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CCJ0051-WL-B-PA-00-TP Argumentação-Planos de Aula Argumentação

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Relatório - Plano de Aula 
 
 
14/08/2012 23:44 
 
 
 
 
 
 
 
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Disciplina: CCJ0051 - TEORIA E PRÁTICA DA ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA 
Semana Aula: 1 
DESCRIÇÃO DO PLANO DE AULA 
Teoria e prática da Argumentação Jurídica 
OBJETIVO 
- Contextualizar a disciplina Teoria e Prática da Argumentação Jurídica como continuidade do trabalho de produção das 
peças processuais iniciado na disciplina de segundo período. 
- Reconhecer as diferenças entre texto narrativo e texto argumentativo. 
- Compreender a relevância da narração para a produção da argumentação. 
- Identificar que a parte argumentativa da peça inicial refere-se ao ?Do Direito?. 
TEMA 
A distinção entre o texto argumentativo e o texto narrativo 
ESTRUTURA DO CONTEÚDO 
1. Tipologia Textual 
1.1. texto narrativo 
1.2. texto descritivo 
1.3. texto dissertativo 
1.4. texto injuntivo 
2. Características de semelhança e de diferenciação entre cada um dos tipos de texto 
3. Tipologia textual e macro-estrutura das peças processuais 
4. Narrativa jurídica a serviço da argumentação de teses 
PROCEDIMENTO DE ENSINO 
Em primeiro lugar, é importante destacar que são muito raros os textos puros, ou seja, integralmente narrativos, descritivos ou 
dissertativos. Temos de observá-los em termos de predominância de certos padrões, que determinam sua classificação. 
Pode ser interessante o professor indicar qual a tipologia aplicável a cada um dos incisos do artigo 282 do CPC e outros semelhantes, 
em que se observam as partes que estruturam as peças processuais. 
Sempre que for possível, é interessante levar outras peças para discutir o mesmo conteúdo, com auxílio de datashow ou 
retroprojetor. 
Quanto a questões objetivas: 
Muitos esforços têm sido reunidos para garantir a aprovação dos nossos alunos na OAB e obter bons resultados no Enade. Sabemos 
que fazer provas e resolver questões exige do avaliado habilidades e competências que não podem ser exercitadas apenas nos períodos 
finais; ao contrário: é função primordial do professor das disciplinas de primeiros períodos contribuir de forma vigorosa para esse 
sucesso, incentivando a prática reiterada de solução de questões semelhantes às aplicadas nesses exames. 
É com essa mentalidade que contamos com sua contribuição para, sempre que possível, resolver as questões objetivas de exames 
anteriores do Enade. Não disponibilizamos essas questões nos planos de aula para que o professor não se sinta premido por essa 
responsabilidade, mas fiquem à vontade para selecionar algumas questões e projetá-las pelo data show. 
Ressaltamos que não se trata de "dar o gabarito", mas de refletir sobre os enunciados, explicar as possíveis "pegadinhas", etc. 
RECURSO FÍSICO 
Data show, retroprojetor e cópias de peças processuais. 
 
 
Relatório - Plano de Aula 
 
 
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APLICAÇÃO PRÁTICA/ TEÓRICA 
Todo profissional do Direito, quando descreve o tipo de atuação profissional que escolheu, associa essa 
atividade à tarefa argumentativa. Os exemplos de advogados, promotores e defensores bem sucedidos baseiam-se em 
uma atuação ? argumentativa ? brilhante que convença o magistrado da necessidade de conceder a tutela jurisdicional 
dos direitos daqueles que representam em juízo. 
Inicialmente, é fundamental ressaltar a ideia de que essa atuação profissional deve ser marcada pela eficiência 
técnica e persuasiva, mas nunca pode perder de vista a ética e a moral. Lembremos que antes mesmo dos sistemas 
jurídicos positivados, o homem deveria pautar sua conduta pelos valores universais do que é certo e justo. 
Diante desse cenário geral, precisamos lembrar, ainda, que o papel principal do direito é compor conflitos e que 
a atividade processual é marcada pelo contraditório e pela ampla defesa. 
Em outras palavras, quando um advogado atuar no Judiciário para defender os interesses de seu cliente, terá a 
certeza de que está ali para ajudar na solução de um conflito social cuja composição não foi conseguida pelas partes sem 
o auxílio de terceiros. 
Cada um dos envolvidos na demanda enxerga os fatos de uma maneira, ou seja, cada qual atribui aos fatos do caso 
concreto uma interpretação distinta (a que mais lhe interessa). 
A argumentação jurídica caracteriza-se, especialmente, por servir de instrumento para expressar 
a interpretação sobre uma questão do Direito, que se desenvolve em um determinado contexto espacial e 
temporal. Ao operar a interpretação, impõe-se considerar esses contextos, ater-se aos fatos, às provas e 
aos indícios extraídos do caso concreto e sustentá-la nos limites impostos pelas fontes do Direito. 
Parece claro que nenhum juiz pode apreciar um pedido sem conhecer os fatos que lhe servem de 
fundamento. Conforme ressalta Fetzner[1], a narração ganha status de maior relevância, porque serve de 
requisito essencial à produção de uma argumentação eficiente. É por essa razão que se costuma dizer 
que a narração está a serviço da argumentação. 
Resumidamente, um profissional do Direito deve recorrer ao texto argumentativo para defender 
seu ponto de vista, mas para o sucesso dessa tarefa, precisa ter, antes, uma boa narração, na qual foram 
expostos os fatos de maior relevância sobre o conflito debatido. 
Para melhor compreender as características que distinguem narração e argumentação, observe a 
tabela. 
 
 
NARRAÇÃO 
Qual o Objetivo? Expor os fatos importantes do caso concreto a ser solucionado no Judiciário. 
Como o fato é tratado? Cada fato representa uma informação que compõe a história da lide a ser 
conhecida no processo. 
Qual o tempo verbal utilizado? Pretérito ? é o mais utilizado, porque todos os fatos narrados já 
ocorreram. (Ex.: o empregado sofreu um acidente); 
Presente ? fatos que se iniciaram no passado e que perduram até o momento da narração. (Ex.: o 
empregado está sem capacidade laborativa); 
Futuro ? não é utilizado porque fatos futuros são incertos. 
Qual a pessoa do discurso? Utiliza-se a 3ª pessoa, por traduzir a imparcialidade necessária à atividade 
jurídica. 
Como os fatos são organizados? Os fatos são dispostos em ordem cronológica, ou seja, na mesma 
ordem em que aconteceram no mundo natural. 
Quais seus elementos constitutivos? Uma narrativa bem redigida deve responder, sempre que possível, 
às seguintes perguntas: a) O quê? (fato gerador); b) quem? (partes); c) onde? (local do fato); d) quando? 
 
 
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(momento do fato); e) como? (maneira como os fatos ocorreram); f) por quê? (motivações da lide). 
Qual a natureza do texto? O texto narrativo tem natureza predominantemente informativa. Sua função 
persuasiva está atrelada à fundamentação. 
Quanto à parcialidade: Uma narrativa pode ser simples (imparcial) ou valorada, dependendo da peça a 
produzir. 
ARGUMENTAÇÃO 
Qual o Objetivo? Defender uma tese (ponto de vista) compatível com o interesse da parte que o advogado 
representa. 
Como o fato é tratado? O fato (informação) narrado é aqui retomado com o status de elemento de 
persuasão; é um elemento de prova com o qual defende a tese. 
Qual o tempo verbal utilizado? Presente ? tempo verbal mais adequado para sustentar o ponto de vista. 
(Ex.: o autor deve ser indenizado por seu empregador); 
Pretérito ? deve ser usado para retomar os fatos (provas / indícios) relevantes da narração, com os quais 
defenderá a tese. (Ex.: o autor deve ser indenizado por seu empregador porque sofreu um acidente no 
local de trabalho); 
Futuro ? deve ser usado ao desenvolver as hipóteses argumentativas. (Ex.: o trabalhador deve receber o 
benefício do INSS, pois, caso contrário,não terá como se sustentar). 
Qual a pessoa do discurso? Também se utiliza a 3ª pessoa, pela mesma razão. 
Como os fatos são organizados? Os fatos e as ideias são organizados em ordem lógica, ou seja, da 
maneira mais adequada para alcançar a persuasão do auditório. 
Quais seus elementos constitutivos? Antes de redigir uma argumentação consistente, tente refletir sobre, 
pelo menos, as seguintes questões: a) Qual o fato gerador do conflito? b) qual a tese que será defendida? 
C) com que fatos sustentará essa tese? d) Que tipos de argumento deverá utilizar? 
Qual a natureza do texto? O texto argumentativo tem função persuasiva por excelência. 
Quanto à parcialidade: Não há como defender uma tese sem adotar um posicionamento. Toda 
argumentação é valorada. 
QUESTÃO 
São apresentados dois textos adiante. Em primeiro lugar, identifique se esses textos são narrativos ou 
argumentativos. Em seguida, procure justificar sua resposta por meio da cópia de alguns fragmentos pontuais. Você pode 
usar como parâmetro a tabela explicativa anterior. 
Texto 1[1] 
Não é de hoje que eu defendo que o advogado e qualquer cidadão podem gravar as conversas travadas em 
mesa de audiência, sem a necessidade de avisar aos presentes, entre eles a pessoa do Magistrado que a preside. 
Antigamente, isso era impossível de ocorrer por conta do tamanho dos gravadores e da necessidade de estarem 
próximos de quem falava para obtenção nítida da voz. Com o desenvolvimento de novas tecnologias, são inúmeras as 
?traquitanas? que gravam voz a distância e com excelente resultado em termos de qualidade de audição. 
Não vejo e nem nunca vi nenhuma ilicitude nisso. As audiências são públicas, quem as grava busca o registro de 
tudo para sua posterior orientação e também, em eventuais casos, para o exercício pleno da sua defesa (art.5, LV da 
CRFB). Filmar recai na mesmíssima hipótese. 
Hoje já existe projeto em curso de implantação ? nas Varas que contam com processos eletrônicos ? de se 
gravar a voz e filmar a imagem de todos, criando um melhor registro ao processo e alcance de uma maior transparência e 
publicidade. O saldo positivo de se gravar é proporcionar a todos os que participam daquele momento de embate 
jurídico o respeito, a cordialidade, o tratamento polido, evitar ironias, críticas pessoais, assédio processual/judicial, etc. 
 
