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CCJ0019-WL-B-PA-01-Direito Constitucional I-64542

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Título 
 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
1 
Tema 
TEORIA DA CONSTITUIÇÃO: CONSTITUCIONALISMO. CONCEITOS, ELEMENTOS E CLASSIFICAÇÕES DAS CONSTITUIÇÕES. 
. 
Objetivos 
l
Compreender através do estudo da teoria da constituição, o conceito de Constituição, a idéia de supremacia constitucional, assim 
como os modelos constitucionais; 
¡ Identificar as constituições dos diversos modelos estatais; 
¡ Compreender os elementos que compõe a estrutura interna das constituições. 
Estrutura do Conteúdo 
1. Constitucionalismo 
2. Conceito de constituição 
3. Classificação das constituições 
3.1. Quadro geral 
3.2. Quanto ao conteúdo: constituições materiais, ou substanciais, e formais 
3.3. Quanto à forma: constituições escritas e não escritas 
3.4. Quanto ao modo de elaboração: constituições dogmáticas e históricas 
3.5. Quanto à origem: constituições promulgadas (democráticas, populares) e outorgadas 
3.6. Quanto à estabilidade: constituições imutáveis, rígidas, flexíveis e semi-rígidas 
3.7. Quanto à sua extensão e finalidade: constituições analíticas (dirigentes) e sintéticas (negativas, garantias) 
3.8. Constituição Federal de 1988 
3.9. Outras classificações 
Teoria da Constituição 
Conceito de Direito Constitucional 
O Direito Constitucional é um ramo do Direito Público responsável pelo estudo da organização do Poder Político, do Estado, da 
estrutura do Estado e dos Direitos Fundamentais que controlam o exercício e o abuso deste Poder.  
Constitucionalismo 
Movimento jusfilosófico surgido no século XVIII com as revoluções liberais burguesas baseado na crença  de que o poder político 
deve estar submetido à supremacia da lei, de uma Lei Maior, a Constituição escrita. 
Constituição 
Conceito de Constituição 
A Constituição, segundo José Afonso da Silva, “consiste num sistema de normas jurídicas, escritas ou costumeiras, que regulam a 
forma do Estado, a forma de seu governo, o modo de aquisição e exercício do Poder, o estabelecimento de seus órgãos e os limites 
de sua atuação”. 
Sendo assim, a Constituição é a norma jurídica suprema e basilar que estrutura juridicamente os limites de atuação e exercício de 
toda a nossa sociedade política. 
Conceito Material 
A Constituição material significa a reunião de todas as regras, estejam ou não estabelecidas em um único texto, que abordem a 
estrutura do Estado, a organização, as formas de atuação e limitação do Poder Político. Refere-se ao que nós chamamos de 
normas materialmente constitucionais. 
Conceito Formal 
Constituição formal é a Constituição escrita, definindo-se como o conjunto de normas reunidas em um documento denominado 
Constituição e elaborado pelo Poder Constituinte Originário ou de Fato. 
Para facilitar a sua compreensão, a Constituição formal é o conjunto de todas as normas que estão escritas na Constituição, sejam 
ou não de conteúdo tipicamente constitucional, como por exemplo, as normas previstas nos arts. 180 e 242, § 2o da CRFB/88. Por 
esta razão, temos normas materialmente constitucionais e formalmente constitucionais. 
Tipologia Constitucional 
Pode-se classificar as constituições das seguintes maneiras.  
Quanto à Forma 
Quanto à forma as Constituições podem ser classificadas de duas maneiras: Constituição escrita, ou seja, àquela codificada em um 
documento escrito; e a Constituição não escrita ou consuetudinária ou costumeira, que pode ser definida como o conjunto de leis, 
costumes e jurisprudências esparsos no tempo,  em um determinado ordenamento jurídico, que tratem de tudo aquilo que seja 
considerado constitucional (forma de governo, estrutura do estado, direitos fundamentais etc). 
Os constitucionalistas apontam como um grande exemplo deste tipo de Constituição a chamada “Constituição Inglesa”. Na 
verdade, a Inglaterra não possui um documento denominado Constituição, como é o caso do Brasil, e sim, um conjunto de normas 
feitas em diversos momentos da história pelo Parlamento inglês que tratam do que chamamos de normas materialmente 
constitucionais, ou seja, àquelas que abordam a estrutura e organização do Estado. 
Quanto ao modo de elaboração 
Quanto ao modo de elaboração as constituições podem ser classificadas em duas espécies: dogmáticas e históricas. 
A constituição dogmática é aquela que se origina de forma escrita e sistemática, baseada em dogmas, ou seja, princípios e ideias 
incontestáveis existentes no momento de sua elaboração. 
Já a constituição histórica, também denominada costumeira, é a que se origina através de uma evolução de ideias no tempo, 
produto dos usos e costumes de determinada sociedade,  baseada na tradição de um povo. São constituições compostas de 
vários documentos e juridicamente não-escritas. 
Quanto à origem     
Quanto à origem há três formas de classificação: 
Diz-se promulgada, popular ou democrática a Constituição que é elaborada através de uma Assembleia Nacional Constituinte, 
composta de representantes eleitos pelo povo para esta finalidade. Uma vez concluída a Constituição esta Assembleia se dissolve. 
Quando a Constituição é outorgada, não há participação do povo em sua elaboração, posto ser ela imposta ao povo, sendo 
produto exclusivo do Governante que por si só, ou por terceira pessoa, impõe à sociedade um novo ordenamento jurídico e 
político.  
