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FONTES DE DIREITO IED

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São fontes do direito as origens do direito, ou seja, o lugar ou a matéria prima pela qual nasce o direito. São o modo de expressão do direito. É o espírito da lei. 
 
 
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Refere-se ao organismo que tem poderes para sua elaboração e criação. São, portanto, todas as formas de pressão social que criam ou modificam um sistema jurídico. Portanto, fatores sociais, históricos, religiosos, naturais, demográficos, higiênicos, políticos, econômicos, morais, de época, etc., que deram origem ao um determinado ordenamento jurídico. Não são o direito positivo mas, apenas o conjunto de valores e circunstâncias sociais, que constituindo o antecedente natural do direito, contribuem, para a formação do conteúdo das normas jurídicas.
 
 
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HISTORICAS – A elaboração de norma para a inclusão social do negro através de quotas para o favorecimento do seu ingresso nas universidades públicas, como forma de reparação a desvalia social como conseqüência do modelo de colonização do Brasil e a produção escravista. 
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RELIGIOSAS – A indissolubilidade do casamento que a igreja mantém até hoje cujo preceito influenciou o direito de família, obstando até 1977 a implantação da Lei do Divórcio no Brasil.
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ECONOMICAS – A especulação em desfavor do consumo, que impõe a necessidade constante do Estado em atuar como regulador no domínio privado, no sentido de elaborar normas para garantir a livre concorrência e impedir, por exemplo, o cartel. 
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NATURAIS -A incidência de doenças tropicais decorrentes da proliferação natural de mosquitos, que leva a saúde pública a adoção de normas, até mesmo a contragosto do povo, para o devido controle. Quem não lembra a ação de combate a febre amarela de Osvaldo Cruz no início do século passado, no Rio de Janeiro
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POLITICAS – No evidente acinte aos freios e contrapesos, as constantes influencias do Poder Executivo sobre os demais, que levou a normatização no sentido de disciplinar os repasses duodecimais de recursos financeiros para o funcionamento do legislativo e do judiciário, (ex. Art.168 CF e a Lei de Responsabilidade Fiscal.
 
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MORAIS – As normas do direito de família, sob constante influencia da moral e da religião, que perenizam, por exemplo, a repulsa do ordenamento a infidelidade e a falta de pudor.
 
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São aquelas pela qual o direito se manifesta. Dizem respeito ao direito já devidamente formalizado, a indicar documentos ou formas não escritas, que revelam um direito vigente, possibilitando a sua aplicação a um caso concreto. 
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ESTATAIS- são aquelas que decorrem do exercício de um poder público, quando o Estado através das suas instituições faz afluir o direito, quer em sua gênese através da sua função de legislar, quer em sua aplicação, através da sua função jurisdicional. 
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são aquelas que decorrente do convívio social, donde aflora o direito sem que isso tenha ocorrido por qualquer iniciativa do Estado.
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são as normas legais.
Importa observar que um dos mais importantes princípios de direito, no âmbito penal, é a disposição constitucional que estabelece que no direito penal brasileiro não há crime sem que haja lei anterior que o defina nem pena sem prévia cominação legal.
Isso quer dizer que se não existir uma norma legal que defina uma ação como ilícita, ainda que de alguma forma a ação seja danosa a outrem ou à coletividade, não haverá crime e por conseqüência não haverá punição no âmbito penal, embora possa tê-lo no âmbito civil.
Assim, a lei é a única fonte imediata do Direito Penal.
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são os costumes, os princípios gerais do direito a jurisprudência e a doutrina. O artigo 4º. da Lei de Introdução ao Código Civil dispõe que quando a lei for omissa , o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. 
 
Entretanto, no Direito Penal, a fonte mediata é direcionada para substanciar o órgão encarregado de produzir as leis, vez que apenas a existência de meros costumes, ainda que arraigados no convívio da comunidade, não autoriza o juiz a aplicar uma penalidade ao suposto infrator.
Portanto importa destacar, mais uma vez, que no Direito Penal, por determinação constitucional, não há crime sem que haja lei anterior que o defina nem pena sem prévia cominação legal, sendo esta, portanto, a principal diferença entre os princípios que orientam os direitos civil e penal.
 
