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CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS - AFT 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 1
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS - AFT 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
APRESENTAÇÃO 
 
Caros concursandos de todo Brasil, sejam bem vindos! 
É com grande felicidade que inicio mais este curso aqui no Ponto, com foco 
total no concurso para Auditor Fiscal do Trabalho (AFT). 
Antes de tudo, para que me conheçam um pouco melhor, farei minha 
apresentação. 
Meu nome é Pedro Ivo, sou servidor público há 12 anos e, atualmente, exerço 
o cargo de Auditor-Fiscal Tributário no Município de São Paulo (ISS-SP). 
Iniciei meus trabalhos no serviço público atuando na Administração Federal, na 
qual, durante alguns anos, permaneci como Oficial da Marinha do Brasil. 
Por opção, comecei a estudar para a área fiscal e, concomitantemente, fui 
aprendendo o que é o “verdadeiro espírito de concurseiro”, qualidade que logo 
percebi ser tão necessária para alcançar meu objetivo. 
Atualmente, após a aprovação no cargo almejado, ministro aulas em diversos 
cursos do Rio de Janeiro e de São Paulo, sou pós-graduado em Auditoria 
Tributária, pós-graduado em Processo Penal e Direito Penal Especial e autor 
dos livros “Direito Penal – Questões comentadas da FCC”, “Direito Processual 
Penal – Resumo dos tópicos mais importantes para concursos públicos” e 
“1001 Questões Comentadas – Direito Penal – CESPE”, todos publicados pela 
Editora Método. 
Agora que já me conhecem um pouco, posso, com certa tranquilidade, 
começar a falar de nosso curso. 
Em primeiro lugar é importante que desde já firmemos uma parceria em busca 
dos 100% de acertos em sua PROVA. Digo isto porque espero, nas próximas 
semanas, poder estar conversando com vocês sobre o Direito Penal em suas 
casas, no trabalho, no metrô, no ônibus, enfim, em qualquer lugar em que 
vocês estiverem lendo as aulas. 
Trata-se efetivamente de uma conversa, sem formalismos desnecessários e 
objetivando o maior grau de assimilação possível. 
Nosso curso será no método QP, ou seja, Quase-Presencial. 
“Mas professor... Eu nunca ouvi falar neste tal de “QP”, o que é isso?” 
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É o método através do qual eu apenas não estarei fisicamente na sua frente, 
mas buscarei com que se sintam em uma sala de aula, aprendendo a matéria 
através de uma linguagem clara e objetiva, voltada para a sua aprovação. 
Durante nossos encontros, buscarei evitar o máximo possível o uso do 
“juridiquês”, ou seja, da linguagem que, regra geral, utiliza-se na faculdade de 
Direito. 
É claro que em alguns momentos não conseguiremos fugir da utilização de 
termos jurídicos, pois alguns são adotados pela ESAF e, assim, precisam 
passar a fazer parte do seu linguajar. 
O curso terá por base a integralidade do último edital para Auditor Fiscal do 
Trabalho. Assim, será composto das seguintes aulas: 
 
AULA 00 
 
DIREITO PENAL - NOÇÕES INTRODUTÓRIAS / LEI PENAL 
 
AULA 01 
APLICABILIDADE DA LEI PENAL 
 
AULA 02 
DO CRIME – PARTE 01 
 
AULA 03 
DO CRIME – PARTE 02 
 
AULA 04 
DO CRIME – PARTE 03 
 
AULA 05 
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – PARTE 01 
 
AULA 06 
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – PARTE 02 
AULA 07 
DOS CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO 
CRIMES CONTRA A PREVIDÊNCIA SOCIAL 
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Lei n. 8.137, de 27/12/1990: Capítulo I, Seção II – Dos 
crimes contra a Ordem Tributária: Dos crimes praticados 
por Funcionários Públicos. 
LEI Nº 2.860/56. 
 
AULA 08 
 
LEI DOS JUIZADOS ESPECIAIS (Lei n. 9.099/95 e Lei n. 
10.259/2001). 
 
