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Direito ao Nome como Direito da Personalidade

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Civil
Aula 19
Temos que analisar também os direitos das personalidade, que compõe as pessoas como direito e um deles é o direito ao nome,
que é um direito muito importante abarcado no código de 2002. Nós vimos em alguma medida a importância dos direitos da perso
nalidade e o código de 2002 embora tenha melhorado do código de 16, que era patrimonialista e refletiam uma mentalidade anti
ga, na qual o código traz, em capacidades por exemplo, termos como loucos e o homem quando casava com a mulher poderia anulá
-lo se a mulher não fosse mais virgens.
O código de 2002 vem melhor, mas ainda é patrimonialista, falando de direitos da personalidade em 11 artigos apenas, com mais
de 850 artigos tratando sobre contratos apenas. Os direitos da personalidade são uma construção do final do século XIX e quan
do foi feito o projeto do código esses direitos ainda não eram consolidados.
Vamos verificar que o nome é um aspecto significativo do sujeito, todos têm um nome, são reconhecidos por tal e por seu nome
de família, mostrando a relevância desse direito da personalidade, não devendo ter o nome como direito de menor importância,
pois é extremamente relevante na medida em que irá designar cada sujeito no meio social.
Segundo maria celina, o nome também é parte da identidade subjetiva, tendo intenção de classificar o filho como sujeito de di
reitos. Ele trás duas prerrogativas, ligadas a faculdade de utilizar o nome e de defender o nome. O nome tem uma relevância
fundamental para o interesse público também que veremos já.
No código civil, os 4 artigos de direito ao nome, se mostra a estrutura dele, o que é o nome, o que é protegido o que se po
de usar, sendo compreendidos como nome o prenome e o sobrenome, este que pode vir da família do pai ou da mãe. Os demais ar
tigos vão trabalhar a defesa do uso de seu nome, como o 17, 18 e 19. O código trás uma proibição de uso nos moldes de lesão-
sanção. Quando se fala da Xuxa, por exemplo, é um pseudônimo e protegido pelo ordenamento jurídico.
Nosso código civil trabalha na ideia da defesa do nome, ela é uma estrutura típica do direito subjetivo patrimonial, que tem
uma lógica própria, na qual a construção dogmática será adotada na ideia da teoria da vontade absoluta decorrente de um esta
do pautado na vontade de direito. Se tem um patrimônio que ninguém pode lesar e caso lese, pode ser pedida uma reparação.
Se seu nome é utilizado indevidamente, como por exemplo, ser associado a um tiroteio de um tráfico de drogas em um jornal se
não verdade, a primeira coisa que se pensa é defender a identidade pessoal (noção de compartimentação dos direitos da persona
lidade superada). A lesão sofrida não é sanada pela simples indenização. A lógica liberal de reparação não se encaixa perfei
tamente às questões de direitos da personalidade, pois apenas se minora o sentimento da pessoa e não se repara o dano.
O nome, efetivamente, tem uma relevância de interesse particular, mas tem aspecto público fundamental, pois é o meio que o
sujeito é reconhecido na sociedade, assim, poder saber com quem está se lidando, poder direcionar a sanção ou tratamento. Se
pudessemos mudar o nome livremente, poderiamos roubar algo e mudar o nome para não ser atrelado ao crime.
O nome é definitivo, como diz o artigo 58 da lei 6015, lei de registros públicos. Existe um direito registral brasileiro e es
tá na lei 6015 e quando trata especialmente do nome a partir do art. 55, diz que o prenome será definitivo. A partir daí, ve
mos a importância da imutabilidade do nome e, uma vez escolhido, não pode ser mudado. Ele é definitivo, admitindo sua substi
tuição por apelido para notórios.
Durante a escolha do nome pelos pais se dá liberdade para a escolha, apenas vetando nomes vexatórios, sucetiveis a expor ao
ridículo seus portadores. A primeira exceção dessa imutabilidade é o artigo 56, que prevê a alteração até 18 anos e o 57 pode
-se alterar por justa causa. Justa causa essa que é subjetiva, mas a liberdade de credo é um aspecto inerente à dignidade da
pessoa humana. Essa liberdade não poderia fazer pensar que é importante para a dignidade da pessoa a alteração humana.
O STJ é quem trata questões infra-constitucionais, e tem uma visão muito mais abrangente desse dispositivo, por considerar
não ter restrição para a troca, haja vista que tem que haver uma motivação justificável para a troca. Nossos tribunais passam
um pouco por cima do prazo decadencial do art. 56, deixando de ser obrigatória a data de mudança.
Temos que pensar no direito da personalidade como direito existencial, buscando a prevenção em vez da reparação. Quando discu
timos isso, o jurista deve buscar o modelo preventivo, impedindo o modelo patológico. É o caso do transsexual Jurandir, que
queria fazer a cirurgia no Brasil e na época não era permitida, e foi submeter essa cirurgia no exterior, casou, adotou filho
e mudou documentos. Aí veio para o Brasil e foi preso por estar com documento falso, falsidade ideológica, depois de ter fei
to um exame de DNA foi dado como homem e enviado para um presídio masculino.
O nome, a honra e a imagem são direitos que não podem ser segregados e tratados de maneira distinta, todos eles devem ser ana
lisados pelo direito como um só. De um lado é importante entender uma questão fundamental, o caso do transsexual há um trans
torno identificado pela medicina e esse debate foi meramente científico, saber porque a pessoa quer fazer a cirurgia de trans
genitalização, pois há, na verdade, a dissociação entre sua identidade seuxal e seu gênero, ou é uma mulher presa no corpo do
homem ou vice-versa, um transtorno de identidade sexual, trazendo uma série de patologias como mutilação, suicídio e depres
são. Logo, não é uma questão apenas biolígica, mas psicológica e até psico-social. A medicina chegou à conclusão que o melhor
tratamento para esse transtorno é a cirurgia da transgenitalização.
Podemos autorizar a mudança do nome de um transsexual? E do sexo?
itsrio.org.br
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