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6- Sangue

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Sangue
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O Sangue é tecido vivo e no corpo de um adulto circulam, em média 5 litros de sangue, variando de acordo com o peso.
O sangue é formado por parte líquida(plasma), constituída por água, sais,vitaminas, e fatores de coagulação, na qual estão misturadas as partes sólidas: hemácias, leucócitos e plaquetas.
Onde ele é produzido?
O sangue é produzido na medula óssea dos ossos chatos, vértebras, costelas, quadril, crânio e externo. Nas crianças, também os ossos longos como o fêmur produzem sangue.
As plaquetas são fragmentos de células que participam do processo de coagulação. Elas têm vida curta e circulam na proporção de 150 a 400 mil por milímetro cúbico de sangue. Sua função mais importante é a de auxiliar na interrupção dos sangramentos.
Os Leucócitos são glóbulos brancos. Seu número varia de 5 a 10 mil por milímetro cúbico de sangue e sua vida é curta. Possuem formas e funções diversas, sempre ligadas à defesa do organismo contra a presença de elementos estranhos a ele, como por exemplo, as bactérias.
As Hemácias são glóbulos vermelhos do sangue. Cada hemácia tem vida média de 120 dias no organismo, onde existem em torno de 4.500.000 delas por milímetro cúbico de sangue. A sua função é transportar o oxigênio dos pulmões para as células de todo o organismo e eliminar o gás carbônico das células, transportando-o para os pulmões.
O Plasma é um líquido amarelo claro que representa 55% do volume total de sangue. Ele é constituído por 90% de água, onde se encontram dissolvidas proteínas, açúcares, gorduras e sais minerais. Através do plasma circulam, por exemplo, elementos nutritivos necessários à vida das células.
Sistema ABO – Tipos sanguíneos
Vários sistemas de grupos sanguíneos são encontrados no sangue. Os mais importantes para a transfusão de sangue são os sistemas ABO e Rh.
Um indivíduo pode ter sangue de um dos quatro grupos sanguíneos O, A, B ou AB que funciona da seguinte forma:
	Doador
	Receptor
	B
	B-AB
	A
	A-AB
	AB
	AB
	O
	AB-B-A-O
Estes grupos sanguíneos poderão ser de fator Rh positivo ou negativo.
Numa amostragem de doadores da Fundação HEMOMINAS encontramos o seguinte:
	Grupo Sanguíneo
	Positivo
	Negativa
	O
	42,0%
	5,3%
	A
	32,2%
	4,1%
	B
	11,1%
	1,4%
	AB
	3,5%
	0,4%
	TOTAL
	88,8%
	11,2%
O sangue colhido é sempre separado em vários componentes e cada paciente receberá aquela parte que seu organismo precisa.
O sangue doado passa por um processo chamado fracionamento , no qual são obtidos os componentes sanguíneos, que são transfundidos a vários pacientes.
Você sabia que é possível doar somente uma parte do sangue?
Através de um processo especial denominado Aférese, você poderá doar somente uma parte do seu sangue.
Em algumas unidades da Fundação HEMOMINAS -Hemocentros de Belo Horizonte, Uberaba e Juiz de Fora – existe um tipo de coleta denominada Plaquetaférese onde o doador doa somente plaquetas. É um método simples e muito seguro, que permite retirar até 08 unidades de plaquetas de uma única doação. Isso significa grande benefício aos pacientes.
A Plaquetafe demora em média 1 hora e 40 minutos. O tempo é maior que a doação normal de sangue, porque neste procedimento as plaquetas são separadas automaticamente dos outros componentes do sangue.
Esse tipo de doação beneficia os pacientes que estão com algum tipo de problema no processo de coagulação sangüínea, especialmente pacientes com leucemia ou que estão sendo submetidos a quimioterapia.
As condições para realizar a doação de plaquetas são as mesmas que para realizar a doação de sangue total, citadas acima, porém um mesmo doador pode realizar esse tipo de doação várias vezes ao ano obedecendo a um intervalo mínimo de 30 dias entre doações de plaquetas. Todo o material utilizado é descartável não havendo possibilidade de contaminação.
Fonte: www.hemominas.mg.gov.br
Sangue
Fisiologia: Sangue
É o nosso precioso tecido líquido, responsável pelo transporte de gases, nutrientes e demais elementos que devem ser continuamente transportados através do nosso corpo, de um tecido ao outro. É responsável, também, pela defesa de nosso organismo contra a invasão de microorganismos estranhos que, a todo momento, tentam se proliferar em nosso corpo.
É formado por uma parte líquida (o plasma, onde se dissolvem diversos elementos como proteínas, açúcares, sais, íons, etc.), e uma parte sólida, formada por células (as hemácias, que são células vermelhas e os leucócitos, células brancas) e plaquetas, que são fragmentos de uma célula chamada megacariócito.
HEMÁCIAS
Também chamadas de eritrócitos, são as células vermelhas do sangue.
Apresentam esta coloração devido a presença, em seu citoplasma, de grande quantidade de hemoglobina, responsável pelo transporte de oxigênio no sangue. As hemácias são células anucleadas, em forma de discos bicôncavos, bastante maleáveis (devido às grandes dimensões da membrana celular com relação ao pequeno volume citoplasmático), podendo, com isso, passar por capilares bastante delgados sem que ocorra o rompimento da própria membrana celular.
Cada milímetro cúbico de sangue contém, aproximadamente, 5.000.000 hemácias.
São produzidas na medula óssea (principalmente de ossos membranosos como esterno, costelas e ilíaco) a partir de uma célula-mãe chamada hemocitoblasto.
Durante alguns dias, em sua evolução, passa por vários estágios sucessivos (eritroblasto basófilo, eritroblasto policromatófilo, normoblasto) até que, na forma de reticulócito, através de diapedese, passam através da parede de capilares sanguíneos e vão fazer parte do sangue. Em 1 ou 2 dias cada reticulócito se transforma numa hemácia madura. Cada hemácia vive, aproximadamente, 120 dias.
A produção de hemácias pela medula é bastante estimulada por uma proteína presente no plasma chamada eritropoietina. Quanto maior for o nível plasmático de eritropoietina, maior será a proliferação dos hemocitoblastos na medula óssea e, consequentemente, maior será a produção de hemácias.
Se uma pessoa sofre uma hemorragia, aumenta sua atividade física ou mesmo se mesma se desloca para uma região de altitude bastante elevada, algumas células presentes no parênquima renal, ao detectarem a oferta reduzida de oxigênio que então passam a receber, imediatamente aumentam a síntese da eritropoietina.
Enquanto a hemácia vai sendo formada, na medula óssea, em seu citoplasma uma importante molécula protéica vai sendo continuamente sintetizada e se acumulando no interior da célula: a hemoglobina.
Para que ocorra uma normal produção de hemoglobina, é necessário que não haja falta de um mineral muito importante para sua síntese: o íon ferro.
Na falta de ferro haverá, como consequência, falta de hemoglobina no interior das hemácias, o que afetará nitidamente o transporte de oxigênio no sangue. Por isso é muito importante que o íon ferro esteja frequentemente presente na alimentação das pessoas.
Cada 100 ml de sangue contém, aproximadamente, 15 g de hemoglobina.
Cada grama de hemoglobina transporta, aproximadamente, 1,33 ml de oxigênio.
Portanto, cada 100 ml de sangue transporta, aproximadamente, 20 ml de oxigênio.
Devido a grande importância do íon ferro na produção de hemoglobina e devido a importância da hemoglobina no transporte de oxigênio no sangue, existe um sistema importante, também, para transporte e armazenamento do ferro em nosso organismo:
O ferro, presente principalmente em alimentos como carnes, fígado, gema de ovos, feijão, couve, lentilha, espinafre, etc., logo após ser absorvido, na parede do intestino delgado, se liga a uma proteína presente no plasma denominada transferrina. Ligado à transferrina o ferro é transportado na corrente sanguínea.
O ferro também permanece, durante semanas a meses, armazenados em nosso organismo, na forma de ferritina. Para se transformar em ferritina o ferro se liga a moléculas presentes, principalmente no fígado, chamadas de apoferritina.
Fonte: mclocosta.sites.uol.com.br
Sangue
O sangue é um tecido vivo que circula pelo corpo, levando oxigênio e nutrientes a todos os órgãos. Ele é composto por plasma, hemácias,leucócitos e plaquetas.
O plasma é a parte líquida do sangue, de coloração amarela palha, composto por água (90%), proteínas e sais. Através dele circulam por todo o organismo as substâncias nutritivas necessárias à vida das células.
Essas substâncias são: proteínas, enzimas, hormônios, fatores de coagulação, imunoglobina e albumina. O plasma representa aproximadamente 55% do volume de sangue circulante.
As hemácias são conhecidas como glóbulos vermelhos por causa do seu alto teor de hemoglobina, uma proteína avermelhada que contém ferro. A hemoglobina capacita as hemácias a transportar o oxigênio a todas as células do organismo. Elas também levam dióxido de carbono, produzido pelo organismo, até os pulmões, onde ele é eliminado. Existem entre 4,5 milhões a 5 milhões de hemácias por milímetro cúbico de sangue.
Os leucócitos, também chamados de glóbulos brancos, fazem parte da linha de defesa do organismo e são acionados em casos de infecções, para que cheguem aos tecidos na tentativa de destruírem os agressores, tais como vírus e bactérias. Existem entre 5 mil a 10 mil leucócitos por milímetro cúbico de sangue.
As plaquetas são pequenas células que tomam parte no processo de coagulação sanguínea, agindo nos sangramentos (hemorragias). Existem entre 200.000 a 400.000 plaquetas por milímetro cúbico de sangue. O sangue é produzido na medula óssea dos ossos chatos, vértebras, costelas, quadril, crânio e esterno. Nas crianças, também os ossos longos como o fêmur produz sangue.
Fonte: www.saude.pr.gov.br
Sangue
O sangue é uma combinação de líquido, células e partículas semelhantes à células, que circula através das artérias, capilares e veias, liberando oxigênio e nutrientes essenciais aos tecidos e eliminando dióxido de carbono e outros produtos da degradação metabólica.
Componentes Líquidos
Mais de 50% do sangue consiste em um líquido (plasma), que é composto principalmente por água que contém sais dissolvidos e proteínas. A principal proteína do plasma é a albumina. Outras são anticorpos (imunoglobulinas) e proteínas que participam do processo da coagulação. O plasma também contém hormônios, eletrólitos, gorduras, açúcares, minerais e vitaminas. O plasma faz muito mais que transportar as células sangüíneas.
