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LIQUIDOS CORPORAIS Fisiologia I

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LIQUIDOS CORPORAIS | Fisiologia I | Prof. José Antônio 
Yala Figueiredo | Medicina UNIFENAS XXXIV 
1 
 
Geneticamente, todas as células são iguais. Diferem-se em forma e funções porque os genes se expressam de 
formas distintas. 
 
LÍQUIDOS CORPORAIS 
 
O corpo humano tem aproximadamente 60% do peso corporal em líquido. Assim, uma pessoa de 70 kg tem 42l 
de liquido corporal, que se localiza em compartimentos: dentro das células, é chamado de líquido intracelular 
(LIC) e, fora delas, recebe o nome de líquido extracelular (LEC), que são separados pela membrana plasmática. É 
importante lembrar que entre as células, há liquido intersticial presente no espaço intersticial. Os responsáveis 
pelo transporte desse líquido, levando-o para o corpo e retornando ao coração são as artérias, arteríolas, 
capilares, vênulas e veias. 
Do total, aproximadamente 2/3 do líquido é intracelular e 1/3, extra - ou seja, o indivíduo citado possui 
28l intracelular e 14l extracelular. Vale lembrar que o LEC pode existir em compartimentos diferentes, por 
exemplo, o sangue (plasma) que fica dentro das veias, o líquido transcelular, localizado em pequenos 
compartimentos do nosso corpo como nos espaços sinoviais, peritoniais, pericárdicos, intraoculares e líquido 
cefalorraquidiano. Importante: LEC é dividido em compartimentos. 
 O sangue contém LIC (hemácias) e LEC (plasma). O volume de sangue (volemia) do indivíduo corresponde 
a 7-8% do peso corporal (4,9 – 5,6l de sangue, ou seja, 
aproximadamente 5l de sangue). 
Ele é formado por células e plasma. Como exemplos 
celulares, temos as hemácias (cerca de 4 a 6 milhões de hemácias 
por ml de sangue, compostas por hemoglobina e ferro), leucócitos 
(de 4 a 10 mil) e plaquetas (de 150 a 450 mil). Quando alguém tem 
anemia, ocorre uma diminuição de hemácia e hemoglobina no 
angue que causarão deficiência férrica. Falta de ferro e deficiência 
de vitamina B12 são causas da anemia. Quem tem anemia tem DC 
aumentado porque a FC tenta buscar o equilíbrio da atividade 
metabólica do corpo. Quando não há uma compensação, a oxidação 
do NADFAD diminui, causando um baixo rendimento em suas 
atividades cotidianas. 
Policitemia é o aumento de hemácias no sangue. Quanto 
mais alta a altitude, menos oxigênio. Assim, o sangue produz uma 
maior quantidade de hemácia para compensar. Por isso, os padrões 
fisiológicos sanguíneos alteram-se em diversos países. 
Leucócitos são os glóbulos brancos. Classificam-se em granulócitos (basófilos, eosinófilos e neutrófilos) e 
agranulócitos (linfócitos e monófitos). Leucopenia é a diminuição de leucócitos no sangue. Leucocitose é o 
aumento de leucócitos no sangue. Como regra geral, as infecções virais levam à leucopenia. As bacterianas, levam 
à leucocitose. Trombocitose é o aumento de plaquetas no sangue e trombocitopenia é a diminuição. 
Plasma é a parte líquida do sangue e contém agua, proteínas, íons (Na, L, Cl, H, Fe, Ca2Co3), glicose, 
hormônios, ureia, creatinina, ácidos graxos, acido úrico, amônia, bilirrubina, aminoácidos, vitaminas, etc. 
Hematócrito é o exame de sangue que determina porcentagem composta por células sanguíneas. No homem, o 
referencial é de 40-54 e na mulher, 35-49. Como as hemácias são as células mais existentes no sangue, são as que 
mais aparecerão no exame. O teste é feito da seguinte forma: numa seringa de 10 ml, coloca-se anticoagulante. 
Alguns conceitos importantes: volume 
sistólico é a quantidade de sangue ejetada 
em cada batimento cardíaco. Frequência 
cardíaca é a quantidade de vezes que o 
coração bate por minuto. Assim, o débito 
cardíaco (DC) é o volume sistólico em um 
minuto (FCxVS). Durante o esforço, a FC 
aumenta e o volume sistólico continua o 
mesmo, aumentando o débito cardíaco. 
Isso ocorre porque o sangue leva mais 
nutrientes para a célula, relacionando-se 
com a necessidade metabólica do corpo. 
Exemplo: o maratonista Vanderlei de Lima 
tem um DC de 35l e sua volemia é 5L. Ou 
seja, em um minuto, o sangue dava a volta 
sete vezes pelo seu corpo. 
LIQUIDOS CORPORAIS | Fisiologia I | Prof. José Antônio 
Yala Figueiredo | Medicina UNIFENAS XXXIV 
2 
 
