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27 QUESTES DE FUNDAMENTOS DAS CINCIAS SOCIAS

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27 QUESTÕES DE FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS 
1- Quais são as áreas de conhecimento compreendidas pelas ciências sociais? 
 As Ciências Sociais compreendem o conjunto de saberes relativos às áreas da 
Antropologia, da Sociologia e da Ciência Política. 
 
2- Qual é o objeto de estudo da Sociologia? 
A Sociologia tem como objeto de estudo a sociedade, com ênfase nas suas diferentes 
formas de organização, bem como nos processos que interligam os indivíduos em 
grupos e instituições. 
 
3- O homem faz a sociedade ou é a sociedade que faz o homem? 
Toda sociedade humana consiste em indivíduos distintos e todo indivíduo humano só se 
humaniza ao aprender a agir, falar e sentir o convívio com outros. Nossa fala, nossos 
gestos, nosso modo de ser e de agir revelam o tipo de socialização que tivemos e que 
influencia em nossa visão de mundo. Temos consciência de que esse abismo entre os 
indivíduos e a sociedade não existe na realidade, ou seja, o homem faz a sociedade e a 
sociedade faz o homem. 
 
4- Para que servem as teorias das ciências sociais? 
Ao observar os fenômenos sociais somos levados a nos confrontar com nossas próprias 
posições, nossos valores, nossa visão de mundo, que interferem na nossa pesquisa. Por 
meio da utilização dos métodos das ciências sociais somos capazes de deixar de lado as 
observações de senso comum da realidade para buscarmos uma compreensão mais 
refinada e sistematizada dos fenômenos. Assim, as abordagens teóricas são como lentes 
de aumento, que nos ajudam a ver e compreender melhor certos aspectos da realidade. 
 
5- Qual a diferença entre conceito e técnica de pesquisa em Ciências Sociais? 
Em sentido figurado, podemos dizer que os conceitos são as ferramentas de trabalho, 
como o binóculo ou a bússola, enquanto as técnicas de pesquisa são as instruções para 
o uso correto desses instrumentos. Existe, portanto, uma relação direta entre os 
conceitos e o modo de abordar a realidade, observada a partir dos indicadores 
escolhidos pelo pesquisador. 
6- O que diferencia as Ciências Sociais das Ciências Naturais? 
As chamadas Ciências Naturais (química, física, zoologia, astronomia e etc.) estudam 
“fatos simples”, no sentido de que estuda fenômenos que são isoláveis, recorrentes e 
sincrônicos. A matéria prima das ciências naturais, portanto, é todo o conjunto de fatos 
que se repetem e têm uma constância sistêmica, já que podem ser vistos, isolados e, 
assim, reproduzidos dentro de condições de controle razoáveis, num laboratório. Por 
isso as ciências naturais produzem “leis científicas”, isto é, argumentos que estabelecem 
uma relação causal única, universal e invariável entre dois fenômenos. 
Já as Ciências Sociais estudam fenômenos complexos, situados em múltiplos planos de 
causalidade, cuja determinação pode ser consideravelmente variada. A matéria prima 
das Ciências Sociais (os fenômenos sociais), assim, são eventos com determinações 
complicadas e que podem ocorrer em ambientes diferenciados tendo, por causa disso, 
a possibilidade de mudar seu significado de acordo com o ator . Por isso dificilmente 
encontramos uma “lei científica” nas ciências sociais. 
 
7- O que diferencia a Antropologia da Sociologia? 
O olhar antropológico privilegia os aspectos culturais da sociedade, como costumes, 
crenças e valores morais dos diferentes de grupos e comunidades. Sua abordagem 
possui um caráter integrativo, cujo propósito é não “parcelar o homem”, mas sim 
compreendê-lo em sua totalidade. A abordagem antropológica é caracterizada pela 
observação direta, por impregnação lenta e contínua dos grupos sociais estudados, com 
os quais são mantidas relações pessoais. 
 
8- As diferenças culturais podem ser explicadas pelo estudo das raças humanas? 
Algumas pessoas ainda acreditam nas velhas, persistentes e incorretas teorias que 
atribuem capacidades inatas e específicas a determinadas raças. Esse pensamento vai 
caracterizar o chamado determinismo biológico, a crença de que a vida social é definida 
por fatores genéticos. Atualmente os antropólogos estão totalmente convencidos de 
que as diferenças genéticas não são determinantes das diferenças entre os povos. Estas 
diferenças são explicadas a partir das diferenças culturais. 
 
9- Os povos de clima quente são mais atrasados do que os de clima frio? 
Da mesma forma que o determinismo biológico, o determinismo geográfico acredita 
que forças do mundo natural agiriam de modo mecânico e determinante sobre as 
sociedades humanas. Na verdade esta visão é equivocada, na medida em que as 
diferentes culturas humanas são influenciadas, mas não determinadas de modo 
absoluto pelo meio físico. As diferenças entre os povos de diferentes regiões do planeta 
são explicadas a partir da história, que nos mostra a existência de grandes civilizações 
também em climas quentes. 
 
