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Aspectos do Direito Constitucional INTRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL NATUREZA DO DIREITO CONSTITUCIONAL: Para dar início aos estudos, faz-se necessária uma abordagem sobre o Direito Constitucional, sua natureza, definição, objeto e fontes. Assim, “o direito constitucional costuma ser classificado como um ramo interno do direito público” (NOVELINO, 2018, p. 34). Pode-se entender direito público como um conjunto de normas que regula os interesses do Estado, internamente ou em relação aos interesses particulares. Abrange a legislação com o formato público e social, que tem o intuito de garantir a soberania da nação e as relações na sociedade. INTRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL A nação é a junção de cidadãos, geralmente do mesmo grupo étnico, que falam a mesma língua e têm os mesmos costumes, formam um povo. Uma nação se mantém pelas tradições, religião, língua e consciência nacional. Por ser o “fundamento de validade de todas as normas do ordenamento jurídico, seria mais exato afirmar que o direito constitucional, mais do que um simples ramo, é o tronco do qual derivam todos os demais ramos do direito” (NOVELINO, 2018, p. 34) INTRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL Em relação à supremacia do direito constitucional, tem-se que: É um pressuposto da função desempenhada pela Constituição como ordem jurídica fundamental da comunidade. Todos os poderes públicos, inclusive o legislativo, encontram-se subordinados à Constituição, razão pela qual a validade de seus atos dependerá da compatibilidade. Como decorrência da superioridade hierárquica, surge o caráter vinculante da Constituição. Na qualidade de Lei Maior, esta impõe que os atos estatais guardem correlação com os seus dispositivos, sob pena de serem invalidados (NOVELINO, 2018, p. 34). INTRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL Assim, os poderes executivo, judiciário e legislativo têm a obrigação constitucional de respeitar e de serem subordinados à Constituição. Ressalta-se que a superioridade hierárquica referenciada tem o condão de vincular os atos administrativos realizados pelos entes públicos aos preceitos contidos na “Lei Maior”. Em caso contrário, podem ser considerados inválidos. ● Lei Maior pode ser entendida como carta magna, constituição, magna-carta, carta constitucional, lei básica, carta política, por exemplo. INTRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL Os atos administrativos, no entendimento de Di Pietro (2006, p. 206) são, “de maneira mais restrita, excluindo da conceituação, além dos atos normativos da administração pública e dos contratos administrativos, os atos de conhecimento, opinião, juízo ou valor (como pareceres, atestados e certidões)”. Retornando aos poderes, para um maior esclarecimento, pode-se entender por poder judiciário a administração da justiça na sociedade, através do cumprimento de normas e leis judiciais e constitucionais. Ainda, é constituído por ministros, desembargadores, promotores de justiça e juízes, que têm a obrigação de avaliar ações ou situações que não se enquadram com as leis criadas. INTRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL Já o poder legislativo é aquele que tem a tarefa de legislar, ou seja, fazer as leis. No Brasil, o poder legislativo é composto pela Câmara dos Deputados e Senado Federal. As casas estão localizadas em Brasília. Lembrando que os estados têm o poder legislativo, composto pelos deputados estaduais, e os municípios também, com os vereadores. O poder executivo, segundo o próprio termo, é o poder que executa, coloca em prática assuntos previamente deliberados pelo legislativo, ou seja, por aqueles que legislam e criam leis. DEFINIÇÃO DE DIREITO CONSTITUCIONAL A origem formal do constitucionalismo está ligada às Constituições escritas e rígidas dos Estados Unidos da América, em 1787, após a Independência das 13 Colônias, e da França, em 1791, a partir da Revolução Francesa, apresentando dois traços marcantes: organização do Estado e limitação do poder estatal, por meio da previsão de direitos e garantias fundamentais. Como ressaltado por Jorge Miranda, porém, “o Direito Constitucional norte-americano não começa apenas nesse ano. Sem esquecer os textos da época colonial (antes de mais, as Fundamental orders of Connecticut de 1639), integram-no, desde logo, no nível de princípios e valores ou de símbolos a Declaração de Independência, a Declaração de Virgínia e outras Declarações de Direitos dos primeiros Estados” (Miranda, Jorge apud Alexandre de Moraes, p. 01, 2016). DEFINIÇÃO DE DIREITO CONSTITUCIONAL O Direito Constitucional é um ramo do Direito Público, destacado por ser fundamental à organização e funcionamento do Estado, à articulação dos elementos primários do mesmo e ao estabelecimento das bases da