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APRESENTAÇÃO O desenho é uma forma de comunicação visual, pela qual o autor expressa sua imaginação. Através do desenho podemos conhecer suas idéias, seus hábitos e sua técnica. O Desenho Artístico reflete o gosto e a sensibilidade do artista que o criou. Sua apresentação é livre, sem normas específicas ou dimensões padronizadas. Já o Desenho Técnico é um desenho exato e padronizado, que tem por finalidade transmitir uma idéia de um objeto. O Desenho Arquitetônico é um desenho técnico e tem como objetivo a representação gráfica de uma edificação, com todas as informações necessárias para a sua construção. O melhor entendimento do conteúdo será alcançado através dos conhecimentos adquiridos anteriormente nas disciplinas de Desenho Técnico, Geometria Descritiva ou Desenho Projetivo (dependendo do curso). Como no desenho técnico ou desenho projetivo, o Desenho Arquitetônico segue normas de padronização para que possa ser lido em qualquer lugar ou por qualquer profissional da área. Chamamos a disciplina de “Desenho Arquitetônico”, pois o Projeto Arquitetônico é a base para o desenvolvimento de todos os outros projetos complementares (Cálculo Estrutural, Elétrico, Hidro sanitário, etc.) que fazem parte do conjunto de projetos necessários para a execução de uma obra. A disciplina não tem como objetivo ensinar a projetar, mas dar ao aluno conhecimentos gerais sobre as normas e escalas de representação de projetos, a clareza na leitura das informações fornecidas pelo desenho, capacitá-lo sobre os princípios básicos das Leis e Parâmetros Urbanísticos locais, termos técnicos e a informações úteis a sua formação profissional. 1.0- INSTRUMENTOS E MATERIAS -Instrumentos e materiais empregados no Desenho Arquitetônico: Na disciplina de Desenho Arquitetônico usaremos os mesmos instrumentos e matérias já usados nas outras disciplinas de desenho. Quem está iniciando as disciplinas de desenho ou deseja adquirir novos materiais, segue uma relação sucinta: - Lapiseiras 0,5 mm e 0,9 mm com ponta de metal (Pentel ou similar). O grafite recomendado é HB (consistência intermediária). - A Borracha deverá ser macia. - O Escalimetro - As escalas mais usadas na Arquitetura e nas Engenharias são: 1/20 e 1/25; 1/50 e 1/75; 1/100 e 1/125. - Esquadros de 45° e 30/60° de preferência maiores, referência 2526 e 2626-Desetec. - Fita crepe ou fita adesiva. - Papel manteiga. Nesta disciplina, usaremos exclusivamente o papel manteiga que é um papel próprio para o desenho. Possivelmente formato A3. 2.0- NORMAS DO DESENHO ARQUITETÔNICO 2.1- Formatos O papel é um dos componentes básicos do material de desenho. Ele tem formato básico, padronizado pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Esse formato é o A0 (A zero) do qual derivam outro formatos. O formato básico A0 tem área de 1 m2 e seus lados medem 841mm x 1.189 mm. Deste formato básico derivam os demais formatos. A tabela abaixo define as dimensões dos formatos e as margens (em milímetros). O dobramento das folhas é feito da forma abaixo e sempre resultam nas dimensões de um formato A4, que pode ser furado e arquivado em pastas. 2.2- Legendas As Legendas devem situar-se no canto inferior direito, nos formatos A3, A2, A1 e A0, ou ao longo da largura da folha de desenho no formato A4. Elas devem conter as principais informações sobre o desenho ou projeto, o autor, a firma, a escala, a data e o número da folha. Empresas, Prefeituras ou órgãos governamentais criam suas próprias legendas a fim de padronizar as informações relevantes para cada tipo de projeto. Nesta disciplina usaremos esta legenda Padrão da UNIVALE e ela deverá estar em todas as folhas de desenho: 2.3 - Escalas No Desenho Arquitetônico são usadas diversas escalas, dependendo do que se vai representar. Geralmente representamos: - Planta Baixa de cada pavimento – Escala 1:50; - Cortes Transversais e Longitudinais – Escala 1:50; - Fachadas – Escala 1:50; - Plantas de situação – Escala 1:500; - Planta de Locação – Escala 1:200; - Diagrama de Cobertura – Escala 1:200; - Gradil – Escala 1:50 ou 1:100. - Detalhes arquitetônicos – Escala 1:25 ou 1:20 (quando queremos mostrar algum detalhe de paginação de revestimentos em banheiros, cozinhas, etc). - Detalhes arquitetônicos construtivos – Escala 1:10, 1:5, ou até 1:2 e 1:1 (quando queremos mostrar algum detalhe construtivo de peças menores, soleiras, rodapés, etc.) 3.0- O TERRENO COMO ELEMENTO DA CONSTRUÇÃO Existe uma relação muito grande entre a edificação e o terreno em que ela será construída, pois na maioria das vezes eles não apresentam as mesmas características. Desta forma ouve-se muito falar que “cada projeto é único” em função dos proprietários, das necessidades e anseios de cada um e principalmente das características individuais cada terreno. O terreno é o ponto de partida de um projeto e existem quatro características principais que devem ser levadas em conta a partir do conhecimento do terreno: 3.1- Localização A localização é uma das características mais importantes de um terreno, não por se tratar de um local privilegiado, próximo ao comércio, escolas, farmácias e supermercados. Nada disto. A localização é importante devido as Leis Urbanísticas de cada Município. Cada município possui suas Leis de Uso e Ocupação de Solo e estas leis determinam diversos parâmetros urbanísticos para a cidade, como o que se pode construir em cada local, os afastamentos, a área máxima de ocupação, a altura, etc. Falaremos um pouco mais disto no próximo capítulo. 