 
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Enfim, não faz mal algum gravar tudo, pois quem não deve não teme. (...) 
Texto 2[2] 
O autor, de reputação ilibada, dirigiu-se à empresa-ré a fim de adquirir automóvel novo, para comemorar o dia 
dos pais vindouro, com sua esposa e filha, assinando declaração como instrumento comprobatório do termo de 
responsabilidade assumido (documento nº 137/12). 
Nestes termos, as partes combinaram, de comum acordo, que o automóvel novo estaria disponível para o autor 
cinco dias depois. No entanto, para absoluta surpresa do autor, no dia combinado o automóvel sequer havia chegado à 
concessionária. Ressalta-se que o autor já havia, nesta data, entregue seu veículo à empresa-ré, encontrando-se em 
situação de completo desamparo. 
A esposa do autor, neste ínterim, foi acometida de mal súbito, tendo sido o seu atendimento prejudicado 
devido à demora para chegar ao hospital, já que teve de ir de táxi. A entrada na seção do pronto-socorro do hospital foi 
registrada às 21 horas do dia17 de junho de 2012, conforme documento em anexo (documento nº ___) e, até a 
consumação do atendimento e respectiva medicação, suportou intensas dores, não podendo sequer se locomover sem 
auxílio de terceiros. 
 
 
[1] Disponível em: <http://www.trabalhismoemdebate.com.br/2012/06/advogado-pode-gravar-a-audiencia-sem-avisar-
ao-juiz/>. Acesso em: 20 jun. 2012. 
[2] Disponível em: <http://jus.com.br/revista/texto/16842/indenizacao-em-relacao-de-consumo-juizado-especial>. Acesso em: 20 
jun. 2012. 
 
 
[1] CAVALIERI FETZNER, Néli Luiza (Org. e Aut.); TAVARES, Nelson; VALVERDE, Alda. Lições de argumentação jurídica. Rio de Janeiro: Forense, 
2009, capítulo 2. 
CONSIDERAÇÃO ADICIONAL 
Recomendamos que seja adotado em sala de aula o livro "Lições de argumentação jurídica: da teoria à prática". 
Fruto do trabalho desenvolvido ao longo dos anos sob a orientação cuidadosa da professora Néli Luiza Cavalieri Fetzner, os autores 
acreditam que a linguagem didática e clara da obra tem ajudado nossos alunos a alcançar melhor desempenho na difícil tarefa de 
produzir boas peças processuais e bons textos jurídicos. 
Boa sorte a todos e fiquem à vontade para entrar em contato, a fim de sanar quaisquer dúvidas. 
 
Obs.: O programa em que são postadas as informações desses planos de aula oferece diversas dificuldades para atualização da 
ortografia, bem como opera sozinho diversas trocas, como a substituição de aspas por interrogação. Caso haja alguma dificuldade na 
compreensão do texto, favor entrar em contato com o conteudista das disciplinas, professor Nelson Tavares, para que as alterações 
sejam realizadas. 
 
 
 
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Disciplina: CCJ0051 - TEORIA E PRÁTICA DA ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA 
Semana Aula: 2 
DESCRIÇÃO DO PLANO DE AULA 
Teoria e Prática da Argumentação Jurídica 
OBJETIVO 
- Identificar conceito e estrutura do silogismo. 
- Estabelecer uma relação entre o raciocínio positivista e o silogismo ? método pelo qual aquele se operacionaliza. 
- Reconhecer a importância do raciocínio silogístico para a argumentação jurídica. 
- Identificar a relevância da razoabilidade para a persuasão de cada tipo de auditório. 
TEMA 
Silogismo a serviço da argumentação. 
ESTRUTURA DO CONTEÚDO 
1. Silogismo 
1.1. definição 
1.2. estrutura 
2. Silogismo e Positivismo 
3. Silogismo e Argumentação 
4. Razoabilidade e argumentação silogística 
PROCEDIMENTO DE ENSINO 
Esta aula, além de trabalhar os conteúdos que lhe são devidos, estimula a consulta a fontes importantes para o 
estudante de Direito, entre elas a jurisprudência, a doutrina e dicionários jurídicos. 
RECURSO FÍSICO 
Datashow e retroprojetor 
APLICAÇÃO PRÁTICA/ TEÓRICA 
O ensino de Direito no Brasil fundou suas raízes em forte influência do chamado Positivismo jurídico. Segundo essa 
doutrina, os profissionais que atuam na solução de conflitos levados ao Judiciário deveriam encontrar o sentido do direito no 
sistema de normas escritas que regulam a vida social de um determinado povo. 
De acordo com os adeptos dessa teoria, portanto, a prática jurídica deveria limitar-se à aplicação objetiva das 
normas vigentes ao caso concreto que se pretendia analisar, por meio de um método denominado silogismo. Esse método 
caracteriza-se por uma operação lógica em que compete ao juiz amoldar os acontecimentos da vida cotidiana à norma 
proposta pelo Estado. 
Na prática, o silogismo[1] apresenta três proposições ? premissa maior, premissa menor e conclusão ? que se 
dispõem de tal forma que a conclusão deriva de maneira lógica das duas premissas anteriores. Mas será que a lei deve ser 
aplicada a qualquer custo, ou cabe ao magistrado interpretar a vontade do legislador e usar a norma com razoabilidade? 
Nesse sentido, vamos refletir sobre o caso concreto que se lê. 
Caso Concreto 
"AMAR É FACULDADE, CUIDAR É DEVER", DIZ MINISTRA. 
A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) condenou um pai a indenizar em R$ 200 mil a 
filha por "abandono afetivo". A decisão é inédita. Em 2005, a Quarta Turma do STJ havia rejeitado indenização 
por dano moral por abandono afetivo. 
 
 
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Página: 6/46O caso julgado é de São Paulo. A autora obteve reconhecimento judicial de paternidade e entrou com 
ação contra o pai por ter sofrido abandono material e afetivo durante a infância e adolescência. O juiz de primeira 
instância julgou o pedido improcedente e atribuiu o distanciamento do pai a um "comportamento agressivo" da 
mãe dela em relação ao pai. A mulher apelou à segunda instância e afirmou que o pai era "abastado e próspero". 
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) reformou a sentença e fixou a indenização em R$ 415 mil. 
No recurso ao STJ, o pai alegou que não houve abandono e, mesmo que tivesse feito isso, não haveria 
ilícito a ser indenizável e a única punição possível pela falta com as obrigações paternas seria a perda do poder 
familiar. 
A ministra Nancy Andrighi, da Terceira Turma, no entanto, entendeu que é possível exigir indenização 
por dano moral decorrente de abandono afetivo pelos pais. "Amar é faculdade, cuidar é dever", afirmou ela na 
decisão. Para ela, não há motivo para tratar os danos das relações familiares de forma diferente de outros danos 
civis. 
"Muitos magistrados, calcados em axiomas que se focam na existência de singularidades na relação 
familiar - sentimentos e emoções -, negam a possibilidade de se indenizar ou compensar os danos decorrentes 
do descumprimento das obrigações parentais a que estão sujeitos os genitores", afirmou a ministra. "Contudo, 
não existem restrições legais à aplicação das regras relativas à responsabilidade civil e o consequente dever de 
indenizar/compensar, no direito de família". 
A ministra ressaltou que, nas relações familiares, o dano moral pode envolver questões subjetivas, como 
afetividade, mágoa ou amor, tornando difícil a identificação dos elementos que tradicionalmente compõem o dano 
moral indenizável: dano, culpa do autor e nexo causal. Porém, entendeu que a paternidade traz vínculo objetivo, 
com previsões legais e constitucionais de obrigações mínimas. 
"Aqui não se fala ou se discute o amar e, sim, a imposição biológica e legal de cuidar, que é dever 
jurídico, corolário da liberdade das pessoas de gerarem ou adotarem filhos", argumentou a ministra. 
No caso analisado, a ministra ressaltou que a filha superou as dificuldades sentimentais ocasionadas 
pelo tratamento como "filha de segunda classe", sem que fossem oferecidas as mesmas condições de 
desenvolvimento dadas aos filhos posteriores, mesmo diante da "evidente" presunção de paternidade e até 
depois de seu reconhecimento judicial. 
Alcançou inserção profissional, constituiu família e filhos e conseguiu "crescer com razoável prumo". 
Porém, os sentimentos de mágoa e tristeza causados pela negligência paterna perduraram, caracterizando o 
dano. O valor de indenização estabelecido pelo TJ-SP, porém, foi considerado alto pelo STJ, que reduziu a R$ 
200 mil, valor que deve ser atualizado a partir de 26 de novembro de 2008, data do julgamento pelo tribunal 
paulista. 
Questão discursiva 
No caso concreto apresentado, percebe-se que o Judiciário reconheceu o direito à indenização por 
danos morais decorrentes de abandono afetivo. Até então, entendia-se que o amor é um bem jurídico não 
exigível, razão pela qual as indenizações eram sistematicamente negadas. 
Releia a afirmação da Ministra Nancy Andrighi acerca dessa questão: "Muitos magistrados, calcados em 
axiomas que se focam na existência de singularidades na relação familiar - sentimentos e emoções -, negam a 
possibilidade de se indenizar ou compensar os danos decorrentes do descumprimento das obrigações parentais 
a que estão sujeitos os genitores". 
Com base nas informações recebidas na aula de hoje, comente, em até 10 linhas, a citação da Ministra Nancy 
Andrighi. Utilize, para tanto, os conceitos discutidos na aula de hoje. 
 