estrutura política. Tem, pois, por objeto a constituição política do Estado, no sentido amplo de estabelecer sua estrutura, a organização de suas instituições e órgãos, o modo de aquisição e limitação do poder, através, inclusive, da previsão de diversos direitos e garantias fundamentais. DEFINIÇÃO DE DIREITO CONSTITUCIONAL Jorge Miranda define o Direito Constitucional como “a parcela da ordem jurídica que rege o próprio Estado, enquanto comunidade e enquanto poder. É o conjunto de normas (disposições e princípios) que recordam o contexto jurídico correspondente à comunidade política como um todo e aí situam os indivíduos e os grupos uns em face dos outros e frente ao Estado-poder e que, ao mesmo tempo, definem a titularidade do poder, os modos de formação e manifestação da vontade política, os órgãos de que esta carece e os actos em que se concretiza”. (Miranda, Jorge apud Alexandre de Moraes, p. 01, 2016). DEFINIÇÃO DE DIREITO CONSTITUCIONAL Jorge Miranda define o Direito Constitucional como “a parcela da ordem jurídica que rege o próprio Estado, enquanto comunidade e enquanto poder. É o conjunto de normas (disposições e princípios) que recordam o contexto jurídico correspondente à comunidade política como um todo e aí situam os indivíduos e os grupos uns em face dos outros e frente ao Estado-poder e que, ao mesmo tempo, definem a titularidade do poder, os modos de formação e manifestação da vontade política, os órgãos de que esta carece e os actos em que se concretiza”. (Miranda, Jorge apud Alexandre de Moraes, p. 01, 2016). Como produto legislativo máximo do Direito Constitucional encontramos a própria Constituição, elaborada para exercer dupla função: garantia do existente e programa ou linha de direção para o futuro. (Canotilho, apud Alexandre de Moraes, p. 02, 2016). DEFINIÇÃO DE DIREITO CONSTITUCIONAL Teixeira (1991, p. 3) define o direito constitucional de duas formas distintas. Em particular, como o “estudo da teoria das constituições e da Constituição do Estado brasileiro”. De forma analítica, como “o conjunto de princípios e normas que regulam a própria existência do Estado moderno, na sua estrutura e no seu funcionamento, o modo de exercício e os limites de sua soberania, seus fins e interesses fundamentais, e do Estado brasileiro, em particular” (TEIXEIRA, 1991, p. 3). Na visão de Silva (1997, p. 38), o Direito Constitucional, enquanto ciência positiva das constituições, pode ser definido como “o ramo do Direito Público que expõe, interpreta e sistematiza os princípios e normas fundamentais do Estado”. DEFINIÇÃO DE DIREITO CONSTITUCIONAL Assim, observa-se, na leitura das definições trazidas, que o Direito Constitucional é um ramo do direito público e que tem como finalidade principal organizar o funcionamento do Estado, delimitando desde os princípios fundamentais ao exercício dos direitos. Estuda a Constituição, a estrutura e o funcionamento do Estado no intuito de viabilizar as estruturas fundamentais que balizam a administração pública em um todo. Também é preciso lembrar que os limites da organização são os limites territoriais. DEFINIÇÃO DE DIREITO CONSTITUCIONAL Temos, ainda, o Direito Público, que é o conjunto de normas que regulaos interesses do Estado. É competência do Direito Público determinar a subordinação entre o público e o privado. Destina-se à regulamentação das atividades estatais, às relações do Estado e às ações dos cidadãos dentro da esfera pública. Ainda, defende o interesse público. Quando se fala em administração pública, “referimo-nos ao aparelho estatal, ou seja, ao conjunto formado por um governo e seus agentes administrativos, regulado por um ordenamento jurídico” (BRESSER PEREIRA, 1995, s.p.). DEFINIÇÃO DE DIREITO CONSTITUCIONAL Constituição, lato sensu, é o ato de constituir, de estabelecer, de firmar; ou, ainda, o modo pelo qual se constitui uma coisa, um ser vivo, um grupo de pessoas; organização, formação. Juridicamente, porém, Constituição deve ser entendida como a lei fundamental e suprema de um Estado, que contém normas referentes à estruturação do Estado, à formação dos poderes públicos, forma de governo e aquisição do poder de governar, distribuição de competências, direitos, garantias e deveres dos cidadãos. Além disso, é a Constituição que individualiza os órgãos competentes para a edição de normas jurídicas, legislativas ou administrativas. (Vergottini, apud Alexandre de Moraes, p. 6, 2016). DEFINIÇÃO DE DIREITO CONSTITUCIONAL Analisando a área de abrangência da Constituição, Virgílio de Jesus Miranda Carvalho entende “que melhor se definirá a Constituição como o estatuto jurídico fundamental da comunidade, isto é, abrangendo, mas não se restringindo estritamente ao político e porque suposto este, não obstante a sua hoje reconhecida aptidão potencial para uma tendencial totalização, como tendo, apesar de tudo, uma especificidade e