3.2- Dimensão e Forma A dimensão e a forma do terreno são de grande importância devido à influência que exercem sobre o planejamento de uma edificação. A dimensão do terreno voltada para a rua é chamada de testada e a outra é chamada de profundidade. Assim, nem sempre a profundidade refere-se ao maior lado de um terreno. Terrenos mais largos possibilitam maior flexibilidade na distribuição dos cômodos e partidos de formas variadas. A forma de terreno retangular é a mais comum, mas não é a única que conduz a boas soluções. Outras formas geralmente obrigam as construções a assumirem feitios irregulares, que podem resultar em soluções arrojadas e interessantes. A dimensão e a forma também estão intimamente ligadas aos parâmetros urbanísticos, pois as dimensões da construção são limitadas pelas dimensões do terreno, assim como os seus afastamentos, taxa de ocupação, etc. 3.3- Topografia Esta é uma característica tão importante que dedicaremos outro capítulo a ela. A topografia é a conformação do terreno e seu conhecimento é indispensável para a concepção de um projeto. Os terrenos planos são muitas vezes os preferidos por motivo de ordem econômica e aproveitamento, mas terrenos acidentados permitem diferentes níveis de pisos, coberturas irregulares e conseqüentemente soluções interessantes. Em muitos casos, os projetistas ou construtores ignoram a topografia acidentada de um terreno e preferem nivelá-lo e estudá-los como se fossem planos. Isto gera grandes movimentos de terra ou muros de arrimos bastante altos e onerosos. Quando o terreno apresenta aclive com relação à rua, o aproveitamento se faz de maneira mais fácil, principalmente pela facilidade de escoamento de águas pluviais e dos esgotos para a rede publica. Os terrenos de declive com relação à rua possibilitam o aproveitamento de níveis abaixo da via pública e possuem maior fachada nos fundos ao invés da frente. Estes terrenos apresentam o inconveniente de possuir cômodos abaixo da rede de esgoto do logradouro. Nestes casos é necessário o usode fossas ou o emprego de bombeamento para o esgotamento das águas servidas. De qualquer maneira, o levantamento topográfico deve preceder os estudos iniciais do Projeto Arquitetônico, assim como a “sondagem” deve preceder o estudo de um Projeto de Cálculo (fundação). A sondagem é um estudo da resistência do terreno, através da “Mecânica dos Solos”. Exames de laboratório das diferentes camadas do solo e suas cargas admissíveis possibilitam a escolha de um determinado sistema de fundações e de sua profundidade. 3.4- Orientação e insolação Não é fácil dizer, a princípio, se um terreno é bom ou ruim em relação insolação. Deve- se sim observar a trajetória do sol e a direção dos ventos na elaboração de qualquer projeto. Atualmente com a valorização do conceito de sustentabilidade nas construções e da eficiência energética, deve procurar ainda mais explorar a ventilação e a iluminação natural a fim de atingir os objetivos de conforto térmico e economia de energia. Alguns cômodos necessitam de orientação adequada, a fim de evitar uma insolação excessiva, como quartos e salas. No entanto outros ambientes são favorecidos com o sol em abundancia, como áreas de serviço e piscinas. A Arquitetura tem a função de oferecer condições térmicas compatíveis ao conforto térmico humano no interior dos edifícios não importando quais forem às condições climáticas externas. (FROTA ; SCHIFFER, 2000) 4.0- PLANO DIRETOR E LEIS MUNICIPAIS Toda cidade com mais de 20.000 habitantes, situadas em regiões metropolitanas ou integrantes de áreas de especial interesse turístico são obrigadas a possuir um Plano Diretor, de acordo com o Estatuto da Cidade. Mas o que é Plano Diretor? “O Plano Diretor é um instrumento básico da política de desenvolvimento do Município, pois sua principal finalidade é fornecer orientação ao Poder Público e a iniciativa privada na construção dos espaços urbanos e rurais na oferta dos serviços públicos essenciais, visando assegurar melhores condições de vida para a população.” Em outras palavras, o Plano Diretor é uma lei municipal que estabelece diretrizes para a adequada ocupação do município, determinando o que pode e o que não pode ser feito em cada parte do mesmo. Para isto ele se vale de algumas leis essenciais e específicas à cada município, de acordo com as características e vocações locais. Como instrumento de desenvolvimento e regulação do planejamento municipal e das construções urbanas cada cidade confecciona leis que servem de normas urbanas que deverão ser seguidas por todos. Entre as principais temos: - Lei do Uso do Solo – É uma Lei estabelece as regras para o uso e a ocupação do solo, aplicáveis às zonas urbanas do Município. - Código de Obras - Este Código regula as obras do Município, abrangendo edificações, construções, reformas, demolições, implantação de equipamentos de circulação vertical e de segurança e execução de serviços e instalações, sem prejuízo da Legislação Urbanística vigente. - Lei de parcelamento do solo- dispõe sobre o parcelamento do solo urbano. - Código de Postura - Esta Lei tem o objetivo de regulamentar as relações entre o Poder Público local e os munícipes, visando disciplinar o uso e o gozo dos direitos individuais e do bem-estar geral relativos a segurança, ordem pública, costumes locais e funcionamento dos estabelecimentos industriais, comerciais e prestadores de serviços. As leis não são para serem decoradas, mas consultadas quando necessário. A Lei do Uso do Solo divide a cidade em zonas (ou regiões). Diversos bairros podem pertencer a mesma zona e é comum uma avenida de um bairro possuir um zoneamento diferente dos restante. É importante saber que para cada zona são previstos usos e atividades compatíveis com sua destinação e elas possuem “Parâmetros Urbanísticos” diferenciados, ou seja, afastamentos, taxa de ocupação, gabarito (altura da edificação), dimensão do lote, etc. Antes de iniciarmos qualquer projeto temos que analisar a Lei para saber o que pode ser construído, como pode ser construído e quanto pode ser construído. 