública e lei dispositiva. 
O que se quer dizer com esse julgado é que "qualquer lei 
infraconstitucional deve respeitar o disposto no art. 5º, XXXVI da 
Constituição". Assim, o direito adquirido e o ato jurídico perfeito 
aplicam-se inclusive às leis de ordem pública. 
Desta forma, conforme salientado por José Afonso da Silva, o correto 
seria dizer que não há direito adquirido individual que prevaleça 
sobre o interesse geral. Estando incorreto falar que não se pode 
invocar o direito adquirido face à lei de ordem pública ou lei de direito 
público. 
Para fins de elucidação dos termos: 
A lei pode ser classificada como direito público ou direito privado: 
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Lei de direito privado - são leis que regulamentam relações estritas 
entre particulares, não envolvem interesses da sociedade como um 
todo nem os interesses do Estado. 
Leis de direito público - estabelecem relações envolvendo o Estado 
e defendendo o interesse público. 
Quanto à sua obrigatoriedade, as lei podem ser: 
Leis de ordem pública (ou imperativas) - são também chamadas 
de cogentes, são aquelas leis imperativas que organizam a 
sociedade, proibindo ou autorizando condutas. Sendo de 
observância obrigatória, a autonomia particular não pode se opor a 
elas. 
Leis dispositivas - são aquelas leis não imperativas, estabelecem 
direcionamentos, mas sem negar a autonomia privada. São as 
normas que irão vigorar em caso de silêncio das partes. 
Mais uma vez ratificando: qualquer lei, independentemente do seu 
teor ou classificação deve respeitar o ato jurídico perfeito, o direito 
adquirido e a coisa julgada. 
Direito adquirido X regime jurídico: 
A recorrente frase "não existe direito adquirido a regime jurídico" 
decorre de diversos julgados onde o STF reconheceu que a mudança 
das relações institucionais entre o Estado e seus servidores não 
podem ser impugnadas sob a alegação de que os servidores teriam 
direito adquirido àquelas relações vigentes no momento em que 
entraram em serviço. 
Por exemplo, se uma lei federal viesse a substituir ou modificar a lei 
8112/90 (regime jurídico dos servidores federais) alterando alguns 
direitos previstos nesta norma, não poderiam os servidores federais 
alegar que pelo fato de terem entrado em serviço sob a vigência 
daquela norma teriam adquirido o direito a fazer jus aos benefícios 
contidos naquele diploma. 
Irretroatividade da lei X ente público que editou a lei: 
STF – Súmula nº 654 → A garantia da irretroatividade da lei, prevista 
no art. 5º XXXVI, da Constituição, não é invocável pela entidade 
estatal que a tenha editado. 
Essa súmula, deriva de alguns julgados do STF, principalmente sobre 
a aposentadoria especial. Ela visa fazer com que o Estado cumpra 
compromissos criados por ele mesmo, não podendo se proteger com 
a garantia constitucional quando ele próprio editou a lei que cria o 
ônus. 
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Vamos citar um exemplo: imagine o fato de que exista uma lei 
dizendo: é garantida a aposentadoria especial para as classes de 
trabalhadores X e Y, por realizarem atividades insalubres durante 25 
anos. 
Bom, posteriormente a entidade estatal edita uma lei declarando que 
a atividade dos trabalhadores da classe Z também é insalubre. 
O Estado é obrigado a reconhecer retroativamente os direitos da 
classe Z. Ele não pode dizer: "calma aê, a lei é irretroativa, antes 
disso não vou mudar nada, só vale daqui pra frente". Não pode! 
Porque para o STF a garantia da irretroatividade da lei não é 
invocável pela entidade estatal que a tenha editado. 
6. (ESAF/ATRFB/2009) A garantia da irretroatividade da lei, 
prevista no texto constitucional, não é invocável pela entidade estatal 
que a tenha editado. 
Comentários: 
É a literalidade da súmula 654 do STF: “A garantia da irretroatividade 
da lei, prevista no art. 5º, XXXVI, da Constituição da República, não é 
invocável pela entidade estatal que a tenha editado". 
Gabarito: Correto. 
7. (ESAF/APO-MPOG/2010) É constitucional a redução de 
percentual de gratificação paga a servidor público, respeitada a 
irredutibilidade de vencimentos, porque não há direito adquirido a 
regime jurídico. 
Comentários: 
Percebemos que a assertiva trazida pela banca claramente se refere a 
um julgamento do STF, em 2009 (RE 563965), ocorrido pouco antes 
do concurso que caiu esta questão. Neste julgamento, o STF decidia 
sobre a constitucionalidade da redução de uma gratificação de uma 
servidora pública pela entrada em vigor de uma lei que modificava o 
regime jurídico vigente, alterando a fórmula de se calcular a 
gratificação. O STF decidiu que o direito adquirido pela servidora 
seria tão somente a irredutibilidade de vencimento, não 
havendo direito adquirido em relação à forma de calcular esse 
vencimento. O STF salientou, que no cálculo geral do vencimento, 
não se tinha ferido à irredutibilidade salarial e dessa forma, 
considerou legítima a mudança afirmando que é constitucional a 
redução de percentual da gratificação paga, desde querespeitada a irredutibilidade de vencimentos, porque não há 
direito adquirido a regime jurídico. 
Gabarito: Correto. 
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8. (ESAF/Analista Administrativo - ANEEL/2006) Uma lei 
nova, desde que seja de ordem pública, pode incidir sobre prestações 
futuras de um contrato preexistente, admitindo-se, portanto, que 
assuma caráter retroativo. 
Comentários: 
Segundo o STF, o disposto na Constituição, em seu art. 5º, XXXVI 
(irretroatividade das leis) se aplica a toda e qualquer lei 
infraconstitucional, sem qualquer distinção entre lei de direito 
público e lei de direito privado, ou entre lei de ordem pública e lei 
dispositiva. Desta forma, a lei, independentemente de ser de ordem 
pública, é irretroativa (em regra) não podendo atingir situações 
estabelecidas anteriormente à sua publicação. 
Gabarito: Errado. 
Juiz Natural 
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; 
Juiz natural nada mais é do que dizer: para se julgar alguém já existe 
um órgão determinado previamente para tal, não podendo haver 
julgamento por órgãos excepcionais, pois isso seria parcial e arbitrário. 
Ressalta-se que este conceito não abrange somente os julgamentos do 
Judiciário. Por exemplo, o Senado Federal é o juízo natural para o 
julgamento do Presidente da República nos crimes de 
responsabilidade. 
Outra face deste princípio se encontra no inciso LIII – ninguém será 
processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; 
Tribunal de exceção → Aquele que é criado especificamente para 
julgar um crime, sem que existisse previamente. Também chamado 
de tribunal “ad hoc”, expressão latina que significa “específico”, “para 
isto” etc. 
9. (ESAF/Auditor Fiscal do Trabalho - MTE/ 2010) O princípio 
do juiz natural deve ser interpretado buscando não só evitar a criação 
de tribunais de exceção, mas também de respeito absoluto às regras 
objetivas de determinação de competência, para que não sejam 
afetadas a independência e imparcialidade do órgão julgador. 
Comentários: 
Perfeita a assertiva, estes realmente são os escopos de tal princípio. 
Gabarito: Correto. 
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Promotor natural: 
É entendido como desdobramento do Juiz natural, mas é referente ao 
processo, e não à sentença. 
1. Para sentenciar ou processar alguém, só autoridade 
competente. 
2. Para dar respaldo a isso, a CF também garantiu: 
a) é privativa do Ministério Público a ação penal pública (art. 
