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CCJ0052-WL-A-RA-05-TP Redação Jurídica-Parecer Técnico-jurídico - Ementa-02

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Turma A – Manhã - 2012.1�� HYPERLINK "http://portal.estacio.br/" \o "Estácio" �� INCLUDEPICTURE "http://portal.estacio.br/img/logo.png" \* MERGEFORMATINET ������Teoria e Prática da Redação Jurídica
Prof.: Carlos Kley Sobral�Disciplina:
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Parecer Técnico-jurídico: Ementa - Continuação�Folha:
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Turma A – Manhã - 2012.1�� HYPERLINK "http://portal.estacio.br/" \o "Estácio" �� INCLUDEPICTURE "http://portal.estacio.br/img/logo.png" \* MERGEFORMATINET ������Teoria e Prática da Redação Jurídica
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	Plano de Aula: Teoria e Prática da Redação Jurídica
TEORIA E PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICA
Título
Teoria e Prática da Redação Jurídica.
Número de Aulas por Semana
Número de Semana de Aula
5.
Tema
Parecer Técnico-jurídico: Ementa (2).
Objetivos
●- Conhecer a estrutura de um parecer técnico-formal;
●- Reconhecer as características da ementa do Parecer;
●- Produzir ementas.
Estrutura do Conteúdo
Estrutura e características da Ementa.
Conteúdo da Ementa.
Relação entre partes do Parecer e elementos da Ementa.
Aplicação Prática Teórica
Esquematicamente, apresentamos as principais orientações para a produção da ementa do Parecer técnico-formal.
●- Ocupa a metade direita da página;
●- Deve utilizar, no máximo, 8 linhas;
●- Divide-se em três partes:
- Fato (Relatório - fato gerador do conflito).
- Nexos de referência (fundamentação).
- Entendimento (conclusão).
●- É redigido somente com frases nominais, ou seja, sem verbos;
●- A ementa do Parecer (ementa simples - sem dispositivo) distingue-se da ementa do Acórdão (ementa complexa).
Atente, ainda, para as seguintes características:
●- Redija todo o fato com letras maiúsculas;
●- Use de 3 a 5 nexos de referência;
●- Inicie o entendimento por "Parecer favorável a...";
●- Separe cada informação por "-".
Questão 1
Leia o relatório, a fundamentação e a conclusão do Parecer do Procurador de Justiça Paulo César Pinheiro Carneiro que se apresenta e, de forma compatível com esse conteúdo, redija uma ementa para essa peça. Não deixe de respeitar, também, todas as orientações já explanadas.
Observamos que esta peça encontra-se disponível no capítulo 8 da nova edição do livro-texto desta disciplina - Lições de Argumentação Jurídica: da teoria à prática - onde análise acurada da peça foi realizada.
Relatório
1- O agravante constitui-se no único herdeiro, instituído por testamento, de ICC, tomando parte do inventário tão somente um bem imóvel, gravado com cláusula de inalienabilidade e impenhorabilidade temporária (até que o herdeiro atingisse 50 anos), assim como incomunicabilidade vitalícia.
2- Em sendo, o agravante, portador do vírus da AIDS e estando, já a esta altura, comprovadamente em precário estado de saúde, ocasionado pelo reduzido nível de resistência do seu sistema imunológico, postulou autorização para venda do bem inventariado, com o fito exclusivo de possibilitar a continuidade do seu tratamento.
3- O órgão julgador de primeiro grau indeferiu a pretensão do agravante, ao argumento de que o art. 1676 do Código Civil eiva de nulidade qualquer ato judicial que intente dispensar a cláusula de inalienabilidade, conquanto lamentasse a ilustre julgadora, o estado de saúde do herdeiro.
4- O primeiro membro do órgão do Ministério Público a quo a se pronunciar no feito opinou pelo deferimento do pedido formulado pela ora agravante. Já o segundo membro do parquet a manifestar-se nos autos, após juízo de retratação, alinhou-se com o entendimento da Julgadora monocrática.
