Buscar

Apostila 1 Arquitetura

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

APRESENTAÇÃO 
 
O desenho é uma forma de comunicação visual, pela qual o autor expressa sua 
imaginação. Através do desenho podemos conhecer suas idéias, seus hábitos e sua 
técnica. 
O Desenho Artístico reflete o gosto e a sensibilidade do artista que o criou. 
Sua apresentação é livre, sem normas específicas ou dimensões padronizadas. 
Já o Desenho Técnico é um desenho exato e padronizado, que tem por finalidade 
transmitir uma idéia de um objeto. 
O Desenho Arquitetônico é um desenho técnico e tem como objetivo a representação 
gráfica de uma edificação, com todas as informações necessárias para a sua 
construção. 
 
O melhor entendimento do conteúdo será alcançado através dos conhecimentos 
adquiridos anteriormente nas disciplinas de Desenho Técnico, Geometria Descritiva ou 
Desenho Projetivo (dependendo do curso). 
Como no desenho técnico ou desenho projetivo, o Desenho Arquitetônico segue normas 
de padronização para que possa ser lido em qualquer lugar ou por qualquer profissional 
da área. 
Chamamos a disciplina de “Desenho Arquitetônico”, pois o Projeto Arquitetônico é a 
base para o desenvolvimento de todos os outros projetos complementares (Cálculo 
Estrutural, Elétrico, Hidro sanitário, etc.) que fazem parte do conjunto de projetos 
necessários para a execução de uma obra. 
 
A disciplina não tem como objetivo ensinar a projetar, mas dar ao aluno 
conhecimentos gerais sobre as normas e escalas de representação de projetos, a 
clareza na leitura das informações fornecidas pelo desenho, capacitá-lo sobre os 
princípios básicos das Leis e Parâmetros Urbanísticos locais, termos técnicos e a 
informações úteis a sua formação profissional. 
1.0- INSTRUMENTOS E MATERIAS 
 
-Instrumentos e materiais empregados no Desenho Arquitetônico: 
 
Na disciplina de Desenho Arquitetônico usaremos os mesmos instrumentos e matérias 
já usados nas outras disciplinas de desenho. Quem está iniciando as disciplinas de 
desenho ou deseja adquirir novos materiais, segue uma relação sucinta: 
 
- Lapiseiras 0,5 mm e 0,9 mm com ponta de metal (Pentel ou similar). O grafite 
recomendado é HB (consistência intermediária). 
- A Borracha deverá ser macia. 
- O Escalimetro - As escalas mais usadas na Arquitetura e nas Engenharias são: 1/20 e 
1/25; 1/50 e 1/75; 1/100 e 1/125. 
- Esquadros de 45° e 30/60° de preferência maiores, referência 2526 e 2626-Desetec. 
- Fita crepe ou fita adesiva. 
- Papel manteiga. Nesta disciplina, usaremos exclusivamente o papel manteiga que é 
um papel próprio para o desenho. Possivelmente formato A3. 
 
 
2.0- NORMAS DO DESENHO ARQUITETÔNICO 
 
2.1- Formatos 
 
O papel é um dos componentes básicos do material de desenho. Ele tem formato 
básico, padronizado pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Esse 
formato é o A0 (A zero) do qual derivam outro formatos. 
O formato básico A0 tem área de 1 m2 e seus lados medem 841mm x 1.189 mm. Deste 
formato básico derivam os demais formatos. 
 
 
 
 
A tabela abaixo define as dimensões dos formatos e as margens (em milímetros). 
 
 
 
O dobramento das folhas é feito da forma abaixo e sempre resultam nas dimensões de 
um formato A4, que pode ser furado e arquivado em pastas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.2- Legendas 
 
As Legendas devem situar-se no canto inferior direito, nos formatos A3, A2, A1 e A0, ou 
ao longo da largura da folha de desenho no formato A4. Elas devem conter as principais 
informações sobre o desenho ou projeto, o autor, a firma, a escala, a data e o número 
da folha. Empresas, Prefeituras ou órgãos governamentais criam suas próprias 
legendas a fim de padronizar as informações relevantes para cada tipo de projeto. 
Nesta disciplina usaremos esta legenda Padrão da UNIVALE e ela deverá estar em 
todas as folhas de desenho: 
 
 
 
 
2.3 - Escalas 
 
No Desenho Arquitetônico são usadas diversas escalas, dependendo do que se vai 
representar. 
Geralmente representamos: 
- Planta Baixa de cada pavimento – Escala 1:50; 
- Cortes Transversais e Longitudinais – Escala 1:50; 
- Fachadas – Escala 1:50; 
- Plantas de situação – Escala 1:500; 
- Planta de Locação – Escala 1:200; 
- Diagrama de Cobertura – Escala 1:200; 
- Gradil – Escala 1:50 ou 1:100. 
- Detalhes arquitetônicos – Escala 1:25 ou 1:20 (quando queremos mostrar algum 
detalhe de paginação de revestimentos em banheiros, cozinhas, etc). 
- Detalhes arquitetônicos construtivos – Escala 1:10, 1:5, ou até 1:2 e 1:1 (quando 
queremos mostrar algum detalhe construtivo de peças menores, soleiras, rodapés, etc.) 
 
3.0- O TERRENO COMO ELEMENTO DA CONSTRUÇÃO 
 
Existe uma relação muito grande entre a edificação e o terreno em que ela será 
construída, pois na maioria das vezes eles não apresentam as mesmas características. 
Desta forma ouve-se muito falar que “cada projeto é único” em função dos proprietários, 
das necessidades e anseios de cada um e principalmente das características individuais 
cada terreno. O terreno é o ponto de partida de um projeto e existem quatro 
características principais que devem ser levadas em conta a partir do conhecimento do 
terreno: 
 
3.1- Localização 
A localização é uma das características mais importantes de um terreno, não por se 
tratar de um local privilegiado, próximo ao comércio, escolas, farmácias e 
supermercados. Nada disto. A localização é importante devido as Leis Urbanísticas de 
cada Município. Cada município possui suas Leis de Uso e Ocupação de Solo e estas 
leis determinam diversos parâmetros urbanísticos para a cidade, como o que se pode 
construir em cada local, os afastamentos, a área máxima de ocupação, a altura, etc. 
Falaremos um pouco mais disto no próximo capítulo. 
 