129 da CF); 
b) os membros do MP gozarão de inamovibilidade, salvo por 
interesse público (art. 128, § 5º da CF) 
Tudo isso para garantir que não haja processo de exceção na justiça 
brasileira. Os cargos do Ministério Público são previstos em lei, fixos, 
não se admite cargos genéricos. 
Uadi Lammêgo Bulos ensina que o fundamento deste princípio é que 
o acusado possa ter o seu processo analisado de forma livre e 
independente, de acordo com a legalidade. 
10. (ESAF/PGFN/2007) O princípio do promotor natural decorre 
explicitamente do princípio institucional da indivisibilidade. 
Comentários: 
O promotor natural é um princípio implícito que decorre do princípio 
do Juiz Natural e da Inamovibilidade dos membros do MP, impedindo 
que haja processo de exceção. 
Gabarito: Errado. 
Tribunal do Júri 
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a 
organização que lhe der a lei, assegurados: 
a) a plenitude de defesa; 
b) o sigilo das votações; 
c) a soberania dos veredictos; 
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos 
contra a vida; 
A ideia do instituto do juri é um importante ponto do Estado 
Democrático de Direito, dando oportunidade à própria sociedade de 
julgr seus membros que cometerem garaves crimes. 
Aqui importante destacar que a “plenitude da defesa” tem uma 
abrangência maior que a ampla defesa e o contraditório, 
considerando que o acusado e o seu defensor podem utilizar de 
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argumentos não jurídicos para a obtenção de sua absolvição, como 
por exemplo evocar questões de ordem sentimental, sociológica ou 
de política criminal. 
11. (ESAF/ENAP/2006) A Constituição Federal reconhece a 
instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurando a 
imutabilidade dos seus veredictos. 
Comentários: 
O correto seria “soberania” dos veredictos e não imutabilidade, já que 
cabe recurso às decisões do tribunal do juri, tal recurso, porém, 
deverá ser feito novamente a um juri, pois ele é o competente para 
proferir as sentenças de julgamento de crimes dolosos contra vida 
(CF, art. 5º, XXXVIII). 
Gabarito: Errado. 
12. (FCC/Técnico-TJ-PI/2009) É reconhecida a instituição do 
júri, com a organização que lhe der a lei, NÃO havendo 
a) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a 
vida. 
b) a plenitude de defesa. 
c) o sigilo das votações. 
d) a soberania dos vereditos. 
e) o juízo ou o tribunal de exceção. 
Comentários: 
Segundo o art. 5º, XXXVIII:"É reconhecida a instituição do júri, com 
a organização que lhe der a lei, assegurados: 
a) a plenitude de defesa; 
b) o sigilo das votações; 
c) a soberania dos veredictos; 
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos 
contra a vida;" 
A letra E, é a única não elencada. Refere-se ao art. 5º, XXXVII: Não 
haverá juízo ou tribunal de exceção. Tribunal de exceção é aquele 
que é criado especificamente para julgar um crime, sem que existisse 
previamente. Também é chamado de tribunal "ad hoc". 
Gabarito: Letra E. 
Legalidade penal e Irretroatividade da lei penal: 
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XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem 
pena sem prévia cominação legal; 
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; 
13. (ESAF/ATRFB/2009) A lei penal pode retroagir para beneficiar 
ou prejudicar o réu. 
Comentários: 
A lei penal não retroagirá, salvo para "beneficiar" o réu. Para 
prejudicar o réu nunca poderá(CF, art. 5°, XL). 
Gabarito: Errado. 
14. (ESAF/ATRFB/2009) A lei penal mais grave aplica-se ao crime 
continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à 
cessação da continuidade ou da permanência. 
Comentários: 
Mais uma questão de súmula, o que mostra a importância de saber a 
literalidade destes pensamentos fixados pelo tribunal. Trata-se da 
súmula 711 do STF: “A lei penal mais grave aplica-se ao crime 
continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à 
cessação da continuidade ou da permanência.” 
Gabarito: Correto. 
Proteção aos direitos e liberdades fundamentais 
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos 
direitos e liberdades fundamentais; 
15. (CESPE/ANAC/2009) É imprescritível a ação tendente a 
reparar violação dos direitos humanos ou dos direitos fundamentais 
da pessoa humana. 
Comentários: 
Decorrente do princípio fundamental da dignidade da pessoa humana, 
e pelo fato da ausência de disposição constitucional, temos que as 
violações aos direitos humanos podem ser punidas a qualquer 
tempo, 
não podendo se falar em prescrição do direito do Estado de punilas. 
Gabarito: Correto. 
Crimes inafiançáveis 
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e 
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; 
XLIII- a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis 
de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de 
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entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos 
como crimes hediondos, por eles respondendo os 
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se 
omitirem; 
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de 
grupos armados, civis ou militares, contra a ordem 
constitucional e o Estado Democrático; 
• Anistia: o Estado renuncia ao seu direito de punir determinados 
fatos. A anistia não é pessoal, direciona-se aos fatos. 
• Graça: concedida pessoalmente, extingue diretamente a pena 
imposta em sentença judicial transitada em julgado. 
• Indulto: ocorre da mesma forma que graça, porém é coletivo e 
não individual. 
• Competência para conceder anistia: privativa da União (art. 21, 
XVII) sempre através de lei federal com deliberação no CN (art. 
48, VIII). 
• Competência para conceder indulto (e graça): é de 
discricionariedade do Presidente da República (art. 84, XII) 
podendo ainda ser delegada aos Ministros de Estado, PGR ou AGU 
(art. 84, § único). 
Pulo do Gato: 
Em meu livro "Constituição Federal Anotada para 
Concursos", eu proponho um método para facilitar a memorização 
destes crimes previstos na CF/88. Perceba que todos eles são 
inafiançáveis. Agora, existe uma diferença nos outros tratamentos. 
Deste modo os crimes se dividiriam em 3 grupos: racismo, ação de 
grupos armados, e o que chamaria de 3TH (tortura, tráfico, 
terrorismo e hediondos). A Constituição estabeleceu para eles o 
seguinte tratamento: 
• ação de grupos armados contra o Estado – 
imprescritível; 
• racismo – imprescritível e sujeito a reclusão (R – 
racismo X R – reclusão); 
• 3TH – insuscetível de graça ou anistia (tente relacionar 
a fonética do “H” – “A–GA”– para lembrar de “Graça” ). 
16. (ESAF/CGU/2008) A prática do racismo constitui crime 
inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos 
da lei. 
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Comentários: 
Da mesma forma, trata-se da perfeita disposição do que vimos. 
Gabarito: Correto 
Obs.: Atualmente defende-se que não existem divisões de 
"raça", só existiria uma raça: a raça humana. Desta forma, 
para definirmos a noção de racismo não há nenhum critério 
objetivo e científico que nos permita fazer uma separação entre 
diferentes raças. Assim, o conceito de racismo deve ser considerado 
amplo, não no sentido de apenas "cor de pele" ou outras 
características físicas, mas também devido a traços culturais e etnia. 
Veja o que diz o art. 1º da Lei nº 7.716/89: “Serão punidos, na forma 
desta lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de 
raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”. 
Assim é possível perceber a vedação à discriminação resultante de 
várias origens, e não somente pela cor da pele. 
Por fim, importante ainda não confundir o crime de racismo com o 
crime de injúria classificada por racismo ("injúria racial"). A 
mencionada lei pune com reclusão de até 5 anos os crimes 
resultantes de discriminação quando empregados como uma ofensa 
geral e não só a um indivíduo isoladamente. 
