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CCJ0020-WL-B-PP-Ponto 15 – Do Poder Judiciário - Sabrina Rocha

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1 
 
Curso completo de Direito Constitucional 
Profª. Sabrina Araújo Feitoza Fernandes Rocha 
Atualizada até a EC n° 71 de 29/11/12 
 
Esta apostila não é de autoria pessoal, pois foi produzida através das 
obras de doutrinadores constitucionalistas, dentre eles Ivo Dantas, J. 
J. Gomes Canotilho, José Afonso da Silva, Paulo Bonavides, Celso 
D. de Albuquerque Mello, Luís Roberto Barroso, Walber de Moura 
Agra, Reis Friede, Michel Temer, André Ramos Tavares, Sérgio 
Bermudes, Nelson Oscar de Souza, Alexandre de Moraes, Nelson 
Nery Costa/Geraldo Magela Alves, Nagib Slaibi Filho, Sylvio Motta & 
William Douglas, Henrique Savonitti Miranda e tomou por base a 
apostila do Prof. Marcos Flávio, com os devidos acréscimos 
pessoais. 
 
PONTO 15 – DO PODER JUDICIÁRIO 
 
15.1 – Da composição do PODER JUDICIÁRIO 
 
I - o Supremo Tribunal Federal; 
I-A o Conselho Nacional de Justiça;* 
II - o Superior Tribunal de Justiça; 
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; 
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho; 
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais; 
VI - os Tribunais e Juízes Militares; 
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e 
Territórios. 
 
§ 1º - O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de 
Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal 
(trecho grifado incluído pela EC nº 45/2004). 
 
§ 2º - O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais 
Superiorestêm jurisdição em todo o território nacional. 
 
A EC nº 45/2004 acresceu um orgão ao Poder Judiciário, este orgão é o 
Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que terá sede na Capital Federal. Não 
tenho a menor dúvida de que estes conhecimentos serão exigidos em todos os 
próximos concursos. É importante: o CNJ é orgão do Poder Judiciário, no 
entanto, não exerce Jurisdição (ou seja, não exerce atividade típica do Poder 
Judiciário, não produz sentenças ou acórdãos). 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CF/88 Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia 
administrativa e financeira.OBS: terá como controlador o Conselho 
Nacional de Justiça, art. 103 – B, §4. 
§ 1.º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro 
dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na 
lei de diretrizes orçamentárias. 
 
Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e 
financeira. Esta autonomia é configurada através da elaboração pelos próprios 
tribunais de suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados em 
conjunto com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias. 
 
Ao artigo 99, acima analisado foram acrescentados os parágrafos 
terceiro, quarto e quinto pela EC nº 45/2004. Estes três últimos parágrafos, que 
deverão ser objeto de estudo na disciplina de direito financeiro, creio serão 
bastante solicitados na matéria de direito financeiro. 
No entanto, só para fins de chamar-lhes atenção eu transcrevo os 
dispositivos constitucionais. 
 
§ 2.º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais 
interessados, compete: 
I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e 
dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais; 
II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos 
Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos respectivos 
tribunais. 
 
15.2 – garantias dos membros do judiciário 
 
Os juízes gozam das seguintesgarantias(art. 95, caput): Estas 
conhecidas como garantias de LIBERDADE 
 
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida 
após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, 
3 
 
nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver 
vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial 
transitada em julgado; 
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na 
forma do art. 93, VIII; 
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 
37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. 
 
Aos juízes é vedado (art. 95, parágrafo único): Estas conhecidas 
como garantias de IMPARCIALIDADE 
 
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou 
função, salvo uma de magistério; 
II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou 
participação em processo; 
III - dedicar-se à atividade político-partidária. 
IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou 
contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou 
privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei. 
V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se 
afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do 
cargo por aposentadoria ou exoneração. 
 
Este parágrafo único do art. 95, a EC nº 45/2004 acresceu duas novas 
vedações aos juízes nos incisos IV E V. A mais importante é a quarentena, 
vedação constante do inciso V, dirigida aos juízes, mesmo os já exonerados ou 
aposentados, de exercerem a advocacia no juízo ou tribunal dos quais se 
afastaram. Creio que estes conhecimentos serão muito solicitados nos 
próximos concursos. 
 
