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Saúde e Segurança na Construção Civil Rosemeri Oliveira Pontes Curso Técnico em Segurança do Trabalho Educação a Distância 2016 EXPEDIENTE Professor Autor Rosemeri Oliveira Pontes Design Instrucional Deyvid Souza Nascimento Maria de Fátima Duarte Angeiras Renata Marques de Otero Terezinha Mônica Sinício Beltrão Revisão de Língua Portuguesa Eliane Azevedo Diagramação Klébia Carvalho Coordenação Manoel Vanderley dos Santos Neto Coordenação Executiva George Bento Catunda Coordenação Geral Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra Conteúdo produzido para os Cursos Técnicos da Secretaria Executiva de Educação Profissional de Pernambuco, em convênio com o Ministério da Educação (Rede e-Tec Brasil). Maio, 2016 P813s Pontes, Rosemeri Oliveira. Saúde e Segurança na Construção Civil: Curso Técnico em Segurança do Trabalho: Educação a distância / Rosemeri Oliveira Pontes. – Recife: Secretaria Executiva de Educação Profissional de Pernambuco, 2016. 71 p.: il. Inclui referências bibliográficas. 1. Educação a distância. 2. Saúde e segurança do trabalho. 3. Construção civil. I. Pontes, Rosemeri Oliveira. II. Título. III. Rede e-Tec Brasil. CDU – 331.4:69 Sumário INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 5 1. COMPETÊNCIA 01 | CONHECER OS PROCEDIMENTOS E ROTINAS DE TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL À LUZ DOS PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO-SST ............................ 8 1.1 Comunicação Prévia ............................................................................................................................... 9 1.2 Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT ......................... 9 1.3 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA nas Empresas da Indústria da Construção ........... 10 1.4 Ordem de Serviço sobre Segurança e Medicina do Trabalho ................................................................. 11 1.5 Treinamento......................................................................................................................................... 12 1.6 Equipamento de Proteção Individual - EPI ............................................................................................ 12 1.7 Acidente Fatal ...................................................................................................................................... 14 1.8 Programas de Segurança ...................................................................................................................... 14 1.9 Áreas de Vivência ................................................................................................................................. 16 1.9.1 Instalações Sanitárias, Vestiário e Alojamento ................................................................................... 17 1.9.2 Local de Refeições e Cozinha ............................................................................................................. 21 1.9.3 Área de Lazer, Lavanderia e Ambulatório ........................................................................................... 23 1.9.4 Layout do Canteiro de Obras ............................................................................................................. 24 1.9.5 Armazenamento de Materiais ........................................................................................................... 25 1.9.6 Proteção contra Incêndio................................................................................................................... 25 2. COMPETÊNCIA 02 | CONHECER E APLICAR PROGRAMAS, TÉCNICAS E FUNDAMENTOS LEGAIS NA PREVENÇÃO DE ACIDENTES NA CONSTRUÇÃO CIVIL ...................................................................... 27 2.1 Identificação dos Agentes Ambientais por Fase de Obra ....................................................................... 28 2.2 Medidas de Proteção contra Queda e Choque Elétrico ......................................................................... 37 2.2.1 Sistema Guarda-Corpo e Rodapé ....................................................................................................... 39 2.2.2 Plataformas de Proteção ................................................................................................................... 41 2.2.3 Tela e Rede de Proteção .................................................................................................................... 45 2.3 Máquinas e Equipamentos de Obras .................................................................................................... 51 2.3.1 Ferramentas Manuais ........................................................................................................................ 51 2.3.2 Máquinas e Equipamentos Usados em Obra ...................................................................................... 52 2.3.3 Serra Circular ..................................................................................................................................... 52 2.3.4 Serviços de Concretagem ................................................................................................................... 53 2.3.5 Elevador de Obras ............................................................................................................................. 55 2.3.6 Torre de Elevador de Obra ................................................................................................................. 58 2.3.7 Grua .................................................................................................................................................. 59 2.3.8 Andaimes .......................................................................................................................................... 61 2.3.9 Serviços em Telhado e Cobertura ...................................................................................................... 63 2.3.10 Serviços em Flutuantes .................................................................................................................... 64 2.3.11 Locais Confinados ............................................................................................................................ 65 2.3.12 Transporte de Trabalhadores em Veículos Automotores .................................................................. 66 2.3.13 Medidas de Controle de Riscos de Acidentes ................................................................................... 67 REFERÊNCIAS................................................................................................................................. 69 MINICURRÍCULO DO PROFESSOR .................................................................................................. 70 5 INTRODUÇÃO Seja bem vindo (a) à disciplina de Saúde e Segurança na Construção Civil do curso Técnico de Segurança do Trabalho! Caro (a) cursista, vamos seguir juntos nesta jornada e aproveitar este momento de interação para aprender sobre Segurança do Trabalho nas atividades de construção civil. Entenderemos qual a importância desta disciplina na prática diária do técnico de Segurança do Trabalho e comoos conhecimentos adquiridos a seguir irão dar consistência e facilitar as ações a serem realizadas por esse profissional. Podemos destacar vários questionamentos que, ao longo da disciplina, vamos responder, como por exemplo: quais são as documentações de segurança obrigatórias no canteiro de obras? Quais são os principais fatores de riscos nas atividades de construção? O que se deve fazer de imediato nas ocorrências de acidentes de trabalho e/ou eventos indesejáveis que comprometam a vida e a saúde do trabalhador? Como manter um canteiro de obras ou frente de trabalho limpo e organizado? Qual a importância de estabelecer no trabalhador as práticas seguras? Quais procedimentos na utilização de máquinas ou equipamentos? Qual importância do cumprimento de Normas Regulamentadoras em relação à atividade em questão? Pretendemos esclarecer e discutir todas essas perguntas acima e acreditamos que, ao final da disciplina, você, prezado (a) cursista, estará apto (a) a respondê-las. Mas não apenas isso. Ao concluir, você, além de obter o conhecimento teórico, será capaz de estabelecer e gerenciar os procedimentos de segurança a fim de manter a saúde e a integridade física do trabalhador nas atividades de construção civil. O Sindicato da Indústria da Construção de Pernambuco – SINDUSCON/PE – em parceria com o SEBRAE/PE coordena a Campanha de Prevenção de Acidentes do Trabalho na Construção Civil ao longo de 15 anos e mantém, como aspecto principal, a conscientização dos profissionais, no que tange ao atendimento das normas de segurança do trabalho dentro de um canteiro de obras. 