Já o crime de injúria qualificada por racismo está prevista no Código 
Penal, art. 140, §3º, é um crime contra a honra, em que o agente 
ofende uma pessoa isoladamente, como ocorreu no famoso caso do 
jogador Grafite que foi xingado pelo zagueiro argentino de macaco e 
por isso foi preso em São Paulo há uns anos atrás. 
17. (CESPE/Agente - ABIN/2008) Um romancista famoso 
publicou, no Brasil, um livro no qual defende a tese de que as 
pessoas que seguem determinada religião seriam menos evoluídas do 
que as que seguem outra religião. Nessa situação, tal afirmação 
poderia ser enquadrada como racismo, embora, tecnicamente, 
religião não constitua raça. 
Comentários: 
Trata-se do conceito amplo de "raça", para fins de proteção. 
Gabarito: Correto 
Sucessão da pena 
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, 
podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do 
perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos 
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor 
do patrimônio transferido; 
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Baseado neste dispositivo, vemos que a pena é intransferível, deve 
ser aplicada somente àquele que cometeu a infração, não podendo 
ser passada aos seus sucessores. A Constituição, no entanto, admite 
que haja uma “sanção patrimonial” a estes sucessores (filhos, 
herdeiros e etc.) que consiste na obrigação de reparar danos e no 
perdimento de bens limitado ao valor que foi recebido pela 
sucessão, para o caso de penas com consequências patrimoniais 
(multas, indenizações e etc.). 
18. (ESAF/ATRFB/2009) Nenhuma pena passará da pessoa do 
condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do 
perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores 
e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio 
transferido. 
Comentários: 
A pena é pessoal e intransferível por sucessão, a única coisa que se 
pode transferir é a obrigação de reparar o dano e o perdimento de 
bens, sempre no limite do patrimônio transferido. O enunciado traz a 
literalidade do disposto na Constituição, art. 5º XLV. 
Gabarito: Correto. 
Individualização da pena 
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e 
adotará, entre outras, as seguintes: 
a) privação ou restrição da liberdade; 
b) perda de bens; 
c) multa; 
d) prestação social alternativa; 
e) suspensão ou interdição de direitos; 
Por exemplo, uma pessoa condenada por crime de improbidade 
administrativa terá seus direitos políticos suspensos por força do art. 
37, § 4º, e pelo art. 15 da CF. 
XLVII - não haverá penas: 
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos 
do art. 84, XIX; 
b) de caráter perpétuo; 
c) de trabalhos forçados; 
d) de banimento; 
e) cruéis; 
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(CF, art. 84, XIX) → Compete privativamente ao Presidente da 
República declarar guerra e a mobilização nacional (total ou 
parcialmente), no caso de agressão estrangeira: 
• autorizado pelo CN; ou 
• referendado pelo CN, quando ocorrer no intervalo das sessões 
legislativas; 
19. (ESAF/Auditor da Receita Federal/2012) A Constituição 
Federal de 1988 admite a aplicação da pena de bani-
mento. Comentários: 
Não permite não. Tal modalidade é expressamente vedada pelo art. 
5º, XLVII, d. 
Gabarito: Errado. 
20. (ESAF/Analista-SUSEP/2010) Para a Constituição, a 
sobrevivência da nacionalidade é valor mais importante que a vida 
individual de quem porventura venha a trair a pátria em momentos 
cruciais. 
Comentários: 
Isso mesmo, o único caso de pena de morte no Brasil é a deserção 
em presença do inimigo, previsto no art. 392 do Código Penal Milit-
ar, 
com o respaldo do art. 5º da Constituição quando prevê que não 
haverá pena de morte, salvo em caso de guerra declarada. 
Desta forma, a Constituição coloca a vida do desertor em um 
patamar de importância abaixo da preservação da 
nação. Gabarito: Correto. 
21. (ESAF/ATRFB/2009) A Constituição Federal proíbe a aplicação 
de pena de morte em caso de guerra declarada. 
Comentários:No caso de guerra declarada, pode haver pena de morte, como 
vimos, é uma exceção à regra de ser vedada a pena de morte(CF, 
art. 5°, XLVII, “a”). 
Gabarito: Errado. 
22. (ESAF/Técnico Administrativo – ANEEL/2004) Somente em 
casos de guerra declarada pelo Congresso Nacional a Constituição 
admite a tortura, como meio de obtenção de informações relevantes. 
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Comentários: 
Tortura nunca poderá ser usada. Em caso de guerra externa 
declarada poderá a pena de morte, mas tortura não (CF, art. 5º, III e 
XLVII). 
Gabarito: Errado. 
Direitos dos presos 
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos 
distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o 
sexo do apenado; 
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade 
física e moral; 
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que 
possam permanecer com seus filhos durante o período de 
amamentação; 
Demais direitos dos presos: 
� LXII - ter a sua prisão comunicada imediatamente ao juiz 
competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; 
� LXIII → Ser informado sobre seus direitos, entre os quais o de 
permanecer calado, e ser assistido pela família e pelo advogado; 
� LXIV → Identificação dos responsáveis por sua prisão ou 
interrogatório policial; 
� LXV → Ter sua prisão relaxada imediatamente se ela for ilegal; 
� LXVI → Não ser levado à prisão, ou não ser mantido nela, caso a 
lei admita liberdade provisória, seja com ou sem fiança; 
� LXXV → Receber indenização por erro judiciário, ou se ficar preso 
além do tempo fixado na sentença; 
Extradição 
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o 
naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da 
naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico 
ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; 
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime 
político ou de opinião; 
Extradição: É um pedido que um país faz a outro, quando alguém que 
está no território deste foi condenado ou está sendo processado por 
alguma infração penal no país que pediu a extradição, para que, 
assim, possa ser processado ou cumpra pena em seu território. 
Geralmente ocorre nos termos de tratados internacionais bilaterais de 
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extradição. Para países sem tratados com o Brasil, deverá ser 
observado o “Estatuto do Estrangeiro” (Lei nº 6.815/80). 
A extradição geralmente é efetuada observando tratados bilaterais, 
mas está condicionada a observância de 3 requisitos básicos, de 
ordem geral: 
1- Não ser crime político nem crime de opinião; 
2- O crime a ele imputado deve ter dupla tipificação (ou seja, tem 
que ser algo que seja considerado crime tanto no país que pede a 
extradição quanto no Brasil); 
3- A pena imposta ao extraditado não pode ser superior ao máx-
imo da lei brasileira (30 anos). 
A extradição pode ser classificada como ativa ou passiva: 
• ativa – quando solicitada pelo Brasil a outro Estado (Brasil 
fez o pedido = ativa); 
• passiva – quando requerida por outro Estado ao Brasil (o 
Brasil recebeu o pedido = passiva); 
A Constituição só previu regras para a extradição passiva, ou seja, os 
casos de um país estrangeiro pedir a extradição de alguém que se 
encontra no território nacional, essa extradição passiva será julgada 
pelo STF, nos termos da Constituição, art. 102, I, g: "Compete ao 
STF, julgar a extradição solicitada por Estado estrangeiro". 
Não compete ao STF julgar, porém, a extradição ativa, que deve ser 
pedida diretamente pelo Presidente da República sem intervenção do 
Judiciário.1 
Então, podemos organizar a extradição da seguinte forma: 
Extradição passiva de brasileiro: 
• nato → nunca; 
• naturalizado → pode, se cometer: 
� crime comum antes da naturalização; 
� tráfico ilícito a qualquer tempo, na forma da lei. 