Ao término de cada encontro, apresentarei exercícios comentados a fim de 
fixar a matéria. Ao final do curso, atingiremos cerca de 200 questões 
comentadas. 
Por falar em exercícios, precisamos tratar de um importante ponto: Sempre 
que possível utilizarei somente exercícios da ESAF no que tange aos 
assuntos que trataremos. 
Ocorre, entretanto, que a banca não tem grande tradição no que diz respeito 
ao Direito Penal. Assim, quando necessário, apresentarei exercícios de outras 
bancas, mas sempre irei adequar ao “estilo ESAF”, ok? 
Para finalizar essa nossa primeira conversa, lembro que todas as dúvidas 
poderão ser sanadas no fórum e que qualquer crítica ou sugestão poderá ser 
enviada para pedro@pontodosconcursos.com.br. 
Bom, agora que já estamos devidamente apresentados e você já sabe como 
será o nosso curso, vamos começar a subir mais um importante degrau rumo à 
aprovação!!! 
Bons estudos!!! 
 
 
 
 
 
 
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AULA 00 – DIREITO PENAL - NOÇÕES INTRODUTÓRIAS / LEI 
PENAL 
 
1.1 DIREITO PENAL – NOÇÕES INTRODUTÓRIAS 
 
De acordo com o autor José Frederico Marques, o Direito Penal “é o conjunto 
de normas que ligam ao crime, como fato, a pena como consequência, e 
disciplinam também as relações jurídicas daí derivadas, para estabelecer a 
aplicabilidade de medidas de segurança e a tutela do direito de liberdade em 
face do poder de punir do Estado”. 
Resumindo, o Direito Penal é o ramo do direito público que se destina a 
combater os crimes e as contravenções penais, através da imposição de 
uma sanção penal. Aqui, surge um primeiro questionamento 
importantíssimo: Qual a diferença entre crime e contravenção? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CRIME X CONTRAVENÇÃO 
Para encontrar a diferenciação entre estes dois termos tão utilizados, devemos recorrer à 
Lei de Introdução ao Código Penal, que dispõe em seu artigo 1º: 
Art 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de 
detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de 
multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão 
simples ou de multa, ou ambas. alternativa ou cumulativamente. 
Logo, do exposto, podemos resumir: 
CRIME� PENA DE RECLUSÃO OU DETENÇÃO (isoladamente, alternativa ou 
cumulativamente com multa). 
CONTRAVENÇÃO� ISOLADAMENTE PRISÃO SIMPLES OU MULTA. 
RECLUSÃO X DETENÇÃO X PRISÃO SIMPLES – APENAS PARA CONHECIMENTO 
 
Na prática, não existe hoje diferença essencial entre reclusão e detenção. A lei, porém, 
usa esses termos como índices ou critérios para a determinação dos regimes de 
cumprimento de pena. 
Se a condenação for de reclusão, a pena é cumprida em regime fechado, semi-aberto ou 
aberto. 
Na detenção, cumpre-se em regime semi-aberto ou aberto, salvo a hipótese de 
transferência excepcional para o regime fechado. 
A prisão simples é prevista para as contravenções penais e não para crimes. Pode ser 
cumprida nos regimes semi-aberto ou aberto, não sendo cabível o regime fechado. 
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Dizemos que o Direito Penal é um ramo do direito públicopor ser composto de 
regras aplicáveis a todas as pessoas e por ter como titular exclusivo do direito 
de punir o ESTADO. 
 
1.1.1 PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL 
 
O Direito Penal brasileiro é regido por uma série de princípios, cujo estudo 
aprofundado e exata compreensão são de suma importância para um bom 
aprendizado dos assuntos que estão por vir. 
Segundo o doutrinador Celso Antônio Bandeira de Mello: 
 
 “Princípio é, por definição, mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro 
alicerce dele, disposição fundamental que se irradia sobre diferentes 
normas, compondo-lhes o espírito e servindo de critério para a sua 
exata compreensão e inteligência, exatamente por definir a lógica e a 
racionalidade do sistema normativo, no que lhe confere a tônica e lhe dá 
sentido harmônico. É o conhecimento dos princípios que preside a intelecção 
das diferentes partes componentes do todo unitário que há por nome 
sistema jurídico positivo". (grifo nosso) 
 
Vamos, a partir de agora, analisar os princípios do Direito Penal que serão 
importantes para a sua PROVA: 
 
� PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL � Uma das características de vital 
importância do Direito Penal brasileiro é o chamado princípio da 
reserva legal, o qual encontra previsão não só no art. 1º, do Código 
Penal, mas também na Constituição Federal. Observe: 
Art. 5º [...] 
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem 
pena sem prévia cominação legal; 
O princípio da reserva legal não é sinônimo do princípio da 
legalidade, senão espécie. A doutrina não raro confunde ou não 
distingue suficientemente o princípio da legalidade e o da reserva de 
lei. 
O primeiro significa a submissão e o respeito à lei, ou a atuação dentro 
da esfera estabelecida pelo legislador. O segundo consiste em estatuir 
que a regulamentação de determinadas matérias devem ser feitas, 
necessariamente, por lei formal. 
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Segundo o Professor DAMÁSIO E. DE JESUS: 
"(...) O princípio da ou de reserva legal tem significado político, no 
sentido de ser uma garantia constitucional dos direitos do homem. 
Constitui a garantia fundamental da liberdade civil, que não consiste 
em fazer tudo o que se quer, mas somente aquilo que a lei permite. À 
lei e somente a ela compete fixar as limitações que destacam a 
atividade criminosa da atividade legítima. Esta é a condição de 
segurança e liberdade individual. (...) Assim, não há crime sem que, 
antes de sua prática, haja uma lei descrevendo-o como fato punível. É 
lícita, pois, qualquer conduta que não se encontre definida em lei penal 
incriminadora.” 
 
� PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE � Este princípio tem base no já 
citado art. 5º, XXXIX, da Carta Magna e estabelece a necessidade de 
que o CRIME e a PENA estejam PREVIAMENTE definidos em LEI. 
Aqui cabe um importante questionamento: Durante o chamado 
“vacatio legis”, período entre a publicação da lei e a sua entrada em 
vigor, já pode um indivíduo ser punido? 
A resposta é negativa, e para o nosso curso lembre-se sempre de que: 
 
 
 
 
 
� PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA ��� Este princípio surgiu com a 
idéia de afastar da esfera do Direito Penal situações com pouca 
significância para a sociedade. Observe um pronunciamento do STF 
sobre o tema: 
 
 
 
 
 
 
A LEI PENAL PRODUZ EFEITOS A PARTIR DE SUA 
ENTRADA EM VIGOR. NÃO PODE RETROAGIR, SALVO SE 
BENEFICIAR O RÉU. 
STF - HC 92961/SP – DJe 07/02/2008 
A mínima ofensividade da conduta, a ausência de periculosidade social da 
ação, o reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e a 
inexpressividade da lesão jurídica constituem os requisitos de ordem 
objetiva autorizadores da aplicação do princípio da insignificância. 
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Mas e se, por exemplo, Tício furta um grão de arroz de Mévio, 
podemos afirmar que o princípio será aplicado e, portanto, a tipicidade 
afastada? 
A resposta é negativa, pois o simples fato de um objeto ter um 
reduzido valor patrimonial não quer dizer que ele não é importante 
para quem o detém. Explico: Imagine que o supracitado grão de arroz 
tenha sido dado a Mévio por um parente próximo, poucos instantes 
antes de morrer. Não será valioso para ele? 
Ok, Caro(a) concurseiro(a), grão de arroz no leito de morte... 
Realmente peguei pesado, mas acho que agora você não esquece mais 
que a o pequeno valor do objeto do furto não se traduz, 
automaticamente, na aplicação do princípio da insignificância!!! 
Vamos ver o que diz o STJ sobre o tema: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para finalizar este importante princípio, é importante ressaltar que, 
obviamente, ele não se aplica só aos delitos contra o patrimônio, mas 
A QUALQUER CRIME. Durante o curso voltaremos a tratar deste 
tema. 
 
� PRINCÍPIO DA ALTERIDADE ��� Este princípio é interessante e de 
fácil entendimento. Vamos compreendê-lo através de um exemplo: 
Imagine que Tício, após assistir a um jogo de futebol, fica desesperado 
STJ - HC 60949 PE – DJ 17.12.2007 
HABEAS CORPUS. DIREITO PENAL. FURTO DE PULSOS 
TELEFÔNICOS. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. 
POSSIBILIDADE. ORDEM CONCEDIDA. 
1. O pequeno valor da res furtiva (objeto do furto) não se traduz, 
automaticamente, na aplicação do princípio da insignificância. Há 
que se conjugar a importância do objeto material para a vítima, 
levando-se em consideração a sua condição econômica, o valor 
sentimental do bem, como também as circunstâncias e o resultado 
do crime, tudo de modo a determinar, subjetivamente, se houve 
relevante lesão. Precedente desta Corte. 
2. Consoante se constata dos termos da peça acusatória, a paciente 
foi flagrada fazendo uma única ligação clandestina em telefone 
público. Assim, o valor da res furtiva pode ser considerado ínfimo, a 
ponto de justificar a aplicação do Princípio da Insignificância ou da 
Bagatela, ante a falta de justa causa para a ação penal. 
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com seu time e começa a bater em seu próprio corpo. Tício poderá ser 
condenado criminalmente por algo? 
A resposta é NÃO, pois, segundo o princípio da alteridade, ninguém 
pode ser punido por causar mal APENAS A SI PRÓPRIO. 
 
� PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA ��� Segundo este princípio, 
o Direito Penal deve ser utilizado com muito critério, devendo o 
legislador fazer uso dele SOMENTE nas situações realmente 
NECESSÁRIAS de serem rigidamente tuteladas. Veja como o STF trata 
o assunto: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
� PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊNCIA ��� Segundo este princípio, 
ninguém pode ser responsabilizado por um fato que foi cometido por 
um terceiro. Tal princípio tem base constitucional. Veja: 
 
Art. 5º [...] 
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, 
podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do 
perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos 
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do 
patrimônio transferido; 
 
STF - HC 92463/RS – DJ 30.10.2007 
[...] 
O sistema jurídico há de considerar a relevantíssima circunstância de 
que a privação da liberdadee a restrição de direitos do indivíduo 
somente se justificam quando estritamente necessárias à própria 
proteção das pessoas, da sociedade e de outros bens jurídicos que 
lhes sejam essenciais, notadamente naqueles casos em que os 
valores penalmente tutelados se exponham a dano, efetivo ou 
potencial, impregnado de significativa lesividade. O direito penal não 
se deve ocupar de condutas que produzam resultado, cujo desvalor - 
por não importar em lesão significativa a bens jurídicos relevantes - 
não represente, por isso mesmo, prejuízo importante, seja ao titular 
do bem jurídico tutelado, seja à integridade da própria ordem social. 
[...] 
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Segundo o STF, “O postulado da intranscendência impede que sanções 
e restrições de ordem jurídica superem a dimensão estritamente 
pessoal do infrator”. 
******************************************************************* 
Caro(a) Aluno(a), 
Neste momento finalizamos os conceitos introdutórios e necessários 
para a correta compreensão do Direito Penal. A partir de agora 
iniciaremos o estudo da lei penal propriamente dita. 
******************************************************************** 
1.2 LEI PENAL 
 
 1.2.1 CONCEITO 
 
A lei penal é a fonte formal imediata do Direito Penal e é classificada pela 
doutrina majoritária em incriminadora e não incriminadora. 
Dizemos “incriminadoras” aquelas que criam crimes e cominam penas 
como, por exemplo: 
 
Art. 121. Matar alguém: 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
 
Sua estrutura apresenta dois preceitos, um primário (que expõe a conduta) 
e um secundário (que determina a pena): 
 
 
 
 
 
Diferentemente, as leis penais não incriminadoras são as que não criam 
delitos e nem cominam penas, e subdividem-se em (citarei só o que 
importa para sua PROVA): 
• PERMISSIVAS � Autorizam a prática de condutas típicas. Exemplo: 
Art. 23 do CP. 
 
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: 
I - em estado de necessidade; 
II - em legítima defesa; 
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III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício 
regular de direito. 
 
• EXCULPANTES � Estabelecem a não culpabilidade do agente ou 
caracteriza a impunidade de algum crime. Observe: 
 
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou 
qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a 
posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou 
alheio: 
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. 
[...] 
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de 
outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se 
precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe 
é posterior, reduz de metade a pena imposta. 
 
• INTERPRETATIVAS � Explicam determinado conceito, tornando 
clara a sua aplicabilidade. É o caso do artigo 327 do CP, que explica o 
conceito de funcionário público para fins penais: 
 
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos 
penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, 
exerce cargo, emprego ou função pública. 
 
