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1 Capítulo 6 Classificação das normas Quanto ao sistema: Nacionais: vigência obrigatória em um país, fazem parte do sistema jurídico Estrangeiras: próprias de um estado, decorrente do Direito Internacional Privado De direito uniforme: mediante a um tratado que dois ou mais Estados resolvem adotar, possui legislação padrão Quanto a fonte: Legislativa: escritas, materializadas nas leis, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções. Consuetudinárias ou costumeiras: normas não escritas, elaboração feita de forma espontânea. Jurisprudenciais: normas emanadas das decisões proferidas de forma reiterada e constante, pelos tribunais. Quanto aos diversos âmbitos de validez: I- Âmbito espacial de validez Gerais: se aplicam em todo o território Locais: apenas uma parte do território II- Âmbito temporal de validez: De vigência por prazo indeterminado: o tempo de vigência não é pré-fixado (maioria das normas) De vigência por prazo determinado: tempo de duração previamente fixado III- Âmbito material da validez De Direito Público: relação jurídica de subordinação. O Estado impõe seu poder de império perante o particular, manifesta sua autoridade organizada De Direito Privado: relação jurídica de coordenação, partes em pé de igualdade IV – Âmbito pessoal de validez Genéricas: destinam a todos na mesma situação jurídica Individuais: facultam a um ou a vários membros da mesma classe, individualmente determinados Quanto a hierarquia: I- Constitucionais: tem origem da própria constituição Federal ou decorrem de emendas constitucionais, condicionam a validade de todas as outras normas II- Complementares: leis complementares a constituição III- Ordinárias: normas localizadas em plano inferior IV- Regulamentares: materializadas nos decretos, servem para complementar as normas ordinárias V- Individualizadas: grande variedade de atos jurídicos, vinculam somente as partes interessadas Quanto a sanção: I- Mais que perfeitas: violação estabelece duas consequências, prevê aplicação de uma restrição ou pena para o violador. Normas cujo cumprimento está cercado de dupla garantia, uma concernente ao ato e a outra relativa as restrições impostas ao infrator 2 II- Perfeitas: preveem anualidade do ato na sua violação, mas não pune o violador III- Menos que perfeitas: estabelecem apenas uma punição ou uma consequência restritiva e não almejada IV- Imperfeitas: nem pune nem anula Quanto a qualidade: I- Positivas ou permissivas: normas que permitem a ação ou omissão II- Negativas ou proibitivas: proíbem a ação ou omissão Quanto as relações de complementação: I- Primárias: seu sentido é complementado por outras normas II- Secundárias: complementam as normas primárias, se dividem em: normas de iniciação, normas declarativas ou explicativas, normas permissivas, normas interceptivas e normas sancionadoras Quanto à vontade das partes: I- Taxativa ou cogentes: resguarda interesses básicos da sociedade, independentemente da vontade das partes II- Dispositivas: somente aos interesses dos particulares Quanto a flexibilidade ou arbítrio do juiz I- Rígidas ou cerradas: não dá margem para interpretação, não permite ao aplicador do direito o emprego de equidade II- Elásticas ou abertas: permitem sua maleabilidade, deixam o arbítrio do julgador a solução mais prudente Quanto ao modo da presença no ordenamento jurídico: I- Explicitas: definem de forma objetiva a conduta II- Implícitas: derivam dos espaços em banco da constituição Quanto a inteligibilidade ou processo de compreensão: I- Normas de percepção imediata: diretamente assimiladas pelo espírito cognoscente II- Normas de percepção reflexiva ou mediana: uso dos métodos dedutivo e indutivo III- Normas de percepção complexa: intérprete impõe toda a acuidade intelectual a fim de apurar o sentido Validade da norma jurídica Para Reale, é preciso que uma norma jurídica se estruture e satisfaça requisitos de validade, para que ela seja obrigatória. Para Tércio Sampaio, a validade da norma jurídica é uma questão zetética e dogmática Para Reale, a validade se dá sobre a validade formal ou técnico-jurídica (vigência), validade social (eficácia ou efetividade) e validade ética (fundamento) Para Nader, o estudo da norma jurídica deve ser acompanhado da abordagem dos atributos de vigência, efetividade, eficácia e legitimidade Validade formal ou vigência: 