Buscar

LEITURA Linguagem Profisional Jurídica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

FACULDADE INTERNACIONAL DA PARAÍBA
ANÁLISE E INERPRETAÇÃO DE TEXTOS
LINGUAGEM PROFISSIONAL JURÍDICA 
Profa. Ma. Diva Helena Frazão
LEITURA E SEUS ASPECTOS
A deficiência na leitura dificulta, sensivelmente, a compreensão textual e o aprendizado. Muitos não conseguem entender o que leem e apenas reproduzem, literalmente, o que está escrito na superfície textual. 
	Devido à potencialidade semântica das palavras, que se multiplicam em sentidos (polissemia), dependendo do contexto, certas expressões tomam sentidos bem diferentes de seu sentido real ou literal (denotativo), caracterizando o que se chama de linguagem figurada (conotativa).
	Uma das características mais marcantes da língua é ser um produto sociointerativo, ou seja, a sociedade que a utiliza partilha o significado do vocabulário utilizado, quer seja denotativo, quer conotativo. Cada comunidade “escolhe” seu modo de se expressar. Assim, não dominamos a língua, mas apenas parte dela. Esse fato leva aos regionalismos linguísticos que provocam, mais das vezes, a incompreensão do todo textual.	
	Nas diversas situações discursivas, nos deparamos com textos produzidos por falantes de comunidades diferentes da nossa e, não raro, nos é impossível compreender o significado da linguagem utilizada.
	Por esse motivo, a conotação, regionalismos e gírias não são recomendados na produção de textos científicos, jornalísticos, jurídicos, entre muitos outros contextos de produção, por estes exigirem uma linguagem transparente, que permita apenas uma possibilidade de sentido. A opacidade da linguagem figurada é um recurso enriquecedor da linguagem literária. 
	Muitas vezes lemos um texto e, no final, nossa interpretação não corresponde à sua ideia central por querermos interpretá-lo literalmente ou isolarmos palavras ou frases, sem olhar o todo. Assim, a totalidade de sentido de um texto não está somente naquilo que está escrito, conhecido como superfície textual (o que é mostrado), mas também, nos aspectos considerados não ditos.
	Pode-se dizer que, no texto, existem dois planos: o mostrado nas letras, palavras, figuras e gestos e o implícito, ou seja, aquilo que está além dessas estruturas.
	Vários outros aspectos são consideráveis na produção de sentido de um texto, ou seja, de sua compreensão/interpretação. Assim várias perguntas devem ser feitas:
Qual a intenção do autor? Informar, criticar, corroborar um ponto de vista? Relatar um fato? 
De que papel social o autor fala? De quem é o discurso? De quem é a “voz”? Entende-se por discurso o que nem sempre está explícito no texto, mas denota a formação discursiva (FD) de onde partiu a ideia. Por exemplo, um fato polêmico como o aborto legal pode ser tratado de várias formas dependendo da FD a que o autor se filia – igreja protestante, católica ou esfera jurídica, etc. Aspectos linguísticos são muito importantes nessa identificação.
Qual a ideia central? Os textos trazem muitas informações, mas uma ideia o conduz, embasa e torna-se o motivo de sua existência. 
Para fazer essa leitura e interpretação, é necessário que o leitor vá além desses aspectos e os associe a sua vivência. Portanto, para compreender o que está além daquilo que é visível, precisamos:
 Ativar nosso conhecimento de mundo. Isto implica a necessidade de conhecimento acerca do assunto tratado e, muitas vezes, a visão imparcial do texto, isto é, não deixar que nossos sentimentos e opiniões embotem nossa compreensão e aceitabilidade do texto.
Reconhecer o contexto sociocultural e histórico de sua produção – período histórico, aspectos morais, sociais, ideológicos e culturais da época de sua produção e do autor.
	Entende-se por conhecimento de mundo tudo que aprendemos durante a nossa vida, arquivado em nossa memória. Por isso, é fundamental que se busque ter acesso aos diversos produtos culturais como textos diversos, música, filmes, pois quanto maior for a experiência, maior será o conhecimento.