No Brasil as Constituições de 1891, 1934, 1946 e 1988 foram promulgadas e, as de 1824, 1937 e 1967  foram outorgadas. 
Em relação a “Constituição de 1969” não a inserimos no rol das Constituições outorgadas, visto que formalmente ela foi uma 
emenda, Emenda Constitucional n. 1 à Constituição de 1967. 
A terceira forma é a Constituição Bonapartista que se caracteriza por ser uma Constituição outorgada, na qual o ditador para dar-
lhe uma feição legítima convoca um referendo popular para aprová-la. 
Quanto à estabilidade 
Quanto a este critério estamos preocupados em saber do processo legislativo para alteração das normas constitucionais. Sendo 
assim, a doutrina nos aponta que as constituições podem ser de cinco tipos: 
1)    Imutáveis – não contém a possibilidade de reforma de suas normas. 
2)    Superrígidas – esta é uma classificação que alguns doutrinadores dão à Constituição de 1988, visto que esta Constituição 
possui um núcleo duro em seu art. 60, parágrafo 4º, conhecido como cláusulas pétreas, que exigem um processo legislativo 
ainda mais rígido ou dificultoso para alteração destas normas estabelecidas como pétreas, pois não poderão ser abolidas ou 
restringidas, podendo somente sofrer alterações para serem ampliadas. 
3)    Rígidas – são as constituições que estabelecem que qualquer alteração de suas normas deverá passar por um processo 
legislativo mais dificultoso do que o processo legislativo ordinário. Em nossa Constituição esse processo encontra-se no art. 60. 
4)    Semi-rígidas ou Semi-flexíveis – são aquelas que estabelecem para alteração de um determinado grupo de suas normas um 
processo legislativo mais árduo e para reforma do outro grupo de suas normas um processo legislativo ordinário ou simples. 
Por exemplo: Constituição Imperial de 1824. 
5)    Flexíveis – são àquelas constituições que estabelecem para alteração de suas normas o mesmo processo legislativo 
previsto para as leis ordinárias.  
Quanto à Extensão 
Quanto a este critério estamos preocupados em analisar o tamanho da Constituição. Sendo assim, as constituições podem ser: 
1)    Analíticas – quando possuem uma grande quantidade de artigos, que descrevem diversos assuntos ou, 
2)    Sintéticas – quando possuem poucos artigos que estabelecem princípios e normas gerais da estrutura do Estado. Por 
exemplo: Constituição Norte-americana de 1787 e a Constituição dos Estados Unidos do Brasil de 1891. 
Quanto à Ideologia 
Quanto à ideologia, a doutrina leva em conta a que sistema de produção econômicaestá atrelada a Constituição. Elas podem ser de 
dois tipos: 
1)    Ortodoxas – são aquelas atreladas a um única ideologia, por exemplo a Constituição da República da antiga URSS de 1977, 
que estabelecia o modelo socialista; 
2)    Heterodoxas ou Ecléticas – são aquelas que estabelecem mais de uma ideologia, como a Constituição de 1988, que possui 
valores capitalistas como a livre iniciativa e, valores socialistas, como a valorização do trabalho (art. 170 da CRFB/88). 
Quanto à Finalidade 
Quanto à finalidade a Constituição pode ser de três tipos: 
1)    de garantia – os grandes exemplos são as Constituições liberais burguesas que estabelecem liberdades públicas ou os 
chamados Direitos Fundamentais de 1ª geração como mecanismos de controle do poder estatal, como a Constituição Norte- 
americana de 1787. 
2)    de balanço – como grande exemplos podemos citar a Constituição do México de 1917 e a Constituição da República de 
Weimar de 1919, onde encontramos direitos sociais como também liberdade públicas, ou seja, direitos fundamentais individuais 
e direitos fundamentais sociais. Elas recebem esse nome porque procuram equilibrar os anseios burgueses e proletários; 
3)    dirigente – são aquelas que além de estabelecer direitos individuais e sociais que o Estado deveria alcançar, preveem 
normas conhecidas como programáticas (tipo de normas de eficácia limitada) que procuram fixar metas, programas, políticas 
públicas, como valores a serem perseguidos pelo ente estatal. Por exemplo: saúde para todos, moradia para todos. Como 
exemplo deste tipo de constituição temos a Constituição Brasileira de 1988 e a Portuguesa de 1976. 
Classificação da Constituição Brasileira de 1988 
A Constituição de 1988 é classificada da seguinte forma: formal, escrita, dogmática, promulgada, super rígida, analítica, heterodoxa 
e dirigente. 
  
Aplicação Prática Teórica 
Caso - Tema: Classificação das constituições 
A Constituição de 1988 desenhou em seu texto um Estado de bem-estar social, consagrando princípios próprios do modelo liberal clássico de 
forma conjugada com outros, típicos do modelo socialista. Esse pluralismo principiológico se faz sentir ao longo de todo o texto constitucional, 
especialmente no art. 170, CRFB, que adota a livre iniciativa como princípio da ordem econômica, sem desprezar, no entanto, o papel do 
Estado na regulação do mercado. Considerando tal constatação, responda: 
a)    Como o pluralismo principiológico pode favorecer a estabilidade da CRFB/88? 
b)    Diante de tal característica, como a doutrina classificaria a CRFB/88? 
Plano de Aula: TEORIA DA CONSTITUIÇÃO: CONSTITUCIONALISMO. CONCEITOS, ELEMENTOS E CLASSIFICAÇÕES DAS
CONSTITUIÇÕES. 