conteúdo material próprios, o que não autoriza a que por ele (ou exclusivamente por ele) se defina toda a vida de relação e todas as áreas de convivência humana em sociedade e levará à autonomização do normativo-jurídico específico (neste sentido, total – e não apenas tendencialmente – é o Direito), bem como à distinção, no seio da própria Constituição, entre a sua intenção ideológica-política e a intenção jurídica stricto sensu. Com este sentido também poderemos, então, definir a Constituição como a lei fundamental da sociedade” DEFINIÇÃO DE DIREITO CONSTITUCIONAL Importante destacar o chamado conceito ideal de constituição, imposto a partir do triunfo do movimento constitucional no início do século XIX. Como ensina Canotilho, “este conceito ideal identifica-se fundamentalmente com os postulados políticos-liberais, considerando-os como elementos materiais caracterizadores e distintivos os seguintes: (a) a constituição deve consagrar um sistema de garantias da liberdade (esta essencialmente concebida no sentido do reconhecimento de direitos individuais e da participação dos cidadãos nos actos do poder legislativo através do parlamento); (b) a constituição contém o princípio da divisão de poderes, no sentido de garantia orgânica contra os abusos dos poderes estatais; (c) a constituição deve ser escrita (documento escrito)”. OBJETO DO DIREITO CONSTITUCIONAL O Direito Constitucional tem por objeto o estudo das normas fundamentais de organização do Estado. Trata dos seguintes temas: estrutura de seus órgãos, distribuição de competências, aquisição, exercício e transmissão da autoridade, direitos e garantias fundamentais etc. (NOVELINO, 2018). Seu objeto é a “constituição política do Estado, no sentido amplo de estabelecer sua estrutura, a organização de suas instituições e órgãos, o modo de aquisição e limitação do poder, através, inclusive, da previsão de diversos direitos e garantias fundamentais” (MORAES, 2017, p. 29). OBJETO DO DIREITO CONSTITUCIONAL Estudar a Constituição não é estudar apenas o texto da Constituição Federal de 1988, deve-se estudar também os aspectos teóricos que cercam o tema, ou seja, as teorias que foram criadas acerca da Constituição, formadas por especialistas no assunto, e o texto da própria Constituição (ANGELFIRE, s.d.). De acordo com o seu objeto de estudo, o Direito Constitucional é dividido por García-Pelayo (1993, p. 22-23) em três disciplinas: I) direito constitucional positivo (particular ou especial): tem por objeto a interpretação, sistematização e crítica das normas constitucionais vigentes em um determinado Estado; OBJETO DO DIREITO CONSTITUCIONAL II) direito constitucional comparado: tem por finalidade o estudo comparativo e crítico das normas constitucionais positivas, vigentes ou não, de diversos Estados. O estudo teórico é feito com o intuito de destacar singularidades e contrastes entre as diversas ordens jurídico-constitucionais; III) direito constitucional geral: compreende a sistematização e classificação de conceitos, princípios e instituições de diversos ordenamentos jurídicos visando à identificação dos pontos comuns, isto é, das características essenciais semelhantes de um determinado grupo de constituições. Por meio da disciplina, procura-se estabelecer uma teoria geral do direito constitucional. OBJETO DO DIREITO CONSTITUCIONAL Visando à melhor compreensão, pode-se afirmar, de forma ampla, que o objeto de estudo do Direito Constitucional é a própria Constituição, que é a norma fundamental e que estrutura a organização do Estado. Estuda a estrutura do Estado desde as suas instituições até as suas aquisições e limitações. FONTES DO DIREITO CONSTITUCIONAL Inicialmente, cabe ressaltar o que vem a ser fonte. Segundo Novelino (2018, p. 36), “tradicionalmente, as fontes do direito são definidas como os fatos ou atos dos quais o ordenamento jurídico faz depender a produção de normas jurídicas”. Em relação à classificação das fontes do Direito Constitucional, podemos perceber que são diferenciadas, inclusive, os autores não são consensuais sobre elas. A abordagem que se levará em consideração é a adotada por Bobbio (2010, p. 37). Para ele, “as fontes de juridicidade do direito constitucional podem ser divididas em originárias e derivadas”. FONTES DO DIREITO CONSTITUCIONAL No entendimento de Novelino (2018, p. 36), “no sistema da civil law, a constituição escrita é a fonte originária do direito constitucional. Na qualidade de fonte principal e suprema, a Constituição pode delegar competências a outros poderes ou reconhecer, ainda que implicitamente, normatividade a outras fontes (fontes derivadas)”. Assim, tem-se, das explicações, que a fonte originária é a própria Constituição, e as derivadas são as que a Constituição delega, como as leis e a jurisprudência. Nessa linha de raciocínio, as fontes derivadas podem ser divididas em delegadas ou