Ele provê um reservatório de água para o organismo, impede o colapso e a obstrução dos vasos sangüíneos e ajuda a manter a pressão arterial e a circulação através do organismo. Mais importante, os anticorpos presentes no plasma defendem ativamente o organismo contra substâncias estranhas como vírus, bactérias, fungos e células cancerosas. As proteínas que participam do processo de coagulação controlam o sangramento. Além de transportar hormônios e regular seus efeitos, o plasma resfria e aquece o sangue de acordo com a necessidade.
Componentes Celulares
Os componentes celulares do sangue são os eritrócitos, os leucócitos e as plaquetas, que se encontram suspensos no plasma. Os eritrócitos (glóbulos vermelhos) são os mais numerosos dos três componentes celulares e, normalmente, representam quase a metade do volume sangüíneo. Essas células encontram-se repletas de hemoglobina, o que lhes permite transportar oxigênio a partir dos pulmões e liberá-lo para todos os tecidos do organismo.
O oxigênio é consumido para prover energia às células, deixando o dióxido de carbono como um produto metabólico, o qual os eritrócitos retiram dos tecidos e transportam até os pulmões. A quantidade dos leucócitos (glóbulos brancos) é menor, em uma proporção de 1 leucócito para cada 660 eritrócitos. Existem cinco tipos principais de leucócitos que atuam em conjunto para prover os principais mecanismos de combate contra infecções do organismo, incluindo a produção de anticorpos.
Os leucócitos mais prevalentes são os neutrófilos, também denominados granulócitos por conterem grânulos cheios de enzimas. Eles ajudam a proteger o organismo contra infecções bacterianas e fúngicas e fagocitam (ingerem) partículas estranhas.
Existem dois tipos de neutrófilos: os bastonetes (imaturos) e os segmentados (maduros).
Os linfócitos são divididos em dois tipos principais: os linfócitos T, que auxiliam na proteção contra as infecções virais e conseguem detectar e destruir algumas células cancerosas, e os linfócitos B, que transformam-se em células produtoras de anticorpos (células plasmáticas ou plasmócitos). Os monócitos fagocitam células mortas ou lesadas e proporcionam defesas imunológicas contra muitos organismos infecciosos. Os eosinófilos são encarregados de matar parasitas, de destruir células cancerosas e estão envolvidos nas respostas alérgicas. Os basófilos também participam em respostas alérgicas.
As plaquetas (trombócitos) são partículas semelhantes à célula e são menores do que os eritrócitos e os leucócitos. Sendo parte do mecanismo protetor do sangue de interrupção do sangramento, elas acumulam-se no local do sangramento, onde são ativadas. Após serem ativadas, elas tornam-se pegajosas e aglomeram, formando um tampão que ajuda a vedar o vaso sangüíneo e interromper o sangramento. Concomitantemente, elas liberam substâncias que ajudam no processo de coagulação.
Os eritrócitos tendem a circular livremente no fluxo sangüíneo, mas isso não ocorre com os leucócitos. Muitos deles aderem às paredes dos vasos sangüíneos ou inclusive penetram nas paredes para entrar em outros tecidos. Quando os leucócitos atingem o local de uma infecção ou de um outro problema, eles liberam substâncias que atraem mais leucócitos. Os leucócitos atuam como um exército, dispersos por todo o organismo, mas preparados para a ordem imediata de se agruparem e expulsar qualquer organismo invasor.
Desenvolvimento das Células Sangüíneas
As células-tronco dividem-se e seguem vias de desenvolvimento diferentes que resultam em diferentes tipos de células sangüíneas e plaquetas.
Formação das Células do Sangue
Os eritrócitos (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas são produzidos na medula óssea. Além disso, os linfócitos também são produzidos nos linfonodos, no baço e os linfócitos T são produzidos e amadurecem no timo, que é uma pequena glândula localizada próximo do coração. O timo somente encontra-se em atividade nas crianças e nos adultos jovens. No interior da medula óssea, todas as células sangüíneas originam-se de um único tipo de célula, que é denominada célula-tronco. Quando uma célula-tronco se divide, ela inicialmente torna-se uma forma imatura de eritrócito, de leucócito ou de célula produtora de plaquetas (megacariócito).
A seguir, a célula imatura se divide, amadurece e, finalmente, torna-se um eritrócito, um leucócito ou uma plaqueta. A velocidade da produção das células sangüíneas é controlada de acordo com as necessidades do organismo. Quando o conteúdo de oxigênio nos tecidos corpóreos ou o número de eritrócitos diminuem, os rins produzem e liberam eritropoietina, um hormônio que estimula a medula óssea a aumentar a produção de eritrócitos. A medula óssea produz e libera mais leucócitos (glóbulos brancos), em resposta a infecções, e mais plaquetas, em resposta ao sangramentos.
Exames Laboratoriais de Sangue
Os médicos dependem de muitos exames laboratoriais diferentes de amostras de sangue para diagnosticar e controlar doenças. Alguns exames mensuram os componentes e a função do sangue em si; outros examinam substâncias presentes no sangue para determinar a função de outros órgãos. O exame de sangue mais comumente realizado é o hemograma completo, que é a avaliação básica dos componentes celulares do sangue. Este exame é realizado por equipamentos automáticos em menos de um minuto utilizando como amostra uma pequena gota de sangue. Além de determinar o número de células do sangue e plaquetas, a porcentagem de cada tipo de leucócito e o conteúdo de hemoglobina, o hemograma completo normalmente avalia o diâmetro e a forma dos eritrócitos.
Os eritrócitos anormais podem estar fragmentados ou apresentar a forma de lágrima, de lua crescente ou de agulha. Conhecer uma forma ou um diâmetro anormal específico pode ajudar omédico a diagnosticar certas doenças. Por exemplo, as células falciformes (em forma de foice) são características da doença das células falciformes; eritrócitos pequenos podem indicar o estágio inicial de uma deficiência de ferro; e eritrócitos grandes e ovalados indicam a deficiência de ácido fólico ou vitamina B12 (anemia perniciosa). Outros exames fornecem informações adicionais sobre as células sangüíneas. A contagem de reticulócitos é o número de eritrócitos recém-formados (jovens; também denominados reticulócitos) contidos em um determinado volume de sangue. Normalmente, os reticulócitos representam aproximadamente 1% do número total de eritrócitos.
Quando o organismo necessita de mais eritrócitos (p.ex., na anemia), a medula óssea comumente reage através da produção de uma quantidade maior de reticulócitos. Portanto, a contagem de reticulócitos é uma medida da função da medula óssea. Os exames destinados a determinar a fragilidade e as características de membrana do eritrócito ajudam o médico ainda mais na avaliação da causa da anemia. Os leucócitos (glóbulos brancos) podem ser contados como um grupo (contagem leucocitária total). Quando há necessidade de informações mais detalhadas, o médico solicita uma contagem dos tipos específicos de leucócitos (contagem leucocitária diferencial). As plaquetas também podem ser contadas separadamente. Um dos exames mais comuns realizados no plasma é a análise dos eletrólitos
Coleta de uma Amostra de Medula Óssea
As amostras de medula óssea geralmente são coletadas do osso do quadril (crista ilíaca). O indivíduo pode colocar-se em decúbito lateral, de costas para o médico, com o joelho da perna de cima flexionado. Após anestesiar a pele e o tecido localizados sobre o osso, o médico insere uma agulha no mesmo e coleta a amostra da medula óssea.
Os eletrólitos incluem o sódio, o cloreto, o potássio e o bicarbonato, assim como subtâncias menos comumente mensuradas como o cálcio, o magnésio e os fosfatos. Outros exames mensuram a quantidade de proteínas (geralmente a albumina), de açúcar (glicose) e de produtos metabólicos e tóxicos que os rins normalmente filtram (creatinina e nitrogênio uréico do sangue). A maioria dos outros exames de sangue é útil para controlar a função de outros órgãos. Como o sangue transporta muitas substâncias essenciais para o funcionamento do organismo, os exames de sangue podem ser utilizados para se descobrir o que está ocorrendo no organismo. Por exemplo, a função da tireóide pode ser avaliada mais facilmente através da determinação da concentração sérica dos hormônios tireoidianos do que através da coleta direta de material da tireóide. Da mesma forma, a dosagem da concentração sérica de enzimas hepáticas e de proteínas é mais fácil do que a coleta direta de uma amostra de tecido hepático.
Exame da Medula Óssea
Algumas vezes, deve ser realizado o exame de uma amostra de medula óssea para se determinar a razão pela qual as células sangüíneas encontram- se anormais.
O médico pode realizar dois tipos de coleta de amostra de medula óssea: o aspirado de medula óssea e uma biópsia nuclear de medula óssea. Geralmente, o material é coletado do osso do quadril (crista ilíaca), embora, algumas vezes, sejam realizados aspirados do esterno. Em crianças de baixa idade, a amostra é coletada de uma vértebra ou da tíbia.
Ambos os tipos de amostras geralmente são coletados ao mesmo tempo. Após a realização de uma anestesia local, uma agulha pontiaguda de uma seringa é inserida no osso. Para o aspirado de medula óssea, o médico aspira com a seringa uma pequena quantidade de medula óssea macia, que pode ser espalhada sobre uma lâmina para ser examinada ao microscópio.
Exames especiais como, por exemplo, culturas para bactérias, fungos e vírus ou a análise de cromossomos, podem ser realizados utilizando-se uma parte da amostra. Apesar do aspirado freqüentemente fornecer informações suficientes para o estabelecimento do diagnóstico, o processo de aspirar a medula óssea para o interior da seringa altera a frágil estrutura da medula óssea. Conseqüentemente, a determinação da disposição original das células torna-se difícil. Quando a relação anatômica exata das células deve ser determinada e a estrutura do tecido avaliada, o médico também realiza uma biópsia nuclear.
É realizada a remoção de um pequeno núcleo de medula óssea intacta com um dispositivo localizado no interior de uma agulha especial. O fragmento é preservado e cortado em lâminas finas que são examinadas ao microscópio. A coleta de uma amostra de medula óssea comumente provoca apenas uma discreta sensação de dor, acompanhada por um desconforto mínimo. O procedimento leva apenas alguns minutos para ser realizado.
Colheita e classificação do sangue