3 Para que a norma que disciplina o convívio social possa ingressar no mundo jurídico e gere resultados, é preciso que apresente validade formal (possua vigência), preencha os requisitos indispensáveis para que ela possa se impor aos indivíduos. Segundo Reale, há três requisitos para a validade formal da norma: - A norma deve ser estabelecida por um órgão competente - Deve haver legitimidade quanto à matéria - É preciso ter legitimidade do procedimento Vigência Tempo de validade da norma Uma norma pode ser válida sem ser vigente, uma norma vigente sempre será válida Efetividade Efetividade pode ser considerada com o fato de que a norma jurídica pode ser observada tanto pelos seus destinatários como pelos aplicadores do direito As normas são feitas para serem cumpridas, por isso, devem alcançar a máxima Efetividade Para Kelsen, a Efetividade da norma jurídica é um pressuposto da sua validade, para ser valida, ela precisa ser efetivada Eficácia As normas são elaboradas para alcançar resultados sociais Para Nader, a eficácia significa que a norma produziu os efeitos sociais planejados A Efetividade é pressuposto da eficácia, para que a norma goze de eficácia e preciso que antes seja efetivada Quando as normas não atingem o propósito almejado, não se pode falar em direito. Legalidade Conjunto escalonado de leis, estruturado em função de um conceito de poder público que diferencia os campos de ação dos setores públicos e privado Legitimidade Uma norma é legítima quando sustentada sobre um valor e sua Legalidade são dadas pelo direito vigente, impessoal e objetivo Os positivistas consideram suficiente a vigência para legitimar a norma Os espiritualistas consideram a fonte que a norma emana a fornecedora da legitimidade A norma pode ser justa sem ser legítima e legítima sem ser justa Heteronomia Para Reale, direito é a ordenação Heteronomia e coercível da conduta humana O direito é bilateral-atributivo, ou seja, heterônomo Capítulo 7 Justiça e equidade Para os gregos, “Justiça seria dar a cada um o que é seu” 4 Para alguns estudiosos, justiça seria apenas uma convenção e o direito não teria nada haver com a justiça. Para Kelsen, os critérios da justiça são emocionais e subjetivas Para alguns autores, apenas uma parte das instituições jurídicas se fundamentam na justiça A justiça seria uma ideia que ultrapassa o direito, já que está presente na moral, religião e algumas regras do trato social. A justiça não é uma ideia inata, mas é desenvolvida desde a infância do ser humano, quando há a noção do que é seu. Para os romanos, justiça é algo que se refere ao outro Para os positivistas, a justiça teria um caráter relativo, pois, o justo aqui pode não se ter ali, o que foi justo ontem pode não ser hoje. Isso implica na afirmação de que o justo seria apenas aquilo que o legislador dispõe, a legitimidade desaparece em favor da legalidade. Os jusnaturalistas consideram a justiça como um valor, se as medidas do justo decorrem do direito natural, devem também serem eternos, imutáveis e universais. A ideia de justiça integra a essência do direito. Para que a ordem jurídica seja legitima é indispensável a expressão da justiça. Ou seja, a alma do direito é a justiça A justiça se torna viva no direito, quando deixa de ser apenas uma ideia e passa a incorporar as leis, dando sentido a elas As decisões jurídicas deveriam ser sempre pautadas pelosentimento de justiça, se as leis não fossem justas, não deveriam ser aplicadas. Critérios da justiça Critérios formais I- Igualdade- tratamento igual para todas as situações, isonomia, todos são iguais perante a lei, relação aritmética II- Proporcionalidade- proporção real de homem para homem Critérios materiais I- Mérito- valor individual, recompensado de acordo com seu grau de intensidade II- Capacidade- trabalho produzido pelo homem, capacidade de cada um III- Necessidade- justiça social, fixação das necessidades essenciais Concepção Aristotélica Justiça particular - distributiva e corretiva Justiça corretiva - princípio da igualdade aritmética, se dividia em comutativa - relações de troca, deveria haver igualdade entre as partes, judiciária – corrigir desequilíbrios, violações dos deveres Justiça distributiva - O estado é visto como agente, realiza a repartição de bens e encargos dos membros da sociedade, é orientada com consonância e com igualdade proporcional. Estado participa