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Capítulo 6 
Classificação das normas 
Quanto ao sistema: 
Nacionais: vigência obrigatória em um país, fazem parte do sistema jurídico 
Estrangeiras: próprias de um estado, decorrente do Direito Internacional Privado 
De direito uniforme: mediante a um tratado que dois ou mais Estados resolvem adotar, possui legislação 
padrão 
Quanto a fonte: 
Legislativa: escritas, materializadas nas leis, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções. 
Consuetudinárias ou costumeiras: normas não escritas, elaboração feita de forma espontânea. 
Jurisprudenciais: normas emanadas das decisões proferidas de forma reiterada e constante, pelos 
tribunais. 
Quanto aos diversos âmbitos de validez: 
I- Âmbito espacial de validez 
Gerais: se aplicam em todo o território Locais: apenas uma parte do território 
II- Âmbito temporal de validez: 
De vigência por prazo indeterminado: o tempo de vigência não é pré-fixado (maioria das normas) 
De vigência por prazo determinado: tempo de duração previamente fixado 
III- Âmbito material da validez 
De Direito Público: relação jurídica de subordinação. O Estado impõe seu poder de império perante o 
particular, manifesta sua autoridade organizada 
De Direito Privado: relação jurídica de coordenação, partes em pé de igualdade 
 IV – Âmbito pessoal de validez 
Genéricas: destinam a todos na mesma situação jurídica 
Individuais: facultam a um ou a vários membros da mesma classe, individualmente determinados 
Quanto a hierarquia: 
I- Constitucionais: tem origem da própria constituição Federal ou decorrem de emendas 
constitucionais, condicionam a validade de todas as outras normas 
II- Complementares: leis complementares a constituição 
III- Ordinárias: normas localizadas em plano inferior 
IV- Regulamentares: materializadas nos decretos, servem para complementar as normas ordinárias 
V- Individualizadas: grande variedade de atos jurídicos, vinculam somente as partes interessadas 
Quanto a sanção: 
I- Mais que perfeitas: violação estabelece duas consequências, prevê aplicação de uma restrição 
ou pena para o violador. Normas cujo cumprimento está cercado de dupla garantia, uma 
concernente ao ato e a outra relativa as restrições impostas ao infrator 
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II- Perfeitas: preveem anualidade do ato na sua violação, mas não pune o violador 
III- Menos que perfeitas: estabelecem apenas uma punição ou uma consequência restritiva e não 
almejada 
IV- Imperfeitas: nem pune nem anula 
Quanto a qualidade: 
I- Positivas ou permissivas: normas que permitem a ação ou omissão 
II- Negativas ou proibitivas: proíbem a ação ou omissão 
Quanto as relações de complementação: 
I- Primárias: seu sentido é complementado por outras normas 
II- Secundárias: complementam as normas primárias, se dividem em: normas de iniciação, normas 
declarativas ou explicativas, normas permissivas, normas interceptivas e normas sancionadoras 
Quanto à vontade das partes: 
I- Taxativa ou cogentes: resguarda interesses básicos da sociedade, independentemente da 
vontade das partes 
II- Dispositivas: somente aos interesses dos particulares 
Quanto a flexibilidade ou arbítrio do juiz 
I- Rígidas ou cerradas: não dá margem para interpretação, não permite ao aplicador do direito o 
emprego de equidade 
II- Elásticas ou abertas: permitem sua maleabilidade, deixam o arbítrio do julgador a solução mais 
prudente 
Quanto ao modo da presença no ordenamento jurídico: 
I- Explicitas: definem de forma objetiva a conduta 
II- Implícitas: derivam dos espaços em banco da constituição 
Quanto a inteligibilidade ou processo de compreensão: 
I- Normas de percepção imediata: diretamente assimiladas pelo espírito cognoscente 
II- Normas de percepção reflexiva ou mediana: uso dos métodos dedutivo e indutivo 
III- Normas de percepção complexa: intérprete impõe toda a acuidade intelectual a fim de apurar o 
sentido 
Validade da norma jurídica 
Para Reale, é preciso que uma norma jurídica se estruture e satisfaça requisitos de validade, para que ela 
seja obrigatória. 
