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filosofias, chinesa, indiana, grega, indigena e africana

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Aluna: Maria Eduarda Mascarenhas Leite
Filosofia Chinesa:
Por Chan Wing-Tsit em Moore, C. 
A Filosofia chinesa é uma sinfonia intelectual em três movimentos: o primeiro, do VI ao II século a.C., foi essencialmente um período de desenvolvimento dos três maiores temas - Confucionismo, Taoísmo e Moísmo -, e dos quatro menores - Sofismo, Neomoísmo, Legalismo e Interacionismo yin yang -, todos com os seus contrastes e harmonias, com o acompanhamento das outras "Cem Escolas". O segundo movimento foi caracterizado pela mistura de diferentes motivos que se resolveram no acorde dominante da Filosofia chinesa medieval, ao passo que a nota do Budismo foi introduzida da Índia para dar-lhe o efeito de contraponto. No terceiro movimento, o mais longo de todos, do século XI aos dias atuais, as notas características da Filosofia chinesa foram sintetizadas para transformar o acorde persistente do Confucionismo na longa e excepcional melodia que é o Neoconfucionismo.
A analogia sugere imediatamente que há consonância, bem como dissonância, entre os principais sistemas do pensamento chinês, fato significativo e digno de nota, especialmente no caso das escolas antigas. A oposição entre o Confucionismo humanístico e o Taoísmo é, à primeira vista, quase inconciliável. Todavia, qualquer distinção completa inevitavelmente distorce o quadro. O Taoísmo primitivo está mais próximo do Confucionismo do que geralmente se entende, principalmente em sua filosofia de vida. Contrariamente à crença popular de que Lao-Tsé ensinou a renúncia à vida e a sociedade, sua doutrina ética estava mais ligada à de Confúcio, o experiente conhecedor do mundo, do que à do Hinduísmo ou do Budismo. Esta opinião não é nova nem pessoal, mas uma opinião geral entre os historiadores nativos da filosofia chinesa. Tanto o Dr. Hu Shih, em seu “The Development of the Logical Method in Ancient China” (1), como o Professor Fung Yu-lan, em sua “The History of Chinese Philosophy” (2), interpretaram Lao-Tsé de maneira bem diferente daquela a que o Ocidente está acostumado. O principal interesse do Taoísmo e do Confucionismo é a vida, com a diferença principal que, no Taoísmo, a preservação da vida vem de seguir-se a Natureza, ao passo que o Confucionismo a realização da vida vem com o pleno desenvolvimento do homem.
Filosofia Grega:
A história filosófica teve início a mais de dois mil e quinhentos anos. Foi na Grécia Antiga que esta ciência nasceu e ganhou suas primeiras dimensões. Apesar de conviverem em cidades-nações diferentes e adversárias entre si, os gregos conseguiram dar origem a uma comunidade única em relação à língua, religião e cultura que impulsionou o grande salto da ciência na Idade Antiga. A extraordinária capacidade intelectual grega foi a causadora do extraordinário progresso das diversas áreas do conhecimento, as artes, a literatura, a música e a própria filosofia.
A filosofia grega pode ser dividida em três etapas: período pré-socrático, socrático e helenístico. No período pré-socrático, a Filosofia foi empregada para elucidar a procedência do mundo e das coisas a sua volta, foi representado pela physis (natureza) que procurava compreender através da razão a origem e as mudanças que acometeram a natureza e o ser humano ao longo do tempo; destacou-se nesta fase o filósofo Tales de Mileto. Já o período socrático apontou para uma modificação a respeito do elemento de pesquisa da filosofia, que sai da metafísica e caminha em direção ao homem em si. Este período destacou-se pelo surgimento da democracia que concedeu o direito de paridade a todas as pessoas que vivessem nas polis - hoje cidades – concedendo-lhes inclusive a faculdade legal de tomar parte no governo e se necessário sugerir alguma mudança na educação grega já que as pessoas tinham precisão de saber falar e persuadir as demais. O período helenístico surgiu após o declínio político das polis e o surgimento de um conjunto de disciplinas que, além de trabalhar com a natureza e o estudo das leis do raciocínio, procuravam também dar ênfase a felicidade e a ensinar as pessoas a encontrarem a maneira correta de direcionarem a própria vida. Nestes períodos ocorreram vários atos por parte de alguns filósofos que mereceram grande destaque, tais como: a criação da filosofia humanista por Sócrates, a fundação da Academia de Atenas por Platão e a doutrinação da lógica e de muitos outros conhecimentos como a metafísica, a moral e a política por Aristóteles.
