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DIREITOS HUMANOS Professor Doutor Guilherme Sandoval Góes Aula 8 – O sistema constitucional de emergência e a restrição dos direitos fundamentais Aula 8 – O sistema constitucional de emergência e restrição dos direitos fundamentais DIREITOS HUMANOS DIREITOS HUMANOS Objetivos da Aula Conhecer as limitações aos direitos fundamentais decorrentes do Estado de excepcionalidade legal. - Estudar as normas da Constituição Brasileira de 1988 que regulam o Estado de Sítio e o Estado de Defesa. Aula 8 – O sistema constitucional de emergência e a restrição dos direitos fundamentais Aula 8 – O sistema constitucional de emergência e restrição dos direitos fundamentais DIREITOS HUMANOS DIREITOS HUMANOS A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E O ESTADO DEMOCRÁTICO EXCEPCIONAL DE DIREITO No Brasil, para a salvaguarda do Estado Democrático de Direito, no qual a fonte de todo o poder emana do povo, foram instituídas pelo poder constituinte duas medidas chamadas de “Estado de Defesa” e de “Estado de Sítio”. Limitações circunstanciais ao poder constituinte derivado reformador: A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, do estado de defesa ou de estado de sítio (art.60,§ 1º, da CRFB/88). Aula 8 – O sistema constitucional de emergência e restrição dos direitos fundamentais DIREITOS HUMANOS DIREITOS HUMANOS ESTADO DE DEFESA O Estado de Defesa visa preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza. É um instituto de direito de crise cuja restrição de direitos fundamentais é legitimada pelo próprio texto constitucional, porém formando uma ordem rígida que relaciona em numerus clausus todas as medidas de coerção passíveis de serem aplicadas pelo Estado. Aula 8 – O sistema constitucional de emergência e restrição dos direitos fundamentais DIREITOS HUMANOS DIREITOS HUMANOS O PAPEL DO CONSELHO DA REPÚBLICA E DO CONSELHO DE DEFESA NACIONAL Para a decretação do Estado de Defesa o Presidente da República deve, antecipadamente, tomar conhecimento dos pareceres emitidos pelo Conselho da República e do Conselho de Defesa Nacional, conforme o artigo 136 da Constituição de 1988 a seguir transcrito: O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza. Aula 8 – O sistema constitucional de emergência e restrição dos direitos fundamentais DIREITOS HUMANOS DIREITOS HUMANOS CONSELHO DA REPÚBLICA Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República, e dele participam: I - o Vice-Presidente da República; II - o Presidente da Câmara dos Deputados; III - o Presidente do Senado Federal; IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados; V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal; VI - o Ministro da Justiça; VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução. Aula 8 – O sistema constitucional de emergência e restrição dos direitos fundamentais DIREITOS HUMANOS DIREITOS HUMANOS CONSELHO DE DEFESA NACIONAL Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente da República nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático, e dele participam como membros natos: I - o Vice-Presidente da República; II - o Presidente da Câmara dos Deputados; III - o Presidente do Senado Federal; IV - o Ministro da Justiça; V - o Ministro de Estado da Defesa; VI - o Ministro das Relações Exteriores; VII - o Ministro do Planejamento; VIII - os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. Aula 8 – O sistema constitucional de emergência e restrição dos direitos fundamentais DIREITOS HUMANOS DIREITOS HUMANOS PAPEL DO CONGRESSO NACIONAL NO ESTADO DE DEFESA As opiniões dos Conselhos não vinculam a decisão do Chefe do Executivo que, tendo decidido pela decretação do Estado de Defesa, deverá submeter, dentro de vinte e quatro horas, o ato com a respectiva justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta. Na hipótese do Congresso estar em recesso, deverá ser convocado extraordinariamente, no prazo de cinco dias, para apreciar o decreto devendo continuar funcionando enquanto vigorar o estado de defesa (Comissão representativa). O Congresso Nacional deve apreciar o decreto dentro de dez dias contados de seu recebimento. Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de defesa. Aula 8 – O sistema constitucional de emergência e restrição dos direitos fundamentais DIREITOS HUMANOS DIREITOS HUMANOS PRESSUPOSTOS DE FATO DO ESTADO DE DEFESA ; Real e efetiva ameaça à ordem pública ou à paz social comprometidas por grave e iminente instabilidade institucional. Real e efetiva ameaça à ordem pública ou à paz social atingidas por calamidades de grande proporções na natureza. A instabilidade institucional é causa sócio-política e as calamidades de grandes proporções pressupõe a ocorrência de fatores naturais relacionados ao clima, terremotos, maremotos e outros. Aula 8 – O sistema constitucional de emergência e restrição dos direitos fundamentais DIREITOS HUMANOS DIREITOS HUMANOS LIMITES DO ESTADO DE DEFESA ART. 136 § 1º - O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes: I - restrições aos direitos de: a) reunião, ainda que exercida no seio das associações; b) sigilo de correspondência; c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica; II - ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de calamidade pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes. Aula 8 – O sistema constitucional