6 Por sua vez, o Sindicado dos Trabalhadores da Construção Civil de Pernambuco promove também pesquisas, cursos, treinamentos em parceria com Universidades e empresas do nosso Estado buscando sempre o conhecimento normativo juntamente com a adoção de práticas seguras pelo trabalhador na preservação de sua vida. O processo construtivo no setor da construção civil envolve diversos riscos no ambiente de trabalho, por isso, é necessária uma política interna de cada construtora quanto à Segurança e Saúde do Trabalho (SST). Tal fato implica na obrigatoriedade da adoção de práticas prevencionistas, tais como: capacitação, treinamento e conscientização de todos envolvidos, entre eles, os empresários que, na maioria das vezes, não enxergam os custos provocados pelos acidentes de trabalho, os mestres de obras e demais funcionários do canteiro, e principalmente os chamados operários da construção civil, destacados por pedreiros, carpinteiros, serventes, ferreiros, eletricistas, dentre outros, que convivem diretamente com os riscos do meio ambiente da construção civil. Observa-se, ainda, que a maioria das construtoras tenta aprimorar sua gestão de Segurança e Saúde do Trabalho (SST), buscando sempre a diminuição dos acidentes dentro do canteiro de obras e, consequentemente, a redução dos custos com os acidentes de trabalho para o funcionário e seus familiares, para a sociedade e para a empresa. Assim, graças às atividades de construção civil, o mercado tem absorvido cada vez mais profissionais diversos e entre eles o técnico em Segurança do Trabalho. Então, vamos conhecer e aprender sobre as atividades de segurança do trabalho em obras de construção! Para isso, precisamos conhecer as exigências normativas. A Norma Regulamentadora nas atividades de construção é a de n° 18. Fique atento às nossas normas, pois necessitaremos consultar várias outras normas regulamentadoras (temos até o momento 35 normas regulamentadoras) e até mesmo normas internacionais quando for necessário. 7 A Norma Regulamentadora 18 (NR 18) estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e de organização, que objetivam a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na Indústria da Construção. Consideram-se atividades da Indústria da Construção as constantes do Quadro I, Código da Atividade Específica, da NR 4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho e as atividades e serviços de demolição, reparo, pintura, limpeza e manutenção de edifícios, em geral, de qualquer número de pavimentos ou tipo de construção, inclusive manutenção de obras de urbanização e paisagismo. Bons estudos! 8 1. COMPETÊNCIA 01 | CONHECER OS PROCEDIMENTOS E ROTINAS DE TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL À LUZ DOS PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO-SST As atividades de um técnico de Segurança em construção civil podem ser realizadas num canteiro de obras ou numa frente de trabalho. Você sabe diferenciar esses ambientes? Então, o que é um canteiro de obras? Trata-se de uma instalação fixa e temporária. Fixa porque a instalação permanece numa única área da construção. É temporária porque permanece instalada até o final das atividades de construção civil. Podemos exemplificar a construção de sua casa, sua escola, de uma empresa, de um edifício, seja residencial ou empresarial. E a frente de trabalho? Trata-se de uma instalação móvel e temporária. As instalações de ambientes administrativos e áreas de vivência vão se deslocando no decorrer da construção. Como exemplo, citamos a construção de uma rodovia. É temporária por permanecer até o término das atividades da construção civil. Agora que você já identifica um de seus ambientes de trabalho, vamos conhecer nossas atividades de rotina. Iniciamos com todo o controle de documentação de segurança na obra e esta deve ser mantida sempre atualizada e deve estar disponível a quaisquer órgãos fiscalizadores oficiais. É importante frisar que estas documentações devem permanecer no escritório local da obra, seja canteiro ou frente de trabalho, do início até o final de toda atividade de construção. Vamos conhecer agora as principais documentações de obra! Competência 01 9 1.1 Comunicação Prévia Deve-se fazer a comunicação à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, antes do início das atividades, com as seguintes informações: a) endereço correto da obra; b) endereço correto e qualificação (CEI, CGC ou CPF) do contratante, empregador ou condomínio; c) tipo de obra; d) datas previstas do início e conclusão da obra; e) número máximo previsto de trabalhadores da obra. Outra documentação importante da qual devemos ter uma cópia arquivada são os registros dos profissionais que trabalham na área de segurança e saúde do trabalho no local da obra: o SESMT. É o que veremos agora no próximo item. 1.2 Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT Conforme a Norma Regulamentadora 4 (NR 4), o SESMT deve ser instalado e mantido, obrigatoriamente, por todas as empresas privadas e públicas, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade dos trabalhadores no local de trabalho. As atividades de construção possuem grau de risco 3 ou 4, em conformidade com esta Norma Regulamentadora 4. Agora dê uma pausa na leitura do caderno e acesse o link abaixo: https://www.youtube.com/watch?v=9dwqu7pRqGg Competência 01 10 Os profissionais que compõem o SESMT de nível superior são os engenheiros de segurança do trabalho, os médicos do trabalho e os enfermeiros do trabalho. Os de nível técnico são os auxiliares de enfermagem do trabalho ou técnico de enfermagem e o técnico de segurança do trabalho.Toda documentação admissional, registro de escolaridade e conselho de classe pelo órgão de competência devem ser mantidos numa pasta no escritório da obra de todos os profissionais do SESMT. Agora veremos outra atividade de relevante importância e de grande responsabilidade que é de organizar a CIPA nas empresas da Indústria da Construção. Toda documentação deve ser arquivada por cinco anos. Vamos conhecer agora no item que segue. 1.3 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA nas Empresas da Indústria da Construção Conforme a Norma Regulamentadora 5 (NR-5), a CIPA tem como objetivo observar as condições de risco nos ambientes de trabalho e solicitar medidas para reduzir até eliminar os riscos existentes e/ou neutralizar os mesmos, além de discutir os acidentes ocorridos. O resultado das discussões decorrentes desse trabalho deve ser encaminhado ao SESMT e ao empregador a fim de solicitar medidas que previnam acidentes e, ainda, orientar os demais trabalhadores quanto à prevenção de acidentes e doenças do trabalho. A Indústria da Construção apresenta alguns parâmetros diferentes quanto à composição e ao dimensionamento da CIPA os quais devem ser considerados em observância à Norma Regulamentadora 18. Importante! E quanto à exigência mínima ao dimensionamento do SESMT observe no Quadro II da NR 4 que, quando se tratar de construções de grau de risco 3, teremos 1 técnico de segurança para cada grupo de 101 a 250 empregados no estabelecimento. E quando for caracterizado grau de risco 4, teremos 1 técnico de segurança quando tiver entre 50 a 100 trabalhadores. À medida que o número de trabalhadores aumente, acrescentar-se-á o número de profissionais do SESMT tanto de nível técnico como superior. Competência 01 11 A NR-5 traz informações completas sobre Eleição, Registro, Curso para Componentes de CIPA e detalhes para o seu funcionamento, bem como modelo dos documentos a serem elaborados, que permitem implantar a CIPA, mesmo sem ter Profissional da Área de Segurança do Trabalho em seu quadro de efetivo. Uma das funções da CIPA é elaborar o Mapa de Riscos do estabelecimento e este deverá ser realizado por etapa de execução dos serviços, devendo ser revisto sempre que um fato novo modificar a situação de riscos estabelecidos. A empresa que possuir um (1) ou mais canteiros de obra ou frente de trabalho com setenta (70) ou mais empregados em cada estabelecimento, fica obrigada a organizar CIPA por Estabelecimento. Ficam desobrigadas de constituir a CIPA os canteiros de obra cuja construção não exceda a cento e oitenta (180) dias, devendo ser constituída uma comissão provisória de prevenção de acidentes, com eleição paritária de um (1) membro efetivo e um (1) suplente, a cada grupo de cinquenta (50) trabalhadores. A seguir, trataremos de uma exigência da NR 1: cabe ao empregador elaborar ordens de serviço sobre segurança e saúde no trabalho, dando ciência aos empregados por comunicados, cartazes ou meios eletrônicos. 1.4 Ordem de Serviço sobre Segurança e Medicina do Trabalho A Ordem de Serviço sobre Segurança e Medicina do Trabalho, com a finalidade de definir as responsabilidades do trabalhador, não só quanto à Segurança e Saúde no Trabalho como também Importante! O dimensionamento da CIPA nas Empresas da Indústria da Construção não é pelo quadro da NR 5. Seu dimensionamento permanece pelo antigo quadro da NR 5. Veja as Normas Regulamentadoras na parte de legislação complementar na Portaria n° 33 de 27 de outubro de 1983. Nela, você verá também todos os modelos de documentação da CIPA. Competência 01 12 sobre os processos utilizados na execução dos serviços, deve ser explicada e entregue por ocasião do Treinamento Admissional. Deverá ser feita em duas (2) vias e assinada pelo trabalhador; uma via fica com o mesmo e a outra via é arquivada na obra. Uma das atividades de maior relevância é a que veremos a seguir. É o momento de você instruir, orientar e ensinar. Quanto melhor fizermos isso, mais resultados satisfatórios surgirão. 