da relação jurídica e impõe sanções. Justiça de árbitro Justiça convencional – aplicação das normas jurídicas aos casos previstos por lei, aplicadores da norma subministram as leis de acordo com seu verdadeiro sentido 5 Justiça substancial - princípios jusnaturalistas, justiça tida como verdadeira que eleva os valores morais, é aquela que da a cada um o que é seu Justiça comunicativa - relação de troca entre os particulares, igualdade quantitativa. Impõe deveres, como respeito a vida, personalidade e dignidade de cada homem. Para Montoro, seria, a virtude pela qual - Um particular dá a outro particular – aquilo que lhe é rigorosamente devido – observada uma igualdade simples e real Justiça geral - contribuição da sociedade para o bem comum (Tomas de Aquino) Justiça social- proteção dos mais carentes, proporcionar repartição equilibrada das riquezas A justiça não é coercível, é autônoma, corresponde a uma norma moral Capitulo 8 Ramos do direito Direito Público – diz respeito às coisas do Estado, o interesse é geral, subordinação do particular ao poder de império do Estado Direito Privado – utilidade dos particulares, interesse particular, relação de coordenação Direito Interno I- Direito Constitucional – estrutura jurídica e política do Estado, seus poderes, forma de governo, função de seus órgãos básicos e direitos e garantias fundamentais da pessoa II- Direito Administrativo - funcionamento da administração pública, relação com os servidores e administrados em geral, prestação de serviços públicos, administração dos bens públicos e exercício do poder de policia III- Direito Tributário – arrecadação e fiscalização de tributos IV- Direito Financeiro – regulação das receitas e despesas do Estado, orçamento público V- Direito Penal – atividade repressiva do Estado, define crimes e estabelece penalidades VI- Direito Processual – relativo aos atos judiciais e à aplicação do direito em casos concretos VII- Direito Ambiental – convivência do homem com o meio ambiente, impor o desenvolvimento sustentável Direito Externo I- Direito Internacional Público – rege as relações entre os Estados soberanos II- Direito Internacional Privado – regula as relações privadas, relações do Estado com cidadãos de outro Estado, solução dos conflitos de leis no espaço ou conflitos de jurisdição Direito Privado I- Direito Civil – regula relações familiares, patrimoniais, obrigacionais e empresariais, se formam entre os indivíduos enquanto participantes da sociedade. O código civil é a constituição do homem comum II- Direito Comercial ou Empresarial – regulam atos de comércio e disciplina o exercício da profissão do comerciante. Rege a atividade empresarial e a produção e circulação de bens III- Direito do Consumidor – disciplinam relações de consumo entre fornecedores e consumidores IV- Direito do Trabalho – relações entre empregador e empregado e a condição social do trabalhador assalariado Capítulo 9 Criação do Direito 6 Autores distinguem as fontes do direito em históricas, materiais e formais Fontes Históricas Indicam a gênese das instituições jurídicas, a época, local, razoes que determinam sua formação. Aquele que realizar o direito sem a história não seria jurista Fontes Materiais Formadas pela realidade social, são reais ou substanciais I- Fontes materiais diretas – elaboradas pelo Direito Positivo, cria o direito costumeiro, Poder Legislativo, edita leis, Poder Judiciário, produz a jurisprudência II- Fontes materiais indiretas – fatores jurídicos, não criam o direto, fornecem subsídios para os juristas, ex: doutrina e jurisprudência, acompanham a realidade social Fontes formais Meios pelos quais o direito se expressa, fazem com que a normas jurídicas se tornem conhecidas. Introduzem as normas jurídicas no ordenamento ou sistema jurídico. Cada fonte material do direito corresponde a uma fonte formal I- Fontes formais estatais – emanam diretamente do Estado enquanto estrutura de poder, a lei (Poder Legislativo), jurisprudência (Poder Judiciário) II- Fontes formais não estatais – não decorrem da estrutura de poder estatal, direito costumeiro, força apenas convincente Miguel Reale é contra a divisão das fontes do direito, para ele, pressupõem sempre uma estrutura de poder As fontes de direito para ele são: Processo Legislativo, Poder Legislativo. Jurisdição, Poder Judiciário. Usos e costumes jurídicos, poder social. Fonte