Filosofia Indiana:
A filosofia na Índia está presente desde o século VII e VIII a. C., 
aproximadamente. Tem origem em um texto básico a uma escola anterior a Buddha, o Vaisheshika-Sutra, no qual também encontramos os Vedas, livros antigos divididos em três partes (Samhitas, Brahmanas e Aranyakas), d eles – os vedas – encontramos os livros mais filosóficos os Upanishads (no literal, em sânscrito, aquilo que elimina a ignorância) que abordam questões religiosas (a lembrar de que a filosofia era, intimamente, ligada a religião), cosmoló gicas, astronômicas. Tratavam, também, do Uno, o Absoluto – questões estas que estarão presentes na filosofia grega e n a fase inicial da Patrística – afirma que o Ser é o Atmam – o Espírito divino que habita no “lótus do coração” – e Brahma, o Não- Ser, que é Insondável, Infinito, Uno. Em um dos vedas, o Rig Veda, o mais antigos deles, onde se encontram os mantras e hinos (cosmológicos, religiosos e filosóficos), fala acerca do Uno: “Só o Uno respirava por Si mesmo e sem ar. Nada existia senão Ele.” Termo esse que estará presente na Filosofia grega. Assim como o Logos será o Atmam na filosofia indiana. E o que isso que exemplificar para nós? O caráter atemporal que assume a filosofia, ela como pensamento racional pode-se encontrar em todas as épocas ou fora delas, o devido fato de que algumas semelhanças surgem, demonstra, de forma clara, que a filosofia não tem data de nascimento. Ela, como pensamento, está presente e discorre através do tempo, sendo atemporal.
Após muita reflexão, revela seu primeiro ensinamento, as quatro nobres verdades. O sofrimento (Duhka), a causa do sofrimento, a cessação do sof rimento e como eliminá-lo em oito passos. De modo muito singular Buddha desenvolve o sofrimento. Se há a presença do sofrimento é porque houve uma fonte, uma origem – a causa básica. Se investigarmos quais são as origens das d ores, talvez seja possível evitá-las, ou pelo menos diminuir a sua presença. E para isto deveríamos ter um certo tipo de postura na vida, que é a via que conduza superação dos tormentos. (BRUM, 1992, 76). É conhecido por Buddha que a causa do sofrimento humano é o próprio homem, de modo que a filosofia budis ta toma um cunho exist encial. Assim, a felicidade seria o cessar Duhkha que se dará no reino celeste. E na quarta nobre verdade, como eliminar o sofrimento, se d esdobra um caminho em oit o passos. Uma reta compreensão da causa do sofrimento, a partir diss o, um reto entendimento, um reto pensamento, reta palavra, reta ação, um reto meio de vida – no que se refere a uma profissão ética – reta reflexão e reta contemplação, somente nesse caminho o sofrimento será suprimida.
Filosofia indígena:
Então se a figura chamada de “chefe” não é um indivíduo que detém o poder primordial de uma sociedade, qual seria então sua função? Em quais pontos da vida indígena ele surge? Clastres comenta que na lógica do evolucionismo, o poder nessas sociedades é um elemento efêmero, que a dinâmica de um grupo arcaico afasta qualquer esboço de uma condição política significante. Mas o autor direciona a análise a outro ponto critico, o de que deve se observar como esse “poder sem poder” o chefe como “uma função operandono vácuo”. [3]Se baseando em um conceito do antropólogo Austro-Americano Robert Lowie (1883-1957) realizou para analisar os povos indígenas da América do Norte, Clastres descreve o chefe indígena em três características distintas
(1.) O chefe é um “pacificador”; Ele é o moderador do grupo, um fato nascido fora da divisão frequente de poder entre civil e militar.