Resumindo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEI PENAL 
NÃO 
INCRIMINADORA 
INCRIMINADORA 
PRECEITO 
PRIMÁRIO 
+ 
PRECEITO 
SECUNDÁRIO 
PERMISSIVA 
 
EXCULPANTE 
 
INTERPRETATIVA 
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 1.2.2 INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL 
 
A palavra interpretação não pertence exclusivamente aos estudiosos do 
direito. Ao contrário, é empregada com freqüência nos múltiplos ramos do 
conhecimento e na própria vida comum. 
Há sempre alguém que traduz o pensamento de seus pares, de seus 
companheiros. E os homens parecem gostar da interpretação, porque mexe 
com o raciocínio, quebra a monotonia, empolga. 
É fácil, pois, compreender que o significado trivial do termo não sofreria 
radicais transformações no campo do direito. Interpretar é explicar, é 
precisar, é revelar o sentido. E outra coisa não se faz ao se interpretar um 
preceito legal como medida indiscutivelmente útil e necessária. 
Quando pegamos um livro de Direito Penal, verificamos que existem 
diversas formas de interpretação das leis penais, tais como: autêntica, 
judicial, doutrinária, gramatical etc. 
Para a sua PROVA, não é necessário o conhecimento das formas 
interpretativas, mas será imprescindível que você saiba o conceito e as 
características da ANALOGIA que, embora não seja uma forma 
interpretativa, funciona integrando a lei penal. Sendo assim, vamos 
estudá-la: 
 
 1.2.2.1 ANALOGIA 
 
A analogia jurídica consiste em aplicar a um caso não previsto pelo 
legislador a norma que rege caso análogo, semelhante. Por exemplo, a 
aplicação de dispositivo referente à empresa jornalística a uma firma 
dedicada à edição de livros e revistas. 
A analogia não diz respeito à interpretação jurídica propriamente dita, 
mas à integração da lei, pois sua finalidade é justamente SUPRIR 
LACUNAS DESTA. A analogia se apresenta nas seguintes espécies: 
• Analogia in malam partem � É aquela em que se supre a lacuna 
legal com algum dispositivo prejudicial ao réu. Isto não é possível 
no nosso ordenamento jurídico e desta forma já se pronunciou o 
STJ e o STF. Observe: 
 
 
 
 
 
 
STJ - REsp 956.876/RS - 2007/0124539-5 
Não cabe ao Julgador aplicar uma norma, por assemelhação, em substituição a 
outra validamente existente, simplesmente por entender que o legislador 
deveria ter regulado a situação de forma diversa da que adotou; não se pode, 
por analogia, criar sanção que o sistema legal não haja determinado, sob pena 
de violação do princípio da reserva legal. 
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• Analogia in bonam partem � Neste caso, aplica-se ao caso omisso 
uma norma favorável ao réu. Este tipo de analogia é aceito em 
nosso ordenamento jurídico e desta forma já se posicionou o STF 
em diversos julgados. Observe: 
 
 
 
 
 
 
 
1.3 LEI PENAL NO TEMPO 
 
A lei penal, assim como qualquer outro dispositivo legal, passa por um 
processo legislativo, ingressa no nosso ordenamento jurídico e vigora até a sua 
revogação, que nada mais é do que a retirada da vigência de uma lei. 
Entretanto, mais propriamente na esfera do Direito Penal, temos diversas 
situações em que a revogação de uma lei instaura uma situação de claro 
conflito que, obviamente, precisa ser sanado. 
Antes de verificarmos estes conflitos é importante, mas MUITO IMPORTANTE 
MESMO, que tenhamos em mente que a regra geral no Direito Penal é a da 
prevalência da lei que se encontrava em vigor quando da prática do fato, ou 
seja, aplica-se a LEI VIGENTE quando da prática da conduta – Princípio 
do “TEMPUS REGIT ACTUM” 
 
Sendo assim, devemos sempre lembrar que:STF - INQUÉRITO: Inq 1145 PB – 19.12.2006 
 
Não é possível abranger como criminosas condutas que não 
tenham pertinência em relação à conformação estrita do enunciado 
penal. Não se pode pretender a aplicação da analogia para abarcar 
hipótese não mencionada no dispositivo legal (analogia in malam 
partem). Deve-se adotar o fundamento constitucional do princípio 
da legalidade na esfera penal. Por mais reprovável que seja a 
lamentável prática da "cola eletrônica", a persecução penal não 
pode ser legitimamente instaurada sem o atendimento mínimo dos 
direitos e garantias constitucionais vigentes em nosso Estado 
Democrático de Direito. 
HC/97676 - HABEAS CORPUS – 03/08/2009 
Assim, é perfeitamente aplicável a analogia in bonam partem, a fim 
de extinguir a punibilidade do réu, garantindo-se a aplicação do 
princípio da isonomia, pois é defeso ao julgador conferir tratamento 
diverso a situações equivalentes. 
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“Mas professooor... Eu escuto falar tanto em retroagir para 
beneficiar o réu... Não é esta a regra geral??? ” 
A resposta é NEGATIVA e na pergunta acima temos uma das várias 
exceções que, a partir de agora, vamos tratar: 
 