	É certo que à visão do autor incorpora-se a do leitor, e a interpretação vai sofrer essa influência, ou seja, será resultado dessa “conversa”, provocando o que se denomina intersubjetividade, a qual resulta na produção de um novo texto (hipertexto). Isto só ocorre se houver, necessariamente, a compreensão.
	Koch e Elias (2007) dizem que “a leitura de um texto exige do leitor bem mais que o conhecimento do código linguístico, uma vez que o texto não é simples produto da codificação de um emissor a ser decodificado por um receptor passivo”.
	Uma leitura ingênua não vai além das letras e imagens. No ato da leitura, não devemos ser leitores passivos, que apenas recebem informação, mas, pessoas ativas, que buscam preencher as lacunas que o texto tem e descobrir a intenção que está por trás dessa “superfície textual”. Essa ação é o que chamamos de posicionamento crítico. 
	Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) nos dizem que a leitura é o processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de compreensão e interpretação do texto, a partir de seus objetivos, de seu conhecimento sobre o assunto, o autor, de tudo o que sabe sobre a linguagem, etc. Não se trata de extrair informação, decodificando letra por letra, palavra por palavra. Trata-se de uma atividade que implica estratégias de seleção, antecipação, inferência e verificação, sem as quais não é possível proficiência. É o uso desses procedimentos que possibilita controlar o que vai sendo lido, permitindo tomar decisões diante de dificuldades.
	Uma leitura crítica vai além da superfície e adentra na intimidade do texto, identifica o não dito, as entrelinhas. É importante lembrar que todo texto tem uma intenção, nasce de uma necessidade de expressão e, portanto, conduz-se por uma ideologia.
Leia o texto abaixo:
A gula que mal mastigo
Sorvo delícias em prazeres
Compenso-me em torrões mascavados de deleite
Repasto-me em trouxas douradas de ovos moles
Degusto ostras ovadas de luar e empanturro-me em iguarias às quais não ofereço resistência
E confesso-me pecadora e escrava desta gula, que leva à mesa, o banquete que me sacia, meu regozijo e conforto, prova das minhas fraquezas.
 (ESTEVES, Maria Fernanda Reis. Disponível em: http://w.luso-poemas.net)
	Como é vista a gula pelo eu lírico? Você acha que esse seria o discurso de um nutricionista ou cardiologista? Certamente que não, pois a poetisa fala de uma Formação Ideológica diferente daquela a que pertencem esses profissionais. Mas poderia ser o discurso de uma fábrica de alimentos em um comercial.
	Analisando-se o poema, vê-se uma pessoa que se declara pecadora e escrava da gula, embora consciente de que é algo condenado socialmente. Ela sente prazer no que faz e parece não ligar por transgredir valores sociais. Sabe que a gula é uma fraqueza dela, todavia, se sente confortável. Essa consciência e esse conforto vêm marcados no poema por expressões como “confesso-me pecadora e escrava”, “sorvo”, “repasto”, “degusto” e “empanturro-me”.
	Segundo Marilena Chauí (O que é ideologia, p. 113), “a ideologia é um conjunto lógico, sistemático e coerente de representações (ideias e valores) e de normas e de regras (de conduta) que indicam e prescrevem aos membros da sociedade o que devem pensar e como devem pensar, o que devem valorizar e como devem sentir, o que devem fazer e como devem fazer”.
	Todo ato discursivo permeia-se da ideologia de seu autor que, mesclada à intenção, dá o tom do texto. Isso é muito comum na publicidade. Com o propósito de vender um produto, a empresa mostra todas as qualificações desse produto, nos passando a ideia de que ele é importantíssimo e nós somos persuadidos de tal forma que queremos adquiri-lo, mesmo sendo danoso, como as bebidas alcoólicas.
	No discurso da publicidade, a realidade é distorcida a partir de um conjunto de intenções que geram representações pelas quais somos persuadidos a explicar e compreender nossa própria vida e a dos outros. A ordem social que nos governa nos impele a agir dessa forma. Por exemplo, as novas tecnologias criaram em nós necessidades que são “despertadas”a partir do discurso publicitário e da forma como a sociedade age a partir de sua utilização. Daí a necessidade de uma leitura crítica, não só dos textos, mas de tudo que nos cerca e nos acrescenta esse conhecimento de mundo que guiará nosso discurso, nossas leituras e produções textuais, além de nossa própria atuação na sociedade.