Para Tércio Sampaio, a validade da norma jurídica é uma questão zetética e dogmática 
Para Reale, a validade se dá sobre a validade formal ou técnico-jurídica (vigência), validade social (eficácia 
ou efetividade) e validade ética (fundamento) 
Para Nader, o estudo da norma jurídica deve ser acompanhado da abordagem dos atributos de vigência, 
efetividade, eficácia e legitimidade 
Validade formal ou vigência: 
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Para que a norma que disciplina o convívio social possa ingressar no mundo jurídico e gere resultados, é 
preciso que apresente validade formal (possua vigência), preencha os requisitos indispensáveis para que 
ela possa se impor aos indivíduos. Segundo Reale, há três requisitos para a validade formal da norma: 
- A norma deve ser estabelecida por um órgão competente 
 - Deve haver legitimidade quanto à matéria - É preciso ter legitimidade do procedimento 
Vigência 
Tempo de validade da norma 
Uma norma pode ser válida sem ser vigente, uma norma vigente sempre será válida 
Efetividade 
Efetividade pode ser considerada com o fato de que a norma jurídica pode ser observada tanto pelos seus 
destinatários como pelos aplicadores do direito 
As normas são feitas para serem cumpridas, por isso, devem alcançar a máxima Efetividade 
Para Kelsen, a Efetividade da norma jurídica é um pressuposto da sua validade, para ser valida, ela precisa 
ser efetivada 
Eficácia 
As normas são elaboradas para alcançar resultados sociais 
Para Nader, a eficácia significa que a norma produziu os efeitos sociais planejados 
A Efetividade é pressuposto da eficácia, para que a norma goze de eficácia e preciso que antes seja 
efetivada 
Quando as normas não atingem o propósito almejado, não se pode falar em direito. 
Legalidade 
Conjunto escalonado de leis, estruturado em função de um conceito de poder público que diferencia os 
campos de ação dos setores públicos e privado 
Legitimidade 
 Uma norma é legítima quando sustentada sobre um valor e sua Legalidade são dadas pelo direito vigente, 
impessoal e objetivo 
Os positivistas consideram suficiente a vigência para legitimar a norma 
Os espiritualistas consideram a fonte que a norma emana a fornecedora da legitimidade 
A norma pode ser justa sem ser legítima e legítima sem ser justa 
Heteronomia 
Para Reale, direito é a ordenação Heteronomia e coercível da conduta humana 
O direito é bilateral-atributivo, ou seja, heterônomo 
Capítulo 7 
Justiça e equidade 
Para os gregos, “Justiça seria dar a cada um o que é seu” 
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Para alguns estudiosos, justiça seria apenas uma convenção e o direito não teria nada haver com a justiça. 
Para Kelsen, os critérios da justiça são emocionais e subjetivas 
Para alguns autores, apenas uma parte das instituições jurídicas se fundamentam na justiça 
A justiça seria uma ideia que ultrapassa o direito, já que está presente na moral, religião e algumas regras 
do trato social. 
A justiça não é uma ideia inata, mas é desenvolvida desde a infância do ser humano, quando há a noção do 
que é seu. 
Para os romanos, justiça é algo que se refere ao outro 
Para os positivistas, a justiça teria um caráter relativo, pois, o justo aqui pode não se ter ali, o que foi justo 
ontem pode não ser hoje. Isso implica na afirmação de que o justo seria apenas aquilo que o legislador 
dispõe, a legitimidade desaparece em favor da legalidade. 
Os jusnaturalistas consideram a justiça como um valor, se as medidas do justo decorrem do direito natural, 
devem também serem eternos, imutáveis e universais. 
A ideia de justiça integra a essência do direito. Para que a ordem jurídica seja legitima é indispensável a 
expressão da justiça. Ou seja, a alma do direito é a justiça 
A justiça se torna viva no direito, quando deixa de ser apenas uma ideia e passa a incorporar as leis, dando 
sentido a elas 
As decisões jurídicas deveriam ser sempre pautadas pelosentimento de justiça, se as leis não fossem 
justas, não deveriam ser aplicadas. 
