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APOSTILA DE DESENHO BÁSICO 2 FIEP - FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DA PARAÍBA Presidente: Francisco de Assis Benevides Gadelha SENAI - DEPARTAMENTO REGIONAL DA PARAÍBA Diretora Regional: Maria Gricélia Pinheiro de Melo Diretor Administrativo Financeiro: José Aragão da Silva Diretora de Operações: Maria Berenice de Figueiredo Lopes Diretora de Planejamento e Marketing: Patrícia Gonçalves de Oliveira 3 Federação das Indústrias do Estado da Paraíba Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Regional da Paraíba APOSTILA DE DESENHO BÁSICO Campina Grande 2008 FIEP SESI SENAI IEL 4 É autorizada reprodução total ou parcial deste material, por qualquer meio ou sistema desde que a fonte seja citada. Este material didático foi adequado pela equipe do SENAI - Departamento Regional da Paraíba, tendo como referencial o Banco de Recursos Didáticos do SENAI/DN, sendo utilizado como fonte principal os materiais em referência. Informamos que não será permitida qualquer alteração neste material, sem que haja autorização da UNIEP. SENAI. PB. : qualificação/SENAI Departamento Regional da Paraíba. – Campina Grande, 2008. 1. CDD SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Regional da Paraíba Avenida: Manoel Guimarães – 195 – José Pinheiro CEP: 58100-440 – Campina Grande – PB Fone: (83) 2101.5300 Fax: (83) 2101.5394 E-mail: senaipb@fiepb.org.br Home page: http://www.fiepb.org.br 5 SUMÁRIO 1. O DESENHO E O DESENHISTA 9 1.1 O Desenho 9 1.2 O Desenhista 10 1.2.1 Qualidades indispensáveis a um Desenhista 11 2. ARQUITETURA 11 2.1 Conceitos 11 2.2 Fases do Projeto 12 2.2.1 1ª Fase: Estudo Preliminar 12 2.2.2 2ª Fase: Anteprojeto 12 2.2.3 3ª Fase: Projeto 12 3. DESENHO DE ARQUITETURA 13 3.1 Qualidades de um desenho 13 3.2 Níveis de Expressão 13 3.3 Objetivos do estudo de desenho 14 3.4 Alguns materiais de desenho 15 3.5 Uso dos materiais de desenho 15 3.5.1 Lápis 15 3.5.2 Borracha 15 3.5.3 Régua “T” ou Paralela 15 3.5.4 Papel 16 3.6 Tamanhos e Formatos de Papéis 16 3.6.1 Legendas 16 4. OS PRIMEIROS TRAÇOS 17 4.1 Traçado de Retas 17 4.2 Linhas 17 5. COTAS E INDICAÇÕES 19 5.1 Linhas de cotas 19 5.1.1 Cotagem de Desenhos 19 6. LETRAS E ALGARISMOS 20 6.1 Letras e Números Verticais 20 7. ESCALA 21 8. PROJEÇÕES 21 8.1 Projeção Ortogonal 21 8.2 Cubo de Referência 22 8.3 Critérios para escolha da vista frontal 22 9. FIGURAS GEOMÉTRICAS E SUAS ÁREAS 23 9.1 Triângulo 23 9.2 Quadrado 23 9.3 Retângulo 23 9.4 Losango 23 9.5 Circunferência 23 9.6 Trapézio 24 10. SÍMBOLOS GRÁFICOS 24 10.1 Portas 24 6 10.1.1 Representação das Portas no desenho 24 10.1.2 Convenções de Portas 25 10.2 Janelas 25 10.3 Peças Sanitárias 26 10.4 Móveis 27 10.5 Cozinha 27 10.6 Área de Serviço 28 10.7 Automóveis 29 10.8 Esquadrias 29 11. DETALHES CONSTRUTIVOS 30 11.1 Fundação 30 11.1.1 Alguns Tipos de Fundação 30 12. ALVENARIA 31 12.1 Tipos de Alvenaria 31 12.1.1 De pedra 31 12.1.2 De tijolo 31 12.1.3 De gesso 31 12.1.4 Painéis de Madeira 32 13. TIPOS DE TIJOLO 32 13.1 Paredes de Tijolo 32 14. ETAPAS DO DESENHO 33 14.1 Planta Baixa 33 14.1.1 Fases de uma Planta Baixa 34 14.2 Cobertas 37 14.2.1 Cobertura 37 14.2.2 Tipos de Telhas e Caimentos 37 14.3 Estruturas de Tesouras 39 14.3.1 Tipos de Tesouras 39 14.3.2 Composição de um Telhado 40 14.4 Cortes 41 14.4.1 Corte Transversal 41 14.4.2 Corte Longitudinal 41 14.4.3 Cálculo da Cumeeira e do Pé Direito Desconhecido 45 14.5 Fachadas 46 14.6 Planta de Locação ou Situação e Planta de Coberta 47 14.7 Planta de Localização 48 15. PERSPECTIVAS 49 15.1 Perspectiva Cavaleira 49 15.2 Perspectiva Isométrica 49 16. ESCADAS 51 16.1 Definições 51 16.2 Cálculos de Escadas 52 16.3 Largura da Escada 52 7 16.4 Vistas de Escadas 53 16.4.1 Planta Baixa 53 16.4.2 Corte 53 16.5 Traçado de Escadas 54 17. NORMAS DA ABNT LIGADAS A DESENHO BÁSICO 55 18. REFERÊNCIAS 56 8 APRESENTAÇÃO Caro aluno: Neste momento você está iniciando seus estudos na área de construção civil, no curso de Assistente de Gerenciamento de Obras do SENAI – Departamento Regional da Paraíba. Este módulo contém informações necessárias sobre a disciplina Desenho Básico e tem o objetivo de fazer você conhecer os princípios e normas técnicas que comandam o profissional da construção civil, como também, conhecer os componentes, os instrumentos, as ferramentas e as máquinas utilizadas no dia-a- dia do profissional desta área. A presente série metódica é composta de tarefas, onde são apresentados conteúdos técnicos necessários para a compreensão de conceitos básicos em Desenho Básico, a fim de operacionalizar a realização da parte prática. Trata-se de um material de referência, preparado com todo o cuidado para ajudá-lo em sua caminhada profissional. Por isso, desejamos que ele seja, não apenas a porta de entrada no mundo do trabalho, mas, que também indique os vários caminhos que este mundo pode oferecer quando se tem curiosidade, criatividade e vontade de aprender. 9 111... O DESENHO E O DESENHISTA 1.1 O Desenho O homem pré-histórico marcou na rocha seres humanos, animais, plantas, elementos do seu mundo, expressando de uma forma intensa as suas vivências (fig. 1). As culturas da antiguidade como a Egípcia (fig. 2) e Grega, deixaram marcas da sua história registradas sob a forma de imagens desenhadas que nos oferecem meios para a compreensão do seu pensamento história e sabedoria. O desenho da idade média transporta-nos para o ambiente da época com as suas personagens ingênuas e espaços "impossíveis" por ausência da perspectiva (fig. 3). No renascimento o desenho ganha pujança e força com as suas perspectivas sublimes e a sensibilidade grandiosa dos mestres da época (fig.s 4, 5 e 6). Cada cultura possui saberes, códigos e valores próprios e, portanto condiciona os sistemas de comunicação. O desenho de cada período histórico é condicionado por Fig. 1- Pintura rupestre - Lascaux. 