negocial, poder negocial, autonomia da vontade Fontes intraestatais e supraestatais I- Intraestatais – constituem o Direito independentemente da atividade legiferante do Estado II- Supraestatais – o Estado não é autossuficiente, depende da cooperação dos demais países, fontes supraestatais, tratados e costumes internacionais A lei é a norma escrita. A lei é a norma escolhida pelo legislador. A lei é toda relação necessária de ordem causal ou funcional estabelecida entre dois ou mais fatos, segundo a natureza que lhes é própria As leis precisam seguem os requisitos: - São escritas - Entram em vigor por decisões das autoridades estatais competentes - Estabelecidas com conformidade com o procedimento fixado em normas superiores - Objetivam regulamentar a organização da sociedade Lei em sentido estrito ou formal Preceito comum e obrigatório emanado do Poder Legislativo, Lei em sentido técnico Só existe lei quando a norma escrita é constitutiva de direito, ou seja, quando introduz algo novo com caráter obrigatório no sistema jurídico 7 Lei substantiva e lei adjetiva Lei substantiva – agrega normas de conduta social, definem direitos e deveres das pessoas em suas relações, podem ser concebidas sem outras leis Lei adjetiva – definem os procedimentos a serem cumpridos, não existem sem outras leis Leis de ordem pública Preceitos de importância fundamental ao equilíbrio e à segurança da sociedade, normas cogentes, obrigatória e se sobrepõem a opinião de todos. Sua interpretação deve ser feita de forma estrita As normas que não contêm preceitos podem ser interpretadas extensivamente Primazia da lei Forma ordinária e fundamental de expressão do Direito. Emendas à Constituição – Reformas do texto constitucional, adições, supressões ou modificações Leis Complementares – Complementam a Constituição, visam o desenvolvimento da normatividade. Não integram a Constituição, são leis à parte Leis Ordinárias – Leis comuns, aprovação se dá por maioria simples Leis Delegadas – Emanam do Poder Executivo, adquire competência de elaborar lei em decorrência da delegação do Poder Legislativo Medidas Provisórias – Normas editadas pelo Poder Executivo com força de lei em caso de relevância ou urgência, são submetidas de imediato ao Congresso Nacional Decretos Legislativos – tratar de assuntos que a Constituição Federal determina que sejam decididos apenas pelo Congresso Nacional Resoluções – própriaatividade do Congresso Nacional. Aprovação do regimento interno da casa legislativa, delegação da competência do presidente, suspensão pelo senado da execução de lei inconstitucional pelo STF, fixação de alíquota de impostos, etc. Formação da lei Apresentação do projeto, designação do relator, exame das comissões, discussão e aprovação em plenário, revisão, sanção, promulgação e publicação Iniciativa da lei - qualquer membro ou comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos Exame pelas comissões técnicas, discussão e aprovação - O projeto de lei passa por comissões parlamentares nas duas Casas Legislativas, seguirá ao plenário para discussão, quando se dará a oportunidade de apresentação de emendas, e consequente votação, a aprovação deverá ocorrer nas duas Casas Legislativas. Revisão do projeto – pode ser apresentado numa ou noutra casa. Uma será revisora. Se um projeto for o, rejeitado, será arquivado e voltará à Casa de origem para nova deliberação. Se for aprovado, ele será encaminhado à presidência para sanção para promulgação e publicação Sanção e veto Sanção – concordância do Chefe do Executivo com o projeto aprovado pelo Legislativo 8 Sanção Tácita – Chefe do Executivo deixa transcorrer o prazo sem manifestação (não sanciona nem veta), se isso ocorre, o projeto é sancionado Sanção Expressa – Chefe do Executivo declara a aquiescência no prazo Veto – oposição ou recusa ao projeto do Chefe do Executivo. O veto sendo rejeitado por uma maioria dos deputados e senadores, derrubando o veto do Executivo, a lei será promulgada pelo presidente do Senado. Promulgação – declaração formal de que a lei existe, autenticada pelo Poder Executivo Publicação – publicação deve ser feita por um órgão oficial. Permite que a lei seja conhecida pela comunidade. Início da vigência da lei é de 45 dias após publicada. Vacatio Legis – lapso temporal entre a publicação e a vigência, 45 dias e de 3 meses para território estrangeiro. Conflitos de Lei no tempo