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RESUMO - PROVA 02 - FISIOLOGIA VEGETAL Respiração Substratos respiratórios: principalmente carboidratos, mas podemos utilizar lipídios, ptns, ác. nucleicos. Evolução da respiração aeróbica: Seu desenvolvimento só foi possível depois que a fotossíntese se estabeleceu; A respiração aeróbica se desenvolveu a partir da fermentação e citocromo oxidase pré-existentes. - NO redutase: homóloga ao cit. oxi.; desnitrificação existente no início da história evolutiva da Terra; enzima poderia executar outras funções e depois ser usada na respiração. Evolução do ciclo de Krebs: síntese, seleção e auto-organização de compostos orgânicos - Ácido pirúvico: capaz de produzir macromoléculas orgânicas em fases aquosas, sendo que algumas são anfipáticas e se auto-organizam em estruturas vesiculares Processo: 50% do carbono disponível fixado pela fotossíntese líquida é respirado; 50% é utilizado como esqueletos de carbono para crescimento, propagação, aquisição de nutrientes e produção de serapilheira. - Principais substratos: carboidratos (entram na glicólise), proteínas (aas; supre sementes germinantes) e lipídios (ác. graxos sofrem β-oxidação nos peroxissomos das folhas ou nos glioxissomos de sem.germ.) Respiração da glicose: processo envolve muitas reações componentes, cada uma catalisada por uma enzima diferente. - Apesar da energia gerada, boa parte da energia liberada é perdida na forma de calor. - Resultado: ATP e esqueletos de carbono - QR (quociente respiratório): Razão entre CO2 liberado e O2 consumido, no mesmo intervalo de tempo. ETAPAS DA RESPIRAÇÃO Glicólise: degrada glicose ou frutose a ác. pirúvico no citoplasma, com produção de 2 ATP e 2NADH -1. Fase preparatória: conversão de glicose a gliceraldeído-6-fosfato (começa gastando ATP para haver fosforilação) → quebra da hexose em duas trioses -2. Fase de pagamento: conversão oxidativa de gliceraldeído-3-fosfato a piruvato (formação de ATP e NADH) - Piruvato: pode ser usado na respiração anaeróbica (gasto de NADH para formar lactato, mas há ganho de ATP → plantas usam o mecanismo em terreno alagado; [sal] alta) ou entrar no ciclo de Krebs Obs.: Diferenças entre glicólise animal e vegetal - Início: plantas começam com sacarose; animais com glicose. - Controle: plantas com glicólise inibida por PEP (mas inibição diminuída por Pi); em animais, o controle é realizado por AMP e ATP - Final: em plantas pode ser piruvato ou malato; em animais, só piruvato Ciclo de Krebs: ocorre na matriz rica em ptns entre as cristas das mitocôndrias. Funções: - Redução de NAD+ e ubiquinona a NADH e ubiquinol (oxidados para produzir ATP) - Síntese de ATP para cada piruvato oxidado - Formação de esqueletos de carbono para síntese de aas. Obs.: Diferenças entre respiração mitocondrial animal e vegetal - Succinil CoA → SUC: em plantas, a etapa é direta; em animais, há formação de GTP e depois é convertido a ATP - Em plantas: enzima málica, que capacita mitocôndrias operarem uma via alternativa para o metabolismo do PEP derivado da glicólise. - Vários mecanismos, pois a planta necessita sintetizar/assimilar muitos compostos >> plasticidade! Cadeia de Transporte Eletrônico e Fosforilação Oxidativa: oxidação do NADH via transf. de elétrons através de muitos compostos intermediários até a formação de H2O - Citocromo oxidase catalisa a formação de água a partir de O2, com prótons que fluem através da cadeia respiratória - Ubiquinonas formam um pool: sítio de armazenamento de e-, que fluem através da cadeia respiratória Obs.: Diferenças na cadeia respiratória animal e vegetal - Presença de componentes não comumente encontrados nas mitocôndrias dos animais: - Complexo 1; NADH-desidrogenases insensíveis à rotenona e que facilitam oxidação do NADH citoplasmático (pouca interferência de venenos na respiração) - Complexos 2 e 3; Oxidase alternativa ,estimulada pela presença de piruvato, alto quando planta está em estresse, pega o O2- e forma moléculas de H2O (diminui efeito de envelhecimento, gera calor) → respiração insensível