15.000 a 10.000 anos A.C. Fig. 2- Fragmento do livro dos mortos de Tebas - Egipto, C/ 1000 AC Fig. 3 - Detalhe de um desenho mural de Palau Calades - Barcelona. Idade Média Fig 4 -Paolo Ucello estudo para cálice- Renascimento Fig. 5 -J. V. de Vries "Perspective pas altera" ,1604-1605 Fig. 6 - Leonardo da Vinci - Estudo de perspectiva (detalhe) - Renascimento 10 aquilo que em determinado momento histórico é considerado verdadeiro e digno de importância. Veja-se, por exemplo, como varia a representação de um Cristo na arte Bizantina ou na da Idade Média, do Gótico ou da atualidade. Igualmente a representação da figura humana aparece com aspectos completamente diversos conforme as épocas históricas devido aos conhecimentos que se tinham ou não sobre a anatomia humana, ou os ideais de beleza do momento. Também de indivíduo para indivíduo, mesmo sendo contemporâneos, o caráter do desenho varia caracterizando a capacidade de representação, sensibilidade, personalidade e interesses de cada um. Mesmo desenhos do mesmo indivíduo, por vezes variam bastante de acordo com diversas condicionantes, como a experiência, vivências, estados de espírito, etc. Quase sempre um registro desenhado parte de uma experiência de observação da realidade. Refletindo sobre o que vê, o homem registra o que compreende da realidade e o que julga ser digno de interesse.Do ponto de vista do observador procura-se fazer a decodificação do que se vê representado, a partir do que se conhece do mundo, fazendo associações automáticas entre o que conhecemos da realidade e o que vemos representado. O receptor, aquele que analisa um desenho, também só perceberá nele o que conseguir ou quiser entender. A cultura que cada um de nós possui, vai tornar-nos mais ou menos capazes de extrair "leituras" de uma imagem ou desenho. O tipo de sensibilidade, a disponibilidade e curiosidade para apreciar a imagem também conduzem a uma apreensão mais rica ou mais pobre. Todo desenho, enfim, traduz uma Idéia. Cada tipo de desenho tem uma quantidade de Símbolos e obedecem a uma série de Normas, que regulamentam sua qualidade. O Desenho de Arquitetura, por exemplo, é a tradução gráfica de uma edificação qualquer. Sua técnica de expressão está fundamentalmente baseada na Norma Brasileira 8 (NB-8) da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e regulamentada pelas posturas municipais. 1.2 O Desenhista É o indivíduo que traduz e sintetiza graficamente a idéia sobre o papel. Ele tem uma função muito importante junto ao pessoal técnico (arquitetos, engenheiros, construtores, mestres-de- obras, etc.); é, portanto, o responsável pela expressão gráfica da obra. Como em toda atividade humana, a capacidade técnica de expressão do desenhista cresce em função da sua prática e dedicação profissional. 11 1.2.1 Qualidades indispensáveis a um Desenhista Qualidades Pessoais Ter ética profissional para o cumprimento de suas obrigações; Ter bom relacionamento com os colegas de trabalho; Ser dedicado ao trabalho que executa; Ter interesse para adquirir novos conhecimentos sobre o trabalho que executa. Qualidades Profissionais Conhecer a teoria básica do Desenho de Arquitetura; Conhecer as técnicas de expressão gráfica do Desenho de Arquitetura; Saber consultar o código de obras local; Ter clareza na expressão gráfica; Saber o que está desenhando; Ser organizado e saber usar método adequado ao trabalho; Usar e conservar adequadamente o material técnico. 2. ARQUITETURA Arquitetura fundamenta-se em quatro importantes noções: Espaço; Formas; Função; Uso. Poderíamos, pois, dizer que a Arquitetura é a definição e apropriação formal de um espaço, por meio de uma forma volumétrica, voltado para uma determinada função e proporcionando um ou diferentes tipos de uso. 2.1 Conceitos Projeto Arquitetônico É um conjunto de passos normativos, voltados para o planejamento formal de uma edificação qualquer, obedecendo a um programa dado. Programa É um conjunto de requisitos e exigências que vão permitir ao arquiteto ter um ponto de partida para iniciar o seu projeto. Desenho É uma representação gráfica orientada pelas normas técnicas. Obra Produto final, advindo de um projeto e regulamentado por um código de obras. 12 2.2 Fases do Projeto 2.2.1 1ª Fase: ESTUDO PRELIMINAR É a ligação de idéias básicas que, sob certos princípios e critérios técnicos específicos, vão gerar um projeto qualquer, que venha responder a um programa exigencial de funções. Compreende duas etapas: a) PARTIDO ARQUITETÔNICO É adotado pelas condições do terreno e imposição de programa estabelecido pelo cliente; b) DESENHO OU EXPRESSÃO GRÁFICO DO ESTUDO Geralmente é feito um desenho na escala 1;100, em papel sulfite, que constituirá o anteprojeto, sendo feitas nesta fase as consultas de código civil de obras e região administrativa para complementação de dados. 2.2.2 2ª Fase: ANTEPROJETO É a definição formal e total de uma obra, nos seus aspectos de espaço, função, forma e uso, podendo ser modificado. 2.2.3 3ª Fase: PROJETO É a representação gráfica formal da referida obra, orientada por imposição legal. NOTA: Em qualquer uma dessas fases, o desenho esboçado aparece como recurso gráfico para a expressão imediata de uma idéia. Da mesma forma, a perspectiva, rápida configuração fotográfica da obra e maneira fácil de ser entendida por qualquer leigo em arquitetura. Representação gráfica do site: www.portuguesbrasileiro.istockphoto.com Perspectiva extraída do site: www.arcoweb.com.br http://www.portuguesbrasileiro.istockphoto.com/ 13 3. DESENHO DE ARQUITETURA É a representação geométrica das diferentes projeções, vistas ou elevações, e seções de uma edificação ou parte dela, que mediante critérios técnicos (convenções) uniformizam e facilitam a leitura do desenho e a execução da obra. O conjunto de projeções se resolve em: Plantas, elevações, fachadas, seções ou cortes e detalhes. 3.1 Qualidades de um desenho Precisão na tradução das idéias; Clareza de expressão do projeto; Simplicidade de expressão; Síntese gráfica. 