• Extradição passiva de estrangeiro: pode ser extradit-
ado, salvo se o motivo for crime político ou de opinião; 
Conceitos conexos 
Deportação: Ato compulsório de competência da Polícia Federal, que 
ocorre quando algum estrangeiro entrou irregular no País ou nele 
permanece sem a devida autorização (os “ vistos”). É um ato para 
 
1
 Pet 3569 / MS – Mato Grosso do Sul / 2006: “Não compete, ao STF, apreciar, nem julgar da 
legalidade de extradições ativas. Estas deverão ser requeridas, diretamente, pelo Estado brasileiro, 
aos Governos estrangeiros, em cujo território esteja a pessoa reclamada pelas autoridades nacionais” 
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coibir a clandestinidade. Se um deportado futuramente conseguir o 
visto poderá ingressar no território nacional. 
Expulsão: A expulsão é um ato discricionário, mas ocorre quando um 
estrangeiro regularmente inserido no território nacional pratica um 
ato que torne sua permanência “inconveniente” ou por ter praticado 
algum delito ou infração prevista em lei que justifique tal medida. 
Segundo o “Estatuto do Estrangeiro”, compete ao chefe do Executivo 
Federal decretar a expulsão ou revogá-la segundo seus critérios de 
oportunidade e conveniência (art. 66). 
Entrega: É um ato feito por um Estado a um tribunal internacional de 
jurisdição permanente, como por exemplo o Tribunal Penal 
Internacional de Roma (conforme previsto na CF, art, 5º, §4º), a 
entrega de brasileiros, em princípio, é permitida. 
Jurisprudência relevante: 
Embora caiba ao STF julgar a extradição passiva, o Supremo decidiu 
que esta decisão está sujeita ao crivo do Presidente da República e 
que a decisão do Presidente da República em negar extradição 
é um ato político de soberania nacional, não podendo ser 
revisto pelo Supremo2. 
23. (ESAF/ATRFB/2012) A extradição será deferida pelo STF no 
caso de fatos delituosos puníveis com prisão perpétua, não sendo 
necessário que o Estado requerente assuma o compromisso de 
comutá-la em pena não superior à duração máxima admitida na lei 
penal do Brasil. 
Comentários: 
O erro está em dizer que é desnecessário que o estado requerente 
assuma o compromisso de comutar a pena de prisão perpétua em 
pena não superior a 30 anos de reclusão, pena máxima aplicada no 
Brasil, tal entendimento foi inaugurado no julgamento da Extradição 
nº 855, caso do pedido de extradição por parte da República do Chile 
dos sequestradores do publicitário Washington Olivetto. 
Sabemos que extradição requer a observância de 3 requisitos 
básicos, de ordem geral: 
1- Não ser crime político nem crime de opinião; 
2- O crime a ele imputado deve ter dupla tipificação (ou seja, tem 
que ser algo que seja considerado crime tanto no país que pede a 
extradição quanto no Brasil); 
 
2
 STF - EXT 1085. 
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3- A pena imposta ao extraditado não pode ser superior ao máx-
imo 
da lei brasileira (30 anos). 
Gabarito: errado. 
24. (ESAF/ATRFB/2009) Nenhum brasileiro será extraditado, 
salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes ou 
depois da naturalização. 
Comentários: 
Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso 
de: 
• Crime comum, praticado antes da naturalização; ou 
• Comprovado envolvimento em tráfico ilícitode entorpecentes e 
drogas afins, na forma da lei; 
Então, existem dois erros na questão. A extradição pode ocorrer por 
crime comum antes da naturalização e ainda por comprovado 
envolvimento em tráfico ilícito. (CF, art. 5º LI). 
Gabarito: Errado. 
25. (ESAF/AFRFB/2009) Nos termos da Constituição Federal de 
1988, nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em 
caso de crime hediondo, praticado antes da naturalização. 
Comentários: 
Questão literal, mas discutível. A CF diz em seu art. 5º LI que 
nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de: 
• Crime comum, praticado antes da naturalização; ou 
• Comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e 
drogas afins, na forma da lei; 
Ora, se analisada a literalidade, a questão está errada, pois a CF fala 
em crime "comum". Porém, se poderá extraditar por crime comum, 
por que não se poderia por um crime hediondo? A posição da ESAF 
foi considerar a resposta como incorreta. 
Gabarito: Errado. 
 
26. (ESAF/ATRFB/2009) É cabível a extradição de estrangeiro 
por crime político. 
Comentários: 
Em regra, o estrangeiro poderá ser extraditado, porém, a 
Constituição veda a extradição caso o pedido seja fundado em crime 
político ou de opinião (CF, art. 5°, LI). 
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20 
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Gabarito: Errado. 
27. (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006) Não será 
concedida a extradição de estrangeiro por crime político, salvo se 
esse crime político tiver sido tipificado em tratado internacional. 
Comentários: 
A Constituição não permite a extradição por crime político em 
qualquer caso (CF, art. 5º, LII) 
Gabarito: Errado. 
28. (ESAF/SEFAZ–CE/2007) A pena de banimento refere-se à 
expulsão de estrangeiro do país, nas situações em que cometer 
infração que atente contra a segurança nacional, a ordem política e 
social, a tranqüilidade ou moralidade pública e a economia popular. 
Comentários: 
O conceito de expulsão (ato que recai sobre um estrangeiro) não se 
confunde com o de banimento (ato que recai sobre um nacional) que 
seria a perda definitiva dos direitos referentes à nacionalidade 
impostas a um cidadão brasileiro – lembrando que o banimento é 
vedado pela Constituição. A expulsão é um ato discricionário, 
ocorre quando um estrangeiro regularmente inserido no território 
nacional pratica um ato que torne sua permanência 
“inconveniente” ou por ter praticado algum delito ou infração 
prevista em lei que justifique tal medida. Segundo o “Estatuto do 
Estrangeiro”, compete ao chefe do Executivo Federal decretar a 
expulsão ou revogá-la segundo seus critérios de oportunidade e 
conveniência (art. 66). 
Gabarito: Errado. 
Juiz natural (e promotor natural) – outra face 
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela 
autoridade competente; 
Devido processo legal (“due process of law”) 
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens 
sem o devido processo legal; 
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Mas o que seria o devido processo legal? Segundo o Ministro do STF 
Celso de Mello3, os elementos da garantia constitucional do “ due 
process of law” seriam: 
� direito ao processo (garantia de acesso ao Judiciário); 
� direito à citação e ao conhecimento prévio do teor da 
acusação; 
� direito a um julgamento público e célere, sem dilações 
indevidas; 
� direito ao contraditório e a ampla defesa (direito à 
autodefesa e à defesa técnica – advogado); 
� direito de não ser processado com fundamento em provas 
revestidas de ilicitude; 
� direito de igualdade entre as partes; 
� direito ao benefício da gratuidade; 
� direito à observância do princípio do juiz natural; 
� direito ao silêncio (privilégio contra a autoincriminação); 
� direito à prova; 
� direito de presença e de participação ativa nos atos de 
interrogatório judicial dos demais litisconsortes penais 
passivos, quando existentes. 
Em outras ocasiões, já foi demonstrado que este princípio 
constitucional também é o responsável por trazer implicitamente o 
princípio da razoabilidade e proporcionalidade, muito cobrado em 
concurso, pois é essencial para uma administração pública eficiente, 
célere e que respeita o Estado Democrático. 
Duplo grau de jurisdição: 
Duplo grau de jurisdição, à sua moda clássica, é a possibilidade de 
um reexame integral da sentença por um órgão diverso do que a 
proferiu e de hierarquia superior na ordem judiciária4. 
