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Profa. Dra. Márcia de Mello Luvielmo 2012/2 RESOLUÇÃO CONAMA Nº 357, DE 17 DE MARÇO DE 2005 Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. CAPÍTULO I DAS DEFINIÇÕES Art. 2º Para efeito desta Resolução são adotadas as seguintes definições: I - águas doces: águas com salinidade igual ou inferior a 0,5 %; II - águas salobras: águas com salinidade superior a 0,5 % e inferior a 30 %; III - águas salinas: águas com salinidade igual ou superior a 30% ; IV - ambiente lêntico: ambiente que se refere à água parada, com movimento lento ou estagnado; V - ambiente lótico: ambiente relativo a águas continentais moventes; ecossistema lótico é aquele cuja a água é corrente, como por exemplo, rios, nascentes, ribeirões e riachos. Esse ecossistema tem como características movimento, o contato água e terra e o teor de oxigênio. Já aqueles ambientes onde a água é parada em sua maior parte do tempo, são chamados de ecossistemas lênticos. VII - carga poluidora: quantidade de determinado poluente transportado ou lançado em um corpo de água receptor, expressa em unidade de massa por tempo; IX - classe de qualidade: conjunto de condições e padrões de qualidade de água necessários ao atendimento dos usos preponderantes, atuais ou futuros; Classe I – destinadas ao abastecimento doméstico Classe II – Abastecimento doméstico após trat. Convencional, irrigação, recreação de contato direto Classe III - Abastecimento doméstico após trat. Convencional, preservação de peixes e dessedentação animal Classe IV - Abastecimento doméstico após trat. Avançado, à navegação, à harmonia paisagística, abastecimento industrial, irrigação e a usos menos exigentes. XXXII - tratamento avançado: técnicas de remoção e/ou inativação de constituintes refratários aos processos convencionais de tratamento, os quais podem conferir à água características, tais como: cor, odor, sabor, atividade tóxica ou patogênica; XXXIII - tratamento convencional: clarificação com utilização de coagulação e floculação, seguida de desinfecção e correção de pH; XXXIV - tratamento simplificado: clarificação por meio de filtração e desinfecção e correção de pH quando necessário; Art. 14. As águas doces de classe 1 observarão as seguintes condições e padrões: a)não verificação de efeito tóxico crônico a organismos, b)materiais flutuantes, inclusive espumas não naturais: virtualmente ausentes; c) óleos e graxas: virtualmente ausentes; d) substâncias que comuniquem gosto ou odor: virtualmente ausentes; e) corantes provenientes de fontes antrópicas: virtualmente ausentes; f) resíduos sólidos objetáveis: virtualmente ausentes; g) coliformes termotolerantes: Não deverá ser excedido um limite de 200 coliformes termotolerantes por 100 mL em 80% ou mais, de pelo menos 6 amostras, coletadas durante o período de um ano, com freqüência bimestral. A E. Coli poderá ser determinada em substituição ao parâmetro coliformes termotolerantes de acordo com limites estabelecidos pelo órgão ambiental competente; h) DBO 5 dias a 20°C até 3 mg/L O2; i) OD, em qualquer amostra, não inferior a 6 mg/L O2; j) turbidez até 40 unidades nefelométrica de turbidez (UNT); l) cor verdadeira: nível de cor natural do corpo de água; e m) pH: 6,0 a 9,0. XII - condição de qualidade: qualidade apresentada por um segmento de corpo d'água, num determinado momento, em termos dos usos possíveis com segurança adequada, frente às Classes de Qualidade; XIII - condições de lançamento: condições e padrões de emissão adotados para o controle de lançamentos de efluentes no corpo receptor; XIV - controle de qualidade da água: conjunto de medidas operacionais que visa avaliar a melhoria e a conservação da qualidade da água estabelecida para o corpo de água; XV - corpo receptor: corpo hídrico superficial que recebe o lançamento de um efluente; XVI - desinfecção: remoção