15.3 – Estatuto da Magistratura 
 
Caberá ao Estatuto dispor sobre direitos e deveres dos 
Magistrados, observados os princípios previstos nos incisos I a XV, do art. 93 
da CF/88. Será fixado por Lei Complementar, cuja iniciativa do respectivo 
projeto de lei complementar, caberá ao Supremo Tribunal Federal, é que 
prevêo art. 93, caput, da Constituição. 
 
15.4 – Regra do Subsídio 
 
O subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal será fixado por lei, 
cujo projeto é de iniciativa do STF. Este subsídio servirá de teto para todos os 
subsídios do país, não apenas dos integrantes do Poder Judiciário (TETÃO). 
 
Os demais subsídios dos integrantes do Poder Judiciários serão fixados por 
lei cuja iniciativa pertence a cada um dos Tribunais Superiores (STJ, STM, 
4 
 
TST, TSE) e, no caso do Poder Judiciário dos Estados, a iniciativa pertencerá 
a cada um dos Tribunais de Justiça. (art. 96, II, b) 
 
A CF/88, dispõe sobre alguns princípios que as leis fixadoras dos subsídios 
deverão observar, destaco o inciso V, do artigo 93. 
 
Art. 93, V – O Subsídio dos Ministros dos Tribunais 
Superiorescorresponderá a noventa e cinco por cento dosubsídio mensal 
fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal e os subsídios 
dos demais magistrados serão fixados em lei e escalonados, em nível 
federal e estadual, conforme as respectivas categorias da estrutura 
judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma e outra ser 
superior a dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a 
noventa e cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos 
Tribunais Superiores, obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 
37, XI, e 39, § 4º. 
 
15.5 – Regras de Aposentadoria 
 
A aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus 
dependentes observarão o disposto no art. 40 (CF, Art. 93, inciso VI). O 
artigo 40 elenca as hipóteses de aposentadoria dos servidores públicos 
ocupantes de cargos públicos efetivos. 
 
15.6 – Regras de remoção e disponibilidade 
O ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, 
por interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria 
absoluta do respectivo tribunal, ou do Conselho Nacional de Justiça 
assegurada ampla defesa (CF, Art. 93 inciso VIII, com redação dada 
pela EC 45/2004); 
 
Neste inciso, a EC nº 45/2004 mudou o quorum para maioria absoluta e 
acresceu que a decisão de tais atos (remoção, disponibilidade e aposentadoria) 
poderá ser tomada pelo Conselho Nacional de Justiça. Creio que estes 
detalhes deverão constar das questões dos próximos concursos. 
 
15.7 – Distribuição de competências entre os órgão do Poder Judiciário 
 
Entre os Tribunais da União, há dois que não pertencem a qualquer das 
Justiças são eles: O STFe o STF. Estes tribunais funcionam como órgãos de 
superposição, isto é, julgam o recurso extraordinário (STF) e o recurso 
especial (STJ). Estes dois recursos têm a marca da excepcionalidade e 
permitem somente a apreciação de questões de direito (nunca questões de 
fato). Tais recursos são interpostos em causas que já tenham exaurido todos 
os graus das Justiças comuns e especiais. Em outras palavras o STF e o STJ 
se sobrepõem a todas as demais Justiças. 
 
5 
 
A principal diferença entre eles é que ao STF são atribuídas questões 
exclusivamente constitucionais (Constituição Federal) e ao STJ questões 
federais infraconstitucionais (lei federal). 
 
15.7.1 – SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 
 
Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, 
escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de 
sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e 
reputação ilibada. 
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão 
nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a 
escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. 
 