1.5 Treinamento Todos os empregados devem receber treinamentos admissional e periódico, visando a garantir a execução de suas atividades com segurança. O treinamento admissional deve ter carga horária mínima de seis (6) horas e ser ministrado dentro do horário de trabalho, antes de o trabalhador iniciar suas atividades. Nos treinamentos, devem constar informações sobre as condições e meio ambiente de trabalho, riscos inerentes à função, uso adequado dos Equipamentos de Proteção Individual, doravante EPI, informações sobre os Equipamentos de Proteção Coletiva, doravante EPC, existentes no canteiro de obra, dentre outras que forem necessárias. Em todo treinamento ministrado deve constar o tema abordado, data, horário, nome do profissional que ministrou o tema, bem como nome e assinatura de todos trabalhadores participantes. Além disso, os trabalhadores devem receber cópias dos procedimentos e operações a serem realizadas com segurança. É atribuição da empresa ministrar treinamentos diversos. No próximo item, queremos alertá-lo (a), caro (a) estudante, quanto ao uso de EPI. Ele não previne acidentes, ele protege, minimiza a gravidade da lesão no trabalhador. 1.6 Equipamento de Proteção Individual - EPI A empresa é obrigada a fornecer aos trabalhadores, gratuitamente, EPI adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, em conformidade com as disposições contidas na NR 6. Nas atividades de construção, os EPI’s são definidos por função. Fazemos o controle através do Competência 01 13 preenchimento da ficha individual de fornecimento onde deve constar a data de entrega, especificação do EPI fornecido e data de devolução. Você sabia que a principal causa de acidentes na construção civil é por quedas de trabalhador? Figura 01 – Risco de Queda de Altura Fonte : www.panoramabrasil.com.br/economia/confianca-dos- empresarios-da-construcao-tem-queda-de-quase-8-no-primeiro -trimestre-id105913.html Descrição: nessa imagem você tem 3 trabalhadores na borda de uma laje, com ferragens expostas, pois as colunas ainda serão concretadas. Os três trabalhadores estão com capacete, mas sem cinto de segurança e um deles está debruçado na laje para prender uma ferragem. Expondo-se, assim, a risco de acidente por queda de altura. Pois bem, o uso do cinto de segurança tipo paraquedista deve ser utilizado em atividades a mais de dois metros (2,00m) de altura do piso, nas quais haja risco de queda do trabalhador. Caso o trabalhador caia usando-o adequadamente, evita lesões graves, pois ele fica suspenso pelo objeto. Assim, o uso correto de EPI’s protege o trabalhador contra todo e qualquer agente agressivo a sua saúde e sua integridade física. Faz-se necessário conhecer as exigências da Norma Regulamentadora 35 (NR 35) Segurança e Saúde no Trabalho em Altura. É importante conhecer a NR 6 – Equipamentos de Proteção Individual Competência 01 14 E o que devemos fazer em caso de acidentes com morte do Trabalhador? Vamos ver o que diz a NR 18? 1.7 Acidente Fatal Quando há ocorrência de acidente fatal, é obrigatória a comunicação imediata do acidente à autoridade policial competente e ao órgão regional do Ministério do Trabalho e Emprego, que repassará imediatamente ao sindicato da categoria profissional do local da obra. Deve-se isolar o local diretamente relacionado ao acidente, mantendo suas características até sua liberação pela autoridadepolicial competente e pelo órgão regional do Ministério do Trabalho e Emprego. A liberação do local poderá ser concedida após a investigação pelo órgão regional competente do Ministério do Trabalho e Emprego, que ocorrerá num prazo máximo de setenta e duas (72) horas, contado do protocolo de recebimento da comunicação escrita ao referido órgão. É necessário ter disponíveis os telefones dos órgãos discriminados acima, de preferência colocados nos quadros de avisos na obra. Adiante, acompanharemos as determinações constantes nos programas de segurança. 1.8 Programas de Segurança Segundo a NR 18, torna-se obrigatória a elaboração e o cumprimento do PCMAT (Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção) nos estabelecimentos com 20 (vinte) trabalhadores ou mais, contemplando os aspectos desta NR e outros dispositivos complementares de segurança. Este programa deve contemplar as exigências contidas na NR 9 - Programa de Prevenção e Riscos Ambientais. Ele deve ser mantido no estabelecimento à disposição do órgão regional do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE – e deve ser elaborado por profissional legalmente habilitado na área de segurança do trabalho. A implementação do PCMAT nos estabelecimentos é de responsabilidade do empregador ou condomínio. Competência 01 15 O processo de documentos que integram o PCMAT são os descritos abaixo: a) memorial sobre condições e meio ambiente de trabalho nas atividades e operações, levando-se em consideração riscos de acidentes e de doenças do trabalho e suas respectivas medidas preventivas; b) projeto de execução das proteções coletivas em conformidade com as etapas de execução da obra; c) especificação técnica das proteções coletivas e individuais a serem utilizadas; d) cronograma de implantação das medidas preventivas definidas no PCMAT; e) layout inicial do canteiro de obras, contemplando, inclusive, previsão de dimensionamento das áreas de vivência; f) programa educativo contemplando a temática de prevenção de acidentes e doenças do trabalho, com sua carga horária. Temos ainda outros dois programas de segurança importantes, entre eles o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA – quando o canteiro de obras e/ou frente de trabalho possuir menos de vinte (20) trabalhadores e o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional conhecido por PCMSO. Pois bem, o PPRA visa à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do Pense bem! É atribuição do técnico de segurança do trabalho acompanhar e monitorar todas as medidas implantadas em conformidade com o PCMAT para cada fase da obra. Ele é o nosso guia de trabalho diariamente. Competência 01 16 meio ambiente e dos recursos naturais. Esse programa deve estar articulado com o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO. A elaboração, implementação, acompanhamento e avaliação do PPRA poderão ser feitos pelo SESMT, ou por pessoa ou equipe de pessoas que, a critério do empregador, sejam capazes de desenvolver o disposto nesta norma. Cabe ao Empregador, estabelecer, implementar e assegurar o cumprimento do PPRA, como atividade permanente da empresa ou instituição. Os trabalhadores devem colaborar e participar na implantação e execução desse programa, seguir as orientações recebidas nos treinamentos oferecidos, informar ao seu superior hierárquico direto as ocorrências que, a seu julgamento, possam implicar riscos à saúde dos trabalhadores. No PPRA ficam estabelecidas a obrigatoriedade e a implementação, por parte de todos os empregados e instituições que admitam trabalhadores como empregados, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores. E caberá à empresa contratante de mão de obra prestadora de serviços informar à empresa contratada os riscos existentes e auxiliar na elaboração e implementação do seu PCMSO, nos locais de trabalho onde os serviços estão sendo prestados. Por fim, todo canteiro de obra ou frente de trabalho deverá estar equipado com material necessário à prestação de primeiros socorros, considerando-se as características da atividade desenvolvida, precisa ser mantido em local adequado e aos cuidados de pessoa treinada para este fim. Caro (a) estudante, agora entraremos no ambiente destinado ao trabalhador de construção civil. 1.9 Áreas de Vivência As áreas de vivência são destinadas aos trabalhadores dos canteiros de obras ou frente de trabalho e devem ser mantidas em perfeito estado de conservação, higiene e limpeza. Competência 01 17 Figura 02 – Local de Lavanderia e Lazer Fonte: http://www.equipedeobra.com.br/ construcao-reforma/47/artigo257431-1.asp Descrição: nessa imagem você tem um alpendre com lavanderia e área de lazer. Um alpendre é uma área com piso cimentado e com coberta que protege o local de insolação e água de chuva. Nas instalações móveis, inclusive contêineres, são aceitas também como áreas de vivência de canteiro de obras e frentes de trabalho, obedecendo sempre às determinações da NR 18. 