 
[1] FETZNER, Néli Luiza Cavalieri (Org. e Aut.); TAVARES, Nelson; VALVERDE, Alda. Lições de argumentação jurídica. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 
2008, capítulo 1. 
CONSIDERAÇÃO ADICIONAL 
 
 
 
 
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Disciplina: CCJ0051 - TEORIA E PRÁTICA DA ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA 
Semana Aula: 3 
DESCRIÇÃO DO PLANO DE AULA 
Teoria e Prática da Argumentação Jurídica 
OBJETIVO 
- Estabelecer a diferença entre demonstração e argumentação. 
- Relacionar demonstração e os tipos de prova admitidos em Direito. 
- Compreender a contribuição da demonstração para a argumentação jurídica. 
TEMA 
Demonstração e argumentação 
ESTRUTURA DO CONTEÚDO 
1. Procedimento demonstrativo 
1.1. Características 
1.2. Meios de prova e argumentatividade 
2. Argumentação 
2.1. Características 
2.2. Relação entre demonstração e argumentação 
PROCEDIMENTO DE ENSINO 
Sugerimos o uso da internet como ferramenta de pesquisa. A argumentação será tão mais consistente 
quanto mais competente for o aluno no assunto discutido e maiores as suas habilidades ao raciocinar questões 
novas do direito à luz da razoabilidade. 
RECURSO FÍSICO 
Datashow e retroprojetor. 
APLICAÇÃO PRÁTICA/ TEÓRICA 
Fetzner[1] reconhece que a demonstração pode auxiliar a argumentação a alcançar seus objetivos. Segundo os autores, a 
demonstração caracteriza-se por ser um “meio de prova, fundado na proposta de uma racionalidade matemática”, a qual é 
operacionalizada pela lógica formal – silogismo. 
Há provas testemunhais, documentais, periciais, etc. 
A demonstração caracteriza-se por meio de prova que auxilia na construção dos argumentos. 
A título de exemplo, reconheçamos que, para desenvolver uma argumentação que convença o magistrado da procedência do 
pedido de alimentos, é necessário demonstrar que realmente o requerido tem essa obrigação de alimentar o requerente, ou 
seja, é fundamental que a parte autora demonstre a paternidade para o juiz, sem a qual não tem qualquer serventia o 
fundamento jurídico selecionado. 
Quais os meios de prova admitidos pelo Direito no tocante à comprovação (demonstração) da paternidade? 
Questão 
Observe as quatro fontes abaixo que apresentam informações sobre os meios de prova admitidos em direito para a 
comprovação da paternidade. 
1) Art. 1.605 do Código Civil: na falta, ou defeito, do termo de nascimento (certidão), poderá provar-se a filiação por 
 
 
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qualquer modo admissível em direito: I - quando houver começo de prova por escrito, proveniente dos pais, conjunta ou 
separadamente; II - quando existirem veementes presunções resultantes de fatos já certos. 
2) STJ Súmula nº 301 (18/10/2004) 
Ação Investigatória - Recusa do Suposto Pai - Exame de DNA - Presunção Juris Tantum de Paternidade. Em ação 
investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de DNA induz presunção juris tantum de paternidade. 
3) Jurisprudência (Ação de investigação de paternidade. Processo número...) 
CIVIL E PROCESSUAL. AÇÃO INVESTIGATÓRIA DE PATERNIDADE. DESISTÊNCIA DA PRÓPRIA MENOR, POR 
SUA TUTORA. DESCABIMENTO. DIREITO INDISPONÍVEL. APURAÇÃO DA VERDADE REAL. EXAME DNA 
POSITIVO. CONFORMAÇÃO DO PAI INVESTIGADO. 
I. O direito ao reconhecimento da paternidade é indisponível, pelo que não é possível à tutora da menor desistir da ação já em 
curso, ao argumento de que a adoção que se propunha ela própria fazer era mais vantajosa à tutelada, e que, a todo tempo, 
seria possível à autora novamente intentar igual pedido, por imprescritível. 
II. Caso, ademais, em que já houvera, inclusive, a realização de teste de DNA, com a confirmação da paternidade investigada, 
sendo interesse da menor e do Estado a apuração da verdade real. 
III. Corretos, pois, a sentença e o acórdão estadual que, rejeitando o pedido de desistência, julgaramprocedente a ação 
investigatória. 
IV. Recurso especial não conhecido. 
4) Leia o artigo adiante: 
A edição do Diário Oficial da União de 30/7/2009 traz a íntegra atualizada da Lei 8.560/02, que regula a investigação de 
paternidade de filhos nascidos fora do casamento. A nova norma estabelece a presunção de paternidade no caso de recusa do 
suposto pai em submeter-se ao exame de código genético (mais conhecido como exame de DNA) em processo investigatório 
aberto para essa finalidade. Atualmente, a Justiça brasileira já tem reconhecido a presunção de paternidade nesses casos. 
Agora, com a lei, a recusa do réu em se submeter ao exame de código genético (DNA) gerará a presunção de paternidade. 
Entretanto, a presunção de paternidade deverá ser apreciada em conjunto com o contexto mais amplo de provas, como 
elementos que demonstrem a existência de relacionamento entre a mãe e o suposto pai. Não se poderá presumir a paternidade 
se houver provas suficientes que demonstrem a falta de fundamento da ação. 
Os precedentes 
A paternidade presumida já é entendimento pacificado no Superior Tribunal de Justiça desde 2004. Existe até uma súmula 
sobre o tema, a 301, publicada em novembro daquele ano. 
O entendimento começou a ser consolidado em 1998. Com base no voto do ministro Ruy Rosado, a 4ª Turma decidiu que a 
recusa do investigado em submeter-se ao exame de DNA — no caso concreto, marcado por 10 vezes, ao longo de quatro anos 
— aliada à comprovação de relacionamento sexual entre o investigado e a mãe do menor gera a presunção de veracidade das 
alegações do processo (REsp. 13.536-1). 
Em outro caso, o ministro Bueno de Souza levou em conta o fato de o suposto pai ter se recusado, por três vezes, a fazer o 
exame. “A injustificável recusa do investigado em submeter-se ao exame de DNA induz presunção que milita contra a sua 
resignação”, afirmou (REsp. 55.958). 
A 3ª Turma também consolidou essa posição ao decidir que, “ante o princípio da garantia da paternidade responsável, revela-
se imprescindível, no caso, a realização do exame de DNA, sendo que a recusa do réu de submeter-se a tal exame gera a 
presunção da paternidade”, conforme acórdão da relatoria da ministra Nancy Andrighi (REsp. 25.626-1). 
Vários e antigos são os julgamentos que solidificaram essa posição até que o tribunal decidisse sumular a questão, agilizando, 
dessa forma, a análise dos processos com esse intuito nas duas turmas da 2ª Seção, especializada em Direito Privado. Com 
informações da Assessoria de Imprensa do Superior Tribunal de Justiça. 
Sugerimos ler a íntegra da Lei n. 8.560/02. 
(http://www.conjur.com.br/2009-jul-30/leia-integra-lei-investigacao-paternidade) 
Com o conteúdo ministrado na aula foi possível compreender que a demonstração está a serviço da argumentação. Após a 
 
 
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leitura das fontes acima indicadas, verificou-se que a prova demonstrativa (DNA) pode ser eventualmente dispensada, se 
houver fundamentadas razões para isso. 
Vamos fazer um exercício de raciocínio? Indique outras situações jurídicas em que a prova demonstrativa é a mais adequada 
para construir a argumentação jurídica, mas a impossibilidade de sua produção autoriza o uso de outras provas, flexibilizando 
o rigor jurídico em nome da busca da verdade. 
 