DIREITO CONSTITUCIONAL I 
Estácio de Sá Página 1 / 4
Título 
 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
1 
Tema 
TEORIA DA CONSTITUIÇÃO: CONSTITUCIONALISMO. CONCEITOS, ELEMENTOS E CLASSIFICAÇÕES DAS CONSTITUIÇÕES. 
. 
Objetivos 
l
Compreender através do estudo da teoria da constituição, o conceito de Constituição, a idéia de supremacia constitucional, assim 
como os modelos constitucionais; 
¡ Identificar as constituições dos diversos modelos estatais; 
¡ Compreender os elementos que compõe a estrutura interna das constituições. 
Estrutura do Conteúdo 
1. Constitucionalismo 
2. Conceito de constituição 
3. Classificação das constituições 
3.1. Quadro geral 
3.2. Quanto ao conteúdo: constituições materiais, ou substanciais, e formais 
3.3. Quanto à forma: constituições escritas e não escritas 
3.4. Quanto ao modo de elaboração: constituições dogmáticas e históricas 
3.5. Quanto à origem: constituições promulgadas (democráticas, populares) e outorgadas 
3.6. Quanto à estabilidade: constituições imutáveis, rígidas, flexíveis e semi-rígidas 
3.7. Quanto à sua extensão e finalidade: constituições analíticas (dirigentes) e sintéticas (negativas, garantias) 
3.8. Constituição Federal de 1988 
3.9. Outras classificações 
Teoria da Constituição 
Conceito de Direito Constitucional 
O Direito Constitucional é um ramo do Direito Público responsável pelo estudo da organização do Poder Político, do Estado, da 
estrutura do Estado e dos Direitos Fundamentais que controlam o exercício e o abuso deste Poder.  
Constitucionalismo 
Movimento jusfilosófico surgido no século XVIII com as revoluções liberais burguesas baseado na crença  de que o poder político 
deve estar submetido à supremacia da lei, de uma Lei Maior, a Constituição escrita. 
Constituição 
Conceito de Constituição 
A Constituição, segundo José Afonso da Silva, “consiste num sistema de normas jurídicas, escritas ou costumeiras, que regulam a 
forma do Estado, a forma de seu governo, o modo de aquisição e exercício do Poder, o estabelecimento de seus órgãos e os limites 
de sua atuação”. 
Sendo assim, a Constituição é a norma jurídica suprema e basilar que estrutura juridicamente os limites de atuação e exercício de 
toda a nossa sociedade política. 
Conceito Material 
A Constituição material significa a reunião de todas as regras, estejam ou não estabelecidas em um único texto, que abordem a 
estrutura do Estado, a organização, as formas de atuação e limitação do Poder Político. Refere-se ao que nós chamamos de 
normas materialmente constitucionais. 
Conceito Formal 
Constituição formal é a Constituição escrita, definindo-se como o conjunto de normas reunidas em um documento denominado 
Constituição e elaborado pelo Poder Constituinte Originário ou de Fato. 
Para facilitar a sua compreensão, a Constituição formal é o conjunto de todas as normas que estão escritas na Constituição, sejam 
ou não de conteúdo tipicamente constitucional, como por exemplo, as normas previstas nos arts. 180 e 242, § 2o da CRFB/88. Por 
esta razão, temos normas materialmente constitucionais e formalmente constitucionais. 
Tipologia Constitucional 
Pode-se classificar as constituições das seguintes maneiras.  
Quanto à Forma 
Quanto à forma as Constituições podem ser classificadas de duas maneiras: Constituição escrita, ou seja, àquela codificada em um 
documento escrito; e a Constituição não escrita ou consuetudinária ou costumeira, que pode ser definida como o conjunto de leis, 
costumes e jurisprudências esparsos no tempo,  em um determinado ordenamento jurídico, que tratem de tudo aquilo que seja 
considerado constitucional (forma de governo, estrutura do estado, direitos fundamentais etc). 
Os constitucionalistas apontam como um grande exemplo deste tipo de Constituição a chamada “Constituição Inglesa”. Na 
verdade, a Inglaterra não possui um documento denominado Constituição, como é o caso do Brasil, e sim, um conjunto de normas 
feitas em diversos momentos da história pelo Parlamento inglês que tratam do que chamamos de normas materialmente 
constitucionais, ou seja, àquelas que abordam a estrutura e organização do Estado. 
Quanto ao modo de elaboração 
Quanto ao modo de elaboração as constituições podem ser classificadas em duas espécies: dogmáticas e históricas. 
A constituição dogmática é aquela que se origina de forma escrita e sistemática, baseada em dogmas, ou seja, princípios e ideias 
incontestáveis existentes no momento de sua elaboração. 
Já a constituição histórica, também denominada costumeira, é a que se origina através de uma evolução de ideias no tempo, 
produto dos usos e costumes de determinada sociedade,  baseada na tradição de um povo. São constituições compostas de 
vários documentos e juridicamente não-escritas. 
Quanto à origem     
Quanto à origem há três formas de classificação: 
Diz-se promulgada, popular ou democrática a Constituição que é elaborada através de uma Assembleia Nacional Constituinte, 
composta de representantes eleitos pelo povo para esta finalidade. Uma vez concluída a Constituição esta Assembleia se dissolve. 
Quandoa Constituição é outorgada, não há participação do povo em sua elaboração, posto ser ela imposta ao povo, sendo 
produto exclusivo do Governante que por si só, ou por terceira pessoa, impõe à sociedade um novo ordenamento jurídico e 
político.  