Colisão de uma lei nova com uma lei velha. Princípio da irretroatividade, a lei nova não deve abranger as situações jurídicas disciplinadas pela lei velha, “A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”. Não existe direito adquirido frente à Constituição que tem o poder de alterar a ordem jurídica anterior a sua promulgação. Somente são válidos os direitos anteriormente constituídos por lei Coisa julgada – decisão judicial que transitou em julgado e da qual não se pode mais recorrer A decisão transitada em julgado, pode ser ação rescisória. O termo inicial do prazo de dois anos para descoberta de prova nova e no prazo de no máximo 5 anos Conflitos das leis no espaço Para resolver os conflitos de leis no espaço, a legislação de cada país usa o principio da nacionalidade, princípio do domicílio, territorialidade ou domicília. I- A lei do país em que for domiciliada, determina as regras (princípio do domicilio) II- No caso de bens imóveis, aplica-se a lei do país em que estiveram localizados (princípio da territorialidade) III- Se os bens imóveis foram trazidos, aplica-se a lei do domicílio do proprietário (princípio do domicílio) IV- Nas relações jurídicas obrigacionais, contratos, aplica-se a lei do país em que foram celebrados (princípio da territorialidade) Revogação da lei – quando há uma força contraria à vigência da lei e ela perde a eficácia. Uma lei nova fulmina a obrigatoriedade da lei anterior, ou seja, revoga-a. Ab-rogação: lei desaparece do ordenamento jurídico e passa a ser substituída pela lei revogadora ou se anula. Derrogação: a lei fenece, é amputada nos dispositivos atingidos, perdem a obrigatoriedade Efeito repristinatório – revigoração de normas legais em virtude da cessação de vigência de lei que a havia revogado. Adoção do preceito que já não se encontrava em vigor. Reentrada em vigor de norma aparentemente revogada, ocorrendo quando uma norma que revogou outra é declarada inconstitucional. Desuso – o desuso deve estar na área de alcance da lei. I- Leis anacrônicas – envelhecem durante o período de vigência, não acompanharam a vida social II- Leis artificiais – não tem como base fatos sociais III- Leis injustas – nega ao homem aquilo que é devido IV- Leis defectivas – não são planejadas de forma suficiente Costume (Direito Consuetudinário) 9 Costume é a forma de expressão do Direito por excelência, sendo a mais antiga fonte do Direito Costume é a norma jurídica que decorre de uma prática uniforme, necessária e obrigatória Elementos: I- Material – repetição constante de uma prática social, pluralidade de atos II- Psicológico – convicção de sua obrigatoriedade, norma adotada espontaneamente pela sociedade possui valor jurídico Espécies de costumes: I- Costume segundo a lei: lei se reporta e reconhece sua obrigatoriedade II- Costume na falta da lei ou além da lei: aplicado supletivamente, na falta de omissão da lei III- Costume contra a lei: o costume suprime a lei Jurisprudência Conjunto de decisões uniformes e constantes nos tribunais, resultam da aplicação das normas em casos semelhantes O STF coordena e organiza a jurisprudência No Commom law a jurisprudência é a principal expressão do direito, o juiz tem poder de legislar Súmula é o resumo ou a própria ementa da sentença ou do acórdão Súmula Vinculante – pensada para que juízes sejam obrigados a seguir o entendimento adotado pelo STF e tribunais superiores, com o objetivo de diminuir número de processos Para alguns autores, a súmula vinculante acabaria com o livre arbítrio dos juízes A súmula vinculante tem eficácia imediata, mas o STF poderá restringir os efeitos vinculantes ou decidir que só tenha eficácia a partir de outro momento Poder normativo do juiz O magistrado ao sentenciar, não generaliza, cria uma norma jurídica individual incidente sobre um caso concreto A função jurisdicional é ativa: I- Subsunção do fato à norma – a norma deve ser interpretada no sentido de acolher um determinado fato que seus preceitos não previram II- Integração de lacuna – integração da norma por conta de sua incompletude III- Correção de antinomia – corrigir possíveis conflitos entre normas diferentes Doutrina “Pensamento sistematizado, ensinar, impor ortodoxia”. Forma-se pela atividade dos juristas, ensinamentos dos mestres A doutrina não pode ser adota pelos órgãos de aplicação da lei pois não é produzida por quem possui o poder normativo, pode