5- Mantida a decisão, sobem os autos a esta Egrégia Câmara para reapreciação da matéria em comento.
É o relatório.
Fundamentação
6 - Mais do que analisar, de forma isolada, um dispositivo do Código Civil, importa, para se determinar o verdadeiro alcance de uma norma Jurídica, encetar interpretações sistemáticas do texto legislativo sob exame.
7- As interpretações fornecidas pela ilustre julgadora de primeiro grau, membro do Ministério Público que oficiou nos autos, pecam por concentrar a análise da questão em um único dispositivo legal.
8- Ao pretender vasculhar os preceitos aplicáveis ao caso concreto, o aplicador do Direito deve mais do que se ater à literalidade do texto em análise, atender à procurar a mens legis, situar os dispositivos em uma estrutura de significações e, enfim, adequar  sua compreensão às novas valorações sociais exsurgidas.
9- Mais que tudo isto, é a própria Lei de Introdução ao Código Civil, no seu artigo 5º, que fornece a diretriz a ser aplicada pelo julgador na interpretação da norma legal.
''Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum".
10- Em se tratando de sucessão testamentária, impende investigar, precipuamente, a vontade do testador, buscando a sua essência, de forma a condicionar a interpretação das disposições testamentárias e adequar os preceitos legais incidentes à hipótese.
11- Neste caso, a testadora; não possuindo herdeiros necessários, nomeou seu sobrinho, o ora agravante, então com apenas 13 anos, seu herdeiro universal, gravando os bens imóveis com já mencionadas cláusulas. Visava ela, concomitantemente, a beneficiar o herdeiro instituído e protegê-lo, intentando garantir-lhe teto seguro até idade madura de (50 anos), isolando-o das vicissitudes da vida moderna.
12- Não poderia a testadora imaginar jamais, àquela altura, que este terrível mal chamado AIDS iria apossar-se do herdeiro que, certamente com muito carinho, acabara de instituir, relegando-o a uma gradual e sofrida morte prematura.
13- Decerto que a vontade da testadora não se coaduna com a atual situação do agravante: este, embora possua o domínio de um bem imóvel, não pode usá-lo e nem fruí-lo, eis que se encontra em constante tratamento de saúde, e, pior, não pode empregar o valor do patrimônio transmitido em prol da tentativa de prolongar sua existência. Ora, onde está a prevalência da vontade do testador, essencial no cumprimento das disposições testamentárias, diante destas circunstâncias "A interpretação da norma estaria levando em conta os fins sociais e as exigências do bem comum, a que ela se destina".
14- Nem a doutrina, nem a jurisprudência e nem o legislador permaneceram estancados no tempo, logrando a evolução interpretativa adequar o dispositivo contido no art. 1.676 do Código Civil às novas facetas da vida, abrandando o seu rigor.
15- De fato, já em 1944, através do Decreto-lei n° 6777, permitiu-se a alienação de imóveis gravados, substituindo-os por outros imóveis ou títulos da dívida pública, permanecendo sobre estes os gravames.
16- Nesta linha, os doutrinadores, assim como os tribunais, passaram a admitir a alienação do bem gravado, com autorização judicial, por necessidade ou conveniência manifesta do titular, ocorrendo a sub-rogação em outro bem.
17- No caso em tela, nada impede que o produto poupança à disposição do juízo, utilizando-se o seu saldo no custeio do tratamento do agravante.
18 - Argumenta-se, para sustentar o entendimento contrário, que o bem substituto (valor depositado em poupança) iria, pouco a pouco, se esgotando, acabando por exercer o herdeiro poder de disposição sobre o imóvel herdado, justamente o que pretendeu vedar a testadora e assegurar o preceito do Código Civil.
19 - O que se verifica, contudo, é que relegar o herdeiro à morte, enquanto o bem recebido permanece absolutamente inóxio,pois sequer rende frutos, isto sim significa afrontar a vontade da testadora e o próprio alcance teleológico da lei, desfigurando, por completo, o próprio ato de liberalidade.