Critérios da justiça 
Critérios formais 
I- Igualdade- tratamento igual para todas as situações, isonomia, todos são iguais perante a lei, 
relação aritmética 
II- Proporcionalidade- proporção real de homem para homem 
Critérios materiais 
I- Mérito- valor individual, recompensado de acordo com seu grau de intensidade 
II- Capacidade- trabalho produzido pelo homem, capacidade de cada um 
III- Necessidade- justiça social, fixação das necessidades essenciais 
Concepção Aristotélica 
Justiça particular - distributiva e corretiva 
Justiça corretiva - princípio da igualdade aritmética, se dividia em comutativa - relações de troca, deveria 
haver igualdade entre as partes, judiciária – corrigir desequilíbrios, violações dos deveres 
Justiça distributiva - O estado é visto como agente, realiza a repartição de bens e encargos dos membros 
da sociedade, é orientada com consonância e com igualdade proporcional. Estado participa da relação 
jurídica e impõe sanções. Justiça de árbitro 
Justiça convencional – aplicação das normas jurídicas aos casos previstos por lei, aplicadores da norma 
subministram as leis de acordo com seu verdadeiro sentido 
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Justiça substancial - princípios jusnaturalistas, justiça tida como verdadeira que eleva os valores morais, é 
aquela que da a cada um o que é seu 
Justiça comunicativa - relação de troca entre os particulares, igualdade quantitativa. Impõe deveres, como 
respeito a vida, personalidade e dignidade de cada homem. Para Montoro, seria, a virtude pela qual - Um 
particular dá a outro particular – aquilo que lhe é rigorosamente devido – observada uma igualdade 
simples e real 
Justiça geral - contribuição da sociedade para o bem comum (Tomas de Aquino) 
Justiça social- proteção dos mais carentes, proporcionar repartição equilibrada das riquezas 
A justiça não é coercível, é autônoma, corresponde a uma norma moral 
Capitulo 8 
Ramos do direito 
Direito Público – diz respeito às coisas do Estado, o interesse é geral, subordinação do particular ao poder 
de império do Estado 
Direito Privado – utilidade dos particulares, interesse particular, relação de coordenação 
Direito Interno 
I- Direito Constitucional – estrutura jurídica e política do Estado, seus poderes, forma de governo, 
função de seus órgãos básicos e direitos e garantias fundamentais da pessoa 
II- Direito Administrativo - funcionamento da administração pública, relação com os servidores e 
administrados em geral, prestação de serviços públicos, administração dos bens públicos e 
exercício do poder de policia 
III- Direito Tributário – arrecadação e fiscalização de tributos 
IV- Direito Financeiro – regulação das receitas e despesas do Estado, orçamento público 
V- Direito Penal – atividade repressiva do Estado, define crimes e estabelece penalidades 
VI- Direito Processual – relativo aos atos judiciais e à aplicação do direito em casos concretos 
VII- Direito Ambiental – convivência do homem com o meio ambiente, impor o desenvolvimento 
sustentável 
Direito Externo 
I- Direito Internacional Público – rege as relações entre os Estados soberanos 
II- Direito Internacional Privado – regula as relações privadas, relações do Estado com cidadãos de 
outro Estado, solução dos conflitos de leis no espaço ou conflitos de jurisdição 
Direito Privado 
I- Direito Civil – regula relações familiares, patrimoniais, obrigacionais e empresariais, se formam 
entre os indivíduos enquanto participantes da sociedade. O código civil é a constituição do 
homem comum 
II- Direito Comercial ou Empresarial – regulam atos de comércio e disciplina o exercício da 
profissão do comerciante. Rege a atividade empresarial e a produção e circulação de bens 
III- Direito do Consumidor – disciplinam relações de consumo entre fornecedores e consumidores 
IV- Direito do Trabalho – relações entre empregador e empregado e a condição social do 
trabalhador assalariado 
Capítulo 9 
Criação do Direito 
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Autores distinguem as fontes do direito em históricas, materiais e formais 
Fontes Históricas 
Indicam a gênese das instituições jurídicas, a época, local, razoes que determinam sua formação. Aquele 
que realizar o direito sem a história não seria jurista 
Fontes Materiais 
Formadas pela realidade social, são reais ou substanciais 
I- Fontes materiais diretas – elaboradas pelo Direito Positivo, cria o direito costumeiro, Poder 
Legislativo, edita leis, Poder Judiciário, produz a jurisprudência 
II- Fontes materiais indiretas – fatores jurídicos, não criam o direto, fornecem subsídios para os 
juristas, ex: doutrina e jurisprudência, acompanham a realidade social 
Fontes formais 
Meios pelos quais o direito se expressa, fazem com que a normas jurídicas se tornem conhecidas. 