3.2 Níveis de Expressão Um projeto de arquitetura contém, geralmente, a quantidade de plantas exigidas pelas posturas municipais locais. No entanto, a obra pode ter alguns desenhos (detalhes) que vão direto para o canteiro de obras, sem precisar passa pela prefeitura. Quando vamos executar uma determinada tarefa prática em nossa escola ou na obra, necessitamos receber todas as informações e dados sobre a mesma. Essas informações poderiam ser apresentadas de várias formas, tais como: 1. Descrição verbal da tarefa; 2. Fotografia da tarefa; 3. Modelo da tarefa; 4. Desenho técnico da tarefa. Se analisarmos cada uma dessas formas, veremos que nem todas proporcionam as informações indispensáveis para a execução tarefa; vejamos: 1. Uma descrição verbal não é o bastante para transmitir as idéias de forma e dimensões de uma peça, mesmo que ela não seja muito complicada. 2. A fotografia transmite relativamente bem a idéia da parte exterior, mas não mostra seus detalhes internos, nem suas dimensões. Logo, a fotografia também não resolve o nosso problema. 14 3. O modelo resolve, até certo ponto, alguns problemas. Nem todos, porém. Por exemplo, se tivéssemos que transportar uma casa, para reproduzi-la pelo modelo... Além disso, a casa pode estar sendo “projetada”, não existindo ainda um modelo da mesma. 4. O desenho técnico pode transmitir, com clareza, precisão e de maneira simples, todas as idéias de forma e dimensões de uma tarefa. Além disso, há uma série de outras informações necessárias que somente o desenho pode dar, tais como: o material de que é feita, os acabamentos de sua superfície, as tolerâncias de suas medidas, etc. Portanto, o conhecimento de Desenho (Técnico) é indispensável a todos aqueles que necessitam executar tarefas na área da Construção Civil, como também, em quaisquer outras áreas (ajustagem, tornearia, marcenaria, eletricidade, etc.). O Desenho de Arquitetura é usado pelos técnicos, engenheiros, arquitetos, projetistas, mestres-de-obras e operários qualificados, como uma linguagem técnica universal, pela qual se expressam e registram idéias e dados para a construção de um modo geral. Para que o uso do desenho de arquitetura se torne preciso, utilizam-se instrumentos, chamando-se de “Desenho com Instrumentos”. Quando feito à mão, sem a utilização destes instrumentos, chama-se “Desenho à mão livre” ou “Esboço”, ou ainda “Croqui”. 3.3 Objetivos do estudo de desenho Ler e interpretar, com segurança, desenhos técnicos, de acordo com as normas da ABNT; Executar traçados à mão livre e com instrumentos básicos, como forma de expressão de sua linguagem técnica. 15 3.4 Alguns materiais de desenho O material necessário para se desenhar não é composto de grande número de objetos; é simples, fácil de obter, e não custa caro. São alguns deles Lápis ou Lapiseira (grafite/mina); Papel; Fita durex; Borracha; Esquadros de 45 e 60º; Escalímetro; Compasso; Apontador de lápis ou estilete; Transferidor; Curva francesa; Régua “T” ou paralela; Prancheta. Obs.: Existem ainda os materiais utilizados para os desenhos em papel vegetal, que utilizam tinta nanquim, os quais não veremos neste módulo. 3.5 Uso dos materiais de desenho 3.5.1 Lápis Existem alguns tipos de lápis que são utilizados de acordo com a necessidade do desenhista. Os lápis ou as minas são classificados por números ou letras. Por exemplo: O lápis nº 01 e a mina 2B, são moles (macios), são próprios para os acabamentos dos desenhos; O lápis nº 02 e a mina HB, são médio, utilizados para a maioria dos traçados; O lápis nº 03 e a mina H, são duros. 3.5.2 Borracha A borracha ideal para apagar os traços no papel é a borracha mole, pois a mesma não rasura a superfície do papel e mantém uma boa apresentação do desenho. 3.5.3 Régua “T” ou Paralela Régua T é um instrumento próprio para desenho técnico. Assim como a régua paralela é uma régua utilizada para apoiar o esquadro ou para traçar linhas paralelas quando apoiada na mesa de desenhos, possui em média 80 cm e normalmente é de madeira com detalhes em acrílico. Há ainda uma variação de tamanho, que vai de 60 a 150cm e pode ser fixa ou móvel. Quanto mais duros, maior é o número que acompanha o H; quanto mais macios, maior é o número que acompanha o B. 16 3.5.4 Papel O papel é o material que desempenha no desenho uma grande importância. Sua qualidade e dimensão dependem da natureza e objetivo do desenho. Papel Manteiga Tipo de papel com certa transparência, vendido em folhas de 01 metro ou em rolos com 50 metros, é utilizado para fazer o anti-projeto (esboço ou rascunho). Papel Sulfite Utilizado em desenho técnico, tem uma vasta variedade de gramaturas, que vai desde o “papel ofício” (90g) até a “cartolina” (180g). Papel Vegetal Papel transparente, bastante utilizado pelo desenhista arquitetônico, devido à qualidade final do desenho, como também pela qualidade da reprodução de projetos que oferece através de cópias heliográficas. Sobre ele pode ser utilizado lápis grafite, porém, é mais utilizada tinta nanquim. 3.6 Tamanhos e Formatos de Papéis As folhas podem ser utilizadas tanto na posição vertical como na posição horizontal, conforme mostra o desenho ao lado: A tabela abaixo apresenta alguns formatos e dimensões dos papéis utilizados em desenho técnico, como também suas legendas, que estão expressas em milímetros. FORMATO DIMENSÕES MARGEM COMPRIMENTO DA LEGENDA ESPESSURA LINHAS DA MARGENS ESQUERDA OUTRAS A0 841 x 1189 25 10 175 1,4 A1 594 x 841 25 10 175 1,0 A2 420 x 594 25 7 178 0,7 A3 297 x 420 25 7 178 0,5 A4 210 x 297 25 7 178 0,5 Havendo necessidade de utilizar formatos fora dos padrões mostrados na tabela acima, é recomendada a utilização de folhas com dimensões de comprimentos ou larguras correspondentes a múltiplos ou a submúltiplos dos citados padrões (ver NBR 10068). 