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Fundamentos da república

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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL – ULBRA
 Campus Canoas
CURSO DE DIREITO
	DIREITO CONSTITUCIONAL I
João Alexandre Netto Bittencourt
http://an-bittencourt.webnode.com/
an_bittencourt@yahoo.com.br
	2017/1
AULA 02
1. FUNDAMENTOS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL – artigo 1
	Determina a Constituição que o Brasil se constitui em República Federativa e é formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e Distrito Federal, constituindo-se em Estado democrático de direito.
	Estado democrático de direito significa a exigência de reger-se por normas democráticas, com eleições livres, periódicas e pelo povo, bem como o respeito das autoridades públicas aos direitos e garantias fundamentais.[2: BARILE, Paolo. Diritti dell’uomo e libertá fondamntali, 1984, p. 105. Apud MORAES, p. 17.]
Proclama o artigo 1, PU, o princípio democrático, descrevendo que “todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos da Constituição”.
	Por isso o princípio democrático exprime, fundamentalmente, a exigência da integral participação de todos e de cada uma das pessoas na vida política do país.[3: CARVALHO, Virgílio de Miranda. Os valores constitucionais fundamentais: esboço de uma análise axiológico-normativa,1982, p. 13. Apud MORAES, p. 17.]
 Apresenta como fundamentos:
a) Soberania: Constitui-se em um poder supremo e independente, entendo-se por poder supremo aquele que não está limitado por nenhum outro na ordem interna e por poder independente aquele que, na sociedade internacional, não tem de acatar regras que não sejam voluntariamente aceitas e está em pé de igualdade com os poderes supremos de outros povos. [4: CAETANO, Marcelo. Direito Constitucional. Apud MORAES, p. 16.]
	Soberania pode ser entendida como a capacidade de criar normas, todo o arcabouço jurídico, incluindo-se a Constituição, permitindo o ingresso de normas internacionais no sistema jurídico nacional somente após um processo de internalização ditado pela própria Carta Magna. 
	A soberania está ligada ao exercício do poder popular, definido no artigo 14 de nossa Constituição.
	
b) Cidadania: Constitui-se em um direito fundamental de cada pessoa. É a condição do que o cidadão brasileiro, nato ou naturalizado possui de utilizar seus direitos junto ao poder público estatal, tais como, ser eleitor ou candidato, ter acesso a cargos públicos, como determina o artigo 14 da CF.[5: PIVA, Otávio. Direito Constituicional, 2009, p. 30.]
	A doutrina brasileira tem conferido interpretação mais abrangente, concluindo que, cidadania seria o direito de ter direitos. Com essa visão, não apenas os brasileiros, mas também os estrangeiros aqui residentes, pois a cidadania advém da qualidade de ser humano, que o faz merecedor da tutela do estado.[6: ARAÚJO, Luiz Alberto David. Curso de Direito Constitucional, 2004, p. 79. Apud PIVA, 2009, p. 31.][7: PIVA, Otávio, 2009, p. 31.]
c) Dignidade da Pessoa Humana: Concede unidade aos direitos e garantias fundamentais, sendo inerente às personalidades humanas. A dignidade é um valor espiritual e moral inerente à pessoa, que se manifesta singularmente na autodeterminação consciente e responsável da própria vida e que traz consigo a pretensão ao respeito por parte das demais pessoas, constituindo-se um mínimo invulnerável que todo estatuto jurídico deve assegurar, de modo que, somente excepcionalmente, possam ser feitas limitações ao exercício dos direitos fundamentais.[8: MORAES, p. 16.]
