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CCJ0019-WL-B-PP-Ponto 05 – Direitos Sociais - Sabrina Rocha

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Prévia do material em texto

1 
 
Curso completo de Direito Constitucional 
Profª. Sabrina Araújo Feitoza Fernandes Rocha 
Atualizada até a EC n° 71 de 29/11/12 
 
Esta apostila não é de autoria pessoal, pois foi produzida através das 
obras de doutrinadores constitucionalistas, dentre eles Ivo Dantas, J. 
J. Gomes Canotilho, José Afonso da Silva, Paulo Bonavides, Celso 
D. de Albuquerque Mello, Luís Roberto Barroso, Walber de Moura 
Agra, Reis Friede, Michel Temer, André Ramos Tavares, Sérgio 
Bermudes, Nelson Oscar de Souza, Alexandre de Moraes, Nelson 
Nery Costa/Geraldo Magela Alves, Nagib Slaibi Filho, Sylvio Motta & 
William Douglas, Henrique Savonitti Miranda e tomou por base a 
apostila do Prof. Marcos Flávio, com os devidos acréscimos 
pessoais. 
 
PONTO 05 – DIREITOS SOCIAIS 
 
 OBS: Esclarecemos que só iremos analisar o art. 6 e o 7º até o inciso X, 
só para demostrar como deve ser o estudo, pois este é o segundo maior artifo 
da Constituição. 
Os direitos sociaissão objeto do Capítulo II, arts. 6º ao 11º, do Título II, 
da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Como vimos este 
Títulotambém compreende os direitos e deveres individuais e coletivos 
(capítulo I), os direitos de nacionalidade (capítulo III), os direitos políticos 
(capítulo IV) e os partidos políticos (capítulo V). 
 São aqueles que se direcionam a inserção das pessoas na vida social, 
tendo acesso aos bens que satisfaçam suas necessidades básicas. Visam ao 
bem-estar da pessoa humana. Têm especial preocupação com as camadas 
mais carentes da população e aqueles que, por uma ou outra razão, não 
podem obter esses benefícios de modo independente, como no caso de 
velhice, desemprego, infância, doença, deficiência física ou mental, etc. De 
certa forma procuram proteger os mais fracos, atendendo a uma finalidade de 
igualdade final ou uma vida condigna para todos. 
 As normas são necessárias e necessárias são também as providências 
para cumpri-las. A democracia precisa de ambas, norma e ação. 
 
Destinatários dos Direitos Sociais – 
 
 Art. 6º - todas as pessoas. 
 Art. 7º - direitos dos trabalhadores, próprios de suas relações de 
emprego, bem como os direitos coletivos dos trabalhadores. 
 
Art. 3º da CLT – “considera-se empregado todo pessoa física que prestar 
serviço de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e 
mediante salário”. 
 
CF/88 Art.6º - São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação ( EC 64 de 4/02/10),o 
trabalho, a moradia (EC 26 de 14/02/00), o lazer, a segurança, a previdência social, a 
proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta 
Constituição. 
2 
 
 
Os direitos sociais foram meramente indicados no artigo 6º, CF, acima 
posto, mas explicitados em Títulos, Capítulas ou Seções próprias, consoante 
se verá oportunamente. 
 A grosso modo, porém, sociais são os direitos inerentes ao bem-estar 
social e, notadamente, os que visam à prestação de assistência à saúde da 
população, o amparo dos desvalidos na velhice ou no infortúnio laborativo ou 
econômico-social etc, objetivando o crescimento da comunidade, 
oportunizando os meios, e o pleno desenvolvimento do homem, enquanto tal, 
construindo uma sociedade solidária etc. 
 Conforme demonstrado acima, a moradia só foi introduzida como direito 
social pela Emenda Constitucional nº 26, de 14-2-2000, bem como a 
alimentação, da Emenda Constitucional nº 64, de 04/02/2010. Assim, esta 
“novidade” poderá ser solicitada nos próximos concursos. Ressalte-se 
que estes dois direitos sociais são os únicos, até o momento, fruto do Poder de 
Reforma e não do Poder Originário. A segurança também é direito individual, 
constando no art. 5º caput, da Constituição como vimos. 
 
