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Volei Iniciação Esportiva

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS 
ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA 
DISCIPLINA : VOLEIBOL I 
PROFESSOR : RENATO ROCHEFORT 
CURSO: LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA 
 
 
INICIAÇÃO ESPORTIVA E O VOLEIBOL 
 
 Crescimento e Desenvolvimento infantil 
 
Todo o comportamento humano pode ser caracterizado como pertencente a um dos três 
domínios (Cognitivo, afetivo e motor). Embora o comportamento possa ser caracterizado em um 
destes três domínios, existirá sempre a participação dos demais no mesmo comportamento 
observável. Então, a identificação de um comportamento como motor, indica somente a 
predominância deste sobre o cognitivo e o afetivo. 
 
 Este inter-relacionamento implica então na necessidade de se considerar a criança na sua 
globalidade, qualquer que seja a situação educacional em que ela se encontre. Outro fator que se 
deve levar em consideração é o desenvolvimento neuro-muscular. Também o crescimento físico é 
importante, o padrão normal de crescimento físico, ainda que comum a todas as crianças, 
apresenta mudanças constantes e regulares. Isto resulta em uma estrutura física em que 
nenhuma idade pode ser proporcional ao modelo do adulto. Daí porque Teeple (1978) firma que a 
criança não é um adulto em miniatura. 
 
 Tendo em vista as diferenças entre criança e adulto nas proporções das partes do corpo 
em relação ao todo, não se pode esperar de uma criança a execução de tarefas motoras, da 
mesma forma que os adultos executam. Então, o professor ao idealizar e planejar suas atividades, 
métodos e procedimentos, deve dar especial atenção as características físicas das crianças. 
Estes limites fisiológicos de execução é que determinarão suas possibilidades de concretização 
na execução de tarefas motoras. 
 
 Aspectos psicomotores 
 
O ensino das técnicas esportivas, sempre que atende a eficiência e a qualidade dos 
resultados obtidos ou que se pretende obter, tem que ser dirigido de modo a considerar a 
influência dos diferentes parâmetros de ordem psicológica e motora que condicionam a eficiência 
dos movimentos humanos. Segundo Lima (1970) a aprendizagem exige do professor um 
conhecimento das capacidades de execução do aluno, que dependem por sua vez, das 
características psico-fisiológicas de sua idade e sexo, das características dominantes do meio em 
que vive, e também das características individuais, determinadas pelo perfil psicomotor. Se 
entendermos perfil psicomotor o conjunto de características de ordem psicomotora que os 
indivíduos apresentam normalmente em determinada idade, e que lhes permite a execução de 
tarefas motoras bem definidas em limites de tolerância quanto ao resultado desta execução, há 
que se atender a correspondência entre o que se ensina e a capacidade de execução como 
condicionante do ato pedagógico. 
 
Um dos aspectos fundamentais entre outros, é a ausência de experiências anteriores de 
movimentos, dada principalmente pela ausência do profissional da Educação Física, nas primeiras 
séries do 1º grau, na maioria das escolas. 
 
Pesquié (1979) afirma que a experiência do aluno é importante, pois o desconhecido pode 
provocar em alguns, respostas de ansiedade acompanhadas de inibição motora. Sawrey & Telford 
(1966), afirmam também que as experiências anteriores, preparam o indivíduo para 
aprendizagens novas, facilitando-as. A criança que não teve experiência alguma em associar 
objetos ou figura de objetos com símbolos, não pode atingir prontidão para leitura. Assim, a 
criança que não teve uma adequada experiência em perceber objetos, seus deslocamentos em 
relação ao espaço e ao tempo, entre outros fatores, não pode atingir prontidão para a prática 
esportiva. 
Para Lawther (1979), a experiência vasta e prévia dará a criança um maior repertório de 
padrões de movimentos que ela poderá utilizar, com algumas adaptações, a nova situação que a 
ela se apresentar. Se a criança não generalizar várias categorias de habilidades como o equilíbrio, 
corridas com mudanças rápidas de direção, lançamentos, cambalhotas, entre muitas outras, ela 
terá de começar de um nível muito mais baixo, aprender com mais lentidão e adquirir unidades 
básicas antes que possa executar tarefas motoras mais complexas, como as do voleibol. 
 
A criança chega a iniciação esportiva com muito pouca ou quase nenhuma experiência 
anterior em habilidades corporais, e isto não é levado em consideração. Então, sem as unidades 
básicas, são colocadas em situações de movimentos complexos, onde os resultados logo tem que 
aparecer. Como não possui experiências, e o imediatismo dita as normas, as situações de não-
êxito nas tarefas podem evidenciar-se sobre as de êxito, e isso certamente trará e fará nosso 
praticante desistir, ou procurar outro tipo de esporte, ou até mesmo, outro tipo de atividade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Aspectos Afetivo-emocionais 
 
Dos fatores que influenciam o ato da aprendizagem destacam-se os que relacionam-se com 
os parâmetros de ordem afetiva e emocional, e a prática continuada nos esportes, também está 
intimamente relacionada com eles. 
 
Sendo assim, para Lima (1970), a ação pedagógica tem de dirigir-se aos alunos de maneira 
que evite reações desfavoráveis que resultem em manifestações de afetividade. Exercícios não 
adequados as capacidades dos alunos, podem e certamente produzirão, tensões emocionais 
perturbadoras, fazendo-os sentirem-se revoltados, demostrando isso por meio de manifestações 
de repúdio a atividade, e até mesmo aos professores em particular. 
 
Para Jersild (1977), uma criança torna-se ligada a pessoas ou coisas, em virtude da satisfação 
que estas lhe proporcionam, do papel que desempenham no atendimento de suas necessidades 
elementares. 
 
Segundo Alderman (1974), três grandes dimensões provavelmente operam para causar a 
tendência afiliativa nas pessoas. E todas são relevantes para o comportamento em atividades 
físicas e esportivas, podendo ser operacionalizadas como : 
 
 
GENÉTICAS EXPERIÊNCIAS 
Características Cognitivas 
Capacidades Cognitivas 
Capacidades motoras 
Características pessoais 
Prática 
Motivação 
Família / Colegas 
Interações 
Professor /aluno 
Treinador / atleta 
ÊXITO ESPORTIVO 
 Medo do isolamento ou separação do grupo; 
 A necessidade de auto–avaliação; e 
 O ganho de auto-estima por meio da afiliação com outras pessoas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Necessidade por capacidade de 
aperfeiçoamento 
Necessidade de auto-avaliação 
Necessidade de comparação 
social 
Tendência afiliativa 
 
AFILIAÇÃO 
Medo de isolamento 
social 
Medo de ser 
separado 
Ansiedade 
Tendência 
Afiliativa 
Auto-estima Tendência 
Afiliativa

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