ao cianeto; produz calor, que pode propiciar polinização (Philodendron sp. e polinização por besouros: calor gerado por essa respiração possibilita a liberação de um cheiro de carne podre, que atrai besouros.) Fotossíntese Fotólise da água: doação de elétrons para produção de ATP e NADPH na “fase clara”, posteriormente usados na “fase escura”, em que a assimilação de CO2 permite a produção de açúcares. Fase clara/fase fotoquímica: 1) Fóton atinge pigmento que envolve FSII (P680) >> pigmentos organizados em funil de energia; 2) Energia atinge centro de reação >> elétron livre; 3) 2 elétrons, quando excitados, são transferidos para PQ - Adiciona 2 H+ do estroma; - Elétrons repostos pela dissociação da H2O; 4) PQ transfere elétrons para citocromo F >> 2 H+ liberados no lúmen; 5) Elétrons >> transf. PC >> transf. FSI (P700); - Fótons energizam elétron e preparam sua transf. para ferredoxina; 6) Ferredoxina transf. elétrons para FNR; 7) Formação de NADPH 8) Gradiente criado pela transf. elétrons é utilizado pela ATP sintase; 9) ADP + Pi → ATP Obs.: Fotofosforilação não-cíclica (elétron não volta para FSII. Fase escura/fase química: Ciclo de Calvin-Benson - Plantas C3 - CO2 é incorporado para formar um primeiro produto estável contendo 3C (algum ác. orgânico). - Ciclo de Clavin-Benson (no cloroplasto) - Fase 1: fixação do carbono; - Fase 2: redução >> maior produção de açúcares; - Fase 3: regenerado de RuBP; mais complexa. - RUBISCO (RuBP): fixa CO2 e O2 atmosférico - Eficiência catalítica baixa (3 reações/s. sítio ativo) - Necessário ter mais enzima que CO2 no estroma dos cloroplastos para compensar essa ineficiência. � Esquema do Ciclo de Calvin-Benson (legenda): � Em vermelho: saída; Em azul: entrada; 3-PGA: ácido fosfoglicérico; 1,3-BPGA: ácido difosfoglicerato; 3 – PGAld: fosfogliceraldeído; 1,7 – SED: sedheptulosebifosfato DAP: dihidroxiacetonafosfato TP: trifosfato Xyl: xilose Fru : frutose Ery: eritrose � *Dentro do próprio cloroplasto, há estoque temporário de amido nas folhas (devido a problemas na redistribuição da sacarose). Obs.: O ciclo de Calvin-Benson não funciona à noite, pois muitas das enzimas que atuam nesse ciclo são ativadas por uma ferredoxina-tiorredoxina redutase, que, na presença de luz, é reduzida >> cadeia de redução envolvendo tiorredoxina e, em seguida, as enzimas-alvo, ativando-as. - As enzimas são ativas no modo reduzido; - RUBISCO também só funciona de dia; ativação da RUBISCO ocorre por uma carbamilação, aumentada pela maior incidência de luz (indiretamente: a luz propicia algumas condições no cloroplasto, necessárias para haver carbamilação). - Plantas C4 - 1º produto é um ác. orgânico contendo 4C >> OAA (oxalacetato); - Anatomia Krang: bainha vascular (no mesofilo) diferenciada. * enzima málica dependente de NADP (EM-NADP). Joga-se muito CO2 no ciclo de Calvin: funcionamento mais adequado. Variação da reação com PEPase é mais alta que RUBISCO. Esse tipo de processo gasta mais ATP (principalmente na transformação de PIR >> PEP). - Faz pouco tempo que há plantas C4; não são monofiléticas! - Ainda não foram encontradas arbóreas C4; - Apenas 3% da flora mundial é C4; - Aumento da emissão de CO2 atmosférico: será que propiciará o desenvolvimento de novas plantas C4? - Plantas CAM: metabolismo ácido das crassuláceas - Bromeliáceas, orquidáceas, liliáces... >> ocorre em 26 famílias; - Plantas adaptadas a ambientes estressantes como seca ou alta salinidade; - Também chamadas de suculentas: presença de grandes vacúolos (para estocar os ác. orgânicos como malato e citrato). * À noite: amido é quebrado e transformado em PEP. - Lütge: “as plantas CAM possuem alta plasticidade fotossintética”. - Dependendo do ambiente,ela pode ser do tipo C3: plantas intermediárias (C3-CAM) (ex. abacaxi); - CAM recicladora: mantém o estômato fechado mesmo à noite; - Açúcar vem todo da respiração; - Em vez de CO2 ser liberado ao ambiente, ele é recapturado, faz malato e o ciclo continua >> não há crescimento: a planta apenas vive (não entra em estresse oxidativo); - CAM cicladora: como qualquer C3, mas à noite ela é capaz de armazenar malato; de dia, aproveita o malato para o ciclo de Calvin ocorrer mais rápido >> melhor eficiência. Fotorrespiração Consumo de O2 e a liberação de CO2 em presença de luz; Restrita aos tecidos fotossintetizantes (onde há RUBISCO); Organelas envolvidas: cloroplasto, peroxissomos e mitocôndrias 1) Luz incide nos cloroplastos >> forma NADPH e ATP, usados no Ciclo de Calvin; 2) A RUBISCO incorpora o O2 na Ribulose-fosfato, originando glicerato-P e glicolato-P; 3) No peroxissomo, o glicolato >> glioxilato >> glicina - Precisa ser nessa organela pela presença de peroxidases que catalisam H2O2 resultante da transformação do glicolato em glioxilato; 4) A glicina, na mitocôndria, possibilita a formação de ptns. Processo gasta energia: ATP e NADH Evolução do processo: - RUBISCO evoluiu em um ambiente rico em CO2 e pobre em O2 - Não havia a necessidade de discriminar esses gases; - Afinidade para O2 menor que para CO2. Estratégia para diminuir a fotorrespiração: - Reduzir o acesso ao O2, modificando o sítio ativo; - Não é possível, pois reduziria o acesso a CO2; - Aumentar a [ ] interna de CO2 (algas) ou a [ ] RUBISCO (nas plantas) >> aumenta N, mas há níveis de saturação; - Inibir também a quebra da RUBISCO. Função desse mecanismo: proteção das plantas C3 da fotoxidação e fotoinibição. - Retira o O2 em excesso nos cloroplastos. Metabolismo Secundário Importante papel nas interações ecológicas: proteção contra herbivoria, infecção microbiana, proteção contra dessecação, atração de polinizadores e animais dispersores de sementes, alelopatia. Ceras, cutina e suberina: proteção dos órgãos contra dessecação, contra patógenos e contra danos mecânicos menores. Terpenos (isoprenoides): lipídeos sintetizador a partir do acetil-CoA pela via do ác. mevalônico, a partir de intermediários da glicólise ou do Ciclo de Calvin; classificados de acordo com o número de unidades de isopreno. * Importantes contra herbivoria; * Mentol e cânfora (monoterpenos): ação vasodilatadora; agem como inseticidas naturais; * Maconha (diterpenos): canabioides; * Carotenoides (tetraterpenos): pigmentos acessórios da fotossíntese e fotoproteção. Fenóis: todos compostos contém um anel aromático que contém vários grupos substitutivos ligados; síntese por via do ác. chiquímico e via do ác. malônico. * Lignina: sustentação e garantia da integridade dos vasos durante subida de água e sais, sob tensão; normalmente ocorre lignificação em áreas danificadas por lesões ou por infecção. * Taninos: hidrolisáveis (proteção contra herbívoros vertebrados ou invertebrados – diminui palatabilidade, dificulta digestão, compostos tóxicos) e condensados (defesa contra microrganismos patogênicos); * Cumarinas: alta fototoxicidade, alergênicas; * Flavonóis: pigmentos amarelados que causam proteção contra raios UV e atração de insetos para polinização. * Estilbenos: tóxicos, induzem dormência e alelopatia Compostos nitrogenados: * Alcaloides: sintetizados principalmente em ramos e armazenados nos vacúolos dos tecidos maduros; defesa contra predadores (alta toxicidade) → efeitos principalmente no sistema nervoso, mas também no coração e fígado (ex. nicotina, cocaína, ópio, LSD). - Defesa química → ativos fisiologicamente e apresentam atividade antibiótica Defesa vegetal: a caracterização desses produtos abriu a possibilidade de seu uso na proteção de plantas ou como modelos estruturais para a síntese de pesticidas naturais. * Compostos envolvidos na defesa vegetal podem se originar do metabolismo primário (celulose, ptns, lipídios, açúcares) ou do metabolismo secundário (lignina alcaloides, flavonoides, terpenoides, fenóis, aldeídos, cetonas); * Plantas injuriadas: induzem inibidores de proteases em folhas não danificadas, induzindo resistência entre folhas de um mesmo indivíduo e até mesmo entre indivíduos de uma população inteira → defesa vegetal funciona de uma maneira semelhante ao sistema imune animal (mas não com a mesma complexidade).
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