No Brasil, existe possibilidade de ocorrência do duplo grau de 
jurisdição. Porém, segundo o Supremo, o duplo grau de jurisdição, no 
âmbito da recorribilidade ordinária, não consubstancia garantia 
constitucional5 Isso porque existem julgados que não poderão ser 
revistos, como, por exemplo, aqueles de competência originária do 
STF, onde não é admitida a recorribilidade a instância superior. 
Ainda nas palavras do STF, não é possível, sob as sucessivas 
 
3
 em decisão de 2008, no HC 94601 MC/CE. 
4
 79.785, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 29-03-00, Plenário, DJ de 22-11-02 
5
 AI 209.954-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 15-9-98, 
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Constituições da República, erigir (instituir) o duplo grau em princípio 
e garantia constitucional, tantas são as previsões, na própria Lei 
Fundamental, do julgamento de única instância ordinária6. 
29. (ESAF/MPOG/2002) O duplo grau de jurisdição não foi 
erigido pelo constituinte de 1988 ao nível de direito individual 
fundamental. 
Comentários: 
Isso mesmo. 
Gabarito: Correto. 
30. (CESPE/OAB/2009.1) O duplo grau de jurisdição, no âmbito 
da recorribilidade ordinária, não consubstancia garantia 
constitucional. 
Comentários: 
Exato. 
Gabarito: Correto. 
Contraditório e a ampla defesa 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e 
aos acusados em geral são assegurados o contraditório e 
ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; 
Súmula Vinculante nº 5 → A falta de defesa técnica por advogado no 
processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição. 
Súmula Vinculante nº 14 → É direito do defensor do representado ter 
acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em 
procedimento investigatório realizado por órgão com competência de 
polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. 
31. (ESAF/ATRFB/2009) O defensor do indiciado não tem acesso 
aos elementos de prova já documentados em procedimento 
investigatório realizado pela polícia judiciária. 
Comentários: 
O estudo das súmulas é sempre muito importante, principalmente as 
vinculantes! O enunciado está errado, pois contraria a súmula 
vinculante 14: “É direito do defensor, no interesse do 
representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já 
documentados em procedimento investigatório realizado por órgão 
 
6
 AI 601.832-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 17-3-09, 
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com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do 
direito de defesa”. 
Gabarito: Errado. 
32. (FGV/Fiscal-SEFAZ-RJ/2009) São assegurados o 
contraditório e a ampla defesa: 
a) apenas aoslitigantes em processos judiciais. 
b) aos acusados em geral e aos litigantes, tanto em processos 
judiciais como em administrativos. 
c) apenas aos acusados em processos criminais. 
d) aos litigantes e acusados apenas em processos judiciais. 
e) aos acusados em processos judiciais e administrativos, quando 
demonstrarem necessidade financeira. 
Comentários: 
O contraditório e a ampla defesa são princípios insculpidos no art. 5.º 
da Constituição, em seu inciso LV. Tal inciso dispõe que: “aos 
litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em 
geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios 
e recursos a ela inerentes”. 
Desta forma, percebemos que qualquer litígio, judicial e 
administrativo, e para os acusados em geral, devem ser aplicados o 
contraditório e a ampla defesa sob pena de nulidade do processo. 
Gabarito: Letra B. 
Presunção de inocência 
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em 
julgado de sentença penal condenatória; 
Trânsito em julgado significa “quando não houver mais como recorrer 
da sentença”. 
O princípio da presunção de inocência também pode ser enxergado 
sob um outro prisma: “ninguém precisa provar que não fez alguma 
coisa”, o dever de provar se dá em relação à ocorrência dos fatos, 
quem acusa alguém de algo é que deve provar que este algo 
aconteceu. 
33. (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006) Decorre da 
presunção de inocência, consagrada no art. 5º, da Constituição 
Federal, a impossibilidade de exigência de produção, por parte da 
defesa, de provas referentes a fatos negativos. 
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Comentários: 
Ninguém precisa provar que não fez algo, pois, todos presumem-se 
inocentes. 
Gabarito: Correto. 
Identificação criminal 
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a 
identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; 
Este inciso foi regulamentado pela lei 12037/09 que dispõe que a 
identificação civil é atestada por qualquer documento público que 
permita a identificação, como: carteira de identidade, carteira de 
trabalho, passaporte e etc. 
A disposição não é absoluta, pois ainda que apresentado o 
documento público, poderá se promover a identificação criminal caso 
este contenha rasuras, indícios de falsificação, for constatada de 
pluralidade de nomes, a identificação criminal for essencial às 
investigações e etc. 
34. (ESAF/ATA-MF/2009) O civilmente identificado pode ser 
submetido à identificação criminal, nos termos da lei. 
Comentários: 
Desde que nos termos da lei, será possível submeter o civilmente 
identificado à identificação criminal (CF, art. 5º, LVIII). A lei que 
regulamenta tal identificação é a lei 12037/09. 
Gabarito: Correto. 
Ação penal privada subsidiária da pública 
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação 
pública, se esta não for intentada no prazo legal; 
Em regra, os crimes são de ação penal pública. A ação penal pública 
é privativa do Ministério Público (art. 129, I), mas esta deve ser 
intentada no prazo legal (regra geral: 5 dias se o indiciado estiver 
preso e 15 dias se estiver solto, a partir do recebimento do inquérito 
policial), se excedido este prazo, o particular poderá agir com a ação 
privada subsidiária da pública. 
35. (ESAF/ATA-MF/2009) Será admitida ação privada nos crimes 
de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal. 
Comentários: 
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Exato teor do inciso LIX do art. 5º. 
Gabarito: Correto. 
36. (ESAF/ENAP/2006) Em razão da titularidade da ação penal, 
conferida pela Constituição Federal ao Ministério Público, não há 
possibilidade de ser proposta ação privada nos crimes de ação 
pública. 
Comentários: 
A Constituição permite em seu art. 5º, LIX a chamada “ação penal 
privada subsidiária da pública”, que é uma ação penal interposta pelo 
particular para poder suprir a ação penal pública que o Ministério 
Público deveria ter proposto, mas não propôs no prazo legal. 
Gabarito: Errado. 
Publicidade dos atos processuais 
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos 
processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse 
social o exigirem; 
37. (FCC/Assistente - TCE - AM/2008) A publicidade dos atos 
processuais não pode ser restringida pela lei. 
Comentários: 
Poderá ser restringida quando a defesa da intimidade ou o interesse 
social assim exigir (CF, art. 5º, LX). 
Gabarito: Errado. 
38. (ESAF/ATA-MF/2009) A lei não poderá restringir a publicidade 
dos atos processuais. 
Comentários: 
Embora em regra seja vedada tal restrição (CF, art. 5º LX), poderá 
ocorrer nas hipóteses constitucionais de preservação da intimidade e 
do interesse social. Como já dito, recomenda-se que em questões 
objetivas o candidato sempre analise todas as opções para verificar 
se a questão está tentando buscar do candidato o conhecimento 
sobre as regras ou sobre as exceções. 
Gabarito: Errado. 
Prisão 
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por 
ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária 
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competente, salvo nos casos de transgressão militar ou 
crime propriamente militar, definidos em lei; 
CF, art. 228 → São penalmente inimputáveis os menores de 18 anos, 
sujeitos às normas da legislação especial. 