	Segundo o STF o postulado da dignidade da pessoa humana, que representa significativo vetor interpretativo, verdadeiro valor-fonte que conforma e inspira todo o ordenamento constitucional vigente no País e que traduz, de modo expressivo, um dos fundamentos em que se assenta, entre os brasileiros, a ordem republicana e democrática consagrada pelo sistema de direito constitucional positivo.[9: HC 85.988, rel. Min. Celso de Mello, DJ 10.06.05][10: PIVA, Otávio, 2009, p. 31.]
d) Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa: O trabalho impulsiona a subsistência e o crescimento do país, não é sem motivo que a própria Constituição brasileira prevê o respeito, a dignidade e a liberdade ao trabalho, ex vi, art. 5, XIII e 7, dentre inúmeros outros. 
e) Pluralismo Político: Trata da livre participação popular nos destinos do Estado brasileiro, propondo e garantindo a liberdade política, através da organização e participação em partidos políticos. 
2. OBJETIVOS FUNDAMENTAIS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
	Estão disciplinados no artigo 3 da Carta Magna brasileira. A partir da definição dos objetivos, os diversos capítulos da Constituição passaram a estabelecer regras que possibilitem seu fiel cumprimento. Ressalta-se que o artigo não é rol taxativo.
	Ao legislador ordinário e ao intérprete, em especial às autoridades públicas, dos poderes Executivo e Legislativo e da Instituição do Ministério Público, esses objetivos fundamentais deverão servir como vetores de interpretação, seja na edição de leis ou atos normativos, seja nas suas aplicações.[11: MORAES, Alexandre. Direitos Humanos Fundamentais, 2000, p. 76.]
	Trata-se de artigo composto por normas programáticas, portanto, seus principais destinatários são os poderes legislativo e executivo. 
a) Construir uma sociedade livre justa e solidária: São exigidos que a sociedade seja livre, tenha justiça e seja solidária. Todo ser humano tem estes direitos.[12: NETO, Francisco Bruno Neto. Constituição Federal Academicamente Explicada, 2003, p. 9.]
	Os poderes públicos devem buscar os meios e instrumentos para promover condições de igualdade real e efetiva, não, apenas a igualdade formal. Deve-se adotar normas tendentes a corrigir os efeitos formais da igualdade para os desiguais.[13: MORAES, Alexandre, 2000, p. 76.]
	
b) Garantir o desenvolvimento nacional: Embora o desenvolvimento deva ser como um todo, não há dúvida que a ênfase costuma ser colocada no desenvolvimento econômico, porque sem recursos materiais não é possível manter-se escolas, hospitais, centros de lazer e cultura, etc.[14: BASTOS, Celso Ribeiro; MARTINS, Ives Gandra. Comentários à Constituição do Brasil, 1988, p. 445.]
c) Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais: Em vista da pobreza faz-se necessário e se impõe o desenvolvimento como única forma de proporcionar condições dignas de vida para as populações.
	Não se pode imaginar que a riqueza sirva apenas a alguns. É inconcebível também que as populações enormes careçam do mínimo indispensável à sua sobrevivência com dignidade.[15: Ibidem, p. 446.]
d) Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação 
	O Estado deve utilizar de mecanismos destinados a melhorar a partilha da riqueza. Neste inciso consagra-se formalmente a igualdade.
3. PRINCÍPIOS DO BRASIL EM SUAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
	O artigo 4 da Constituição brasileira aponta os princípios que o Brasil adota nas relações internacionais, definidas como o conjunto de contratos que se estabelecem através das fronteiras nacionais entre grupos socialmente organizados.[16: MORAES, Alexandre, 2000, p. 76.]
	A Constituição Nacional aponta no artigo 4 algumas regras de atuação perante a comunidade internacional, ressaltando-se a plena supremacia da independência nacional, consagrado pela soberania, previsão do artigo 1, I, da CF.
	As relações internacionais do Brasil deverão consolidar-se nos princípios de independência, isto é, autêntica soberania política e econômica, e de autodeterminação dos povos, repudiando a intervenção direta ou indireta nos negócios políticos e econômicos de outros Estados.[17: PINTO FERREIRA. Apud MORAES, 2000, p. 78.]