 
3.2- Dimensão e Forma 
A dimensão e a forma do terreno são de grande importância devido à influência que 
exercem sobre o planejamento de uma edificação. A dimensão do terreno voltada para a 
rua é chamada de testada e a outra é chamada de profundidade. Assim, nem sempre a 
profundidade refere-se ao maior lado de um terreno. Terrenos mais largos possibilitam 
maior flexibilidade na distribuição dos cômodos e partidos de formas variadas. 
A forma de terreno retangular é a mais comum, mas não é a única que conduz a boas 
soluções. Outras formas geralmente obrigam as construções a assumirem feitios 
irregulares, que podem resultar em soluções arrojadas e interessantes. 
 
 
A dimensão e a forma também estão intimamente ligadas aos parâmetros urbanísticos, 
pois as dimensões da construção são limitadas pelas dimensões do terreno, assim 
como os seus afastamentos, taxa de ocupação, etc. 
3.3- Topografia 
Esta é uma característica tão importante que dedicaremos outro capítulo a ela. 
A topografia é a conformação do terreno e seu conhecimento é indispensável para a 
concepção de um projeto. Os terrenos planos são muitas vezes os preferidos por motivo 
de ordem econômica e aproveitamento, mas terrenos acidentados permitem diferentes 
níveis de pisos, coberturas irregulares e conseqüentemente soluções interessantes. 
 
Em muitos casos, os projetistas ou 
construtores ignoram a topografia 
acidentada de um terreno e preferem 
nivelá-lo e estudá-los como se fossem 
planos. Isto gera grandes movimentos 
de terra ou muros de arrimos bastante 
altos e onerosos. 
 
 
Quando o terreno apresenta aclive com 
relação à rua, o aproveitamento se faz 
de maneira mais fácil, principalmente 
pela facilidade de escoamento de águas 
pluviais e dos esgotos para a rede 
publica. 
 
Os terrenos de declive com relação à 
rua possibilitam o aproveitamento de 
níveis abaixo da via pública e possuem 
maior fachada nos fundos ao invés da 
frente. Estes terrenos apresentam o 
inconveniente de possuir cômodos 
abaixo da rede de esgoto do logradouro. 
Nestes casos é necessário o usode 
fossas ou o emprego de bombeamento 
para o esgotamento das águas servidas. 
 
 
 
 
De qualquer maneira, o levantamento topográfico deve preceder os estudos iniciais do 
Projeto Arquitetônico, assim como a “sondagem” deve preceder o estudo de um Projeto 
de Cálculo (fundação). 
A sondagem é um estudo da resistência do terreno, através da “Mecânica dos Solos”. 
Exames de laboratório das diferentes camadas do solo e suas cargas admissíveis 
possibilitam a escolha de um determinado sistema de fundações e de sua profundidade. 
 
3.4- Orientação e insolação 
Não é fácil dizer, a princípio, se um terreno é bom ou ruim em relação insolação. Deve-
se sim observar a trajetória do sol e a direção dos ventos na elaboração de qualquer 
projeto. Atualmente com a valorização do conceito de sustentabilidade nas construções 
e da eficiência energética, deve procurar ainda mais explorar a ventilação e a iluminação 
natural a fim de atingir os objetivos de conforto térmico e economia de energia. 
Alguns cômodos necessitam de orientação adequada, a fim de evitar uma insolação 
excessiva, como quartos e salas. No entanto outros ambientes são favorecidos com o 
sol em abundancia, como áreas de serviço e piscinas. 
A Arquitetura tem a função de oferecer condições térmicas compatíveis ao conforto 
térmico humano no interior dos edifícios não importando quais forem às condições 
climáticas externas. (FROTA ; SCHIFFER, 2000) 
4.0- PLANO DIRETOR E LEIS MUNICIPAIS 
 
Toda cidade com mais de 20.000 habitantes, situadas em regiões metropolitanas ou 
integrantes de áreas de especial interesse turístico são obrigadas a possuir um Plano 
Diretor, de acordo com o Estatuto da Cidade. Mas o que é Plano Diretor? 
 
“O Plano Diretor é um instrumento básico da política de desenvolvimento do Município, 
pois sua principal finalidade é fornecer orientação ao Poder Público e a iniciativa privada 
na construção dos espaços urbanos e rurais na oferta dos serviços públicos essenciais, 
visando assegurar melhores condições de vida para a população.” 
 
Em outras palavras, o Plano Diretor é uma lei municipal que estabelece diretrizes para a 
adequada ocupação do município, determinando o que pode e o que não pode ser feito 
em cada parte do mesmo. Para isto ele se vale de algumas leis essenciais e específicas 
à cada município, de acordo com as características e vocações locais. 
 
Como instrumento de desenvolvimento e regulação do planejamento municipal e das 
construções urbanas cada cidade confecciona leis que servem de normas urbanas que 
deverão ser seguidas por todos. Entre as principais temos: 
- Lei do Uso do Solo – É uma Lei estabelece as regras para o uso e a ocupação do solo, 
aplicáveis às zonas urbanas do Município. 
- Código de Obras - Este Código regula as obras do Município, abrangendo edificações, 
construções, reformas, demolições, implantação de equipamentos de circulação vertical 
e de segurança e execução de serviços e instalações, sem prejuízo da Legislação 
Urbanística vigente. 
- Lei de parcelamento do solo- dispõe sobre o parcelamento do solo urbano. 
- Código de Postura - Esta Lei tem o objetivo de regulamentar as relações entre o Poder 
Público local e os munícipes, visando disciplinar o uso e o gozo dos direitos individuais e 
do bem-estar geral relativos a segurança, ordem pública, costumes locais e 
funcionamento dos estabelecimentos industriais, comerciais e prestadores de serviços. 
 
As leis não são para serem decoradas, mas consultadas quando necessário. 
A Lei do Uso do Solo divide a cidade em zonas (ou regiões). Diversos bairros podem 
pertencer a mesma zona e é comum uma avenida de um bairro possuir um zoneamento 
diferente dos restante. 
É importante saber que para cada zona são previstos usos e atividades compatíveis 
com sua destinação e elas possuem “Parâmetros Urbanísticos” diferenciados, ou seja, 
afastamentos, taxa de ocupação, gabarito (altura da edificação), dimensão do lote, etc. 
Antes de iniciarmos qualquer projeto temos que analisar a Lei para saber o que pode ser 
construído, como pode ser construído e quanto pode ser construído. 
5-0- NOÇÕES DE DESENHO TOPOGRÁFICO 
 
Nem sempre os lotes possuem forma regular ou são planos. A representação gráfica da 
superfície de um terreno é o objetivo do estudo da Topografia. 
“Levantar” um terreno significa fazer as medições de um terreno: largura, comprimento, 
ângulos, desníveis, passeio, postes, árvores, orientação magnética, etc.. 
 