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se 
encontre serão comunicados imediatamente ao juiz 
competente e à família do preso ou à pessoa por ele 
indicada; 
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os 
quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a 
assistência da família e de advogado; 
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis 
por sua prisão ou por seu interrogatório policial; 
39. (FCC/TJAA-TRF1ª/2011) Ninguém será preso senão em 
flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade 
judiciária competente, salvo, além de outra hipótese, no caso de 
a) tráfico de drogas. 
b) tortura. 
c) racismo. 
d) terrorismo. 
e) transgressão militar, definida em lei. 
Comentários: 
Na Constituição, art. 5º, LXI temos uma proteção que garante que 
ninguém seja preso, a não ser que tenha sido pego em flagrante ou 
que uma autoridade judiciária competente para tal, através de ordem 
escrita e fundamentada, ordene a sua prisão. Porém, essa regra 
admite uma única exceção, é o caso dos militares. Os militares 
possuem algumas regras especiais de conduta e estão sujeitos a 
prisão, ordenada pelo superior hierárquico, caso cometam 
transgressões a determinados pontos de seus regulamentos. 
Vale lembrar, que essa prisão “especial” dos militares, por expressa 
disposição constitucional (CF, art. 142 §2º) não se sujeita (em regra) 
à habeas corpus, pois ela se insere no poder disciplinar de seus 
superiores. No entanto, atualmente, alguns tribunais já estão 
admitindo este habeas corpus quando o pedido se fundar em 
ilegalidades. 
Gabarito: Letra E. 
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40. (FCC/AJAJ-TRE-AP/2011) Bernardino foi preso, porém os 
policiais que o prenderam estavam encapuzados sendo impossível 
identificá-los. Segundo a Constituição Federal, Bernardino 
a) não tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão, 
porque no casoprevalece a segurança dos policiais. 
b) tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão. 
c) tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão apenas 
no ato do seu interrogatório em juízo e desde que a tenha requisitado 
à autoridade judiciária, sob pena de preclusão, medida essa 
preventiva à segurança dos policiais e para evitar a prescrição penal. 
d) não tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão 
porque a Constituição Federal confere aos policiais o direito de sigilo 
independentemente do motivo. 
e) tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão, desde 
que no seu depoimento pessoal prestado à autoridade policial, a 
tenha requisitado, sob pena de preclusão, porque é irrelevante saber 
quem o prendeu com o fim de evitar a ocorrência da prescrição penal. 
Comentários: 
Essa questão nos remete aos direitos dos presos, vamos relem-
brálos: 
• XLVIII - ter a sua pena cumprida em estabelecimentos distintos, 
de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do 
apenado; 
• XLIX - ter respeitada a sua integridade física e moral; 
• L - No caso de "presidiárias", devem ter condições para que 
possam permanecer com seus filhos durante o período de 
amamentação; 
• LXII - ter a sua prisão comunicada imediatamente ao j uiz 
competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; 
• LXIII → Ser informado sobre seus direitos, entre os quais o de 
permanecer calado, e ser assistido pela família e pelo advogado; 
• LXIV → Identificação dos responsáveis por sua prisão ou 
interrogatório policial; 
• LXV → Ter sua prisão relaxada imediatamente se ela for ilegal; 
• LXVI → Não ser levado à prisão, ou não ser mantido nela, caso a 
lei admita liberdade provisória, seja com ou sem fiança; 
• LXXV → Receber indenização por erro judiciário, ou se ficar 
preso além do tempo fixado na sentença; 
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Veja que a Constituição garante ao preso o direito à identificação dos 
responsáveis por sua prisão ou interrogatório policial e não faz para 
isso nenhuma ressalva ou condição. 
Dessa forma a resposta é seca: Segundo a Constituição Federal, 
Bernardino tem direito à identificação dos responsáveis por sua 
prisão. 
Gabarito: Letra B. 
Prisão ilegal 
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela 
autoridade judiciária; 
Liberdade provisória 
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a 
lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; 
Prisão civil por dívida: 
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável 
pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação 
alimentícia e a do depositário infiel; 
Então temos que a prisão civil por dívida, na literalidade do texto 
constitucional segue o seguinte: 
• regra → Não pode haver; 
• exceção → Poderá prender o responsável por 
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação 
alimentícia e o depositário infiel. 
Nas palavras do Supremo, "a norma que se extrai do inciso LXVII do 
artigo 5º da Constituição Federal é de eficácia restringível (contida). 
Pelo que as duas exceções nela contidas podem ser aportadas por lei, 
quebrantando, assim, a força protetora da proibição, como regra 
geral, da prisão civil por dívida". 
Desta forma, temos a regra: Não cabe prisão civil por dívida. Essa 
proibição pode ser relativizada caso haja alguma lei que preveja a 
prisão por inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação 
alimentícia e a do depositário infiel. Se a lei prever a prisão nestes 
casos, estará restringindo a proibição da norma. 
Muita atenção! 
Em 2008, o Supremo passou a entender não ser mais possível no 
Brasil a prisão civil por dívida do depositário infiel, o que motivou 
inclusive a edição da súmula vinculante 25: 
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Súmula Vinculante nª25 → É ilícita a prisão civil de depositário infiel, 
qualquer que seja a modalidade do depósito. 
41. (ESAF/ATRFB/2009) Segundo entendimento atual do 
Supremo Tribunal Federal, a prisão civil por dívida pode ser 
determinada em caso de descumprimento voluntário e inescusável de 
prestação alimentícia e também na hipótese de depositário infiel. 
Comentários: 
O Pacto de San José da Costa Rica - que dentre outras coisas, impede 
a prisão do depositário infiel - foi reconhecido pelo STF com status 
"supralegal" - inferior à Constituição, porém superior às leis - desta 
forma, embora não tenha revogado à Constituição, ele se impede que 
haja a prisão do depositário infiel no Brasil. Caso a questão pedisse 
"de acordo com a Constituição", a resposta seria outra (CF, art. 5º 
LXVII). 
Gabarito: Errado. 
42. (ESAF/AFRFB/2009) Segundo a Constituição de 1988, a 
prisão civil por dívida é cabível em se tratando de depositário infiel. 
Comentários: 
Embora não se conceba mais no Brasil a prisão civil por dívida do 
depositário infiel, devido ao Pacto de San Jose da Costa Rica, o 
enunciado pediu expressamente que fosse dada a resposta 
"segundo a Constituição". Desta forma, está correta a afirmativa, 
já que o texto constitucional não foi alterado pelo pacto (CF, art. 5º 
LXVII). 
Gabarito: Correto. 
43. (ESAF/ANA/2009) Relativo ao tratamento dado pela 
jurisprudência que atualmente prevalece no STF, ao interpretar a 
Constituição Federal, relativa aos tratados e convenções 
internacionais sobre direitos humanos ratificados pelo Brasil: A 
legislação infraconstitucional anterior ou posterior ao ato de 
ratificação que com eles seja conflitante é inaplicável, tendo em vista 
o status normativo supralegal dos tratados internacionais sobre 
direitos humanos subscritos pelo Brasil. 
Comentários: 
Isso aí. 
Gabarito: Correto. 
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44. (ESAF/ATA-MF/2009) O Brasil admite a prisão civil por dívida. 
Comentários: 
É certo dizer que é admitida a prisão por dívida, embora atualmente 
só seja possível tal prisão no caso de inadimplência voluntária e 
inescusável (injustificável) de obrigação alimentícia, nos termos 
da CF, art. 5º LXVII, combinado com a súmula vinculante 25 do STF. 