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Tipos de fontes
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A legislação é a fonte primacial do direito, em virtude da maior certeza e segurança que ela carrega, já que devidamente escrita. Necessário falar em legislação e não somente em lei, uma vez que todas as espécies de legislação (leis ordinárias, decretos, leis complementares, etc) são consideradas fontes do direito. A lei mais importante do ordenamento jurídico é a Constituição Federal, uma vez que ela é o ordenamento total do Estado, pois abrange todas aquelas NORMAS cujo conteúdo se refere à matéria constitucional. A Constituição é uma LEI hierarquicamente superior às demais leis, que com ela não poderão conflitar, sob pena de invalidade. Entretanto, o fato da Constituição ser a fonte mais importante do direito, por trazer as bases para o ordenamento jurídico do Estado, não significa dizer que as demais espécies de leis não possam ser assim consideradas.
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A jurisprudência é o conjunto de reiteradas decisões dos tribunais sobre determinada matéria.
A jurisprudência não vincula o juiz, mas acaba prevalecendo
na maioria dos casos, principalmente em virtude da tendência que se tem à sua uniformização, o que não implica dizer, todavia, que o juiz deva tabelar suas decisões, pois ao contrário disso, deve o magistrado analisar cada caso em concreto para aplicar o direito da forma mais adequada.
A jurisprudência expressa nas sentenças e acórdãos, estabelecendo um entendimento a respeito da norma a ser subsumida ao caso "sub judice", é assim fonte através da qual se manifesta o Direito, em sua aplicação prática e real. A Constituição e as leis só valem, verdadeiramente, através desse significado que lhes empresta a jurisprudência.
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Apesar da Jurisprudência não ter a mesma força que a lei, não se pode estudar qualquer assunto jurídico, desvinculando-o das manifestações do Poder Judiciário, especialmente da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, que no desempenho de sua missão constitucional de árbitro da Federação, guardião da Constituição e uniformizador da jurisprudência, manifesta-se a respeito dos mais diversos temas jurídicos.
 
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ETIMOLOGIA - De origem latina, júris (direito)+ prudentia (sabedoria).
 Em resumo próprio ao estudo acadêmico, pode-se definir jurisprudência como o entendimento dos magistrados, exteriorizados em sentenças ou acórdãos, no qual manifestam, de forma harmônica, conhecimento acerca do direito aplicado a um caso concreto, cujos fundamentos das decisões são colocados à disposição da comunidade jurídica através de publicações, servindo como base a pesquisa em contribuição ao saber jurídico. 
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SECUNDUM LEGEM– É a que se tem de mais pacífica, posto que se limita a julgar o concrectu casu de acordo com a fiel expressão das regras definidas na ordem jurídica, quando as decisões judiciais refletem o verdadeiro sentido das normas vigentes, não se havendo confronto das ilações do interprete à construção vernacular do preceito. 
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PRAETER LEGEM – Em se tratando de aprimoramento da regra, a jurisprudência tem importante papel como heterointegrandora do direito. Embora que o Art. 4º da LICC não tenha nominalmente inserido a jurisprudência para suprir as chamadas "lacunas da lei", a tabula rasa da interpretação mecanicista não lhe haverá de dar exclusão, pelo contrário, por uma questão técnica, racionalmente por ilação a norma de superdireito a ela se amplia.
 	Destarte, a jurisprudência se apresenta como solução nas situações onde a regra é confusa
ou omissa, e, até mesmo, como atualizadora do direito, agindo o magistrado como se estivesse, na imperfeição, em subsunção ao trabalho do legislador, criando uma norma, paralela ao texto da lei. 
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CONTRA LEGEM – é aplicada em hipótese da lei anacrônica pela lentidão do legislador em acompanhar as mudanças da sociedade, o que levaria à inutilidade da regra em face aos valores atuais e ao conseqüente descaso social. Neste sentido expressa Paulo Nader “...Tal situação decorre, muitas vezes, da má ou insuficiente legislação e da inércia do legislador, que permite a revolta dos fatos contra o direito”. 
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Ainda no que se torna extensivo ao tema, o jurista faz interessante abordagem sobre a lei injusta, pelo o que há de se concluir que, em tal hipótese, a jurisprudência surge como saneadora de conflitos, pela preponderância axiológica que deve existir em cada preceito. Segundo ele a lei pode ser tida como injusta em três situações: as INJUSTAS POR DESTINAÇÃO, as CASUAIS e as EVENTUAIS. 
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Em raciocinio ao que diz o grande mestre, as INJUSTAS POR DESTINAÇÃO, são aquelas que sob direcionismo do "ocasio legis", nascem com o pecado original e levam consigo o selo da imoralidade. Neste caso o legislador tem consciência do erro, porém por interesses particularizados, irreleva as imperfeições e, assim mesmo, as coloca em vigência.
 Na outra situação, as INJUSTAS CASUAIS,não surgem por força de imperfeição volitiva do legislador, mas sim em face de equívocos nas câmaras do legislativo, daí a regulamentação ter sido feita de forma infeliz, como uma falha na política jurídica, ao que ora se acrescenta a doutrina do mestre: que seja até mesmo em razão às aptidões intelectuais de alguns dos "caminhoneiros do congresso", em não dominar os institutos e o sistema jurídico.
Por último, as INJUSTAS EVENTUAIS, estas também não decorrem da ma fé do legislador; nascem até mesmo sendo justas, ocorre que, quando da sua aplicabilidade, podem enveredar por interpretações dispares e tomar feições opostas ao seu sentido, de acordo com a particularidade de cada caso em si.
 