Existem organismos de saúde oficiais que regulam a colheita, o armazenamento e o transporte do sangue e seus componentes. Muitas autoridades sanitárias locais e estatais, assim como a Cruz Vermelha e os bancos de sangue, entre outros, têm as suas próprias normas adicionais.
Os dadores de sangue submetem-se a vários exames para constatar o seu estado de saúde. Toma-se o seu pulso, mede-se a pressão arterial e a temperatura e analisa-se uma amostra de sangue para verificar se estão anémicos. Pergunta-se-lhes se sofrem ou sofreram de alguma doença que os impossibilite de doar sangue. Doenças como a hepatite, problemas cardíacos, cancro (salvo certos tipos, como o cancro de pele localizado), a asma grave, o paludismo, as perturbações hemorrágicas, a SIDA e a possível exposição ao vírus da SIDA podem incapacitar um dador de forma permanente. A exposição à hepatite, uma gravidez, uma grande cirurgia recente, uma pressão arterial alta mal controlada, uma pressão arterial baixa, uma anemia ou o uso de certos medicamentos podem incapacitar um dador temporariamente. Estas restrições foram desenvolvidas para proteger tanto o dador como o receptor. Em geral, não se permite aos dadores dar sangue mais de uma vez em cada dois meses. O costume de pagar aos dadores de sangue quase desapareceu, já que incentivava os necessitados a apresentarem-se como dadores e negavam ter qualquer doença que os incapacitasse como tais.
Para os dadores seleccionados, dar sangue é muito seguro. Todo o processo precisa de cerca de uma hora; a doação em si mesma não leva mais de 10 minutos.
Habitualmente experimenta-se uma sensação de comichão quando se espeta a agulha, mas o próprio processo é indolor.
A unidade de sangue doada anda à volta de meio litro. O sangue recém-obtido é selado em bolsas de plástico que contêm conservantes e um composto anticoagulante. Uma amostra pequena de cada dador é examinada para detectar doenças infecciosas como a SIDA, a hepatite viral e a sífilis. O sangue refrigerado conserva-se em bom estado durante 42 dias. Em circunstâncias especiais (por exemplo, para conservar um tipo de sangue pouco comum) os glóbulos vermelhos podem ser congelados e conservados durante um máximo de 10 anos.
Como realizar uma transfusão de sangue que não é compatível com o receptor pode ser perigoso, o sangue doado é habitualmente classificado em grupos A, B, AB ou O e como Rh positivo ou Rh negativo. Por exemplo, o tipo de sangue de uma pessoa pode pertencer ao grupo O positivo ou ao AB negativo. Como precaução adicional, antes de começar a transfusão, um técnico mistura uma gota do sangue do dador com sangue do receptor para se assegurar de que são compatíveis; este procedimento denomina-se teste de compatibilidade.
O sangue e os componentes sanguíneos
Tipos de Sangue Compatíveis
Uma pessoa que precisa de uma grande quantidade de sangue com urgência (alguém que está sangrando muito, por exemplo) pode receber sangue completo para facilitar a recuperação da circulação e do volume de sangue. Também se pode administrar sangue completo quando o componente sanguíneo necessário não se encontra disponível sob forma separada.
Tipos de sangue compatíveis
O componente do sangue que mais habitualmente se transfunde são os concentrados de glóbulos vermelhos, que podem restabelecera capacidade do sangue para transportar oxigénio. Este componente pode dar-se a uma pessoa com hemorragia ou anemia grave. Visto que os glóbulos vermelhos congelados são muito mais caros do que os concentrados de glóbulos vermelhos, habitualmente reservam-se aqueles para as transfusões dos tipos de sangue menos comuns.
Algumas pessoas que precisam de sangue são alérgicas a este. Se os medicamentos não conseguem prevenir as reações alérgicas, a pessoa pode ter que receber glóbulos vermelhos lavados. A lavagem dos glóbulos vermelhos retira do plasma do dador quase todo o rastro de substâncias que podem causar reações alérgicas.
Uma quantidade reduzida de plaquetas (trombocitopenia) pode causar uma hemorragia grave e espontânea. A transfusão de plaquetas pode restaurar a capacidade de coagulação do sangue. Os fatores da coagulação são as proteínas do plasma que normalmente trabalham com as plaquetas para que o sangue coagule. Se não existisse esta coagulação, a hemorragia não cessaria depois de se produzir uma lesão. Os concentrados de fatores da coagulação do sangue podem ser fornecidos às pessoas que sofrem de uma doença hereditária do sangue, como a hemofilia ou a síndroma de Von Willebrand.
Os fatores de coagulação encontram-se no plasma. O plasma fresco congelado utiliza-se nas perturbações do sangue quando não se conhece o fator de coagulação que falta ou quando não se dispõe do concentrado do mesmo. Também se usa quando a hemorragia é causada por uma produção insuficiente de fatores de coagulação, como no caso de uma insuficiência hepática.
Não é frequente que se realize uma transfusão de células brancas para tratar de infecções letais em pessoas cuja contagem de glóbulos brancos é muito baixa ou cujos glóbulos brancos funcionam de forma anormal. Nestes casos, habitualmente receitam-se antibióticos. Ocasionalmente, administram-se anticorpos (imunoglobulinas), componentes do sangue que protegem o organismo de algumas doenças, para criar imunidade em pessoas que foram expostas a uma doença infecciosa como a varicela ou a hepatite, ou naquelas que apresentam uma baixa quantidade de anticorpos.
Tratamento de doenças mediante transfusões de sangue
Os médicos usam um tipo de transfusão chamada hemaférese para tratar certas doenças. A hemaférese é um processo de purificação. Consiste em extrair sangue de uma pessoa, eliminar os elementos ou componentes prejudiciais e efetuar uma retransfusão do sangue purificado.
Os dois tipos mais comuns de hemaférese recebem o nome de citaférese e plasmaférese. A citaférese extrai as quantidades excessivas de certas células sanguíneas. Utiliza-se para tratar a policitemia (um excesso de glóbulos vermelhos), certos tipos de leucemia (um excesso de glóbulos brancos) e a trombocitose (um excesso de plaquetas). A plasmaférese (intercâmbio de plasma) extrai os elementos prejudiciais do plasma (a parte líquida do sangue).
Por exemplo, usa-se para tratar a miastenia grave e a síndroma de Guillain-Barré.
Difícil e cara, a hemaférese está normalmente reservada para pessoas com doenças graves que não responderam ao tratamento convencional. Para ser útil, a hemaférese deve extrair o elemento sanguíneo a uma velocidade superior à que o corpo necessita para o produzir. A hemaférese deve ser repetida apenas se for necessário, já que as deslocações importantes de líquidos entre os vasos sanguíneos e os tecidos que ocorrem quando se faz a extração e se realizam a transfusão e a retransfusão podem causar complicações em pessoas já doentes. A hemaférese pode contribuir para controlar algumas doenças, mas em geral não consegue curá-las.
Procedimentos de doação especial
Numa transfusão tradicional, uma pessoa doa sangue completo e outra pessoa recebe-o. Contudo, este conceito está a ampliar-se. Consoante o caso, uma pessoa pode receber um único componente sanguíneo, por exemplo as células ou os fatores de coagulação. A transfusão só de componentes seleccionados faz com que o tratamento seja específico, reduz os riscos dos efeitos colaterais e permite usar os diferentes componentes de uma única unidade de sangue para tratar de maneira eficaz várias pessoas. Noutros casos, uma pessoa pode receber o seu próprio sangue completo (transfusão autóloga).
Aférese
Na aférese, um dador dá apenas o componente sanguíneo específico que o receptor requer, em vez do sangue completo. Se um receptor necessita de plaquetas, extrai-se sangue completo do dador e uma máquina que separa os componentes do sangue extrai as plaquetas e devolve o resto do sangue ao dador. Como os dadores voltam a receber a maioria do seu sangue, podem doar, sem risco, de 8 a 10 vezes mais plaquetas durante um destes procedimentos do que as que se poderiam recolher se doassem sangue completo uma única vez.
Transfusão autóloga
A transfusão de sangue mais segura é aquela em que o dador também é o receptor, já que elimina o risco das incompatibilidades e das doenças induzidas pelo sangue. Por vezes, quando um doente sofre uma hemorragia ou é submetido a uma intervenção cirúrgica, pode colher-se o sangue e este ser devolvido ao doente.
É ainda mais frequente que a pessoa doe sangue que receberá depois numa transfusão. Por exemplo, um mês antes da intervenção, uma pessoa pode doar várias unidades de sangue para as receber (se for necessário) durante ou depois daquela.
Doação direta ou dirigida
Os familiares ou amigos podem doar sangue especificamente uns aos outros, desde que o grupo sanguíneo e o Rh do receptor e do dador sejam compatíveis.
Para alguns receptores, saber quem doou o sangue faz com que se sintam melhor, apesar de uma doação de um familiar ou amigo não ser necessariamente mais segura que a procedente de um desconhecido. O sangue de um familiar trata-se com irradiação para prevenir a doença do enxerto contra o receptor, que, embora pouco frequente, ocorre mais amiúde quando o receptor e o dador são aparentados.
Precauções e reações
Para minimizar os riscos de uma reação durante a transfusão, os responsáveis de saúde tomam várias precauções. Depois de verificarem duas vezes que o sangue que vão utilizar é compatível com o do receptor, administram-no lentamente, em geral durante duas horas ou mais para cada unidade de sangue. Como a maioria das reações adversas se produz durante os primeiros 15 minutos da transfusão, no princípio o receptor é observado cuidadosamente. Depois disto, uma enfermeira pode inspeccionar o receptor todos os 30 ou 45 minutos e, se apresentar uma reação adversa, pára-se a transfusão.
A maioria das transfusões são seguras e alcançam o seu objetivo; contudo, de vez em quando produzem-se reações ligeiras e raramente reações graves e fatais.
As reações mais frequentes são febre e alergias (hipersensibilidade), que ocorrem em 1 % a 2 % das transfusões. Os sintomas incluem prurido, erupções, inflamação, vertigens, febre e dor de cabeça. Com menos frequência aparecem dificuldades respiratórias, arquejos e espasmos musculares. Não é frequente que uma reação alérgica seja suficientemente grave para ser perigosa. Existem tratamentos que permitem praticar transfusões a pessoas que previamente sofriam de reações alérgicas.