Introduzem as normas jurídicas no ordenamento ou sistema jurídico. Cada fonte material do direito 
corresponde a uma fonte formal 
I- Fontes formais estatais – emanam diretamente do Estado enquanto estrutura de poder, a lei 
(Poder Legislativo), jurisprudência (Poder Judiciário) 
II- Fontes formais não estatais – não decorrem da estrutura de poder estatal, direito costumeiro, 
força apenas convincente 
Miguel Reale é contra a divisão das fontes do direito, para ele, pressupõem sempre uma estrutura de poder 
 As fontes de direito para ele são: Processo Legislativo, Poder Legislativo. Jurisdição, Poder Judiciário. Usos 
e costumes jurídicos, poder social. Fonte negocial, poder negocial, autonomia da vontade 
Fontes intraestatais e supraestatais 
I- Intraestatais – constituem o Direito independentemente da atividade legiferante do Estado 
II- Supraestatais – o Estado não é autossuficiente, depende da cooperação dos demais países, 
fontes supraestatais, tratados e costumes internacionais 
A lei é a norma escrita. A lei é a norma escolhida pelo legislador. A lei é toda relação necessária de ordem 
causal ou funcional estabelecida entre dois ou mais fatos, segundo a natureza que lhes é própria 
As leis precisam seguem os requisitos: 
 - São escritas 
- Entram em vigor por decisões das autoridades estatais competentes 
- Estabelecidas com conformidade com o procedimento fixado em normas superiores 
- Objetivam regulamentar a organização da sociedade 
Lei em sentido estrito ou formal 
Preceito comum e obrigatório emanado do Poder Legislativo, 
Lei em sentido técnico 
Só existe lei quando a norma escrita é constitutiva de direito, ou seja, quando introduz algo novo com 
caráter obrigatório no sistema jurídico 
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Lei substantiva e lei adjetiva 
 Lei substantiva – agrega normas de conduta social, definem direitos e deveres das pessoas em suas 
relações, podem ser concebidas sem outras leis 
Lei adjetiva – definem os procedimentos a serem cumpridos, não existem sem outras leis 
Leis de ordem pública 
Preceitos de importância fundamental ao equilíbrio e à segurança da sociedade, normas cogentes, 
obrigatória e se sobrepõem a opinião de todos. Sua interpretação deve ser feita de forma estrita 
As normas que não contêm preceitos podem ser interpretadas extensivamente 
Primazia da lei 
Forma ordinária e fundamental de expressão do Direito. 
Emendas à Constituição – Reformas do texto constitucional, adições, supressões ou modificações 
Leis Complementares – Complementam a Constituição, visam o desenvolvimento da normatividade. Não 
integram a Constituição, são leis à parte 
Leis Ordinárias – Leis comuns, aprovação se dá por maioria simples 
Leis Delegadas – Emanam do Poder Executivo, adquire competência de elaborar lei em decorrência da 
delegação do Poder Legislativo 
Medidas Provisórias – Normas editadas pelo Poder Executivo com força de lei em caso de relevância ou 
urgência, são submetidas de imediato ao Congresso Nacional 
Decretos Legislativos – tratar de assuntos que a Constituição Federal determina que sejam decididos 
apenas pelo Congresso Nacional 
Resoluções – própriaatividade do Congresso Nacional. Aprovação do regimento interno da casa legislativa, 
delegação da competência do presidente, suspensão pelo senado da execução de lei inconstitucional pelo 
STF, fixação de alíquota de impostos, etc. 
Formação da lei 
Apresentação do projeto, designação do relator, exame das comissões, discussão e aprovação em plenário, 
revisão, sanção, promulgação e publicação 
Iniciativa da lei - qualquer membro ou comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do 
Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao 
Procurador-Geral da República e aos cidadãos 
Exame pelas comissões técnicas, discussão e aprovação - O projeto de lei passa por comissões 
parlamentares nas duas Casas Legislativas, seguirá ao plenário para discussão, quando se dará a 
oportunidade de apresentação de emendas, e consequente votação, a aprovação deverá ocorrer nas duas 
Casas Legislativas. 
Revisão do projeto – pode ser apresentado numa ou noutra casa. Uma será revisora. Se um projeto for o, 
rejeitado, será arquivado e voltará à Casa de origem para nova deliberação. Se for aprovado, ele será 
encaminhado à presidência para sanção para promulgação e publicação 
Sanção e veto 
Sanção – concordância do Chefe do Executivo com o projeto aprovado pelo Legislativo 
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Sanção Tácita – Chefe do Executivo deixa transcorrer o prazo sem manifestação (não sanciona nem veta), se 
isso ocorre, o projeto é sancionado 
Sanção Expressa – Chefe do Executivo declara a aquiescência no prazo 
Veto – oposição ou recusa ao projeto do Chefe do Executivo. O veto sendo rejeitado por uma maioria dos 
deputados e senadores, derrubando o veto do Executivo, a lei será promulgada pelo presidente do Senado. 
Promulgação – declaração formal de que a lei existe, autenticada pelo Poder Executivo 
Publicação – publicação deve ser feita por um órgão oficial. Permite que a lei seja conhecida pela 
comunidade. Início da vigência da lei é de 45 dias após publicada. Vacatio Legis – lapso temporal entre a 
publicação e a vigência, 45 dias e de 3 meses para território estrangeiro. 