	A linguagem materializa nossa ideologia e reflete nossa cultura, identidade, origem e condições sociais. Na nossa expressividade linguística, oral ou escrita, deixamos nossa marca de visão de mundo, valores e crenças, pois recorremos à linguagem para expressar nossos sentimentos, opiniões e desejos. É por meio da linguagem, também, que interpretamos a realidade que nos cerca, através do filtro de nossa historicidade sociocultural.
LEITURA E ESCRITA: o que observar na produção e (re)leitura do texto
1 VOCABULÁRIO: todo texto tem um vocabulário mais ou menos próprio, específico, ou o que se convenciona chamar de campo semântico, relativo à área de conhecimento em que se insere. É relevante observar sua (in)adequação. 
Observe os textos e julgue sua adequação se publicados em um jornal:
“É com prazer que convidamos parentes e amigos para a missa de 7º dia do inesquecível pai, avô Fulano de Tal.....”
ou “Neste dia será comemorada a data de morte do ilustre paraibano...”
2 GRAFIA: qual o nível de linguagem utilizado ou, em caso de se desejar produzir, qual o ideal?
3 ESTRUTURA DA ORAÇÃO: refere-se à extensão da frase contida no texto ou a ser produzida. Há importância em verificar se as frases são ou devem ser curtas ou longas. Convém saber que orações longas tendem a gerar mais erros, em especial, de concordância.
4 CONCORDÂNCIA: é de extrema relevância observar as concordâncias verbal e nominal. Erros de concordância são considerados graves.
5 REGÊNCIA: o uso correto de preposições é relevante. Em alguns casos, a gramática internalizada [uso coloquial] aceita determinadas construções que são rejeitadas pela norma padrão. Por exemplo, é comum ouvirmos “Fui no cinema” e não, “Fui ao cinema”. Observe as construções:
Informei a novidade aos colegas./ Informei os colegas da novidade.[ambas corretas]
Paguei o serviço ao mecânico. Não pagarei por esse serviço mal feito. [corretas]
Vou pagar o mecânico o serviço. [errada]
Lembrei-me de ti. Recordou-se das aventuras de infância. 
Lembrou / Recordou as aventuras de infância. [sem o pronome, esses verbos não pedem preposição]
6 DESTINATÁRIO: como todo texto carrega em si uma intenção, também se dirige a um receptor, quer seja real, ou fictício. Devem-se observar aspectos como nível sociocultural, idade, papel social do destinatário e situação discursiva em/para que o texto foi ou será produzido e a adequação relativa ao gênero e ao nível da linguagem.
7 ASPECTO GRÁFICO: refere-se à divisão de parágrafos, disposição/espaçamento de linhas, uso de pontuação específica [aspas, travessão, asteriscos, etc.], fontes e seus aspectos [tamanho, cor, maiúsculas, minúsculas, negrito, sublinhamento, etc.], uso de imagens e sua adequação ao tema.
8 ORIGEM/DESTINO: de onde o texto provém ou em que espaço pode circular. Muitas vezes a fonte é importante, principalmente no que se refere à confiabilidade da informação. Nos textos acadêmicos, é sempre imprescindível que se informem as fontes de pesquisas.
9 INTENÇÃO: todo texto é produzido a partir de uma intenção comunicativa. Deve-se sempre verificar se esse objetivo está claro ou se foi/será devidamente atingido.
10 POLISSEMIA: refere-se à possibilidade de se abstrair mais de um significado para o que se diz/escreve. Nos científicos e técnicos, a objetividade e clareza são imprescindíveis. A polissemia leva à ambiguidade ou duplicidade de sentido só admissível em determinados gêneros textuais como os literários, as piadas, publicitários, etc.
		 
11 METALINGUAGEM: muitas vezes, a compreensão ou produção de um texto pressupõe a leitura de outro e, necessariamente, a presença da intertextualidade. Por exemplo, resumos, resenhas, críticas literárias, textuais, de obras de arte, etc. 