Esta súmula impediu a prisão civil por dívida do depositário infiel para 
atender ao Pacto de San Jose da Costa Rica - tratado internacional 
assinado pelo Brasil, e que foi recepcionado com status de 
"supralegalidade". 
Gabarito: Correto. 
45. (ESAF/Técnico Administrativo – ANEEL/2004) A ordem 
constitucional proíbe toda prisão civil. 
Comentários: 
A regra é ser vedade a prisão civil por dívida, porém será admitida 
nos termos da CF, art. 5º LXVII, no caso de inadimplência voluntária 
e inescusável (injustificável) de obrigação alimentícia ou no caso de 
depositário infiel. Porém, devido ao Supremo reconhecer o Pacto de 
San Jose da Costa Rica - tratado internacional assinado pelo Brasil - 
com status de "supralegalidade" todos as normas infraconstitucionais 
que preveem a prisão do depositário infiel estão inaplicáveis, assim, 
atualmente ocorrerá prisão por dívida apenas no caso de 
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia. 
Ainda assim, a questão encontra-se incorreta. 
Gabarito: Errado. 
Remédios constitucionais 
Os remédios constitucionais recebem esse nome, pois são ações 
constitucionais que funcionam como verdadeiros "remédios" contra os 
abusos cometidos. Por exemplo, se alguém sofrer abuso ao seu 
direito de locomoção, esse mal será remediado com um habeascorpus, se o abuso for relativo ao direito de informação, será usado 
um habeas data. Os principais remédios constitucionais serão vistos 
agora: habeas corpus, habeas data, Mandado de Segurança, 
Mandado de Injunção e Ação Popular. 
Alguns autores ainda incluem neste grupo outras medidas como o 
direito de petição e direito de obter certidões, presentes no inciso 
XXXIV. 
46. (FCC/Técnico- TRT 15ª/2009) Os chamados "remédios 
constitucionais" previstos no art. 5º, da C.F., constituem-se como 
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normas de eficácia limitada, pois exigem normatividade processual 
que lhes desenvolva a aplicabilidade. 
Errado. Em que pese a existência de doutrina em contrário, segundo 
a jurisprudência do STF, os remédios constitucionais possuem 
aplicabilidade imediata, podendo ser invocados independentemente 
de estarem regulamentados ou não por diploma infraconstitucional. 
Habeas corpus 
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém 
sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação 
em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de 
poder; 
Organizando: 
• Motivo: violência ou coação da liberdade de locomoção; 
(Abuso contra o direito que todos possuem de ir, vir, 
permanecer, estar, passar e etc.) 
• Quem pode usar: qualquer pessoa; 
• Quem pode sofrer a ação: qualquer um que use de ilegalidade 
ou abuso de poder. 
• Modos de HC: 
� Preventivo: Caso haja ameaça de sofrer a coação; 
� Repressivo: Caso esteja sofrendo a coação. 
• Custas: (LXXVII) São gratuitas as ações de “habeas-corpus”; 
CF, Art. 142 § 2º → Não caberá habeas corpus em relação a 
punições disciplinares militares. 
Embora a CF expresse que não cabe HC contra punições disciplinares, 
o STF tem flexibilizado a situação quando a punição privativa de 
liberdade foi imposta de forma ilegal. Assim, decidiu o Supremo (RHC 
88543/SP - São Paulo - 03/04/2007): a legalidade da imposição de 
punição constritiva da liberdade, em procedimento administrativo 
castrense (afeto ao regime militar), pode ser discutida por meio de 
habeas corpus. 
O habeas corpus pode ser concedido de ofício por juiz ou tribunal, 
sem que isso implique ofensa ao princípio da inércia da jurisdição 
(hipótese cobrada pelo CESPE em 2007). 
É cabível habeas corpus inclusive quando a liberdade de locomoção 
puder ser afetada indiretamente, por exemplo, contra a quebra de 
sigilo bancário, caso dela possa resultar processo penal que leve 
à sentença de prisão. 
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47. (ESAF/ATRFB/2009) É cabível habeas corpus contra a 
imposição da pena de perda da função pública. 
Comentários: 
Habeas Corpus é um remédio constitucional que garante a "liberdade" 
de alguém. Se a pena não foi privativa de liberdade, não há o que se 
falar em habeas corpus. 
Gabarito: Errado. 
48. (ESAF/ANA/2009) A mera instauração de inquérito, ainda 
quando evidente a atipicidade da conduta, não constitui meio hábil a 
impor violação aos direitos fundamentais, em especial ao princípio da 
dignidade humana. 
Comentários: 
A instauração irregular do inquérito é uma violação que inclusive 
pode motivar a impetração de habeas corpus, já que segundo a 
jurisprudência e doutrina, sempre que de uma ilegalidade possa 
derivar algo que levará alguém à prisão, será cabível habeas corpus. 
Desta forma, na jurisprudência do Supremo, a simples instauração 
irregular de inquérito já é suficiente para trazer transtornos a vida 
particular do individuo, ofendendo a sua dignidade. 
Gabarito: Errado. 
Mandado de segurança 
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger 
direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" 
ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou 
abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa 
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; 
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado 
por: 
a) partido político com representação no Congresso 
Nacional; 
b) organização sindical, entidade de classe ou associação 
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 
um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou 
associados; 
Atualmente o mandado de segurança, tanto individual quanto 
coletivo, é regulamentado pela lei 12016/09. 
Embora não esteja expresso na CF, o mandado de segurança também 
pode ser preventivo ou repressivo como o habeas corpus. 
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Organizando: 
• Motivo: proteger direito líquido e certo, não amparado por HC ou 
HD. 
• Quem pode usar: qualquer pessoa (PF, PJ ou até mesmo órgão 
público – independente ou autônomo) seja na forma preventiva ou 
repressiva. 
• Quem pode sofrer a ação: autoridade pública ou agente de PJ no 
exercício de atribuições do poder público que use de ilegalidade ou 
abuso de poder. Segundo a lei 12016/09, equiparam-se às 
autoridades: 
� Os representantes ou órgãos de partidos políticos; 
� Os administradores de entidades autárquicas; 
� Os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no 
exercício de atribuições do poder público, somente no que 
disser respeito a essas atribuições. 
• Modos de MS: 
� Individual: impetrado em nome de uma única pess-
oa; 
� Coletivo: impetrado por: 
a) Partido político com representação no 
CN; 
b) Organização sindical; 
c) Entidade de classe; ou 
d) Associação, desde que esta esteja 
legalmente 
constituída e em 
funcionamento há pelo menos um ano. 
Observação: 
O requisito de "legalmente constituída e em funcionamento há pelo 
menos um ano" para impetrar MS coletivo, segundo o STF, deve ser 
aplicável apenas às "associações", não sendo um requisito essencial 
para a impetração por partes dos demais legitimados relacionados. 
Em defesa de direitos 
líquidos e certos da 
totalidade, ou de parte, dos 
seus membros ou 
associados, na forma dos 
seus estatutos e desde que 
pertinentes às suas 
finalidades, dispensada, 
para tanto, autorização 
especial (lei 12016). 
Na defesa de seus interesses 
legítimos relativos a seus 
integrantes ou à finalidade 
partidária (lei 12016). 
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49. (ESAF/AFRFB/2009) Não cabe mandado de segurança contra 
os atos de gestão comercial praticados pelos administradores de 
concessionárias de serviço público. 
Comentários: 
Segundo a lei 12016/09, não cabe mandado de segurança contra: 
• Os atos de gestão comercial praticados pelos 
administradores de empresas públicas, de 
sociedade de economia mista e de concessionárias 
de serviço público; 
• Ato do qual caiba recurso administrativo com efeito 
suspensivo, independentemente de caução; 
• Decisão judicial da qual caiba recurso com efeito 
suspensivo; 
• Decisão judicial transitada em julgado. 