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 Uma vez sabido que a súmula seja um instrumento de uniformização de jurisprudência, quando estiver a ocorrer divergências de julgados no âmbito do judiciário, o termo vinculante se apresenta como um imperativo no sentido de que nenhuma decisão "a posteriori" a edição da súmula, possa divergir do seu enunciado. A súmula, assim, bem ao modelo anglo-saxônico, seria de efeito vinculante, uma inovação processual divergente do modelo tradicional que possui apenas o caráter de orientação, destarte, o efeito obrigaria os demais órgãos do Judiciário a seguirem determinada interpretação emitida pelo Supremo Tribunal Federal.
 Através da EC 045/04, a Constituição Federal autorizou ao Supremo Tribunal Federal a aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal
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Assim como a lei, também o costume é importante fonte do direito e, dependendo de se considerar este ou aquele Estado, este ou aquele momento histórico, poderá uma dessas fontes ser preponderante em relação à outra.
Não há negar, contudo, a precedência histórica do costume, a mais espontânea fonte do Direito e, de certa forma, também a mais normal, consubstanciada nessas normas de conduta, oriundas dos usos e costumes, em decorrência da necessidade de regulamentação da convivência humana em sociedade.
O costume consiste, portanto, na prática de uma determinada forma de conduta, repetida de maneira uniforme e constante pelos membros da comunidade.
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 É uma norma que deriva da longa prática uniforme ou da geral e constante repetição de dado comportamento sob a convicção de que corresponda a uma necessidade jurídica. (MARIA HELENA DINIZ )
 
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SECUNDUM LEGEM – Em um primeiro sentido é o costume que se consagra no meio social sem discrepância a ordem, em seus aspectos éticos e axiológicos, daí que muitas vezes passa ao domínio escrito, transubstanciando-se em lei.
 PRAETER LEGEM – É o costume que se reveste de caráter supletivo da norma de acordo com o Art. 4º da Lei de Introdução ao Código Civil, suprindo a lei nos casos omissos. Exemplo dessa pratica diz respeito ao cheque pós-datado, que se constatado ter sido emitido como garantia de divida, o fato da insuficiência de fundos, se apresentado antes da data convencionada, não constitui ilícito penal.
 CONTRA LEGEM – É a espécie de costume que se concretiza em contrário a expressão da lei. Nele se apresentam os casos do consuetudo abrogatório, que implicitamente revogatório do preceito a que se contrapõe e do desuetudo, que consiste a não aplicação da lei em virtude do desuso, quando a realidade é mais forte que o preceito legal, o que a torna, no dizer jurídico, uma letra morta.
 