5-0- NOÇÕES DE DESENHO TOPOGRÁFICO Nem sempre os lotes possuem forma regular ou são planos. A representação gráfica da superfície de um terreno é o objetivo do estudo da Topografia. “Levantar” um terreno significa fazer as medições de um terreno: largura, comprimento, ângulos, desníveis, passeio, postes, árvores, orientação magnética, etc.. Os levantamentos podem ser divididos em: - Planimétrico – levantamento apenas as dimensões (largura, comprimento, ângulos); - Altimétrico – quando são levantados apenas os desníveis; - Planialtimétrico – quando se faz o levantamento tanto das dimensões horizontais, quanto dos desníveis. Este último é sempre o mais usado nos casos de elaboração de projetos de edificações. Um levantamento pode ser feito com o teodolito (manual) ou com um aparelho chamado “Estação Total” que se utiliza de conexões com satélites e faz seu geo-referenciamento, localizando o terreno e sua altimetria no globo terrestre, a partir de marcos espalhados em diversos locais e cidades. Um desenho topográfico é representado pelas curvas de níveis. As curvas de nível são linhas curvas que indicam as alturas e a inclinação do terreno ou representam os pontos de mesma cota ou altura em relação a um plano horizontal tomado como referência. As curvas de nível podem ter graduação que for necessária. No caso de grandes áreas elas podem aparecer de dez em dez metros (como no exemplo). No levantamento de áreas menores como lotes, elas aparecem geralmente de metro em metro e quando são mais próximas indicam que o terreno possuem inclinação acentuada e quando são mais espaçadas, indicam que o terreno é pouco inclinado ou quase plano. No desenho de grandes áreas, percebemos que elas se fecham sempre sobre si mesmas. Quando o valor da curva interna é maior, trata-se de um morro ou montanha. Quando os valores das curvas externas são maiores, trata-se de uma depressão. É importante também ter o conhecimento de alguns outros conceitos: - Terreno Natural – como o próprio nome diz, é um terreno que não sofreu nenhum tipo de intervenção; - Terraplanagem – Processo de preparação e modificação de um terreno para algum tipo de obra ou atividade; - Aterro – preenchimento de uma área desnivelada com terra para criação de um platô; - Corte ou desaterro – retirada de terra de uma determinada área; - Perfis do terreno – é a representação gráfica de uma seção vertical do terreno onde podemos verificar o terreno natural, cortes e aterros; - Taludes – é a conciliação de um terreno natural com um terreno projetado através de um plano inclinado regular, feito através de corte ou aterro. - Cotas de nível – são cotas de altura com relação a uma referência. No caso de levantamentos topográficos, as cotas de nível são representadas com relação ao nível do mar que é 0,00. Desta forma se temos 108,93 significa que este ponto está a 108 metros e noventa e três centímetros acima do nível do mar. Em um levantamento topográfico, além das curvas de nível, temos também as cotas de níveis em determinados pontos como as quinas do terreno, nos passeios e meios-fios e nos pés de arvores e postes. 6-0- O DESENHO ARQUITETÔNICO 6.1 – Etapas de Projeto de Arquitetura Antes de iniciarmos a falar de Desenho Arquitetônico devemos ter o conhecimento de como se compõem as etapas de um “Projeto de Arquitetura”: 6.1.1- Escolha do Terreno – O auxilio da escolha do terreno é função do Arquiteto (apesar de muitos clientes não fazerem esta consulta antecipada) e é bastante importante em função de todas as características vistas no 3º capítulo. Ele é o ponto de partida para o Projeto Arquitetônico. 6.1.2- Estudo Preliminar – é a etapa das análises e condicionantesdo terreno, como a localização, legislação, insolação, topografia, do programa de necessidades, área disponível, área máxima edificável permitida, etc. É representado através de esboços e croquis que nortearão o inicio da próxima etapa que é o Anteprojeto. 6.1.3- Anteprojeto – é a etapa em que os esboços e croquis se transformam em desenho técnico, seguindo as normas de representação de desenho. É uma etapa de dimensionamento e definição dos cômodos, janelas e portas, posicionamento de mobiliário (layout), estudos de formas, fachadas e volume da construção baseado nas análises e condicionantes estudadas na etapa anterior. Esta etapa é bastante maleável, pois pode ser modificada pelo cliente e pelo arquiteto até se chegar a solução desejada. 6.1.4- Projeto Executivo – é a etapa de desenvolvimento do Anteprojeto aprovado com a transformação das soluções da fase anterior em projeto definitivo com todos os desenhos exigidos e necessários para a execução da obra. Nesta fase os desenhos são todos cotados (com medidas) e servem de base também para a execução dos Projetos Complementares (cálculo estrutural, elétrico, hidráulico, etc). 6.1.5- Aprovação do Projeto de Prefeitura – O projeto para aprovação na Prefeitura, geralmente é o mesmo Projeto Executivo, podendo haver alguma variação com relação ao carimbo ou quantidade de informações. Para se aprovar um projeto na Prefeitura são exigidas uma quantidade mínima de desenhos e para execução podemos e devemos aumentar a quantidade de desenhos e informações. 6.1.6- Projetos Complementares – Os projetos complementares são projetos feitos por engenheiros especializados, a partir do projeto executivo de arquitetura. Eles complementam as informações para a execução da obra no tocante a ferragem e resistência do concreto da estrutura da construção (projeto de cálculo estrutural), no dimensionamento das tubulações de água e esgoto (projeto hidro sanitário) e no dimensionamento e quantidade da fiação (projeto elétrico e telefônico).Dependendo do tipo e porte da edificação podemos ter outros projetos complementares como ar condicionado, energia solar ou fotovoltaica, segurança e alarme, sonorização, prevenção e combate de incêndio, automação, etc. Antes da conclusão destes projetos, o arquiteto deve ter conhecimento e verificar se algum deles não está interferindo na estética e funcionalidade do projeto de arquitetura e assim evitar modificações inesperadas. Observação: Deve ficar claro neste momento, a diferença entre “Projeto Arquitetônico” e “Desenho Arquitetônico”, objeto desta apostila. O Projeto Arquitetônico é a criação e desenvolvimento de uma ideia que será transformado em uma edificação. O Desenho Arquitetônico é a representação gráfica e técnica desta ideia para que possa ser lida e compreendida e assim ser transformada em uma edificação. 