3.6.1Legendas De acordo com a ABNT, todos os projetos devem conter legendas. Folha Vertical Folha Horizontal Legenda Legenda 17 A legenda deve conter todos os dados para identificação do desenho (número, origem, título, executor etc.) e ainda as seguintes situações: 1) Ficar no canto inferior do desenho e indicar todas as indicações que sejam necessárias à sua compreensão; 2) As letras e os números das legendas (bem como em qualquer outra parte do projeto) poderão ser verticais ou inclinadas, devendo neste último caso, o ângulo de inclinação com a linha de base variar de 60º a 75º; 3) A legenda deverá conter obrigatoriamente os seguintes elementos: Nome da repartição, firma ou empresa; Título do desenho; Escala; Número do desenho; Data e assinatura dos responsáveis pela execução, verificação e aprovação. Outras indicações poderão ser incluídas na legenda quando necessárias. A legenda terá a disposição que mais convier, mas o seu comprimento, sempre que possível, não deverá ultrapassar 165 mm. 4) Lista de peças e outras indicações suplementares deverão ser escritas de preferência acima da legenda, podendo também ser colocadas ao lado, ou mesmo em folhas separadas, quando for conveniente. Detalhe da LEGENDA 4. OS PRIMEIROS TRAÇOS 4.1 Traçado de Retas Para o traçado de retas verticais, o desenhista fará uso do esquadro bem como da régua “T”. Para o traçado de retas horizontais, o aluno desenhista fará uso da régua “T”. 4.2 Linhas As linhas são a base do desenho. Combinando-se linhas de diferes tipos e espessuras, é possível descrever-se graficamente qualquer peça, com riqueza de detalhes. Formato A1 18 ESPESSURA EMPREGO EXEMPLO Contínua grossa Arestas e contornos de superfícies de elementos seccionados e visíveis. Contínua média Arestas e contornos de cujas superfícies visíveis não foram seccionadas e se encontram destacadas das linhas mais próximas do observador. Contínua fina Linhas de chamada ou extensão, linhas de cota, hachurias, para representarem pisos e azulejos e linhas de construção do desenho. Tracejada média Arestas e contornos não visíveis Traço ponto grossa Linhas de corte CORTE AA A A Traço ponto fina Linhas de centro e eixos de simetria Traço ponto média Linhas de corte em desvio, ou mesmo linha de corte A B A B 19 Zigue-zague fina Rupturas longas. Obs.: Quando usar tal tipo de linha para rupturas curtas, deverá esta ser com linha média Sinuosa média Rupturas curtas A espessura das linhas dependem do tamanho do desenho, sendo a média, metade da grossa e a fina metade de média 5. COTAS E INDICAÇÕES 5.1 Linhas de cotas 5.1.1 Cotagem de Desenhos Para a realização de obras, não basta apenas seu simples desenho. Há necessidade de mostrar também as dimensões e informações complementares que possibilitem a sua execução. Linha fina, escura, traçada paralelamente a direção do comprimento a ser cotado, limitada por traços (no caso de desenho de arquitetura), indicando os limites da cota. A linha de cota deve ser traçada a uma distância de aproximadamente 7 mm de outras linhas de cota ou do contorno do desenho. À colocação das dimensões de um objeto no desenho chamamos de cotagem. É uma forma padronizada de indicar as medidas do objeto, levando-se em conta sua construção. Cotar um objeto é representar suas dimensões no desenho através de uma grandeza numérica, símbolos e notas. As regras de cotagem devem seguir as orientações e princípios padronizados pela ABNT, conforme NBR 10126 e ao critério de ‘”máxima clareza”, de modo a admitir uma única interpretação das informações do desenho. Cota É o valor numérico que representa a dimensão real do que é desenhado, escrito acima e no centro da linha de cota. A unidade da medida, quando idêntica a todas as demais medidas da peça não deve ser escrita ao lado da cota. 20 As seções circulares, como de tubulações, são indicadas com o respectivo diâmetro, e a seguir o símbolo Ø. As linhas de chamada devem ser perpendiculares à linha cujo comprimento se quer indicar. Os vão de portas e janelas podem ser cotados como segue abaixo: 0 ,8 0 2 ,1 0 1 ,0 0 0 ,9 0 0 ,9 0 1 ,2 0 1,00 x 0,90 1,20 0 ,8 0 x 2 ,1 0 LARGURA ALTURA PEITORIL LARGURA ALTURA Portas Janelas 6. LETRAS E ALGARISMOS As letras em qualquer parte do desenho, serão com normógrafo (figura 7), ou à mão livre. O normógrafo é uma régua auxiliar para desenho. O tipo mais comum é o normógrafo para desenho de caracteres. Pode ser uma régua vazada com a qual se desenham as letras e números ou então uma régua com sulcos no formato dos caracteres, que sãotransferidos para o papel através de um instrumento denominado de aranha para normógrafo (figura 8). Quando as letras ou algarismos forem à mão livre, deverão ser verticais ou inclinadas, sendo a inclinação válida para 60º e 75º. 6.1 Letras e Números Verticais ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ abcdefghijklmnopqrstuvwxyz 0123456789 Figura 8 Figura 7 21 7. ESCALA É a relação proporcional entre a realidade e o desenho. A necessidade do emprego de uma escala no desenho surgiu da impossibilidade de representarmos um desenho muito grande ou pequeno em uma folha de papel. Utiliza-se a escala de redução quando a realidade for muito grande. Quando a realidade for pequena, utiliza-se a de ampliação. Quando o desenho for de tamanho igual à realidade, utilizamos a escala natural. No desenho de arquitetura, praticamente todos os desenhos são feitos em escala de redução. As escalas mais usadas em um projeto arquitetônico são: 1:20 (lê-se: um para vinte), 1:50, 1:100, 1:200 e 1:1000. 8. PROJEÇÕES 8.1 Projeção Ortogonal A projeção ortogonal de um objeto em plano de projeção é chamada de vista ortográfica. Podemos representar múltiplas vistas de direções diferentes de forma sistemática da forma de objetos 3D. A projeção ortogonal é uma representação bidimensional de um objeto tridimensional, na engenharia no processo de fabricação é necessária uma descrição completa e clara da forma e do tamanho de um objeto projetado para ser concebido. Cada vista fornece determinadas informações, a vista frontal mostra a verdadeira grandeza e forma de superfícies que são paralelas à frente do objeto. As seis vistas principais, mostrada na figura 9: - Vista frontal (VF); - Vista superior (VS); - Vista lateral esquerda (VLE); - Vista lateral direita (VLD); - Vista posterior (VP); - Vista inferior (VI). Figura 9 22 As três dimensões principais de um objeto, mostrada na figura 10: Largura (L); Altura (H); Profundidade (P). 