ou inativação de organismos potencialmente patogênicos; XIX - efetivação do enquadramento: alcance da meta final do enquadramento; XX - enquadramento: estabelecimento da meta ou objetivo de qualidade da água (classe) a ser, obrigatoriamente, alcançado ou mantido em um segmento de corpo de água, de acordo com os usos preponderantes pretendidos, ao longo do tempo; XXV - monitoramento: medição ou verificação de parâmetros de qualidade e quantidade de água, que pode ser contínua ou periódica, utilizada para acompanhamento da condição e controle da qualidade do corpo de água; XXVI - padrão: valor limite adotado como requisito normativo de um parâmetro de qualidade de água ou efluente; XXVII - parâmetro de qualidade da água: substâncias ou outros indicadores representativos da qualidade da água; RESOLUÇÃO CONSEMA Nº 129/2006, DE 24 DE NOVEMBRO DE 2006 Dispõe sobre a definição de Critérios e Padrões de Emissão para Toxicidade de Efluentes Líquidos lançados em águas superficiais do Estado do Rio Grande do Sul. IX – Corpo hídrico receptor: qualquer coleção de água superficial que recebe o lançamento de efluentes líquidos; X – Efluentes líquidos de fontes poluidoras: despejo líquido oriundo de atividades industriais, de drenagem contaminada, de mineração, de criação confinada, comerciais, domésticas, públicas, recreativas e outras; XI – Efluentes líquidos domésticos: despejo líquido resultante do uso da água para higiene e necessidades fisiológicas humanas; XII – Efluente líquido industrial: despejo líquido resultante de qualquer atividade produtiva, oriundo prioritariamente de áreas de transformação de matérias-primas em produtos acabados; COMO TRATAR efluentes líquidos ?? Objetivo: remove as impurezas físicas, químicas e biológicas. Esse tratamento pode ser classificado em função do tipo de impureza retirada e do seu grau de remoção. TRATAMENTO PRELIMINAR Remove o material mais grosseiro como sólidos em suspensão e decantáveis (areia e gordura). TRATAMENTO PRIMÁRIO Remove o material em suspensão Decantadores e Flotadores Lodo primário Sólidos dissolvidos e finos sólidos suspensos que não decantam (com ação da gravidade não é possível separá-los), utilização de m.o que se alimentam dessa matéria orgânica suspensa ou solúvel. Aeróbio mo Matéria orgânica solúvel CO2 + H2O Anaeróbio mo Matéria orgânica CH4 + CO2 + H2O + H2S É utilizado quando se deseja um efluente de qualidade superior. BACTÉRIAS TABELA 1: Eficiência de remoção de poluentes por tipo de tratamento Eficiência Tipo de tratamento Matéria- orgânica Sólidos em suspensão (%remoção SS) Nutrientes (%remoção de nutrientes) Bactérias (%remoção) Preliminar 5 – 10 5 – 20 Não remove 10 - 20 Primário 25 – 50 40 – 70 Não remove 25 – 75 Secundário 80 – 95 65 – 95 Pode remover 70 – 99 Terciário 40 – 99 80 – 99 Até 99 Até 99,999 A poluição das águas origina-se de várias fontes, dentre as quais se destacam os efluentes domésticos, os efluentes industriais, o deflúvio superficial urbano e o deflúvio superficial agrícola, estando portanto associada ao tipo de uso e ocupação do solo (CETESB, 1995). AUTODEPURAÇÃO ESTUDO DE CASO, POLUIÇÃO E AUTODEPURAÇÃO DO RIBEIRÃO PIAMBU (IJACI/ MG), SANARE Revista Técnica do SANEPAR , v. 13, n. 13, 2000. POLUIÇÃO E AUTODEPURAÇÃO DO RIBEIRÃO PIAMBU (IJACI/MG), SANARE Revista Técnica do SANEPAR , v. 13, n. 13, 2000. A capacidade de autodepuração é limitada. Ela depende da disponibilidade de oxigênio e das possibilidades de sua obtenção. A autodepuração fundamenta-se na hipótese de que estão em ação os seguintes processos explicativos: - a remoção da DBO pela oxidação biológica - a remoçãoda DBO pela sedimentação da matéria orgânica; - e a restituição do OD pela reaeração superficial. Repor O2 Reaeração Reoxigenação (org. fotossintetizantes) Dependem: penetração de luz e teores suficiente de nutriente Presença de matéria-orgânica biodegradável ↓ Estimula o crescimento de bactérias ↑ consumo de O2 dissolvido Ritmo tão acelerado que supera o da reposição de O2 morte dos m.o. Fotossíntese sintetizam dióxido de carbono e água, obtendo glicose, celulose e amido através de energia luminosa. 