No Brasil as Constituições de 1891, 1934, 1946 e 1988 foram promulgadas e, as de 1824, 1937 e 1967  foram outorgadas. 
Em relação a “Constituição de 1969” não a inserimos no rol das Constituições outorgadas, visto que formalmente ela foi uma 
emenda, Emenda Constitucional n. 1 à Constituição de 1967. 
A terceira forma é a Constituição Bonapartista que se caracteriza por ser uma Constituição outorgada, na qual o ditador para dar-
lhe uma feição legítima convoca um referendo popular para aprová-la. 
Quanto à estabilidade 
Quanto a este critério estamos preocupados em saber do processo legislativo para alteração das normas constitucionais. Sendo 
assim, a doutrina nos aponta que as constituições podem ser de cinco tipos: 
1)    Imutáveis – não contém a possibilidade de reforma de suas normas. 
2)    Superrígidas – esta é uma classificação que alguns doutrinadores dão à Constituição de 1988, visto que esta Constituição 
possui um núcleo duro em seu art. 60, parágrafo 4º, conhecido como cláusulas pétreas, que exigem um processo legislativo 
ainda mais rígido ou dificultoso para alteração destas normas estabelecidas como pétreas, pois não poderão ser abolidas ou 
restringidas, podendo somente sofrer alterações para serem ampliadas. 
3)    Rígidas – são as constituições que estabelecem que qualquer alteração de suas normas deverá passar por um processo 
legislativo mais dificultoso do que o processo legislativo ordinário. Em nossa Constituição esse processo encontra-se no art. 60. 
4)    Semi-rígidas ou Semi-flexíveis – são aquelas que estabelecem para alteração de um determinado grupo de suas normas um 
processo legislativo mais árduo e para reforma do outro grupo de suas normas um processo legislativo ordinário ou simples. 
Por exemplo: Constituição Imperial de 1824. 
5)    Flexíveis – são àquelas constituições que estabelecem para alteração de suas normas o mesmo processo legislativo 
previsto para as leis ordinárias.  
Quanto à Extensão 
Quanto a este critério estamos preocupados em analisar o tamanho da Constituição. Sendo assim, as constituições podem ser: 
1)    Analíticas – quando possuem uma grande quantidade de artigos, que descrevem diversos assuntos ou, 
2)    Sintéticas – quando possuem poucos artigos que estabelecem princípios e normas gerais da estrutura do Estado. Por 
exemplo: Constituição Norte-americana de 1787 e a Constituição dos Estados Unidos do Brasil de 1891. 
Quanto à Ideologia 
Quanto à ideologia, a doutrina leva em conta a que sistema de produção econômica está atrelada a Constituição. Elas podem ser de 
dois tipos: 
1)    Ortodoxas – são aquelas atreladas a um única ideologia, por exemplo a Constituição da República da antiga URSS de 1977, 
que estabelecia o modelo socialista; 
2)    Heterodoxas ou Ecléticas – são aquelas que estabelecem mais de uma ideologia, como a Constituição de 1988, que possui 
valores capitalistas como a livre iniciativa e, valores socialistas, como a valorização do trabalho (art. 170 da CRFB/88). 
Quanto à Finalidade 
Quanto à finalidade a Constituição pode ser de três tipos: 
1)    de garantia – os grandes exemplos são as Constituições liberais burguesas que estabelecem liberdades públicas ou os 
chamados Direitos Fundamentais de 1ª geração como mecanismos de controle do poder estatal, como a Constituição Norte- 
americana de 1787. 
2)    de balanço – como grande exemplos podemos citar a Constituição do México de 1917 e a Constituição da República de 
Weimar de 1919, onde encontramos direitos sociais como também liberdade públicas, ou seja, direitos fundamentais individuais 
e direitos fundamentais sociais. Elas recebem esse nome porque procuram equilibrar os anseios burgueses e proletários; 
3)    dirigente – são aquelas que além de estabelecer direitos individuais e sociais que o Estado deveria alcançar, preveem 
normas conhecidas como programáticas (tipo de normas de eficácia limitada) que procuram fixar metas, programas, políticas 
públicas, como valores a serem perseguidos pelo ente estatal. Por exemplo: saúde para todos, moradia para todos. Como 
exemplo deste tipo de constituição temos a Constituição Brasileira de 1988 e a Portuguesa de 1976. 
Classificação da Constituição Brasileira de 1988 
A Constituição de 1988 é classificada da seguinte forma: formal, escrita, dogmática, promulgada, super rígida, analítica, heterodoxa 
e dirigente. 
  
Aplicação Prática Teórica 
Caso - Tema: Classificação das constituições 
A Constituição de 1988 desenhou em seu texto um Estado de bem-estar social, consagrando princípios próprios do modelo liberal clássico de 
forma conjugada com outros, típicos do modelo socialista. Esse pluralismo principiológico se faz sentir ao longo de todo o texto constitucional, 
especialmente no art. 170, CRFB, que adota a livre iniciativa como princípio da ordem econômica, sem desprezar, no entanto, o papel do 
Estado na regulação do mercado. Considerando tal constatação, responda: 
a)    Como o pluralismo principiológico pode favorecer a estabilidade da CRFB/88? 
b)    Diante de tal característica, como a doutrina classificaria a CRFB/88? 
Plano de Aula: TEORIA DA CONSTITUIÇÃO: CONSTITUCIONALISMO. CONCEITOS, ELEMENTOS E CLASSIFICAÇÕES DAS
CONSTITUIÇÕES. 