20- Vale mencionar, neste sentido, trecho de acórdão unânime proferido pela 6ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro no agravo em que foi relator o Desembargador Laerson Mauro:
Se pela imposição das cláusulas de inalienabilidade, incomunicabilidade e impenhorabilidade vitalícia sobre bens de herança, da legítima como da disponível, abrangendo não só o principal como os frutos e rendimentos, a liberalidade perder toda a sua utilidade, chegando mesmo a descaracteriza-se jurídica e economicamente, é imperioso que se apliquem tantas regras exegéticas quantas caibam na espécie, para evitar-se a inocuidade da deixa, preservando, assim, à herdeira algum beneficio em vida. Agravo provido.
21- Desta forma, deve o único bem inventariado, conquanto gravado com as cláusulas de inalienabilidade e incomunicabilidade, ser alienado, conforme requerido, depositando-se o produto da venda em caderneta de poupança à disposição do juízo, a fim de que libere gradativamente as quantias necessárias ao tratamento de saúde do herdeiro universal, posição esta que se afina com o mais atual entendimento doutrinário e jurisprudencial, intentando, ainda, alcançar o verdadeiro fim dos dispositivos aplicáveis à espécie (atender à vontade do testador, e, ao mesmo tempo, atender aos fins sociais compreendidos no caso em exame), interpretando-os sistematicamente.
Conclusão
Assim, opina o Ministério Público pela reforma da decisão a quo, permitindo-se a alienação do bem gravado, atendidas as exigências contidas no item 20 supra.
É o parecer.
Rio de Janeiro, 1º de fevereiro de 1995.
Paulo Cezar Pinheiro Carneiro
(Procurador de Justiça)
RESPOSTA: VER. VER.
Questão 2
Nominalize as frases verbais que seguem. Mantenha o mesmo conteúdo da frase original.
a) Decidir sobre a “verdade” no direito não é um exclusivo privilégio dos juízes.
RESPOSTA: VER. VER.
b) O realismo jurídico demonstrou que o direito não depende das palavras do legislador nem dos livros dos doutrinadores.
RESPOSTA: VER. VER.
c) Os condenados em processos criminais não podem ser privados das prerrogativas inerentes aos direitos humanos.
RESPOSTA: VER. VER.
==XXX==
Resumo de Aula (Waldeck Lemos)
	
	5ª AULA – Ementa
	
	Ementa
Conceito: 
Partes:
Ato antijurídico (art. 186 do CC) = Barriga de Aluguel (Obs.: Letras Maiúsculas e em Negrito).
Ex. BARRIGA DE ALUGUEL. (Obs.: Colocar um “ponto” logo após o ato jurídico).
Conectivos (mínimo 3 e máximo 5). Primeiro inicia-se com letra maiúscula e o resto escrever com letras minúsculas.
Ex. a) Direito a vida.
b) Direito a paternidade.
c) Constituição de família.
d) Pacta sunt servanda.
e) Tutela de menor.
Finalização: Parecer favorável à .......
Obs.: Formatação meio da página do lado direito.
EXEMPLO - EMENTA
BARRIGA DE ALUGUEL. Direito a vida – Direito a paternidade – pacta sunt servanda – Tutela do menor. Parecer favorável à guarda compartilhada.
==XXX==
Resumo de Aula (Professor - Aula Mais - Estácio)
	
	5ª AULA – Parecer técnico - jurídico: ementa 
	
	Teoria e Prática da Redação Jurídica
Professora Alda da Graça Marques Valverde
Aula 05
Parecer técnico - jurídico: ementa
Objetivos
- Conhecer a estrutura de um parecer técnico-formal;
- Reconhecer as características da ementa do Parecer;
- Produzir ementas.