		
	
12 TEMPO HISTÓRICO: segundo Bakhtin (1998, p.96) “Cada época histórica da vida ideológica e verbal, cada geração, em cada uma de suas camadas sociais, tem a sua linguagem [...]”. Os textos têm, por assim dizer, idade. É importante julgarmos os conteúdos e sua linguagem a partir de seu momento histórico-ideológico. Nas pesquisas científicas é importante utilizarem-se textos os mais recentes possíveis ou fontes primárias, ou seja, os textos escritos pelo autor da teoria em estudo, por exemplo, ou fontes secundárias de relevância. Além da mudança na língua - ortografia, vocabulário, expressões sintáticas -, outras linguagens, como mudam ao longo do tempo, como é o caso da forma de vestir.
	 
ESTRATÉGIAS DE LEITURA 
As estratégias de leitura podem ser:
Ascendentes: quando se parte de uma ou de um grupo de palavras, a fim de entender texto ou ter uma ideia geral sobre ele. Um bom exemplo são as palavras-chave em final de resumos acadêmicos.
Descendentes: quando se parte do todo para se compreender o sentido de uma palavra ou de um grupo delas.
Esquemas mentais: podem ser definidos como o conhecimento prévio de que o receptor dispõe acerca do assunto.
Conhecimento do vocabulário: identificar as palavras desconhecidas e buscar seu sentido contextual. Pode-se deduzir seu sentido a partir do contexto, se este for conhecido ou usar o dicionário.
	Além dessas, os textos nos permitem realizar:
LEITURA= Atividade interativa de produção de sentido. Durante a leitura
o leitor realiza um trabalho de compreensão e interpretação;
o sentido do texto se constrói a partir dos objetivos do leitor e do conhecimento que este tem do autor, do assunto e da linguagem;
o uso de estratégias de seleção, antecipação, inferência e verificação permitem o controle do que se lê e a tomada de decisões (vencer as dificuldades, avançar, parar, validar o texto);
o leitor deve processar, contradizer, rechaçar a informação ou dela desfrutar; dar sentido e significado ao que lê;
é importante saber que nem todas as informações estão no texto. Algumas estão fora dele ou além dele, assim, o conhecimento prévio acerca do assunto é fundamental para a construção do sentido, através do uso do bom senso, da lógica e da intuição.
SENTIDO = AUTOR – TEXTO – LEITOR EM INTERAÇÃO 
ESTRATÉGIAS DE LEITURA
ANTECIPAÇÃO: o que se sabe sobre o
autor: remete ao contexto histórico-social; estilo; temática; visão ideológica;
meio de veiculação: identifica-se o nível de informatividade, configuração textual e gráfica;
gênero textual: remete a outros textos e a estruturas textuais já conhecidas;
título: antecipa o assunto, não o tema, ou seja, não informa como e que aspecto do assunto será tratado. Evoca associações com esquemas mentais, textos e fatos vivenciados. Algumas vezes, o título pode confundir (intencionalmente) o leitor, contendo figuras como ironia, eufemismo.
Motivo
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.
Cecília Meireles. Antologia Poética. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2001.
Autora: Conhecendo Cecília Meireles, podemos antecipar que o texto se caracteriza pela subjetividade e temática bastante intimista.
Veículo: livro. Pressupõe a existência de outros textos de mesmo teor e estrutura.
Gênero textual: poema. Remete a outros já lidos de autoria desta ou de outros autores.
Título: a palavra “Motivo”, remete à ideia de justificativa, causa para algo acontecido ou que continua acontecendo. A leitura do texto mostra a razão [ou sua inexistência] por que o eu lírico “canta”.DEDUÇÃO: a primeira leitura leva ao encontro de palavras desconhecidas ou usadas com um outro significado que será deduzido a partir do conhecimento do leitor. Nessa fase, o uso da lógica ou do dicionário é imprescindível, especialmente se é um assunto novo para o leitor.
Quanto a ti, pois, ó filho do homem, eu te constituí por atalaia sobre a casa de Israel; portanto ouve da minha boca a palavra, e da minha parte dá-lhes aviso. (Ez 33:7)
INFERÊNCIA: interação com os elementos e/ou informações do texto. São deduções ou hipóteses feitas a partir do que o texto informa, mesmo de forma implícita. O domínio do vocabulário e o conhecimento prévio são essencial, deve-se levar em conta o contexto e usar a lógica e o bom-senso.