CF/88 Art.7º - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à 
melhoria de sua condição social: 
 
 Percebam, em primeiro lugar, que o Constituinte põe em pé de 
igualdade o trabalhador urbano e o rural. Em seguida, os direitos dos 
trabalhadores não são apenas os que estão relacionados neste artigo 7º. 
Outros existem. Os que estão presentes neste artigo são os que o Poder 
Constituinte originário entendeu que mereciam especial realce. Alçou-os à 
categoria de direitos constitucionalmente assegurados. Desta forma, tornou-os 
cogentes, obrigatórios. Por isto, o legislador ordinário (o Congresso Nacional), 
através da lei trabalhista, não poderá mitigá-los (reduzí-los). 
 
Trabalhador é toda pessoa que exerce atividade produtiva. Não se 
confunde com empregado (trabalhador subordinado, para serviço não eventual, 
a empregador determinado com quem mantém relação de emprego e mediante 
o pagamento de salário periódico) que é espécie do gênero. 
No art. 3º da CLT encontra-se o conceito de empregado: “considera-se 
empregado toda pessoa física que preste serviço de natureza não eventual a 
empregador, sob a dependência deste e mediante salário”. 
 
 Assim, também como os empregados, são espécies de trabalhadores: 
 
a) os servidores estatutários (sob regime especial); 
 
b) os eventuais => os que prestam trabalho subordinado diretamente para o 
beneficiário do seu serviço, cuja existência pode ser múltipla, e SEM 
continuidade, o que descaracteriza a relação de emprego; 
 
c) os temporários => são os que trabalham para uma empresa que é 
contratada por tempo certo e determinado para a prestação de um serviço 
(João, digitador, é contratado da empresa ‘A’, prestadora de serviços de 
3 
 
digitação para as empresas ‘B’; a relação jurídica trabalhista de João é com a 
empresa ‘A’, que não se beneficia dos trabalhos de digitação feitos em favor de 
‘B’; por sua vez, a empresa ‘B’ não exerce os poderes de orientação, 
fiscalização e disciplinar sobre João, que não é seu empregado; o contrato 
entre as empresas é de natureza civil); 
 
d) os avulsos => são os arrebanhados por um sindicato, que não é 
empregador e não tem fim lucrativo, para executar uma tarefa em favor de 
alguém, que também não é seu empregador. O beneficiário do trabalho entrega 
o dinheiro dos avulsos ao sindicato para realização dos pagamentos (p. ex.: 
estivadores); 
 
e) os autônomos => são contratados por alguém para prestar um serviço 
especializado, independente de resultado, mediante o pagamento de um preço 
ajustado, sem que o contratante exerça os poderes de empregador ou o 
contratado se submeta às ordens daquele. Prestado o serviço, encerrada está 
a relação (p. ex.: advogado, médico, contador etc.). 
 
f) Trabalhador rural é “... a pessoa física que presta serviços de natureza rural 
a empregador, mediante remuneração de qualquer espécie” (art. 3º, § º, letra 
‘a’, Lei Complementar n.º 11/71). 
 A Constituição, embora não faça de modo direto, dirige seu conteúdo 
protetivo para o trabalhador empregado, entendido este como “aquele que 
vende seu trabalho a outrem, sob uma condição de subordinação” (Celso 
Ribeiro Bastos). 
 
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa 
causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização 
compensatória, dentre outros direitos; 
 
 Despedida arbitrária é aquela feita por puro capricho do empregador. 
 Para dar eficácia plena a este dispositivo, faz-se necessária a 
promulgação da lei complementar por ele prevista. O Constituinte, entretanto, 
previu no artigo 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias - 
ADCT, regras transitórias que vigoram desde 05 de outubro de 1988 e assim 
irão permanecer até que a lei complementar seja editada. São elas: 
 
CF/88 ADCT - Art. 10 - Até que seja promulgada a lei complementar 
a que se refere o art. 7º, I, da Constituição: 
I - fica limitada a proteção nele referida ao aumento, para quatro vezes 
(40% = 4x10%), da porcentagem prevista no art. 6º, caput e § 1º, da 
Lei nº 5.107, de 13 de setembro de 1966; 
(Este inciso trata da multa do FGTSpor dispensa arbitrária que era de 
10% e passou para40%). 
II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa: 
a) do empregado eleito para cargo de direção de comissões internas 
de prevenção de acidentes- CIPA, desde o registro de sua 
candidatura até um ano após o final de seu mandato; 
4 
 
b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até 
cinco meses após o parto. 
 