Os levantamentos podem ser divididos em: 
- Planimétrico – levantamento apenas as dimensões (largura, comprimento, ângulos); 
- Altimétrico – quando são levantados apenas os desníveis; 
- Planialtimétrico – quando se faz o levantamento tanto das dimensões horizontais, 
quanto dos desníveis. 
Este último é sempre o mais usado nos casos de elaboração de projetos de edificações. 
 
Um levantamento pode ser feito com o teodolito (manual) ou com um aparelho chamado 
“Estação Total” que se utiliza de conexões com satélites e faz seu geo-referenciamento, 
localizando o terreno e sua altimetria no globo terrestre, a partir de marcos espalhados 
em diversos locais e cidades. 
 
Um desenho topográfico é representado pelas curvas de níveis. 
As curvas de nível são linhas curvas que indicam as alturas e a inclinação do terreno ou 
representam os pontos de mesma cota ou altura em relação a um plano horizontal 
tomado como referência. 
 
 
 
As curvas de nível podem ter graduação que for necessária. No caso de grandes áreas 
elas podem aparecer de dez em dez metros (como no exemplo). No levantamento de 
áreas menores como lotes, elas aparecem geralmente de metro em metro e quando são 
mais próximas indicam que o terreno possuem inclinação acentuada e quando são mais 
espaçadas, indicam que o terreno é pouco inclinado ou quase plano. 
No desenho de grandes áreas, percebemos que elas se fecham sempre sobre si 
mesmas. Quando o valor da curva interna é maior, trata-se de um morro ou montanha. 
Quando os valores das curvas externas são maiores, trata-se de uma depressão. 
É importante também ter o conhecimento de alguns outros conceitos: 
- Terreno Natural – como o próprio nome diz, é um terreno que não sofreu nenhum tipo 
de intervenção; 
- Terraplanagem – Processo de preparação e modificação de um terreno para algum 
tipo de obra ou atividade; 
- Aterro – preenchimento de uma área desnivelada com terra para criação de um platô; 
- Corte ou desaterro – retirada de terra de uma determinada área; 
- Perfis do terreno – é a representação gráfica de uma seção vertical do terreno onde 
podemos verificar o terreno natural, cortes e aterros; 
- Taludes – é a conciliação de um terreno natural com um terreno projetado através de 
um plano inclinado regular, feito através de corte ou aterro. 
- Cotas de nível – são cotas de altura com relação a uma referência. No caso de 
levantamentos topográficos, as cotas de nível são representadas com relação ao nível 
do mar que é 0,00. Desta forma se temos 108,93 significa que este ponto está a 108 
metros e noventa e três centímetros acima do nível do mar. Em um levantamento 
topográfico, além das curvas de nível, temos também as cotas de níveis em 
determinados pontos como as quinas do terreno, nos passeios e meios-fios e nos pés 
de arvores e postes. 
6-0- O DESENHO ARQUITETÔNICO 
 
6.1 – Etapas de Projeto de Arquitetura 
Antes de iniciarmos a falar de Desenho Arquitetônico devemos ter o conhecimento de 
como se compõem as etapas de um “Projeto de Arquitetura”: 
6.1.1- Escolha do Terreno – O auxilio da escolha do terreno é função do Arquiteto 
(apesar de muitos clientes não fazerem esta consulta antecipada) e é bastante 
importante em função de todas as características vistas no 3º capítulo. Ele é o ponto de 
partida para o Projeto Arquitetônico. 
6.1.2- Estudo Preliminar – é a etapa das análises e condicionantesdo terreno, como a 
localização, legislação, insolação, topografia, do programa de necessidades, área 
disponível, área máxima edificável permitida, etc. É representado através de esboços e 
croquis que nortearão o inicio da próxima etapa que é o Anteprojeto. 
6.1.3- Anteprojeto – é a etapa em que os esboços e croquis se transformam em 
desenho técnico, seguindo as normas de representação de desenho. É uma etapa de 
dimensionamento e definição dos cômodos, janelas e portas, posicionamento de 
mobiliário (layout), estudos de formas, fachadas e volume da construção baseado nas 
análises e condicionantes estudadas na etapa anterior. Esta etapa é bastante maleável, 
pois pode ser modificada pelo cliente e pelo arquiteto até se chegar a solução desejada. 
6.1.4- Projeto Executivo – é a etapa de desenvolvimento do Anteprojeto aprovado com a 
transformação das soluções da fase anterior em projeto definitivo com todos os 
desenhos exigidos e necessários para a execução da obra. Nesta fase os desenhos são 
todos cotados (com medidas) e servem de base também para a execução dos Projetos 
Complementares (cálculo estrutural, elétrico, hidráulico, etc). 
6.1.5- Aprovação do Projeto de Prefeitura – O projeto para aprovação na Prefeitura, 
geralmente é o mesmo Projeto Executivo, podendo haver alguma variação com relação 
ao carimbo ou quantidade de informações. Para se aprovar um projeto na Prefeitura são 
exigidas uma quantidade mínima de desenhos e para execução podemos e devemos 
aumentar a quantidade de desenhos e informações. 
6.1.6- Projetos Complementares – Os projetos complementares são projetos feitos por 
engenheiros especializados, a partir do projeto executivo de arquitetura. Eles 
complementam as informações para a execução da obra no tocante a ferragem e 
resistência do concreto da estrutura da construção (projeto de cálculo estrutural), no 
dimensionamento das tubulações de água e esgoto (projeto hidro sanitário) e no 
dimensionamento e quantidade da fiação (projeto elétrico e telefônico).Dependendo do 
tipo e porte da edificação podemos ter outros projetos complementares como ar 
condicionado, energia solar ou fotovoltaica, segurança e alarme, sonorização, 
prevenção e combate de incêndio, automação, etc. Antes da conclusão destes projetos, 
o arquiteto deve ter conhecimento e verificar se algum deles não está interferindo na 
estética e funcionalidade do projeto de arquitetura e assim evitar modificações 
inesperadas. 
 