Em Motivo, a partir do que o eu lírico informa “Eu canto porque o instante existe / e a minha vida está completa”, pode-se inferir que não há necessidade de algo especial para seu canto, apenas o fato de estar vivo. Os versos seguintes, “Não sou alegre nem sou triste: / sou poeta”, remetem à ideia de apatia diante dos sentimentos comuns a todas as pessoas comuns. A palavra “poeta” usada como adjetivo faz o confronto entre o comum e o diferente. 
O aquecimento global designa o aumento das temperaturas médias do planeta ao longo dos últimos tempos, o que, em tese, é causado pelas práticas humanas – embora existam discordâncias quanto a isso no campo científico. A principal causa desse problema climático que afeta todo o planeta é a intensificação do efeito estufa, fenômeno natural responsável pela manutenção do calor na Terra e que vem apresentando uma maior intensidade em razão da poluição do ar resultante das práticas humanas. (http://brasilescola.uol.com.br/geografia/aquecimento-global.htm)
O que se pode inferir a partir das informações do texto acima?
PRESSUPOSTO OU SUBENTENDIMENTO: algo que se infere a partir do conhecimento de mundo, ou seja, dos saberes do leitor acerca do assunto.
São hipóteses formuladas pelo leitor que não são respondidas pelo texto, podem ou não ser verdadeiras. Também se refere a uma informação mascarada intencionalmente pelo emissor. É comum na ironia e nas ambiguidades, cujo efeito de sentido não é diretamente o explicitado.
O domingo estava quente, e a praia, lotada. Janeiro, férias, tudo concorria para que se disputasse cada centímetro de areia. Corpos trabalhados durante as estações passadas desfilavam, exibindo, orgulhosamente, o resultado de horas intensas de exercícios árduos e pratos esverdeados. Crianças brincavam sob o olhar cuidadoso dos pais. De repente, uma correria apavorada e apavorante tomou conta do local, antes pacífico, destruindo meus poucos momentos de tranquilidade. Peguei meus pertences e fiz o óbvio: corri também. (Frazão, D.H.)
SKIMING (leitura rápida): é uma estratégia de leitura rápida, objetivando saber qual o assunto geral do texto. Para tanto atenta-se para as/o:
marcas tipográficas: gravuras; gráficos, números, fonte;
palavras-chave: repetidas, cognatas, sinônimos;
título e subtítulo.
SCANNING (escaneamento): estratégia de leitura rápida que procura identificar palavras e expressões em particular, buscando informações acerca delas. É a busca da ideia principal do texto ou de uma informação específica.
SENTIDO ANCORADO NA SITUAÇÃO DISCURSIVA: a proposição pode apresentar vários sentidos, variando de acordo com o contexto comunicativo.
 “A porta está aberta”
Que sentidos podemos atribuir a essa afirmação?
É indiscutível que a informação nova, trazida pelo texto, aliada ao conhecimento prévio do leitor, constante nos esquemas mentais formados ao longo de sua experiência, é que constrói a representação mental que nos faz entendê-lo. Assim, parafraseando Drummond, ler se aprende lendo.
REFERÊNCIAS
BRASIL. PCNS: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental. Língua Portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1998, p. 69-70.)
CHAUÍ, Marilena. O que é ideologia. Disponível em: http://www.nhu.ufms.br/Bioetica/Textos/Livros/O%20QUE%20%C3%89%20IDEOLOGIA%20-Marilena%20Chaui.pdf. Acesso em 17 fev. 2014.
COMO Interpretamos um Texto. Disponível em http://www.ebah.com.br/content/ABAAABEcUAD/capitulo-2-como-interpretamos-texto?part=4. Acesso em: 17 fev. 2014
FARACO, Carlos Alberto; TEZZA, Cristovão. Prática de textos para estudantes universitários. 21 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.
KOCH, I. V.; ELIAS, V. Maria. Ler e compreender: os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2007.

Outros materiais