6.2 – Convenções e símbolos do Desenho Arquitetônico O desenho arquitetônico é um desenho técnico de representação de uma construção e como todo desenho técnico, regido por uma série de normas da ABNT e a principal delas é NBR 6492/94 – Representação de projetos de arquitetura. Os desenhos utilizados para a representação dos projetos arquitetônicos de edificações são as plantas dos pavimentos, cortes, fachadas, plantas de situação e locação, cobertura e gradil e serão estudos separadamente à frente, mas todos são representados por linhas continuas, tracejadas, traço-ponto, grossas ou finas como visto no Desenho Técnico ou Desenho Projetivo. A associação delas à determinado tipo de desenho resulta em símbolos e convenções para representar alguns elementos. 6.2.1 – Linhas - As linhas no desenho arquitetônico são usadas como no desenho projetivo ou desenho técnico, mas com algumas variações: - As linhas contínuas grossas são usadas para representar arestas cortadas; - As linhas contínuas finas são usadas para representar arestas visíveis ou vistas; - Nas linhas de cotas também usamos as linhas continuas finas, mas um pouco menos espessas que as usadas para arestas visíveis; - As linhas tracejadas finas são usadas para representar projeções; - As linhas traço-ponto finas são usadas para representar eixos, principalmente os eixos das peças hidráulicas, como vasos, lavatórios e chuveiros; -As linhas traço-ponto grossas são usadas em planta, para representar os locais dos “cortes” ou seja, secções verticais que fazemos nas construções. 6.2.2 – As paredes – As paredes são representadas por duas linhas (a interna e a externa) e podem ser cortadas ou vistas. a) As paredes cortadas são representações de paredes seccionadas por um corte horizontal ou vertical da edificação e são representadas por duas linhas paralelas com espessura grossa; b) As paredes vistas são representadas por duas linhas paralelas com espessura fina e são usadas quando as paredes não são seccionadas, mas vistas. A espessura das paredes pode variar. Geralmente, as paredes externas de uma construção são representadas com 20 ou 25 cm e as internas com 15 cm. 6.2.3 – As lajes de piso e de forro – Sempre que vamos fazer um corte, temos que desenhar a laje de forro (teto) e a laje de piso. Ambas são desenhadas como a parede cortada, mas para diferenciar, recebem a hachura de concreto. Esta hachura é que diferencia se um elemento é feito de alvenaria (tijolo) ou se é feito de concreto. A hachura de concreto é como se víssemos pequenas pedras (britas) e pontinhos que representam a areia. A espessura das lajes é definida pelo projeto estrutural, mas para efeito de desenho, geralmente a usamos com 15 cm. 6.2.4 – Quando vamos fazer uma reforma usamos as seguintes convenções de paredes para representar: 6.2.5 – As Portas – Existem vários tipos de portas, mas geralmente usamos representar: a) as portas de madeira convencionais de abertura a partir de um eixo vertical e cortar a largura x altura (em planta). b) e as portas de correr, que podem ser de madeira ou vidro e ser divididas em duas folhas ou mais folhas. Também cotamos a largura total x altura. 6.2.6 – As Janelas – Existem janelas com diversos tipos de mecanismo de abertura, como: de abrir sobre eixo vertical, de correr, de bascular, de pivotar, etc, mas todas são representadas da mesma forma em planta e em corte, pois o tipo de abertura será determinado no detalhamento da esquadria. Elas são representadas por duas linhas finas e paralelas, por dentro da espessura da parede. Quando seu peitoril (distancia do piso ao inicio da janela) for abaixo de 1,50 m de altura (quartos, salas e cozinhas), as duas linhas serão contínuas, quando seu peitoril estiver acima de 1,50 m (banheiros), serão representadas por duas linhas paralelas tracejadas. No caso das janelas, quando colocamos suas medidas, usamos três cotas: Largura x altura x peitoril. 6.2.7 – Cotas de nível. Nas plantas e nos cortes temos que definir os níveis de piso, à partir de uma referência (R.N.). Todos os níveis que estiverem acima da referência terão um + na frente (+2,20) e os abaixo terão um – na frente (-1,20). Isto significa por exemplo que determinado piso está um metro e vinte abaixo da referência que chamaremos de 0,00. As cotas de nível são descritas em metros. 6.2.8 – As peças sanitárias no banheiro – Existem uma infinidade de marcas e modelos de peças sanitárias. Mas a especificação destas peças acontece na fase de detalhamento arquitetônico. Para representação nos projetos, usamos geralmente os chuveiros, os vasos (bacia sanitária) e os lavatórios nas paredes ou em bancadas. Quando desenhamos no computador ou à mão, existem os gabaritos que nos auxiliam na forma das peças, mas quando não os temos usamos fazer retângulos com as medidas aproximadas. 6.2.9 – Área de Serviço – As peças que necessitamos desenhar naárea de serviço são o tanque, a máquina de lavar e a bancada de passar roupa fixa (quando houver). O comprimento das bancadas de passar são definidas de acordo com o espaço disponível de cada projeto, mas sua largura segue um padrão definido. Podemos usar os gabaritos ou desenhar retângulos com as medidas aproximadas quando não os temos. 