DIREITO CONSTITUCIONAL I 
Estácio de Sá Página 2 / 4
Título 
 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
1 
Tema 
TEORIA DA CONSTITUIÇÃO: CONSTITUCIONALISMO. CONCEITOS, ELEMENTOS E CLASSIFICAÇÕES DAS CONSTITUIÇÕES. 
. 
Objetivos 
l
Compreender através do estudo da teoria da constituição, o conceito de Constituição, a idéia de supremacia constitucional, assim 
como os modelos constitucionais; 
¡ Identificar as constituições dos diversos modelos estatais; 
¡ Compreender os elementos que compõe a estrutura interna das constituições. 
Estrutura do Conteúdo 
1. Constitucionalismo 
2. Conceito de constituição 
3. Classificação das constituições 
3.1. Quadro geral 
3.2. Quanto ao conteúdo: constituições materiais, ou substanciais, e formais 
3.3. Quanto à forma: constituições escritas e não escritas 
3.4. Quanto ao modo de elaboração: constituições dogmáticas e históricas 
3.5. Quanto à origem: constituições promulgadas (democráticas, populares) e outorgadas 
3.6. Quanto à estabilidade: constituições imutáveis, rígidas, flexíveis e semi-rígidas 
3.7. Quanto à sua extensão e finalidade: constituições analíticas (dirigentes) e sintéticas (negativas, garantias) 
3.8. Constituição Federal de 1988 
3.9. Outras classificações 
Teoria da Constituição 
Conceito de Direito Constitucional 
O Direito Constitucional é um ramo do Direito Público responsável pelo estudo da organização do Poder Político, do Estado, da 
estrutura do Estado e dos Direitos Fundamentais que controlam o exercício e o abuso deste Poder.  
Constitucionalismo 
Movimento jusfilosófico surgido no século XVIII com as revoluções liberais burguesas baseado na crença  de que o poder político 
deve estar submetido à supremacia da lei, de uma Lei Maior, a Constituição escrita. 
Constituição 
Conceito de Constituição 
A Constituição, segundo José Afonso da Silva, “consiste num sistema de normas jurídicas, escritas ou costumeiras, que regulam a 
forma do Estado, a forma de seu governo, o modo de aquisição e exercício do Poder, o estabelecimento de seus órgãos e os limites 
de sua atuação”. 
Sendo assim, a Constituição é a norma jurídica suprema e basilar que estrutura juridicamente os limites de atuação e exercício de 
toda a nossa sociedade política. 
Conceito Material 
A Constituição material significa a reunião de todas as regras,estejam ou não estabelecidas em um único texto, que abordem a 
estrutura do Estado, a organização, as formas de atuação e limitação do Poder Político. Refere-se ao que nós chamamos de 
normas materialmente constitucionais. 
Conceito Formal 
Constituição formal é a Constituição escrita, definindo-se como o conjunto de normas reunidas em um documento denominado 
Constituição e elaborado pelo Poder Constituinte Originário ou de Fato. 
Para facilitar a sua compreensão, a Constituição formal é o conjunto de todas as normas que estão escritas na Constituição, sejam 
ou não de conteúdo tipicamente constitucional, como por exemplo, as normas previstas nos arts. 180 e 242, § 2o da CRFB/88. Por 
esta razão, temos normas materialmente constitucionais e formalmente constitucionais. 
Tipologia Constitucional 
Pode-se classificar as constituições das seguintes maneiras.  
Quanto à Forma 
Quanto à forma as Constituições podem ser classificadas de duas maneiras: Constituição escrita, ou seja, àquela codificada em um 
documento escrito; e a Constituição não escrita ou consuetudinária ou costumeira, que pode ser definida como o conjunto de leis, 
costumes e jurisprudências esparsos no tempo,  em um determinado ordenamento jurídico, que tratem de tudo aquilo que seja 
considerado constitucional (forma de governo, estrutura do estado, direitos fundamentais etc). 
Os constitucionalistas apontam como um grande exemplo deste tipo de Constituição a chamada “Constituição Inglesa”. Na 
verdade, a Inglaterra não possui um documento denominado Constituição, como é o caso do Brasil, e sim, um conjunto de normas 
feitas em diversos momentos da história pelo Parlamento inglês que tratam do que chamamos de normas materialmente 
constitucionais, ou seja, àquelas que abordam a estrutura e organização do Estado. 
Quanto ao modo de elaboração 
Quanto ao modo de elaboração as constituições podem ser classificadas em duas espécies: dogmáticas e históricas. 
A constituição dogmática é aquela que se origina de forma escrita e sistemática, baseada em dogmas, ou seja, princípios e ideias 
incontestáveis existentes no momento de sua elaboração. 
Já a constituição histórica, também denominada costumeira, é a que se origina através de uma evolução de ideias no tempo, 
produto dos usos e costumes de determinada sociedade,  baseada na tradição de um povo. São constituições compostas de 
vários documentos e juridicamente não-escritas. 
Quanto à origem     
Quanto à origem há três formas de classificação: 
Diz-se promulgada, popular ou democrática a Constituição que é elaborada através de uma Assembleia Nacional Constituinte, 
composta de representantes eleitos pelo povo para esta finalidade. Uma vez concluída a Constituição esta Assembleia se dissolve. 
Quando a Constituição é outorgada, não há participação do povo em sua elaboração, posto ser ela imposta ao povo, sendo 
produto exclusivo do Governante que por si só, ou por terceira pessoa, impõe à sociedade um novo ordenamento jurídico e 
político.  