Observação: 
Deve ficar claro neste momento, a diferença entre “Projeto Arquitetônico” e “Desenho 
Arquitetônico”, objeto desta apostila. 
O Projeto Arquitetônico é a criação e desenvolvimento de uma ideia que será 
transformado em uma edificação. 
O Desenho Arquitetônico é a representação gráfica e técnica desta ideia para que possa 
ser lida e compreendida e assim ser transformada em uma edificação. 
6.2 – Convenções e símbolos do Desenho Arquitetônico 
O desenho arquitetônico é um desenho técnico de representação de uma construção e 
como todo desenho técnico, regido por uma série de normas da ABNT e a principal 
delas é NBR 6492/94 – Representação de projetos de arquitetura. 
Os desenhos utilizados para a representação dos projetos arquitetônicos de edificações 
são as plantas dos pavimentos, cortes, fachadas, plantas de situação e locação, 
cobertura e gradil e serão estudos separadamente à frente, mas todos são 
representados por linhas continuas, tracejadas, traço-ponto, grossas ou finas como visto 
no Desenho Técnico ou Desenho Projetivo. A associação delas à determinado tipo de 
desenho resulta em símbolos e convenções para representar alguns elementos. 
 
6.2.1 – Linhas - As linhas no desenho arquitetônico são usadas como no desenho 
projetivo ou desenho técnico, mas com algumas variações: 
- As linhas contínuas grossas são usadas para representar arestas cortadas; 
- As linhas contínuas finas são usadas para representar arestas visíveis ou vistas; 
- Nas linhas de cotas também usamos as linhas continuas finas, mas um pouco menos 
espessas que as usadas para arestas visíveis; 
- As linhas tracejadas finas são usadas para representar projeções; 
- As linhas traço-ponto finas são usadas para representar eixos, principalmente os eixos 
das peças hidráulicas, como vasos, lavatórios e chuveiros; 
-As linhas traço-ponto grossas são usadas em planta, para representar os locais dos 
“cortes” ou seja, secções verticais que fazemos nas construções. 
 
6.2.2 – As paredes – As paredes são representadas por duas linhas (a interna e a 
externa) e podem ser cortadas ou vistas. 
a) As paredes cortadas são representações de paredes seccionadas por um corte 
horizontal ou vertical da edificação e são representadas por duas linhas paralelas com 
espessura grossa; 
b) As paredes vistas são representadas por duas linhas paralelas com espessura fina e 
são usadas quando as paredes não são seccionadas, mas vistas. 
 
A espessura das paredes pode variar. Geralmente, as paredes externas de uma 
construção são representadas com 20 ou 25 cm e as internas com 15 cm. 
 
6.2.3 – As lajes de piso e de forro – Sempre que vamos fazer um corte, temos que 
desenhar a laje de forro (teto) e a laje de piso. Ambas são desenhadas como a parede 
cortada, mas para diferenciar, recebem a hachura de concreto. Esta hachura é que 
diferencia se um elemento é feito de alvenaria (tijolo) ou se é feito de concreto. A 
hachura de concreto é como se víssemos pequenas pedras (britas) e pontinhos que 
representam a areia. A espessura das lajes é definida pelo projeto estrutural, mas para 
efeito de desenho, geralmente a usamos com 15 cm. 
 
 
6.2.4 – Quando vamos fazer uma reforma usamos as seguintes convenções de paredes 
para representar: 
 
6.2.5 – As Portas – Existem vários tipos de portas, mas geralmente usamos representar: 
a) as portas de madeira convencionais de abertura a partir de um eixo vertical e cortar a 
largura x altura (em planta). 
 
 
 
b) e as portas de correr, que podem ser de madeira ou vidro e ser divididas em duas 
folhas ou mais folhas. Também cotamos a largura total x altura. 
 
 
 
6.2.6 – As Janelas – Existem janelas com diversos tipos de mecanismo de abertura, 
como: de abrir sobre eixo vertical, de correr, de bascular, de pivotar, etc, mas todas são 
representadas da mesma forma em planta e em corte, pois o tipo de abertura será 
determinado no detalhamento da esquadria. Elas são representadas por duas linhas 
finas e paralelas, por dentro da espessura da parede. Quando seu peitoril (distancia do 
piso ao inicio da janela) for abaixo de 1,50 m de altura (quartos, salas e cozinhas), as 
duas linhas serão contínuas, quando seu peitoril estiver acima de 1,50 m (banheiros), 
serão representadas por duas linhas paralelas tracejadas. No caso das janelas, quando 
colocamos suas medidas, usamos três cotas: Largura x altura x peitoril. 
 
 
6.2.7 – Cotas de nível. Nas plantas e nos cortes temos que definir os níveis de piso, à 
partir de uma referência (R.N.). Todos os níveis que estiverem acima da referência terão 
um + na frente (+2,20) e os abaixo terão um – na frente (-1,20). Isto significa por 
exemplo que determinado piso está um metro e vinte abaixo da referência que 
chamaremos de 0,00. As cotas de nível são descritas em metros. 
 
 
6.2.8 – As peças sanitárias no banheiro – Existem uma infinidade de marcas e modelos 
de peças sanitárias. Mas a especificação destas peças acontece na fase de 
detalhamento arquitetônico. Para representação nos projetos, usamos geralmente os 
chuveiros, os vasos (bacia sanitária) e os lavatórios nas paredes ou em bancadas. 
Quando desenhamos no computador ou à mão, existem os gabaritos que nos auxiliam 
na forma das peças, mas quando não os temos usamos fazer retângulos com as 
medidas aproximadas. 
 
 
 
 
6.2.9 – Área de Serviço – As peças que necessitamos desenhar naárea de serviço são 
o tanque, a máquina de lavar e a bancada de passar roupa fixa (quando houver). O 
comprimento das bancadas de passar são definidas de acordo com o espaço disponível 
de cada projeto, mas sua largura segue um padrão definido. Podemos usar os gabaritos 
ou desenhar retângulos com as medidas aproximadas quando não os temos. 
 
 
 
6.2.10- As cozinhas - Nas cozinhas desenhamos o fogão, a geladeira e a bancada com 
a pia. A bancada, mais uma vez, pode ter a forma e o comprimento definido pelo projeto, 
mas a largura é padronizada em 55 cm ou 60 cm quando usamos uma pia maior. Da 
mesma forma dos demais, podemos usar um gabarito ou desenhar retângulos quando 
não os temos. 
 