reconhecidas. FONTES DO DIREITO CONSTITUCIONAL Uma das fontes do Direito Constitucional pode ser classificada como fonte delegada: São as resultantes de competências atribuídas pelo legislador constituinte a órgãos inferiores para a produção de normas jurídicas regulamentadoras de dispositivos constitucionais, como no caso das leis ordinárias e complementares, decretos e regulamentos que servem de apoio à Constituição. A jurisprudência criada a partir da interpretação ou integração da Constituição feita pelos Tribunais também pode ser considerada como fonte do direito constitucional, ainda que o Poder Judiciário deva atuar dentro da moldura constitucionalmente estabelecida (NOVELINO, 2018, p. 36). FONTES DO DIREITO CONSTITUCIONAL “Como fontes reconhecidas pela Constituição, podem ser mencionadas as normas jurídicas. Produzidas antes ou durante a sua vigência, são acolhidas por ela. É o caso, por exemplo, das leis recepcionadas e dos costumes constitucionais” (NOVELINO, 2018, p. 36). Exemplificando, as fontes delegadas são as leis, os decretos e a jurisprudência. Elas advêm das capacidades conferidas a órgãos inferiores que produzem normas jurídicas. Já as fontes reconhecidas são as leis recepcionadas e costumes constitucionais. São normas acolhidas antes ou durante a vigência da constituição. FONTES DO DIREITO CONSTITUCIONAL No DireitoConstitucional distinguimos, ainda, duas modalidades de fontes: as escritas e as não escritas: As fontes escritas abrangem: a) as leis constitucionais; b) as leis complementares ou regulamentares - figura especial de leis ordinárias que servem de apoio à Constituição e fazem com que numerosos preceitos constitucionais tenham aplicação; c) as prescrições administrativas contidas em regulamentos e decretos, de importância para o Direito Constitucional, desde que recebendo a delegação de poderes entre o governo no exercício da delegação legislativa; FONTES DO DIREITO CONSTITUCIONAL d) os regimentos das Casas do Poder Legislativo, ou do órgão máximo do Poder Judiciário; e) os tratados internacionais, as normas de direito Canônico, a legislação estrangeira, as resoluções da comunidade internacional pelos seus órgãos representativos, sempre que o Estado aprovar ou reconhecer; f) a jurisprudência, não obstante, o caráter secundário que as normas revestem, visto que, em rigor, a função jurisprudencial não cria Direito, senão que se limita a revelá-lo, ou seja, a declarar o direito vigente; g) finalmente, a doutrina, a palavra dos tratadistas, a lição dos grandes mestres (ANGELFIRE, s.d., s.p.). FONTES DO DIREITO CONSTITUCIONAL Quanto às fontes não escritas, são “duas: o costume e os usos constitucionais. O costume forma-se quando a prática repetida de certos atos induz uma determinada coletividade à crença ou convicção de que os atos são necessários ou indispensáveis” (ANGELFIRE, s.d., s.p.). “Sua importância para o Direito Constitucional é imensa. Os usos constitucionais compõem, enfim, a segunda categoria das fontes não-escritas. Sua relevância é maior nos países desprovidos de Constituição escrita ou que a possuem em textos sumários” (ANGELFIRE, s.d., s.p.). FONTES DO DIREITO CONSTITUCIONAL Também pode-se considerar fonte do Direito Constitucional a doutrina. Com o crescimento e casos complicados nas sociedades, tem-se “conferido à doutrina um papel fundamental na formulação de critérios e parâmetros decisórios capazes de contribuir para a sofisticação do debate e para a redução do ônus argumentativo e da complexidade decisória” (NOVELINO, 2018, p. 39). Dentro da proposta, em especial nos casos difíceis, pondera Maia (2009, p. 125): “O trabalho doutrinário procura lançar pontes entre a teoria e a prática, municiando os operadores do direito com instrumentos capazes de conduzi-los a respostas pertinentes para os problemas jurídicos”. FONTES DO DIREITO CONSTITUCIONAL “A equação é simples: considerando as limitações de tempo e espaço no processo judicial e a ampliação da complexidade dos critérios de decisão, cada vez mais se torna necessário o recurso a critérios de decisão previamente formulados no âmbito doutrinário” (NOVELINO, 2018, p. 39). A doutrina deve estar sempre pronta a conceituar e a auxiliar, dando formas e recursos que podem servir como fundamento para resolução de conflitos, antecipando, muitas vezes, formas de resolver casos reais. “A partir da antecipação de conflitos constitucionais feita com o auxílio de situações hipotéticas, a doutrina pode fornecer um conjunto de soluções ponderativas pré-fabricadas capazes de servir como parâmetros para a solução de um caso concreto” (BARCELLOS, 2005, p. 150-151). FONTES DO DIREITO CONSTITUCIONAL Uma vez que as circunstâncias fáticas imaginadas pela doutrina se reproduzam no caso real, ou se repitam em hipóteses já verificadas anteriormente, o juiz terá, à disposição, modelos de solução pré-prontos (BARCELLOS, 