10- O que é a cultura? 
Edward Tylor foi um dos primeiros antropólogos a sistematizar o conceito de cultura. 
Segundo este autor, em seu trabalho intitulado Primitive Culture, de 1871, a cultura 
poderia ser definida como todo aquele conjunto de conhecimentos, que inclui crenças, 
arte, moral, lei, costumes e quaisquer outras capacidades e hábitos adquiridos pelo 
homem como membro de um grupo ou sociedade. Segundo o antropólogo norte-
americano, Leslie White, a capacidade de produzir cultura se deu quando o cérebro do 
homo-sapiens foi capaz de gerar símbolos, com significados próprios. Referindo-se 
principalmente ao comportamento adquirido, por oposição ao comportamento inato 
dado pela natureza ou pela biologia, a cultura tem sido utilizada para designar tudo o 
que é humanamente criado (hábitos, crenças, artes e artefatos) e passado de uma 
geração a outra. Nessa formulação, a cultura distingue-se da natureza e distingue uma 
sociedade da outra. 
 
11- Qual a diferença entre etnocentrismo e relativismo cultural? 
Etnocentrismo é uma visão do mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como 
centro de tudo e todos os outros são pensados e sentidos através dos nossos valores, 
nossos modelos, nossas definições do que é a existência. No plano intelectual, pode ser 
visto como a dificuldade de pensarmos a diferença: no plano afetivo. como sentimentos 
de estranheza, medo, hostilidade, etc. O relativismo cultural se contrapõem ao 
etnocentrismo na medida em que define o significado de um ato não na sua dimensão 
absoluta, mas no contexto em que acontece, ou seja, relativizando aquele ato. Quando 
compreendemos o "outro" nos seus próprios valores e não nos nossos: estamos 
relativizando. Enfim, relativizar é ver as coisas do mundo como a relação entre elas. Ver 
que a verdade está mais no olhar que naquilo que é olhado. 
 
12- Qual é o objeto de estudo da Ciência Política? 
A Ciência Política é o estudo da política, dos sistemas políticos, das organizações e dos 
processos políticos. Envolve o estudo da estrutura e dos processos de governos — ou 
qualquer sistema equivalente de organização humana que tente assegurar segurança, 
justiça e direitos civis. 
 
13- O que Hobbes denominou como “Estado de natureza”: 
No Estado de Natureza, os indivíduos viviam isolados e em luta permanente, vigorando 
a guerra de todos contra todos ou "o homem lobo do homem". Nesse Estado, reina o 
medo e, principalmente, o grande medo: o da morte violenta. Para Thomas Hobbes, a 
passagem do estado de natureza para uma sociedade política ou civil, é decorrente da 
elaboração de um Contrato Social. 
 
14- Como os filósofos Hobbes e Rousseau explicam a criação do Estado Civil? 
O estado de natureza de Hobbes e o estado de sociedade de Rousseau evidenciam uma 
percepção do social como luta entre fracos e fortes, vigorando a lei da selva ou o poderda força. Para fazer cessar esse estado de vida ameaçador e ameaçado, os humanos 
decidem passar à sociedade civil, isto é, ao Estado Civil, criando o poder político e as leis. 
A passagem do estado de natureza à sociedade civil se dá por meio de um contrato 
social, pelo qual os indivíduos renunciam à liberdade natural e à posse natural de bens, 
riquezas e armas e concordam em transferira um terceiro – o soberano - o poder para 
criar e aplicar as leis, tornando-se autoridade política. O contrato social funda a 
soberania. 
 
15- Quais são os direitos naturais do homem, segundo a concepção liberal de Jonh 
Locke: 
Liberdade; Igualdade; e Propriedade.Para Jonh Locke, o contrato social é um pacto de 
consentimento, no qual os homens livremente acordam em formar a sociedade civil 
para consolidar e garantir os direitos que já possuíam originalmente no estado de 
natureza. 
 
16- Quais são as formas clássicas de governo? 
Pela tipologia clássica são a Realeza (É o governo de um só. Pode degenerar em tirania), 
a Aristocracia (Governo de um grupo ou poucos grupos. Pode degenerarem oligarquia) 
e a Democracia (Governo de muitos, aquele em que o povo elege seus representantes, 
direta ou indiretamente. Pode degenerar em demagogia.). 
17- Qual a diferença entre o Estado monárquico e o Estado republicano? 
Na forma monárquica a autoridade é exercida por um soberano vitalício. A forma 
republicana adota regras (como a ideia de maioria) para a formação da vontade coletiva 
e o poder é exercido em uma temporalidade previamente definida. 
 