 
6.3 - Representação do Projeto de Arquitetura 
Todo Projeto de Arquitetura é representado por: 
- Planta de Situação 
- Planta de Locação ou implantação 
- Diagrama de Cobertura 
- Plantas dos pavimentos 
- Cortes Longitudinal e Transversal 
- Fachada ou Elevação Frontal 
- Gradil 
 
6.3.1- Planta de Situação 
A planta de situação é uma planta (ou seja, uma vista superior) que define a situação do 
lote em relação à quadra, às ruas e aos lotes vizinhos. Por se tratar de uma grande 
área, pode ser desenhado em escalas reduzidas. A escala mínima (para Prefeitura) é de 
1:500, podendo também ser desenhada na escala 1:250, 1:200. 
A Planta de Situação deve conter as seguintes informações: 
- Indicação da rua do terreno e das ruas mais próximas; 
- Indicação do lote onde será construída a edificação; 
- Indicação dos lotes vizinhos ( lados e fundos) que fazem divisa com o terreno; 
- Dimensões do lote (largura e comprimento); 
- Distancia do lote à esquina mais próxima 
- Orientação magnética. 
 
 
6.3.2 – Planta de Locação ou Implantação 
A planta de locação é uma planta que define a localização da edificação, dentro do 
terreno. É como se ampliássemos a Planta de Situação. Ela pode ser desenhada no 
mínimo na escala 1:200, podendo ser desenhada também na escala 1:100. 
 
 
A Planta de Locação deve conter as seguintes informações: 
- Indicação do lote com a rua e o passeio; 
- Dimensões do lote e largura do passeio; 
- Indicação da projeção/locação da edificação no lote; 
- Dimensões da projeção da edificação e dos afastamentos às divisas; 
- Orientação magnética, 
- Acesso, passeios, taludes, jardins, arvores e outros elementos informativos; 
- R.N. (Referencia de Nível); 
- Hachura na projeção da edificação e indicação do número de pavimentos. 
 
OBSERVAÇÃO: 
Como podemos observar várias informações da Planta de Situação são comuns ou 
complementares na Planta de Locação. Desta forma, a Prefeitura permite que ao invés 
de se fazer as duas plantas, se faça apenas uma chamada Locação/Situação, mas com 
todas as informações exigidas para os dois desenhos e com a escala mínima da planta 
maior ou seja a escala mínima exigida na Planta de Locação. Veja o exemplo abaixo: 
 
 
 
 
6.3.4 – Diagrama de Cobertura 
O diagrama de cobertura é uma vista superior do telhado. Ele pode ser desenhado nas 
escalas 1:200 (mínima) ou 1:100. 
O desenho do Diagrama de Cobertura deve ter: 
- As indicações dos sentidos das aguas do telhado; 
- Indicação de calhas, lajes, caixa d’água e outros elementos do telhado; 
-Indicação do tipo de telhado e sua inclinação; 
- Projeção da construção (tracejada); 
- Cotas apenas dos beirais. 
 
 
 
6.3.5 – Planta Baixa 
Planta é a representação de uma secção horizontal imaginária, na altura de 1,50 m do 
piso de cada pavimento de uma edificação. Desta forma se temos uma construção de 
apenas um pavimento, teremos uma planta (também chamada popularmente de “planta 
baixa”). Se tivermos uma edificação de três pavimentos, teremos três plantas – Planta 
do pavimento térreo (ou 1º pavimento), Planta do 2º pavimento e Planta do 3º 
pavimento. 
Desta forma podemos ver a divisão dos cômodos, as paredes cortadas, as portas, 
janelas, etc. Tudo que está acima desta altura de 1,50m é representado tracejado, como 
as janelas dos banheiros, beirais de telhado, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
Para desenharmos uma Planta seguimos o seguinte processo: 
1 - Inicialmente marcamos todas as medidas das divisões dos cômodos em um sentido 
(horizontal) e traçamos todas as linhas com traços bem finos. 
2 - Repetimos o processo com a marcação e desenho no outro sentido (vertical). 
Desta forma temos todos os cômodos definidos como no exemplo abaixo. 
Não existe problema no cruzamento de linhas e excesso nesta etapa, pois serão 
corrigidos em outra etapa. 
 
 
 
3 - Agora devemos marcar todas as aberturas de porta e janelas; 
 
 
4 - Desenhamos as janelas e as portas. A abertura das portas pode ser marcada com o 
esquadro de 45° quando não dispomos do compasso; 
5 – Reforçar os traços das paredes cortadas e apagar com cuidado os excessos e 
cruzamentos de linhas; 
 
6 – Iniciamos a fase de acabamentos desenhando os equipamentos de cozinha 
banheiro e área de serviço. Na falta de gabaritos próprios, podemos fazer os retângulos. 
7 – Posteriormente desenhamos as linhas de piso das áreas molhadas (cozinha, 
banheiros e serviço). 
 
8 – Marcamos as linhas tracejadas dos elementos acima do plano de corte (projeção da 
cobertura, janelas de banheiros, etc.). 
9 – Marcamos as linhas de cota (preferencialmente do lado externo do desenho), com 
medidas parciais e totais. Marcamos também as cotas de nível dos pisos. 
 
10 – Marcamos as linhas de corte (traço-ponto grosso) com indicação dos nomes (letras 
maiúsculas ou número) virados para o lado que vamos olhar o corte. 
11 – Por fim iniciamos os escritos do desenho, onde escrevemos as cotas de distancia e 
de nível, colocamos as dimensões das portas e janelas, colocamos observações 
necessárias (tipo: projeção da cobertura, balcão h=110, passeio, etc.), o nome dos 
cômodos e finalmente o título e a escala (alinhados à esquerda e abaixo do desenho). 
 
OBSERVAÇÕES: 
- As cotas de distancia e de esquadrias podem ser escritas em metros ou centímetros. 
- O tamanho das letras segue uma hierarquia. Cotas, dimensões e observações – letra 
pequena, Nome de cômodos - letra média e titulo e escala – letra grande. Sempre 
maiúsculas. 
 
 
 PLANTA 
 ESCALA 1:50 
 
6.3.6 – Cortes 
O Corte é a representação de uma secção vertical da construção, na posição marcada 
na Planta. Quando fazemos uma secção vertical, podemos olhar para o lado direito ou 
para o lado esquerdo, por isso a necessidade de identificação na planta, qual lado 
gostaríamos de olhar. (Observar na representação abaixo). Em qualquer projeto são 
necessários, no mínimo, dois cortes. Um longitudinal e um transversal. 
 