2005). Os “modelos pré-prontos” seriam situações já estudadas e que ajudariam os julgadores na tomada das decisões. Os doutrinadores estudam a legislação e a sociedade como um todo e determinam conceitos e fundamentos que podem servir de parâmetro na consecução da finalidade da lei, ou seja, na aplicação de forma eficaz da legislação com base nos anseios da sociedade. FONTES DO DIREITO CONSTITUCIONAL Na verdade, “os subsídios oferecidos ao aplicador pela ponderação em abstrato acabam por transformar muitos conflitos normativos, que seriam casos difíceis, em fáceis, simplesmente porque já há um modelo de solução que é aplicável” (BARCELLOS, 2005, p. 150-151). Os “modelos” têm o intuito de facilitar, agilizar e respaldar as decisões dadas a conflitos. Então, tem-se como fonte a nascente, onde brota o Direito Constitucional. As fontes norteiam toda e qualquer criação legislativa no ramo do direito. Assim, temos que a divisão do direito em ramos tem o intuito de facilitar a compreensão do direito como um todo. A CONSTITUIÇÃO Ao estudar a Constituição, pretende-se fazer uma análise da sua conceituação bem como de seus diversos sentidos, em especial o sentido sociológico, o sentido político e o sentido jurídico. Ainda, serão realizados estudos sobre a classificação das constituições, que podem ser divididas em relação ao seu conteúdo, forma, origem, finalidade etc. Dessa forma, vocês terão uma visão mais abrangente dos vários tipos de Constituição, o que facilitará a análise dos demais conteúdos a serem trabalhados. A CONSTITUIÇÃO A Constituição, em um Estado democrático, não estrutura apenas o Estado em sentido estrito, mas também o espaço público e o privado, constituindo assim a sociedade (NERY JUNIOR; ABBOUD, 2017). “Constituição significa ordem jurídica fundamental do estado e da sociedade. A Constituição não é apenas a Constituição “do estado”, mas possui um conceito mais amplo que compreende as estruturas fundamentais da sociedade” (NERY JUNIOR; ABBOUD, 2017, p. 99). A Constituição determina regras e estabelece critérios que devem ser respeitados por todos e de forma indiscriminada, ou seja, a Constituição é a regra maior e se encontra no topo da pirâmide da legislação pátria. Assim, temos um Estado Democrático de Direito, que foi uma das grandes conquistas da humanidade. A CONSTITUIÇÃO No correr de milênios, as formas de convivência humana foram sendo modificadas em decorrência de múltiplos fatores, como a percepção da necessidade de um governo do grupo social que definisse e implantasse formas de organização que fossem benéficas para todos os componentes do grupo (DALLARI, 2017, s.p.). A Constituição é uma ordenação fundamental no sentido quantitativo, quando não libera nada. Portanto, para tudo tem, à disposição, ou um mandamento ou uma proibição (NERY JUNIOR; ABBOUD, 2017). A “Constituição, lato sensu, é o ato de constituir, de estabelecer, de firmar. Ainda, o modo pelo qual se constitui uma coisa, um ser vivo, um grupo de pessoas, organização, formação” (GUETZEVICH, 1933, p. 45). A CONSTITUIÇÃO Segundo Canotilho e Moreira (1991, p. 41), a Constituição deve ser entendida como: A lei suprema e fundamental de um Estado, que contém normas referentes à estruturação do Estado, à formação dos poderes públicos. Forma de governo e aquisição do poder de governar, distribuição de competências, direitos, garantias e deveres dos cidadãos. Além disso, é a Constituição que individualiza os órgãos competentes para a edição de normas jurídicas, legislativas ou administrativas. A CONSTITUIÇÃO Considerando o círculo de alcance da Constituição, Carvalho (1982, p. 13) percebe que “a Constituição se definirá como o estatuto jurídico fundamental da comunidade e abrangendo, mas não se restringindo, estritamente, ao político”. Na Constituição, podemos encontrar as regras de regulação, princípios individuais e coletivos, regras de criação e organização de estados e municípios e a serem seguidas pelos servidores públicos em todas as suas categorias. Importante destacar o chamado conceito ideal de constituição, imposto a partir do triunfo do movimento constitucional no início do século XIX (MORAES, 2017). A CONSTITUIÇÃO Como leciona Canotilho e Moreira (1991, p. 42): o conceito ideal identifica-se fundamentalmente com os postulados políticos-liberais, considerando como elementos materiais caracterizadorese distintivos os seguintes: (a) a constituição deve consagrar um sistema de garantias da liberdade (esta essencialmente concebida no sentido do reconhecimento de direitos individuais e da participação dos cidadãos nos atos do poder legislativo através do parlamento); (b) a constituição contém o princípio da divisão de poderes, no sentido de garantia orgânica contra os abusos dos poderes estatais; (c) a constituição deve ser escrita (documento escrito). CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES Moraes (2017) explana, de forma concisa, a classificação das constituições nos seguintes termos: CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES ● Promulgada: é a constituição democrática, ou seja, feita pelos representantes do povo. Por isso, a Constituição de 1988 também é conhecida como Constituição Cidadã. Tivemos as seguintes Constituições promulgadas: de 1891 (de Ruy Barbosa), de 1934, de 1946 e a de 1988. ● Outorgada: é a constituição imposta ao povo pelo governante. Constituições outorgadas: de 1824, de 1937 (Getúlio Vargas) e a de 1967 (Ditadura Militar). ● Cesarista: é a feita pelo governante, mas submetida à apreciação do povo mediante referendo. http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES ● Dogmática: é aquela que é fruto de um trabalho legislativo específico. Tem esse nome por refletir os dogmas de um momento da história (Curiosidade - Todas as constituições brasileiras foram dogmáticas). ● Histórica: ela é fruto de uma lenta evolução histórica, tal como ocorre na Inglaterra. O que se entende da classificação das constituições? Disponível online em: https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/1970797/o-que-se-entende-por-cl assificacao-das-constituicoes-marcel-gonzalez https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/1970797/o-que-se-entende-por-classificacao-das-constituicoes-marcel-gonzalez https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/1970797/o-que-se-entende-por-classificacao-das-constituicoes-marcel-gonzalez CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES Segundo Moraes (2017), quanto ao conteúdo, as constituições podem ser classificadas em materiais ou substanciais e formais. A Constituição material “consiste no conjunto de regras materialmente constitucionais, que estejam ou não codificadas em um único documento. Já a Constituição formal é aquela consubstanciada de forma escrita, por meio de um documento solene estabelecido pelo poder constituinte originário” (MORAES, 2017, p. 29). Contudo, o que são as regras materialmente constitucionais? Estas determinam as formas de governo, do Estado, de aquisição e exercício do poder, da estrutura dos órgãos de poder do Estado e dos limites da atuação estatal. CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES Quanto a forma: Ainda segundo Moraes (2017), as constituições se dividem em escritas e não escritas. A Constituição escrita é o conjunto de regras codificado e sistematizado em um único documento, para fixar-se à organização fundamental. Canotilho (1991) denomina de Constituição instrumental, apontando seu efeito racionalizador, estabilizante, de segurança jurídica e de calculabilidade e publicidade. A Constituição escrita, portanto, é o mais alto estatuto jurídico de determinada comunidade, caracterizando-se por ser a lei fundamental de uma sociedade. À Constituição corresponde o conceito de Constituição legal, como resultado da elaboração de uma Carta escrita fundamental, colocada no ápice da pirâmide normativa e dotada de coercibilidade (HESSE, 1981). CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES Como salienta Canotilho (1991, p. 65): A garantia da força normativa da constituição não é tarefa fácil, mas se o direito constitucional é direito positivo, se a constituição vale como lei, então as regras e princípios constitucionais devem obter normatividade regulando jurídica e efetivamente as relações da vida, dirigindo as condutas e dando segurança a expectativas de comportamento. CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES Constituição não escrita é o conjunto de regras não aglutinado em um texto solene, mas baseado em leis esparsas, costumes, jurisprudência e convenções (exemplo: Constituição inglesa) (MORAES, 2017). Salienta Miranda (1990, p. 126): Diz-se, muitas vezes, que a Constituição inglesa é uma Constituição não escrita (unwritten Constitution). Só em certo sentido o asserto se afigura verdadeiro: no sentido de que uma grande parte das regras sobre organização do poder político é consuetudinária; e, sobretudo, no sentido de que a unidade fundamental da Constituição não repousa em nenhum texto ou documento, mas em princípios não escritos assentes na organização social e política dos Britânicos. Tem-se, então, que a Constituição da República Federativa do Brasil é uma Constituição escrita. CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES Em relação à elaboração, segundo Moraes (2017), as constituições se classificam em dogmáticas e históricas. Enquanto a Constituição dogmática se apresenta como produto escrito e sistematizado por um órgão constituinte, a partir de princípios e ideias fundamentais da teoria política e do direito dominante, a Constituição histórica é fruto da lenta e contínua síntese da História e tradições de um determinado povo (exemplo: Constituição inglesa) (MORAES, 