18- Qual a diferença entre os regimes presidencialista e parlamentarista? 
No presidencialismo há uma nítida separação entre a função executiva e a legislativa, o 
Presidente da República é chefe de Estado e de governo. O Presidente é escolhido pelo 
povo por tempo determinado através de eleição direta. No parlamentarismo há uma 
relação de dependência entre o Executivo e o Legislativo. A chefia do Executivo é 
dividida entre chefe de Estado (que representa o país) e chefe de governo (que toma 
todas as decisões políticas). O chefe de governo é escolhido de forma indireta, pelo 
Parlamento (aprovação pela maioria parlamentar). 
 
19- Quais são os tipos de dominação legítima segundo Max Weber? 
A dominação deve ser entendida, segundo Weber, como uma probabilidade de mando 
e de legitimidade deste. A crença é condição fundamental para que a relação entre 
aquele que manda (domina) e aquele que obedece (dominado) se realize. Portanto, não 
é toda e qualquer relação de poder que é legitimada, é preciso que aquele que obedece 
acredite voluntariamente naquele que tem poder de mando. São três as formas de 
dominação legítima: dominação racional-legal, dominação tradicional e dominação 
carismática. 
 
20- Em que se baseia o tipo ideal de dominação tradicional? 
É baseada nas tradições e mais diretamente relacionadas às monarquias absolutistas do 
período conhecido como Idade Moderna. 
 
21- Em que se baseia o tipo ideal de dominação carismática? 
Neste caso a legitimidade se baseia no carisma do líder. Esta forma de dominação se 
apresenta, geralmente, em períodos de ruptura institucional. 
 
 
22- Em que se baseia o tipo ideal de dominação racional-legal? 
A dominação racional-legal Relacionada ao Estado de Direito e a presença de uma 
burocracia em termos administrativos, cujo princípio de legitimidade se baseia na 
racionalidade e nas disposições legais. 
 
23- Por que Karl Marx afirmava que o Estado é um instrumento de dominação de 
classe? 
Segundo Karl Marx, o Estado é a forma na qual os indivíduos de uma classe dominante 
fazem valer seus interesses comuns e na qual se resume toda a sociedade civil de uma 
época. Segue-se que todas as instituições comuns são mediadas pelo Estado e adquirem 
através dele uma forma política. Daí a ilusão de que a lei se bas eia na vontade e, mais 
ainda, na vontade destacada de sua base real - na vontade livre. 
 
24- Quais os principais fatos que caracterizam o contexto histórico do surgimento 
da Sociologia, no século XIX? 
O século XIX foi marcado pela Revolução Industrial e pelo Neocolonialismo, cujas 
consequências se projetaram para os séculos XX e XXI. No plano político e econômico, o 
termo revolução é usado para expressar um movimento de transformação que, na visão 
dos seus protagonistas, traz transformações significativas, positivas e benéficas para a 
sociedade. De fato, as revoluções trazem grandes transformações e com a revolução 
industrial não poderia ter sido diferente. Tais transformações já se fizeram presentes na 
transição do Feudalismo para o Capitalismo. 
 
25- Qual a diferença entre o Colonialismo e o Neocolonialismo? 
Diferente do Colonialismo dos séculos XV e XVI, o Neocolonialismo representou nova 
etapa do Capitalismo, do momento em que as nações europeias saíram em busca de 
matérias-primas para sustentar as indústrias, de mercados consumidores para os 
produtos europeus e de mão-de-obra barata. Esse Colonialismo se direcionou para a 
África e a Ásia, que foi partilhada entre as nações europeias. A América escapou desse 
Colonialismo porque se tornara independente pouco antes. Porém, se não fora 
dominada politicamente pela Europa e pelos EUA, fora economicamente, pois dependia 
dos banqueiros e do capital industrial europeu. 
 
26- Quais as principais ideias apresentadas por Charles Darwin na sua obra A 
origem das espécies, publicada em 1859? 
Darwin defendeu a noção de variação gradual dos seres vivos graças ao acúmulo de 
modificações pequenas, sucessivas e favoráveis, e não por modificações extraordinárias, 
surgidas repentinamente. Nessa obra Darwin apresentou o núcleo da sua concepção 
evolutiva: a seleção natural, ou a persistência do mais capaz; com o pass ar dos séculos, 
a seleção natural eliminaria as espécies antigas e produziria novas espécies. 
27- Charles Darwin era um cientista social? 
Não, Darwin era um cientista natural, mas suas ideias foram apropriadas pelas ciências 
sociais da época, dando origem ao chamado Darwinismo Social. Segundo o Darwinismo 
Social, as sociedades se modificam e se desenvolvem como os seres vivos. As 
transformações nas sociedades representam a passagem de um estágio inferior para 
outro superior, em que o organismo social se mostra mais evoluído, adaptado e 
complexo. Se na natureza, a competição gera a sobrevivência do mais forte, também na 
sociedade favorece a sobrevivência de sociedades e indivíduos mais fortes e evoluídos.

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