de emergência e restrição dos direitos fundamentais DIREITOS HUMANOS DIREITOS HUMANOS ESTADO DE SÍTIO O Estado de Sítio é a segunda espécie do gênero Estado de Salvaguarda, e, para sua decretação, o Presidente da República deve, após ouvir a opinião do Conselho da República e do Conselho de Defesa Nacional, solicitar autorização ao Congresso Nacional. O emprego da medida de Sítio é ato extremado e configura a existência de situações mais graves do que do Estado de Defesa. Cf. Art. 137, da Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988. Aula 8 – O sistema constitucional de emergência e restrição dos direitos fundamentais DIREITOS HUMANOS DIREITOS HUMANOS ESTADO DE SÍTIO O Presidente da República ao solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar ou prorrogar o Estado de Sítio, deve relatar os motivos determinantes do pedido. Porém a decisão para decretar ou não Estado de Sítio é Congresso Nacional. Tal decisão será tomada por maioria absoluta. Em hipótese alguma o Presidente da República poderá decretar o Estado de Sítio sem a prévia autorização do Congresso Nacional. Aula 8 – O sistema constitucional de emergência e restrição dos direitos fundamentais DIREITOS HUMANOS DIREITOS HUMANOS ESTADO DE SÍTIO As medidas do executor são formalizadas através de decreto presidencial, que uma vez publicado legitimará a prática dos atos constritores do exercício de direitos individuais. O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as normas necessárias a sua execução e as garantias constitucionais que ficarão suspensas, e, depois de publicado, o Presidente da República designará o executor das medidas específicas e as áreas abrangidas. Aula 8 – O sistema constitucional de emergência e restrição dos direitos fundamentais DIREITOS HUMANOS DIREITOS HUMANOS As duas espécies de Estados de Sítio, cada qual diferenciada em função dos direitos que podem ser contidos Estado de Sítio Pleno: Art. 137, II – Em caso de declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira. Estado de Sítio Restrito ou Atenuado: Art. 137, I – Em caso de comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa; Aula 8 – O sistema constitucional de emergência e restrição dos direitos fundamentais DIREITOS HUMANOS DIREITOS HUMANOS ESTADO DE SÍTIO PLENO No Estado de Sítio Pleno, o Presidente da Republica não encontra, de forma expressa, limitação de atuação. O Estado de Sítio Pleno só pode ser estabelecido nas seguintes hipóteses: declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira. Aula 8 – O sistema constitucional de emergência e restrição dos direitos fundamentais DIREITOS HUMANOS DIREITOS HUMANOS ESTADO DE SÍTIO ATENUADO OU MITIGADO Para que ocorra o Estado de Sítio Restrito ou Atenuado se faz necessária a ocorrência dos seguintes acontecimentos: Comoção grave de repercussão nacional. Ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa. No Estado de Sítio Restrito, o texto constitucional estabelece limites expressos à atuação estatal. Aula 8 – O sistema constitucional de emergência e restrição dos direitos fundamentais DIREITOS HUMANOS DIREITOS HUMANOS LIMITES DO ESTADO DE SÍTIO PLENO Não há limitações materiais expressas no texto constitucional, ou seja, o Presidente da República terá, prima facie, apenas limitações formais, tais como indicar no decreto que instituir o estado de sítio a sua duração, as normas necessárias a sua execução e as garantias constitucionais que ficarão suspensas. Obviamente, a ausência de limitações materiais expressas ao Estado de Sítio Pleno não autoriza que sejam suspensos quaisquer direitos ou garantias individuais. Aula 8 – O sistema constitucional de emergência e restrição dos direitos fundamentais DIREITOS HUMANOS DIREITOS HUMANOS LIMITES DO ESTADO DE SÍTIO ATENUADO Há limitações constitucionais expressas que autorizam que sejam tomadas contra as pessoas apenas as seguintes medidas: - Obrigação de permanência em localidade determinada. - Detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns. - Restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, na forma da lei. - Restrições relativas ao sigilo das comunicações, na forma da lei. - Restrições relativas à prestação de informações na forma da lei. Aula 8 – O sistema constitucional de emergência e restrição dos direitos fundamentais DIREITOS HUMANOS DIREITOS HUMANOS LIMITES DO ESTADO DE SÍTIO ATENUADO - Restrições relativas à liberdade de imprensa na forma da lei. - Restrições relativas a radiodifusão e televisão na forma da lei. - Suspensão da liberdade de reunião. - Busca e apreensão em domicílio. Intervenção nas empresas de serviços públicos. Requisição de bens. Aula 8 – O sistema constitucional de emergência e restrição dos direitos fundamentais DIREITOS HUMANOS DIREITOS HUMANOS DIFERENÇAS ENTRE O ESTADO DE SÍTIO PLENO E MITIGADO INTENSIDADE DA CRISE PRAZO DE DURAÇÃO AUTORIZAÇÃO OU NÃO DO CONGRESSO NACIONAL Aula 8 – O sistema constitucional de emergência e restrição dos direitos fundamentais DIREITOS HUMANOS DIREITOS HUMANOS Objetivos da Aula Conhecer as limitações aos direitos fundamentais decorrentes do Estado de excepcionalidade legal. - Estudar as normas da Constituição Brasileira de 1988 que regulam o Estado de Sítio e o Estado de Defesa. Aula 8 – O sistema constitucional de emergência e a restrição dos direitos fundamentais
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