6.2.10- As cozinhas - Nas cozinhas desenhamos o fogão, a geladeira e a bancada com a pia. A bancada, mais uma vez, pode ter a forma e o comprimento definido pelo projeto, mas a largura é padronizada em 55 cm ou 60 cm quando usamos uma pia maior. Da mesma forma dos demais, podemos usar um gabarito ou desenhar retângulos quando não os temos. 6.3 - Representação do Projeto de Arquitetura Todo Projeto de Arquitetura é representado por: - Planta de Situação - Planta de Locação ou implantação - Diagrama de Cobertura - Plantas dos pavimentos - Cortes Longitudinal e Transversal - Fachada ou Elevação Frontal - Gradil 6.3.1- Planta de Situação A planta de situação é uma planta (ou seja, uma vista superior) que define a situação do lote em relação à quadra, às ruas e aos lotes vizinhos. Por se tratar de uma grande área, pode ser desenhado em escalas reduzidas. A escala mínima (para Prefeitura) é de 1:500, podendo também ser desenhada na escala 1:250, 1:200. A Planta de Situação deve conter as seguintes informações: - Indicação da rua do terreno e das ruas mais próximas; - Indicação do lote onde será construída a edificação; - Indicação dos lotes vizinhos ( lados e fundos) que fazem divisa com o terreno; - Dimensões do lote (largura e comprimento); - Distancia do lote à esquina mais próxima - Orientação magnética. 6.3.2 – Planta de Locação ou Implantação A planta de locação é uma planta que define a localização da edificação, dentro do terreno. É como se ampliássemos a Planta de Situação. Ela pode ser desenhada no mínimo na escala 1:200, podendo ser desenhada também na escala 1:100. A Planta de Locação deve conter as seguintes informações: - Indicação do lote com a rua e o passeio; - Dimensões do lote e largura do passeio; - Indicação da projeção/locação da edificação no lote; - Dimensões da projeção da edificação e dos afastamentos às divisas; - Orientação magnética, - Acesso, passeios, taludes, jardins, arvores e outros elementos informativos; - R.N. (Referencia de Nível); - Hachura na projeção da edificação e indicação do número de pavimentos. OBSERVAÇÃO: Como podemos observar várias informações da Planta de Situação são comuns ou complementares na Planta de Locação. Desta forma, a Prefeitura permite que ao invés de se fazer as duas plantas, se faça apenas uma chamada Locação/Situação, mas com todas as informações exigidas para os dois desenhos e com a escala mínima da planta maior ou seja a escala mínima exigida na Planta de Locação. Veja o exemplo abaixo: 6.3.4 – Diagrama de Cobertura O diagrama de cobertura é uma vista superior do telhado. Ele pode ser desenhado nas escalas 1:200 (mínima) ou 1:100. O desenho do Diagrama de Cobertura deve ter: - As indicações dos sentidos das aguas do telhado; - Indicação de calhas, lajes, caixa d’água e outros elementos do telhado; -Indicação do tipo de telhado e sua inclinação; - Projeção da construção (tracejada); - Cotas apenas dos beirais. 6.3.5 – Planta Baixa Planta é a representação de uma secção horizontal imaginária, na altura de 1,50 m do piso de cada pavimento de uma edificação. Desta forma se temos uma construção de apenas um pavimento, teremos uma planta (também chamada popularmente de “planta baixa”). Se tivermos uma edificação de três pavimentos, teremos três plantas – Planta do pavimento térreo (ou 1º pavimento), Planta do 2º pavimento e Planta do 3º pavimento. Desta forma podemos ver a divisão dos cômodos, as paredes cortadas, as portas, janelas, etc. Tudo que está acima desta altura de 1,50m é representado tracejado, como as janelas dos banheiros, beirais de telhado, etc. Para desenharmos uma Planta seguimos o seguinte processo: 1 - Inicialmente marcamos todas as medidas das divisões dos cômodos em um sentido (horizontal) e traçamos todas as linhas com traços bem finos. 2 - Repetimos o processo com a marcação e desenho no outro sentido (vertical). Desta forma temos todos os cômodos definidos como no exemplo abaixo. Não existe problema no cruzamento de linhas e excesso nesta etapa, pois serão corrigidos em outra etapa. 3 - Agora devemos marcar todas as aberturas de porta e janelas; 4 - Desenhamos as janelas e as portas. A abertura das portas pode ser marcada com o esquadro de 45° quando não dispomos do compasso; 5 – Reforçar os traços das paredes cortadas e apagar com cuidado os excessos e cruzamentos de linhas; 6 – Iniciamos a fase de acabamentos desenhando os equipamentos de cozinha banheiro e área de serviço. Na falta de gabaritos próprios, podemos fazer os retângulos. 7 – Posteriormente desenhamos as linhas de piso das áreas molhadas (cozinha, banheiros e serviço). 8 – Marcamos as linhas tracejadas dos elementos acima do plano de corte (projeção da cobertura, janelas de banheiros, etc.). 9 – Marcamos as linhas de cota (preferencialmente do lado externo do desenho), com medidas parciais e totais. Marcamos também as cotas de nível dos pisos. 10 – Marcamos as linhas de corte (traço-ponto grosso) com indicação dos nomes (letras maiúsculas ou número) virados para o lado que vamos olhar o corte. 