 
[1] FETZNER, Néli Luiza Cavalieri (Org. e Aut.); TAVARES, Nelson; VALVERDE, Alda. Lições de Argumentação 
Jurídica: da teoria à prática. Rio de Janeiro: Forense, 2010, capítulo 2.3. 
CONSIDERAÇÃO ADICIONAL 
 
 
 
 
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Disciplina: CCJ0051 - TEORIA E PRÁTICA DA ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA 
Semana Aula: 4 
DESCRIÇÃO DO PLANO DE AULA 
Teoria e Prática da Argumentação Jurídica 
OBJETIVO 
- Compreender que a tarefa de persuadir o magistrado terá mais chances de sucesso se for bem planejado o texto 
argumentativo. 
- Desenvolver o planejamento do texto argumentativo pela seleção dos elementos: a) situação de conflito; b) tese; c) 
contextualização do real (fatos - provas e indícios). 
- Redigir cada um dos elementos constitutivos do planejamento da argumentação. 
TEMA 
Estrutura e linguagem do texto argumentativo: situação de conflito, tese e contextualização do real. 
ESTRUTURA DO CONTEÚDO 
1. Estrutura e linguagem do texto argumentativo 
2. Elementos estruturais da argumentação 
2.1. Situação de conflito 
2.2. Tese 
2.3. Contextualização do real 
2.3.1. Tipos de prova 
2.3.2. Indícios 
PROCEDIMENTO DE ENSINO 
É muito comum o aluno perguntar onde essas informações que produzimos nesta aula serão inseridas na peça processual. É importante 
que compreenda serem os ?elementos estruturantes da argumentação? itens de um planejamento do conteúdo da argumentação, a fim 
de garantir maiores chances de sucesso na persuasão do auditório. 
É exatamente esse planejamento que garantirá coesão seqüencial e coerência argumentativa ao texto produzido. 
Não existe uma resposta fechada para a situação de conflito, a tese e a contextualização do real. Incentive a reflexão crítica, o debate e a 
produção de conhecimento jurídico. 
Sugerimos que se leia o livro ?O caso dos exploradores de cavernas? e que seja feito um trabalho continuado com essa obra, a fim de 
abordar, desta aula em diante, todo o conteúdo pertinente à disciplina. Acreditamos que o trabalho seqüencial com um mesmo texto 
para quase todo o conteúdo facilita a aprendizagem e favorece atividades posteriores como o júri simulado, que deve ser viabilizado 
segundo as especificidades de cada unidade da Universidade Estácio de Sá. 
RECURSO FÍSICO 
Datashow, retroprojetor e uma leitura recomendada em "procedimentos de ensino". 
APLICAÇÃO PRÁTICA/ TEÓRICA 
A produção do texto argumentativo pressupõe um raciocínio extremamente complexo, que seleciona e organiza várias 
informações. O advogado já experiente realiza esse procedimento mentalmente, mas para o estudante de Direito, por questões 
de ordem didática, é importante que essa preparação seja feita, por escrito, passo a passo. Nesta aula, seguiremos as três 
primeiras tarefas: a) identificação da situação de conflito; b) escolha da tese a ser defendida; c) seleção dos fatos por meio dos 
 
 
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quais a tese será defendida. 
Segundo Fetzner[1], registrar a situação de conflito é fundamental para delimitar a questão sobre a qual se argumentará. Isso 
porque serão fornecidos os elementos indispensáveis para compor o caso concreto e inseri-lo no contexto jurídico. Nesta, o 
orador definirá a centralidade da questão jurídica que estará sob apreciação, isto é, o fato jurídico. Em seguida, identificará as 
partes envolvidas na lide, devidamente qualificadas, determinando aquele que, em tese, representa o sujeito passivo e o que 
será considerado sujeito ativo. Por fim, estabelecerá quando e onde esta ocorreu. 
A tese representa o ponto de vista a ser defendido, com base em todas as informações (fatos) disponíveis sobre o caso 
concreto e nos limites permitidos pela norma. 
Para conseguir sustentar a tese, torna-se necessário extrair do caso concreto todas as informações que, explícita ou 
implicitamente, concorrem para comprová-la. Compreender o caso concreto, interpretar todas as suas sutilezas, valorá-las, 
apreender os diversos sentidos que um mesmo fato, prova ou indício promovem é fundamental para a produção de um texto 
argumentativo consistente. É essa seleção de fatos que representa a contextualização do real. 
CASO CONCRETO 
Leia o caso concreto e, em seguida, façao que se pede. 
Chefe é condenado a pagar R$ 60 mil por obrigar 
funcionária a usar jeans apertado: a ex-funcionária 
alega que ele fazia comentários inapropriados sobre o 
seu corpo e que o chefe chegou a se matricular na aula 
de ciclismo para observá-la 
O código de conduta de como se vestir no trabalho - dresscode corporativo - para mulheres segue geralmente a composição 
de blusa e calça discretas. Nada de decote, saia curta ou algo muito justo. 
Mas não era essa a ordem dada a uma funcionária de 21 anos que trabalhava em um posto de combustíveis na Zona Sul de 
São Paulo. O seu chefe, Roberto Guerra Santiago, de 65 anos, obrigava a jovem a trabalhar de shorts jeans justos. A 
funcionária decidiu levar o assédio sexual à justiça. 
Segundo relatos dos demais funcionários, o patrão fazia comentários sugestivos sobre os seios e nádegas da jovem 
diariamente. ?Tudo começou com comentários sobre meu bumbum enquanto eu lavava os para-brisas dos carros?, contou ela. 
"Durante meus dez meses trabalhando na empresa, quase todos os dias eu ouvia um comentário inapropriado sobre o meu 
corpo e sobre coisas que ele iria fazer comigo", disse a ex-funcionária, que não quis se identificar. 
O então chefe chegou a obrigá-la a usar um short que ele mesmo havia comprado. ?Você não pode vestir qualquer outro jeans 
para trabalhar a partir de agora, porque agora eu tenho algo bonito para olhar?, teria dito. 
Roberto chegou a se inscrever nas aulas de ciclismo que a garota frequentava apenas para se aproximar dela e observá-la. 
"?Ele geralmente dizia na frente dos meus colegas: 'Eu vou observar o seu bumbum hoje à noite'." 
A autora acrescentou que ele também costumava dizer o quanto ela era bonita e que fazia os mesmos comentários sobre as 
mulheres que passavam ao posto. "Ele parecia obcecado por mulheres jovens e bonitas". 
Um dos funcionários da empresa disse que, apesar de a autora afirmar que execrava os comentários sexistas, chegou a ser 
promovida a gerente e recebeu a promessa de que poderia ganhar muito mais dinheiro se os negócios da empresa 
"deslanchassem". 
(http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/1,,EMI295911-16418,00.html, com adaptações) 
Consulte também as seguintes fontes: 
 
 
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1) Jurisprudência: 
TRT da 17ª Região prolatou: ?a humilhação repetitiva e de longa duração interfere na vida do assediado de modo direto, 
comprometendo sua identidade, dignidade e relações afetivas e sociais, ocasionando graves danos à saúde física e mental, 
que podem evoluir para a incapacidade laborativa, desemprego ou mesmo a morte, constituindo um risco invisível, porém 
concreto, nas relações e condições de trabalho?. 
2) Doutrina: 
Os elementos essenciais para a caracterização do assédio moral no ambiente de trabalho é a reiteração da conduta ofensiva ou 
humilhante, uma vez que, sejam capazes de causar lesões psíquicas à vítima, ou seja, o empregado deve sofrer algum tipo de 
tortura psicológica, destinada a destruir-lhe a autoestima. São ainda elementos essenciais as relações hierárquicas desumanas 
e sem ética, marcadas pelo abuso do poder e manipulações perversas, e o cerco contra um empregado. 
(http://www.correadesouza.adv.br/artigos/assedio-moral-no-direito-do-trabalho/) 
3) CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL: 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, 
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
II ? a cidadania; 
IIII ? a dignidade da pessoa humana; 
IV ? os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
Art. 5º (?) 
III ? ninguém será submetido à tortura ou a tratamento desumano ou degradante; 
V ? é assegurado o direito de resposta proporcional ao agravo, além de indenização por dano material, moral ou à imagem; 
X ? são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra, a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano 
material ou moral decorrente de sua violação; 
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à 
maternidade e a infância, a assistência aos desamparados na forma desta constituição. 
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: 
I ? a relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos da Lei complementar, que 
preverá indenização compensatória, dentre outros direitos; 
XXVIII ? seguro contra acidentes do trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado se 
incorrer com dolo ou culpa; 
XXX- proibição de diferenças de salário, de exercícios de funções e de critérios de admissão do trabalhador portador de 
deficiência; 
XXXIV ? igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso. 
Art. 9º É assegurado o direito de revê, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os 
interesses que deva por meio dele defender. 
Art. 170. A Ordem Econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a 
todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: 
VIII ? busca pelo pleno emprego 
Questão1 - destaque: 
a) o fato gerador do conflito sobre o qual o caso concreto discorre (o quê?); 
b) as partes, devidamente identificadas (quem?); 
 
 
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d) quando e onde esse fato ocorreu. 
Com base nessas informações, produza o parágrafo relativo à situação de conflito. 
Questão 2 
Indique a tese que pretende defender. 
Questão 3 
Selecione, em tópicos, as informações que possam colaborar com a defesa da tese que você escolheu. Indique, pelo menos, 
cinco fatos. 
[1] FETZNER, Néli Luiza Cavalieri (Org. e Aut.); TAVARES, Nelson; VALVERDE, Alda. Lições de Argumentação 
Jurídica: da teoria à prática. Rio de Janeiro: Forense, 2010, capítulos 5.1.1, 5.1.2 e 5.1. 
CONSIDERAÇÃO ADICIONAL 
 