Apesar de se verificar cuidadosamente a compatibilidade do sangue, ainda existem incompatibilidades que ocasionam a destruição dos glóbulos vermelhos administrados pouco depois da transfusão (reação hemolítica). Habitualmente, esta reação começa com uma sensação de incomodidade geral ou de ansiedade durante a transfusão ou imediatamente depois da mesma. Por vezes aparecem dificuldades respiratórias, pressão torácica, rubor e dor aguda nas costas. Muito raramente, as reações tornam-se mais graves ou mortais. O médico pode averiguar se uma reação hemolítica está a destruir os glóbulos vermelhos verificando se a hemoglobina libertada por estas células está presente no sangue e na urina do paciente.
Os receptores de transfusões podem sofrer uma sobrecarga de líquido. Os que sofrem de doenças cardíacas são muito vulneráveis, de maneira que as transfusões se realizam mais lentamente e sob um controlomais rigoroso.
A doença do enxerto contra o receptor é uma complicação não usual que afeta as pessoas cujo sistema imunitário se encontra lesado principalmente por drogas ou doenças. Nesta doença, os tecidos do receptor (hospedeiro) são atacados pelos glóbulos brancos do dador (enxerto). Os sintomas incluem febre, pressão arterial baixa, erupções, destruição de tecido e choque.
Fonte: www.msd-brazil.com
Sangue
Doação de Sangue
O sangue é um composto de células que cumprem funções como levar oxigênio a cada parte do nosso corpo, defender nosso organismo contra infecções e participar na coagulação. Não existe nada que substitua o sangue.
A quantidade de sangue retirada não afeta a sua saúde porque a recuperação é imediatamente após a doação. Uma pessoa adulta tem em média cinco litros de sangue e em uma doação são coletados no máximo 450ml de sangue. É pouco para você e muito para quem precisa! Você passará por uma entrevista que tem o objetivo de dar maior segurança para você e aos pacientes que receberão o seu sangue. Seja sincero ao responder as perguntas! Neste momento você também receberá informações e poderá tirar todas as suas dúvidas.
Condições básicas para doar sangue:
Sentir-se bem, com saúde
Apresentar documento com foto, válido em todo território nacional
Ter entre 18 e 65 anos de idade
Ter peso acima de 50 Kg.
Recomendações para o dia da doação:
Nunca vá doar sangue em jejum
Faça um repouso mínimo de 6 horas na noite anterior a doação
Não tome bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores
Evite fumar por pelo menos 2 horas antes da doação
Evite alimentos gordurosos nas 3 horas antes da doação
As pessoas que exercem profissões como: pilotar avião ou helicóptero, conduzir ônibus ou caminhões de grande porte, sobem em andaimes e praticam pára-quedismo ou mergulho, devem interromper estas atividades por 12 horas antes da doação.
Quem não pode doar?
Quem teve diagnóstico de hepatite após os 10 anos de idade
Mulheres grávidas ou que estejam amamentando
Pessoas que estão expostas a doenças transmissíveis pelo sangue como AIDS, hepatite, sífilis e doença de chagas
Usuários de drogas
Aqueles que tiveram relacionamento sexual com parceiro desconhecido ou eventual, sem uso de preservativos.
O que acontece depois da doação?
O doador recebe um lanche, instruções referentes ao seu bem estar e poderá posteriormente conhecer os resultados dos exames que serão feitos em seu sangue.
Estes testes detectarão doenças como AIDS, Sífilis, Doença de Chagas, HTLV I/II, Hepatites B e C, além de outro exame para saber o tipo sanguíneo. Se for necessário confirmar algum destes testes, o doador será convocado para coletar uma nova amostra e se necessário, encaminhado a um serviço de saúde.
O que acontece com o sangue doado?
Todo sangue doado é separado em diferentes componentes (hemácias, plaquetas e plasma) e assim poderá beneficiar mais de um paciente com apenas uma unidade coletada. Os componentes são distribuídos para os hospitais para atender aos casos de emergência e aos pacientes internados.
Fonte: bvsms.saude.gov.br
Sangue
Composição, células, coagulação, hemograma
Introdução
A função básica do sistema cardiovascular é comunicação das células entre si, produzindo um fluxo, e com o meio externo, havendo uma integração com os sistemas respiratório, renal e digestivo.
Do ponto de vista biofísico, a variável fundamental para que o sistema vascular exerça sua função primária é gerar fluxo. Para que haja fluxo, é necessário gradiente. Quando se fala em fluxo de volume, de ar, sangue e líquidos, está se referindo a um gradiente de pressão. Quando essa referência é microscópica, tratando-se do fluxo de moléculas, fala-se de gradiente eletroquímico.
A força física que determina o fluxo sangüíneo é o gradiente de pressão, contraposto pela resistência vascular, que se caracteriza pelo diâmetro do vaso. O fluxo é determinado pelo volume dividido pelo tempo. A resistência vascular é inversamente proporcional à quarta potência do raio (R = 1/r4). Dessa forma, o principal mecanismo de controle do fluxo sangüíneo é a variação do raio das arteríolas. Essa variação é proporcionada pela variação do tônus, do grau de contração da musculatura lisa vascular.
O primeiro aspecto a ser verificado, em uma análise quantitativa e qualitativa do meio onde esse fluxo é gerado, caracteriza-se na verificação da quantidade de sangue intravascular no organismo, denominada volemia. A volemia é proporcional ao grau de hidratação do individuo. É importante salientar que, quando um indivíduo perde líquidos corporais, essa perda é proporcional nos espaços intracelular, extracelular e intravascular. Dessa forma, se um indivíduo encontra-se desidratado, ele está com hipovolemia.
O reconhecimento desse estado se dá pelos sinais de desidratação: olhos profundos, pele e mucosa ressecadas, e vários sinais funcionais, uma vez que, no indivíduo hipovolêmico, a função de gerar fluxo encontra-se prejudicada, causando sonolência, tonteira.
A volemia é um elemento fundamental para que o sistema cardiovascular exerça sua função de distribuir fluxo; dessa forma, com a diminuição da volemia, há um prejuízo da função global cardiovascular.
O sangue
O sangue, devido a sua complexidade, e o fato de ser composto por células que exercem funções específicas, pode ser chamado de tecido, do ponto de vista funcional. O sangue não é um líquido; ele se encontra em um estado fisiológico normal, próximo à composição líquida, na verdade, mais próximo do estado de sol (gel diluído).
O segundo aspecto é a observação da composição do sangue, e a terceira é a avaliação da sua função.
Para se conhecer a composição do sangue, a forma mais comum é a sua análise bioquímica e celular, por meio do hemograma. O sangue é composto basicamente de água (aproximadamente 90%), e é dividido em plasma (60%) e células. Na centrifugação do sangue não-coagulado, ocorre essa divisão, podendo se verificar que a parte mais densa (celular) é composta, principalmente, por hemácias, sendo denominada hematócrito. Embora o hematócrito seja toda a parte celular do sangue não-coagulado, no ponto de vista prático, pode-se caracterizar o hematócrito como a quantidade de hemácias presente no sangue. O aumento do hematócrito significa o aumento na quantidade de glóbulos vermelhos no sangue, que pode ser derivado de uma policitemia (aumento do número de células do sangue), ou devido à perda de líquido sangüíneo.
A contagem dos hematócritos é feita em relação ao plasma (parte líquida do sangue): proporção do sangue total ocupado pelos glóbulos vermelhos.
Os componentes celulares do sangue:
Os glóbulos vermelhos
Os glóbulos brancos
As plaquetas
As proteínas albumina e hemoglobina
Diferença entre plasma e soro
Os eletrólitos
Os micronutrientes
Os hormônios e excretas metabólicas
O grupo ABO
O fator Rh
Os glóbulos vermelhos
As hemácias são células anucleadas, que não se dividem, possuindo um tempo de vida limitado de cerca de 120 dias. Após esse período, sua membrana torna-se mais rígida, sendo incorporada pelo sistema retículo-endotelial, baço, fígado, e tendo seus componentes reaproveitados, inclusive o componente protéico da membrana, como a hemoglobina, para a formação de novas hemácias. Pode-se dizer que a hemácia é um �pacote� de hemoglobina, e sua morfologia é de um disco bicôncavo, sendo preenchida por essa proteína, que possui duas unidades, duas alfa e duas beta, com radicais heme.
A quantidade de hemácias presente no sangue de um indivíduo normal é na ordem de 3 a 4 milhões por decilitro de sangue. Se for analisada a quantidade de leucócitos (células brancas), outro grupo células presente, é observada uma quantidade muito inferior, sendo de 5 mil a 8 mil leucócitos por decilitro de sangue.
Por isso, considera-se, na prática, que quase todo o hematócrito é constituído de células vermelhas.
Com um processo de eritropoiese (síntese de células vermelhas) muito intenso, pode haver o aparecimento de células vermelhas jovens no sangue, podendo ser células mais jovens que os reticulócitos. A manifestação de umareticulocitose representa uma eritropoiese aumentada, podendo ter sido desencadeada por processos que causam anemia, por uma hipovolemia, exposição à altitude ou secreção de eritropoietina. Um indivíduo anêmico apresenta uma baixa na quantidade de hemácias e hemoglobina no sangue. Como as hemácias possuem um período de vida curto, poderá estar havendo uma síntese diminuída e/ou uma destruição aumentada, que estão levando ao quadro de anemia. A destruição das hemácias pode estar aumentada, devido a uma alta concentração de uréia no organismo por insuficiência renal, o que desestabiliza a membrana da hemácia, levando a sua destruição; devido a uma insuficiência hepática, criado uma situação sangüínea que destrói mais hemácias, num processo semelhante à insuficiência renal; ou devido a uma maior dificuldade de realizar síntese protéica; também pode ocorrer um problema de síntese por ausência dos substratos necessários para sintetizar hemoglobina e hemácia. A diminuição também pode ser decorrente de um sangramento, ou por defeito na medula óssea, como no caso da leucemia.
Os glóbulos brancos
Há dois tipos de glóbulos brancos: os mononucleares e os polimorfonucleares. Referente aos mononucleares, tem-se como principal representante os linfócitos, sendo os mais numerosos, e também os monócitos. Quando os monócitos fazem diapedese, penetrando e se fixando nos tecidos, recebem o nome de macrófagos.
Quanto aos polimorfonucleares, há três tipos: os eosinófilos, os basófilos e os neutrófilos. Dentre eles, os neutrófilos são os que mais estão presentes no sangue, e estão relacionados à reação de infecções do tipo bacteriana. Os eosinófilos estão relacionados a infecções do tipo parasitárias e a reações alérgicas.