12H2O + 6CO2 → 6O2 + 6H2O + C6H12O6. O objetivo da redução das cargas poluidoras através de sistemas de tratamento é garantir ao corpo receptor uma mínima concentração de oxigênio, no ponto de inflexão da curva de depressão (ver figura 7) de 4 a 5 mg/L, garantindo aos peixes e possibilitando os usos múltiplos da água. Analisando as curvas de depressão de oxigênio nas figuras 6 e 7, verifica-se que com a contribuição conjunta do efluente doméstico e do laticínio o OD é reduzido a 1,57 mg/l (OD mínimo), apresentando uma zona de ativa decomposição em condições de anaerobiose e a concentração de OD só vai se recuperar entre o 9.° e o 10.° dia; para um OD inicial de 5,0 mg/l. Analisando somente o efluente de laticínio a concentração de OD é reduzida para 2,26 mg/l (OD mínimo) a autodepuração ocorre aproximadamente entre o 7.° e o 8.° dia. Para o efluente doméstico, o OD apresenta o valor mínimo de 4,9 mg/l, próximo ao valor médio encontrado no ribeirão; o OD readquire a sua concentração inicial no 2.° dia. Isso mostra que o maior contribuinte para a redução da concentração de OD no ribeirão é o efluente de laticínio com um carga orgânica de 250 kg DBO5/ dia. EUTROFIZAÇÃO A eutrofização é o crescimento excessivo das plantas aquáticas, tanto planctônicas quanto aderidas, a níveis tais que sejam considerados como causadores de interferências com os usos desejáveis do corpo d’água (Thomann e Mueller, 1987). O principal fator de estímulo é um nível excessivo de nutrientes no corpo d’água, principalmente nitrogênio e fósforo. o O desenvolvimento das plantas e o balanço normal da cadeia alimentar são controlados pela limitação de nutrientes às plantas. o A abundância de nutrientes desequilibra a sucessão normal e provoca o desenvolvimento explosivo de algas verde-azuladas que são facilmente utilizáveis como alimento pelo zooplancton. o assim a água torna-se turva e em condições extremas tem aparência de sopa de ervilhas. Concentrações limites de N e P para que não ocorra a proliferação de algas N = 0,3 mg/L de amônia + nitratos P = 0,02 mg/L ortofosfatos Figura 1. Evolução do processo de eutrofização em um lago ou represa. Associação entre o uso e ocupação do solo e a eutrofização. N e P Algas verdes zooplancton Peixes pequenos Peixes grandes (truta) Excesso de N e P Explosão de algas verde-azuladas zooplancton Peixes grosseiros (carpa) Ex. Cabeça-de-touro Massa de algas flutuantes (são levadas pelo vento se depositando nas margens De fundo – algas que se decantam reduzindo o O2 dissolvido Margens com algas e escuma (acarreta mal odores (decomposição) Cadeia alimentar aquática desequilibrada devido a eutrofização, comparada com a sucessão normal Cadeia alimentar aquática desequilibrada Cadeia alimentar aquática normal Problemas estéticos e recreacionais. Diminuição do uso da água para recreação, balneabilidade e redução geral na atração turística devido a: •frequentes florações das águas •crescimento excessivo da vegetação •distúrbios com mosquitos e insetos •eventuais maus odores •eventuais mortandades de peixes CICLO DO NITROGÊNIO N amoniacal Amônia (NH3) e Amônio ( NH4+) em equilíbrio numa solução aquosa Método de Nessler N orgânico Proteínas, peptídeos e outros N orgânico + N amoniacal = N total Nitritos e Nitratos método colorimétrico Quando se deseja conhecer o potencial de nutrientes N de uma amostra de água, somando-se o nitrito e o nitrato ao Ntotal Kjeldahl O Nitrogênio orgânico é determinado pelo método de Kjeldahl N total = N org + N amoniacal Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27
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