 
 
 
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Disciplina: CCJ0051 - TEORIA E PRÁTICA DA ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA 
Semana Aula: 5 
DESCRIÇÃO DO PLANO DE AULA 
Teoria e prática da Argumentação Jurídica 
OBJETIVO 
- Compreender que as hipóteses são argumentos possíveis a serem utilizados na fundamentação. 
- Desenvolver o hábito de ponderar a força persuasiva do argumento antes mesmo de redigi-lo. 
- Redigir estruturas de valor hipotético com verbos no futuro do pretérito e com função persuasiva. 
- Selecionar fatos, provas e indícios que se prestem à produção das hipóteses. 
TEMA 
Estratégias argumentativas: técnicas de elaboração de hipóteses 
ESTRUTURA DO CONTEÚDO 
1. Estrutura da hipótese causal 
1.1. Uso de conectores e tempo verbal adequados 
1.2. seleção de fatos que se prestem a esse tipo de hipótese 
2. Estrutura da hipótese condicional 
2.1. Uso de conectores e tempo verbal adequados 
2.2. seleção de fatos que se prestem a esse tipo de hipótese 
3. Diferenças estruturais e argumentativas entre as hipóteses e os argumentos 
PROCEDIMENTO DE ENSINO 
Em decorrência do fato de a questão inserir-se na prova de direito constitucional, entendemos de grande valia a realização 
de uma ponderação de interesses, que confrontem valores como liberdade, direito de livre expressão e indisponibilidade de 
certos direitos da personalidade. 
RECURSO FÍSICODatashow, retroprojetor, fontes pesquisadas na Internet. 
APLICAÇÃO PRÁTICA/ TEÓRICA 
Hipóteses são raciocínios previamente construídos que poderão ser utilizados no texto argumentativo como 
estratégia persuasiva. Partindo de fatos comprovados, o argumentador tira uma inferência. Há, assim, uma relação lógica 
entre as duas partes da hipótese. 
Para esclarecer como são produzidas essas hipóteses, conheça exemplos extraídos de Lições de Argumentação Jurídica: 
1) Já que somente o quarto da dona da casa havia sido vasculhado, o assalto teria sido planejado. 
2) Uma vez que Sueli afirmou que trouxera as joias para casa a fim de dividi-las com as filhas, o assaltante teria 
conhecimento da atual localização das joias. 
3) Tendo em vista que o assaltante sabia o que desejava furtar, seria alguém íntimo da família. 
4) Se houve participação de um dos empregados da casa, deveria o crime a ele imputado ser qualificado pelo abuso de 
confiança. 
Com base nessas hipóteses, todas relacionadas pelo mesmo objetivo - provar que houve a participação, no furto, 
de alguém conhecido da família - o texto argumentativo será estruturado. Nele, as suposições se transformarão em 
afirmações, isso é, em inferências das quais não se tem dúvida. Tais afirmações ainda deverão estar acompanhadas das 
 
 
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justificativas que representarão como se processou a conexão entre o fato, a prova, o indício e a conclusão, que se extraiu a 
partir dessa conexão. 
Questão 
Leia o caso concreto e produza pelo menos três hipóteses. 
CASO CONCRETO 
Em depoimento, testemunhas dizem que viram trava de brinquedo abrir 
Adolescente de 14 anos morreu após ser lançada de atração em parque de diversão 
Três das quatro testemunhas ouvidas pelo delegado titular da Polícia Civil de Vinhedo, Álvaro Santucci 
Noventa Júnior, sobre o acidente no parque de diversões Hopi Hari, em Vinhedo, no interior de São Paulo, que 
matou uma adolescente de 14 anos, disseram ter visto a trava do brinquedo onde a vítima estava abrir antes da 
queda. A auxiliar de escritório Cátia Damasceno contou que o dispositivo de segurança do brinquedo abriu na 
descida. "No primeiro 'tranco' da descida, eu vi a trava do assento dela abrir. Só a trava dela abriu', conta a 
testemunha. "Depois disso, o corpo dela foi lançado para o chão", completou Cátia. A jovem caiu de bruços e 
chegou morta ao hospital Paulo Sacramento, em Jundiaí, com sinais de traumatismo craniano. 
Além da auxiliar de escritório, o delegado de Vinhedo ouviu o marido dela e um outro casal. Álvaro 
Santucci Júnior disse que apenas o marido de Cátia Damasceno relatou, em depoimento, não ter visto o 
momento exato da abertura da trava porque não estava olhando fixamente para o assento onde a adolescente 
estava. 
Os funcionários do parque que trabalhavam na atração só serão ouvidos pela Polícia Civil no início da 
próxima semana, de acordo com Álvaro Santucci Noventa Júnior, a pedido dos advogados do parque. O 
delegado acredita que a hipótese mais provável para o acidente tenha sido falha mecânica. Ele acompanhou o 
trabalho dos peritos no Hopi Hari e acredita que a menina caiu de uma altura entre 25 e 30 metros. 
A trava, segundo o delegado, deve ter aberto durante a frenagem do brinquedo. O equipamento, 
também conhecido como elevador, leva o visitante a 69 metros de altura e, depois de um tranco, despenca a 
uma velocidade que pode chegar a 94 quilômetros por hora, segundo anunciado no site do parque. 
A assessoria de imprensa do parque de diversões informou que a queda aconteceu às 10h20min. A 
adolescente estava no parque acompanhada dos pais. Em nota, o Hopi Hari lamentou o incidente e informou que 
está prestando toda a assistência à família da vítima e apoiando os órgãos responsáveis na investigação sobre 
as causas do acidente. A direção do parque decidiu encerrar as atividades no começo da tarde desta sexta-feira, 
mas o local será reaberto neste sábado (25), das 10h às 19h. A atração La Tour Eiffel permanecerá fechada até 
que as causas do acidente sejam esclarecidas. 
Veja abaixo a íntegra da nota divulgada pelo parque de diversões: 
COMUNICADO - O Hopi Hari informa que por volta das 10h20min de hoje houve um acidente 
envolvendo uma visitante de 14 anos que estava no brinquedo La Tour Eiffel. A visitante foi socorrida e levada 
para o Hospital Paulo Sacramento, na cidade de Jundiaí, aonde chegou em óbito. Após o acidente, o Parque 
decidiu encerrar as suas atividades do dia. Hopi Hari reabre amanhã, sábado, das 10h às 19h. A La Tour Eiffel 
permanecerá fechada até que as causas do acidente sejam esclarecidas. A perícia do brinquedo foi realizada 
pela Polícia Técnica, que vai investigar as hipóteses do acidente. O parque lamenta profundamente o ocorrido e 
está prestando toda a assistência à família da vítima e apoiando os órgãos responsáveis na investigação sobre 
as causas do acidente. 
(Disponível em: <http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2012/02/em-depoimento-testemunhas-dizem-que-viram-
trava-de-brinquedo-abrir.html>. Acesso em: 25 fev. 2012). 
SE JULGAR CONVENIENTE, RECORRA ÀS FONTES: 
Art. 6º do CDC: São direitos básicos do consumidor: 
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e 
 
 
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serviços considerados perigosos ou nocivos; 
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de 
quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem; 
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos; 
Art. 14 do CDC: O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação 
dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por 
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. 
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se 
em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais: 
I - o modo de seu fornecimento; 
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam; 
III - a época em que foi fornecido. 
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas. 
§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar: 
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste; 
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. 
§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa. 
CONSIDERAÇÃO ADICIONAL 
 
 
 
 
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Disciplina: CCJ0051 - TEORIA E PRÁTICA DA ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA 
Semana Aula: 6 
DESCRIÇÃO DO PLANO DE AULA 
Teoria e Prática da Argumentação Jurídica 
OBJETIVO 
- Distinguir os vários tipos de argumento disponíveis ao profissional da área jurídica. 
- Compreender que a coesão seqüencial depende não apenas das informações registradas, mas também dos tipos de 
argumento por meio dos quais esses dados são veiculados. 
- Estabelecer relação significativa entre as fontes do Direito e os tipos de argumento. 
- Redigir parágrafos argumentativos persuasivos. 
TEMA 
Tipos de argumento: seleção e combinação 
ESTRUTURA DO CONTEÚDO 
1. Relação entre fontes do Direito e tipos de argumento 
2. Argumento pró-tese. 
2.1. Estrutura, características e informações lingüísticas relevantes3. Argumento de autoridade 
3.1. Estrutura, características e informações lingüísticas relevantes 
4. Argumento de senso comum 
4.1. Estrutura, características e informações lingüísticas relevantes 
PROCEDIMENTO DE ENSINO 
Professores, os tipos de argumento que trabalhamos com nossos alunos devem ser discutidos do ponto de vista da estrutura, do 
conteúdo e da capacidade de convencer. Em geral, nossos esforços seguem esse ordem, na medida em que perceber o critério 
"persuasão" neste momento ainda é um pouco difícil para a maioria. 
RECURSO FÍSICO 
Datashow, retroprojetor e material pesquisado na Internet 
APLICAÇÃO PRÁTICA/ TEÓRICA 
Os argumentos são recursos linguísticos que visam ao convencimento. O argumento não é uma prova inequívoca da 
verdade. Argumentar não significa impor uma forma de demonstração, como nas ciências exatas. O argumento implica um 
juízo do quanto é provável ou razoável. 
A) ARGUMENTO PRÓ-TESE 
Caracteriza-se por ser extraído dos fatos reais contidos no relatório. Deve ser o primeiro argumento a compor a 
fundamentação. A estrutura adequada para desenvolvê-lo seria: Tese + porque + e também + além disso. Cada um 
desses elos coesivos introduzem fatos distintos favoráveis à tese escolhida. 
B) DE AUTORIDADE 
Argumento constituído com base nas fontes do Direito, em pesquisas científicas comprovadas. 
 