Em quadros de reação alérgica, o indivíduo encontra-se com eosinofilia: aumento de eosinófilos na circulação. Os basófilos estão envolvidos no processo alérgico; quando fixados nos tecidos, são chamados de mastócitos. Essas células, na sua forma adulta, possuem núcleos segmentados, enquanto que, na sua forma imatura, seu núcleo é na forma de bastão, dando nome à célula.
Os polimorfonucleares podem se apresentar em formas ainda mais jovens que os bastões, dentre eles os metamielócitos e os mielócitos. A presença dessas células jovens no sangue ocorre quando a multiplicação de leucócitos estiver muito estimulada. Ao analisar um hemograma cuja taxa de polimorfonucleares jovens estiver alta, diz-se que há um desvio para a esquerda, pois normalmente não há formas jovens circulando no sangue. Esse desvio normalmente é causado por infecções bacterianas mais graves, e tem relação com os neutrófilos.
As plaquetas
Alguns autores não consideram as plaquetas como um tipo celular, uma vez que elas não apresentam núcleo e são formadas através de fragmentos de um trombócito. O trombócito é formado por grânulos de substâncias vasoativas, que se fragmentam e caem na circulação, caracterizando a formação das plaquetas.
As proteínas albumina e hemoglobina
A proteína que possui maior quantidade no plasma é a albumina, com concentração de 4 gramas por decilitro. A concentração de hemoglobina no sangue é de 12 gramas por decilitro. Entretanto, a hemoglobina está dentro de uma célula, sendo protegida por uma membrana, que evita que a mesma exerça pressão osmótica no plasma. Dessa forma, a proteína que possui maior concentração no sangue é a hemoglobina; contudo, a que possui maior concentração plasmática é a albumina. Há outras globulinas presentes nos sangue, como a alfaglobulina, a betaglobulina, gamaglobulina (anticorpo). Outras proteínas importantes no sangue são as responsáveis pela coagulação, como o fibrinogênio, possuindo uma grande concentração no plasma.
Diferença entre plasma e soro
A centrifugação do sangue sem anticoagulante levará à coagulação do centrifugado; durante este processo, há o consumo de fibrinogênio, assim como todos os fatores envolvidos na coagulação, com liberação de substâncias que se encontravam dentro das plaquetas; dessa forma, constitui-se o soro.
Para a obtenção do plasma, faz-se a centrifugação do sangue com o anticoagulante. Observa-se, então, que o fibrinogênio não está presente no soro, pois este foi utilizado para a formação de fibrina, ao contrário do plasma, que o possui. Encontram-se no soro mediadores liberados pelas plaquetas, que não estão presentes no plasma. Pode-se dizer que o soro é, basicamente, o plasma sem o fibrinogênio.
Os eletrólitos
Um outro componente celular do sangue são os eletrólitos. O íon que possui maior concentração no sangue é o Na+, com 140 mil equivalentes por litro, seguido pelo Cl- (90 mil equivalentes por litro), HCO3- (25 mil equivalente por litro), K+ (25 mil equivalente por litro), Mg, dentre outros. A quantidade de K+ é menor, pois o potássio possui um papel importante na eletrofisiologia das membranas musculares e neurais. Esses íons circulam na parte aquosa do plasma.
Os micronutrientes
No sangue também estão presentes micronutrientes, como aminoácidos, pequenos peptídeos, glicose, lipídios, ácidos graxos, fosfolipídios, triglicerídeos. Estes micronutrientes circulam no sangue por meio de uma ligação com apolipoproteínas (parte protéica da lipoproteína). De acordo com a proporção da parte protéica em relação à parte lipídica, a densidade da molécula é diferente, pois os lipídios possuem densidade menor que a água e as proteínas possuem densidade maior que a água.
Devido a isso, existem quatro tipos básicos de lipoproteínas: HDL (alta densidade), LDL (baixa densidade), VLDL (densidade muito baixa) e quilomícron. A concentração do quilomícron na circulação linfática é infinitamente maior do que na circulação sangüínea. A diferença na densidade dessas lipoproteínas explica o porquê da maior concentração de HDL ser protetora para eventos cardiovasculares. No processo de desenvolvimento de arterosclerose, assim como infarto do miocárdio e infarto cerebral, a concentração de HDL, sendo maior, irá proporcionar uma maior captação de colesterol do endotélio, devido a sua maior parte protéica, levando-o ao meio para ser metabolizado. Em contraposto, o aumento da concentração de LDL contribui com o desenvolvimento de arterosclerose, pois ela tem o papel de distribuição do colesterol em direção ao endotélio.
Os hormônios e excretas metabólicas
Também são encontrados no sangue hormônios, podendo ser protéicos, como a insulina, tireoidiano, ou lipídicos, derivados do colesterol, sendo representados pelos hormônios sexuais e supra-renais. Há também excretas metabólicas, derivadas do produto do metabolismo da circulação renal e linfática, como uréia, creatinina, assim como moléculas no estado gasoso, oxigênio e gás carbônico.
O grupo ABO
É importante salientar que nem todas as hemácias são iguais; algumas proteínas que estão presentes na superfície da membrana das hemácias são diferentes entre os indivíduos.
Dessa forma, existe três grupos de proteínas que variam de um indivíduo para o outro: ABO, Rh e MN.
O que tem um maior impacto clínico são as proteínas do grupo ABO e do fator Rh. Em relação ao grupo ABO, algumas pessoas possuem as proteínas de membrana dos eritrócitos que foram chamadas de tipo A. Outros possuem um diferente tipo de proteína que foi denominada de tipo B. Outras possuem as duas proteínas, ou não possuem nenhuma das duas. É dessa forma que se dividem os diferentes grupos sangüíneos. Também estão presentes no sangue anticorpos para a proteína que não está presente na membrana do eritrócito. Por exemplo, quem possui a proteína do tipo A na circulação, possui o aglutinogênio do tipo A e gamaglobulinas do tipo B. A doação de sangue é feita sempre transferindo o sangue a um indivíduo que não possua anticorpos para o aglutinogênio do doador.
Dessa forma, um indivíduo A não poderá receber sangue do tipo B, pois ele possuirá anticorpo contra a proteína B. Assim, uma pessoa do tipo A poderá doar sangue para outra do mesmo tipo sangüíneo, ou para outra que não possua anticorpo anti-A, sendo esse indivíduo do tipo AB. O mesmo ocorre com o tipo sangüíneoB. O tipo sangüíneo O possui anti-A e anti-B, não possuindo proteínas na membrana do eritrócito, podendo este sangue ser transfundido para qualquer pessoa, caracterizando o doador universal. Entretanto, como o indivíduo possui gamaglobulinas do tipo A e B, a transfusão deve ser em pouca quantidade.
O fator Rh
Uma outra proteína importante é o fator Rh, que pode existir na membrana ou não. O individuo Rh+ não desenvolve o anticorpo, uma vez que possui a proteína na membrana. Entretanto, o que é Rh-, não possui a proteína na membrana, desenvolvendo o anticorpo. Assim, um indivíduo Rh- pode doar sangue para um outro Rh+, entretanto, o oposto não pode ocorrer.
A hemostasia
Os conceitos de hemostase e homeostasia são distintos. O processo de hemostase ou de hemostasia é importante, pois previne a perda da volemia.
É um processo de interrupção do sangramento, sendo composto de duas partes: vascular e sangüínea. O processo vascular é referente à reação vascular a uma determinada agressão, e o processo sangüíneo é o de coagulação.
No processo vascular, a hemostasia causa um reflexo neural de vasoconstrição simpática e, principalmente, um reflexo miogênico com a contração muscular, assim como os mediadores vasoconstritores liberados pelas plaquetas. Quanto maior for à destruição celular, no processo da lesão vascular, maior será a vasoconstrição, pois maior será a liberação de mediadores vasoconstritores, a reação miogênica será mais potente e o reflexo neural, mais poderoso. A vasoconstrição é o efeito mais importante que ocorre numa lesão, podendo interromper o sangramento por alguns segundos.
A fase sangüínea pode ser dividida em fase plaquetária e fase de formação de coágulo. A fase plaquetária é a ativação das plaquetas, com a adesão entre elas, e posterior degranulação, funcionando como um tampão físico na lesão. Esse papel de tampão que as plaquetas assumem é contínuo, pois todos os vasos sangüíneos são compostos de células endoteliais que se encaixam. Em alguns momentos, há a formação de poros que são continuamente obstruídos pelas plaquetas. Um indivíduo com trombocitopenia apresenta uma expressão cutânea denominada petéquia, apresentando sangramento na forma de pontinhos na pele, por todo o corpo. No caso de uma lesão pequena, pode não ocorrer coagulação, pois a fase plaquetária pode, sozinha, desenvolver uma hemostasia.
A coagulação sangüínea
Quando há uma lesão maior, é necessário que ocorra a fase de formação de coágulo. A coagulação é um processo de amplificação de uma resposta inicial, desencadeada por uma via intrínseca ou extrínseca. A via intrínseca é, basicamente, ligada à ativação de enzimas dentro do próprio sangue, e é, tipicamente, desencadeada quando ocorre estase sangüínea, ou seja, quando, no local da lesão, a velocidade do fluxo diminui muito, leva a facilitação de interação entre algumas proteínas, desencadeando a coagulação e a formação de trombo.
Já a via extrínseca está diretamente relacionada à lesão vascular, e a exposição desses fatores intrínsecos a substâncias no interstício. Independente se o processo de coagulação se dá através da via extrínseca ou intrínseca, o resultado será a ativação da enzima protrombinase, que catalisa a transformação de protrombina em trombina. A trombina é uma enzima importante, pois ela que catalisa a transformação de fibrinogênio em fibrina , formando a rede de coágulo sobre o qual vai se desenvolver o tampão.
A hemofilia é uma doença genética, sendo que a mais comum é a que possui uma deficiência na síntese do fator VIII, o que leva ao processo de coagulação mais lento, sendo pouco eficiente, e necessitando receber transfusões periódicas, porém não do sangue total, mas de um concentrado de plasma, composto principalmente de fatores da coagulação denominado de crio-concentrado. É um concentrado de plasma, rico em proteínas, dentre elas os fatores da coagulação, que tendem a repor a capacidade de coagulação. Paralelamente à formação do trombo, existe ativação do sistema do plasminogênio, que ocorre mais lentamente, e é responsável pelas enzimas capazes de interromper a coagulação e de quebrar o coágulo.