11 – Por fim iniciamos os escritos do desenho, onde escrevemos as cotas de distancia e de nível, colocamos as dimensões das portas e janelas, colocamos observações necessárias (tipo: projeção da cobertura, balcão h=110, passeio, etc.), o nome dos cômodos e finalmente o título e a escala (alinhados à esquerda e abaixo do desenho). OBSERVAÇÕES: - As cotas de distancia e de esquadrias podem ser escritas em metros ou centímetros. - O tamanho das letras segue uma hierarquia. Cotas, dimensões e observações – letra pequena, Nome de cômodos - letra média e titulo e escala – letra grande. Sempre maiúsculas. PLANTA ESCALA 1:50 6.3.6 – Cortes O Corte é a representação de uma secção vertical da construção, na posição marcada na Planta. Quando fazemos uma secção vertical, podemos olhar para o lado direito ou para o lado esquerdo, por isso a necessidade de identificação na planta, qual lado gostaríamos de olhar. (Observar na representação abaixo). Em qualquer projeto são necessários, no mínimo, dois cortes. Um longitudinal e um transversal. Para desenharmos um Corte seguimos um processo bastante semelhante ao do desenho da Planta: 1 – Primeiramente, temos que definir em Planta o posicionamento do Corte que mostre uma quantidade maior de informações para facilitar o entendimento do projeto e evite erros de interpretação na hora da execução. No caso deste exemplo esta posição foi escolhida porque estamos cortando a janela do banheiro e vendo a janela do quarto. Com isto, visualizamos as alturas dos peitoris e janelas no mesmo corte. 2 – Depois devemos posicionar a Planta no sentido em que iremos olhar o corte (indicado pela seta/letra) e acima do local onde iremos desenhar o corte, para facilitar, puxar as linhas das paredes com esquadro, sem necessidade de medidas horizontais. 3 - Iniciamos o desenho, com as linhas horizontais do terreno (nível 0,00) e as lajes de piso e de forro (definidas pela altura do pé direito). As linhas verticais serão puxadas com esquadro do desenho da planta. Caso não queira usar este processo, temos que medir as dimensões dos cômodos uma a uma. Traçamos todas as linhas com traços bem finos. 4 – Depois, marcamos as linhasda fundação (em baixo de cada parede), que são interrompidas abaixo da linha do terreno natural (pois a profundidade é definida pelo projeto de cálculo). 5 – Marcamos a viga (cinta de 30 cm aproximadamente que contorna a casa e os cômodos), as janelas e os peitoris. Geralmente as janelas se iniciam a partir da viga, mas quando isto não acontece, é necessária a colocação de uma verga. Mas as abertura deveriam procurar ficar sempre niveladas pela parte superior 6 – Marcamos também, as janelas e portas vistas. 7 – Reforçar os traços das paredes cortadas e apagar com cuidado os excessos e cruzamentos de linhas. A linha do terreno natural é bem grossa. 8 – Fazemos um esboço do contorno da cobertura (estudaremos o telhado mais detalhado em outra unidade). Duas águas = retângulo com altura de 35% da distancia da largura dividida por dois (Largura = 6,50+1,20 beirais=7,70.) (Duas águas= 7,70/2=3,85) (Água x 35%inclinação=1,35 m altura e 60 cm de beiral para cada lado) 9 – Iniciamos os acabamentos fazendo as hachuras de concreto nas lajes, vigas e fundação. Entre o terreno natural e a laje aparece um espaço que deve ser aterrado. Colocamos uma hachura de linhas verticais que representa o aterro e fazemos a hachura de revestimento na parede do banheiro. Fazemos também um passeio sobre o terreno natural com 80 cm de largura e 10 cm de espessura. 10 – Colocamos as linhas de cota (cotas totais e parciais por cômodo e as cotas de nível em cada cômodo, passeio e terreno natural). 11 - Por fim, como no desenho da planta, iniciamos a parte escrita do desenho, onde escrevemos as cotas de distancia e as cotas de nível. Colocamos sempre (alinhado na lateral esquerda e abaixo do desenho) o título e a escala. Obs: Nos cortes, só colocamos medidas verticais, exceto no caso dos beiras. 6.3.7 – Fachadas A Fachada (como vimos em Geometria Descritiva e Desenho Técnico) é a representação da projeção vertical da construção. Toda construção tem 4 lados e podemos fazer as 4 fachadas ou vistas externas desta construção, mas a exigência da Prefeitura é que se faça apenas as fachadas frontais ou seja voltadas para a Rua. Se o terreno é de esquina, são exigidas duas fachadas (uma de cada rua). 1- A forma de desenhar é baseada no corte. Podemos puxar as medidas, os limites da construção e posição das aberturas da planta e podemos puxar as alturas (a partir do que está acima do terreno) do corte. 2- Assim, tirando o excesso de linhas teremos uma casca de desenho assim: 3- Melhorando ainda mais os encontros das linhas definimos o esboço completo do desenho. Acrescentamos os níveis de piso da varanda e vemos uma porta no fundo. A viga (cinta) circula toda a construção e limita as alturas dos vãos abertos e janelas. 4- Finalizamos colocando alguns acabamentos. As janelas se diferenciam dos vãos abertos (tipo varanda) quando colocamos um quadro interno imitando a esquadria. E colocamos (como sempre) o titulo do desenho e a escala (alinhado do lado esquerdo e abaixo do desenho). Fachadas não necessitam de cotas. A espessura das linhas é de acordo com a proximidade. As paredes mais próximas do observador são mais grossas, e as mais distantes são mais finas. 6.3.8 – Gradil O gradil é a representação da projeção vertical do muro, ou seja, a visão do fechamento frontal do terreno. Quando a construção está afastada do alinhamento, representamos apenas o fechamento frontal como o desenho abaixo: Nos casos em que parte da construção está encostada na divisa frontal, representamos o fechamento frontal mais a parcela da construção. Na representação do gradil, devemos sempre informar: - as alturas das vedações (cotas verticais); - a especificação básica dos materiais de acabamento; - o perfil do meio fio (quando houver retificação dos níveis no passeio); - o titulo do desenho e a escala (sempre alinhados do lado esquerdo e abaixo do desenho) 7.0- COBERTURAS 7.1- Conceito: Cobertura é a parte superior da construção e deve ser capaz de receber águas de chuva, neve, geada, e conduzi-las para o solo. Além disto ela deve proporcionar algum isolamento térmico. Além de proteger do sol e da chuva, as coberturas podem promover um ótimo efeito estético a uma construção e muitas vezes definir o próprio volume da edificação. 7.2- Tipos: Existem basicamente 4 tipos de coberturas: - As lajes impermeabilizadas; - As tendas ou coberturas tensionadas; - As coberturas de chapas e policarbonatos; - As coberturas de telhas. 