8.2 Cubo de Referência A forma de entender o Lay-out das vistas na folha de papel é o cubo de referência. Se os planos de projeção fossem colocados paralelos a cada face principal do objeto, eles formariam um cubo, como mostrado na figura 11. Dentro do cubo, o objeto é projetado em cada uma das seis faces, no lado oposto do objeto, formando as seis vistas principais. Seis vistas de um automóvel são mostradas na figura 12. A vista escolhida para a vista frontal é, neste caso, a lateral, não a frente do automóvel. 8.3 Critérios para escolha da vista frontal Maior número de detalhes voltados para o observador; Posição de uso, fabricação ou montagem; Maior área (desde que satisfaça o primeiro item); Vista que proporcione uma VLE mais detalhada e com menor número de linhas invisíveis. Figura 10 Figura 11 Figura 12 23 9. FIGURAS GEOMÉTRICAS E SUAS ÁREAS 9.1 Triângulo É a figura geométrica que ocupa o espaço interno limitado por três linhas retas que concorrem, duas a duas, em três pontos diferentes formando três lados e três ângulos internos que somam 180°. Cálculo da área: a x b / 2 Cálculo do perímetro: a + b + h 9.2 Quadrado É um quadrilátero (polígono de 4 lados) regular. Cálculo da área: L x L Cálculo do perímetro: L + L + L + L 9.3 Retângulo Um retângulo (português brasileiro) ou rectângulo (português europeu) é um paralelogramo cujos lados formam ângulos retos entre si e que, por isso, possui dois pares de lados de mesma medida. Cálculo da área: B x A Cálculo do perímetro: 2 x (B x A) 9.4 Losango É um quadrilátero eqüilátero, ou seja, é um polígono formado por quatro lados de igual comprimento. Um quadrado é um caso particular de losango e todo losango é também um paralelogramo. Cálculo da área: (L1 x L2) / 2 Cálculo do perímetro: L + L + L + L 9.5 Circunferência É o lugar geométrico de todos os pontos de um plano que estão a uma certa distância, chamada raio, de um certo ponto, chamado centro. Um conceito correlato e próximo, porém distinto, é o de círculo. A circunferência é o contorno do círculo. Cálculo da área: π x R² Cálculo do perímetro: 2 x π x R a h b l l l l b a R l1 ll ll l2 24 9.6 Trapézio Na geometria, o trapézio é um quadrilátero com dois lados paralelos. Cálculo da área: B + b / 2 x h Cálculo do perímetro: a + B + X + b 10. SÍMBOLOS GRÁFICOS 10.1 Portas A porta interna faz a comunicação entre dois ambientes que têm os pisos no mesmo plano (exceto banheiros e cozinhas, quando dão acesso à área de serviço). As portas externas comunicam ambientes onde os dois pisos têm alturas (cotas) diferentes (o piso externo é mais baixo). 10.1.1 Representação das Portas no desenho Vista em planta Vista em corte Obs.: Nos banheiros a água alcança a parte inferior da porta ou passa para o ambiente vizinho; os dois inconvenientes são evitados quando há uma diferença de cota nos pisos de, pelo menos, 1 ou 2 cm. Por isso, estas portas são desenhadas como externas. b B a x 0 ,8 0 x 2 ,1 0 25 As portas são desenhadas abertas nas plantas, mas representam-se fechadas nos cortes e nas fachadas. 10.1.2 Convenções de Portas Portas para Largura (cm) Altura (cm) Banheiro 0,60 2,10 Quarto 0,70 2,10 Dispensa ou Depósito 0,70 2,10 Cozinha ou área de serviço (externa) 0,80 2,10 Sala (externa) 0,80 (ou mais) 2,10 10.2 Janelas Abertura destinada a iluminar e ventilar os ambientes internos, além de facilitar a visão do exterior. Pla no ho riz on tal Parede Janela Peitoril 1 ,0 0 0 ,9 0 0 ,9 0 1 ,2 01,00 x 0,90 1,20 ALTURA PEITORIL LARGURA Janelas Planta Planta Corte 26 10.3 Peças Sanitárias Lavatório Bacia Sanitária Bidê Box (chuveiro) 27 Banheira 10.4 Móveis Mesa Sofá Cama Guarda-roupas 10.5 Cozinha Balcão com Pia Box Banheira Planta Mesa 0,80 x 1,20m 0,90 x 1,50m Altura = 0,78m Cadeira 0,45 x 0,45m Altura = 0,50m Sofá 0,70 x 1,90m Poltrona 0,70 x 0,70m Casal 1,50 x 1,90m Solteiro 0,80 x 0,70m 0 ,5 0 0 ,5 0 Altura e largura variáveis 0 ,5 0 0 ,8 0 0 ,8 0 Variável Variável 0,50l Pia c/ 01 cuba Balcão com Pia Planta Vista Frontal Corte Lateral 28 Fogão Geladeira 10.6 Área de Serviço Tanque/lavanderia Máquina de Lavar Roupas 04 BOCAS 0,50m largura 0,60m profundidade 0,85m altura 06 BOCAS 0,75m largura 0,60m profundidade 0,85m altura BUJÃO Ø 0,40m 0,75m largura 0,65m profundidade 1,80m altura 0,60m l 0,60m p argura rofundidade 1,00m altura 1,00m l 0,50m p argura rofundidade 1,00m altura 29 10.7 Automóveis 10.8 Esquadrias As medidas das esquadrias (portas e janelas) podem variar de acordo com o projeto. Portas Janelas 1,55 4 ,1 0 4 ,5 0 5 ,7 5 6 ,5 0 a 1 0 ,0 0 Pequeno Médio Grande Caminhão (altura = 2,70M) 1,70 2,00 2,20 a 2,60 30 11. DETALHES CONSTRUTIVOS O desenhista não deve limitar-se à utilização das técnicas de desenho, dos instrumentos, dos símbolos, etc. Ele deve conhecer uma construção por dentro, aquilo que está por trás das tintas e dos revestimentos, o que existe por baixo dos pisos e por dentro das lajes, as canalizações e outros detalhes. 11.1 Fundação É a parte inferior da construção; é ela que transmite as cargas da construção ao terreno. O tipo da fundação depende do estudo do subsolo. Sondagemgeológica é a retirada de amostras das camadas do solo e sua análise física. 11.1.1 Alguns Tipos de Fundação Alicerces Rasa (de pouca profundidade) Em rachões (blocos de pedra); A fundação em rachões é ainda muito usada no meio rural. A indústria apresenta uma solução nova com as vantagens das cintas e dos rachões e sem seus inconvenientes (uso de madeira, falta de uniformidade das pedras, mão de obra demorada, etc.). Em sapata corrida de concreto armado. Recebem as cargas direto das paredes. A transferência de carga é feita linearmente. As sapatas corridas são sucedâneas dos alicerces, para paredes mais carregadas ou solos menos resistentes. (Fig. 31 Do ponto de vista estrutural, a sapata corrida é uma solução mais homogênea do que a pré-moldada. Profunda (feita por meio de estacas) De madeira; De concreto armada; Metálicas. 