 Conflitos de Lei no tempo 
Colisão de uma lei nova com uma lei velha. Princípio da irretroatividade, a lei nova não deve abranger as 
situações jurídicas disciplinadas pela lei velha, “A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico 
perfeito e a coisa julgada”. 
Não existe direito adquirido frente à Constituição que tem o poder de alterar a ordem jurídica anterior a 
sua promulgação. Somente são válidos os direitos anteriormente constituídos por lei 
Coisa julgada – decisão judicial que transitou em julgado e da qual não se pode mais recorrer 
A decisão transitada em julgado, pode ser ação rescisória. O termo inicial do prazo de dois anos para 
descoberta de prova nova e no prazo de no máximo 5 anos 
Conflitos das leis no espaço 
Para resolver os conflitos de leis no espaço, a legislação de cada país usa o principio da nacionalidade, 
princípio do domicílio, territorialidade ou domicília. 
I- A lei do país em que for domiciliada, determina as regras (princípio do domicilio) 
II- No caso de bens imóveis, aplica-se a lei do país em que estiveram localizados (princípio da 
territorialidade) 
III- Se os bens imóveis foram trazidos, aplica-se a lei do domicílio do proprietário (princípio do 
domicílio) 
IV- Nas relações jurídicas obrigacionais, contratos, aplica-se a lei do país em que foram celebrados 
(princípio da territorialidade) 
Revogação da lei – quando há uma força contraria à vigência da lei e ela perde a eficácia. Uma lei nova 
fulmina a obrigatoriedade da lei anterior, ou seja, revoga-a. Ab-rogação: lei desaparece do ordenamento 
jurídico e passa a ser substituída pela lei revogadora ou se anula. Derrogação: a lei fenece, é amputada nos 
dispositivos atingidos, perdem a obrigatoriedade 
Efeito repristinatório – revigoração de normas legais em virtude da cessação de vigência de lei que a havia 
revogado. Adoção do preceito que já não se encontrava em vigor. Reentrada em vigor de norma 
aparentemente revogada, ocorrendo quando uma norma que revogou outra é declarada inconstitucional. 
Desuso – o desuso deve estar na área de alcance da lei. 
I- Leis anacrônicas – envelhecem durante o período de vigência, não acompanharam a vida social 
II- Leis artificiais – não tem como base fatos sociais 
III- Leis injustas – nega ao homem aquilo que é devido 
IV- Leis defectivas – não são planejadas de forma suficiente 
Costume (Direito Consuetudinário) 
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Costume é a forma de expressão do Direito por excelência, sendo a mais antiga fonte do Direito 
Costume é a norma jurídica que decorre de uma prática uniforme, necessária e obrigatória 
Elementos: 
I- Material – repetição constante de uma prática social, pluralidade de atos 
II- Psicológico – convicção de sua obrigatoriedade, norma adotada espontaneamente pela 
sociedade possui valor jurídico 
Espécies de costumes: 
I- Costume segundo a lei: lei se reporta e reconhece sua obrigatoriedade 
II- Costume na falta da lei ou além da lei: aplicado supletivamente, na falta de omissão da lei 
III- Costume contra a lei: o costume suprime a lei 
Jurisprudência 
Conjunto de decisões uniformes e constantes nos tribunais, resultam da aplicação das normas em casos 
semelhantes 
O STF coordena e organiza a jurisprudência 
No Commom law a jurisprudência é a principal expressão do direito, o juiz tem poder de legislar 
Súmula é o resumo ou a própria ementa da sentença ou do acórdão 
Súmula Vinculante – pensada para que juízes sejam obrigados a seguir o entendimento adotado pelo STF e 
tribunais superiores, com o objetivo de diminuir número de processos 
Para alguns autores, a súmula vinculante acabaria com o livre arbítrio dos juízes 
A súmula vinculante tem eficácia imediata, mas o STF poderá restringir os efeitos vinculantes ou decidir 
que só tenha eficácia a partir de outro momento 
Poder normativo do juiz 
O magistrado ao sentenciar, não generaliza, cria uma norma jurídica individual incidente sobre um caso 
concreto 
A função jurisdicional é ativa: 
I- Subsunção do fato à norma – a norma deve ser interpretada no sentido de acolher um 
determinado fato que seus preceitos não previram 
II- Integração de lacuna – integração da norma por conta de sua incompletude 
III- Correção de antinomia – corrigir possíveis conflitos entre normas diferentes 
Doutrina 
“Pensamento sistematizado, ensinar, impor ortodoxia”. 