7.2.1- As Lajes impermeabilizadas As lajes impermeabilizadas são as coberturas desprovidas de telhas, que recebem um tipo de proteção impermeabilizante para evitar vazamentos e infiltrações. Esta impermeabilização pode vir acompanhada também de proteção térmica e acústica. Elas podem ser coberturas bastante simples como marquises ou guaritas, podendo também ser bastante arrojadas, complexas, planas, inclinadas e até curvas. Poderão inclusive definir o volume e a plástica da edificação. 7.2.2- As tendas ou coberturas tensionadas As tendas são coberturas de lona tensionada usadas em construções temporárias, tais como: circos, feiras, eventos esportivos, etc. São bastante versáteis, pois, podem ser montadas e desmontadas rapidamente, porém com o inconveniente de se desgastarem com o passar do tempo e com o uso continuo. Com a evolução natural das lonas e cabos, chegou-se a um sistema de membranas tensionadas com um tecido altamente eficiente, composto de fibras sintéticas cuja resistência às tensões de tração, podia substituir com vantagens, os cabos de aço, tornando-se ao mesmo tempo estrutura portante e cobertura propriamente dita. Essa nova tecnologia é denominada Tensoestrutura. Estas coberturas podem durar de 15 a 25 anos (dependendo do material) e são antifungicida, antichamas e resistentes aos raios UV. 7.2.3- As coberturas de chapas e policarbonatos As coberturas de chapas podem ser de diversos materiais e formas, tais como: compensados de madeira tratada, metálicas, zinco, fibro-cimento e até vidro. Já os policarbonatos são coberturas translúcidas usadas para sombrear áreas externas, entradas, etc. São flexíveis e se adaptam facilmente a forma desejada. 7.2.4- As coberturas de telhas Chamamos de telhados, coberturas cobertas por telhas. As telhas podem ser de barro, de fibrocimento, de alumínio, de ferro, de zinco, aço (galvanizadas ou pintadas), de madeira, de pedra e até de plástico. Existe hoje no mercado uma infinidade de tipo e acabamento de telhas. Assim temos: as telhas Francesas, Paulista, Colonial, Plan, Romana, Americana, Germânica, Tégula, etc. Algumas são de barro, outras de concreto, apenas queimadas, esmaltadas, pintadas, de diversas cores e tamanhos. Cada uma exige uma inclinação mínima e um espaçamento específico entre ripas na sua fixação. Apresentamos a seguir os principais tipos de telhas: Outro tipo de telha bastante comum são as telhas de fibrocimento. Estas telhas também possuem uma grande variação de formatos e comprimentos e são adequadas aos diversos tipos de construção. Em função das dimensões avantajadas, sua estrutura de apoio é extremamente simples e a inclinação exigida é muito menor que as exigidas nas telhas cerâmicas. As onduladas apresentam a vantagem de possuir telhas translucidas com o mesmo formato e comprimento, que podem ser encaixadas na composição do telhado. Muitas vezes estas telhas ficam escondidas atrás das platibandas em construções que não usam o telhado como elemento de composição estética. Os modelos, como as “Kalhetas e Kalhetões” são chamadas de telhasestruturais, pois possuem a vantagem de ter um grande comprimento e necessitar de apenas de dois apoios. 7.3 Tipos de Estruturas de Coberturas As principais estruturas para as coberturas de telhados são: - As estruturas metálicas - As estruturas de madeira 7.3.1 Estruturas Metálicas As estruturas metálicas são bastante usadas em coberturas de galpões, ginásios, escolas e construções de todos os tipos e com características próprias. Elas são pouco usadas em residências. Podem ser formadas por tesouras simples, vigas treliçadas planas ou curvas ou treliça espacial, sendo que cada uma possui suas características próprias e são adequadas a um tipo de situação. As tesouras simples são de montagem fácil e rápida. As vigas treliçadas possibilitam coberturas com vãos avantajados e permitem construções com formas elaboradas e arrojadas. A treliça espacial tem como principal característica a possibilidade de vencer grandes vãos com poucos apoios, por isto, é bastante usada em galpões de exposições, hangares, aeroportos, rodoviárias, etc. As telhas que cobrem as coberturas metálicas são geralmente metálicas, de alumínio ou zinco, onduladas ou trapezoidais, simples ou sanduiche (com proteção térmica e acústica) que se moldam facilmente as inclinações ou curvaturas e possuem uma grande área de recobrimento por telha. 7.3.2 Estruturas de Madeira As estruturas de madeira são bastante usadas em todos os tipos de construção, principalmente nas construções residenciais. Elas são formadas por uma estrutura interligada entre si, que formam uma trama e tem a função de suportar o telhado. Esta estrutura é composta por duas armações, sendo, uma principal e outra secundária. - A Estrutura Principal pode ser formada pelo pontalete ou pela tesoura (mais usual). - A Estrutura Secundária é formada pelas terças, caibros e ripas. O Pontalete é uma estrutura principal mais simples, formada por pequenos pilaretes de madeira (as vezes de alvenaria) que se apoiam na laje e sustentam as peças maiores como pernas ou terças. Eles substituem a tesoura tradicional, mas só podem ser usados em locais cobertos por laje. A tesoura é a estrutura principal mais usada nos telhados, pois, além de dar maior rigidez à trama, ela permite a colocação do telhado em locais que não possuem laje. O desenho abaixo representa uma tesoura tradicional e mostra as peças e as dimensões mínimas de cada uma delas. A estrutura principal que é a tesoura é formada pela linha, pernas e pendural e todas são de 15x8. A mão francesa ou escora faz parte da tesoura, mas como é apenas um travamento é formada por peças de 8x8. A estrutura secundária é formada por: terças (12x8), caibros (8x4) e ripas (4x2). O espaçamento entre as peças de um telhado geralmente