 1.3.1 NOVATIO LEGIS INCRIMINADORA 
 
Novatio legis incriminadora ocorre quando um indiferente penal (conduta 
considerada lícita frente à legislação penal) passa a ser considerado 
crime pela lei posterior. Neste caso, a lei que incrimina novos fatos é 
IIRRRREETTRROOAATTIIVVAA, uma vez que prejudica o sujeito. 
Para exemplificar, imaginemos que é criada uma lei para criminalizar o 
fato de concurseiros “ficarem vendo a novela “Fina Estampa” ao invés de 
estudar para a PROVA”. Essa lei vai poder atingir a minha época de 
estudos para concursos? 
Claro que não, pois, com base na Constituição Federal, não retroagirá. 
Art. 5º 
[...] 
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; 
 
 1.3.2 LEI PENAL MAIS GRAVE – LEX GRAVIOR 
 
Aqui não temos a tipificação de uma conduta antes descriminalizada, 
mas sim a aplicação de tratamento mais rigoroso a um fato já constante 
como delito. Para esta situação também não há que se falar em 
retroatividade, pois, conforme já tratamos: 
 
 
REGRA GERAL: A LEI PENAL INCIDE SOBRE 
FATOS OCORRIDOS DURANTE A SUA 
VIGÊNCIA (TEMPUS REGIT ACTUM). 
TEMPUS REGIT ACTUM: É O NOME DO 
PRINCÍPIO QUE REGE A APLICAÇÃO DA LEI 
PENAL NO TEMPO. ENUNCIADO: A LEI PENAL 
INCIDE SOBRE FATOS OCORRIDOS DURANTE 
A SUA VIGÊNCIA. 
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 1.3.3 ABOLITIO CRIMINIS 
 
O instituto da abolitio criminis ocorre quando uma lei nova trata como 
lícito fato anteriormente tido como criminoso, ou melhor, quando a lei 
nova descriminaliza fato que era considerado infração penal. 
Encontra embasamento no artigo 2º do Código Penal, que dispõe da 
seguinte forma: 
 
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa 
de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os 
efeitos penais da sentença condenatória. 
 
Não se confunde a descriminalização com a despenalização, haja vista a 
primeira delas (descriminalização) retirar o caráter ilícito do fato, 
enquanto que a outra é o conjunto de medidas que visam eliminar ou 
suavizar a pena de prisão. Assim, na despenalização a conduta ainda é 
considerada um crime. 
Segundo os princípios que regem a lei penal no tempo, a lei abolicionista 
ÉÉ NNOORRMMAA PPEENNAALL RREETTRROOAATTIIVVAA, atingindo fatos pretéritos, ainda que 
acobertados pelo manto da coisa julgada. Isto porque o respeito à coisa 
julgada é uma garantia do cidadão em face do Estado. Logo, a lei 
posterior só não pode retroagir se for prejudicial ao réu. 
 
 
 
 
 
 
Entende a maioria da doutrina, inclusive o Supremo Tribunal Federal, 
que é perfeitamente possível abolitio criminis por meio de medida 
provisória. Cite-se como exemplo o seguinte julgado do STF: 
 
SE A NOVA LEI FOR MAIS GRAVE TERÁ APLICAÇÃO APENAS A 
FATOS POSTERIORES À SUA ENTRADA EM VIGOR. 
JAMAIS RETROAGIRÁ, CONFORME DETERMINAÇÃO 
CONSTITUCIONAL. 
DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO 
Coisa julgada é a qualidade conferida à sentença judicial contra a qual 
não cabem mais recursos, tornando-a imutável e indiscutível. 
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Para finalizar, exemplo claro de abolitio criminis em nosso ordenamento 
jurídico foi o que aconteceu com o adultério, que desde 2005 não é mais 
considerado crime. 
 