 Forma-se pela atividade dos juristas, ensinamentos dos mestres 
A doutrina não pode ser adota pelos órgãos de aplicação da lei pois não é produzida por quem possui o 
poder normativo, pode ser apenas acolhida. Sua força não é vinculante, apenas convincente 
A doutrina possui influência na decisão judicial pois proporciona os fundamentos dos julgados 
A doutrina possui papel no desenrolar da experiência jurídica, não é fonte do direito, mas é uma das molas 
propulsoras e é também a mais racional das forças diretoras do ordenamento jurídico 
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Capítulo 10 
Direito Objetivo e Direito Subjetivo 
Direito Objetivo – Conjunto de normas e modelos jurídicos possuem vigência e eficácia na universalidade 
de um território. É o complexo de todas as normas jurídica, imperativos autorizantes 
Categorias do direito objetivo 
I- Poder Constituinte – elaborar e promulgar a Constituição 
II- Poder Legislativo – função normativa 
III- Poder Executivo – fonte dos imperativos que disciplina a administração pública 
IV- Poder Judiciário – fonte das decisões proferidas nos autos de ações judiciais 
V- Costume – normas consuetudinárias 
VI- Princípios gerais de direito – fundamentos de inspiração de decisões judiciais 
VII- Vontade autônoma – normas reveladas em usos e costumes 
Direito objetivo e Direito subjetivo se complementam, não é possível conceber um sem o outro. Os direitos 
subjetivos de alguém estão garantidos pelo Direito objetivo. 
Direito Subjetivo– expressar a faculdade, Direito ao poder, que um sujeito tem para exigir de outro 
determinada conduta. 
Licitude – âmbito da liberdade da pessoa, direito de um indivíduo movimentar-se e atuar na vida social 
dentro dos limites. Ele é quem garante a conduta livre dos indivíduos. O direito objetivo irá impor da 
coletividade o dever de respeitar essa liberdade. 
Pretensão – oferecer ao titular de recorrer à via judicial. O direito subjetivo pode ser identificado quando: 
a) um direito corresponde um dever jurídico; 
b) b) porque esse direito é passível de violação, mediante o não cumprimento do dever jurídico pelo 
sujeito passivo da relação jurídica; 
c) porque o titular do direito pode exigir a prestação jurisdicional do Estado, ou seja, tem a iniciativa 
da coerção 
Todo Direito Subjetivo possui a faculdade de exigir de outrem uma prestação 
Teoria do interesse – direito subjetivo seria o interesse juridicamente protegido 
Teoria eclética de Jellinek – direito subjetivo é a reunião de vontade e interesse, poder da boa vontade 
reconhecido e protegido pela ordem jurídica, dá a alguém a possibilidade de agir 
Teoria de Leon Duguit – negou a ideia de direito subjetivo, o único direito será o de cumprir nosso dever, é 
necessário manter a ordem social e cada indivíduo deve seguir uma função social 
Teoria de Hans Kelsen – o direito subjetivo é uma expressão do dever jurídico, reflexo daquilo que é devido 
por alguém em virtude de uma regra de direito. 
Teorias ecléticas – direito subjetivo como poder colocado a serviço do caráter social, vontade autônoma. 
Interesse de indivíduos juridicamente protegido poder reconhecido a uma vontade para representá-lo ou 
defendê-lo 
Del Vecchio – direito subjetivo não é o querer, mas a possibilidade de querer, não é a vontade, mas a 
potencialidade da vontade 
Direito subjetivo seria a possibilidade de exigir de maneira garantida aquilo que a normas de direito 
atribuem a alguém como próprio 
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Elementos do Direito Subjetivo 
I- Sujeito – sujeito ativo, tem um direito subjetivo tutelado pelo Direito objetivo, 
 aquele que deve respeitar o Direito subjetivo é o sujeito passivo 
II- Objeto – todo direito subjetivo tem um objeto. Exigência do sujeito ativo e dever do sujeito 
passivo 
a) Objeto imediato – ação que a pessoa é obrigada a pratica-la, prestação devida por outras pessoas 
b) Objetivo mediato – refere-se a algum bem 
III- Relação de vínculo de atributividade – vínculo ou relação jurídica que una o objeto ao sujeito, 
dependência do objeto ao sujeito 
IV- Proteção jurídica – garantir o exercício do Direito subjetivo e punir a violação 
Direito Subjetivo público – O sujeito passivo for pessoa jurídica de direito público. Direito de Liberdade, 
Direito de ação, Direito de petição, Direitos políticos. 