 
 
Para desenharmos um Corte seguimos um processo bastante semelhante ao do 
desenho da Planta: 
1 – Primeiramente, temos que definir em Planta o posicionamento do Corte que mostre 
uma quantidade maior de informações para facilitar o entendimento do projeto e evite 
erros de interpretação na hora da execução. No caso deste exemplo esta posição foi 
escolhida porque estamos cortando a janela do banheiro e vendo a janela do quarto. 
Com isto, visualizamos as alturas dos peitoris e janelas no mesmo corte. 
2 – Depois devemos posicionar a Planta no sentido em que iremos olhar o corte 
(indicado pela seta/letra) e acima do local onde iremos desenhar o corte, para facilitar, 
puxar as linhas das paredes com esquadro, sem necessidade de medidas horizontais. 
 
 
 
3 - Iniciamos o desenho, com as linhas horizontais do terreno (nível 0,00) e as lajes de 
piso e de forro (definidas pela altura do pé direito). As linhas verticais serão puxadas 
com esquadro do desenho da planta. Caso não queira usar este processo, temos que 
medir as dimensões dos cômodos uma a uma. Traçamos todas as linhas com traços 
bem finos. 
 
4 – Depois, marcamos as linhasda fundação (em baixo de cada parede), que são 
interrompidas abaixo da linha do terreno natural (pois a profundidade é definida pelo 
projeto de cálculo). 
5 – Marcamos a viga (cinta de 30 cm aproximadamente que contorna a casa e os 
cômodos), as janelas e os peitoris. Geralmente as janelas se iniciam a partir da viga, 
mas quando isto não acontece, é necessária a colocação de uma verga. Mas as 
abertura deveriam procurar ficar sempre niveladas pela parte superior 
 
6 – Marcamos também, as janelas e portas vistas. 
 
7 – Reforçar os traços das paredes cortadas e apagar com cuidado os excessos e 
cruzamentos de linhas. A linha do terreno natural é bem grossa. 
8 – Fazemos um esboço do contorno da cobertura (estudaremos o telhado mais 
detalhado em outra unidade). Duas águas = retângulo com altura de 35% da distancia 
da largura dividida por dois (Largura = 6,50+1,20 beirais=7,70.) (Duas águas= 
7,70/2=3,85) (Água x 35%inclinação=1,35 m altura e 60 cm de beiral para cada lado) 
 
 
9 – Iniciamos os acabamentos fazendo as hachuras de concreto nas lajes, vigas e 
fundação. Entre o terreno natural e a laje aparece um espaço que deve ser aterrado. 
Colocamos uma hachura de linhas verticais que representa o aterro e fazemos a 
hachura de revestimento na parede do banheiro. Fazemos também um passeio sobre o 
terreno natural com 80 cm de largura e 10 cm de espessura. 
10 – Colocamos as linhas de cota (cotas totais e parciais por cômodo e as cotas de nível 
em cada cômodo, passeio e terreno natural). 
 
 
 
11 - Por fim, como no desenho da planta, iniciamos a parte escrita do desenho, onde 
escrevemos as cotas de distancia e as cotas de nível. Colocamos sempre (alinhado na 
lateral esquerda e abaixo do desenho) o título e a escala. 
Obs: Nos cortes, só colocamos medidas verticais, exceto no caso dos beiras. 
 
 
6.3.7 – Fachadas 
A Fachada (como vimos em Geometria Descritiva e Desenho Técnico) é a 
representação da projeção vertical da construção. Toda construção tem 4 lados e 
podemos fazer as 4 fachadas ou vistas externas desta construção, mas a exigência da 
Prefeitura é que se faça apenas as fachadas frontais ou seja voltadas para a Rua. Se o 
terreno é de esquina, são exigidas duas fachadas (uma de cada rua). 
1- A forma de desenhar é baseada no corte. Podemos puxar as medidas, os limites da 
construção e posição das aberturas da planta e podemos puxar as alturas (a partir do 
que está acima do terreno) do corte. 
 
 
 
2- Assim, tirando o excesso de linhas teremos uma casca de desenho assim: 
 
 
3- Melhorando ainda mais os encontros das linhas definimos o esboço completo do 
desenho. Acrescentamos os níveis de piso da varanda e vemos uma porta no fundo. A 
viga (cinta) circula toda a construção e limita as alturas dos vãos abertos e janelas. 
 
 
 
4- Finalizamos colocando alguns acabamentos. As janelas se diferenciam dos vãos 
abertos (tipo varanda) quando colocamos um quadro interno imitando a esquadria. E 
colocamos (como sempre) o titulo do desenho e a escala (alinhado do lado esquerdo e 
abaixo do desenho). Fachadas não necessitam de cotas. 
A espessura das linhas é de acordo com a proximidade. As paredes mais próximas do 
observador são mais grossas, e as mais distantes são mais finas. 
 
 
 
6.3.8 – Gradil 
O gradil é a representação da projeção vertical do muro, ou seja, a visão do fechamento 
frontal do terreno. Quando a construção está afastada do alinhamento, representamos 
apenas o fechamento frontal como o desenho abaixo: 
 
 
 
Nos casos em que parte da construção está encostada na divisa frontal, representamos 
o fechamento frontal mais a parcela da construção. 
 
 
 
Na representação do gradil, devemos sempre informar: 
- as alturas das vedações (cotas verticais); 
- a especificação básica dos materiais de acabamento; 
- o perfil do meio fio (quando houver retificação dos níveis no passeio); 
- o titulo do desenho e a escala (sempre alinhados do lado esquerdo e abaixo do 
desenho) 
7.0- COBERTURAS 
 
7.1- Conceito: 
 
Cobertura é a parte superior da construção e deve ser capaz de receber águas de 
chuva, neve, geada, e conduzi-las para o solo. Além disto ela deve proporcionar algum 
isolamento térmico. 
 
 Além de proteger do sol e da chuva, as coberturas podem promover um ótimo efeito 
estético a uma construção e muitas vezes definir o próprio volume da edificação. 
 
7.2- Tipos: 
 
Existem basicamente 4 tipos de coberturas: 
- As lajes impermeabilizadas; 
- As tendas ou coberturas tensionadas; 
- As coberturas de chapas e policarbonatos; 
- As coberturas de telhas. 
 
7.2.1- As Lajes impermeabilizadas 
 
As lajes impermeabilizadas são as coberturas desprovidas de telhas, que recebem um 
tipo de proteção impermeabilizante para evitar vazamentos e infiltrações. Esta 
impermeabilização pode vir acompanhada também de proteção térmica e acústica. 
 