15.7.1.1 – Principais Competências 
 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal,precipuamente, a 
guarda da Constituição, cabendo-lhe: 
 
I - processar e julgar, originariamente: 
 
a)a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo 
federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de 
lei ou ato normativo federal; 
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-
Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros 
e o Procurador-Geral da República; 
c)nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, 
os Ministros de Estado, ressalvado o disposto no art. 52, I, os 
membros dos Tribunais Superiores, os doTribunal de Contas da 
União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente; 
 
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o 
Conselho Nacional do Ministério Público; (Incluída pela EC nº 45, de 2004) 
 
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única 
ou última 
instância, quando a decisão recorrida: 
 
a) contrariar dispositivo desta Constituição; 
 b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; 
 c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta 
Constituição. 
 d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. (Incluída pela 
EC nº 45, de 2004) 
 
15.7.2 – SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
 
Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta 
e três Ministros. 
6 
 
Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão 
nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros com 
mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável 
saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha 
pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: 
 
I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço 
dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista 
tríplice elaborada pelo próprio Tribunal; 
II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do 
Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e dos Territórios, 
alternadamente, indicados na forma do art. 94. 
 
15.7.2.1 – Principais Competências 
 
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
 
I - processar e julgar, originariamente: 
 
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito 
Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos 
Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros 
dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos 
Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do 
Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos 
Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante 
tribunais; 
 
 
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de 
exequatur às cartas rogatórias; (Incluída pela EC nº 45, de 2004) 
 
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou 
última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais 
dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão 
recorrida: 
 
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; 
b) julgar válido ato de governo local contestadoem face de lei 
federal(nova redação dada ela EC nº 45/2004); 
c) der a lei federalinterpretação divergente da que lhe haja atribuído 
outro tribunal. 
 
 
Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Justiça: 
(Redação dada pela EC nº 45/2004) 
 
I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, 
cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para 
o ingresso e promoção na carreira; (Incluído pela EC nº 45/2004) 
 
7 
 
II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, 
a supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal de 
primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema e com 
poderes correicionais, cujas decisões terão caráter vinculante. 
(Incluído pela EC nº 45/2004) 
 
A este parágrafo único foram acrescidos dois incisos pela EC nº 45/2004. O 
segundo inciso É de importância crucial, pois o Conselho da Justiça Federal 
que funciona junto ao STJ e executa controle interno junto à Justiça Federal, 
com poderes correicionais e com decisões de caráter administrativo 
vinculantes. Creio que o conhecimento deste inciso será muito importante para 
os concursos nas disciplinas de direito financeiro, controle interno e externo. 
 
15.7.3 – ATUAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO 
 
CF, Art. 93, inciso IX, com redação dada pela EC nº 45/2004: 
Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão 
públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de 
nulidade, podendo a lei, se o interesse público o exigir, limitar a 
presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus 
advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação 
do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o 
interesse público à informação; 
 
CF, Art. 93 inciso X, , com redação dada pela EC nº 45/2004: 
As decisões administrativasdos tribunais serão motivadas e 
em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da 
maioria absoluta de seus membros. 
 
No inciso IX, a EC nº 45/2004 apenas explicitou os casos nos quais a lei 
poderá limitar a presença nos julgamentos. É importante fixar, pois o 
conhecimento de tais casos poderão ser exigido nos próximos concursos. 
No inciso X, a EC nº 45/2004 apenas acresceu que a sessão será 
pública. Apesar de modesta esta modificação deverá ser objeto dos próximos 
concursos. 
 
15.7.4 – ACESSIBILIDADE AO PODER JUDICIÁRIO 
 
 A magistratura é composta por Juízes monocráticos, 
Desembargadores (ocupam os Tribunais de Justiça e os Tribunais Regionais 
Federais) e os Ministros (ocupam os Tribunais Superiores). 
 