1.9.1 Instalações Sanitárias, Vestiário e Alojamento Observe as imagens: Figura 03 – Lavatórios Individuais Fonte: arquivo pessoal, 2010. Descrição: nessa imagem você tem dois lavatórios brancos, individuas e de louça, com torneiras logo acima, representando um dos itens obrigatórios nos sanitários. Competência 01 18 Figura 04 – Mictórios Individuais Fonte: arquivo pessoal, 2010. Descrição: nessa imagem você tem dois mictórios individuais tipo cuba, em louça, na cor branca. Figura 05 – Sanitários Químicos Fonte: www.apontador.com.br/local/df/ brasilia/festas_e_eventos/C40235520D242D2 422/pipi_room_banheiros_sanitarios_quimico s_e_ecologicos.html Descrição: nessa imagem você tem dois vasos sanitários em um contêiner amarelo. O contêiner é um contentor móvel de aço, alumínio ou fibra, muito utilizado para obras de pavimentação, pois facilita o deslocamento da área a medida que a obra evolui. Entende-se como instalação sanitária o local destinado ao asseio corporal e/ou ao atendimento das necessidades fisiológicas de excreção. Como afirmamos anteriormente, essas instalações devem ser mantidas em perfeito estado de conservação, higiene e limpeza. Competência 01 19 A NR 18 exige que o ambiente possua portas de acesso a fim de impedir o devassamento e que deve ser construído de modo a manter o resguardo conveniente; as paredes têm que ser de material resistente e lavável, com pisos impermeáveis, laváveis também e de acabamento antiderrapante; não pode estar ligado diretamente com os locais destinados às refeições; ser separado para homens e mulheres, ter ventilação e iluminação adequadas; ter instalações elétricas adequadamente protegidas; ter pé-direito mínimo de 2,50m (dois metros e cinquenta centímetros), ou respeitando- se o que determina o Código de Obras do Município da obra; estar situado em locais de fácil e seguro acesso, não sendo permitido um deslocamento superior a 150 (cento e cinquenta) metros do posto de trabalho aos gabinetes sanitários, mictórios e lavatórios. E mais, a instalação sanitária deve ser constituída de lavatório, vaso sanitário e mictório, na proporção de 1 (um) conjuntopara cada grupo de 20 (vinte) trabalhadores ou fração, bem como de chuveiro, na proporção de 1 (uma) unidade para cada grupo de 10 (dez) trabalhadores ou fração. Vestiário Figura 06 – Armários Individuais Fonte: arquivo pessoal, 2010. Descrição: nessa imagem você tem três duplas de armários de madeira a sua direita e uma dupla de armário de madeira logo a sua frente. Os armários estão fechados adequadamente e o ambiente encontra-se limpo e organizado. Atenção! Leia a NR 18. Ela fornece todas as especificações nas instalações de lavatórios, mictórios, chuveiro e bacias sanitárias e do ambiente propriamente dito Competência 01 20 O local do vestiário é para troca de roupa dos trabalhadores que não residem no local. Ele deve localizar-se próximo ao alojamento, quando houver, ou à entrada da obra, sem ligação direta com o local destinado às refeições. A NR 18 especifica todo critério de instalação dos vestiários como ter paredes de alvenaria, madeira ou material equivalente; pisos de concreto, cimentado, madeira ou material equivalente; cobertura que proteja contra as intempéries; área de ventilação correspondente a 1/10 (um décimo) de área do piso; iluminação natural e/ou artificial; armários individuais dotados de fechadura ou dispositivo com cadeado; pé-direito mínimo de 2,50m (dois metros e cinquenta centímetros), ou respeitando-se o que determina o Código de Obras do Município da obra; ter bancos em número suficiente para atender aos usuários, com largura mínima de 0,30m (trinta centímetros); e serem mantidos em perfeito estado de conservação, higiene e limpeza. Alojamento Quando da existência de trabalhadores de outras localidades, há necessidade de instalar a área destinada ao alojamento atendendo às recomendações da NR 18, como: possuir paredes de alvenaria, madeira ou material equivalente; ter piso de concreto, cimentado, madeira ou material equivalente; cobertura que proteja das intempéries; ter área de ventilação de no mínimo 1/10 (um décimo) da área do piso; iluminação natural e/ou artificial; área mínima de 3,00 (três metros) quadrados por módulo cama/armário, incluindo a área de circulação; ter pé-direito de 2,50m (dois metros e cinquenta centímetros) para cama simples e de 3,00m (três metros) para camas duplas; não estar situado em subsolos ou porões das edificações; ter instalações elétricas adequadamente protegidas. Torna-se proibido o uso de 3 (três) ou mais camas na mesma vertical. O alojamento deve ser mantido em permanente estado de conservação, higiene e limpeza. É obrigatório no alojamento o fornecimento de água potável, filtrada e fresca, para os trabalhadores por meio de bebedouros de jato inclinado ou equipamento similar que garanta as mesmas condições, na proporção de 1 (um) para cada grupo de 25 (vinte e cinco) trabalhadores ou fração. Competência 01 21 1.9.2 Local de Refeições e Cozinha Local de Refeições Nos canteiros de obra é obrigatória a existência de local adequado para refeições. Este deve ter paredes que permitam o isolamento durante as refeições; ter piso de concreto, cimentado ou de outro material lavável; cobertura que proteja das intempéries; capacidade para garantir o atendimento de todos os trabalhadores no horário das refeições; ventilação e iluminação natural e/ou artificial; lavatório instalado em suas proximidades ou no seu interior; mesas com tampos lisos e laváveis; assentos em número suficiente para atender aos usuários; depósito, com tampa, para detritos; não estar situado em subsolos ou porões das edificações; não ter comunicação direta com as instalações sanitárias; ter pé-direito mínimo de 2,80m (dois metros e oitenta centímetros), ou respeitando-se o que determina o Código de Obras do Município. Fique atento! É necessário conhecer a NR 18. Ela fornece todas as especificações nas instalações de alojamentos como também, fornecer dimensões de armários e instalações sanitárias na proximidade do mesmo, dentre outras obrigações e especificações Recomendação Importante! É proibido cozinhar e aquecer qualquer tipo de refeição dentro do alojamento. Competência 01 22 Figura 07 – Local de Refeição em Canteiro de Obras Fonte: arquivo pessoal, 2011. Descrição: aqui você tem um refeitório representado por uma longa mesa de madeira, forrada com toalha de xadrez verde e branco. Contornando a mesa, você tem os bancos de madeira pintados de branco. O ambiente está limpo, arejado e com iluminação artificial, pois apesar de ser coberto, tem a lateral em meia parede que facilita a entrada da luz do sol. Cozinha O canteiro de obras ou frente de trabalho só possuirá cozinha quando forem produzirem alimentos. Muitas construtoras fornecem as refeições por serviços terceirizados contratados. Mesmo assim, é preciso haver um local destinado para servir de apoio ao aquecimento de refeições. Quando houver cozinha no canteiro de obra, ela deve ter ventilação natural e/ou artificial que permita boa exaustão; ter pé-direito mínimo de 2,80m (dois metros e oitenta centímetros), ou respeitando-se o Código de Obras do Município da obra; ter paredes de alvenaria, concreto, madeira É obrigatório o fornecimento de água potável, filtrada e fresca, para os trabalhadores, por meio de bebedouro de jato inclinado ou outro dispositivo equivalente, sendo proibido o uso de copos coletivos Competência 01 23 ou material equivalente; piso de concreto, cimentado ou de outro material de fácil limpeza; cobertura de material resistente ao fogo; iluminação natural e/ou artificial; pia para lavar os alimentos e utensílios; possuir instalações sanitárias que não se comuniquem com a cozinha, de uso exclusivo dos encarregados de manipular gêneros alimentícios, refeições e utensílios, não devendo ser ligadas à caixa de gordura; dispor de recipiente, com tampa, para coleta de lixo; possuir equipamento de refrigeração para preservação dos alimentos; ter instalações elétricas adequadamente protegidas; e, quando utilizado GLP, os botijões devem ser instalados fora do ambiente de utilização, em área permanentemente ventilada e coberta. 1.9.3 Área de Lazer, Lavanderia e Ambulatório Área de Lazer De acordo com a NR 18, nas áreas de vivência devem ser previstas locais para recreação dos trabalhadores alojados, podendo ser utilizado o local de refeições para este fim. Lavanderia As áreas de vivência devem possuir local próprio, coberto, ventilado e iluminado para que o trabalhador alojado possa lavar, secar e passar suas roupas de uso pessoal. Este local deve ser dotado de tanques individuais ou coletivos em número adequado. A empresa poderá contratar serviços de terceiros para atender esse serviço sem ônus para o trabalhador. É obrigatório o uso de aventais e gorros para os que trabalham na cozinha. Competência 01 24 Ambulatório Segundo a NR 18, torna-se obrigatória a instalação de ambulatório médico quando se tratar de frentes de trabalho com 50 (cinquenta) ou mais trabalhadores. 