Fonte: www.uff.br
Sangue
Você sabia que o sangue é um tecido vivo? Que é formado por quatro componentes básicos? Quando foram feitas as primeiras transfusões de sangue? E, afinal, para que ele serve?
Este espaço é destinado a estudantes e pesquisadores. Aqui, você poderá tirar essas e muitas outras dúvidas sobre o sangue, seus componentes e a história da doação de sangue.
O que é sangue?
O sangue carreia nutrientes, gases e produtos do metabolismo das células. Até os dias de hoje não existe nenhum substituto para o sangue. Doadores são a única fonte de sangue para os pacientes que dele necessitam.
O sangue possui uma parte líquida denominada plasma e uma parte celular composta de glóbulos vermelhos ou hemácias, glóbulos brancos ou leucócitos e plaquetas. As células do sangue são produzidas na medula dos ossos, especialmente nos ossos chatos como vértebras, costelas e esterno. Essas células são essenciais para a vida, pois são responsáveis pelo transporte do oxigênio aos tecidos, pelo controle das infecções do organismo e por ajudar no controle de sangramento.
Uma unidade de sangue doada pode ser separada em: glóbulos vermelhos ou hemácias, plaquetas, plasma, e crioprecipitado (componentes não celulares).
Plasma
O plasma é a parte líquida do sangue. Sua função é transportar água e nutrientes para todos os tecidos do organismo. O plasma também contém sais minerais, proteínas relacionadas com a coagulação do sangue (fatores da coagulação) e com a defesa contra infecções (imunoglobulinas), hormônios, enzimas e as células do sangue.
Glóbulos vermelhos ou hemácias
As hemácias são células anucleadas e possuem a forma de um disco bicôncavo. Contêm no seu interior uma proteína chamada hemoglobina a qual é responsável pelo transporte do oxigênio do pulmão a todas as partes do organismo e do gás carbônico dos tecidos para os pulmões. A anemia resulta da alteração estrutural ou diminuição do número de glóbulos vermelhos ou da redução da quantidade de hemoglobina presente no seu interior.
Glóbulos brancos ou leucócitos
São os leucócitos as células de defesa do nosso organismo contra infecções. Eles possuem a capacidade de migrar do sangue para os tecidos e combater microorganismos que invadem o corpo. A diminuição do número de leucócitos ou a alteração da sua função deixa o organismo suscetível a múltiplas infecções.
Plaquetas
As plaquetas são pequenos fragmentos celulares presentes no sangue que contribuem para a parada do sangramento após um ferimento. Pacientes com diminuição do número de plaquetas ou que possuem plaquetas com função prejudicada têm risco aumentado de hemorragia.
O sangue é produzido na medula óssea dos ossos chatos, vértebras, costelas, quadril, crânio e esterno. Nas crianças, também os ossos longos como o fêmur produzem sangue.
História do sangue
A crença de que o sangue que dá e sustenta a vida também é capaz de salvá-la vem de tempos remotos. Entretanto, foram necessários séculos e séculos de estudos e pesquisas para a ciência descobrir sua real importância e dar a ele uso adequado. Até chegar esse dia, prevaleceram as práticas fundamentadas na intuição e no senso comum.
Conta-se que, na Grécia antiga, os nobres bebiam o sangue de gladiadores mortos na arena, a fim de obterem a cura de diversos males, entre eles a epilepsia.
Defendendo a sangria na cura de qualquer doença, o médico grego Galeno, reportando-se à teoria de Hipócrates, também concluiu pela existência de quatro humores no corpo humano: o sangue, a bile amarela, a bile negra e a fleuma.
Em 1492, no Século 15, para se curar de grave enfermidade, o papa Inocêncio VIII foi convencido a ingerir o sangue de três jovens que acabaram morrendo anêmicos, sem que se conseguisse restabelecer a saúde do pontífice.
As transfusões de sangue tiveram início no Século 17
Realizadas experimentalmente em animais, a primeira transfusão de sangue é atribuída a Richard Lower em demonstraçãorealizada em Oxford, em 1665.
A primeira experiência em ser humano aconteceu dois anos mais tarde, em 1667, em Paris. Seu autor foi Jean Baptiste Denis, professor de filosofia e matemática em Montpellier e médico do rei Luis XIV. Tomando um tubo de prata, Denis infundiu um copo de sangue de carneiro em Antoine Mauroy, de 34 anos, doente mental que perambulava nu pelas ruas da cidade.
Conta-se que após resistir a duas transfusões, Mauroy teria falecido provavelmente em conseqüência da terceira.
Um fato curioso: as transfusões de sangue nessa época eram heterólogas, isto é, com sangue de animais de espécies diferentes. Denis defendia a prática argumentando que, ao contrário do humano, o sangue de animais estaria menos contaminado de vícios e paixões.
Considerada criminosa, a transfusão heteróloga foi proibida na Faculdade de Medicina de Paris e, posteriormente, na de Roma (Itália) e na Royal Society, da Inglaterra.
As transfusões com sangue humano datam do século 19
Embora proibidas, as experiências não foram de todo abandonadas. Em 1788 (Século 18), após tentativas fracassadas com transfusões heterólogas, Pontick e Landois obtiveram resultados positivos realizando transfusões homólogas (entre animais da mesma espécie), concluindo que elas poderiam ser benéficas e inclusive salvar vidas.
A primeira transfusão com sangue humano é atribuída a James Blundell, em 1818 que, após realizar com sucesso experimentos em animais, transfundiu sangue humano em mulheres com hemorragia pós-parto.
O leite e a transfusão braço-a-braço
Apesar do avanço que representava a transfusão homóloga, no final do Século 19, problemas relacionados à coagulação do sangue e a outras reações adversas continuavam a desafiar os cientistas. Para enfrentar a questão, chegou-se a utilizar leite e até sangue de cadáver em transfusões; porém, as experiências foram logo abandonadas. Paralelamente, desenvolveram-se equipamentos para a realização de transfusão indireta, além de técnicas cirúrgicas que permitissem a transfusão direta, utilizando-se a artéria do doador e a veia do receptor, procedimento que ficou conhecido como transfusão �braço-a-braço�.
Grupo sangüíneo ABO e fator RH
A descoberta do sistema de grupo sangüíneo ABO
Em 1900, final do Século 19, o imunologista austríaco, Karl Landsteiner, observou que o soro do sangue de uma pessoa muitas vezes coagula ao ser misturado com o de outra, descobrindo o primeiro e mais importante sistema de grupo sangüíneo existente no organismo: o ABO.
O sangue possui antígenos e anticorpos
Existem em nosso sangue certos tipos de glóbulos brancos, chamados linfócitos, cuja função é produzir proteínas especiais denominadas anticorpos. Quando microorganismos ou substâncias estranhas, denominadas genericamente antígenos, penetram em nosso corpo, os linfócitos entram em ação e passam a produzir anticorpos contra os invasores. Em geral, a reação do anticorpo com o antígeno acaba causando a destruição ou a inativação dos antígenos. Essa reação de defesa é fundamental para proteger nosso organismo contra o constante assédio de microorganismos causadores de doenças.
Incompatibilidade sangüínea no sistema ABO
Landsteiner percebeu que as hemácias ou glóbulos vermelhos do sangue podem ter, ou não, aderidos em suas membranas, dois tipos de antígenos, A e B, nos quais podem existir quatro tipos de hemácias:
A: apresentam apenas antígeno A;
B: apresentam apenas antígeno B;
AB: apresentam antígenos A e B;
O: não apresentam nenhum dos dois antígenos.
No plasma podem existir, ou não, dois tipos de anticorpos: Anti-A e Anti-B.
Assim:
O indivíduo de sangue tipo A não produz anticorpos Anti-A, mas é capaz de produzir anticorpos Anti-B, uma vez que o antígeno B lhe é estranhoO indivíduo de sangue tipo B não produz anticorpos Anti-B, mas é capaz de produzir anticorpos Anti-A, uma vez que o antígeno A lhe é estranhoO indivíduo AB não produz nenhum dos dois anticorpos pois os dois antígenos lhe são familiares
O indivíduo O é capaz de produzir anticorpos Anti-A e Anti-B, pois não apresenta em suas hemácias antígenos A e B.
A primeira transfusão precedida de exame de compatiblidade ABO foi realizada em 1907, por Reuben Ottenberg. No entanto, esse procedimento só passou a ser utilizado em larga escala a partir da Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918).
O sistema de grupo sangüíneo Rh
Quase quatro décadas após a descoberta do sistema de grupo sangüíneo ABO, outro fato que revolucionou a prática da medicina transfusional foi a identificação, também em humanos, do fator Rh, observado no sangue de macacos Rhesus.
Na população branca, cerca de 85% das pessoas possuem o fator Rh nas hemácias, sendo por isso chamados de Rh+ (Rh positivos). Os 15% restantes que não o possuem são chamados de Rh- (Rh negativos).
Incompatibilidade sangüínea no sistema Rh
É importante conhecer o tipo sangüíneo em relação ao sistema Rh, pois também nesse caso podem ocorrer reações de incompatibilidade em transfusões de sangue.
Um indivíduo Rh negativo só deve receber transfusão de sangue Rh negativo. Caso receba sangue Rh positivo, haverá sua sensibilização e a formação de anticorpos Anti-Rh.
Eritroblastose fetal
Os anticorpos Anti-Rh são responsáveis por uma doença conhecida como eritroblastose fetal ou doença hemolítica do recém-nascido, que decorre da incompatibilidade sangüínea entre a mãe e o feto (ela Rh- e ele Rh+), resultando na destruição das hemácias do feto pelos anticorpos Anti-Rh produzidos pela mãe.
Em 1951, eram conhecidos nove sistemas de grupos sangüíneos: Atualmente, são 23.
Fonte: www.prosangue.sp.gov.br
Sangue
O sangue é constituído pelo plasma e pelas células sanguíneas que flutuam no plasma. O plasma contém 90% de água e várias substâncias dissolvidas, entre elas, albumina (4,5%), globulinas (2%), fibrinogénio (0,3%), glicose (0,1%) e outras substâncias em menor concentração (aminoácidos, hormonas, enzimas, Na+, POH, HCO, Ureia, etc.
Os elementos celulares do sangue são: Os glóbulos vermelhos (eritrócitos), os glóbulos brancos (leucócitos) e as plaquetas sanguíneas (Fig.abaixo).
Componentes celulares do sangue
Qualquer alteração no número normal de células sanguíneas é de importância clínica pois pode indicar que certas alterações fisiológicas estão a ocorrer no organismo.
O conjunto de dados obtidos, quando comparados com os seus valores normais, permite uma avaliação do estado fisiológico geral do organismo.
	Células
	Células / mm Sangue
	Glóbulo Brancos (%)
	Função
	Eritrócitos Homem
	 