	A República Federativa do Brasil, atendendo disposição do Parágrafo Único do artigo em comento, é participante do tratado de Assunção, constituindo-se o Mercosul. Este tratado dispõe sobre o compromissodos Estados-partes de harmonizar suas legislações, nas áreas pertinentes e lograr o fortalecimento do processo de integração. 
	O Brasil rege suas relações internacionais observando os seguintes princípios:
a) Independência nacional: Não pode simbolizar tão somente a manutenção das forças armadas para defender o País contra invasão estrangeira, a qual pode ser enfraquecida por força de uma perda da capacidade de autodeterminar-se em um mundo complexo como aquele em que vivemos. A independência nacional não decorre do mero existir como Estado, mas tem como fundamento a manutenção com o estrangeiro, de relações diplomáticas, econômicas, militares, etc, que lhe garantam uma margem de autonomia ampla.[18: BASTOS, Celso Ribeiro; MARTINS, Ives Gandra., 1988, P. 452.]
b) prevalência dos direitos humanos: Embora grande o campo ocupado pelos direitos humanos nos sistemas jurídicos de muitos Estados, podemos afirmar que se encontra ainda muito longe o dia em que a humanidade poderá olhar par ao mapa do mundo e dizer que ele se governa por sistemas jurídicos que efetivamente assegurem os direitos humanos. O grande inimigo é o próprio Estado.[19: BASTOS, Celso Ribeiro; MARTINS, Ives Gandra., 1988, p. 453.]
c) autodeterminação dos povos: Embora a interdependência dos Estados, em virtude dos atuais níveis de cooperação, não há dúvida que os Estados preservam a ilimitação do seu poder, impedindo a formação de uma ordem jurídica internacional cogente que viesse a lhes trazer uma efetiva limitação nas suas possibilidades de ação autônoma.[20: Ibidem, 1988, p. 455.]
d) não intervenção: Não é aceitável na ordem constitucional pátria que um Estado imponha ou pretenda impor sua vontade na vida interna do outro.
e) igualdade entre estados: O relacionamento internacional do Brasil, está, como um dos seus fundamentos, relacionado diretamente com a igualdade formal entre os Estados. Todos os Estados são e devem ser iguais entre si.
f) defesa da paz: Não se trata apenas da paz quando porventura o Brasil se encontra ameaçado. Pretende participar como intermediário entre outros Estados em conflito. 
g) solução pacífica de conflitos: Se propõe a solução de caráter diplomático ou não jurisdicional, como negociações diretas, congressos, conferências, mediação, consulta e conciliação. Também, se apresenta para resolução de conflitos as soluções jurisdicionais, como arbitragem, recurso à justiça internacional, comissões de inquéritos, etc.[21: PINTO FERREIRA. Apud NETO Francisco Bruno, 2003, p. 11.]
h) repúdio ao terrorismo e ao racismo:
	O artigo 5 aponta que o terrorismo e o racismo, constituem crime inafiançável e imprescritível. O mesmo valor é atribuído às relações internacionais. 
i) cooperação entre os povos para o progresso da humanidade: Trata-se do princípio da colaboração do Brasil com os outros povos, que pode ser bilitareal ou multilateral, dependendo do número de países que cooperam em qualquer campo do conhecimento e da necessidade humana.
j) concessão de asilo político: Consiste no acolhimento de estrangeiro por parte de um Estado que não o seu, em virtude de perseguição por ele sofrida e praticada por seu próprio país ou por terceiro. As causas motivadoras dessa perseguição, ensejadora da concessão do asilo, em regra são: dissidência política, livre manifestação do pensamento ou, ainda crimes relacionados com a segurança do Estado, que não configurem delitos no direito penal comum. [22: MORAES, Alexandre, 2006, p. 19.]
	O asilo político apresenta natureza territorial, pois, será concedido ao estrangeiro que tenha ingressado nas fronteiras do novo Estado, colocando-se no âmbito especial de sua soberania.
	Trata-se de ato de soberania estatal, de competência do presidente da república.