1.9.4 Layout do Canteiro de Obras O layout correto num canteiro de obras torna a obra mais organizada, produtiva e segura. Devem-se contemplar as diversas fases da construção. Um layout bem planejado é fundamental para agilizar as atividades, evitar desperdício e garantir segurança aos funcionários. Uma padronização é fundamental. No entanto, canteiros diferem-se entre si, já queos implantados nos centros urbanos possuem outras características quando comparados a canteiros situados em áreas de baixa densidade demográfica. Porém, em todos eles devem ser identificadas as interferências e barreiras que possam impedir uma correta armazenagem e bom fluxo de materiais, pessoas e equipamentos. A logística abrange as ações voltadas para a otimização e racionalização no recebimento, armazenagem, movimentação e disponibilização de materiais, ferramentas, equipamentos, mão de obra e informações. O conceito deve ser abordado sob dois aspectos básicos: o interno e o externo. O interno diz respeito ao arranjo físico do canteiro, trata da área de transporte, armazenagem e manuseio do material dentro da obra. Deve-se verificar se estão desobstruídas as áreas de descarga, vias de acesso (horizontal e vertical), além de se conferir se estão preparados os equipamentos de movimentação, a sinalização e os locais de estocagem. A logística externa faz interface com os fornecedores, planejamento e programação da entrega, transporte e descarga na obra. As construtoras começam a buscar nos conceitos logísticos da indústria seriada instrumentos para melhoria do ciclo de produção das obras como forma de não interromper as atividades. Competência 01 25 1.9.5 Armazenamento de Materiais Os materiais devem ser armazenados e estocados de modo a não prejudicar o trânsito de pessoas e de trabalhadores, a circulação de materiais, o acesso aos equipamentos de combate a incêndio, não obstruir portas ou saídas de emergência e não provocar empuxos ou sobrecargas nas paredes, lajes ou estruturas de sustentação, além do previsto em seu dimensionamento. 1.9.6 Proteção contra Incêndio É obrigatória a adoção de medidas que atendam, de forma eficaz, às necessidades de prevenção e combate a incêndio para os diversos setores, atividades, máquinas e equipamentos do canteiro de obras. No canteiro de obras deve ter um sistema de alarme capaz de dar sinais perceptíveis em todos os locais da construção, que todos os trabalhadores saibam utilizar os equipamentos de combate a incêndios e conhecer os procedimentos para evacuação dos locais de trabalho. Fique atento! Todos os ambientes no canteiro de obras devem possuir extintores de incêndio devidamente sinalizados. Onde estiverem instaladas as máquinas e equipamentos deve existir um extintor de incêndio, obrigatoriamente, no local, ou nas proximidades. Faz-se necessário conhecer a NR 11- Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais. Competência 01 26 Não se esqueça da videoaula! Que tal uma pausa para vê-la? Para aprimorar seus conhecimentos desta PRIMEIRA COMPETÊNCIA, sugiro que vocês leiam um trabalho de conclusão de curso (TCC) cujo título é Organização do Canteiro de Obras: um estudo aplicativo na construção do centro de convenções de João Pessoa-PB, do estudante de graduação em engenharia civil André Luis Lins Alves, através do link: http://www.ct.ufpb.br/coordenacoes/ccgec/images/arquivos/TCC/TCC_-_Andr_Luis_Lins_Alves.pdf Todos os empregadores devem adotar medidas de prevenção de incêndios, em conformidade com a legislação estadual e as normas técnicas aplicáveis. Competência 01 27 2. COMPETÊNCIA 02 | CONHECER E APLICAR PROGRAMAS, TÉCNICAS E FUNDAMENTOS LEGAIS NA PREVENÇÃO DE ACIDENTES NA CONSTRUÇÃO CIVIL Como vocês já sabem, o trabalhador exposto a um ambiente insalubre (contaminado por agentes físicos, químicos ou biológicos) pode vir a desenvolver uma doença que o incapacitará para o trabalho. Se isso acontecer, ele será afastado do trabalho, e, após o tratamento, poderá estar novamente em condições de trabalhar, retornando ao mesmo local onde contraiu a doença. Provavelmente voltará a ficar doente, dessa vez, porém, mais rapidamente até que fique totalmente incapacitado para o trabalho. Agindo assim, tratamos a consequência, que é a doença, e não a causa básica fundamental, que é a exposição a ambiente contaminado. E como se deve tratar um ambiente de trabalho? Devemos fazer um reconhecimento para saber quais os agentes prejudiciais presentes nesse ambiente de trabalho. Em seguida, fazer uma avaliação para saber se existe risco à saúde e, enfim, adotar as medidas de controle e continuar monitorando todas as medidas implantadas até obter o resultado esperado, para garantir plenamente a saúde e integridade física do trabalhador. Portanto, como já sabemos, até porque já foram vistos em outras disciplinas aplicadas neste curso, os agentes ambientais são os classificados como físicos, químicos e biológicos. Só para relembrar, eis alguns agentes: Muita Atenção! Como técnicos de segurança do trabalho de empresa seremos responsáveis pelo ambiente de trabalho, por isso devemos utilizar ou adotar as mais eficazes medidas de controle dos riscos à saúde e à integridade física do trabalhador. Competência 02 28 Lembre-se! Se um agente tóxico não for reconhecido, não será avaliado nem controlado. Se as concentrações ou exposições estiverem muito acima dos limites de exposição, devemos iniciar logo a etapa de controle e a partir daí deveremos fazer uma avaliação para verificar se as medidas adotadas foram suficientes para adequar o ambiente de trabalho. Então, observe nossa responsabilidade diante dos trabalhadores de construção civil, pelos seus inúmeros agentes ambientais associados e pela dinâmica de alteração de atividades envolvidas no dia a dia, pois frequentemente, encontramos cenários diferenciados e devemos tratá-los de modo particular para o bom desempenho do trabalhador, uma vez que este precisará desenvolver suas atividades com os riscos ambientais devidamente controlados. Vejamos agora os principais riscos nas atividades de construção civil. 2.1 Identificação dos Agentes Ambientais por Fase de Obra As atividades de construção civil são realizadas por etapas ou fases de obra. Geralmente, toda construção possui cinco (5) etapas principais que correspondem a momentos que vão desde a fase Agentes Físicos Ruído Vibrações Temperaturas extremas Pressões anormais Radiações ionizantes Radiações não ionizantes. Agentes Químicos Gases e Vapores Aerodispersóides: poeiras, fumos, névoas e neblinas (fibras). Agentes Biológicos Vírus Bactérias Fungos, algas e parasitas. Competência 02 29 de início de atividades de construção até ao acabamento final dos empreendimentos e entrega para habitação ou ocupações empresariais. As cinco (5) principais fases de construção são as seguintes: 1ª Fase: Limpeza do Terreno Nesta fase, fazemos inicialmente uma inspeção da área para avaliar as características e possíveis riscos existentes como também a existência de alguma construção que necessitará de demolição e verificar os processos de limpeza manual ou mecanizada, isto é, com o uso máquinas pesadas, como escavadeira por exemplo. Após a limpeza, devemos cercar o terreno específico (o que chamamos de tapume) da construção em si. Coloca-se, pois, um tapume que deve permanecer até a fase final da obra. Querido (a) estudante, é preciso ter muito cuidado e atenção nessa fase, pois dependendo das características do terreno, poderá ocorrer demolição, logo, vários procedimentos técnicos devem ser estabelecidos. Toda atenção é indispensável no acesso de máquinas pesadas e caminhões na obra cujo acesso deve ser diferente em relação ao dos trabalhadores. Ouseja, vários aspectos devem ser atendidos, em cumprimento ao que se encontra estabelecido na Norma Regulamentadora 18. Figura 08 – Limpeza de Terreno de Modo Manual Fonte: www.hemobras.gov.br/site/conteudo/noticia. Asp ?EditeCodigoDaPagina=63 Descrição: agora você tem três trabalhadores de costas, todos com enxada na mão, fardamento azul e capacetes vermelhos Estão iniciando a limpeza de um terreno, ou Competência 02 30 seja, retirada do capim, para demarcar a área que será escavada. Figura 09 – Limpeza de Terreno de Modo Mecanizado Fonte: http://www2.paulistaterraplenagem.com. br /equipamentos.html Descrição: nessa imagem você tem um trator laranja ao lado de entulhos de metralhas e areia deslocada de área escavada. Esse trator mostra que a limpeza de um terreno também pode ser realizada com o auxílio de equipamentos motorizados. Os principais riscos oriundos desta fase são os seguintes: contaminação por fungos ou outros microorganismos; umidade; gases; poeiras; animais venenosos; ruídos elevados provocados pelos equipamentos de obra, dentre outros. 