12. ALVENARIA É o sistema construtivo formado por materiais colocados regularmente e mantidos em posição de equilíbrio. 12.1 Tipos de Alvenaria 12.1.1 De pedra Com argamassa Sem argamassa ou pedra seca De pedra aparelhada 12.1.2 De tijolo De barro (argila) De cimento Com revestimento aparente 12.1.3 De gesso Bastante utilizada devido a sua praticidade em construí-la. Graficamente ela é representada com 10 cm de espessura. 32 12.1.4 Painéis de Madeira São usados para a separação de ambientes. São representadas graficamente com 5 cm de espessura e não têm a mesma resistência que as paredes de alvenaria. As divisórias em madeira oferecem algumas vantagens tais como: Possibilidade de desmontagem; Versatilidade (portas, janelas, guichês e visores); Acabamento variado; Facilidade de montagem. 13. TIPOS DE TIJOLO 13.1 Paredes de Tijolo A maioria das paredes de tijolos são feitas com tijolos de 8 furos, cujas medidas são: Altura = 10cm Largura = 20cm Comprimento = 20cm Tijolo cerâmico Tijolo maciço Tijolo de concreto Parede de ½ vez ou de ½ tijolo Parede de 1 vez ou de 1 tijolo ou dobrada Parede de 1 ½ vez ou de 1 ½ tijolo 33 14. ETAPAS DO DESENHO As técnicas de desenho e a seqüência no trabalho são elementos importantes para se obter eficiência e qualidade. Muitos desenham de qualquer jeito, em geral mal e devagar. O profissional sabe que para um trabalho ficar bem feito depende de bons instrumentos e de bom material, mas se não tiver uma correta aplicação, de nada vai adiantar. E essa aplicação depende exclusivamente do desenhista. Cabe-nos fazer um trabalho limpo e bem apresentado, pois, um serviço ruim pode ser aceito, por esse ou aquele motivo, mas o trabalho seguinte será entregue o outro profissional. O desenhista competente é bom e rápido, pois essas qualidades não são essenciais. 14.1 Planta Baixa A planta baixa é a representação gráfica de uma obra, representada pela vista interna, a um plano horizontal de 1,60m de altura. É onde se especifica quase todo tipo de informação possível do projeto, informações estas de construção e todo tipo de cota possível que mostre distâncias de largura e comprimento do ambiente. Tudo que estiver acima desta medida, será dada em projeção. 34 14.1.1 Fases de uma Planta Baixa 1ª Fase 1. Marcar o contorno externo do Projeto; 2. Desenhar a espessura das paredes externas; 3. Desenhar as principais divisões internas. Nesta fase, é usado lápis fino. 35 2ª Fase 4. Desenhar portas e janelas; 5. Desenhar os equipamentos: balcão, bacia, lavatório, etc.; 6. Apagar os excessos das linhas traçadas. 7. Desenhar a projeção da coberta. Nesta fase, é usado lápis fino. 36 3ª Fase 8. Desenhar as linhas pontilhadas (projeção da coberta – beiral); 9. Acentuar a espessura dos traços; 10. Colocar linhas de cota e cotar; 11. Escrever os nomes dos compartimentos; 12. Indicar as posições dos cortes, a entrada e o norte. Planta Baixa Esc.: 1:50 Quarto Sala Terraço Copa Cozinha WC 5.00 ENTRADA N 37 14.2 Cobertas 14.2.1 Cobertura Conjunto de madeiramentos e de telhas que serve de proteção a casa. Compõem a cobertura: Telhado (ou cobertura) – Cobertura de uma edificação. Normalmente constituído por telhas; Estrutura (ou armação) - Conjunto de elementos que sustenta telhados ou forros; Calha - Canal. Duto de alumínio, ferro galvanizado, cobre, PVC ou latão que recebe as águas das chuvas. 14.2.2 Tipos de Telhas e Caimentos Os principais tipos de telhas existentes no mercado são: Telha Francesa ou Marselha A telha francesa é muito comum em telhados com alta inclinação. Comumente utilizada no sul do país. Exige estrutura ou armação muito forte e cara, pois é feita em madeira de lei. Inclinação: 35% Consumo: 15 a 16 telhas/m² Telha Paulista ou Colonial Telha mais comum e bastante utilizada na região nordeste. É leve e tem preço acessível. Não exige tanto da armação, devido ao seu peso. Inclinação: 25% Consumo: 30 a 32 telhas/m² Telhas de Fibrocimento Resultado da combinação de cimento com fibra de amianto. Muito utilizado por facilidade no ajuste das peças e economia no madeiramento. Caso a opção seja por este tipo de telha, não esquecer os cortes para que as telhas se ajustem perfeitamente nos encaixes. Inclinação: 10% (mínima) Consumo: de acordo com o modelo Telhas de Alumínio e Aço Galvanizado As telhas de aço apresentam como diferencial a capacidade de vencer grandes vãos, justamente pela excelente resistência à tração e o baixo peso 38 proporcionado pela pequena espessura do material. Permitem também a execução de telhados com curvaturas, o que confere maior liberdade para projetos de arquitetura. As telhas metálicas são as mais modernas do mercado, ao lado das de concreto e das de fibra vegetal. Inclinação: 5% (mínima) Consumo: de acordo com o modelo Fibra vegetal São leves e não quebram. Nas telhas produzidas com resíduos de fibras vegetais, são usadas fibras vegetais de madeiras, como pinho e eucalipto, e de não-madeiras, como sisal, bananeira e coco, empregadas no reforço dos materiais cimentícios. Fibras de papel reciclado também são usadas na fabricação destas novas telhas. Inclinação: 10% (mínima) Consumo: de acordo com o modelo Transparentes Também chamadas de telhas de aclaramento, podem ser de fibra de vidro, polipropileno e policarbonato. São uma boa opção para reduzir o uso de iluminação elétrica durante o dia. Inclinação: 10% Consumo: de acordo com o modelo 39 14.3 Estruturas de Tesouras As armações tipo tesouras correspondem ao sistema de vigas estruturais treliçadas, ou seja, estruturas isostáticas executadas com barras situadas num plano e ligadas umas ao outras em suas extremidades por articulações denominadas de nós, em forma de triângulos interligados e constituindo uma cadeia rija, apoiada nas extremidades. 