 1.3.4 LEI PENAL MAIS BENÉFICA 
 
Imaginemos que Tício cometeu um delito. Meses depois, após sua 
condenação transitada em julgado, a lei penal é modificada, tornando-se 
mais benéfica. Para este caso, ela retroagirá? 
Para obter a resposta você deve verificar o parágrafo único do artigo 2º do 
Código Penal, que dispõe: 
 
Art. 2º[...] 
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer 
o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por 
sentença condenatória transitada em julgado. 
 
Para ficar bem claro, vamos aplicar o regramento legal em um caso prático: 
Em 2006 tivemos o advento da lei nº. 11.343, conhecida como Lei de 
Drogas. Até então, caso determinado indivíduo fosse encontrado com 
drogas, mesmo para consumo próprio, estaria cometendo um crime e 
poderia, inclusive, ser preso. 
A nova lei veio despenalizar a conduta, ou seja, hoje, se um indivíduo 
estiver com drogas para consumo pessoal, não pode ser preso. 
O que fazer então com aqueles que haviam sido presos? 
Exatamente isso, ou seja... Abrir as portas para todos 
eles!!! 
 
 
 
STF - AI 680.361/SC - DJ 9.03.2010 
Medida provisória: sua inadmissibilidade em matéria penal - extraída 
pela doutrina consensual - da interpretação sistemática da 
Constituição -, não compreende a de normas penais benéficas, assim, 
as que abolem crimes ou lhes restringem o alcance, extingam ou 
abrandem penas ou ampliam os casos de isenção de pena ou de 
extinção de punibilidade. 
A RETROATIVIDADE É AUTOMÁTICA, 
DISPENSA CLÁUSULA EXPRESSA E 
ALCANÇA INCLUSIVE OS FATOS 
DEFINITIVAMENTE JULGADOS! 
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Atenção, agora, para um importante detalhe: Tratamos que a lei mais 
favorável é RETROATIVA. Sendo assim, somente podemos falar em 
RETROATIVIDADE quando lei posterior for mais benéfica ao agente, em 
comparação àquela que estava em vigor quando o crime foi praticado. 
Observe: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mas imaginemos que Mévio comete um delito sob a égide de uma LEI “A”. 
Meses depois uma LEI “B” revoga a LEI “A”, trazendo regras mais gravosas 
ao crime cometido por Mévio. O que fazer neste caso? 
Para esta situação, em que um delito é praticado durante a vigência de uma 
lei que posteriormente é revogada por outra prejudicial ao agente, ocorrerá 
a ULTRATIVIDADE da lei. 
Quandose diz que uma lei penal é dotada de ultratividade, quer-se afirmar 
que ela, apesar de não mais vigente, continua a vincular os fatos anteriores 
à sua saída do sistema. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Do exposto, podemos resumir: 
 
RETROATIVIDADE ��� Fenômeno jurídico em que se aplica uma 
norma a fato ocorrido antes do início da vigência da nova lei. 
ULTRATIVIDADE ��� Fenômeno jurídico pelo qual há a aplicação da 
norma após a sua revogação. 
 
************************************************************ 
 
Futuro (a) Aprovado (a), 
 
Por enquanto é “só”! 
No próximo encontro seguiremos com a aplicabilidade de lei penal e 
finalizaremos o tema. 
Abraços e bons estudos, 
 
Pedro Ivo 
 
“O êxito na vida não se mede pelo que você conquistou, 
mas sim pelas dificuldades que superou no caminho.” 
Abraham Lincoln 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PRINCIPAIS ARTIGOS TRATADOS NA AULA 
 
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL 
 
 Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia 
cominação legal. 
 
Lei penal no tempo 
 
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de 
considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da 
sentença condenatória. 
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, 
aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória 
transitada em julgado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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RESUMO DOS PRINCIPAIS TRATADOS NA AULA 
 DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL 
 
01) Princípio da legalidade + reserva legal: não há crime sem lei que o defina; 
não há pena sem cominação legal. 
02) Princípio da anterioridade: não há crime sem lei “anterior” que o defina; não 
há pena sem “prévia” imposição legal. 
 