Estrutura do conteúdo:
1. Estrutura e características da Ementa;
2. Conteúdo da Ementa;
3. Relação entre partes do Parecer e elementos da Ementa.
Correção da tarefa de casa:
Separação de corpos. A autora afastou-se do lar. Fumus boni juris. Periculum in mora. Impossibilidade de convivência. Liminar. Alcoolismo. Art. 888, VI do CPC. Art. 223 do CC.
Identifique todos os problemas observados na ementa anterior e, em seguida, reescreva-a de acordo com as orientações dadas em sala de aula. Acrescente ou retire informações, se necessário. Não deixe de incluir em sua ementa os princípios do Direito aplicáveis.
Possibilidade de escritura:
MEDIDA CAUTELAR DE SEPARAÇÃO DE CORPOS – Alcoolismo – Impossibilidade de convivência –Afastamento da autora do lar -- Fumus boni juris, Periculum in mora-- Art. 888, VI CPC – Parecer favorável ao deferimento da liminar.
Significado do termo:
Conforme CAMPESTRINI (1994, p. 1), ementa tem origem latina emeniscor, cujo significado é apontamento, ideia, instrumento breve de lembrança ou pensamento.
CAMPESTRINI H. Como redigir ementas. São Paulo: Saraiva, 1994, p.1.
Objetivos da ementa simples:
Permitir a identificação do fato ocorrido, da discussão jurídica e dos argumentos principais dessa discussão que forneceram base para o entendimento final. Assim seu caráter é informativo.
Exemplo de ementa complexa:
Cabeçalho:
RESPONSABILIDADE CIVIL – Indenização – Erro médico – Culpa grave – Honorários profissionais – Danos estético e moral.
Dispositivo:
Em se tratando de pedido de indenização por cirurgia plástica mal sucedida, provada a culpa, fica o profissional obrigado a restituir ao paciente os honorários, bem como a reparar os danos decorrentes do erro médico. Se em ação de indenização houve pedido de reparação pecuniária por danos morais e estéticos decorrentes de defeitos da cirurgia e outro pagamento de despesas com futura cirurgia corretiva, atendido a este, inadmissível será o deferimento do primeiro.
Texto base extraído do endereço:
http://www.consumidorbrasil.com.br/consumidorbrasil/textos/ebomsaber/erromedico/jurisprudencia.htm
Qualidades de uma ementa:
a) Seleção cuidadosa dos registros;
b) Clareza;
c) Coesão;
d) Coerência;
e) Obediência à sequência cronológica e lógica;
f) Concisão;
g) Objetividade;
h) Uso do registro culto;
i) Macro compreensão.
Forma da ementa
Conteúdo da ementa
Escreva a ementa a partir do centro da folha, no topo direito, justificado.
Registre o fato jurídico ou o tipo de ação ou instrumento jurídico proposto.
Utilize caixa-alta para a primeira informação oferecida.
Em seguida, se possível, faça uma alusão às partes, sem nomeá-las.
Não registre o nome próprio das partes.
Selecione, duas ou três informações extraídas do relatório, que possam ser usadas como argumentos.
Produza frases nominais e palavras-chave. Evite adjetivos e conjunções. Use voz ativa e a ordem direta. Linguagem denotativa.
Escreva o argumento mais forte de oposição à sua tese.
Inicie com letra maiúscula cada item registrado e separe-os com travessão.
Registre seus dois ou três argumentos mais fortes. Lembre-se de buscá-los nas fontes do Direito.
Utilize, no máximo, 8 linhas.
Por fim, registre o seu entendimento.
Breve exercício para a produção de frases nominais.