Se o hematócrito deu 40%, 40% do sangue é célula. Situação: certo indivíduo foi passear e capotou o carro. Seu 
pé ficou preso na ferragem. Encontraram-no 3 dias depois. Fez-se um hematócrito cujo resultado foi um valor 
elevado porque a pessoa estava desidratada. Ou seja, não aumentou-se células, e sim não houve mais água. 
Dessa forma, se eu dou 2l de soro para o paciente em uma hora, seu sangue diluirá. Agora, o hematócrito terá 
valores baixos devido à hiperidratação. Deve-se prestar atenção por esse motivo: hematócritos dão muito falso-
negativos. Num quadro de anemia, então, o hematócrito está baixo. 
Soro sanguíneo e plasma sanguíneo são coisas diferentes. Plasma é a parte liquida do sangue. Sem 
anticoagulante e centrifugação, ele naturalmente também se coagulará, porém, existirão células e fatores de 
coagulação no coágulo. Assim, sem fatores de coagulação do plasma é soro sanguíneo. 
Como coletar cada um? Existem duas análises: plasmática x sérica. Mistura-se o sangue com 
anticoagulante no tubo de ensaio e leva-o para a centrífuga. Se coletar sem anticoagulante, o coágulo tem células 
sanguíneas + fatores de coagulação. 
Sabe-se que o plasma sanguíneo + líquido intersticial formam o LEC, que circula continuamente no nosso 
corpo. Se a rede capilar do corpo humano fosse conectada por um vaso sanguíneo atrás do outro, teríamos 
aproximadamente 90k de rede. Eles são separados apenas pela membrana capilar (trocas capilares) altamente 
permeável a íons, assim, suas composições iónicas são similares, realizando 
trocas contínuas (diferença: maior concentração de proteínas no plasma 
porque os capilares tem baixa permeabilidade). Quando há passagem do 
plasma para o interstício denomina-se de filtração capilar. Quando a 
substancia passa do interstício para o plasma pela parece capilar é chamado de 
reabsorção capilar (ou absorção). 
Efusão é a passagem do líquido intersticial para o espaço do líquido 
transcelular. Como o espaço é um espaço em potencial, podem ocorrer 
situações em que o liquido transcelular aumenta. 
A importância do LEC circular continuamente é levar nutrientes pras 
células e remover escórias celulares. Ou seja, levar oxigênio, glicose, ácidos 
graxos e remover ureia, amônia, ácido úrico, etc até os órgãos excretores. Além 
disso, ele atua diretamente na manutenção de um ambiente favorável para a 
vida da célula - se houver uma obstrução no fluxo sanguíneo, não chega 
nutriente na célula, podendo levar à morte celular ou então ela não consegue excretar o que não presta. 
A célula é a unidade viva do nosso corpo. Quando há reposição de líquido corporal, entra pelo tubo 
digestório, chega ao intestino e é absorvido em direção à corrente sanguínea. Todo liquido, seja endovenoso, ele 
entra primeiro pelo plasma, que nutre o interstício, que nutre a célula. Se uma pessoa tiver vomito ou diarreia 
contínua, ele perde liquido primeiro pelo plasma e busca reposição no interstício, depois liquido intracelular. É 
uma espécie de mecanismo de proteção para a célula. Quando uma pessoa esta desidratada existe um grau de 
desidratação pra saber de que local está havendo essa perda. Se houver reposição rápida e de alto volume no 
plasma, pode ocorrer sobrecarga nos vasos sanguíneos e ele pode romper. O volume da urina também vai 
aumentar. É necessária uma velocidade adequada para cada caso de desidratação. 
Sabemos que absorção é a passagem do espaço intersticial para o plasma (vaso sanguíneo). Situação: 
uma pessoa está com infecção no dedão do pé. O medico fez a limpeza e prescreveu antibiótico intramuscular.Quando injetar o medicamento, ele será injetado no liquido intersticial para não voltar sangue. Para chegar à 
infecção, ele sofre absorção, vai para o sangue capilar da região, vai para a veia, volta para o lado direito do 
coração, vai para o pulmão, passa pela rede capilar pulmonar, VE e é ejetado para o corpo. Ele vai para o corpo 
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todo, mas quando chegar no pé, a dose receitada será suficiente para curar a infecção. Via endovenosa não há 
absorção. É mais rápida? Sim, mas não há absorção. Escolhe-se intramuscular porque o musculo é mais irrigado; 
depois é o subcutâneo e depois o intradérmico. Por isso a intramuscular é a mais rápida. Se a anestesia é local, ela 
é aplicada no liquido intersticial perineural (próximo ao nervo), bloqueando a passagem do impulso nervoso. 
Quando houver a ação, ele vai sofrer absorção capilar. 
Quando se compra anestésicos locais, pode-se comprar somente o AL ou LA+droga vasoconstritora. Os 
vasos sanguíneos da região sofrem vasoconstrição e o anestésico sofre sinergismo, ou seja, quando uma droga 