Gabarito: Correto. 
50. (ESAF/ATRFB/2009) O mandado de segurança coletivo pode 
ser impetrado por partido político que não tenha representação no 
Congresso Nacional, desde que, no entanto, tenha representação em 
Assembléia Legislativa Estadual ou em Câmara de Vereadores 
Municipal. 
Comentários: 
Questão simples mas que serve para chamar a atenção para os 
legitimados: 
• Partido político com representação no Congresso 
Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a 
seus integrantes ouà finalidade partidária; ou 
• Organização sindical, entidade de classe ou associação 
legalmente constituída e em funcionamento há, pelo 
menos, 1 (um) ano (esses requisitos são apenas para as 
associações), em defesa de direitos líquidos e certos da 
totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na 
forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas 
finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial. 
Gabarito: Errado. 
51. (ESAF/ATRFB/2009) A impetração do mandado de segurança 
coletivo por entidade de classe em favor dos associados depende da 
autorização destes. 
Comentários: 
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Contraria a súmula 629 do STF e também o que vimos na lei 
12016/09: a impetração do mandado de segurança coletivo por 
entidade de classe em favor dos associados independe da 
autorização especial destes, pois se trata, no caso, do instituto da 
substituição processual. Assim, o Supremo diz que basta haver uma 
"autorização genérica" que é concedida pelo simples ato de filiação à 
entidade. 
Gabarito: Errado. 
52. (ESAF/Analista Administrativo - ANEEL/2006) Sempre que 
um grupo de indivíduos sofre uma mesma lesão a direito individual 
pode buscar reparação por meio de mandado de segurança coletivo 
por ele mesmo impetrado. 
Comentários: 
O mandado de segurança coletivo só poderá ser impetrado por 
aqueles legitimados do art. 5º, LXX da Constituição, quais sejam: 
• partido político com representação no CN; 
• organização sindical; 
• entidade de classe; ou 
• associação, desde que esta esteja legalmente constituída e em 
funcionamento há pelo menos um ano. 
Gabarito: Errado. 
53. (ESAF/Técnico Administrativo - MPU/2004) A organização 
sindical, para impetrar mandado de segurança coletivo, deverá estar 
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, 
devendo a matéria do mandado de segurança ter pertinência 
temática com os interesses de seus associados. 
Comentários: 
Segundo a orientação firmada pelo STF, tal disposição se apli-
caria apenas às associações e não às entidades sindicais. 
Gabarito: Errado. 
54. (ESAF/CGU/2004) Segundo a jurisprudência dos Tribunais, a 
interposição de Mandado de Segurança Coletivo por sindicatos ou 
associações legitimadas não dispensa a juntada de procuração 
individual por parte dos integrantes da coletividade, unida pelo 
vínculo jurídico comum. 
Comentários: 
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Segundo a jurisprudência do Supremo, a filiação ao sindicato já é 
suficiente para autorizar a impetração de MS coletivo, já que não se 
trata de representação processual e sim substituição processual, e 
somente naquela é que demandaria uma autorização expressa. 
Gabarito: Errado. 
Mandado de Injunção 
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a 
falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício 
dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas 
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania; 
Organizando: 
• Motivo: Falta de norma regulamentadora tornando inviável o 
exercício: 
� dos direitos e liberdades constitucionais; � 
das prerrogativas inerentes à: 
♦ nacionalidade; 
♦ soberania; e 
♦ cidadania. 
• Quem pode usar: Qualquer pessoa. 
• Quem pode sofrer a ação: A autoridade competente para 
editar a norma em questão. 
• Modos de MI: 
� individual: impetrado em nome de uma única pessoa; 
� coletivo: não está previsto na Constituição. Mas é 
admitido, devendo cumprir os mesmos requisitos do MS 
Coletivo. 
MI em omissões totais e parciais: 
• Embora com posicionamentos divergentes, prevalece o 
entendimento de que as omissões que viabilizam o uso do 
mandado de injunção podem ser totais ou parciais7; 
Espécies de “normas frustradas” que podem ser usadas para 
embasar um MI: 
• Embora o mandado de injunção possa ser usado para suprir 
omissões totais ou parciais do poder público, somente pode ser 
 
7
 MI 107/DF 
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impetrado o mandado quando essas omissões estiverem 
frustrando o alcance de objetivos que estão expostos em 
normas de status constitucional, e que sejam revestidas 
sob a forma de normas de eficácia limitada – sejam de 
princípio institutivo ou programático -, já que são essas 
categorias de normas constitucionais que dependem de 
normatização para que alcancem suas finalidades. 
• Baseado, no exposto, o STF já decidiu não haver possibilidade 
de ingressar mandado de injunção contra a falta de normas 
para efetivar mandamentos da Convenção Americana de 
Direitos Humanos8. 
Espécies de “normas faltantes” para embasar um MI: 
• Embora o direito tutelado deva estar previsto necessariamente 
em uma norma constitucional e de eficácia limitada. A "norma 
faltante", que esteja frustrando o exercício de direitos 
constitucionais, pode ser tanto uma lei (maioria dos casos) 
como qualquer outro ato normativo cuja falta impeça a 
concretização dos efeitos da norma constitucional, como uma 
portaria, decreto, e etc. 
Liminar em mandado de injunção: 
• Segundo a doutrina e o posicionamento do STF, não cabe 
liminar em mandado de injunção, pois a decisão liminar 
acabaria por se confundir com o próprio mérito da demanda 
(assegurar o exercício do direito ou garantia que esteja sendo 
frustrado)9. 
• 
55. (ESAF/ ATRFB /2012) Conceder-se-á mandado de injunção 
para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas 
corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou 
abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica 
no exercício de atribuições do Poder Público. 
Comentários: 
O examinador tentou confundir o candidato utilizando mandado de 
injunção ao invés de mandado de segurança. 
Gabarito: Errado. 
 
8
 MS 22483-5/DF 
9
 STF - AC 124 AgR / PR – PARANÁ – Julgamento: 23/09/2004 
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56. (ESAF/AFRFB/2009) O Supremo Tribunal Federal decidiu 
pela autoaplicabilidade do mandado de injunção, cabendo ao Plenário 
decidir sobre as medidas liminares propostas. 
Comentários: 
O erro da questão é que não cabe liminar em mandado de injunção, 
pois a decisão liminar acabaria por se confundir com o próprio mérito 
da demanda. 
A primeira parte estaria correta, já que a posição do STF é de ser a 
norma do mandado de injunção realmente auto-aplicável não 
estando dependente de lei regulamentadora. Importante é 
salientar que, diferentemente do mandado de injunção, existe liminar 
no caso de ADI por omissão, mas nesta, a liminar não irá resolver o 
mérito, mas fazer com que sejam suspensos os processos que 
estejam dependentes da norma ou no caso de omissão parcial, irá se 
suspender a aplicação da norma ou ato (veremos isso na aula sobre 
controle de constitucionalidade). 
Gabarito: Errado. 
57. (ESAF/AFT/2010) A Constituição da República previu a 
chamada Tutela Constitucional das Liberdades. Assinale a assertiva 
que traz características corretas em relação aos instrumentos abaixo. 
a) Habeas corpus – trata-se de um recurso, estando, por isso, 
regulamentado no capítulo a eles destinados no Código de Processo 
Penal. 
b) Mandado de segurança

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