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A Doutrina consiste na exposição, explicação e sistematização do Direito, consubstanciada nas manifestações dos estudiosos, jurisperitos ou jurisconsultos, através de tratados, livros didáticos, monografias, conferências, etc.
A doutrina é resultado do estudo que pensadores – juristas e 
filósofos do direito – fazem a respeito do direito.
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É através da doutrina que os conceitos operacionais do Direito são elaborados. A doutrina, mediante seus argumentos de autoridade, está também vinculada à dogmática (norma) jurídica.
Ex: explicar o que significa e abrange o termo “justa causa”no Direito do Trabalho.
A prática reiterada de juristas a respeito de determinado assunto, gera interpretação da lei e a possibilidade de conceitos operacionais pode influenciar um ordenamento jurídico, assim como também preencher lacunas, auxiliando os intérpretes aplicadores na confecção de suas sentenças, desde que sob beneplácito dos tribunais.
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A Doutrina costuma exigir a concorrência de dois elementos para a caracterização do costume jurídico, o elemento objetivo e o elemento subjetivo.
O elemento objetivo ou material do costume corresponde à prática, inveterada e universal, de uma determinada forma de conduta.
O elemento subjetivo ou espiritual consiste no consenso, na convicção da necessidade social daquela prática.
Em nossa sistemática, o costume é colocado em posição secundária, conforme decorre das disposições da Lei de Introdução ao Código Civil, que determina que “Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito."
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ETIMOLOGIA – Vem do latim doceo (ensinar)
 Como o presente estudo se destina a comunidade acadêmica, numa versão mais perfunctória, a doutrina é representada pela literatura jurídica produzida pelos grandes juristas, que em suas obras fazem elucudações direcionadas de forma especial ao estudo dos institutos e pressupostas jurídicos, sempre articulados a dogmática jurídica e, assim, escrevem de forma brilhante, de cujos tratados, compêndios e obras, se produzem no sentido do enriquecimento do saber, tanto daqueles que operam o direito (advogados, promotores e magistrados) quanto aqueles laboram com o processo legislativo.
 
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Surge na Roma antiga, quando o Imperador Augusto concedeu a uma classe de intelectuais, que tinham o jus publice respondendi, a tarefa de responder as questões jurídicas, cujos pareceres se tornavam incontestes.
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SECUNDUM LEGEM– Se decorre da fiel interpretação por parte do jurista, de um texto legal, sem manifestar contradições ao que expressa o seu conteúdo, de cunho esclarecedor daquilo a que se propõe na norma.
 PRAETER LEGEM – Quando as obras dos juristas ofertam luz ao operador do direito no sentido de solucionar quando da regra confusa ou omissa.
 CONTRA LEGEM – A doutrina tem eficácia para os legisladores, indicando, tanto reformas a serem introduzidas ao direito positivo, quanto mudanças na interpretação do direito.
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No que concerne a contribuição da doutrina para a tarefa de legislar, no Brasil, Clovis Beviláqua, autor de inúmeras obras de direito foi o grande idealizador do anterior Código Civil, de cujo projeto o foi de sua lavra, na íntegra.
 A missão do doutrinador, além de inspirar a criação da norma, também se presta ao seu aprimoramento, sempre em função ao sentido axiológico nela implícita.
 É bem memorável o trabalho dos grandes pensadores do direito nacional em relação aquela particularidade do Direito de Família, que se reportava a filiação, no tocante ao que se dizia "filiação ilegítima", onde até a própria doutrina, em razão ao momento histórico que se vivia, dava a alguns, a denominação teratológica de espúrios.
 
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Alguns doutrinadores como, por exemplo, Pablo Stolze Gagliano, admitem que a analogia, os princípios gerais de direito e a eqüidade, também possa ser considerada fonte, apesar de constar como meio de integração das lacunas (espaços) da lei.
Usar a analogia significa aplicar ao caso em concreto uma
solução já aplicada a um caso semelhante (um caso que possui mais semelhanças do que divergências).
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São postulados que procuram fundamentar todo o sistema jurídico, não tendo necessariamente uma correspondência positivada equivalente.
São idéias jurídicas gerais que sustentam, dão base ao ordenamento jurídico e não necessariamente precisam estar escritos para serem válidos.
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Na concepção aristotélica equidade significa justiça do caso. 
É a possibilidade do juiz de julgar de acordo com seus ditames. Ë faculdade que o magistrado possui de valer-se de seus próprios critérios de justiça, não estando vinculado a métodos de concepção e interpretação pré-estabelecidos.
É certo que o julgador deve sempre aplicar humanamente o direito, e decidir dentro dos limites da norma. Entretanto, apesar desta atitude também demonstrar uma forma de eqüidade, utilizamos o termo no direito de forma mais restrita, com o sentido de que o julgador utiliza-se de tal instituto quando se desapega à norma, e julga de acordo com a sua razão, com a sua consciência, com aquilo que ele entende ser justo (este tipo de eqüidade possui aplicação limitada pelo direito. O ordenamento somente admite sua utilização quando expressamente autorizado em lei).

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