No Brasil as Constituições de 1891, 1934, 1946 e 1988 foram promulgadas e, as de 1824, 1937 e 1967  foram outorgadas. 
Em relação a “Constituição de 1969” não a inserimos no rol das Constituições outorgadas, visto que formalmente ela foi uma 
emenda, Emenda Constitucional n. 1 à Constituição de 1967. 
A terceira forma é a Constituição Bonapartista que se caracteriza por ser uma Constituição outorgada, na qual o ditador para dar-
lhe uma feição legítima convoca um referendo popular para aprová-la. 
Quanto à estabilidade 
Quanto a este critério estamos preocupados em saber do processo legislativo para alteração das normas constitucionais. Sendo 
assim, a doutrina nos aponta que as constituições podem ser de cinco tipos: 
1)    Imutáveis – não contém a possibilidade de reforma de suas normas. 
2)    Superrígidas – esta é uma classificação que alguns doutrinadores dão à Constituição de 1988, visto que esta Constituição 
possui um núcleo duro em seu art. 60, parágrafo 4º, conhecido como cláusulas pétreas, que exigem um processo legislativo 
ainda mais rígido ou dificultoso para alteração destas normas estabelecidas como pétreas, pois não poderão ser abolidas ou 
restringidas, podendo somente sofrer alterações para serem ampliadas. 
3)    Rígidas – são as constituições que estabelecem que qualquer alteração de suas normas deverá passar por um processo 
legislativo mais dificultoso do que o processo legislativo ordinário. Em nossa Constituição esse processo encontra-se no art. 60. 
4)    Semi-rígidas ou Semi-flexíveis – são aquelas que estabelecem para alteração de um determinado grupo de suas normas um 
processo legislativo mais árduo e para reforma do outro grupo de suas normas um processo legislativo ordinário ou simples. 
Por exemplo: Constituição Imperial de 1824. 
5)    Flexíveis – são àquelas constituições que estabelecem para alteração de suas normas o mesmo processo legislativo 
previsto para as leis ordinárias.  
Quanto à Extensão 
Quanto a este critério estamos preocupados em analisar o tamanho da Constituição. Sendo assim, as constituições podem ser: 
1)    Analíticas – quando possuem uma grande quantidade de artigos, que descrevem diversos assuntos ou, 
2)    Sintéticas – quando possuem poucos artigos que estabelecem princípios e normas gerais da estrutura do Estado. Por 
exemplo: Constituição Norte-americana de 1787 e a Constituição dos Estados Unidos do Brasil de 1891. 
Quanto à Ideologia 
Quanto à ideologia, a doutrina leva em conta a que sistema de produção econômica está atrelada a Constituição. Elas podem ser de 
dois tipos: 
1)    Ortodoxas – são aquelas atreladas a um única ideologia, por exemplo a Constituição da República da antiga URSS de 1977, 
que estabelecia o modelo socialista; 
2)    Heterodoxas ou Ecléticas – são aquelas que estabelecem mais de uma ideologia, como a Constituição de 1988, que possui 
valores capitalistas como a livre iniciativa e, valores socialistas, como a valorização do trabalho (art. 170 da CRFB/88). 
Quanto à Finalidade 
Quanto à finalidade a Constituição pode ser de três tipos: 
1)    de garantia – os grandes exemplos são as Constituições liberais burguesas que estabelecem liberdades públicas ou os 
chamados Direitos Fundamentais de 1ª geração como mecanismos de controle do poder estatal, como a Constituição Norte- 
americana de 1787. 
2)    de balanço – como grande exemplos podemos citar a Constituição do México de 1917 e a Constituição da República de 
Weimar de 1919, onde encontramos direitos sociais como também liberdade públicas, ou seja, direitos fundamentais individuais 
e direitos fundamentais sociais. Elas recebem esse nome porque procuram equilibrar os anseios burgueses e proletários; 
3)    dirigente – são aquelas que além de estabelecer direitos individuais e sociais que o Estado deveria alcançar, preveem 
normas conhecidas como programáticas (tipo de normas de eficácia limitada) que procuram fixar metas, programas, políticas 
públicas, como valores a serem perseguidos pelo ente estatal. Por exemplo: saúde para todos, moradia para todos. Como 
exemplo deste tipo de constituição temos a Constituição Brasileira de 1988 e a Portuguesa de 1976. 
Classificação da Constituição Brasileira de 1988 
A Constituição de 1988 é classificada da seguinte forma: formal, escrita, dogmática, promulgada, super rígida, analítica, heterodoxa 
e dirigente. 
  
Aplicação Prática Teórica 
Caso - Tema: Classificação das constituições 
A Constituição de 1988 desenhou em seu texto um Estado de bem-estar social, consagrando princípios próprios do modelo liberal clássico de 
forma conjugada com outros, típicos do modelo socialista. Esse pluralismo principiológico se faz sentir ao longo de todo o texto constitucional, 
especialmente no art. 170, CRFB, que adota a livre iniciativa como princípio da ordem econômica, sem desprezar, no entanto,o papel do 
Estado na regulação do mercado. Considerando tal constatação, responda: 
a)    Como o pluralismo principiológico pode favorecer a estabilidade da CRFB/88? 
b)    Diante de tal característica, como a doutrina classificaria a CRFB/88? 
Plano de Aula: TEORIA DA CONSTITUIÇÃO: CONSTITUCIONALISMO. CONCEITOS, ELEMENTOS E CLASSIFICAÇÕES DAS
CONSTITUIÇÕES. 