15.7.4.1 – ACESSO AO CARGO DE JUIZ 
 O Juiz é considerado órgão de primeiro grau do Poder Judiciário. É 
também chamado de juiz singular ou monocrático, para diferenciá-lo dos juízes 
que integram os Tribunais. Os tribunais, que são órgãos de segundo ou terceiro 
8 
 
graus, cuidam, em síntese, do julgamento dos recursos contra as decisões dos 
juízes proferidos em primeira instância ou primeiro grau. 
A Constituição dispõe que: 
CF/88, Art. 93, I O ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o dejuiz 
substituto, mediante concurso público de provas e títulos, com a 
participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, 
exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade 
jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação. (com 
redação dada pelaEC 45/2004); 
 
Neste inciso, a EC nº 45/2004 acresceu a exigência de no mínimo três anos de 
atividade jurídica para ingresso na carreira de juiz. Creio que este detalhe será 
muito solicitado nos concursos. 
 
15.7.4.2 - ACESSO AS VAGAS DOS TRIBUNAIS 
 
 Uma primeira informação é que no Brasil não há realização de concurso 
público para ter acesso aos Tribunais. Esse acesso se dá por outros meios. 
Seja por promoção seja pela regra do quinto Constitucional. 
 
15.7.4.2.1 – ACESSO POR JUÍZES (PROMOÇÃO) 
 
 Dispõe a Constituição que o acesso dos Juízes de primeiro grau aos 
cargos existente nos Tribunais, que são órgãos de segundo grau, dar-se-á por 
promoção observados os critérios de antiguidade e merecimento, 
alternadamente. 
 
CF/88, Art. 93, III - Acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por 
antiguidade e merecimento, alternadamente, apurados na última ou única 
entrância (com redação dada pela EC 45/2004); 
 
 Neste inciso a EC nº 45/2004 acresceu que a apuração da antiguidade 
ou do merecimento far-se-ão na última ou na única entrância. 
 
15.7.4.2.2 – ACESSO POR MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO E POR 
ADVOGADOS 
 
CF/88 Art. 94 Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, 
dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será 
composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de 
carreira,e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, 
com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em 
lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes. 
Parágrafo único - Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, 
enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias subseqüentes, escolherá 
um de seus integrantes para nomeação. 
9 
 
 
 
Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete 
Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de 
sessenta e cinco anos, nomeados pelo Presidente da República após 
aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: 
 
I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade 
profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez 
anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94(inciso acrescentado 
pela EC 45/2004); 
 
 
CF/88 Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no 
mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região, e 
nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e 
menos de sessenta e cinco anos, sendo: 
I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade 
profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez 
anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94(inciso acrescentado 
pela EC 45/2004); 
 ( -------) 
 
A Constituição, nos arts. 94, 111-A e 115, aborda o que ficou conhecido pela 
expressão regra do quinto constitucional para acesso aos Tribunais da 
Justiça Comum. Atente para o fato de que não são apenas os juízes que 
podem fazer parte dos Tribunais. Pessoas que não fizeram concurso para juiz, 
observadas as regras contidas na Constituição, poderão integrar os Tribunais. 
Este é o caso de membros do Ministério Público e de Advogados. O 
requisito básico para fazerem parte dos Tribunais, no caso dos membros do 
Ministério Público, é que disponham de mais de 10 anos de carreira. No caso 
dos Advogados, terão que ter mais de 10 anos de atividade profissional, 
além é claro, de notório saber jurídico e reputação ilibada. 
Os membros do Ministério Público no Estados são chamados de Promotores 
Públicos e de Procuradores de Justiça, na União, são os Procuradores da 
República, Procuradores do Ministério Público do Trabalho. 
 
Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e 
três Ministros. 
------- 
II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério 
Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e dos Territórios, 
alternadamente, indicados na forma do art. 94. 
 
 
15.7.5 – REFLEXOS DA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 45 NO PODER 
JUDICIÁRIO 
 
10 
 
 A EC nº 45, conhecida como a reforma do judiciário, que quase nada 
modificou, teve alguns traços marcantes como: 
 
15.7.5.1 – SÚMULAS VINCULANTES 
 
CF Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por 
provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, 
após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar 
súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá 
efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário 
e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, 
estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou 
cancelamento, na forma estabelecida em lei. (artigo incluído pela EC 
nº 45/2003) 
 
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a 
eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja 
controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a 
administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e 
relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica. 
 