Direito Subjetivo Privado - pessoa jurídica de direito privado 
I- Patrimoniais – alineáveis e transmissíveis 
a) Reais – objeto bens móveis ou imóveis 
b) Obrigacionais – prestação pessoal 
c) Sucessórios – face de falecimento do titular, transferido a herdeiros 
d) Intelectuais – autores e inventores, direito de explorar suas obras 
II- Não Patrimoniais – inalienáveis e intransmissíveis, extinguem-se com o falecimento 
a) Personalíssimos – direitos inatos que tutelam o homem desde o nascimento 
b) Familiais: vínculo familiar 
Direitos absolutos – sujeito passivo é representado pela coletividade, direitos exigidos contra todos 
Direitos relativos – sujeito passivo é a pessoa que participa da relação jurídica 
Direitos transmissíveis – podem passar de um titular para outro 
Direitos não transmissíveis – não podem ser passados para outra pessoa 
Direitos principais – independeste, autônomos, não dependem de outros para existir 
Direito acessório – não possuem existência autônoma 
Direitos renunciáveis – o titular (sujeito ativo) pode deixar de ser titular do direito 
Direito não renunciáveis – titular não pode abrir mão 
Aquisição de direitos 
Incorporação ao patrimônio e à personalidade do titular, alguém assume a titularidade de um direito 
subjetivo. Determinação legal – direito a vida, honra etc; ato de vontade – pratica de ato jurídico 
Classificação: 
I- Originária ou derivada 
a) Originária – não se verifica a interferência de titular 
b) Derivada – mudança ou transferência de titularidade do direito 
c) Translativa – direito é transferido na sua totalidade para o novo titular 
d) Constitutiva – o titular conserva algum pode sobre o bem 
II- Gratuita ou onerosa 
a) Gratuita – só o adquirente obtém vantagens 
b) Onerosa – exigida do adquirente uma contraprestação, ambos possuem benefícios 
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III- A titulo singular e a titulo universal, no tocante à extensão 
a) A título singular – bens determinados, o adquirente substitui o sucedido (compra e venda) 
b) A título universal – adquirente sucede seu antecessor (herdeiro) 
IV- Simples ou complexa 
a) Simples – relação jurídica constitui um único fato 
b) Complexa – simultaneidade necessária ou sucessividade de fatos 
Conservação de direitos 
I- Medidas de caráter preventivo – acautelar o direito contra futura violação 
II- Medidas de caráter repressivo – restaurar direito violado 
III- Defesa privada ou autotutela – caráter excepcional, manter-se proprietário na posse por sua 
própria força 
Modificações de direitos 
I- Objetiva – diz respeito ao objeto, transformação que o alcança 
a) Qualitativa – direito é convertido em outra espécie 
b) Quantitativa – o objeto aumenta ou diminui sem alterar a qualidade do direito 
II- Subjetiva – permanece inalterada a relação jurídica primitiva ( ex: cessão de crédito) 
Extinção de direitos 
I- Razões subjetivas - Direito é personalíssimo e morre seu titular 
II- Razões objetivas – a coisa perde suas qualidades, o direito é extinto 
III- Razões concernentes ao vínculo jurídico – perecimento da pretensão 
Prescrição e decadência 
I- Prescrição – perda de direito pelo decurso do tempo, direito não desaparece, mas fica sem 
meios de obter proteção judicial, pode sofrer interrupção 
II- Decadência – extingue totalmente o direito, contínuo ate o final 
Capítulo 11 
 Fato e Ato jurídico 
O fato é definido como qualquer transformação da realidade social ou transformação do mundo 
exterior, o fato concreto é regulado pelo direito. 