são: - Entre tesouras – 2,80 a 3,00 m - Entre terças – 2,20 a 2,50 m - Entre caibros – 0,50 m no eixo - Entre ripas – de acordo com as telhas As Coberturas são sustentadas pelas estruturas e possui vários termos técnicos, sendo alguns conhecidos outros não, conforme as seguir: - As águas – planos inclinados de telhado; - A cumeeira – nome dado à peça que divide duas águas com direções opostas e também a terça mais alta do telhado; - O espigão – peça que divide duas águas com direção perpendicular; - O rincão ou calha – peça que une duas águas com direção perpendicular; - A tacaniça – água de formato triangular formada por dois espigões; - A empena ou oitão – alvenaria de forma triangular que termina em duas águas opostas. - O beiral – é o balanço que a cobertura faz no sentido da água ou da empena com a função de proteger a parede de respingo de chuva; Existem ainda outros termos técnicos usados, mas pouco comuns: A testeira - é uma madeira que se coloca na frente dos caibros como acabamento do telhado. É uma solução pouco usada na nossa região, mas bastante comuns em outras; O galbo – caibros paralelos que são colocados no beiral ou no final de uma água para mudar a inclinação do telhado. Muito usado em prédios de escolas estaduais de Minas Gerais; A água furtada – artifício usado onde se cria uma abertura triangular com o intuito de iluminar e/ou ventilar ambientes abaixo de uma grande água de telhado ou com pé direito duplo. A representação interna de um telhado é feita por cortes transversais, longitudinais e pelo engradamento, onde podemos ver todas as peças que compõe a cobertura. Os encaixes das peças na tesoura também são muito importantes, pois eles dão rigidez à estrutura. Iniciamos sempre o desenho de um telhado pelo corte transversal, que define a altura da tesoura e consequentemente do telhado. 7.3.3 - DESENHO DA TESOURA DO TELHADO Para desenharmos um corte transversal devemos seguir a seguinte sequencia: 1- A partir da dimensão (largura) do corte da construção, já definida pelo projeto, com a definição da laje, vigas e paredes, iniciamos o desenho. 2- O próximo passo é fazermos duas paredes nas extremidades da construção, que podem ser de 15 cm de espessura, a fim de esconder as linhas da tesoura. Observar que a altura destas paredes só será definida posteriormente, ao encostar-se à telha. 3 – Em seguida desenhamos a linha da tesoura que fica apoiada na laje (a linha mede 15 cm de altura) e definimos o eixo de simetria do telhado, pois como temos duas águas opostas, um lado será igual ao outro. 4- Marcamos 10 centímetros na linha a partir da parede (para fazer o encaixe da perna com a linha) e medimos esta distancia ao eixo. Depois multiplicamos esta distancia pela inclinação do telhado para definirmos a altura do pendural. 5- A linha que liga o ponto (a 10cm) da linha ao encontro da altura Y (do pendural) no eixo é a inclinação do telhado. Ela é a linha mais importante do desenho e todas as outras linhas a partir de agora que irão definir a perna da tesoura, as terças, os caibros, espaço para as ripas e a telha serão paralelas a esta linha. 6- Definimos o pendural (altura Y e 7,5 cm para cada lado do eixo). A partir da “linha mestra” (em vermelho) marcamos as medidas de espessura da perna (15 cm para a direita) e 12 das terças, 8 cm dos caibros, 2cm das ripas e 10 cm para as telhas (todas para o lado esquerda da linha vermelha). Observar que estas dimensões deverão ser medidas "perpendiculares” a linha vermelha. 7- Traçamos as linhas e rebatemos o desenho a partir do eixo. Observar que os caibros e telhas devem passar para fora das paredes para formar o beiral (60 cm). 8- Em seguida, fazemos os encaixes das peças principais (conforme detalhes a seguir) e colocamos as mãos francesas da tesoura que pode ser feita com o esquadro de 60°com o pendural e fica 10 com acima da linha. 9- Por fim, desenhamos a cumeeira e as outras terças (hachuradas, pois são cortadas) e cotamos apenas o beiral e a altura do pendural. Observar a representação dos encaixes a seguir para aplicar no acabamento do desenho: Devemos observar também o acabamento telha/caibro. O caibro sempre acaba antes da telha para evitar que a água molhe e apodreça a ponta da madeira. Para desenharmos o corte longitudinal seguimos uma sequencia parecida ao do corte transversal, mas mais simples pois já temos as alturas das peças e praticamente não vemos nenhum encaixe nesta posição de corte: 1- Iniciamos com a laje (no sentido do comprimento), vigas e paredes laterais abaixo da viga e as paredes acima da laje (empenas). A altura destas paredes será definida posteriormente ao encostar-se às telhas.2- O próximo passo é dividir o vão em partes iguais onde são colocadas as tesouras. Nesta posição veremos os pendurais com o lado de 8 cm de espessura. Observar que este vão entre as tesouras não deve ser maior do que 280 m. 3- Desenhamos os pendurais com a altura Y definida no corte transversal acima da linha da tesoura que nesta posição é hachurada pois é cortada. 4- O próximo passo é puxar as altura das terças do corte transversal e levarmos para o corte longitudinal. Ou seja: 5- As terças passam por de trás do pendural e são limitadas pelos beirais 6- A seguir desenhamos os caibros (50 em 50 cm no eixo) que passam por de trás das terças e as telhas (para efeito de desenho fazemos duas linhas paralelas). 7- Por fim, colocamos na prumada do pendural a seção da perna da tesoura logo abaixo da cumeeira e cotamos apenas altura do pendural e beirais. Não se esquecer de observar este detalhe. A cumeeira passa alguns centímetros abaixo do pendural que é aquele encaixe da peça que aparece no corte transversal. O Engradamento ou Trama (vista superior) de um telhado (neste caso de três águas) seria assim:
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