potencializa o efeito da outra. Quando ela inibe o efeito da outra é o antagonismo. O mais comum é a lidocaína. 
Cocaína também é anestésico. Quando injetamos um medicamento em uma pessoa, deve-se tomar cuidado. 
Considere a situação: se o paciente tem encefalite (inflamação do encéfalo), deve-se dar um anti-
inflamatório? Existem duas classes de anti-inflamatórios: esteroidais e não esteroidais. O médico precisa ter 
certeza de que eles vão chegar ao tecido nervoso e deve-se avaliar se a droga irá se distribuir igualmente. A sua 
distribuição igualitária depende da permeabilidade dos capilares, que se classificarão em três tipos. Artérias e 
veias não fazem troca plasma-interstício devido à espessura da parede, que possuem três túnicas. O que 
diferencia as duas é que uma tem lâmina elastina interna/externa. Existem artérias elásticas (recebe sangue do 
coração e deve estender-se para receber o sangue) e artérias musculares, que têm vasoconstrição e 
vasodilatação, controlando a destruição de sangue no corpo. Quando levamos susto numa situação de perigo, 
elas sofrem vasoconstrição. As veias, embora tenham alta complacência, também não permitem troca plasma-
interstício. Dentro delas, temos válvulas venosas, que são importantes para evitar refluxo de sangue (não 
confundir refluxo de sangue com retorno venoso. O sangue voltando ao coração é o retorno, em sentido 
contrário seria o refluxo, mas as valvas evitam isso). Se tiver uma compressão na região, o sangue passa, mas 
acumula um pouco e vai acumulando sucessivamente, podendo ocorrer congestionamento nas veias sanguíneas. 
Capilares possuem duas camadas: membrana basal e camada endotelial. Por esse motivo, não se pode 
afirmar que um capilar dilatou ou construiu porque ele não tem camada muscular, mas sim, pode-se dizer que ele 
aumentou ou diminuiu a permeabilidade. 
Todo vaso sanguíneo tem um revestimento interno de endotélio. Existem capilares que a membrana basal 
é íntegra e as células endoteliais estão justapostas umas às outras e outros cuja membrana basal é íntegra e as 
células endoteliais são afastadas uma das outras; capilares onde a membra basal é segmentada e células 
endoteliais estão afastadas. Histologicamente, a estrutura da membrana basal e endotélio podem ser diferentes, 
então classificamos os capilares em tres tipos: capilares contínuos, capilares fenestrados e capilares sinusóides. 
O mais seletivo é o contínuo e o mais permeável é o sinusóide. 
Boa parte do SNC tem capilares contínuos e em suas membranas basais estão presentes os atrócitos, 
aumentando ainda mais sua seletividade. Assim, entre o sangue e o tecido nervoso, existe uma parede capilar 
altamente seletiva chamada de barreira hematoencefálica. Repetindo: no sistema nervoso central, 
principalmente no encéfalo, a maioria dos capilares são contínuos. Essa barreira basal está reforçada por células 
dos atrócitos, fazendo com que os capilares sejam mais seletivos ainda, criando uma barreira hematoencefálica, 
separando o sangue do tecido nervoso do encéfalo. A barreira é a parede dos capilares do SNC. Então, qual classe 
dos AI usar? AINES não passa pela barreira hematocefálica, mas o AIES sim. 
O intestino recebe irrigação de uma artéria. Seu retorno volta para o fígado, drenando o sangue do 
intestino, estomago, voltando para o fígado. Veia porta. Sistema porta-hepático. Esse vaso (porta) liga duas redes 
de capilares sem passar pelo coração. Saber o nome das veias portas. O fígado recebe o sangue venoso que vem 
do intestino e o sangue arterial que vem com a artéria hepática e nele existem capilares sinusóides onde há a 
mistura entre sangue venoso e arterial. Na porção final do intestino grosso (reto), o sangue do reto não entra no 
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sistema porta-hepático. O medicamento vai pela veia porta, será metabolizado no fígado, sofrendo efeito de 
primeira passagem. Se ele for via supositório, ele não passa pelo fígado, vai pra circulação sistêmica antes de 
passar pelo fígado e não sofre efeito de primeira passagem, sem sofrer ação metabólica do fígado. 
Nosso intestino fermenta e produz amônia, que é absorvida e vai em direção ao sangue. Chega ao fígado 
e entra no ciclo da ureia, entrando na circulação sistêmica e é excretada no nosso corpo pela urina. Mas ela não 
passa a barreira hematocefália. O paciente tem uma lesão hepática grave (cirrose, por exemplo). Quando a 
amônia for absorvida e chegar ao fígado, ele talvez não consiga converter a amônia em ureia, vai para a circulação 
sistêmica, passa a barreira hematocefálica e leva pra uma patologia grave chamada de encefalopatia hepática.

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