ser apenas acolhida. Sua força não é vinculante, apenas convincente A doutrina possui influência na decisão judicial pois proporciona os fundamentos dos julgados A doutrina possui papel no desenrolar da experiência jurídica, não é fonte do direito, mas é uma das molas propulsoras e é também a mais racional das forças diretoras do ordenamento jurídico 10 Capítulo 10 Direito Objetivo e Direito Subjetivo Direito Objetivo – Conjunto de normas e modelos jurídicos possuem vigência e eficácia na universalidade de um território. É o complexo de todas as normas jurídica, imperativos autorizantes Categorias do direito objetivo I- Poder Constituinte – elaborar e promulgar a Constituição II- Poder Legislativo – função normativa III- Poder Executivo – fonte dos imperativos que disciplina a administração pública IV- Poder Judiciário – fonte das decisões proferidas nos autos de ações judiciais V- Costume – normas consuetudinárias VI- Princípios gerais de direito – fundamentos de inspiração de decisões judiciais VII- Vontade autônoma – normas reveladas em usos e costumes Direito objetivo e Direito subjetivo se complementam, não é possível conceber um sem o outro. Os direitos subjetivos de alguém estão garantidos pelo Direito objetivo. Direito Subjetivo– expressar a faculdade, Direito ao poder, que um sujeito tem para exigir de outro determinada conduta. Licitude – âmbito da liberdade da pessoa, direito de um indivíduo movimentar-se e atuar na vida social dentro dos limites. Ele é quem garante a conduta livre dos indivíduos. O direito objetivo irá impor da coletividade o dever de respeitar essa liberdade. Pretensão – oferecer ao titular de recorrer à via judicial. O direito subjetivo pode ser identificado quando: a) um direito corresponde um dever jurídico; b) b) porque esse direito é passível de violação, mediante o não cumprimento do dever jurídico pelo sujeito passivo da relação jurídica; c) porque o titular do direito pode exigir a prestação jurisdicional do Estado, ou seja, tem a iniciativa da coerção Todo Direito Subjetivo possui a faculdade de exigir de outrem uma prestação Teoria do interesse – direito subjetivo seria o interesse juridicamente protegido Teoria eclética de Jellinek – direito subjetivo é a reunião de vontade e interesse, poder da boa vontade reconhecido e protegido pela ordem jurídica, dá a alguém a possibilidade de agir Teoria de Leon Duguit – negou a ideia de direito subjetivo, o único direito será o de cumprir nosso dever, é necessário manter a ordem social e cada indivíduo deve seguir uma função social Teoria de Hans Kelsen – o direito subjetivo é uma expressão do dever jurídico, reflexo daquilo que é devido por alguém em virtude de uma regra de direito. Teorias ecléticas – direito subjetivo como poder colocado a serviço do caráter social, vontade autônoma. Interesse de indivíduos juridicamente protegido poder reconhecido a uma vontade para representá-lo ou defendê-lo Del Vecchio – direito subjetivo não é o querer, mas a possibilidade de querer, não é a vontade, mas a potencialidade da vontade Direito subjetivo seria a possibilidade de exigir de maneira garantida aquilo que a normas de direito atribuem a alguém como próprio 11 Elementos do Direito Subjetivo I- Sujeito – sujeito ativo, tem um direito subjetivo tutelado pelo Direito objetivo, aquele que deve respeitar o Direito subjetivo é o sujeito passivo II- Objeto – todo direito subjetivo tem um objeto. Exigência do sujeito ativo e dever do sujeito passivo a) Objeto imediato – ação que a pessoa é obrigada a pratica-la, prestação devida por outras pessoas b) Objetivo mediato – refere-se a algum bem III- Relação de vínculo de atributividade – vínculo ou relação jurídica que una o objeto ao sujeito, dependência do objeto ao sujeito IV- Proteção jurídica – garantir o exercício do Direito subjetivo e punir a violação Direito Subjetivo público – O sujeito passivo for pessoa jurídica de direito público. Direito de Liberdade, Direito de ação, Direito de petição, Direitos políticos. Direito Subjetivo Privado - pessoa jurídica de direito privado I- Patrimoniais – alineáveis e transmissíveis a) Reais – objeto bens móveis ou imóveis b) Obrigacionais – prestação pessoal c) Sucessórios – face de falecimento do titular, transferido a herdeiros d) Intelectuais – autores e inventores, direito de explorar suas obras II- Não Patrimoniais – inalienáveis e