Eficácia Temporal da Lei Penal 
03) Tempo do crime: Tempo do crime é o momento em que ele se considera 
cometido. 
04) Tempus regit actum: É o nome do princípio que rege a aplicação da lei penal no 
tempo. Segundo ele a Lei Penal incide sobre fatos ocorridos durante a sua vigência. 
05) Abolitio criminis: Ocorre quando uma lei nova trata como lícito fato 
anteriormente tido como criminoso, ou melhor, quando a lei nova descriminaliza fato 
que era considerado infração penal. 
06) Retroatividade: Fenômeno jurídico em que se aplica uma norma a fato ocorrido 
antes do início da vigência da nova lei. 
07) Ultratividade: Fenômeno jurídico pelo qual há a aplicação da norma após a sua 
revogação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EXERCÍCIOS 
 
1. (ESAF / AFT / 2010) À luz da aplicação da lei penal no tempo, julgue as 
afirmações abaixo relativas ao fato de Osvaldo ter sido processado pelo 
delito de paralisação de trabalho de interesse coletivo, em janeiro de 2009, 
supondo que lei, de 10 de janeiro de 2010, tenha abolido o referido crime: 
 
I. Caso Osvaldo já tenha sido condenado antes de janeiro de 2010, 
permanecerá sujeito à pena prevista na sentença condenatória; 
II. A lei penal não pode retroagir para beneficiar Osvaldo; 
III. Caso Osvaldo ainda não tenha sido denunciado, não mais poderá sê-lo; 
IV. Osvaldo será beneficiado pela hipótese da abolitio criminis. 
 
a) Todos estão corretos. 
b) Somente I está correto. 
c) Somente III e IV estão corretos. 
d) Somente I e III estão corretos. 
e) Somente I e IV estão corretos. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS: Analisando as assertivas: 
Assertiva I � Está errada, pois contraria o art. 2º do CP segundo o qual “Ninguém 
pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em 
virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória”. 
Assertiva II � No caso da abolitio criminis, ocorrerá a retroação para beneficiar o réu, 
logo, incorreta a assertiva. 
Assertiva III � A assertiva está correta, pois, como a conduta não é mais considerada 
típica, não há que se falar em possibilidade de denúncia por parte do Ministério 
Público. 
Assertiva IV � Está correta, pois no caso da abolitio criminis a lei retroagirá para 
beneficiar o réu. 
 
2. (ESAF / BACEN / 2004) Indique, nas opções abaixo, dois princípios 
contidos no art. 1º do Código Penal: 
 
A) da legalidade e da anterioridade 
B) da reserva legal e da culpabilidade 
C) da proporcionalidade e da legalidade 
D) do duplo grau de jurisdição e da reserva legal 
E) da culpabilidade e do devido processo legal 
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GABARITO: A 
COMENTÁRIOS: Vimos os aspectos pertinentes a esta questão, predominantemente, 
na aula demonstrativa. O artigo 1º do Código Penal preceitua: 
 
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena 
sem prévia cominação legal. 
 
Logo, fica claro e fácil concluirmos que abrange o princípio da LEGALIDADE E 
ANTERIORIDADE. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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LISTA DAS QUESTÕES APRESENTADAS 
 
1. (ESAF / AFT / 2010) À luz da aplicação da lei penal no tempo, julgue as 
afirmações abaixo relativas ao fato de Osvaldo ter sido processado pelo 
delito de paralisação de trabalho de interesse coletivo, em janeiro de 2009, 
supondo que lei, de 10 de janeiro de 2010, tenha abolido o referido crime: 
 
I. Caso Osvaldo já tenha sido condenado antes de janeiro de 2010, 
permanecerá sujeito à pena prevista na sentença condenatória; 
II. A lei penal não pode retroagir para beneficiar Osvaldo; 
III. Caso Osvaldo ainda não tenha sido denunciado, não mais poderá sê-lo; 
IV. Osvaldo será beneficiado pela hipótese da abolitio criminis. 
 
a) Todos estão corretos. 
b) Somente I está correto. 
c) Somente III e IV estão corretos. 
d) Somente I e III estão corretos. 
e) Somente I e IV estão corretos. 
 
2. (ESAF / BACEN / 2004) Indique, nas opções abaixo, dois princípios 
contidos no art. 1º do Código Penal: 
 
A) da legalidade e da anterioridade 
B) da reserva legal e da culpabilidade 
C) da proporcionalidade e da legalidade 
D) do duplo grau de jurisdição e da reserva legal 
E) da culpabilidade e do devido processo legal 
 
GABARITO 
1-C 2-A

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