 
JURISPRUDÊNCIA DO TST SOBRE O ART 10 DO ADCT : 
 
 O suplente da CIPAgoza de garantia de emprego prevista no art. 10, 
inciso II, alínea a, do ADCT da Constituição da República de 1988 
(Enunciado TST/339). Percebe-se que a Jurisprudência dilargou o âmbito de 
proteção subjetiva da norma constitucional. 
Atualmente, o valor da indenização é de 40% (quarenta por cento) sobre 
o valor do crédito de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço a que tem direito 
o empregado. 
 
 Obs.: A lei complementar n.º 110/2001 elevou o valor da multa para 50% 
(cinqüenta por cento) sobre os mesmos valores indicados, mas o empregado 
continua recebendo os mesmos 40% (quarenta por cento), sendo o restante 
destinado ao pagamento da atualização monetária não implementada quando 
dos planos econômicos Collor e Verão. Vê-se que, além de ser uma lei 
casuísta, é de duvidosa constitucionalidade. 
 
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; 
 
 Serve para promover a assistência financeira temporária ao trabalhador 
desempregado, em virtude de dispensa sem justa causa, auxiliando-o na busca 
de novo emprego. 
 Aviso aos desavisados. As questões dos concursos costumam utilizar 
termos como seguro desemprego em caso de desemprego “voluntário”. 
Desemprego involuntário é aquela situação que se encontra aquele que ficou 
desempregado “sem justa causa”, ou seja, não deu motivos para a demissão. 
Motivo para a existência da regra: o desemprego não é apenas um problema 
pessoal, é, sobretudo social. 
Observado o preenchimento dos requisitos legais pelo trabalhador 
desempregado involuntariamente, o gozo do benefício será conferido em 
quotas de salário-desemprego por um período variável na lei específica que 
rege a matéria, contado da data de dispensa que deu origem à primeira 
habilitação. 
 É um direito exclusivo e intransferível, ou seja, somente o que perdeu 
involuntariamente o emprego poderá solicitá-lo e não poderá ser passado de 
um beneficiário para outra pessoa qualquer. A concessão cessará quando 
desaparecidas as razões do deferimento do direito. 
 
III – fundo de garantia do tempo de serviço (FGTS). 
 
Depósito efetuado pelo empregador em conta bancária do empregado, 
pelo número do PIS (Programa de integração social), sob gestão da Caixa 
Econômica Federal. 
O fundo é uma reserva de capital a ser entregue ao empregado, quando da sua 
passagem para a situação de aposentado. O seu empregador recolhe 
5 
 
mensalmente um percentual sobre a sua remuneração, depositando em uma 
conta individual remunerada, com o fim de preservar o valor monetário. 
 Foi criado em substituição ao regime de estabilidade a que tinha direito o 
trabalhador que completasse 10 (dez) anos de trabalho na mesma empresa. 
Nessa época, quando um estável era demitido ou dispensado imotivadamente, 
o empregador deveria lhe pagar, a título de indenização, uma remuneração por 
ano de serviço prestado. 
 Criada a alternativa de depósitos homeopáticos para fazer frente essa 
indenização, e substituí-la, em que o desembolso era integral e imediato, 
começaram os desvirtuamentos nas hipóteses de levantamento dos depósitos 
do fundo. 
 Hoje, inúmeras são as hipóteses de saque para os mais variados fins: 
aquisição de imóvel, tratamento de câncer no próprio trabalhado ou 
dependente econômico seu, aplicação em mútuos de privatização, extinção 
normal do contrato de trabalho, dispensa imotivada etc. 
 Trata-se de um direito assegurado a todo trabalhador, urbano e rural, 
empregado. Vale o registro: para os empregados domésticos, o FGTS é 
facultativo, por decisão do empregador doméstico, mas, uma vez registrado, 
torna-se obrigatório. Existe um projeto de lei em andamento no Congresso 
Nacional para tornar obrigatório o recolhimento também para os domésticos, 
mas ainda não foi decidido!!!!!! 
 