Registre os substantivos derivados dos seguintes verbos:
Abdicar - 
Delinquir - 
Abduzir – 
Deduzir - 
Abster-se – 
Depender - 
Abalroar - 
Difamar - 
Absolver -
Distratar - 
Acarear - 
Financiar – 
Acordar – 
Enfatizar - 
Agravar - 
Estuprar - 
Anular - 
Homologar - 
Arrolar - 
Inadimplir - 
Avocar - 
Prender - 
Alegar - 
Morrer - 
Apelar - 
Nascer - 
Apreender – 
Privar-se – 
Acautelar - 
Questionar - 
Competir - 
Quitar - 
Concorrer – 
Reduzir - 
Compreender - 
Reforçar - 
Combater – 
Responder - 
Convolar - 
Retroceder - 
Confessar - 
Sancionar - 
Conduzir – 
Seduzir - 
Colidir - 
Testemunhar - 
Confessar - 
Violar - 
Correção
Abdicar- abdicação
Delinquir - delinquência
Abduzir – abdução
Deduzir - dedução
Abster-se – abstenção
Depender - dependência
Abalroar- abalroamento
Difamar - difamação
Absolver- absolviçãoDistratar - distrato
Acarear- acareação
Financiar – financiamento
Acordar – acordo
Enfatizar - ênfase
Agravar- agravo
Estuprar - estupro
Anular - anulação
Homologar - homologação
Arrolar - arrolamento
Inadimplir - inadimplência ou inadimplemento
Avocar - avocação
Prender - prisão
Alegar - alegação
Morrer - morte
Apelar - apelação
Nascer - nascimento
Apreender – apreensão
Privar-se – privação
Acautelar - acautelamento
Questionar - questionamento
Competir - competição
Quitar - quitação
Concorrer – concorrência
Reduzir - redução
Compreender - compreensão
Reforçar - reforço
Combater – combate
Responder - resposta
Convolar - convolação
Retroceder - retrocesso
Conceder- concessão
Sancionar - sanção
Colidir - colisão
Seduzir - sedução
Confessar - confissão
Testemunhar - testemunho
Conduzir – condução
Violar - violação
Observações importantes:
As partes do parecer (ementa, relatório, fundamentação, conclusão) devem estar em constante comunicação. Assim, a primeira informação da ementa deve conferir com a do relatório. Só registre na ementa aquilo que estiver contido no relatório, na fundamentação e na conclusão.
O conteúdo extraído do relatório e da fundamentação deve indicar os nexos referenciais utilizados na análise do caso concreto e que foram devidamente ponderados pelo parecerista. Observe que representam uma sequência lógica de palavras.
A seleção desses nexos de referência deve ser, portanto, bem planejada, a fim de oferecer ao leitor uma ideia geral, mas bem clara e objetiva do caso concreto, da forma como este foi valorado e da tese que o parecerista defende.
Vamos retornar às duas ementas dos casos da aula 4:
1ª) EMENTA
Testamento. Herdeiro universal. Existência de um único bem a inventariar, sendo imóvel gravado com cláusula de inalienabilidade, impenhorabilidade (até 50 anos) e incomunicabilidade (vitalícia). Herdeiro instituído portador do vírus da AIDS, com doença em estágio avançado. Possibilidade de autorização para alienação do bem, depositando-se o produto da venda em caderneta de poupança, liberando-se os valores gradativamente para custeio do tratamento. Inteligência do art. 1.676 do Código Civil. Atendimento à real vontade da testadora. Interpretação sistemática dos dispositivos aplicáveis à espécie. Provimento do recurso.
2ª) EMENTA
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL -- Dançarino e modelo intitulado como gay em programa de TV -- Fotos mostradas em rede nacional. Violação de intimidade e privacidade -- Alegação do réu de prevalência do Direito à informação -- Confronto de princípios Constitucionais. Preponderância e inteligência no Art. 5°, inciso X, CRFB/88 -- Parecer favorável à indenização.
Ementa para reescritura:
Término do limite contratual – a seguradora recusou sua obrigação – paciente menor – o consumidor é hipossuficiente – cobertura de doença, sem fundamentação razoável à limitação do tratamento - risco de vida – Parecer favorável ao cumprimento de todas as obrigações médico-hospitalares - plano de saúde.