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, 
revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por 
aqueles que podem propor a ação direta de 
inconstitucionalidade.(para conhecer aqueles que podem propor a 
ação direta de inconstitucionalidade é só ler os incisos I a X do artigo 
103). 
 
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a 
súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação 
ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o 
ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e 
determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da 
súmula, conforme o caso. 
 
Uma das principais inovações introduzidas pela EC nº 45/2004 foi sem 
dúvida a criação da súmula vinculante. Perceba que se trata de norma de 
eficácia contida. A súmula vinculante faz parte de antiga reivindicação dos 
que defendem a rapidez e economia na prestação das atividades jurisdicionais. 
Aregulamentação legal fora estabelecida com a aprovação da Lei11.417/06, 
que delineia os aspectos mais relevantes a seu respeito. Para fins de concurso 
é importante saber qual o órgão é competente para editá-las, quais órgãos 
poderão suscitar a edição de tais súmulas, qual o seu efeito e a partir de 
quando são válidas, quais as consequências de atos ou decisões judiciais 
editados ao arrepio delas. 
 
15.7.5.2 – O STJ E O INCIDENTE DE DESLOCAMENTO DE 
COMPETÊNCIA 
 
 
11 
 
 O incidente de deslocamento de competência (ICD)para a Justiça 
Federal, em qualquer fase do inquérito ou processo, que o Procurador-Geral 
da República pode suscitar nas hipóteses de grave violação de direitos 
humanos, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações 
decorrentes de tratados internacionais, deve ser apresentado perante o 
Superior Tribunal de Justiça (art. 109, §5º) e julgado pelos juízes federais 
(art. 109, V-A). 
 
 Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, com a 
finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de 
tratados internacionais o Procurador-Geral da República, em qualquer fase 
do inquérito ou processo, pode suscitar, perante o Superior Tribunal de 
Justiça, o incidente de deslocamento de competência da Justiça Estadual para 
a Justiça Federal.Caso o STJ defira o pedido o Juiz Federal será competente 
para julgar a causa, art. 109, inciso V-A combinado com § 5º do mesmo artigo, 
com redação dada pela EC nº 45/2004. 
 
15.7.5.3 – O CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA e sua competência 
 
 
CF, Art. 103-B, modificado pela Emenda Constitucional 61/09,bem como 
o inciso I e os parágrafos 1 e 2. 
 
§ 4º Compete ao Conselhoo controle da atuação administrativa e 
financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres 
funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que 
lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura: 
 
 I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento 
do Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no 
âmbito de sua competência, ou recomendar providências; 
 II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou 
mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos 
praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo 
desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as 
providências necessáriasao exato cumprimento da lei, sem prejuízo 
da competência do Tribunal de Contas da União; 
 
III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos 
do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares; 
 
IV - representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a 
administração pública ou de abuso de autoridade; 
 
V - rever, de ofício ou mediante provocação, os processos 
disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados há menos de 
um ano; 
 
12 
 
VI - elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e 
sentenças prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes órgãos 
do Poder Judiciário; 
 
VII - elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar 
necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário no País e as 
atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do 
Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao 
Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão legislativa. 
 
 
A principal mudança introduzida pela EC nº 45/2004 foi sem dúvida a 
criação do Conselho Nacional da Justiça. De composição heterogênea, o 
Conselho tem por atribuição fiscalizar a gestão administrativa, financeira e 
correicional dos Tribunais. No entanto, não há a possibilidade de decretação da 
perda do cargo pelo Conselho Nacional da Justiça, que lhe foi retirada na 
Comissão de Constituição e Justiça. Tudo me leva a crer que o conhecimento 
deste Conselho e de suas atribuições, inclusive a de não poder decretar a 
perda de cargo, será muito importante para os concursos nas disciplinas de 
Direito Constitucional, Financeiro e Controle Externo. 
 
