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Tocqueville - Sobre a igualdade e a liberdade.docx

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
CIÊNCIA POLÍTICA II - 2016-2
DISCENTE: GISELY SOUSA
FICHAMENTO: TOCQUEVILLE: SOBRE A LIBERDADE E A IGUALDADE
UBERLÂNDIA
		2016	
QUIRINO, C. Galvão. “Tocqueville: sobre a liberdade e a igualdade”. (p.149-160). In: WEFFORT, F. (org.). Os clássicos da política. São Paulo: Ática, 1991. Vol. 2.
A autora começa seu texto relatando que falar em Tocqueville é falar da questão da liberdade e da igualdade e, portanto de democracia. Tema herdado do jusnaturalismo e do contratualismo. A constante crítica realizada no século XIX pelos pensadores políticos leva-os a considerar esses temas somente como abstrações generalizadas, e é seguindo esse conceito que Tocqueville se refere às ideias de Rousseau e da filosofia política do século XVIII. O tema democracia junto com as questões relacionadas com a liberdade e a igualdade é para Tocqueville o ponto central do que, para ele, poderia ser uma nova ciência política. Através da relação entre liberdade e igualdade que ele vai estudar e procurar analisar e explicar o desenvolvimento sociopolítico de várias realidades, considerando a história política e social de cada povo estudado, e tentando realizar prognósticos para o futuro.
Seus estudos são relativos a realidades concretas e abrange a descrição de hábitos e costumes, organização social, a explicação de sua estrutura de dominação, de suas instituições políticas e das relações do Estado com a sociedade civil. Sua preocupação fundamental é encontrar a possível coexistência entre o processo de desenvolvimento igualitário e a manutenção da liberdade. A problemática enfrentada por Tocqueville está na questão colocada pelos contratualistas clássicos, onde a liberdade e a igualdade são tratadas como questões não contraditórias de um mesmo todo, o levando a questão central de seus estudos, que é encontrar a possível forma de se desenvolver a igualdade sem que essa impeça ou destrua a liberdade.
Falar da questão da igualdade e da liberdade, para Tocqueville, é falar de democracia, por dois motivos, o primeiro quando identifica igualdade como sendo democracia, e o segundo por procurar entender a questão da liberdade e da igualdade como não contraditórias, onde o processo de constante aumento da igualdade se dava ao mesmo tempo em que se preservava a liberdade, isto é, a realização da democracia ocorrendo em liberdade. Ao elaborar seu conceito de democracia, Tocqueville o apresenta como um processo de caráter universal, fenômeno que diz respeito a toda a humanidade, pois é inevitável. O significado de democracia assume responsabilidade de lei necessária para a compreensão da história humana.
Uma das criticas lançadas a Tocqueville refere-se ao fato de que a democracia estadunidense da época apresentava grandes diferenças no nível econômico, racial e cultural. Porém, Tocqueville afirma que a igualdade cultural e política que está envolvida no desenvolvimento do processo democrático fazem com que o povo seja cada vez mais hegemônico. Expõe a existência de escravos nos Estados Unidos como um problema para o cumprimento desse processo de igualização, pois mesmo após a liberdade, o fato de possuírem uma raça diferente iria continuar sendo um fator de preconceito.
Tocqueville fala sobre o fator gerador de igualdade, onde defende a ideia de que qualquer elemento cultural pode permitir a consideração dos indivíduos como iguais, por exemplo, a expressão de ideias, crenças, princípios de que os homens são iguais, poderia gerar um processo igualitário e garantir seu desenvolvimento. Porém, afirma que a ação política desse povo que irá definir a democracia como liberal ou tirânica. Sendo o fato da existência da possibilidade de uma democracia vir a ser tirânica a principal preocupação de Tocqueville. Pois, para ele, existem desvios perigosos que podem levar a perda da liberdade, e para evitar esses desvios é necessário os conhecer para assim apontá-los e efetuar as devidas ações políticas em defesa da liberdade. Tocqueville cita dois grandes perigos que podem ocorrer durante o desenvolvimento democrático dos povos, um seria o aparecimento de uma sociedade de massa, o que permitiria uma Tirania da Maioria, e em segundo seria o surgimento de um estado autoritário-despótico. 
Por mais que esses perigos se mostrem como fortes ameaças para o processo de desenvolvimento da democracia, Tocqueville mostra que eles podem ser evitados com a existência e manutenção de certas instituições que podem dificultar o surgimento de um Estado autoritário e de uma sociedade massificada. Aponta que a fraqueza do exercício da cidadania permite o desenvolvimento de uma centralização administrativa, levando a concentração de poder por parte do Estado.
Tocqueville afirma que a existência de instituições que desenvolvam a descentralização administrativa ou que permitam que os cidadãos se associem para defenderem seus direitos, gerando uma maior participação dos populares na vida publica. A manutenção das liberdades fundamentais se justifica pela permanência de uma constituição e de leis que asseguram a harmonia do processo igualitário com a liberdade, pois acredita que é na democracia que se encontra a solução para os males. Embora acredite que as instituições possam ajudar na manutenção das liberdades fundamentais é na ação política dos cidadãos que existe a garantia de existência de uma real democracia.
Para Tocqueville existe uma diferença entre igualdade e liberdade, visto que nada impede a igualdade de se realizar na história da humanidade, ao contrário da liberdade, que é vista de modo extremamente frágil, necessitando sempre ser querida, preservada e protegida. Embora exista a necessidade de anunciar a liberdade como um direito institucionalizado através de leis, essa medida não seria suficiente para que se garantisse a liberdade, pois o que realmente sustenta a liberdade são a ação política dos cidadãos e sua participação na vida pública. A grande dúvida de Tocqueville consiste em solucionar a questão da preservação da liberdade dentro de um contexto igualitário, pois de um lado se encontra o processo igualitário, como inevitável, mas que apresenta constantes perigos que ameaçam a liberdade, por outro lado se apresenta a liberdade, que mesmo quando é conquistada demonstra fragilidade, podendo ser destruída a qualquer momento.
Sua visão de política é acompanhada pelo dilema democrático da harmonia da igualdade e da liberdade, e por acreditar que a solução só será possível mediante a atenção dos cidadãos na ação de defesa da liberdade.
Tocqueville viveu desde seu nascimento num ambiente marcado pelo sofrimento de sua família durante a revolução de 1789, vê as revoluções com temor, devido ao império autocrático estabelecido por Napoleão Bonaparte, mas é capaz de analisá-las como necessárias em determinados momentos. De acordo com Tocqueville, as revoluções só acontecem nas nações onde existe a incapacidade dos cidadãos de conduzir o processo democrático com liberdade.
Suas atividades políticas, desde sua eleição como deputado, são coerentes com seus ideais. Tocqueville procurou sempre defender posições que pudessem favorecer a liberdade popular. Defende a liberdade de imprensa, a descentralização do poder, a libertação dos escravos, defende a educação como obrigatória, e o Estado deveria garantir sua manutenção. O ensino deveria ser livre, portanto o Estado não deveria intervir na maneira pela qual as diferentes escolas ensinam. 
Tocqueville também combate vários socialismos, pois acredita que no socialismo a preocupação com o igualitarismo está presente, mas a defesa da liberdade não, via nas posições socialistas uma defesa do aumento do poder do estado. A condenação de Tocqueville do socialismo está na visão de que, para os socialistas, o Estado deveria ser grande e intervencionista, e assumir o papel de único responsável pela direção política de uma nação, significando a criação de um Estado despótico, onde não existe liberdade popular.

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