Correção:
TÉRMINO DO LIMITE CONTRATUAL – Plano de saúde – Paciente menor – Risco de vida – Recusa obrigacional da seguradora – Hipossuficiência do consumidor – Cobertura de doença, sem fundamentação razoável à limitação do tratamento - Parecer favorável ao cumprimento de todas as obrigações médico-hospitalares.
Caso concreto, adaptado para esta aula:
Menino de 12 anos morre em brinquedo, num parque de diversão no Rio de Janeiro
Texto 1 - 01/07/08 - 13h58 - Atualizado em 01/07/08 - 13h58
Na noite do sábado 28/07/2008, Rafael passeava com a avó, a tia e os primos no parque, instalado em Campo Grande. O acidente aconteceu quando ele ficou com parte do corpo para fora do brinquedo “Crazy Top”, um simulador de voo. O sistema de pêndulos que faz a cabine girar prensou a cabeça do garoto, que sofreu traumatismo craniano e morreu na hora.
Três funcionários começaram a ser ouvidos pela polícia por volta das 12h. Um deles operava o brinquedo no momento do acidente. A polícia informou que ainda não há data para ouvir os depoimentos da família do garoto, que estaria muito abalada. Os parentes de Rafael disseram, porém, que devem entrar com uma ação na Justiça contra o parque nesta quarta feira, 2/07.
A administração do parque apresentou à polícia os laudos de vistoria e garantiu que sempre é feita uma manutenção preventiva. Segundo o parque, o acrílico da janela do brinquedo estava em perfeito estado e Rafael e outras crianças não seguiram as normas de segurança.
A polícia técnica esteve no local e verificou que uma placa de acrílico que fazia a proteção teria se soltado. Um laudo vai apontar se a peça poderia ter evitado o acidente, registrado como homicídio culposo, quando não há a intenção de matar. A família garante que a janela estava quebrada e acusa o operador de imprudência. 
Texto 2 - 23/07/08 - 09h55
O laudo sobre a morte de um menino de 12 anos, em um parque de diversões de Campo Grande, apontou que houve um conserto improvisado na janela do brinquedo de onde ele caiu. De acordo com a perícia, o acrílico da janela do brinquedo estava rachado e tinha uma fita para remendá-lo.
O administrador do parque, José Pereira, afirmou desconhecer qualquer defeito no brinquedo.
Possibilidade de escritura da ementa:
MORTE – Menino de 12 anos – Parque de diversões – Prensagem pelo sistema de pêndulos em simulador de voo – Traumatismo craniano – Alegação de manutenção dos brinquedos – Rachadura em janela da cabine do simulador – Laudo técnico – Conserto improvisado com fita adesiva – Imprudência – Art. 14 CDC – Parecer favorável à indenização por danos morais.
Tarefa de casa:
Questão
Leia o relatório, a fundamentação e a conclusão do Parecer que se apresenta e, de forma compatível com esse conteúdo, redija uma ementa para essa peça. Não deixe de respeitar, também, todas as orientações já explanadas.
RELATÓRIO
No dia 18 de janeiro último, o rompimento de um duto da Petrobras ocasionou o vazamento de 1.292 toneladas de óleo para a baía da Guanabara, durante quatro horas e meia, numa área de cerca de 50 quilômetros quadrados, atingindo dez praias em torno da baía, afetando várias espécies, entre peixes e aves, impedindo o trabalho de 600 pescadores, com graves danos ao ecossistema, em especial da área de manguezal.
O duto, que liga a Refinaria Duque de Caxias – REDUC, ao terminal marítimo da Ilha D’Água, já tinha apresentado vazamento anterior, em março de 1997, jogando ao mar 600 toneladas de óleo e destruindo quatro mil metros quadrados de manguezais.
A Petrobras, que assumiu prontamente a responsabilidade de promover a limpeza da baía, foi multada pelo IBAMA por crime ambiental, em mais de 50 milhões de reais, sendo ainda instada a prestar assistência às inúmeras famílias de pescadores que ficaram sem possibilidade de trabalho.