2ª Fase: Escavação Nesta fase é realizada a movimentação de terra. Antes de iniciar esse trabalho, é feito um estudo prévio do terreno para identificar suas características e a existência de galerias, canalizações, cabos elétricos, rede de abastecimento de água, telefone e demais instalações que exijam proteção. Competência 02 31 Outros cuidados que devemos ter estão relacionados ao desligamento de cabos elétricos energizados. Quando necessário, devemos chamar a concessionária de energia elétrica local para realizar tal procedimento. Figura 10 – Escavação Mecanizada com Uso da Pá Carregadeira Fonte: http://www.viaterraplenagem.com.br/ obras.php Descrição: nessa imagem você vê uma pá carregadeira motorizada que é um tipo de trator, onde a parte da frente consiste de uma grande pá que serve para erguer a terra escavada e colocá-la em outro lugar, geralmente próximo ao local escavado. A pá carregadeira está de ré e possui cor alaranjada. Logo a frente da pá carregadeira existe muita terra para ser deslocada. Os principais riscos identificados nessa fase são os seguintes: desabamento de terra; umidade; gases; poeira; ruído provocado por equipamento de obra; esforço físico; transporte de peso; choque elétrico. Competência 02 32 3ª Fase: Fundação A fundação trata-se de um plano sobre o qual se assentam os alicerces de uma construção. É uma fase de muitos riscos, portanto, os cuidados são indispensáveis. Devemos acompanhar os trabalhos para identificar a presença de gases provenientes dos tubulões e outros sinais de perigo. Utilizam-se muito as máquinas pesadas, principalmente a escavadeira e o bate-estaca. Figura 11 – Fundação de Obra (Sapatas de Composição) Fonte: http://sites.google.com/site/obra20072 /nonavisita Descrição: nessa imagem você tem um terreno com alicerce escavado e algumas bases das colunas da edificação com concreto e escoramento de madeira. As ferragens encontram-se expostas, pois o restante da coluna ainda será concretada. Essas bases de colunas fazem parte da fundação da obra e o escoramento de madeira é utilizado até a laje secar completamente. Esse escoramento é conhecido nos canteiros de obras como “sapatas” de composição. Os principais riscos identificados nesta fase são os seguintes: umidade; gases; poeira; Competência 02 33 ruído provocado por equipamento de obra; esforço físico; queda. 4ª Fase: Estrutura Esta é a fase mais longa da construção e que exige maior número de trabalhadores. A maior parte das atividades desta fase está relacionada com os seguintes trabalhos: montagem e colocação de armações de ferro; montagem e desmontagem de formas; serviços de escoramentos; concretagem. Nesta fase utilizamos vários equipamentos de obra como a policorte (máquina de cortar ferro), betoneira (traçar e misturar massa de concreto), serra circular (cortar madeira), grua (içar materiais) dentre outros. Figura 12 – Fase Estrutural de Obra Fonte: www.atmosferaecoclube.com.br/blog/ index.php/as-obras-estao-em-ritmo-acelerado Descrição: nessa imagem você tem a alvenaria em levantamento. Já foram erguidos o pavimento térreo e a primeira laje já foi concretada. Na imagem você tem o inicio da alvenaria do primeiro pavimento sendo erguida. Competência 02 34 Os principais riscos identificados nessa fase são os seguintes: queda; ruído provocado por equipamento de obra; esforço físico; prensagem de mãos; poeira; furada de pregos; choque elétrico. 5ª Fase: Acabamento Nesta etapa é realizado o revestimento interno e externo da construção, colocação de portas e janelas, instalação de elevador social e de serviço quando houver instalação de casa de máquinas, central de gás, pintura e demais serviços necessários, dependendo do empreendimento. Figura 13 – Fase de Acabamento de Obra Fonte: http://www.tjgo.jus.br/bw/?p=19122 Descrição: nessa imagem você tem um prédio de 6 andares totalmente erguido, com vidros instalados nas janelas e com revestimento externo por meio de porcelanato marrom claro. O porcelanato é uma espécie de porcelana, que é um material mais liso e mais resistente que cerâmica, muito utilizado em revestimento de edifícios. Competência 02 35 Os riscos mais frequentes são os seguintes: intoxicação por inalação de vapores no uso de tintas, vernizes, diluentes e outros agentes químicos principalmente em locais fechados; quedas de pessoas e materiais; ruídos; poeiras; choque elétrico; incêndios; esforço físico; corpo estranho nos olhos. Medidas de Controle dos Riscos Ocupacionais Já conhecemos os principais riscos decorrentes das fases de construção e já temos noção do estudo que teremos de fazer na busca constante de medidas de controle que atendam a cada atividade e a cada trabalhador dentro de um canteiro de obras ou frente de trabalho. Fique Atento! A Norma regulamentadora 18 (NR 18) apresenta variadas medidas de proteção coletiva e individual aplicada a toda operação de atividades de obra. Enfim, apresentaremos algumas medidas de controle de uso individual e coletiva no canteiro de obras. Nas fases de limpeza do terreno, escavação e fundação necessitam-se proteger as redes de abastecimento, tubulações, vias de acesso e vias públicas. É imprescindível escorar e proteger muros de edificações vizinhas que possam ser afetados pelas edificações. Temos que retirar ou escorar árvores, pedras grandes ou qualquer outro material que ofereça risco de tombamento durante a Competência 02 36 execução do serviço. Temos que proteger o público que transita nas proximidades da construção. Temos que construir as rampas de vias de acesso aos caminhões que carregam o material escavado, independente da via de acesso dos trabalhadores. O material retirado da escavação deve ser depositado a uma distância da metade da profundidade. Todos os escoramentos devem ser inspecionados diariamente. Todas as operações e locais devem estar devidamente sinalizados. Essas e outras medidas de prevenção e controle de riscos de acidentes do trabalho e doenças, apresentadaspela NR 18, precisam ser tomadas. Nas fases de estrutura, temos que ministrar treinamento aos trabalhadores quanto ao uso correto na operação da máquina de cortar vergalhões, enrolar e trançar arames, como também do uso correto da chave manual de dobrar ferro. Toda sobra de vergalhões deve ser removida do local para mantê- lo limpo e organizado. Muito Cuidado e Atenção! Toda operação com máquinas e equipamentos deve ser realizada por profissionais habilitados ou qualificados e a instalação precisa atender às recomendações descritas na NR 18. Na fase de acabamento, temos alguns cuidados especiais como iniciar a alvenaria do pavimento logo após a desforma: não permitir a queda de materiais, retirar as sobras de tijolos, massas ou entulhos que caírem nas escadas e principalmente nas demais vias de circulação de trabalhadores. Enfim, o trabalhador de obra deve usar corretamente seus equipamentos de proteção individual – EPI para que o mesmo se proteja de agentes prejudiciais a sua saúde, como já vimos em aulas anteriores. Os EPI’s mais usados pelos trabalhadores de construção civil, independente de fase de obra são os calçados de segurança, capacete e cinto de segurança, tipo paraquedista. Os demais EPI’s são fornecidos de acordo com suas funções ou atribuições específicas como luvas impermeáveis, óculos de segurança, protetor auricular, máscara de proteção respiratória, luvas de raspa, viseira facial, dentre outros. Competência 02 37 Vamos conhecer e analisar no próximo tópico as duas principais causas de acidentes do trabalho nas atividades de construção que são queda de altura e choque elétrico. 2.2 Medidas de Proteção contra Queda e Choque Elétrico A indústria da construção civil apresenta um grande número de trabalhadores vinculados às obras de edifícios e de grandes estruturas. Assim, os riscos variam de acordo com a inserção nos diferentes processos de trabalho. As estatísticas do Brasil mostram que a falta de proteção em situações de risco de quedas de altura constitui-se na causa principal de elevado número de acidentes, vitimando centenas de trabalhadores a cada ano. Segundo as estatísticas divulgadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego – TEM –, as causas principais dos acidentes de trabalho nas atividades de construção civil são por queda de altura e choque elétrico e estas causas insistem em permanecer por vários anos e até mesmo décadas quando da divulgação do quadro estatístico apresentado por este referido órgão. Pensando na prevenção de quedas de altura e choque elétrico, o MTE, através da Recomendação Técnica de Procedimentos – RTP – lançou as disposições técnicas de nº 1 relativas à proteção contra riscos de quedas de pessoas e materiais na indústria da construção. Com isso ficou adotado como princípio básico de segurança que, onde houver risco de queda, tornar-se-á necessária a instalação de proteção coletiva específica a cada caso ou atividade. Essa RTP n° 1 fornece todos os requisitos básicos na confecção das proteções coletivas, como guarda-corpo, plataformas de trabalho, vãos de acesso aos elevadores, dentre outras. Diante da criação das RTP e reformulação da Norma Regulamentadora 18, questiona-se por que existem tantos acidentes por quedas de mesmo e de diferentes níveis. Temos a NR 35 – Segurança e Saúde no Trabalho em Altura que garante a segurança dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com essa atividade. Competência 02 38 Precisamos acabar com vários questionamentos, como por exemplo: por que se cai tanto na realização de atividades de construção civil? O que estamos fazendo ou deixando de fazer? Por que erramos tanto? Por que ignoramos as informações recebidas ou adquiridas? Então, estimado (a) estudante, percebe a nossa responsabilidade e comprometimento como técnico de segurança do trabalho quanto à efetivação das melhorias de condições ambientais de trabalho em canteiro de obras e/ou frente de trabalho? Sabe-se que as atividades mais frequentes com risco de quedas na construção civil são as descritas a seguir: Partes periféricas de lajes; Trabalhos com andaimes, inclusive suspensos; Vãos de acesso às caixas de elevadores; Vãos de escadarias ou rampas; Serviços executados em fachadas de edifícios, sacadas e/ou varandas; Construção e manutenção de telhados e/ou coberturas. E desses riscos de acidentes as principais causas de quedas de altura são pelas seguintes situações: Perda de equilíbrio; Falta de proteção; Método impróprio de trabalho; Trabalhador não apto para serviços em altura; Competência 02 39 Sobrecargas excessivas; Mau uso dos equipamentos de proteção individual – EPI. Por essas razões, tanto pelo risco inerente das atividades e por fatores pessoais e condições ambientais de trabalho, a NR 18 obriga o empregador a adotar as medidas de proteção coletiva contra quedas de altura, quais sejam: Guarda-corpo e Rodapé; Plataformas de proteção; Fechamento de vãos de acesso a elevadores; Redes de Segurança; Cabo-guia. Vamos conhecer cada um deles? 