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de 
atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, 
alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e 
previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder 
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; 
 
 As palavras em negrito dão as características mais marcantes do salário 
mínimo. Este dispositivo constitui o mais morbidamente irônico de todos os que 
compõem o texto constitucional, que seria até cômico se não fosse trágico. O 
salário mínimo está previsto desde 1934. 
A Constituição garante o pagamento de, pelo menos, um salário mínimo, 
que terá o mesmo valor no território Nacional, com estabelecimento e reajuste 
periódicoem lei. A lei referida é de competência do Congresso Nacional, com 
sanção do Presidente da República, admitido o tratamento por meio de 
medidas provisórias, conquanto seja inadmitido o seu estabelecimento por via 
de decretos, portarias etc. 
 Pelo dispositivo em estudo, os vetores do mínimo unificado são o 
suporte para atendimento das despesas de moradia, alimentação, educação, 
saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, o que, hoje, 
não traduz a realidade econômica, sendo uma quimera o mandamento 
constitucional. 
 É valorável registrar que a proibição para uso do salário mínimo como 
indexidor (valor referência) da economia (v.g. atos comerciais: fixar o preço do 
aluguel em números de salários mínimos) sofre restrições em decorrência de 
interpretações jurisprudenciais relativamente ao estabelecimento de parcelas 
trabalhistas ou mesmo de pensão alimentícia em números ou percentuais do 
salário mínimo, sendo tais casos exceção à regra de proibição. 
 
6 
 
V–piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho; 
 
Piso salarialnão se confundecomsalário mínimo. O primeiro é o mínimo 
fixado para a categoria laborativa, a título de salário profissional, por intermédio 
de negociações coletivas entre os sindicatos patronais e de empregados, não 
podendo o empregador, que eventualmente disponha do trabalho de 
participantes da categoria, pagar-lhe menos que o salário mínimo profissional. 
O segundo, já vimos, é o mínimo básico para qualquer trabalhador. 
 Se, p. ex., o nosso salário mínimo nacional é de R$ 465,00 
(quatrocentos e sessenta e cinco reais), e, por intermédio das negociações 
coletivas, os vigilantes, como categoria profissional organizada, conquistaram o 
salário base de R$ 600,00 (seiscentos reais), os empregadores de vigilante 
somente poderão pagar como mínimo profissional esse segundo valor sobre o 
qual incidirão, eventualmente, horas extras, adicional noturno etc. 
 
Novamente atenção ao trocadilho nas questões de concursos. Eles 
tendem a colocar, erroneamente, a expressão piso salarial “proporcional ao 
tempo de serviço”. 
 
VI–irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo 
coletivo; 
 
 A regra geral reside na impossibilidade de o empregador poder 
reduzir, unilateralmente, os salários de seus empregados. 
 Cumpre registrar, porém, que a ressalva fica a cargo das negociações 
coletivas (acordos coletivos e convenções coletivas), em que poderá haver a 
redução dos salários e da jornada de trabalho para atender a uma situação de 
estagnação econômica por que o setor produtivo venha passando, como 
recentemente ocorreu, p. ex., com os metalúrgicos do ABC, na fábrica da Volks 
Wagem. 
 As Negociações Coletivas, são o gênero em que se dividem em duas 
espécies: 
 
a) Acordos Coletivos => quando a negociação tem âmbitode 
abrangência relativamente pequeno ou reduzido, envolvendo de 
um lado, p. ex., uma determinada empresa ou grupo de empresas 
(não necessariamente com assistênciado sindicato patronal) e, do 
outro lado, a categoria profissional (NECESSARIAMENTE 
representados pelo sindicato da categoria); 
 
b) Convenções Coletivas => é a negociação em nível de 
categorias econômicas (patrões) e profissionais (empregados), 
ambos por intermédio dos sindicatos respectivos, obrigando a 
todos os empregadores e empregados vinculados à categoria em 
negociação. 
 