Fato jurídico – ocorrência produzira efeitos que estejam garantidos pelo direito, independente ou 
dependente da vontade, adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos 
Elementos: Norma jurídica e Suporte fático – fenômeno definido na hipótese da norma jurídica, nem 
todos acontecimentos do mundo dos direitos participam do mundo fático 
Características: 
I- O acontecimento que se refere ao fato jurídico é relevante ao bem-estar da coletividade 
II- Fatos jurídicos podem ser reproduzidos por ato de vontade do homem ou gerados pela natureza 
III- Possuem alteridade, vínculo entre duas ou mais pessoas 
IV- Possuem exterioridade, produzem efeitos de constatação objetiva 
Fato jurídico material, natural ou involuntário – não depende da vontade, produz efeitos que a lei garante 
I- Acontecimentos naturais ordinários – fenômenos previsíveis, normais, regulares 
II- Acontecimentos naturais extraordinários – não se apresentam com regularidade 
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Caso fortuito – produzido pela ação da natureza Força maior – ação do homem 
Fato do príncipe – quando o príncipe, em decorrência de normas estabelecidas pelos órgãos estatais, as 
partes envolvidas numa relação jurídicas ficam impossibilitadas de cumprir com suas obrigações 
Fato jurídico humano – depende da vontade humana, ação do homem 
I- Ato jurídico em sentido amplo ou ato licito – obediência irrestrita aos ditames da lei 
a) Ato jurídico lícito ou mero ato jurídico – produz efeitos jurídicos sem que o agente tenha 
manifestado intenção de pratica-lo 
b) Ato jurídico em sentido estrito (não negocial) – depende da manifestação da vontade do agente,sem que haja nenhuma combinação com a vontade de outrem 
c) Negócio jurídico – ação do homem, intenção do agente e declaração dessa sua vontade 
II- Ato ilícito – se pratica no arrepio da lei, contradiz ditames legais 
a) Ilícito civil – descumprimento do descer jurídico, contratual ou extracontratual, contraria normas de 
direito privado 
b) Ilícito penal – um tipo de crime definido por lei 
c) Ilícito administrativo - ilícito disciplinar (cuja sanção pode ir desde a repreensão até a demissão do 
servidor), ilícito de polícia (cuja penalidade é uma restrição a direito ou liberdade) e ilícito fiscal (em 
que a pena é de natureza pecuniária) 
Capítulo 12 
Organização judiciária 
I) o Supremo Tribunal Federal; 
II) o Superior Tribunal de Justiça; 
III) os Tribunais Superiores (Eleitoral, do Trabalho e Militar); 
IV) os Tribunais Federais Regionais e os Juízes Federais; 
V) os Tribunais e Juízes do Trabalho; 
VI) os Tribunais e os Juízes Eleitorais; 
VII) os Tribunais e os Juízes Militares; 
VIII) os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios. 
Âmbitos da Justiça 
Justiça comum – justiça federal e justiça estadual 
Justiça Especial – Justiça do trabalho, justiça eleitoral e justiça militar 
Supremo tribunal federal e tribunais superiores têm jurisdição em todo território nacional 
Supremo Tribunal Federal STF – guarda da constituição, onze ministros. Os Ministros são nomeados pelo 
Presidente da República, após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal. 
Superior Tribunal de Justiça STJ – trinta e três ministros, um terço de seus membros sairá dentre os juízes 
dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre Desembargadores dos Tribunais de Justiça (estaduais) 
Tribunais Regionais Federais TRF – sete juízes. Um quinto dentre advogados com mais de dez anos de 
efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público Federal com mais de dez anos de carreira. 
Os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco anos de exercício. 
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Juízes Federais 
Tribunal Superior do Trabalho TST – Vinte e sete ministros. Um quinto dentre advogados e membros do 
Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos exercício. Os demais dentre Juízes dos Tribunais 
Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior. 
Tribunais Regionais do Trabalho e os Juízes do Trabalho, dispostos nas Varas da Justiça do Trabalho. 
Tribunal Superior Eleitoral TSE – Sete membros, três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal 
Federal; dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça; por nomeação do Presidente da 
República, dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo 
Supremo Tribunal Federal. Tribunais Regionais Eleitorais, compostos por dois Desembargadores, um Juiz 
Federal, dois Juízes de Direito e dois advogados, todos com permanência de dois anos, no mínimo, e nunca 
por mais de dois biênios consecutivos e pelas juntas eleitorais, que funcionam nas eleições 
Superior Tribunal Militar STM – quinze ministros vitalícios, três dentre oficiais-generais da Marinha, quatro 
dentre oficiais-generais do Exército, três dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da ativa e do posto 
mais elevado da carreira, e cinco civis (três dentre advogados e dois por escolha paritária dentre juízes 
auditores e membros do Ministério Público da Justiça Militar) 
Tribunais Estaduais de justiça TJ – Órgãos do poder judiciário estadual, tribunal de justiça, juízes de direito, 
tribunal do júri, conselhos de justiça militar, juizados especiais cíveis e criminais e suas turmas recursais. 
Conselho Nacional de Justiça – quinze membros, mandato de dois anos 
Juízes de paz – cidadãos, competência para celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face de 
impugnação apresentada, o processo de habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter 
jurisdicional, além de outras previstas na legislação 
Ministério Público – defesa da ordem jurídica, unidade, indivisibilidade e independência funcional 
I) Ministério Público Federal (também chamado de Procuradoria da República); 
II) o Ministério Público do Trabalho; 
III) o Ministério Público Militar; 
IV) o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios; 
V) o Ministério Público dos Estados. 
Advocacia – administração da justiça, manutenção do organismo social, defesa e interpretação do 
ordenamento jurídico 
Defensoria Pública – orientação jurídica e defesa dos necessitados

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