2.2.1 Sistema Guarda-Corpo e Rodapé A NR 18, como mencionamos acima, torna obrigatória, na periferia da edificação, a instalação de proteção contra queda de trabalhadores e projeção de materiais a partir do início dos serviços necessários à concretagem da primeira laje. Esse sistema destina-se a promover a proteção contra riscos de queda de pessoas, materiais e ferramentas. O guarda-corpo trata-se de uma proteção sólida, fixada e instalada nos lados expostos das áreas de trabalho, andaimes, passarelas, plataformas, escadarias e ao redor de aberturas em pisos ou paredes, para impedir a queda de pessoas e materiais. Competência 02 40 As características do guarda-corpo e seus requisitos, em atendimento à RTP n° 1, são especificadas abaixo: a) Ser construído com altura de 1,20m para o travessão superior e 0,70m para o travessão intermediário; b) Ter rodapé com altura de 0,20m (vinte centímetros); c) Ter vãos entre travessas preenchidos com tela ou outro dispositivo que garanta o fechamento seguro da abertura. Figura 14 – Guarda-Corpo de Proteção Fonte: arquivo Pessoal, 2011. Descrição: nessa imagem você tem vários guarda corpos contornando toda a periferia de um pavimento da edificação. Esses guarda corpos estão revestidos com telas laranjas que evitam passagem e queda de madeira ou metralhas produzidas no processo de construção. Competência 02 41 Figura 15 – Complemento de Guarda-Corpo ne Proteção na Periferia das Lajes Fonte: arquivo Pessoal, 2008. Descrição: nessa imagem você tem prédio totalmente erguido, mas as varandas ainda estão com guarda corpos e existe uma plataforma fixa a primeira laje para reter madeiras, metralhas ou outros materiais que venham a cair dos pavimentos superiores. O guarda-corpo deve ser sempre constituído de uma proteção sólida, de material rígido e resistente, convenientemente fixada e instalada nos pontos de plataformas, áreas de trabalho e de circulação onde haja risco de queda de pessoas e materiais. 2.2.2 Plataformas de Proteção São elementos de proteção coletiva que restringem ou limitam os efeitos de quedas de objetos, protegendo pessoas, materiais e equipamentos em níveis inferiores ao acidente. Em todo o perímetro de construção de edifícios com mais de 4 (quatro) pavimentos ou altura equivalente, é obrigatória a instalação de umaPlataforma Principal de Proteção e de Plataformas Secundárias dependendo do número de pavimentos ou altura da edificação. Essas plataformas devem ser rígidas e dimensionadas de modo a resistir aos possíveis impactos aos quais estarão sujeitas. Competência 02 42 A plataforma principal (conhecida por bandejão) deve ser instalada logo após a concretagem da laje a que se refere e retirada somente quando o revestimento externo do prédio acima dessa plataforma estiver concluído. Geralmente nas construções verticais ela é colocada na primeira laje, permanecendo durante toda construção e só é retirada quando o acabamento final chegar nela e não mais existir nenhuma atividade acima. A Plataforma Principal de Proteção deve ser instalada, na altura da primeira laje, em balanço ou apoiada, a critério de construtor. A Plataforma Principal de Proteção deve ter no mínimo 2,50m (dois metros e cinquenta centímetros) de projeção horizontal da face externa da construção e um complemento de 0,80 m (oitenta centímetros) de extensão, a 45º (quarenta e cinco graus) da sua extremidade. A instalação da Plataforma Principal de Proteção deve ser após a concretagem da laje na qual será apoiada. Recomenda-se, para tanto, que na própria laje concretada sejam previstos e instalados meios de fixação ou apoio para as vigas, perfis metálicos ou equivalentes, que servirão para a Plataforma Principal de Proteção (ganchos, forquilhas e/ou similares). Figura 16 – Plataforma Principal de Proteção (bandejão) Fonte: arquivo pessoal, 2011 Descrição: nessa imagem você vê o uma plataforma primária fixa a primeira laje. A imagem é uma visão da plataforma vista de baixo para cima. Competência 02 43 Acima e a partir da plataforma principal de proteção, devem ser instaladas, também, plataformas secundárias de proteção, em balanço, de 3 (três) em 3 (três) lajes. As Plataformas Secundárias de Proteção devem ter no mínimo 1,40 m (um metro e quarenta centímetros) de balanço e um complemento de 0,80 m (oitenta centímetros) de extensão, a 45º (quarenta e cinco graus) da sua extremidade. Toda Plataforma Secundária de Proteção deve ser instalada da mesma forma que a Plataforma Principal de Proteção e somente retirada quando a vedação da periferia até a plataforma imediatamente superior estiver concluída. Figura 17 – Plataforma Secundária de Proteção (Bandeja) Fonte: arquivo pessoal, 2011 Descrição: nessa imagem você vê um edifício com a fixação da plataforma secundária, fixa na quarta laje e vê também a plataforma terciária fixa na sétima laje. Na construção de edifícios com pavimentos no subsolo devem ser instaladas plataformas terciárias de proteção, de 2 (duas) em 2 (duas) lajes, contadas em direção ao subsolo e a partir da laje referente à instalação da plataforma principal de proteção. Essas plataformas devem ter, no mínimo, 2,20m (dois metros e vinte centímetros) de projeção horizontal da face externa da construção e um complemento de 0,80m (oitenta centímetros) de extensão, com inclinação de 45º (quarenta e cinco graus) a partir de sua extremidade. Competência 02 44 Todas as plataformas de proteção devem ser mantidas sem sobrecarga que prejudiquem a estabilidade de sua estrutura devendo o início de sua desmontagem ser precedido da retirada de todo os materiais ou detritos nela acumulados. A desmontagem das Plataformas deve ser feita ordenadamente, de preferência de cima para baixo, podendo ser realizada no sentido inverso, caso seja utilizado andaime suspenso mecânico pesado ou do tipo fachadeiro. Figura 18 – Andaimes Fachadeiros Fonte: http://henrimak.com. br/?modulo=produtos_andai me_fachadeiro Descrição: nessa imagem você tem um andaime que uma armação em aço, em forma de tubo, com uma plataforma de madeira no meio do mesmo. Competência 02 45 Figura 19 – Andaimes Suspensos Fonte: arquivo pessoal, 2008. Descrição: nessa imagem você visualiza toda a lateral de um prédio com um andaime suspenso por meio de cabos de aço. 2.2.3 Tela e Rede de Proteção As redes de segurança devem fixadas em todo o perímetro da construção de edifícios, devendo ser fechado com tela a partir da plataforma principal de proteção. São redes de polietileno de alta densidade formando um sistema integrado de proteção contra quedas. A tela deve constituir-se de uma barreira protetora contra projeção de materiais e ferramentas e deve ser instalada entre as extremidades de 2 (duas) plataformas de proteção consecutivas, só podendo ser retirada quando a vedação da periferia, até a plataforma imediatamente superior, estiver concluída. Competência 02 46 Figura 20 – Telas de Proteção Fonte: arquivo Pessoal, 2008 Descrição: nessa imagem você trem um edifício bastante alto, totalmente forrado com tela verde no seu entorno, evitando assim que retraços de madeiras ou metralhas atinjam pessoas e veículos que estejam circulando no entorno da obra. Temos várias situações em atividades de construção, além dessas apresentadas, que requerem a utilização de proteção coletiva no controle de riscos de quedas, como serviços em andaimes, fechamento de poço de elevador, fechamento de abertura de lajes, acesso ao elevador de obra, proteção de escadas, rampas e passarelas, proteção de taludes para evitar desmoronamento de terras, dentre tantas outras. Existem procedimentos de proteção nas RTP's, muitas publicações na própria Fundacentro, nas Normas Brasileiras e especificamente a NR 18. De modo geral, a utilização das proteções contra quedas possui uma interferência bastante acentuada sobre o comportamento