Elas podem ser coberturas bastante simples como marquises ou guaritas, podendo 
também ser bastante arrojadas, complexas, planas, inclinadas e até curvas. Poderão 
inclusive definir o volume e a plástica da edificação. 
 
 
 
 
 
7.2.2- As tendas ou coberturas tensionadas 
 
As tendas são coberturas de lona tensionada usadas em construções temporárias, tais 
como: circos, feiras, eventos esportivos, etc. São bastante versáteis, pois, podem ser 
montadas e desmontadas rapidamente, porém com o inconveniente de se desgastarem 
com o passar do tempo e com o uso continuo. 
 
Com a evolução natural das lonas e cabos, chegou-se a um sistema de membranas 
tensionadas com um tecido altamente eficiente, composto de fibras sintéticas cuja 
resistência às tensões de tração, podia substituir com vantagens, os cabos de aço, 
tornando-se ao mesmo tempo estrutura portante e cobertura propriamente dita. Essa 
nova tecnologia é denominada Tensoestrutura. 
 
Estas coberturas podem durar de 15 a 25 anos (dependendo do material) e são antifungicida, 
antichamas e resistentes aos raios UV. 
 
 
 
 
7.2.3- As coberturas de chapas e policarbonatos 
 
As coberturas de chapas podem ser de diversos materiais e formas, tais como: 
compensados de madeira tratada, metálicas, zinco, fibro-cimento e até vidro. 
 
Já os policarbonatos são coberturas translúcidas usadas para sombrear áreas externas, 
entradas, etc. São flexíveis e se adaptam facilmente a forma desejada. 
 
 
 
 
 
7.2.4- As coberturas de telhas 
 
Chamamos de telhados, coberturas cobertas por telhas. 
 
As telhas podem ser de barro, de fibrocimento, de alumínio, de ferro, de zinco, aço 
(galvanizadas ou pintadas), de madeira, de pedra e até de plástico. 
 
Existe hoje no mercado uma infinidade de tipo e acabamento de telhas. Assim temos: as 
telhas Francesas, Paulista, Colonial, Plan, Romana, Americana, Germânica, Tégula, etc. 
Algumas são de barro, outras de concreto, apenas queimadas, esmaltadas, pintadas, de 
diversas cores e tamanhos. Cada uma exige uma inclinação mínima e um espaçamento 
específico entre ripas na sua fixação. 
 
Apresentamos a seguir os principais tipos de telhas: 
 
 
 
Outro tipo de telha bastante comum são as telhas de fibrocimento. Estas telhas também 
possuem uma grande variação de formatos e comprimentos e são adequadas aos 
diversos tipos de construção. 
 
Em função das dimensões avantajadas, sua estrutura de apoio é extremamente simples 
e a inclinação exigida é muito menor que as exigidas nas telhas cerâmicas. 
 
As onduladas apresentam a vantagem de possuir telhas translucidas com o mesmo 
formato e comprimento, que podem ser encaixadas na composição do telhado. 
 
Muitas vezes estas telhas ficam escondidas atrás das platibandas em construções que 
não usam o telhado como elemento de composição estética. 
 
Os modelos, como as “Kalhetas e Kalhetões” são chamadas de telhasestruturais, pois 
possuem a vantagem de ter um grande comprimento e necessitar de apenas de dois 
apoios. 
 
 
 
 
7.3 Tipos de Estruturas de Coberturas 
 
As principais estruturas para as coberturas de telhados são: 
- As estruturas metálicas 
- As estruturas de madeira 
 
7.3.1 Estruturas Metálicas 
 
As estruturas metálicas são bastante usadas em coberturas de galpões, ginásios, 
escolas e construções de todos os tipos e com características próprias. Elas são pouco 
usadas em residências. 
 
Podem ser formadas por tesouras simples, vigas treliçadas planas ou curvas ou treliça 
espacial, sendo que cada uma possui suas características próprias e são adequadas a 
um tipo de situação. 
 
As tesouras simples são de montagem fácil e rápida. 
 
As vigas treliçadas possibilitam coberturas com vãos avantajados e permitem 
construções com formas elaboradas e arrojadas. 
 
A treliça espacial tem como principal característica a possibilidade de vencer grandes 
vãos com poucos apoios, por isto, é bastante usada em galpões de exposições, 
hangares, aeroportos, rodoviárias, etc. 
 
 
 
 
 
As telhas que cobrem as coberturas metálicas são geralmente metálicas, de alumínio ou 
zinco, onduladas ou trapezoidais, simples ou sanduiche (com proteção térmica e 
acústica) que se moldam facilmente as inclinações ou curvaturas e possuem uma 
grande área de recobrimento por telha. 
 
 
7.3.2 Estruturas de Madeira 
 
As estruturas de madeira são bastante usadas em todos os tipos de construção, 
principalmente nas construções residenciais. 
 
Elas são formadas por uma estrutura interligada entre si, que formam uma trama e tem 
a função de suportar o telhado. 
 
Esta estrutura é composta por duas armações, sendo, uma principal e outra secundária. 
 
- A Estrutura Principal pode ser formada pelo pontalete ou pela tesoura (mais usual). 
- A Estrutura Secundária é formada pelas terças, caibros e ripas. 
 
O Pontalete é uma estrutura principal 
mais simples, formada por pequenos 
pilaretes de madeira (as vezes de 
alvenaria) que se apoiam na laje e 
sustentam as peças maiores como 
pernas ou terças. Eles substituem a 
tesoura tradicional, mas só podem ser 
usados em locais cobertos por laje. 
 
 
 
 
 
A tesoura é a estrutura principal mais 
usada nos telhados, pois, além de dar 
maior rigidez à trama, ela permite a 
colocação do telhado em locais que não 
possuem laje. 
 
 
 
O desenho abaixo representa uma tesoura tradicional e mostra as peças e as 
dimensões mínimas de cada uma delas. 
 
A estrutura principal que é a tesoura é formada pela linha, pernas e pendural e todas 
são de 15x8. A mão francesa ou escora faz parte da tesoura, mas como é apenas um 
travamento é formada por peças de 8x8. 
 
A estrutura secundária é formada por: terças (12x8), caibros (8x4) e ripas (4x2). 
 