15.7.5.3.1 – COMPOSIÇÃO DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA 
 
 
 
Art. 103-B. Modificadopela Emenda Constitucionalnº 61 de 11/11/09. O 
Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze) membros com mandato 
de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo: 
(O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de quinze membros com mais de trinta e 
cinco e menos de sessenta e seis anos de idade, com mandato de dois anos, 
admitida uma recondução, sendo:antiga redação) 
 
 I – O Presidente (EC 61) do Supremo Tribunal Federal, indicado 
pelo respectivo tribunal; 
 II - um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo 
respectivo tribunal; 
 III - um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo 
respectivo tribunal; 
 IV - um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo 
Supremo Tribunal Federal; 
 V - um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; 
 VI - um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior 
Tribunal de Justiça; 
 VII - um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; 
 VIII - um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo 
Tribunal Superior do Trabalho; 
 IX - um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do 
Trabalho; 
 X - um membro do Ministério Público da União, indicado pelo 
Procurador-Geral da República; 
13 
 
 XI - um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo 
Procurador-Geral da República dentre os nomes indicados pelo 
órgão competente de cada instituição estadual; 
 XII - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da 
Ordem dos Advogados do Brasil; 
 XIII - dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação 
ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo 
Senado Federal. 
 
As principais informações sobre composição do Conselho Nacional da 
Justiça para fins de concurso são aquelas que dizem respeito a quais os 
membros do Poder Judiciário que terão assento no Conselho incisos I a IX. 
Poderão ser objeto de pergunta quais as pessoas que, embora não integrantes 
do Poder Judiciário, também fazem parte daquele Conselho, conforme incisos 
X a XII, do art. 103-B. 
 
 
15.7.5.3.2 – ORGANZANIZAÇÃO DO CONSELHO NACIONAL DE 
JUSTIÇA 
 
Art. 103-B------------------------------------------------------------------------------------
---------------- 
 
§ 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo 
Tribunal Federal, e nas suas ausências e impedimentos, pelo Vice-
Presidente do Supremo Tribunal Federal. (redação dada pela Emenda 
Constitucional 61, de 2009) 
 
§ 2º Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo 
Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela 
maioria absoluta do Senado Federal.(redação modificada pela 
Emenda Constitucional 61, de 2009) 
 
------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 
§ 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a função 
de Ministro-Corregedor e ficará excluído da distribuição de processos 
no Tribunal .................. 
 
Atenção: §6º reza: “junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da 
República e o Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do 
Brasil. Segundo jurisprudência do STF, a ausência destes não importa em 
nulidade das sessões do Conselho. (MS 25.879 STF) 
 
15.7.5.4 – FIM DO RECESSO FORENSE 
 
A atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coletivas 
nos juízos e tribunais de segundo grau, funcionando, nos dias em que 
14 
 
não houver expediente forense normal, juízes em plantão permanente 
(CF, Art. 93 inciso XII, acrescido pela EC 45/2004); 
 
Neste inciso, a EC nº 45/2004 acabou com as conhecidas férias forenses e 
exigiu plantões permanentes nos dias em que o expediente não for normal. 
Creio que estes detalhes deverão constar das questões dos próximos 
concursos. 
 
15.7.5.5 – BUSCA DA EFICIÊNCIA E DESBUROCRATIZAÇÃO 
 
O número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à 
efetiva demanda judicial e à respectiva população (CF, Art. 93 inciso 
XIII, acrescido pela EC 45/2004);; 
 
Os servidores receberão delegação para a prática de atos de 
administração e atos de mero expediente sem caráter decisório (CF, 
Art. 93 inciso XIV, acrescido pela EC 45/2004); 
 
A distribuição de processos será imediata, em todos os graus de 
jurisdição (CF, Art. 93 inciso XVI, acrescido pela EC 45/2004); 
 
Estes três incisos foram acrescidos pela EC nº 45/2004 com o objetivo de 
melhorar a eficiência da prestação jurisdicional. O inciso XIII, busca adequar o 
número de juízes a demanda pelo trabalho jurisdicional. O inciso XIV, trata de 
delegar aos servidores atividades antes desenvolvidas pelos juízes, embora 
sem cunho decisório. O inciso XV busca acabar com a demora na distribuição 
dos processos aos juízes e relatores. Creio que estes detalhes deverão constar 
em concursos do Poder Judiciário.

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