(2.) Ele deve ser generoso com as suas posses, e não deve se permitir, sem trair sua função, de rejeitar as demandas incessantes daqueles sob sua “administração”.
(3.) Apenas um bom orador pode se tornar chefe.[4]
Esses elementos também devem ser levados em conta em casos que o poder do chefe varia durante o tempo de paz e de guerra. É muito comum que a função de chefe seja fragmentada em um líder civil e um militar. Esse ultimo é designado temporariamente frente a uma ameaça externa, nesse cenário, é possível encontrar traços de violência e coerção, que são logo dissolvidos quando o problema em questão é resolvido, junto com a autoridade do indivíduo. O chefe militar em grupos como os Cubeos e os Orinocos é basicamente um instrumento criado para servir ao seu povo em épocas de conflito e crises, nada mais do que isso. Sua função é apenas para servir o povo. A questão da generosidade talvez seja uma das mais peculiares entre os chefes indígenas das Américas. Um bom chefe é aquele que doa seus bens, ou é aquele que não se manifesta quando os indivíduos da tribo pegam seus bens para si.  Uma das características do chefe indígena em alguns povos é de ser um dos mais simples tanto em vestimentas como em possessões. A ganancia não tem relação nenhuma com o conceito de poder nesses povos. Por isso,ser simples seja talvez a característica fundamental. Cabe ao líder sobretudo ser o orador da tribo. Ele é o indivíduo que possui o dom da palavra, a sua mais importante ferramenta de poder. Mas diferente dos lideres ocidentais, seu discurso é usado para pacificar a vida de sua sociedade. Sua fala tem como objetivo confortar todos, por isso é necessário o máximo de sua habilidade como orador e sua total paixão pela função. Em algumas tribos, como os Tobas ou os Trumai, a total indiferença do líder na hora de seus discursos faz com que seja totalmente ignorado por algumas pessoas. É um elemento necessário de um esmero tão grande, que se torna um oficio peculiar. “um Chiriguano explica a ascensão de uma mulher para o oficio chefe dizendo: ” seu pai lhe ensinou a arte do discurso.”‘[5] Clastes comenta sobre um outro fator essencial que compõe as características do líder de uma tribo: A literatura da etnografia raciocina em cima dessas três características essenciais da liderança. Entretanto,na área da América do Sul (excluindo as culturas dos Andes, que não serão discutidas aqui) oferecem uma característica suplementar as três enfatizadas por Lowie: quase todas essas sociedades, quais sejam os seus tipos de unidade socio-política e o tamanho demográfico, reconhecem a poligamia, e quase todas delas reconhecem como um privilegio exclusivo do chefe.[6] Essa característica não tem efeito diferenciado por causa da densidade demográfica de uma sociedade indígena. Um conceito presente em uma grande quantidade de povos que se tenha registro. Porém, Clastres mostra que a poligamia é algo restrito a um determinado grupo de indivíduos, sendo o chefe, em sua maioria, o que a exerce. Em casos específicos, como os Achagua e os Chibcha, a questão de poligamia envolve uma fator cultural diferente dos outros povos. São sociedades belicosas, que acabam por ter uma grande deficiência em sua população masculina, fazendo da poligamia um método de compensar essa falta, ou são sociedades que estão a se estratificar, subjugando assim seus vizinhos mais fracos e tomando as mulheres como esposas. Tirando esses dois exemplos, a poligamia generalizada é quase inexistente na América do Sul. O que, analisando o contexto social, para Clastres torna esses casos isolados mais democráticos, já que toda o indivíduo tem acesso a mais de um matrimônio. Isso acontece porque o conceito de poder entre os próprios povos é extremamente distinto, para alguns é a força e a guerra que determina o acesso a poligamia, uma base de avaliação muito similar a da sociedade ocidental, e para outros existem outros feitios que dão mérito ao indivíduo, como a caça, que faz com que o mérito do caçador o pode torná-lo líder, assim como praticante da poligamia. Para Clastres, estas categorias dialogam entre sim de maneiras diferentes para estabelecer um sistema de relação direta entre o chefe e o restante do povo: Uma distinção é feita entretanto entre o primeiro desses critérios (o de ser um pacificador) e os outros três  O ultimo define uma série de desprestações e contra-prestações que mantém o balanço entre a estrutura social e a instituição política: o líder exerce o direto sobre um numero anormal de mulheres; em retorno, fica justificado o requerimento do grupo pela generosidade do chefe e seu talento como orador.[7] Contudo, é necessário esclarecer segundo Clastres, as esferas sociais do chefe indígena, pois em nossa concepção de poder, é muito fácil confundir a natureza da liderança com a sua atividade, “o transcendental com o aspecto empírico da instituição”.[8]
Filosofia Africana:
A Filosofia africana é usada de múltiplas formas por diferentes filósofos. Embora diversos filósofos africanos contribuíram para diversas áreas, com a metafísica, epistemologia, filosofia moral efilosofia política, uma grande parte da literatura entra em debate para discutir se a filosofia africana de fato existe.