DIREITO CONSTITUCIONAL I 
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Título 
 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
1 
Tema 
TEORIA DA CONSTITUIÇÃO: CONSTITUCIONALISMO. CONCEITOS, ELEMENTOS E CLASSIFICAÇÕES DAS CONSTITUIÇÕES. 
. 
Objetivos 
l
Compreender através do estudo da teoria da constituição, o conceito de Constituição, a idéia de supremacia constitucional, assim 
como os modelos constitucionais; 
¡ Identificar as constituições dos diversos modelos estatais; 
¡ Compreender os elementos que compõe a estrutura interna das constituições. 
Estrutura do Conteúdo 
1. Constitucionalismo 
2. Conceito de constituição 
3. Classificação das constituições 
3.1. Quadro geral 
3.2. Quanto ao conteúdo: constituições materiais, ou substanciais, e formais 
3.3. Quanto à forma: constituições escritas e não escritas 
3.4. Quanto ao modo de elaboração: constituições dogmáticas e históricas 
3.5. Quanto à origem: constituições promulgadas (democráticas, populares) e outorgadas 
3.6. Quanto à estabilidade: constituições imutáveis, rígidas, flexíveis e semi-rígidas 
3.7. Quanto à sua extensão e finalidade: constituições analíticas (dirigentes) e sintéticas (negativas, garantias) 
3.8. Constituição Federal de 1988 
3.9. Outras classificações 
Teoria da Constituição 
Conceito de Direito Constitucional 
O Direito Constitucional é um ramo do Direito Público responsável pelo estudo da organização do Poder Político, do Estado, da 
estrutura do Estado e dos Direitos Fundamentais que controlam o exercício e o abuso deste Poder.  
Constitucionalismo 
Movimento jusfilosófico surgido no século XVIII com as revoluções liberais burguesas baseado na crença  de que o poder político 
deve estar submetido à supremacia da lei, de uma Lei Maior, a Constituição escrita. 
Constituição 
Conceito de Constituição 
A Constituição, segundo José Afonso da Silva, “consiste num sistema de normas jurídicas, escritas ou costumeiras, que regulam a 
forma do Estado, a forma de seu governo, o modo de aquisição e exercício do Poder, o estabelecimento de seus órgãos e os limites 
de sua atuação”. 
Sendo assim, a Constituição é a norma jurídica suprema e basilar que estrutura juridicamente os limites de atuação e exercício de 
toda a nossa sociedade política. 
Conceito Material 
A Constituição material significa a reunião de todas as regras, estejam ou não estabelecidas em um único texto, que abordem a 
estrutura do Estado, a organização, as formas de atuação e limitação do Poder Político. Refere-se ao que nós chamamos de 
normas materialmente constitucionais. 
Conceito Formal 
Constituição formal é a Constituição escrita, definindo-se como o conjunto de normas reunidas em um documento denominado 
Constituição e elaborado pelo Poder Constituinte Originário ou de Fato. 
Para facilitar a sua compreensão, a Constituição formal é o conjunto de todas as normas que estão escritas na Constituição, sejam 
ou não de conteúdo tipicamente constitucional, como por exemplo, as normas previstas nos arts. 180 e 242, § 2o da CRFB/88. Por 
esta razão, temos normas materialmente constitucionais e formalmente constitucionais. 
Tipologia Constitucional 
Pode-se classificar as constituições das seguintes maneiras.  
Quanto à Forma 
Quanto à forma as Constituições podem ser classificadas de duas maneiras: Constituição escrita, ou seja, àquela codificada em um 
documento escrito; e a Constituição não escrita ou consuetudinária ou costumeira, que pode ser definida como o conjunto de leis, 
costumes e jurisprudências esparsos no tempo,  em um determinado ordenamento jurídico, que tratem de tudo aquilo que seja 
considerado constitucional (forma de governo, estrutura do estado, direitos fundamentais etc). 
Os constitucionalistas apontam como um grande exemplo deste tipo de Constituição a chamada “Constituição Inglesa”. Na 
verdade, a Inglaterra não possui um documento denominado Constituição, como é o caso do Brasil, e sim, um conjunto de normas 
feitas em diversos momentos da história pelo Parlamento inglês que tratam do que chamamos de normas materialmente 
constitucionais, ou seja, àquelas que abordam a estrutura e organização do Estado. 
Quanto ao modo de elaboração 
Quanto ao modo de elaboração as constituições podem ser classificadas em duas espécies: dogmáticas e históricas. 
A constituição dogmática é aquela que se origina de forma escrita e sistemática, baseada em dogmas, ou seja, princípios e ideias 
incontestáveis existentes no momento de sua elaboração. 
Já a constituição histórica, também denominada costumeira, é a que se origina através de uma evolução de ideias no tempo, 
produto dos usos e costumes de determinada sociedade,  baseada na tradição de um povo. São constituições compostas de 
vários documentos e juridicamente não-escritas. 
Quanto à origem     
Quanto à origem há três formas de classificação: 
Diz-se promulgada, popular ou democrática a Constituição que é elaborada através de uma Assembleia Nacional Constituinte, 
composta de representantes eleitos pelo povo para esta finalidade. Uma vez concluída a Constituição esta Assembleia se dissolve. 
Quando a Constituição é outorgada, não há participação do povo em sua elaboração, posto ser ela imposta ao povo, sendo 
produto exclusivo do Governante que por si só, ou por terceira pessoa, impõe à sociedade um novo ordenamento jurídico e 
político.  