14.3.1 Tipos de Tesouras Independente do material a ser utilizado na execução de estruturas tipo tesoura, as concepções estruturais são definidas pelas necessidades arquitetônicas do projeto e das dimensões da estrutura requerida, onde podemos ter os seguintes esquemas: Tesoura com lanternim Tesoura com lanternim Tesoura sem linha Tesoura simples Tesoura simples com asnas Tesoura com tirantes e escoras Tesoura de mansarda Tesoura tipo sheed Tesoura de alpendre Imagens extraídas do site: http://www.uepg.br/denge/aulas/Coberturas/Coberturas.doc 40 14.3.2 Composição de um Telhado 13 6 9 5 4 3 7 14 12 8 10 11 1 2 2 1 – Ripas 2 – Caibros 3 – Cumeeiras 4 – Terças 5- Contrafrechal 6 – Frechal 7 – Chapuz 8 – Perna ou empena 9 – Linha, tensou ou tirante 10 – Pendural ou pendural central 11 – Escora 12 – Pontalete, montante ou pendural 13 – Ferragem ou estribo 14 – ferragem ou cobrejunta 15 – Vista, testeira ou aba 16 – Mão francesa 15 1 1 1 7 13 2 2 3 16 10 9 15 1 1 1 4 6 Imagens extraídas do site: http://www.uepg.br/denge/aulas/Coberturas/Coberturas.doc 41 14.4 Cortes 14.4.1 Corte Transversal É o corte que se faz no sentido da largura da casa. É geralmente o corte que tem menos extensão. 14.4.2 Corte Longitudinal É o corte que se faz no sentido do comprimento da casa. É geralmente o corte de maior extensão. Visão do corte retirando o plano de seção Projeção do Corte DD’ Esc. __________________ 1:50 42 Visão do Corte Transversal Corte DD’ Esc. __________ 1:50 Corte CC’ Esc. __________ 1:50 43 Visão do Corte Longitudinal Corte AA’ Esc. __________ 1:50 Corte BB’ Esc. __________ 1:50 44 Conhecendo melhor Beiral Prolongamento do telhado para além da parede externa, protegendo-a da ação das chuvas e do sol. Cumeeira Parte mais alta do telhado, onde se encontram as superfícies inclinadas (águas). A grande viga de madeira que une os vértices da tesoura e onde se apóiam os caibros do madeiramento da cobertura. Também chamada espigão horizontal. Água Cada uma das superfícies inclinadas da cobertura, que principia no espigão horizontal (cumeeira) e segue até à beirada. Verga Pequena viga na parte superior de porta ou janela. Peitoril Base inferior das janelas que se projeta além da parede e funciona como parapeito. Pé Direito Altura entre o piso e o teto. Embasamento ou Sôco É a diferença de altura entre o terreno e o piso. BEIRAL CUMEEIRA ÁGU A ÁGUA VERGAVERGA EMBASAMENTO 45 14.4.3 Cálculo da Cumeeira e do Pé Direito Desconhecido Onde: X = Vão Maior Y = Vão Menor PD = Pé Direito PDD = Pé Direito Desconhecido Z = Cumeeira Cálculo da Cumeeira Cumeeira = (Vão Maior x i%) + Pé Direito Cálculo do Pé Direito Desconhecido Pé Direito Desconhecido = Cumeeira – (Vão Menor x i%) PD PDD XY Z i = % 46 14.5 Fachadas Fachada Corresponde a uma das faces de uma obra arquitetônica. Geralmente feita na escala 1:50. As fachadas podem ser: Frontal; Posterior; Lateral (direita ou esquerda). Na fachada é expressa a visão que se tem de fora da obra. Nela podem ser incluídas plantas (arbustos) e detalhes de materiais empregados no revestimento (cimento, chapisco, concreto, pedras, vidro, etc.) e portas e esquadrias. Não são colocadas medidas. Fachada Frontal Escala ________ 1:50 47 14.6 Planta de Locação ou Situação e Planta de Coberta A Planta de Locação mostra onde a construção está locada dentro do terreno, sempre indicando as cotas de amarração, ou seja, as distâncias do limite do terreno (muro, cerca viva, etc.) até um ponto inicial da obra. No mínimo, colocar sempre duas cotas. Nesta Planta, ainda podemos também definir a locação das calçadas, caminhos, etc., sempre cotando, ou amarrando ao terreno. Normalmente ela serve como ponto de partida para a marcação ou locação da construção no terreno. Na Planta de Cobertura, indicamos sempre as posições das águas, ou seja, para que lado cada pedaço do telhado está inclinado. Normalmente, estas duas plantas são feitas na escala de 1:200. 5 .0 0 3.00 3.00 3.00 12.00 3 0 .0 0 5.00 6.00 4.00 7 .0 0 6 .0 0 1 2 .0 0 48 14.7 Planta de Localização A Planta de Situação mostra onde o terreno da construção está situado no quarteirão, bairro, rua, ou cidade, sempre mostrando quando possível, um ou mais pontos de referência, como por exemplo, construções existentes. Rua da Saudade R u a d a S e s p e ra n ç a Rua da Alegria R u a d a P a z01 02 03 04 0811112 06 0710 1 2 ,0 0 12,00 12,00 12,00 12,00 1 2 ,0 0 1 2 ,0 0 1 2 ,0 0 Planta de Localização Escala ______________ 1: 1000 N 49 15. PERSPECTIVAS 15.1 Perspectiva Cavaleira A perspectiva cavaleira é uma projeção cilíndrica oblíqua sobre um plano paralelo a uma das faces principais do objeto. O desenho em perspectiva cavaleira é um auxiliar essencial na visualização e resolução de problemas de geometria no espaço, tendo em conseqüência uma grande importância no ensino da geometria, devendo ser aprendido e utilizado pelos alunos como meio principal de representação. Na figura ao lado pode compreender-se como se forma a perspectiva cavaleira de um cubo, representado pelas suas vistas (frente e planta). C" e C', quadrados sombreados a cinzento, são a vista de frente e a planta do cubo. O plano, de projecção, paralelo a duas faces do cubo, está também representado pelas suas vista de frente e planta. “As setas d” e d' são as vistas do vetor d que define a direção da projecção oblíqua de que resulta a perspectiva cavaleira. Na perspectiva cavaleira, o que varia é a direção da projecção, pois a posição do cubo em relação ao plano de projecção está fixa, dado que o plano de projecção é paralelo a uma das faces do cubo, e adopta-se ainda a convenção de colocar sempre a representação de algumas arestas do cubo (AB, etc.) paralelas ao bordo inferior do desenho. Daqui resulta que um segundo grupo de arestas (AE, etc.) fica paralelo aos bordos laterais da folha de desenho e o terceiro grupo de arestas (BC, etc.) é, no espaço, perpendicular ao plano de projecção. Os parâmetros que definem a perspectiva cavaleira são o ângulo, entre a direção das arestas do terceiro grupo e a direção das arestas paralelas ao bordo inferior da folha de desenho. 