2017). CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES Em relação à origem, Moraes (2017) entende que as constituições se classificam em promulgadas e outorgadas. São promulgadas, também denominadas “democráticas ou populares, as constituições que derivam do trabalho de uma Assembleia Nacional Constituinte composta de representantes do povo, eleitos com a finalidade de sua elaboração (exemplo: Constituições brasileiras de 1891, 1934, 1946 e 1988)” (MORAES, 2017, p. 30). Já as Constituições outorgadas são “as elaboradas e estabelecidas sem a participação popular, através de imposição do poder da época (exemplo: Constituições brasileiras de 1824, 1937, 1967 e EC nº 01/1969)” (MORAES, 2017, p. 30). CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES Existem, ainda, as chamadas Constituições cesaristas, que são aquelas que, não obstante outorgadas, dependem da ratificação popular por meio de referendo (MORAES, 2017). Então, observando os conceitos, tem-se que a Constituição Brasileira de 1988 é escrita, dogmática e promulgada. -> O significa uma promulgação? É o instrumento que declara a existência de uma lei e ordena a execução. CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES Quanto à estabilidade: No quesito em questão, conforme Moraes (2017), as constituições podem ser classificadas em imutáveis, rígidas, flexíveis e semirrígidas. São imutáveis as constituições quando se veda qualquer alteração, constituindo-se em relíquias históricas. Em algumas constituições, a imutabilidade poderá ser relativa, quando podemos prever as chamadas limitações temporais, ou seja, um prazo em que não se admitirá a atuação do legislador constituinte reformador (MORAES, 2017, p. 30). CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES Assim, a Constituição de 1824, em seu art. 174, determinava: “Art. 174. Se passados quatro anos, depois de jurada a Constituição do Brazil, se conhecer, que algum dos seus artigos merece reforma, se fará a proposição por escripto, a qual deve ter origem na Câmara dos Deputados e ser apoiada pela terça parte deles” (BRASIL, 1824). Apesar da previsão, a Constituição de 1824 era semiflexível (semirrígida), como se nota por seu art. 178, que afirmava: “Artigo 178. É só constitucional o que diz respeito aos limites e atribuições respectivas dos poderes políticos e aos direitos políticos e individuais dos cidadãos. Tudo, o que não é constitucional, pode ser alterado sem as formalidades referidas, pelas Legislaturas ordinárias” (BRASIL, 1824). CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES Rígidas são as constituições escritas, que poderão “ser alteradaspor um processo legislativo mais solene e dificultoso do que o existente para a edição das demais espécies normativas. Por sua vez, as constituições flexíveis, em regra, não escritas, excepcionalmente escritas, poderão ser alteradas pelo processo legislativo ordinário” (MORAES, 2017, p. 30). “Como um meio-termo entre as duas anteriores, surge a constituição semiflexível ou semirrígida, na qual algumas regras poderão ser alteradas pelo processo legislativo ordinário, enquanto outras somente por um processo legislativo especial e mais dificultoso” (MORAES, 2017, p. 30). CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES Ressalta-se que a “Constituição Federal de 1988 pode ser considerada como super-rígida, uma vez que, em regra, poderá ser alterada por um processo legislativo diferenciado. Excepcionalmente, em alguns pontos, é imutável” (MORAES, 2017, p. 30). -> Pode-se afirmar que Cláusula Pétrea é o dispositivo constitucional que não pode ser alterado, nem mesmo por proposta de emenda à Constituição (PEC). As cláusulas pétreas inseridas na Constituição do Brasil de 1988 estão dispostas no art. 60, § 4º. CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES O ar. 60, § 4º da Constituição Federal de 1988 tem a seguinte redação: Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: [...] § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV - os direitos e garantias individuais (BRASIL, 1988). CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES Continuando a análise e relembrando os conceitos, tem-se que a Constituição de 1988 é escrita, dogmática, promulgada e rígida, porque tem cláusulas que são consideradas imexíveis. CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES Quanto à extensão e finalidade: Conforme Moraes (2017), as constituições, em relação à extensão e finalidade, podem ser classificadas em analíticas (dirigentes) e sintéticas (negativas, garantias). As constituições sintéticas contam somente os princípios e as normas gerais de regência do Estado, organizando-o e limitando seu poder, por meio da estipulação de direitos e garantias fundamentais (por exemplo: Constituição norte-americana). Já as constituições analíticas examinam e regulamentam todos os assuntos relevantes à formação, destinação e funcionamento do Estado (por exemplo: Constituição brasileira de 1988) (MORAES, 2017). CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES Como afirmado por Silva (1992, p. 8), a Constituinte rejeitou a constituição sintética, que é constituição negativa, porque é construtora apenas de liberdade-negativa ou liberdade-impedimento, oposta à autoridade, modelo de constituição que, às vezes, se chama de constituição garantia [...]