Filosofia africana pré-moderna
      Joseph I. Omoregbe define um filósofo como “aquele que dedica boa parte de seu tempo refletindo sobre questões fundamentais sobre a vida humana ou sobre o universo físico, e que faz isso de maneira habitual”, e diz que não existe nenhuma filosofia articulada e documentada, ainda que exista uma tradição filosófica. Simplificando, mesmo que não existisse filósofos africanos conhecidos, a filosofia foi praticada na África. Isso pode ser apoiado através da observação da literatura grega Ilíada e outros em que os conceitos filosóficos como a arrogância, o heroísmo e a superioridade da cultura grega vigentes antes do período final da Antiguidade Clássica Grega. Assim, uma forma de filosofia natural sempre esteve presente na África desde tempos muito antigos.
      Se tomarmos a filosofia como sendo um conjunto coerente de crenças, mas não como um sistema de explicar a unidade do entendimento de todos os fenômenos, então poucas ou quase nenhuma cultura carece de filosofia.
       A visão padrão da ascensão do pensamento filosófico (e científico) é que provavelmente exigiu um certo tipo de estrutura social, mas que mesmo dada essa condição, há mais um conjunto de fatores necessários.
A filosofia na África tem uma história rica e variada, que data do Egito pré-dinástico, continuando até o nascimento do cristianismo e do islamismo. Sem dúvida, foi fundamental a concepção do “Ma’at”, que traduzido, significa aproximadamente “justiça”, “verdade”, ou simplesmente “o que é certo”. Uma das maiores obras de filosofia política foi o Maxims de Ptah-Hotep, que foi empregado nas escolas egípcias durante séculos.
          Filósofos egípcios antigos deram contribuições extremamente importantes para a filosofia helenística, filosofia cristã e filosofia islâmica.
          Na tradição helênica, a influente escola filosófica do neoplatonismo foi fundada pelo filósofo egípcio Plotino, no terceiro século da era cristã.
Na tradição cristã, Agostinho de Hipona foi uma pedra angular da filosofia e da teologia cristã. Ele viveu entre os anos 354 a 430, e escreveu a sua obra mais conhecida “Cidade de Deus”, emHipona, atual cidade argelina de Annaba. Ele desafiou uma série de ideias de sua idade incluindo o arianismo, e estabeleceu as noções básicas do pecado original e da graça divina na filosofia e na teologia cristã.
Na tradição islâmica, Ibn Bajjah filosofou junto comlinhas neoplatônicas no século XII. O sentido da vida humana, de acordo com Bajjah, era a busca da felicidade, e essa felicidade verdadeira só é atingida através da razão e da filosofia, até mesmo transcendendo os limites da religião organizada.
Ibn Rush filosofou segundo as linhas aristotélicas, estabelecendo a escolástica do Averroísmo. Notavelmente, ele argumentou que não haviam conflitos entre a religião e a filosofia, uma vez que existem diversos caminhos para Deus, todas igualmente válidas, e que o filósofo está livre para tomar o caminho da razão, enquanto que as pessoas comuns só eram capazes de tomar o caminho dos ensinamentos repassados a eles.