15.2 Perspectiva Isométrica ISO = mesma MÉTRICA = medida. A perspectiva isométrica mantém as mesmas proporções de comprimento, da largura e da altura do objeto representado. O desenho da perspectiva isométrica é baseado num sistema de três semi-retas, no espaço, que têm o mesmo ponto de origem e formam entre si três ângulos de 120º. Essas semi-retas, assim dispostas, são denominadas de eixos isométrícos, que podem ser representados em posições variadas, mas sempre formando entre si, 50 ângulos de 120º. Sempre traçado de qualquer perspectiva isométrica parte sempre dos eixos isométricos. Fig. – Eixos Isométricos e os ângulos de referência. TRAÇADO No traçado de um objeto em perspectiva isométrica é adotado um coeficiente de transformação igual para os três eixos de aproximadamente 0,816 (na prática 0,82) do comprimento real. Assim, por exemplo, um cubo de 20 mm de aresta, é representado aplicando-se o coeficiente de redução e obtêm-se um cubo isométrico como mostra a figura. Fig. – Aplicação do coeficiente de redução 51 16. ESCADAS 16.1 Definições Escada Uma escada é uma construção formada por uma série de degraus, destinadas a ligar locais com diferenças de nível. Degrau O degrau é composto do passo e do eretor. Piso, cobertor ou passo É a lâmina horizontal do degrau que é pisada. O comprimento do passo é medido desde a margem externa do degrau ao "eretor" vertical entre degraus. Espelho ou eretor A porção vertical do degrau entre degraus. Este pode estar ausente para um efeito de escada "aberta". Balaustrada É o sistema completo de corrimões e estacas que impede as pessoas de cair sobre a borda. Corrimão Apoio para a mão colocado ao longo das escadas. Patamar Piso que separa os lances de uma escada. CorrimãoPatamar Nariz Espelho Piso 52 16.2 Cálculos de Escadas 1. Determinar a altura total (HT) HT = PD + Laje, onde: HT = Altura Total PD = Pé Direito 2. Determinar a quantidade de espelhos (QE) QE = HT , onde: E QE = Quantidade de Espelhos E = Altura desejada do Espelho A quantidade de espelhos (QE) tem que ser um número inteiro, caso contrário, o mesmo terá que ser arredondado. Ex. 1) 2,85m = 15 2) 2,80m = 16,47 0,19m 0,17m Dividir novamente a altura total (HT) pela quantidade encontrada, tendo-se como resultado a altura do espelho (E), que não poderá ser superior a 0,19m. E = HT então: E = 2,80 = 0,175m QE 16 Caso o resultado obtido seja superior a 0,19m, deverá se aumentar um espelho. 3. Determinar a largura do piso Encontrada a altura do espelho (E), utiliza-se a fórmula de BLONDELL e obtém-se a largura do piso (P). 2E + P = 64 A quantidade de pisos (QP) será sempre a quantidade de espelhos (QE) menos um. QP = QE – 1 4. Determinar o comprimento da escada O comprimento de uma escada será o produto de um piso (P) pela quantidade de pisos (QP). Comprimento da Escada = P x QP 16.3 Largura da Escada A largura da escada é sempre dependente do caráter utilitário da mesma. Assim, para passagem de poucas pessoas, é suficiente uma largura de 0,90m. Tratando-se de trânsito nos dois sentidos, é suficiente 1,20m de largura. No caso de trânsito rápido, em que há necessidade de desvio, aumenta-se a largura para 1,80m. 1,80m1,20m0,90m 53 16.4 Vistas de Escadas 16.4.1 Planta Baixa 16.4.2 Corte 1 20 21 2 19 3 18 4 17 5 16 6 15 7 14 8 13 9 12 10 1º Patamar 2º Patamar 11 Piso do andar superior Piso do andar térreo Espelho Piso do degrau Laje da escada Patamares 2 ,0 0 Altura Livre Mínima = 2,00m 54 16.5 Traçado de Escadas Consideremos o desnível que devemos vencer através da escada de um lance. O desnível indicado vale 3,06m e corresponde à diferença de cota entre os dois pavimentos. A escada deverá ter largura do piso igual a 30cm e altura do espelho igual a 17cm. Para efetuar o traçado da escada, o procedimento é o seguinte: 1. Divide-se o desnível pela altura do espelho, para achar quantos espelhos serão precisos nesse desnível: 3,06m = 306cm 306cm ÷ 17cm = 18 espelhos Se na escada teremos 18 espelhos, isto indica que teremos 17 pisos, pois numa escada o número de pisos é igual ao número de espelhos menos 1. 2. Dividimos o desnível de 17 em 17cm que é a altura de cada espelho, e marcamos de 30 em 30cm a largura do piso correspondente. Estes traçados deverão ser feitos em escala de 1:100. 55 17. NORMAS DA ABNT LIGADAS A DESENHO BÁSICO NBR 5984 – NORMA GERAL DE DESENHO TÉCNICO (Antiga NB 8) NBR 6402 – EXECUÇÃO DE DESENHOS TÉCNICOS DE MÁQUINAS E ESTRUTURAS METÁLICAS (Antiga NB 13) NBR 10647 – DESENHO TÉCNICO – NORMA GERAL NBR 10068 – FOLHA DE DESENHO LAY-OUT E DIMENSÕES NBR 10582 – APRESENTAÇÃO DA FOLHA PARA DESENHO TÉCNICO NBR 13142 – DESENHO TÉCNICO – DOBRAMENTO DE CÓPIAS NBR 8402 – EXECUÇÃO DE CARACTERES PARA ESCRITA EM DESENHOS NBR 8403 – APLICAÇÃO DE LINHAS EM DESENHOS – TIPOS DE LINHAS LARGURAS DAS LINHAS NBR10067 – PRINCÍPIOS GERAIS DE REPRESENTAÇÃO EM DESENHO TÉCNICO NBR 8196 – DESENHO TÉCNICO – EMPREGO DE ESCALAS NBR 12298 – REPRESENTAÇÃO DE ÁREA DE CORTE POR MEIO DE HACHURAS EM DESENHO TÉCNICO NBR10126 – COTAGEM EM DESENHO TÉCNICO NBR8404 – INDICAÇÃO DO ESTADO DE SUPERFÍCIE EM DESENHOS TÉCNICOS NBR 6158 – SISTEMA DE TOLERÂNCIAS E AJUSTES NBR 8993 – REPRESENTAÇÃO CONVENCIONAL DE PARTES ROSCADAS EM DESENHO TÉCNICO http://www.eel.usp.br/na_apostila/pdf/capitulo1.pdf 56 18. REFERÊNCIAS http://odesenho.no.sapo.pt/ http://www.rau-tu.unicamp.br/~luharris/DTarq/DTarq_M5.htm http://www.eel.usp.br/na_apostila/pdf/capitulo1.pdf http://pt.wikipedia.org/wiki/Norm%C3%B3grafo http://www.cce.ufsc.br/~scheidt/projecao_ortogonal.html http://www.sitengenharia.com.br http://www.fazfacil.com.br http://www.ecivilnet.com/dicionario/dicionario_engenharia_b.htm http://www.uepg.br/denge/aulas/Coberturas/Coberturas.doc http://www.edifique.arq.br/images/estacas.GIF SENAI – DR UNIEP – Unidade de Educação Profissional Coordenador: Adjair Maia Lourenço Equipe Técnica: Djair Araújo Furtado José Afonso Rodrigues Pascoal Renata Silva Santos Conteudista: Fábio Barbosa Digitador: Fábio Barbosa Colaboração: Alexandre de Sousa Neves Normalização Bibliográfica: Mary France Targino P. Gomes 57 Capa: Hélio Soares