 
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C) ARGUMENTO DE SENSO COMUM 
Consiste no aproveitamento de uma afirmação que goza de consenso geral; está amplamente difundido na sociedade. 
CASO CONCRETO 
Dois homens são presos por agressão no Galeão 
Passageiro espancado ao recusar serviço pirata de táxi 
tem suspeita de fraturas no rosto e está internado 
Emanuel Alencar 
RIO - Dois homens foram presos em flagrante depois de um tumulto no setor de desembarque do 
Terminal 2 do Aeroporto Internacional Tom Jobim. Marcos Andrade da Silva, de 40 anos, e Rodrigo Alvinho 
Silveira, de 31 anos, que trabalham pra taxistas, foram autuados por lesão corporal e tentativa de homicídio. Eles 
são acusados de terem agredido o vendedor Cristian Valério, de 40 anos, e o jornalista Dario Amorim, de 48 
anos, após discussão. Internado no Hospital Santa Maria Madalena, na Ilha do Governador, Cristian tem suspeita 
de fraturas na face e está sob observação. 
Delegacia investiga grupo que atua ilegalmente 
A confusão começou às 14h10min, quando Cristian e Dario haviam desembarcado, vindos de Natal. 
Segundo depoimentos das vítimas, que moram no Rio, eles foram abordados por homens que trabalham 
oferecendo serviço de táxis no terminal. Diante da recusa, Rodrigo Silva teria provocado e xingado a dupla. Foi o 
estopim para uma grande confusão. Dario sofreu leves escoriações no rosto. 
De acordo com o delegado Ricardo Codeceira, titular da Delegacia do Aeroporto Internacional do Rio 
(Dairj), os acusados de agressão atuam como "jóquei", apelido dado às pessoas que oferecem aos passageiros 
os serviços de táxis piratas. O delegado informou que a delegacia investiga, há dois meses, esta prática ilegal no 
aeroporto. 
— Essas pessoas que ficam chamando passageiros, conhecidas como "jóqueis", atuam há bastante 
tempo e já são alvo de uma investigação — afirmou o delegado, que acredita que as agressões tenham 
conotação homofóbica. 
As vítimas disseram que foram xingadas por causa da opção sexual. A partir daí começou toda a 
confusão. Os agressores (Marcos e Rodrigo) alegam legítima defesa, mas Cristiano chegou a desmaiar depois 
de receber um pontapé no queixo. 
Bastante nervosa, a mãe de Rodrigo, Marli Alves da Silva, criticou a prisão de seu filho. Ela chegou a 
passar mal na delegacia, com pressão alta. 
— Por que os outros que se envolveram na briga não foram presos? Meu filho também foi agredido. 
Apenas se defendeu, como todo homem faria. Os dois levantaram o tom de voz e foram grosseiros. 
A versão de Dario, um dos agredidos, é diferente. Ele diz que Rodrigo começou a confusão. 
— Ele ofereceu o serviço e dissemos que não estávamos interessados. Mas insistiu e começou a fazer 
gracinha. Até que ele disse: "vai tomar no c..., seu v...". Aí o Cristian perdeu a cabeça e começou toda a 
confusão. Marcos foi quem agrediu Cristian quando ele já estava caído, sem qualquer chance de defesa. 
Dario criticou a Infraero. Segundo ele, a princípio, a estatal não quis levá-lo ao hospital onde seu 
companheiro está internado. 
— Só depois de muita insistência eles ofereceram condução — disse. 
 
 
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O delegado disse que o episódio reforça a importância de os passageiros optarem sempre por táxis 
legalizados e padronizados. 
— As vítimas agiram de forma correta ao recusarem um serviço ilegal. 
(Disponível em: <http://oglobo.globo.com/rio/dois-homens-sao-presos-por-agressao-no-galeao-
3965359#ixzz1nRhXx1Pd>. Acesso em: 14 fev 2012. O Globo, p. 13.) 
SE JULGAR NECESSÁRIO, RECORRA ÀS POLIFONIAS SEGUINTES: 
Lesão corporal 
Art. 129 do CP: Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
Lesão corporal de natureza grave 
§ 1º Se resulta: 
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; 
II - perigo de vida; 
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; 
IV - aceleração de parto: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos. 
§ 2° Se resulta: 
I - Incapacidade permanente para o trabalho; 
II - enfermidade incurável; 
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função; 
IV - deformidade permanente; 
V - aborto: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
Lesão corporal seguida de morte 
§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de 
produzi-lo: 
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. 
Art. 14 do CP: Diz-se o crime: 
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. 
Pena de tentativa 
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime 
consumado, diminuída de um a dois terços. 
Homicídio simples 
Art. 121 do CP: Matar alguém: 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
Homicídio qualificado 
 
 
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§ 2° Se o homicídio é cometido: 
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; 
II - por motivo fútil; 
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar 
perigo comum; 
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do 
ofendido; 
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
Observação: pesquisar as informações mais atuais sobre homofobia e sua criminalização. 
QUESTÃO DISCURSIVA 
Leia o caso concreto indicado para esta aula e recorra às fontes sugeridas. Redija três parágrafos argumentativos: 
um argumento pró-tese, um argumento de autoridade e um argumento de oposição. Vale observar que, normalmente, após 
o argumento de autoridade é sugerida a produção do argumento de oposição; entretanto, devido à sua complexidade, esse 
argumento será reservado para a próxima aula. 
[1] Harada, Kiyoshi. Responsabilidade civil do Estado. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=491>. Acesso em: 19 
de julho de 2010. 
CONSIDERAÇÃO ADICIONALRelatório - Plano de Aula 
 
 
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Disciplina: CCJ0051 - TEORIA E PRÁTICA DA ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA 
Semana Aula: 7 
DESCRIÇÃO DO PLANO DE AULA 
Teoria e Prática da Argumentação Jurídica 
OBJETIVO 
- Reconhecer estrutura e aspectos persuasivos dos argumentos de oposição, de causa e efeito e de analogia. 
- Compreender que a quebra de expectativas como estratégia discursiva do argumento de oposição, apoiada no uso dos 
operadores argumentativos de concessão e adversidade. 
- Identificar o uso da jurisprudência como importante fonte argumentativa. 
TEMA 
Tipos de argumento: seleção e combinação (continuação) 
ESTRUTURA DO CONTEÚDO 
1. Relação entre fontes do Direito e tipos de argumento 
2. Argumento de oposição. 
2.1. Estrutura, características e informações lingüísticas relevantes 
3. Argumento de causa e efeito 
3.1. Estrutura, características e informações lingüísticas relevantes 
4. Argumento de senso comum 
4.1. Estrutura, características e informações lingüísticas relevantes 
PROCEDIMENTO DE ENSINO 
A produção do texto argumentativo é marcada não apenas pela observância da estrutura de cada parágrafo argumentativo. 
O efeito persuasivo e o raciocínio lógico-argumentativo são fundamentais para o sucesso da produção textual. 
RECURSO FÍSICO 
Datashow, Retroprojetor e material recolhido da Internet. 
APLICAÇÃO PRÁTICA/ TEÓRICA 
O ARGUMENTO DE OPOSIÇÃO serve ao profissional do Direito como uma estratégia discursiva eficiente para a 
redação de uma boa fundamentação. Compõe-se da introdução de uma perspectiva oposta ao ponto de vista defendido pelo 
argumentador, admitindo-o como uma possibilidade de conclusão, para depois apresentar, como argumento decisivo, a 
perspectiva contrária. 
Apoiada no uso dos conectores argumentativos concessivos e adversativos, essa estratégia permite antecipar as 
possíveis manobras discursivas que formarão a argumentação da outra parte durante a busca de solução jurisdicional para o 
conflito, enfraquecendo, assim, os fundamentos mais fortes da parte oposta. 
Para ficar clara essa estrutura, desenvolvemos adiante esses parágrafos. Compreenda que as estruturas 
sugeridas não são, de forma alguma, instrumentos que impedem a liberdade redacional do argumentador; ao contrário, a 
partir delas novas informações podem ser acrescidas ? sem descaracterizar a estratégia. 
Argumento de oposição concessiva 
Embora haja quem argumente ser impossível pensar a afetividade como valor jurídico, pois não existe lei que 
obrigue alguém a ser pai, nem garanta reaproximações indesejadas, a Justiça pode, sim, fazer valer o direito de um filho 
em relação aos cuidados paternais, por meio de uma reparação afetiva. Essa reparação André Júlio deve a Alexandre, 
por sua luta inglória desde quase os sete anos de idade, a fim de reaver o afeto do pai. Falta de carinho, de atenção e de 
presença não se quantifica, mas pode ser compensada para amenizar o sofrimento de Alexandre, por ter tido um pai 
 