Técnicos da empresa concluíram que alterações do solo do fundo da baía, além do assoreamento, foram responsáveis pela deformação e consequente rompimento do duto. Entretanto, admitiram que uma falha operacional aumentou a dimensão do desastre.
Segundo o relatório da estatal, já era para estar sendo usado um programa de monitoramento automático dos dutos, em teste desde outubro de 1999 e, se o operador tivesse sido mais ágil nos procedimentos necessários, o vazamento teria sido contido em apenas meia hora, minimizando seus efeitos.
Três empregados, operador, supervisor e gerente de operações do terminal de Ilha D’Água foram punidos e destituídos dos cargos, acusados de lentidão.
O Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado do Rio de Janeiro – CREA/RJ, constituiu uma Comissão Extraordinária para investigar a possibilidade do rompimento do duto ter sido causado por possíveis erros técnicos na área de engenharia e concluiu, preliminarmente, que para um acidente ecológico de tal proporção concorrem vários eventos, impossívelde ser atribuído a um fator isolado, desconectado de uma complexa rede de relações causais.
O Presidente do Sindipetro de Duque de Caxias, Nilson Cesário, denunciou a existência, na REDUC, de um sistema instalado para detectar anormalidades no fluxo de óleo bombeado que não funcionou no dia do acidente.
O Diretor da Federação Única dos Petroleiros, José Araújo Celso, acrescentou que tal fato ocorreu porque um dos componentes do sistema – o pressostato – foi retirado para reparo, há um ano, e, até hoje, não foi reinstalado. Afirmou, ainda, que um sensor ultrassom de monitoramento do duto, importado há nove meses, também não foi instalado.
Além disso, foi denunciada pelo Sindicato a política de redução de custos adotada pela Petrobras, mantendo apenas dois operadores para monitorar os 14 quilômetros do duto avariado.
A COPPE – Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em seu relatório divulgado em 30 de março de 2000, concluiu que o duto, que deveria estar livre na baía e enterrado no canal que deságua na baía, tinha situação oposta, chegando a ter sobre ele uma camada de quase três metros de lama, num trecho da baía com grande assoreamento. Também a proximidade de outro duto provocou o choque entre eles, fazendo com que a tubulação dobrasse e rompesse.
Em 25 de abril de 2000, a Petrobras assinou um termo de ajustamento de conduta com o Ministério Público Federal, em que se compromete a cumprir uma série de medidas para evitar desastres ambientais. A elaboração de um plano de inspeção das suas atividades, dutos e instalações, que possam gerar impacto na baía de Guanabara e no litoral é uma das exigências do termo. O descumprimento das cláusulas resultará em multa diária de R$ 20 mil.
O Programa de Excelência em Gestão Ambiental e Segurança Operacional elaborado pela Petrobras prevê a priorização das questões do meio ambiente e tem, dentre suas metas, a certificação de qualidade pela ISO 14001 e BS 8800 de todas as suas instalações e unidades operacionais, além da supervisão automatizada de todos os dutos operados.
Para tanto, serão necessários investimentos de 1 bilhão e 800 milhões de reais, até o final de 2003, triplicando a média anual de recursos destinados à questão ambiental até o ano passado.
É o relatório.
FUNDAMENTAÇÃO
Fenômenos da natureza, assoreamento da baía, erros operacionais ou técnicos, sistemas que não funcionam, peças avariadas e não instaladas, política irresponsável de redução de custos, enfim, inúmeras e discutíveis podem ser as razões do vazamento de cerca de 1,3 toneladas de óleo nas águas da baía de Guanabara, mas os danos ecológicos resultantes são incontestáveis e, talvez, irreparáveis.
Assiduamente agredida pelo despejo industrial, de esgotamento sanitário e de lixo, decorrente do desenvolvimento urbano e industrial às suas margens, a baía de Guanabara, que sofreu uma mudança radical na qualidade de suas águas, flora, fauna, balneabilidade das praias e declínio da pesca, já foi vítima de dois grandes vazamentos em oleodutos da Petrobras nos últimos três anos.