4. Poder Constituinte
	O Poder Constituinte é a manifestação soberana da suprema vontade política de um povo, social e juridicamente organizado.[23: MORAES, Alexandre, 2006, p. 21.]
	A doutrina constitucionalista aponta a ideia de Poder Constituinte ao surgimento das Constituições escritas, visando a limitação do poder estatal e à preservação dos direitos e garantias individuais.
	A íntima conexão, na Constituição, entre a normatividade e a vinculação do direito com a realidade obriga que, se não quiser faltar com o seu objeto, o Direito Constitucional se conscientize desse condicionamento da normatividade.[24: HESSE, Konrad. A força Normativa da Constituição (trad. Gilmar Ferreira Mendes), 1991, p. 26.]
4.1 Titularidade do Poder Constituinte
	O titular do Poder Constituinte é a nação, pois a titularidade do poder liga-se à ideia de soberania do Estado, uma vez que mediante o exercício do poder constituinte originário se estabelecerá sua organização fundamental pela Constituição, que é sempre superior aos poderes constituídos, de maneira que toda manifestação dos poderes constituídos somente alcança plena validade se sujeitar à Carta Magna.[25: SIEYES, Emmanuel. Apud MORAES, Alexandre, 2006, p. 21.]
	Porém, atualmente, predomina que a titularidade do poder constituinte pertence ao povo, já que o Estado decorre da soberania popular, cujo conceito é mais abrangente do que o de nação.[26: FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. O Poder Constituinte. Apud MORAES, p. 21.]
	Pode-se dizer, portanto, que a vontade constituinte é a vontade do povo, expressada pelos seus representantes. Celso de Mello ensina que as Assembleias Constituintes não titularizam o poder constituinte, são apenas órgãos aos quais se atribui, por delegação popular, o exercício desta prerrogativa.[27: MELLO FILHO, José Celso. Apud MORAES, 2006, p. 22.]
	Manoel Gonçalves Ferreira Filho afirma que o povo pode ser reconhecido como o titular do Poder Constituinte, mas não é jamais que o exerce. É ele um titular passivo, ao qual se imputa uma vontade constituinte sempre manifestada por uma elite. Assim, distingue-se a titularidade e o exercício do Poder Constituinte, sendo o titular o povo e o exercente aquele que, em nome do povo, cria o Estado, editando nova Constituição.[28: MORAES, Alexandre, 2006, p. 22.]
	A constituição emerge de uma vontade coletiva fundante de um projeto político e social. Como o poder não nasce do nada, antes é reflexo de uma condensação de forças e interesses, localizados no interior da sociedade humana ou sociedade civil, nas palavras do filósofo alemão Hegel é uma força capaz de impor a Constituição é uma força irresistível e incontrastável, edificada por sentimentos ideológicos compartilhados e interesses materiais coincidentes.[29: SERPA, José Hermílio Ribeiro, 2006, p. 41.]
	Como esse poder de criar a constituição vem da massa dos cidadãos e estes estão divididos ou associados a interesses mais variados e desencontrados, como é próprio da sociedade civil (interesses econômicos, religiosos, culturais e ideológicos), é intuitivo que a Constituição será resultante dessas confrontações, formando um grande e variado mosaico de idéias e pensamentos sócio-políticos nem sempre coerentes em seus fundamentos teóricos.[30: Ibidem, p. 42.]
	A doutrina afirma que o poder constituinte desaparece com a feitura da Constituição, consoante a opinião de Pontes de Miranda, pois, aprovada a nova carta, fica somente o poder constituído. 
	Canotilho apresenta quatro perguntas para resolver o problema do poder constituinte.
O que é o poder constituinte
Quem é o titular do poder
Qual o procedimento e a forma de seu exercício
Existem limites jurídicos para o seu exercício
Quem responde é o professor e procurador do Estado, Ribeiro Serpa, afirmando que a primeira pergunta é respondida pela força de autoridade política, que está em condições, de, numa determinada situação histórica e social concreta, criar, garantir, eliminar uma Constituição.