 
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ausente. 
Também podemos redigir o argumento desta maneira: 
Argumento de oposição restritiva 
Há quem argumente ser impossível pensar a afetividade como valor jurídico, ou seja, que não existe lei que obrigue 
alguém a ser pai, nem garanta reaproximações indesejadas, mas a Justiça pode, sim, fazer valer o direito de um filho 
em relação aos cuidados paternais, por meio de uma reparação afetiva. Essa reparação André Júlio deve a Alexandre, 
por sua luta inglória desde quase os sete anos de idade, a fim de reaver o afeto do pai. Falta de carinho, de atenção e de 
presença não se quantifica, mas pode ser compensada para amenizar o sofrimento de Alexandre, por ter tido um pai 
ausente. 
Além do argumento de oposição, outro que também se mostra de grande eficiência na prática argumentativa é o 
ARGUMENTO DE CAUSA E EFEITO, que estabelece uma relação de causalidade, ou seja, são apresentadas as causas e 
as consequências jurídicas de um ato praticado. 
Com relação ao ARGUMENTO DE ANALOGIA, a obra principal adotada para esta disciplina ? Lições de Gramática 
aplicadas ao Texto Jurídico ? menciona que é importante discutir se é possível usar a jurisprudência com fonte. Antes de 
enfrentar qualquer questão, tomemos como conceito de jurisprudência, em sentido estrito, o conjunto de decisões uniformes, 
sobre uma determinada questão jurídica, prolatadas pelos órgãos do Poder Judiciário. 
O próprio conceito atribuído à fonte aqui discutida sugere que sua autoridade advém do órgão que a profere 
(jurisdição). Isso é inegável. O que se questiona é que, independentemente da autoridade que a reveste, o que faculta 
verdadeiramente seu uso ? e a torna eficiente ? é a proximidade do caso analisado com os outros cujas decisões são 
tomadas como referência. 
Isso implica dizer que, em última instância, o que faz do uso da jurisprudência uma estratégia interessante para a 
argumentação é o raciocínio de que casos semelhantes devem receber tratamentos análogos por parte do Judiciário, para 
que não sejam observadas injustiças ou discrepâncias. É a semelhança entre o caso concreto analisado e o processo já 
transitado em julgado que autoriza o uso da jurisprudência. 
Tanto é assim que se ambos os conflitos versarem sobre direito possessório, por exemplo, mas as circunstâncias em 
que cada um deles ocorreu não forem as mesmas, a simples proximidade temática não autoriza o uso da jurisprudência pela 
autoridade de que é revestida. Por essa razão, preferimos elencar as decisões judiciais reiteradas como motivadoras de 
argumentos por analogia. 
Uma observação se faz necessária, neste ponto: para o acadêmico de Direito importa, muitas vezes, mais o domínio 
das estratégias argumentativas e dos tipos de argumento, do ponto de vista prático, que a própria classificação desses 
elementos, pois esta é uma preocupação prioritariamente didática. 
CASO CONCRETO 
Cliente baleado diz que vigia disparou após discussão em porta giratória 
O cabeleireiro João Adriano Santos, de 29 anos, foi baleado por um vigia de uma agência bancária em 
São Mateus, na Zona Leste de São Paulo, após ser parado na porta giratória e discutir com o funcionário. O tiro 
atingiu João nas costas, mas não causou ferimentos graves. Ele está consciente e foi liberado após receber 
tratamento no Hospital São Mateus. 
A Polícia Militar foi acionada pouco depois das 14h para ir até o banco, na Avenida Mateo Bei. O vigia, 
de 37 anos, está detido. João Adriano relatou que havia ido ao banco pagar uma conta e foi parado na entrada. O 
segurança teria pedido que ele retirasse todos os objetos de metal do bolso, mas João disse que não carregava 
nenhum objeto desse tipo. Houve uma discussão e João conta ter sido insultado pelo vigia. 
Após entrar, João Adriano ficou ao lado do segurança, esperando que o amigo que o acompanhava 
passasse pela porta giratória. Nesse momento, afirma ter levado uma rasteira e, em seguida, o tiro. Ele foi levado 
para o hospital e, às 19h, estava no 49º Distrito Policial, em São Mateus, prestando depoimento. ?Acho que todas 
as portas giratórias de banco tinham que ser retiradas porque não há funcionários preparados para trabalhar com 
elas?, afirmou. A agência bancária foi fechada logo após o incidente. 
O Banco disse estar acompanhando a recuperação do cliente e lamentou o ocorrido. Em nota oficial, a 
instituição afirmou que "colabora com as investigações sobre o incidente até o total esclarecimento dos fatos". 
(Disponível em: <http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2012/03/cliente-baleado-diz-que-vigia-disparou-apos-
 
 
Relatório - Plano de Aula 
 
 
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discussao-em-porta-giratoria.html>. Acesso em: 12 fev. 2012. 
QUESTÃO DISCURSIVA 
Leia o caso concreto indicado para esta aula e recorra, se desejar, às fontes indicadas. Redija um texto 
argumentativo que contenha, além dos argumentos já trabalhados este semestre, três parágrafos: um argumento de 
oposição, um argumento de causa e efeito e um argumento de analogia. O caso concreto desta aula tem repercussão civil e 
criminal. Escolha apenas uma dessas linhas para teu texto. 
Se julgar adequado, recorra às polifonias adiante: 
Lesão corporal 
Art. 129 do CP: Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
Lesão corporal de natureza grave 
§ 1º Se resulta: 
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; 
II - perigo de vida; 
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; 
IV - aceleração de parto: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos. 
§ 2° Se resulta: 
I - Incapacidade permanente para o trabalho; 
II - enfermidade incurável; 
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função; 
IV - deformidade permanente; 
V - aborto: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
Lesão corporal seguida de morte 
§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de 
produzi-lo: 
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. 
Art. 14 do CP: Diz-se o crime: 
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. 
Pena de tentativa 
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime 
consumado, diminuída de um a dois terços. 
Homicídio simples 
Art. 121 do CP: Matar alguém: 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
 
 
Relatório - Plano de Aula 
 
 
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Homicídio qualificado 
§ 2° Se o homicídio é cometido: 
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; 
II - por motivo fútil; 
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa 
resultar perigo comum; 
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a 
defesa do ofendido; 
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
Art. 6º do CDC: São direitos básicos do consumidor: 
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e 
serviços considerados perigosos ou nocivos; 
Art. 14 do CDC: O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela 
reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por 
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. 
CONSIDERAÇÃO ADICIONAL 
 
 
 
 
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Disciplina: CCJ0051 - TEORIA E PRÁTICA DA ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA 
Semana Aula: 8 
DESCRIÇÃO DO PLANO DE AULA 
Teoria e Prática da Argumentação Jurídica 
OBJETIVO 
- Auxiliar o discente na redação do texto argumentativo, com a sugestão de expressões introdutórias de parágrafos. 
- Compreender os mecanismos discursivos e lingüísticos da coesão seqüencial entre parágrafos. 
TEMA 
Coesão e coerência no texto jurídico-argumentativo. 
ESTRUTURA DO CONTEÚDO 
1. Coesão referencial e interfrástica 
2. Coerência textual 
3. coesão e progressividade argumentativa 
PROCEDIMENTO DE ENSINO 
É importante, nesta aula, que o aluno perceba que uma argumentação não é um amontoado de parágrafos. A coesão 
referencial auxilia a construção de parágrafos e a coesão interfrástica auxilia o autor a manter um fio condutor nas ideias 
desenvolvidas com fim persuasivo. 
RECURSO FÍSICO 
Datashow, Retroprojetor e textos variados (jornalísticos, literários, jurídicos, etc.) 
APLICAÇÃO PRÁTICA/ TEÓRICA 
Os elos coesivos entre parágrafos reforçam a tessitura do texto, permitindo uma maior eficiência discursiva por 
parte do argumentador. Eles podem ser utilizados de acordo com o objetivo de cada parágrafo elaborado, devendo-se levar 
em consideração algumas possibilidades interpretativas: 
Por enumeração 
Ressalta(m)-se 
Além desses fatores... 
É de verificar-se que... 
Registre-se, ainda, que... 
Assinale-se, ainda, que... 
Convém ressaltar... 
Além desses fatores... 
Soma(m)-se a esses aspectos o(s) fato(s)... 
Mister se faz ressaltar que... 
Registre-se, ainda, que... 
É de ser relevado... 
Por oposição 
É bem verdade que... 
Não se pode olvidar que... 
 