Princípios básicos de proteção jurídica ao salário: 
 
1) Irredutibilidade: que é condicionada a negociação coletiva, com a 
participação obrigatória dos sindicatos; 
7 
 
2) Inalterabilidade Prejudicial: são inalteráveis por ato unilateral do 
empregador e prejudicial ao empregado; 
3) Impenhorabilidade: salvo para pagamento de pensão alimentícia (CPC art. 
643, IV); 
4) Intangibilidade: não podem sofrer descontos, salvo os previstos em lei, em 
convenção; 
 
VII–garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem 
remuneração variável; 
 
 Após garantir o mínimo geral e o mínimo profissional, a Magna Carta 
vem garantir aos que trabalham sob regime de remuneração variada, como, p. 
ex., os que percebem comissões sobre vendas, o recebimento de pelo menos 
um salário mínimo, eis que ele representa a quantidade menor em dinheiro 
capaz de atender as necessidades vitais do trabalhador e de sua família, sem a 
qual o trabalhador será ultrajado em sua condição e dignidade de pessoa 
humana. 
 As gorjetas na podem ser aproveitadas pelo empregador para 
complementação do salário mínimo (Enunciado nº 290 do TST). 
 
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor 
da aposentadoria; 
 
O décimo terceiro salário é a gratificação paga a todo trabalhador 
empregado, e aos aposentados, pelo advento das festas natalinas, com o fim 
de proporcionar um congraçamento harmonioso do trabalhador com sua família 
e a comunidade onde ele se insere. 
 No Brasil, o pagamento deve ser feito em duas parcelas: a metade até 
o mês de novembro e a segunda até o dia 20 de dezembro. 
 A lei prevê, ainda, o 13º proporcional para o empregado novo e para o 
dispensado sem motivos: se alguém somente começou a trabalhar para outrem 
em agosto de certo ano, receberá 5/12 (avos) do 13º, referentes aos meses de 
agosto a dezembro; do mesmo modo, se alguém foi dispensado sem motivos, 
no mês de julho de certo ano, receberá, proporcionalmente, 7/12 (avos) de 13º. 
 Segundo a lei reguladora, o empregado que trabalhou 15 dias ou mais 
de um mês, tem direito a receber o 13º pelo mês integral para efeitos de 
cálculo. 
 O trabalhador da atividade privada pode requerer que a primeira parcela 
seja paga junto com as férias. 
 
IX – remuneraçãodo trabalho noturno superior à dodiurno; 
 
 O art. 73 da CLT considera noturno a trabalho executado entre 22 horas 
de um dia às 5 horas do dia seguinte para trabalhadores urbanos. O trabalho 
rural é diferenciado quanto à atividade sendo, das 21 horas até as 5 horas para 
a lavoura e das 20 horas até as 4 horas do dia seguinte para pecuária. 
O trabalhador que permanece a noite acordado para prestar serviços a 
seu empregador é obrigado a adaptar e condicionar sua própria natureza 
humana, invertendo seu ‘relógio biológico’, perdendo a normalidade do convívio 
com seus entes queridos, tendo de resolver sua questões pessoais e 
8 
 
comerciais por intermédio de terceiros etc., não sendo justo que seu trabalho 
viesse a ser igualmente remunerado como o dos trabalhadores diurnos. 
 Portanto, a Constituição determina o pagamento de um adicional 
noturno sobre o salário contratual num mínimo de 20% (vinte por cento) para 
os trabalhadores urbanos e 25% (vinte e cinco por cento) para o trabalhador 
rural. 
 
X – proteção do salário na forma da lei, constituindo crime a sua retenção 
dolosa; 
 
O salário é um direito e um bem do trabalhador, com o qual ele se 
mantém e à sua família, sendo intangível, quer parcial, quer integralmente. 
 Qualquer desconto não previsto em lei (exemplo de desconto legal: 
previdência, contribuição sindical, faltas injustificadas, imposto sobre a renda 
etc.), será tido como abusivo, indevido e ilegal. 
 Por maiores razões, a retenção (que é total) dolosa (intencional, direta e 
sem qualquer causa justificadora) pelo empregador será considerada crime, 
conforme dispuser a lei. 
 Conclui-se, por exclusão, que, se a retenção se der por culpa do 
empregador (negligência, imprudência ou imperícia), não será hipótese 
criminosa porque não é contemplada no inciso constitucional, nada obstando 
que a normatização ordinária assim preveja. 
 