 
O espaçamento entre as peças de um telhado geralmente são: 
 
 - Entre tesouras – 2,80 a 3,00 m 
 - Entre terças – 2,20 a 2,50 m 
 - Entre caibros – 0,50 m no eixo 
 - Entre ripas – de acordo com as telhas 
As Coberturas são sustentadas pelas estruturas e possui vários termos técnicos, sendo 
alguns conhecidos outros não, conforme as seguir: 
 
- As águas – planos inclinados de telhado; 
- A cumeeira – nome dado à peça que divide duas águas com direções opostas e 
também a terça mais alta do telhado; 
- O espigão – peça que divide duas águas com direção perpendicular; 
- O rincão ou calha – peça que une duas águas com direção perpendicular; 
- A tacaniça – água de formato triangular formada por dois espigões; 
- A empena ou oitão – alvenaria de forma triangular que termina em duas águas 
opostas. 
- O beiral – é o balanço que a cobertura faz no sentido da água ou da empena 
com a função de proteger a parede de respingo de chuva; 
 
 
Existem ainda outros termos técnicos usados, mas pouco comuns: 
 
 
A testeira - é uma madeira que se coloca 
na frente dos caibros como acabamento 
do telhado. É uma solução pouco usada 
na nossa região, mas bastante comuns 
em outras; 
 
 
 
 
 
O galbo – caibros paralelos que são 
colocados no beiral ou no final de uma 
água para mudar a inclinação do 
telhado. Muito usado em prédios de 
escolas estaduais de Minas Gerais; 
 
 
 
 
 
A água furtada – artifício usado onde se 
cria uma abertura triangular com o intuito 
de iluminar e/ou ventilar ambientes 
abaixo de uma grande água de telhado 
ou com pé direito duplo. 
 
 
A representação interna de um telhado é feita por cortes transversais, longitudinais e 
pelo engradamento, onde podemos ver todas as peças que compõe a cobertura. 
Os encaixes das peças na tesoura também são muito importantes, pois eles dão rigidez 
à estrutura. 
Iniciamos sempre o desenho de um telhado pelo corte transversal, que define a altura 
da tesoura e consequentemente do telhado. 
 
 
7.3.3 - DESENHO DA TESOURA DO TELHADO 
Para desenharmos um corte transversal devemos seguir a seguinte sequencia: 
 
1- A partir da dimensão (largura) do corte da construção, já definida pelo projeto, com a 
definição da laje, vigas e paredes, iniciamos o desenho. 
2- O próximo passo é fazermos duas paredes nas extremidades da construção, que 
podem ser de 15 cm de espessura, a fim de esconder as linhas da tesoura. 
Observar que a altura destas paredes só será definida posteriormente, ao encostar-se à 
telha. 
 
3 – Em seguida desenhamos a linha da tesoura que fica apoiada na laje (a linha mede 
15 cm de altura) e definimos o eixo de simetria do telhado, pois como temos duas águas 
opostas, um lado será igual ao outro. 
 
 
4- Marcamos 10 centímetros na linha a partir da parede (para fazer o encaixe da perna 
com a linha) e medimos esta distancia ao eixo. Depois multiplicamos esta distancia pela 
inclinação do telhado para definirmos a altura do pendural. 
 
5- A linha que liga o ponto (a 10cm) da linha ao encontro da altura Y (do pendural) no 
eixo é a inclinação do telhado. Ela é a linha mais importante do desenho e todas as 
outras linhas a partir de agora que irão definir a perna da tesoura, as terças, os caibros, 
espaço para as ripas e a telha serão paralelas a esta linha. 
 
6- Definimos o pendural (altura Y e 7,5 cm para cada lado do eixo). A partir da “linha 
mestra” (em vermelho) marcamos as medidas de espessura da perna (15 cm para a 
direita) e 12 das terças, 8 cm dos caibros, 2cm das ripas e 10 cm para as telhas (todas 
para o lado esquerda da linha vermelha). Observar que estas dimensões deverão ser 
medidas "perpendiculares” a linha vermelha. 
 
7- Traçamos as linhas e rebatemos o desenho a partir do eixo. Observar que os caibros 
e telhas devem passar para fora das paredes para formar o beiral (60 cm). 
 
 
 
 
8- Em seguida, fazemos os encaixes das peças principais (conforme detalhes a seguir) 
e colocamos as mãos francesas da tesoura que pode ser feita com o esquadro de 
60°com o pendural e fica 10 com acima da linha. 
 
 
 
 
9- Por fim, desenhamos a cumeeira e as outras terças (hachuradas, pois são cortadas) 
e cotamos apenas o beiral e a altura do pendural. 
 
 
 
 
Observar a representação dos encaixes a seguir para aplicar no acabamento do 
desenho: 
 
 
 
 
Devemos observar também o acabamento telha/caibro. O caibro sempre acaba antes da 
telha para evitar que a água molhe e apodreça a ponta da madeira. 
 
 
Para desenharmos o corte longitudinal seguimos uma sequencia parecida ao do corte 
transversal, mas mais simples pois já temos as alturas das peças e praticamente não 
vemos nenhum encaixe nesta posição de corte: 
 
1- Iniciamos com a laje (no sentido do comprimento), vigas e paredes laterais abaixo da 
viga e as paredes acima da laje (empenas). A altura destas paredes será definida 
posteriormente ao encostar-se às telhas.2- O próximo passo é dividir o vão em partes iguais onde são colocadas as tesouras. 
Nesta posição veremos os pendurais com o lado de 8 cm de espessura. Observar que 
este vão entre as tesouras não deve ser maior do que 280 m. 
 
 
 
 
3- Desenhamos os pendurais com a altura Y definida no corte transversal acima da linha 
da tesoura que nesta posição é hachurada pois é cortada. 
 
 
 
 
4- O próximo passo é puxar as altura das terças do corte transversal e levarmos para o 
corte longitudinal. 
 
 
 
Ou seja: 
 
 
 
5- As terças passam por de trás do pendural e são limitadas pelos beirais 
 
 
 
 
6- A seguir desenhamos os caibros (50 em 50 cm no eixo) que passam por de trás das 
terças e as telhas (para efeito de desenho fazemos duas linhas paralelas). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7- Por fim, colocamos na prumada do pendural a seção da perna da tesoura logo abaixo 
da cumeeira e cotamos apenas altura do pendural e beirais. 
 
 
 
 
Não se esquecer de observar este detalhe. A cumeeira passa alguns centímetros abaixo 
do pendural que é aquele encaixe da peça que aparece no corte transversal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Engradamento ou Trama (vista superior) de um telhado (neste caso de três águas) 
seria assim:

Outros materiais