 
Relatório - Plano de Aula 
 
 
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Não há olvidar-se que... 
Bom é dizer que... 
Por outro lado... 
Ao contrário do que foi dito... 
Conectores de oposição: conjunções adversativas e concessivas. 
Verbos que indicam oposição (contrariar, impedir, obstar, vedar...) 
Por causa 
Como se há verificar... 
Como se pode notar... 
É de verificar-se que... 
Devido a... 
Em virtude de... 
Em face de... 
Substantivos: causa, motivo, razão, explicação, pretexto, base, fundamento, gênese, origem, o porquê. 
Verbos que indicam causa (determinar, permitir, causar, gerar...) 
Locuções prepositivas: em virtude de..., em razão de..., por causa de..., em vista de..., por motivo de... 
Conjunções: porque, pois, já que, uma vez que, porquanto, como. 
Por consequência 
Neste sentido, deve-se dizer... 
Oportuno se torna dizer que... 
Cumpre-nos assinalar que... 
Diante do exposto... 
Diante disso... 
Em face de tal situação... 
Em virtude desses fatos... 
Em face dessa questão... 
Substantivos: efeito, produto, decorrência, fruto, reflexo, desfecho. 
Verbos que indicam consequência (ocasionar, gerar, provocar...) 
Locuções e conjunções: logo, então, portanto, por isso, por conseguinte, pois. 
CASO CONCRETO 
Mãe diz que não abandonou o menino que caiu 
Moradora do Barramares, onde filho morreu em queda do 26º andar, 
achou que ele seria vigiado pelo irmão mais velho. 
O sono pesado de Fernando Moraes Júnior, de 3 anos, deu à mãe dele, Rosana Rosa Cavalcanti da Silva, a certeza de 
que poderia ir sem problemas até a farmácia de propriedade da família num pequeno shopping embaixo do apartamento 
onde mora, no 26º andar de um dos prédios do Condomínio Barramares, na Barra da Tijuca. 
 
 
Relatório - Plano de Aula 
 
 
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Segundo Rosana contou a parentes, mesmo assim pediu para o filho mais velho, de 8 anos, ficar em casa até que ela 
voltasse. Mas o menino recebeu um telefonema de um vizinho e saiu para jogar bola. Fernando acordou sozinho, abriu a 
porta do quarto e levou uma cadeira até a varanda – que estava com a porta de correr aberta. Fernando subiu na cadeira, 
apoiou-se no parapeito sem grade, desequilibrou-se e caiu de uma altura de pouco mais de 80 metros às 20h40min de 6 de 
maio de 1999. Ele morreu no local e foi enterrado no Cemitério São João Batista, em Botafogo (RJ). 
A mãe foi avisada e encaminhou-se para o local. Em estado de choque, sentou e chorou ao lado do corpo 
do filho por mais de duas horas. Segundo testemunhas, antes de cair no chão o corpo ainda bateu num coqueiro 
na frente do edifício, o que amorteceu a queda e evitou que ele tivesse muitas escoriações.O menino ainda teria 
respirado por alguns instantes, mas não resistiu. Policiais militares cobriram o corpo com um plástico preto. 
- Não há dúvidas de que foi uma fatalidade. Ela sempre foi uma excelente mãe, cuidadosa, carinhosa com 
os filhos. Não foi negligência – afirmou Gisela Moraes Zepeta, irmã de Fernando Moraes, pai do menino. 
A morte foi registrada na 16ª. DP (Barra) como fato a ser investigado. O perito Antônio Carlos Alcoforado 
disse que encontrou uma cadeira na sacada do apartamento no 26º andar. Segundo ele, o parapeito tinha 1.20 
metros e só com a cadeira o menino poderia ter ultrapassado. 
O delegado titular disse que vai esperar alguns dias até que a família esteja mais tranquila para tomar os 
depoimentos. Segundo ele, caso seja apurada negligência na atenção ao menor, o responsável poderá ser 
indiciado por homicídio culposo. 
- Não podemos, porém falar de um caso assim porque a família já está sofrendo muito. Temos que esperar 
pelas provas técnicas – disse o delegado. 
Segundo Gisela, Rosana contou que foi até a Farmácia Barramares 2000, que é administrada pelo marido, 
Fernando, pegar remédios e um panfleto para fazer no computador de casa. A mãe contou ainda que o menino 
estava cansado depois de brincar na creche que frequentava desde o início do ano, dentro do condomínio. 
Depois de tomar banho e jantar, ele dormia profundamente, segundo a mãe que aproveitou para descer. 
Segundo Gisela, Rosana teria demorado fora de casa cerca de cinco minutos até o momento do acidente. 
Consulte também as fontes: 
Art. 133 do CP: Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer 
motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos. 
§ 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos. 
§ 2º - Se resulta a morte: 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. 
O instituto do perdão judicial somente pode alcançar o acusado que se mostrar suficientemente punido pelo 
sofrimento que o ato praticado causou na sua própria vida. 
Art. 121, § 5º do CP: Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as 
consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne 
desnecessária. 
Art. 107, IX do CP: Extingue-se a punibilidade: pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei. 
QUESTÃO DISCURSIVA 
Selecione algumas das expressões do quadro anterior e produza três parágrafos argumentativos que defendam 
uma tese sobre a situação de conflito apresentada no caso concreto. O tipo de argumento é de sua livre escolha. Serão 
avaliadas, na correção, as escolhas que produzam melhor coesão entre os parágrafos. 
CONSIDERAÇÃO ADICIONAL 
 
 
 
 
Relatório - Plano de Aula 
 
 
14/08/2012 23:44 
 
 
 
 
 
 
 
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Disciplina: CCJ0051 - TEORIA E PRÁTICA DA ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA 
Semana Aula: 9 
DESCRIÇÃO DO PLANO DE AULA 
Teoria e Prática da Argumentação Jurídica 
OBJETIVO 
- Planejar textos argumentativos coesos e coerentes. 
- Redigir a fundamentação e a conclusão de um texto jurídico. 
- Desenvolver a habilidade persuasiva, mediante utilização das fontes do direito e em consonância com a teoria da 
argumentação jurídica. 
TEMA 
Organização da estrutura do texto jurídico argumentativo: seleção de argumentos e organização de ideias 
ESTRUTURA DO CONTEÚDO 
1. Planejamento de textos argumentativos. 
2. Fundamentação do texto argumentativo. 
2.1. Seleção dos argumentos adequados. 
2.2. Identificação das fontes mais eficientes. 
2.3. produção persuasiva da linguagem. 
3. conclusão do texto argumentativo. 
PROCEDIMENTO DE ENSINO 
Aqui também é importante que o aluno perceba que uma argumentação não é um amontoado de parágrafos. A depender 
das fontes e dos princípios selecionados para convencer o magistrado, o esquema argumentativo será diferente. 
RECURSO FÍSICO 
Datashow, Retroprojetor, textos variados (jornalísticos, literários, jurídicos, legais, etc.) 
APLICAÇÃO PRÁTICA/ TEÓRICA 
CASO CONCRETO 
Trata-se de indenização por danos morais de EVA TERESINHA SILVA DA ROSA em face de MANZOLI 
S.A INDÚSTRIA E COMÉRCIO. A violação da imagem ocorreu na loja Manlec n. 12, Rio Grande do Sul, no dia 
16 de fevereiro do ano de 2011. 
Alega a autora que esteve em uma das lojas da empresa requerida na ocasião em que comprou uma 
televisão marca Baysinic, além de outros objetos. No mesmo dia, foi filmada de forma imperceptível e depois sua 
imagem passou a aparecer diariamente, com destaque entre outras pessoas, na RBS, canal 12, em propaganda 
promocional da loja. Por um período de trinta dias, a gravação produzida era transmitida em sua velocidade 
normal e depois passou a ser apresentada com maior velocidade, o que tornou as cenas jocosas. 
Tudo acontecendo muito rapidamente, fez com que os gestos e o caminhar das pessoas tornassem-se 
caricatos. Aduziu a requerente que, além da exploração clandestina de sua imagem, a demandante passou a 
enfrentar o ridículo da gozação de pessoas suas conhecidas e dos colegas da repartição pública onde trabalha. 
Carlos Alberto Corrêa Machado, colega da autora no Hospital Santa Casa, ouviu de sua esposa que Eva 
estava aparecendo na televisão por diversas vezes, entre a novela das sete e a novela das oito e teve 
curiosidade, assistiu ao comercial umas duas ou três vezes, e, efetivamente, viu Eva carregando uma caixa de 
televisão. 
 
 
Relatório - Plano de Aula 
 
 
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O depoente só assistiu aos colegas brincarem com Eva dizendo que ela estava famosa. Jaqueline 
Camargo Domingues relatou que também foi colega da autora na Santa Casa e tem certeza que viu a 
propaganda no horário das novelas, e que não era reportagem jornalística, era propaganda mesmo. 
Jaqueline tem certeza porque chegava ao serviço e todos os dias “mexiam” com ela, chamando-a de 
garota propaganda da Manlec e até chegou a dizer que parecia uma louquinha correndo com aquela caixa. Na 
Santa Casa eram gerais as brincadeiras com ela, todos dizendo que a viram na televisão. 
Consulte as Fontes: 
Art. 6º do CDC: São direitos básicos do consumidor: 
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como 
contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços; 
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos; 
Art. 5º, V da CRFB: é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano 
material, moral ou à imagem; 
Art. 5º, X da CRFB: são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o 
direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; 
Art. 5º, XXVIII da CRFB: são assegurados, nos termos da lei: 
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, 
inclusive nas atividades desportivas; 
QUESTÃO DISCURSIVA 
Leia o caso concreto e, com base em tudo o que aprendeu até agora, produza fundamentação e conclusão para o 
caso concreto. 
CONSIDERAÇÃO ADICIONAL 
 
 
 
 
Relatório - Plano de Aula 
 
 
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Disciplina: CCJ0051 - TEORIA E PRÁTICA DA ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA 
Semana Aula: 10 
DESCRIÇÃO DO PLANO DE AULA 
Teoria e Prática da Argumentação Jurídica 
OBJETIVO 
- Identificar os diversos tipos de argumento já trabalhados em sala de aula. 
- Compreender

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