humano e, consequentemente, sobre o ritmo de produção da obra. A sensação de segurança e de respeito à integridade do trabalhador proporcionada pelo empregador gera benefícios nem sempre visíveis, como a satisfação e a produtividade do serviço. Competência 02 47 O treinamento dado aos trabalhadores é de suma importância para o uso das proteções coletivas e individuais no controle eficaz desses referidos riscos apresentados nesta unidade. E quanto aos Riscos Elétricos, como devemos proceder? A NR 18 especificamente no item 18.21 – Instalações Elétricas – afirma que a execução e manutenção das instalações elétricas devem ser realizadas por trabalhador qualificado e a supervisão por profissional legalmente habilitado. Como medida básica de eletricidade, a norma diz que só se devem realizar serviços nas instalações quando o circuito elétrico não estiver energizado. Caso contrário, é necessário adotar medidas de proteção complementares, sendo obrigatório o uso de ferramentas apropriadas e equipamentos de proteção individual. Adota-se nos canteiros de obra principalmente a proibição da existência de partes vivas expostas de circuitos e equipamentos elétricos. Fique atento! O termo “gambiarra” não significa instalações elétricas inadequadas e sim instalações elétricas provisórias, temporárias, não definitivas, porém seguras. Figura 21 – Instalações Provisórias de Chaves Blindadas Fonte: arquivo pessoal, 2012 Competência 02 48 Descrição: nessa imagem você tem três caixas de chaves elétricas blindadas, ou seja, circuitos elétricos totalmente fechados. Essas caixas estão fixas em uma lateral de madeira com coberta de madeira também. Figura22 – Instalação Elétrica Imprópria, Inadequada. Fonte: http://www.ligueletrica.com.br/Fotos. html Descrição: nessa imagem você tem uma canalização elétrica com uma tomada em sua extremidade e logo atrás da tomada você tem a fiação exposta, representando risco de acidente. Lembre-se: todo canteiro de obra deve possuir um projeto das instalações elétricas em todas as áreas administrativas e das máquinas e equipamentos elétricos utilizados em todas as fases de construção em atendimento às normas oficiais do setor elétrico. As instalações elétricas provisórias de um canteiro de obras devem ser constituídas de: a) chave geral do tipo blindada de acordo com a aprovação da concessionária local, localizada no quadro principal de distribuição. b) chave individual para cada circuito de derivação. c) chave faca blindada em quadro de tomadas. Competência 02 49 d) chaves magnéticas e disjuntores para os equipamentos. O Interruptor Diferencial, doravante DR, tem como função principal proteger as pessoas ou o patrimônio. Este dispositivo DR atua em qualquer uma destas situações que seguem abaixo, sempre que uma fuga de corrente coloque em risco vidas e bens: Evitando choques elétricos (proteção às pessoas) Evitando Incêndios (proteção ao patrimônio) O DR não substitui um disjuntor, pois ele não protege contra sobrecargas e curtos-circuitos. Figura 23 – Disjuntor Diferencial Residual - DR Fonte: www.geindustrial.com.br/produtos/disjuntores/ dr/ Descrição: nessa imagem você o DR (Disjuntor Diferencial Residual) que parece uma peça de montagem branca, do tamanho de um telefone celular, em forma de retângulo, onde no meio, na parte da frente, existe uma chave preta que dispara desligando todo o circuito em caso de fuga de corrente elétrica. Em todos os ramais destinados à ligação de equipamentos elétricos devem ser instalados disjuntores ou chaves magnéticas, independentes, que possam ser acionados com facilidade e segurança. Todo serviço que envolve eletricidade necessita de extrema atenção e cuidado do de todos os trabalhadores que transitam na área. Como técnicos de segurança, precisamos estar sempre atentos às atividades da área elétrica. Competência 02 50 Muita atenção quanto aos seguintes procedimentos: As redes de alta-tensão devem ser instaladas de modo a evitar contatos acidentais com veículos, equipamentos e trabalhadores em circulação, só podendo ser instaladas pela concessionária; Os transformadores e estações abaixadoras de tensão devem ser instalados em local isolado, sendo permitido somente acesso do profissional legalmente habilitado ou trabalhador qualificado; As estruturas e carcaças dos equipamentos elétricos devem ser eletricamente aterradas; Os quadros gerais de distribuição devem ser mantidos trancados, sendo seus circuitos identificados; Ao religar chaves blindadas no quadro geral de distribuição, todos os equipamentos devem estar desligados; Todas as máquinas ou equipamentos elétricos móveis só podem ser ligados por intermédio de conjunto plugue e tomada. Enfim, por conta de sempre estar fazendo as ligações de máquinas ou equipamentos e instalações elétricas de modo geral, todo controle na permanência das instalações adequadas no atendimento às normas do setor elétrico se faz necessário. Conheceremos agora as principais máquinas e equipamentos utilizados em obras, seus riscos e medidas de controle. Competência 02 51 2.3 Máquinas e Equipamentos de Obras Para todas as atividades de obra, por menor que seja o empreendimento, sempre haverá necessidade de uso de máquinas, equipamentos e ferramentas manuais em todas as fases de execução da construção civil. Abordaremos sobre as máquinas e equipamentos mais utilizados no processo industrial da construção civil. A utilização desses recursos requer dos profissionais envolvidos muito comprometimento e atenção no cumprimento dos procedimentos de segurança do trabalho estabelecidos na Norma Regulamentadora 18. 2.3.1 Ferramentas Manuais As ferramentas manuais são as mais diversas possíveis e são utilizadas em todas as fases de obra, portanto, é preciso observar as seguintes recomendações, em relação a elas: a) Verificar o seu perfeito funcionamento, não sendo permitidas gambiarras, principalmente naquelas que possuem cabos elétricos; b) Fazer vistorias periodicamente e o trabalhador precisa ser devidamente orientado para a não utilização em outros fins que não os destinados; c) Os almoxarifados devem ser adequadamente organizados a fim de se garantir a boa qualidade das ferramentas fornecidas aos trabalhadores; d) É proibido o porte de ferramentas manuais nos bolsos ou locais inapropriados de vestimentas; e) As ferramentas devem ser apropriadas ao uso a que se destinam, proibindo-se o emprego das defeituosas, improvisadas ou danificadas; f) Os trabalhadores devem ser treinados e instruídos para a utilização das ferramentas; Competência 02 52 g) As ferramentas de ponta devem ser protegidas por bainha. 2.3.2 Máquinas e Equipamentos Usados em Obra Nas atividades de escavação, limpeza do terreno e fundação o trabalhador deve usar calçado impermeável para lugares úmidos, lamacentos ou encharcados, como também desligar o cabo elétrico subterrâneo existente, antes de iniciar a escavação além de deixar a área isolada e devidamente sinalizada. Nessas atividades, geralmente utilizamos as máquinas pesadas como a pá carregadeira e a retroescavadeira, o bate-estaca, a serra circular, a policorte, desempenadeira e a betoneira. 2.3.3 Serra Circular Os serviços no Setor de Carpintaria utilizam a Serra Circular de bancada. No setor adotam-se os seguintes procedimentos: a) As operações em máquinas e equipamentos necessários à realização da atividade de carpintaria somente podem ser realizadas por trabalhador qualificado nos termos desta NR-18; b) Nas operações de corte de madeira deve ser utilizado dispositivo empurrador e guia de alinhamento; c) As lâmpadas de iluminação da carpintaria devem ser protegidas contra impactos provenientes de projeção de partículas; d) A carpintaria deve ter piso resistente, em concreto, com cobertura, protegendo os trabalhadores contra quedas de materiais e intempéries. Competência 02 53 A Serra Circular apresenta riscos de ruptura do disco de corte, contato das mãos com o disco de corte, emissão de partículas e poeiras, choque elétrico, princípio de incêndio e queimaduras. Figura 24 – Serra Circular de Bancada Fonte: arquivo pessoal, 2011 Descrição: aqui você tem uma mesa ou bancada em madeira com o disco de serra localizado no meio da mesa e logo acima desse disco, existe uma proteção dos dentes do disco, chamada de coifa protetora. As medidas preventivas adotadas para a serra circular são as seguintes: a) Montar disco dentro das especificações e em bom estado; b) Operar com a máxima atenção, com operador habilitado e materiais específicos para o corte; c) Utilizar de protetor facial ou óculos de proteção e verificação da existência de protetor (capa) do disco de corte; d) Ter instalações elétricas adequadas, com aterramento da serra. Proteção das partes inferiores da bancada da serra elétrica, com calha para depósito do subproduto e também com comando liga/desliga por meio de botoeira (duplo isolamento). 2.3.4 Serviços de Concretagem Após a colocação das armações de aço e colocação das formas em fundação, pilares, vigas, lajes, etc., é que se
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