A segunda, pela teoria democrática, prevalece, o titular do poder constituinte só poder ser o povo, formado por indivíduos, associações, grupos, igrejas, veiculadores de interesses e opiniões.
A terceira questão é procedimental, trata da elaboraçãoe aprovação de uma constituição. Discute-se se a Assembleia Constituinte é exclusiva, desaparecendo após a promulgação da Carta ou se os eleitos desempenharão, após a promulgação, o mandato. Após a promulgação, pode-se optar por uma consulta plebiscitária a fim de dar vigência à carta.
A quarta pergunta quer responder a questão da legitimidade; saber se os constituintes recebem um mandato sem limites. Tem-se que o poder constituinte não se exerce num vácuo histórico-cultural, pois ele não parte do nada e, por isso, existem certos princípios como dignidade da pessoa humana, justiça, liberdade, igualdade, que permitem aferir a qualidade de uma Constituição: a bondade ou a inadequação intrínseca do novo Estatuto. Portanto, será legítima a Constituição que vier ao encontro estes sentimentos estimativos prevalecentes no interior da sociedade civil à que se destina o Texto Maior.[31: SERPA, José Hermílio Ribeiro, 2006, p. 45.]
4.2 Poder Constituinte originário
	Caracteriza-se por ser inicial, pois é a ordem da base jurídica; ilimitado e autônomo, já que não está limitado pelo direito anterior, não precisando respeitar limites postos pelo direito positivo anterior e incondicionado, já que não precisa seguir procedimento determinado para realizar sua obra de constitucionalização.
	Quanto a ser ilimitado, o Poder Constituinte Originário, afirma-se somente em plano jurídico-formal, não podendo desprezar normas de direito natural, como vida, liberdade, honra, etc.[32: PIVA, Otávio, 2009, p. 21.]
	O poder constituinte é permanente, pois não desaparece com a realização de sua obra, ou seja, com a elaboração de uma nova Constituição. Como afirmado por Sieyes, o Poder Constituinte ao esgota sua titularidade, que permanece latente, manifestando-se novamente mediante uma nova Assembleia Nacional Constituinte ou um ato revolucionário.[33: MORAES, ALEXANDRE, 2006, P. 23.]
	É aquele que estabelece a Constituição de um Estado, organizando-o e criando os poderes destinados a reger os interesses da comunidade. [34: PIVA, Otávio, 2009, p. 21.]
 4.3 Poder Constituinte derivado
	Está inserido na própria Constituição, pois decorre de uma regra jurídica de autenticidade constitucional, portanto, conhece limitações constitucionais expressas e implícitas e é passível de controle de constitucionalidade.
	Está inserido dentro da própria Constituição. É aquele que permite ao legislador realizar certas modificações no texto original da Constituição.[35: PIVA, Otávio, p. 20.]
	Apresenta características de derivado, subordinado e condicionado. É derivado porque retira sua força do Poder Constituinte originário; subordinado porque se encontra limitado pelas normas expressas e implícitas do texto constitucional, às quais não poderá contrariar, sob pena de inconstitucionalidade; e, por fim, condicionado porque seu exercício deve seguir as regras previamente estabelecidas no texto da Constituição Federal.[36: Ibidem, p. 24.]
	O Poder Constituinte derivado divide-se em poder constituinte reformador e decorrente.
	O Poder Constituinte derivado reformador consiste na possibilidade de alterar-se o texto constitucional, respeitando-se a regulamentação especial previsto na própria Constituição Federal e será exercitado por determinados órgãos com caráter representativo. No Brasil, pelo Congresso Nacional.[37: MORAES, Alexandre, 2006, p. 24.]
	O Poder Constituinte derivado decorrente, por sua vez, consiste na possibilidade que os Estados-membros têm, em virtude de sua autonomia político-administrativa, de se auto-organizarem por meio de suas respectivas constituições estaduais, sempre respeitando as regras limitativas estabelecidas pela Constituição Federal.[38: Ibidem, p. 24.]

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