	–
	Transporte de O e CO
	Eritrócitos Mulher
	 
	–
	Transporte de O e CO
	Leocócitos
	 
	 
	 
	Neutrófilos
	 
	 
	Fagocitose
	Eosinófilos
	 
	 
	Fagocitose
	Basófilos
	 
	 
	 
	Linfócitos
	 
	 
	Formação de anticorpos
	Monócitos
	 
	 
	Fagocitose
	Plaquetas
	 
	–
	Coagulação sanguínea
GRUPOS SANGUÍNEOS
Em 1901, Karl Landsteiner descobriu que há vários tipos de sangue e, portanto, não se podem fazer transfusões de sangue indiscriminadamente entre diferentes pessoas. Landsteiner obteve sangue de um grande número de pessoas e separou as células sanguíneas do plasma. Fez depois todas as combinações possíveis entre o plasma e glóbulos vermelhos dos vários sangues.
Observou que em alguns casos, depois de misturados, os glóbulos se mantinham em suspensão no plasma em que tinham sido colocados, mas noutros os glóbulos vermelhos agregavam-se em aglutinados enormes que sedimentavam imediatamente no fundo do tubo de ensaio.
Com base nestes resultados, foi possível considerar três grupos sanguíneos que Landsteiner denominou A, B, e O. Mais tarde reconheceu a existência de um quarto grupo, AB.
A partir desta descoberta inicial dos grupos sanguíneos, pelo menos mais nove grupos foram reconhecidos no sangue humano, alguns deles com subdivisões.
A causa da aglutinação observada por Landsteiner é a ocorrência de uma reação antigénio-anticorpo.
Assim, os antigénios (ou aglutinogénios ) que caracterizam os grupos sanguíneos são glicoproteínas específicas localizadas na membrana plasmática dos glóbulos vermelhos e os anticorpos (ou aglutininas), que reagemespecificamente com os aglutinogénios, são y-globulinas e encontram-se dissolvidos no plasma.
Na reação antigénio-anticorpo, a molécula do anticorpo tem dois locais de ligação e pode formar uma ponte entre dois eritrócitos, que por sua vez se ligam a outros eritrócitos, produzindo a aglutinação (Figura abaixo).
Mais tarde, em 1940, Landsteiner e Weiner descobriram a existência de um outro antigénio no sangue humano, o fator Rh, que pode dar reações de incompatibilidade sanguínea muito violentas.
Na realidade este fator é um conjunto de fatores, daí a designação de Sistema Rh, dos quais o mais antigénico é o antigénio D. As pessoas que contêm o fator Rh, designam-se Rh positivas e as que não contêm este fator são Rh negativas.
Representação esquemática da reação anticorpo-antigénio que ocorre quando glóbulos vermelhos contendo antigénio A são colocados na presença de aglutininas anti-A, com a consequente aglutinação dos glóbulos vermelhos.
Uma vez que as reações de aglutinação ocorrem rapidamente mesmo à temperatura ambiente, é possível determinar o grupo sanguíneo misturando uma pequena gota de sangue com vários soros contendo aglutininas específicas (anti-A, anti-B, ou anti-Rh) e observar se há ou não aglutinação. Os resultados possíveis encontram-se esquematizados na Figura acima.
PLAQUETAS SANGUÍNEAS
As plaquetas sanguíneas são formadas a partir de células da medula óssea, os megacariócitos, que emitem prolongamentos periféricos que se desprendem e passam para o sangue, formando as plaquetas sanguíneas. Um adulto normal tem cerca de 150.000 – 300.000 plaquetas por mm de sangue (Tabela I), que desempenham um papel primordial na coagulação sanguínea. Quando ocorre corte ou traumatismo de um vaso sanguíneo, o sangue sai para o exterior e a coagulação ocorre dentro de 3 a 5 minutos, impedindo a perda de sangue.
Fonte: www.sintoniasaintgermain.com.br
Sangue
Constituintes do Sangue e suas funções
AS HEMÁCIAS OU GLÓBULOS VERMELHOS
Hemácias
Células sanguíneas sem núcleo que contém hemoglobina, que é a substância responsável pela cor vermelha.
São as células mais numerosas do sangue.
A principal função é o transporte do oxigênio.
É na medula dos ossos que se formam os novos glóbulos vermelhos.
Estes glóbulos têm uma vida curta: duram cerca de quatro meses. Depois de morrerem, são desfeitos pelo fígado.
O sangue carregado de oxigénio tem cor vermelho-vivo e chama-se sangue arterial
Nas células é também a hemoglobina que fixa parte do dióxido de carbono libertado por estas e que o transporta até aos pulmões, para depois ser expulso para o exterior. O sangue, agora mais carregado de dióxido de carbono, tem cor vermelho-escura e chama-se sangue venoso.
OS LEUCÓCITOS OU GLÓBULOS BRANCOS
Leucócitos
Têm núcleo de forma variada.
São maiores que os glóbulos vermelhos e menos numerosos.
A sua principal função é defender o organismo contra os micróbios
AS PLAQUETAS
Plaquetas
São fragmentos de células sem núcleo. São os elementos mais pequenos do sangue.
A sua principal função é a coagulação do sangue quando este sai dos vasos sanguíneos.
O PLASMA
Parte líquida do sangue e ocupa mais de metade do seu volume.
É um líquido transparente e amarelado onde �flutuam� as células sanguíneas. É constituído por água, proteínas, glícidos, lípidos, vitaminas, minerais e substâncias nocivas, como o dióxido de carbono, a ureia, etc.
	Constituintes do sangue
	Funções
	Plasma
	Transportar nutrientes e substâncias tóxicas
	Glóbulos vermelhos
	Transportar oxigénio e algum dióxido de carbono
	Glóbulos brancos
	Defender o organismo
	Plaquetas sanguíneas
	Coagulação do sangue
Fonte: anossaescola.com
Sangue
O sangue humano é constituído por um líquido amarelado, o plasma, e por células e pedaços de células, genericamente denominados elementos figurados.
Plasma
Observação: Soro é o plasma sem fibrinogênio
Elementos Figurados
Eritrócitos (glóbulos vermelhos ou hemácias)
Transporte de oxigênio dos pulmões para os tecidos, através da hemoglobina.
São produzidas no interior dos ossos, a partir de células da medula óssea vermelha, como apresentado a seguir:
Gênese ou produção de hemácias pela medula óssea: hemocitoblasto > eritroblasto basófilo > eritroblasto policromatófilo > normoblato > reticulócito è eritrócito.
Durante os estágios iniciais, as células dividem-se muitas vezes e mudam de cor, devido à progressiva formação de maiores e maiores quantidades de hemoglobina. No estágio de normoblasto, o núcleo se degenera e a célula transforma-se num reticulócito. É nesse estágio que geralmente a célula deixa a medula óssea. O reticulócito contém ainda pequenos filamentos de retículo endoplasmático e continua a produzir pequenas quantidades de hemoglobina.
Contudo, o retículo degenera dentro de um ou dois dias e se transforma numa célula madura: o eritrócito, que circula pelo sangue durante aproximadamente 120 dias, antes de ser destruído.
Destruição das hemácias pelo baço
Porção globina (grupo protéico � formado por aminoácidos): digerido e reaproveitado.
Porção heme (grupo prostético � formado por átomos de ferro): a hemoglobina liberada das células que se fragmentam é fagocitada e digerida quase imediatamente, liberando ferro na corrente sangüínea, para ser conduzido para a medula óssea (para a produção de novas células vermelhas) e para o fígado (produção do pigmento biliar bilirrubina).
A redução de glóbulos vermelhos no sangue (eritropenia) ou a queda na concentração de hemoglobina chama-se anemia, caracterizada por cansaço e deficiência respiratória.
A anemia pode ter diversas causas:
Anemias carenciais
Surgem por deficiência de determinados nutrientes na dieta, como ferro, vitamina B12 e ácido fólico. A anemia provocada pela falta de ferro é chamada ferropriva; pela falta de vitamina B12 é a anemia perniciosa.
Anemias espoliativas
São resultado da perda de sangue causada por algumas doenças, como amebíase, amarelão, úlcera e gastrite.
Anemia Falciforme
Anemias hereditárias
São de base genética. Na talassemia ou �anemia do Mediterrâneo�, há desequilíbrio na produção de cadeias beta da hemoglobina, causando a produção deficiente de moléculas normais.
A anemia falciforme resulta da substituição de um único aminoácido na cadeia beta (ácido glutâmico por valina) da hemoglobina. Submetidas a baixas concentrações de oxigênio, as hemácias adquirem o aspecto de uma foice e são destruídas.
Anemias aplásticas
São originadas de doenças que comprometem a medula óssea vermelha, acarretando diminuição na produção de glóbulos vermelhos e demais células do sangue.
Ex: leucemia.
O aumento de glóbulos vermelhos no sangue (eritrocitose) geralmente se dá por uma adaptação fisiológica do organismo a locais de altitude elevada, onde o ar é rarefeito. Como a saturação de oxigênio é menor que ao nível do mar e a saturação de hemoglobina permanece normal, determinando diminuição da oferta de oxigênio nos tecidos. Como adaptação fisiológica, ocorre secreção de eritropoetina pelos rins, estimulando a medula óssea a produzir mais hemoglobina e mais glóbulos vermelhos. O aumento da quantidade dessas células eleva a capacidade de captação de oxigênio pelo ar.
Leucócitos (glóbulos brancos)
São células especializadas na defesa do organismo, combatendo vírus, bactérias e outros agentes invasores que penetram no corpo
Denomina-se leucocitose o fenômeno em que o número de leucócitos sobe acima de 10.000/mm³ de sangue e leucopenia quando desce abaixo de 2.000/mm³ de sangue. Na leucemia (câncer de leucócitos) encontramos mais de 100 mil leucócitos/mm³ de sangue. A leucocitose geralmente ocorre devido a uma infecção, enquanto a leucopenia predispõe o organismo a infecções.
Os leucócitos também são produzidos na medula óssea e são apresentados na tabela a seguir:
Classificação dos leucócitos
	  