No Brasil as Constituições de 1891, 1934, 1946 e 1988 foram promulgadas e, as de 1824, 1937 e 1967  foram outorgadas. 
Em relação a “Constituição de 1969” não a inserimos no rol das Constituições outorgadas, visto que formalmente ela foi uma 
emenda, Emenda Constitucional n. 1 à Constituição de 1967. 
A terceira forma é a Constituição Bonapartista que se caracteriza por ser uma Constituição outorgada, na qual o ditador para dar-
lhe uma feição legítima convoca um referendo popular para aprová-la. 
Quanto à estabilidade 
Quanto a este critério estamos preocupados em saber do processo legislativo para alteração das normas constitucionais. Sendo 
assim, a doutrina nos aponta que as constituições podem ser de cinco tipos: 
1)    Imutáveis – não contém a possibilidade de reforma de suas normas. 
2)    Superrígidas – esta é uma classificação que alguns doutrinadores dão à Constituição de 1988, visto que esta Constituição 
possui um núcleo duro em seu art. 60, parágrafo 4º, conhecido como cláusulas pétreas, que exigem um processo legislativo 
ainda mais rígido ou dificultoso para alteração destas normas estabelecidas como pétreas, pois não poderão ser abolidas ou 
restringidas, podendo somente sofrer alterações para serem ampliadas. 
3)    Rígidas – são as constituições que estabelecem que qualquer alteração de suas normas deverá passar por um processo 
legislativo mais dificultoso do que o processo legislativo ordinário. Em nossa Constituição esse processo encontra-se no art. 60. 
4)    Semi-rígidas ou Semi-flexíveis – são aquelas que estabelecem para alteração de um determinado grupo de suas normas um 
processo legislativo mais árduo e para reforma do outro grupo de suas normas um processo legislativo ordinário ou simples. 
Por exemplo: Constituição Imperial de 1824. 
5)    Flexíveis – são àquelas constituições que estabelecem para alteração de suas normas o mesmo processo legislativo 
previsto para as leis ordinárias.  
Quanto à Extensão 
Quanto a este critério estamos preocupados em analisar o tamanho da Constituição. Sendo assim, as constituições podem ser:1)    Analíticas – quando possuem uma grande quantidade de artigos, que descrevem diversos assuntos ou, 
2)    Sintéticas – quando possuem poucos artigos que estabelecem princípios e normas gerais da estrutura do Estado. Por 
exemplo: Constituição Norte-americana de 1787 e a Constituição dos Estados Unidos do Brasil de 1891. 
Quanto à Ideologia 
Quanto à ideologia, a doutrina leva em conta a que sistema de produção econômica está atrelada a Constituição. Elas podem ser de 
dois tipos: 
1)    Ortodoxas – são aquelas atreladas a um única ideologia, por exemplo a Constituição da República da antiga URSS de 1977, 
que estabelecia o modelo socialista; 
2)    Heterodoxas ou Ecléticas – são aquelas que estabelecem mais de uma ideologia, como a Constituição de 1988, que possui 
valores capitalistas como a livre iniciativa e, valores socialistas, como a valorização do trabalho (art. 170 da CRFB/88). 
Quanto à Finalidade 
Quanto à finalidade a Constituição pode ser de três tipos: 
1)    de garantia – os grandes exemplos são as Constituições liberais burguesas que estabelecem liberdades públicas ou os 
chamados Direitos Fundamentais de 1ª geração como mecanismos de controle do poder estatal, como a Constituição Norte- 
americana de 1787. 
2)    de balanço – como grande exemplos podemos citar a Constituição do México de 1917 e a Constituição da República de 
Weimar de 1919, onde encontramos direitos sociais como também liberdade públicas, ou seja, direitos fundamentais individuais 
e direitos fundamentais sociais. Elas recebem esse nome porque procuram equilibrar os anseios burgueses e proletários; 
3)    dirigente – são aquelas que além de estabelecer direitos individuais e sociais que o Estado deveria alcançar, preveem 
normas conhecidas como programáticas (tipo de normas de eficácia limitada) que procuram fixar metas, programas, políticas 
públicas, como valores a serem perseguidos pelo ente estatal. Por exemplo: saúde para todos, moradia para todos. Como 
exemplo deste tipo de constituição temos a Constituição Brasileira de 1988 e a Portuguesa de 1976. 
Classificação da Constituição Brasileira de 1988 
A Constituição de 1988 é classificada da seguinte forma: formal, escrita, dogmática, promulgada, super rígida, analítica, heterodoxa 
e dirigente. 
  
Aplicação Prática Teórica 
Caso - Tema: Classificação das constituições 
A Constituição de 1988 desenhou em seu texto um Estado de bem-estar social, consagrando princípios próprios do modelo liberal clássico de 
forma conjugada com outros, típicos do modelo socialista. Esse pluralismo principiológico se faz sentir ao longo de todo o texto constitucional, 
especialmente no art. 170, CRFB, que adota a livre iniciativa como princípio da ordem econômica, sem desprezar, no entanto, o papel do 
Estado na regulação do mercado. Considerando tal constatação, responda: 
a)    Como o pluralismo principiológico pode favorecer a estabilidade da CRFB/88? 
b)    Diante de tal característica, como a doutrina classificaria a CRFB/88? 
Plano de Aula: TEORIA DA CONSTITUIÇÃO: CONSTITUCIONALISMO. CONCEITOS, ELEMENTOS E CLASSIFICAÇÕES DAS
CONSTITUIÇÕES. 
DIREITO CONSTITUCIONAL I 
Estácio de Sá Página 4 / 4

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