Ibn Sab’in discorda dessa ideia, alegando que os métodos da filosofia aristotélica eram inúteis na tentativa de entender o universo, porque elas não refletem a unidade básica com Deus e consigo mesma, de modo que o verdadeiro entendimento necessário requer métodos diferentes de raciocínio.
Houve também filosofia pré-modernista na África Subsaariana. O ganês Anton Wilhelm Amo é um importante representante. Ele foi levado pela Companhia das Índias Orientais para a Europa, onde adquiriu diplomas nas áreas da medicina e da filosofia, chegando a lecionar na Universidade de Jena.
Em termos de filosofia política, a independência da Etiópia e o exercício da independência dos nativos africanos frente ao colonialismo europeu serviram como gritos de guerra no final do século XIX e início do século XX, e foram determinantes para os movimentos de independência de grande parte dos países africanos durante o século XX.
Filosofia africana moderna
O filósofo queniano Henry Odera Oruka distinguiu o que ele chama de quatro tendências na filosofia africana moderna: etnofilosofia, sagacidade filosófica, filosofia ideológica nacionalista e filosofia profissional. Mais tarde, Oruka adicionaria mais duas categorias: a filosofia literária/artística, que teve representantes como Ngugi wa Thiongo, Wole Soyinka, Chinua Achebe, Okot p’Bitek, e Taban Lo Liyong; e a filosofia hermenêutica. Maulana Karenga é um dos principais filósofos. Ele escreveu um livro de 803 páginas intitulado “Maat, o ideal moral no Egito Antigo”.
Etnofilosofia e sagacidade filosófica
       O termo etnofilosofia tem sido usado para designar as crenças encontradas nas culturas africanas. Tal abordagem trata a filosofia africana como consistindo em um conjunto de crenças, valores e pressupostos que estão implícitos na linguagem, práticas e crenças da cultura africana e como tal, é visto como um item de propriedade comum. Um dos defensores desta proposta é Placide Tempels, que argumenta em filosofia bantu que a metafísica do povo Bantu são refletidas em suas linguagens. Segundo essa visão, a filosofia africana pode ser melhor compreendido como surgindo a partir dos pressupostos fundamentais sobre a realidade refletida nas línguas da África.
        Um exemplo deste tipo de abordagem é a palavra de E. J. Algoa, da universidade nigeriana de Port Harcourt, que defende a existência de uma filosofia da história decorrentes dos provérbios tradicionais do Delta do Níger, eu seu artigo “Uma Filosofia da História Africana na Tradição Oral”. Algoa argumenta que, na filosofia africana, a idade é vista como um fator importante na obtenção de sabedoria e de interpretação do passado. Em apoio desa tese, ele cita provérbios como “Mais dias, mas sabedoria” e “O que um velho vê sentado, o jovem não vê em pé”.
          A verdade é vista como eterna e imutável (“A verdade nunca apodrece”), mas as pessoas estão sujeitas ao erro (“Mesmo um cavalo de quatro patas tropeça e cai”). Também é perigoso julgar pelas aparências (“Um olho grande não significa uma visão aguçada”), mas em primeira mão, ela pode ser confiável (“Aquele que vê, não erra”). O passado não é visto como fundamentalmente diferente do atual, mas a história é vista como um todo (“Um contador de histórias não falam de épocas diferentes”). Segundo eles, o futuro vai além do conhecimento (“Mesmo um pássaro com um longo pescoço não poderá prever o futuro”). No entanto também é dito “Deus vai sobreviver a eternidade”. A história é vista como sendo de importância vital (“Um ignorante em sua origem não é um humano“), e os historiadores, conhecidos como “filhos da terra” são altamente respeitados (“Os filhos da terra possuem os olhos aguçados de uma píton. Esses argumentos representam apenas um lado da vasta cultura africana, constituída por patriarcados, matriarcados, monoteístas e animistas.
Outra aplicação mais controversa dessa abordagem está incorporada no conceito de negritude. Leopold Senghor, um defensor da negritude, argumentou que a abordagem nitidamente africana para a realidade é baseada mais na na emoção do que na lógica, se manifestando através das artes e não através da ciência e da análise. Cheikh Anta Diop e Mubabinge Bilolo, por outro lado, embora concordem que a cultura africana é única, contesta essa opinião, destacando que o Antigo Egito estava inserido na cultura africana quando deu grandes contribuições para as áreas daciência, matemática, arquitetura e filosofia, fornecendo uma base para a civilização grega. Essa filosofia também pode ser criticada por ser excessivamente reducionista, devido ao apoio óbvio nas realizações egípcias.