	Classificação dos leucócitos
	
	Granulócitos (apresentam grânulos no citoplasma)  
	Agranulócitos (não apresentam grânulos no citoplasma)  
	
	
	
	
	
	
	
	Neutrófilo 
	Eosinófilo
	Basófilo  
	Linfócito
	Monócito
	Característica geral
	Núcleo geralmente trilobulado.Núcleo bilobulado
	Grânulos citoplasmáticos muito grandes, chegando a mascarar o núcleo
	Núcleo muito condensado, ocupando quase toda a célula
	Núcleo em forma de rim ou ferradura
	Função
	Fagocitar elementos estranhos ao organismo
	Fagocitar apenas determinados elementos. Em doenças alérgicas ou provocadas por parasitas intestinais há aumento do número dessas células
	Liberar heparina (anticoagulante) e histamina (substância vasodilatadora liberada em processos alérgicos)
	Linfócitos T auxiliares ou células de �memória imunológica� orientam os linfócitos B na produção de anticorpos; linfócitos T supressores determinam o momento de parar a produção dos anticorpos; linfócitos T citotóxicos que produzem substâncias que mudam a permeabilidade das células invasoras (bactérias) ou de células cancerosas, provocando sua morte.
Linfócitos  B, que formarão os plasmócitos do tecido conjuntivo, são os responsáveis pela produção de anticorpos específicos no combate imunológico aos antígenos invasores.
	Fagocitar bactérias, vírus e fungos
	Nº aproximado em cada mm3
	4.800
	240
	80
	2.400
	480  
Os monócitos do sangue podem atravessar por diapedese (movimento das células da defesa para fora dos vasos sangüíneos) os vasos sangüíneos e alojar-se em outros tecidos, dando origem a diferentes tipos celulares, que têm em comum a grande capacidade de fagocitose: nos tecidos conjuntivos de propriedades gerais dão origem aos macrófagos; no fígado, às células de Kupffer; no tecido nervoso, às células micróglias.
A Hemocitopoese (Hematopoese) é o processo de formação, maturação e liberação na corrente sanguínea das células do sangue.
O tecido conjuntivo hemocitopoético, ou tecido reticular, é produtor das duas linhagens de glóbulos: leucócitos e hemácias. Esse tecido aparece no baço, no timo e nos nódulos linfáticos, recebendo o nome de tecido linfóide.
No interior da medula óssea vermelha, esse tecido é chamado mielóide, ocupando os espaços entre lâminas ósseas que formam o osso esponjoso.
As células sanguíneas formam-se originalmente, das chamadas células-tronco pluripotentes da medula óssea vermelha que, em ativa proliferação, podem produzir as duas diferentes linhagens celulares, a linfóide e a mielóide.
As células linfóides vão originar a linhagem dos linfócitos, enquanto as mielóides produzirão hemácias, os outros leucócitos e as plaquetas.
Plaquetas ou trombócitos
São minúsculos discos redondos ou ovais, de cerca de 2 mm de diâmetro que participam do processo de coagulação sangüínea. Representam fragmentos de megacariócitos, que são células brancas extremamente grandes formadas na medula óssea.
Os megacariócitos desintegram-se, formando plaquetas, enquanto ainda estão na medula óssea, liberando depois as plaquetas no sangue. A concentração normal de plaquetas no sangue situa-se em torno de 200.000 a 400.000 por mililitro de sangue.
Na trombocitopenia ocorre redução do número de plaquetas circulantes, o que predispõe o paciente a um grande número de minúsculos pontos hemorrágicos na pele e nos tecidos profundos, uma vez que o método de tamponamento plaquetário para interromper pequenas hemorragias vasculares se torna deficiente.
A trombocitopenia pode ser determinada geneticamente, porém a maioria dos casos resulta de intoxicação por toxinas ou medicamentos.
Na trombocitose ocorre aumento do número de plaquetas circulantes, podendo levar à formação de trombos (coágulos), predispondo o indivíduo à trombose, que é a solidificação do sangue dentro do coração ou dos vasos. Geralmente é determinada geneticamente.
Coagulação sangüínea
Mecanismos da Hemostasia (impedimento de perda sangüínea):
1) espasmo vascular: imediatamente após a ruptura ou o corte de um vaso sangüíneo ocorre vasoconstrição (contração) do vaso sangüíneo lesado.
2) formação de tampão plaquetário: acúmulo de plaquetas para formar um tampão plaquetário no vaso lesado (adesividade das plaquetas no local da lesão e aderência das plaquetas entre si).
3) coagulação sanguínea: substâncias ativadoras provenientes tanto da parede vascular traumatizada quanto das plaquetas (entre elas, a enzima tromboplastina) dão início a uma complexa rede de reações químicas em cascata (ou em cadeia) que, na presença de íons cálcio, culmina na conversão da proteína plasmática protrombina em enzima ativa trombina. A trombina, por sua vez, converte o fibrinogênio em fibrina, que forma uma rede de filamentos que retém plaquetas, células sangüíneas e plasma, formando o coágulo.
Coagulação sanguínea
4) regeneração: crescimento de tecidos fibrosos no coágulo sangüíneo para obturar o orifício do vaso
A síntese de alguns fatores de coagulação (como protrombina) ocorre no fígado e é dependente de vitamina K, cuja deficiência pode provocar hemorragias. De forma semelhante, para a conversão de protrombina em trombina é necessária a presença de íons cálcio. Consequentemente, a falta de vitamina K e/ou de cálcio pode comprometer a coagulação sanguínea, resultando em tendência a hemorragias.
OBS.: os fatores de coagulação do sangue (mais de 12) são, em sua maioria, formas inativas de enzimas proteolíticas. Quando convertidas nas suas formas ativas, suas reações enzimáticas causam as sucessivas reações em cascata do processo de coagulação.
4) regeneração: crescimento de tecidos fibrosos no coágulo sangüíneo para obturar o orifício do vaso
A síntese de alguns fatores de coagulação ocorre no fígado e é dependente de vitamina K, cuja deficiência pode provocar hemorragias.
A hemofilia é uma doença hereditária que afeta a coagulação do sangue devido à não produção de algum fator de coagulação. Como a coagulação é uma reação em cadeia, a falta de qualquer componente provoca interrupção do processo.
Fonte: www.afh.bio.br
Sangue
O SANGUE E SEUS CONSTITUINTES
“O sangue executa tantas funções que, sem ele, de nada valeria a complexa organização do corpo humano.”
Nos animais ditos superiores, existem dois principais sistemas de coordenação: o nervoso, que controla e comanda todo o organismo, e o sistema endócrino, que engloba todas as glândulas internas que fabricam substâncias (hormônios) necessários ao corpo, coordenando seu funcionamento.
O sistema nervoso funciona de forma independente, porque através de suas ramificações alcança todos os tecidos do corpo. Já o sistema endócrino precisa do sangue para liberar, transportar e distribuir seus hormônios por todo o organismo. O sangue funciona portanto como um eficiente sistema de transporte de centenas de substâncias que são essenciais ao funcionamento do organismo humano.
É através da circulação sangüínea que as inúmeras células do organismo, em todos os tecidos, recebem sua alimentação, representada por componentes de proteínas, açúcar, gordura, água e sais minerais. Também é o sangue que, retornando dos tecidos, conduz o gás carbônico e os resíduos das células do corpo, eliminando-as através da respiração, do suor, da urina e das fezes.
Além disso, praticamente todo o sistema de defesa do organismo contra doenças e os ataques de germes patogênicos está concentrado no sangue. O controle da temperatura do corpo, o equilíbrio da distribuição de água e o processo de absorção celular também estão diretamente ligados ao sangue.
O oxigênio é levado às células pelo sangue, por meio das moléculas de hemoglobina existentes nos glóbulos vermelhos.
Setenta por cento do corpo humano é constituído de água. O sangue é o principal distribuidor desta água, nas quantidades necessárias a cada atividade orgânica. Além de distribuir, o sangue concorre para a eliminação dos excessos.
A troca de água do sangue para os tecidos, e vice-versa, é feita principalmente através de um fenômeno denominado difusão osmótica. Trata-se de um processo físico que ocorre entre dois líquidos separados entre si por uma membrana permeável. Quando em um deles existem mais substâncias que no outro, a tendência é formar-se uma pressão maior do lado mais abundante em substâncias (potencial osmótico), de maneira que haja uma troca, através da membrana divisória, de líquido mais concentrado

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