OBS: lembrar da modificação introduzida pela EC nº 53 de 19/12/06, 
que a assistência em creches e pré-escolas agora é até 5 (cinco) anos. 
 
 TRABALHADORES DOMÉSTICOS – DIREITOS CONSTITUCIONAIS 
Têm sido objeto de provas de diversos concursos questionamento a 
respeito de quais os direitos sociais que a Constituição assegurou aos 
trabalhadores domésticos. É fundamental que você saiba bem cada um destes 
incisos citados no parágrafo único do art. 7º. Ânimo, é só conferir: 
 
Art. 7º Parágrafo único - São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos 
nos incisosIV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXI e XXIV, bem como a sua integração à previdência social. 
 
DIREITOS CONSTITUCIONAIS DOS TRABALHADORES 
DOMÉSTICOS 
 salário mínimo (inciso IV); 
 irredutibilidade do salário, salvo convenção ou acordo coletivo (inciso VI); 
 décimo terceiro salário (inciso VIII); 
 repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos (inciso XV); 
 gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais (inciso 
XVII); 
 licença à gestante durante 120 dias (inciso XVIII); 
 licença paternidade (inciso XIX); 
9 
 
 aviso prévio, sendo no mínimo de 30 dias (inciso XXI); 
 aposentadoria (inciso XXIV). 
 
FGTS E SEGURO DESEMPREGO DOS TRABALHADORES 
DOMÉSTICOS 
 
É importante frisar que a Constituição não assegurou o FGTS e o seguro 
desemprego ao trabalhador doméstico. Tais direitos foram concedidos pela Lei 
nº 10.208 de 23.03.2001, que alterou a Lei 5.859 de 11.12.72, que dispõe 
sobre a profissão de empregado doméstico. Esta lei facultou a inclusão do 
empregado doméstico no FGTS, mediante requerimento do empregador 
(art. 3º-A), bem como assegurou aos inscritos no FGTS, que forem 
dispensados sem justa causa, o benefício do seguro desemprego aos que 
tenham trabalhado como doméstico por um período mínimo de 15 meses 
nos últimos 24 meses (art. 6º-A, caput e §1º). 
 
Curiosidade sobre o trabalhador doméstico: 
 
A empregada doméstica goza ou não da proteção constitucional que 
veda a dispensa arbitrária ou sem justa causa da gestante desde a 
confirmação da gravidez até 5 meses após o parto, prevista da CF, art. 
10, II, “b” do ADCT? 
 
 Resposta: Para Sérgio Pinto Martins “é indevida a garantia de emprego à 
empregada doméstica” (pág. 369), porque a doméstica não foi aquinhoada com 
esse direito (previsto no inciso I, do art. 7º) no parágrafo único do art. 7º da 
CF/88. Este ponto de vista se fundamenta no parágrafo único do artigo em 
epígrafe, que estabelece quais são os direitos dos empregados domésticos. 
 
Alguns conceitos básicos relacionados ao trabalho: 
 
 Categoria profissional – diz respeito à entidade sindical representativa 
dos empregados. 
 
 Categoria econômica – é a entidade sindical representativa dos 
empregadores. 
 
 Entidade sindicais – compreendem o sindicato, a federação e a 
confederação.O art. 533 da CLT (decreto-lei nº 5.452, de 1º de maio de 
1943) dispõe que constituem associações sindicais de grau superior 
as federações e confederações. Sindicato – sua área territorial mínima é de um município. 
 
 Federação – é a organização de 5 ou mais sindicatos cuja base 
territorial corresponde geralmente a Estado (CLT, art. 534 caput e §2º). 
10 
 
Exemplos: Federação dos Trabalhadores da Construção Civil do Estado 
de Pernambuco. Federação das Empresas da Indústria da Construção 
Civil do Estado de Pernambuco. 
 
 Confederação – as confederações organizar-se-ão com o mínimo de 3 
federações e terão por sede a Capital da República (CLT, art. 535). 
Exemplos: Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura, 
Confederação Nacional dos Transportes. 
 
OBS: A EC nº 53, de 19/12/06, diminuiu a idade da criança com direito a 
assistência gratuita em creches e pré-escola para 5 (cinco) anos.

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