intransmissíveis, extinguem-se com o falecimento a) Personalíssimos – direitos inatos que tutelam o homem desde o nascimento b) Familiais: vínculo familiar Direitos absolutos – sujeito passivo é representado pela coletividade, direitos exigidos contra todos Direitos relativos – sujeito passivo é a pessoa que participa da relação jurídica Direitos transmissíveis – podem passar de um titular para outro Direitos não transmissíveis – não podem ser passados para outra pessoa Direitos principais – independeste, autônomos, não dependem de outros para existir Direito acessório – não possuem existência autônoma Direitos renunciáveis – o titular (sujeito ativo) pode deixar de ser titular do direito Direito não renunciáveis – titular não pode abrir mão Aquisição de direitos Incorporação ao patrimônio e à personalidade do titular, alguém assume a titularidade de um direito subjetivo. Determinação legal – direito a vida, honra etc; ato de vontade – pratica de ato jurídico Classificação: I- Originária ou derivada a) Originária – não se verifica a interferência de titular b) Derivada – mudança ou transferência de titularidade do direito c) Translativa – direito é transferido na sua totalidade para o novo titular d) Constitutiva – o titular conserva algum pode sobre o bem II- Gratuita ou onerosa a) Gratuita – só o adquirente obtém vantagens b) Onerosa – exigida do adquirente uma contraprestação, ambos possuem benefícios 12 III- A titulo singular e a titulo universal, no tocante à extensão a) A título singular – bens determinados, o adquirente substitui o sucedido (compra e venda) b) A título universal – adquirente sucede seu antecessor (herdeiro) IV- Simples ou complexa a) Simples – relação jurídica constitui um único fato b) Complexa – simultaneidade necessária ou sucessividade de fatos Conservação de direitos I- Medidas de caráter preventivo – acautelar o direito contra futura violação II- Medidas de caráter repressivo – restaurar direito violado III- Defesa privada ou autotutela – caráter excepcional, manter-se proprietário na posse por sua própria força Modificações de direitos I- Objetiva – diz respeito ao objeto, transformação que o alcança a) Qualitativa – direito é convertido em outra espécie b) Quantitativa – o objeto aumenta ou diminui sem alterar a qualidade do direito II- Subjetiva – permanece inalterada a relação jurídica primitiva ( ex: cessão de crédito) Extinção de direitos I- Razões subjetivas - Direito é personalíssimo e morre seu titular II- Razões objetivas – a coisa perde suas qualidades, o direito é extinto III- Razões concernentes ao vínculo jurídico – perecimento da pretensão Prescrição e decadência I- Prescrição – perda de direito pelo decurso do tempo, direito não desaparece, mas fica sem meios de obter proteção judicial, pode sofrer interrupção II- Decadência – extingue totalmente o direito, contínuo ate o final Capítulo 11 Fato e Ato jurídico O fato é definido como qualquer transformação da realidade social ou transformação do mundo exterior, o fato concreto é regulado pelo direito. Fato jurídico – ocorrência produzira efeitos que estejam garantidos pelo direito, independente ou dependente da vontade, adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos Elementos: Norma jurídica e Suporte fático – fenômeno definido na hipótese da norma jurídica, nem todos acontecimentos do mundo dos direitos participam do mundo fático Características: I- O acontecimento que se refere ao fato jurídico é relevante ao bem-estar da coletividade II- Fatos jurídicos podem ser reproduzidos por ato de vontade do homem ou gerados pela natureza III- Possuem alteridade, vínculo entre duas ou mais pessoas IV- Possuem exterioridade, produzem efeitos de constatação objetiva Fato jurídico material, natural ou involuntário – não depende da vontade, produz efeitos que a lei garante I- Acontecimentos naturais ordinários – fenômenos previsíveis, normais, regulares II- Acontecimentos naturais extraordinários – não se apresentam com regularidade 13 Caso fortuito – produzido pela ação da natureza Força maior – ação do homem Fato do príncipe – quando o príncipe, em decorrência de normas estabelecidas pelos órgãos estatais, as partes envolvidas numa relação jurídicas ficam impossibilitadas de cumprir com suas obrigações Fato jurídico humano – depende da vontade humana, ação do homem I- Ato jurídico em sentido amplo ou ato licito – obediência irrestrita aos ditames da lei a) Ato jurídico lícito ou mero ato jurídico – produz efeitos jurídicos sem que o agente tenha manifestado intenção de pratica-lo b) Ato jurídico em sentido estrito (não negocial) – depende da manifestação da vontade do agente,sem que haja nenhuma combinação com a vontade de outrem c) Negócio jurídico – ação do homem, intenção do agente e declaração dessa sua vontade II- Ato ilícito – se pratica no arrepio da lei, contradiz ditames legais a) Ilícito civil – descumprimento do descer jurídico, contratual ou extracontratual, contraria normas de direito privado b) Ilícito penal – um tipo de crime definido por lei c) Ilícito administrativo - ilícito disciplinar (cuja sanção pode ir desde a repreensão até a demissão do servidor), ilícito de polícia (cuja penalidade é uma restrição a direito ou liberdade) e ilícito fiscal (em que a pena é de natureza pecuniária) Capítulo 12 Organização judiciária I) o Supremo Tribunal Federal; II) o Superior Tribunal de Justiça; III) os Tribunais Superiores (Eleitoral, do Trabalho e Militar); IV) os Tribunais Federais Regionais e os Juízes Federais; V) os Tribunais e Juízes do Trabalho; VI) os Tribunais e os Juízes Eleitorais; VII) os Tribunais e os Juízes Militares; VIII) os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios. Âmbitos da Justiça Justiça comum – justiça federal e justiça estadual Justiça Especial – Justiça do trabalho, justiça eleitoral e justiça militar Supremo tribunal federal e tribunais superiores têm jurisdição em todo território nacional Supremo Tribunal Federal STF – guarda da constituição, onze ministros. Os Ministros são nomeados pelo Presidente da República, após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal. Superior Tribunal de Justiça STJ – trinta e três ministros, um terço de seus membros sairá dentre os juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre Desembargadores dos Tribunais de Justiça (estaduais) Tribunais Regionais Federais TRF – sete juízes. Um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público Federal com mais de dez anos de carreira. Os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco anos de exercício. 14 Juízes Federais Tribunal Superior do Trabalho TST – Vinte e sete ministros. Um quinto dentre advogados e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos exercício. Os demais dentre Juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior. Tribunais Regionais do Trabalho e os Juízes do Trabalho, dispostos nas Varas da Justiça do Trabalho. Tribunal Superior Eleitoral TSE – Sete membros, três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal; dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça; por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal. Tribunais Regionais Eleitorais, compostos por dois Desembargadores, um Juiz Federal, dois Juízes de Direito e dois advogados, todos com permanência de dois anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos e pelas juntas eleitorais, que funcionam nas eleições Superior Tribunal Militar STM – quinze ministros vitalícios, três dentre oficiais-generais da Marinha, quatro dentre oficiais-generais do Exército, três dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da carreira, e cinco civis (três dentre advogados e dois por escolha paritária dentre juízes auditores e membros do Ministério Público da Justiça Militar) Tribunais Estaduais de justiça TJ – Órgãos do poder judiciário estadual, tribunal de justiça, juízes de direito, tribunal do júri, conselhos de justiça militar, juizados especiais cíveis e criminais e suas turmas recursais. Conselho Nacional de Justiça – quinze membros, mandato de dois anos Juízes de paz – cidadãos, competência para celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na legislação Ministério Público – defesa da ordem jurídica, unidade, indivisibilidade e independência funcional I) Ministério Público Federal (também chamado de Procuradoria da República); II) o Ministério Público do Trabalho; III) o Ministério Público Militar; IV) o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios; V) o Ministério Público dos Estados. Advocacia – administração da justiça, manutenção do organismo social, defesa e interpretação do ordenamento jurídico Defensoria Pública – orientação jurídica e defesa dos necessitados
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