Os críticos dessa abordagem argumentam que o verdadeiro trabalho filosófico está sendo feito pelos filósofos acadêmicos, e que palavras de uma mesma cultura podem ser selecionados e organizados de muitas maneiras, a fim de produzir sistemas de pensamentos muitas vezes contraditórios.
             A sagacidade filosófica é uma espécie de visão individualista da etnofilosofia, que é o registro das crenças de certos membros de uma comunidade especial. A premissa aqui é que, embora a maioria das sociedades exigem algum grau de conformidade de crença e comportamento de seus membros, alguns desses membros chegam a níveis superiores de conhecimento e entendimento de suas culturas e visão de mundo. Em alguns casos, o sábio vai além de mero conhecimento e compreensão para reflexão e questionamento – estes tornam-se alvos de sagacidade filosófica.
Os críticos dessa abordagem argumentam que nem todos os questionamentos e reflexões são filosófica, além disso, se a filosofia africana for definida apenas em termos de sagacidade filosófica, então os pensamentos dos sábios não poderiam se enquadrar na filosofia africana, pois não foram obtidos de outros sábios. Também, por esse ponto de vista, a única diferença entre os antropologistas não-africanos e filósofos africanos parecem ser apenas a nacionalidade do pesquisador.
Três correntes filosoficas
As obras da filosofia africana, no periodo pos1935, podem ser classificadas sob diferentes rubricas, relativas a correntes distintas de pensamento. No tocante ao nosso objeto, o mais pertinente, sem duvida, consiste em distinguir as veias cultural, ideologica e critica, todavia, esta distincao visa unicamente facilitar a analise e, se cada uma destas escolas filosoficas possui tracos que lhe sao proprios, existem, por outro lado, numerosos pontos comuns entre as vertentes.
A corrente cultural da filosofia apoia se, principalmente, sobre as tradicoes autoctones. Ela corresponde a eventualmente chamada getno-filosofia todavia e sobretudo, porque este termo requer maior precisao, preferimos aqui qualifica-la como  O fato desta filosofia autoctone ser, em larga medida, obra de etnias (fala. se, por exemplo, da filosofia dos lugbara), isso nao constitui senao uma das suas caracteristicas. Ela tende a revestir-se de uma forma coletiva e transmite. se, principalmente, pela palavra, porem, nao se deve exagerar este aspecto coletivo, pois ela tambem evolui sob o impulso de inovadores individuos.
A vertente ideologica caracteriza-se pelas suas preocupacoes mais estritamente  politicas. Ela manifestou-se, com maior enfase, durante os periodos colonial e pós. colonial, produzindo obras que incluem desde o Consciencisme, de Kwame Nkrumah, ate os Damnes de la terre, de Frantz Fanon. Estetipo de filosofia era praticamente desconhecido durante o periodo pre-colonial. O pensamento ideologico, mediante o particular sentido que atribuimos a este termo, e essencialmente um produto do colonialismo e das suas sequelas. Se a filosofia cultural, por seu turno, expressa-se em linguas locais africanas, a filosofia ideologica da Africa negra, com fortissima incidencia, emprega idiomas europeus.
    A terceira vertente da filosofia africana, subsequente as veias cultural e ideologica,e critica. Tal como a filosofia ideologica, a filosofia critica consiste em uma reacao colonial e poscolonial. Outros pontos em comum com a filosofia ideologica: ela se expressa essencialmente em idiomas europeus e sofreu profunda influencia de algumas tradições intelectuais ocidentais.Entretanto, ao passo que a filosofia ideologica voltase conscientemente para a politica, a vertente critica e mais estritamente teorica. Se a primeira preocupase com a libertacao, apresentandose, muito amiude, como nacionalista,a segunda aspirase moralmente agnostica ou desligada de toda valoracao,alem de pretenderse, de modo resoluto, racionalista.

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