As áreas de manguezal atingidas no primeiro acidente, em 1997, que ainda se recuperavam, agora correm o risco de só voltarem à formação original dentro de cinco anos, e as famílias de 600 pescadores estão com sua sobrevivência ameaçada, dada a impossibilidade de manter sua atividade laboral.
As conclusões da comissão técnica da Petrobras, assim como a punição aplicada aos empregados, julgados lentos nas suas atividades, ainda que visem identificar causas e responsabilidades para efetiva adoção de providências, não servirão para aplacar os efeitos dos vazamentos já ocorridos e não se constituem em procedimentos eficazes na prevenção de novas ocorrências.
Tem razão o CREA/RJ, quando afirma, antes mesmo da conclusão dos estudos pela Comissão Extraordinária, que o acidente não pode ser atribuído a um fator isolado, mas para ele concorreram vários eventos, uma complexa rede de relações causais.
As denúncias do Sindipetro e da Federação Única dos Petroleiros, assim como o relatório da COPPE confirmam aquela conclusão. O Programa de Excelência elaborado pela Petrobras, exigindo a triplicação do orçamento destinado às questões ambientais, ratifica o entendimento que as providências adotadas até então eram insuficientes e ineficientes para prevenir danos ambientais.
Sabe-se que a atividade petrolífera gera grande impacto desde a fase de exploração até a queima dos combustíveis. Sabe-se, também, que as empresas de petróleo trabalham no limiar do alto risco, já que sua matéria-prima é altamente poluente. No entanto, os investimentos para remediar essa situação geralmente têm ficado aquém do que seria necessário, e os órgãos públicos de fiscalização ambiental também têm se mostrado ineficazes, dada a própria inexistência de uma política clara de proteção ambiental.
A intervenção do Ministério Público Federal, dada a pressão da opinião pública e das denúncias já citadas, obrigou a Petrobras a assumir o compromisso de adoção das medidas preventivas propostas, reformulando todo seu programa de atuação. Porém, cabe ainda ao Poder Público tornar transparentes as aplicações dos recursos provenientes da multa aplicada e paga pela estatal, garantindo a sua reversão em prol de programas de reabilitação da própria baía de Guanabara e, ainda, a fiscalização ininterrupta de todas as atividades que possam resultar em danos ecológicos, instando os responsáveis a adotar os procedimentos necessários de preservação e controle.
As medidas administrativas previstas para sanção em casos de danos ambientais como o causado pelo acidente com o oleoduto da Petrobras foram adotadas e levadas a efeito, cabendo, entretanto, ressaltar que as graves conseqüências ao ecossistema estão longe de serem solucionadas.
O Programa de Excelência é, possivelmente, o resultado mais eficaz da atuação do Poder Público no caso, dado seu caráter preventivo, porém a empresa deve ser instada a participar, efetivamente, do processo de recuperação da área atingida, utilizando-se, se necessário, as vias judiciais.
Conclusão:
Recomenda-se às autoridades governamentais, a revisão da política de proteção ambiental, com a reestruturação dos órgãos de fiscalização, de forma a torná-los eficazes e, ainda, a criação de mecanismos da sociedade civil que ajudem a tornar efetivas as medidas de alerta e prevenção de acidentes ecológicos de qualquer espécie.
É o Parecer.
Rio de Janeiro, 29 de maio de 2000
Maria Ligia de Oliveira
RESPOSTA:
EMENTA
DANO AO ECOSSISTEMA POR VAZAMENTO EM OLEODUTO DA PETROBRAS NA BAÍA DE GUANABARA – Falhas operacionais e de manutenção do duto – Aplicação de multa de 50 mil reais à empresa – Adoção do plano de proteção ao meio ambiente – Sugestão da participação da empresa na recuperação da área atingida – Parecer favorável à reformulação da política ambiental.
==XXX==
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0052/Aula-005/WLAJ/DP
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