. Assumiu o novo texto a característica de constituição-dirigente, enquanto define fins e programas de ação futura. CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES Segundo Canotilho (1991, p. 257), ao serem definidos os limites de uma constituição dirigente, o núcleo principal de estudo é “o que deve (e pode) uma constituição ordenar aos órgãos legiferantes e o que deve (como e quando deve) fazer o legislador para cumprir, de forma regular, adequada e oportuna, as imposições constitucionais”. -> O que se entende por Constituição Dirigente? É a Constituição que regula as bases da vida não estatal, intervindo na área social, cultural e econômica. Inclui o planejamento como forma de execução de políticas públicas. Assim, lembrando novamente, a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é escrita, dogmática, promulgada e rígida, porque tem cláusulas que são consideradas imexíveis, além de igualmente ser analítica e dirigente. CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 “A atual Constituição Federal apresenta a seguinte classificação: formal, escrita, legal, dogmática, promulgada (democrática, popular), rígida, analítica” (MORAES, 2017, p. 31). Ainda, temos outras classificações doutrinárias sobre as constituições. Assim, as “constituições dualistas ou pactuadas são aquelas em que se efetiva um compromisso entre o rei e o poder Legislativo, sujeitando-se o monarca aos esquemas constitucionais, e resultando na constituição de dois princípios: o monárquico e o democrático” (MORAES, 2017, p. 31). CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 Por sua vez, a constituição nominalista é aquela “cujo texto da Carta Constitucional já contém verdadeiros direcionamentos para os problemas concretos, a serem resolvidos mediante aplicação pura e simples das normas constitucionais” (MORAES, 2017, p. 31). Ao intérprete caberia, somente, interpretá-la de forma gramatical e literal. Por outro lado, a constituição semântica é aquela cuja interpretação de suas normas “depende da averiguação de seu conteúdo significativo, da análise de seu conteúdo sociológico, ideológico, metodológico, possibilitando uma maior aplicabilidade política, normativa e social” (MORAES, 2017, p. 31). CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 Ainda, a Constituição de 1988 pode ser considerada reduzida e normativa. Considerando, de forma sistemática, a Constituição pode ser reduzida e considerada quanto à relação com a realidade, por ser entendida como normativa. A Constituição reduzida contém suas determinações em um só documento ou código e, a normativa, é aquela que possui valor jurídico, cujas normas dominam o processo político, logrando submetê-lo à observação e adaptação de seus termos. É aquela, na qual, há uma adequação entre o texto e a realidade social, e o seu texto traduz os anseios de justiça dos cidadãos. CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 Finalizando, podemos afirmar que a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é: • escrita; • dogmática; • promulgada; • rígida (porque tem cláusulas que são consideradas imexíveis); • analítica; • dirigente; • reduzida e normativa. PREÂMBULO CONSTITUCIONAL Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL (BRASIL,1988). PREÂMBULO CONSTITUCIONAL O preâmbulo de uma Constituição pode ser definido como “documento de intenções do diploma. Consiste em uma certidão de origem e legitimidade do novo texto e uma proclamação de princípios, demonstrando a ruptura com o ordenamento constitucional anterior e o surgimento jurídico de um novo Estado” (MORAES, 2017, p. 31). “Em nosso Direito Constitucional devem constar os antecedentes e enquadramento histórico da Constituição, bem como suas justificativas e seus grandes objetivos e finalidades” (MORAES, 2017, p. 31). PREÂMBULO CONSTITUCIONAL Miranda (1990) aponta para a existência de preâmbulos em alguns dos mais importantes textos constitucionais estrangeiros: Estados Unidos (1787), Suíça (1874), Alemanha de Weimar (1919), Irlanda (1937), França (1946 e 1958), Japão (1946), Grécia (1975) e Espanha (1978). Podemos acrescentar as constituições do Peru (1979), da antiga Alemanha Ocidental (1949) e da Alemanha Oriental (1968) com as emendas de 7 de outubro de 1974, da Polônia (1952), Bulgária (1971), Romênia (1975), Cuba (1976), Nicarágua (1987), Moçambique (1978), São Tomé e Príncipe (1975) e Cabo Verde (1981) (MIRANDA, 1990). PREÂMBULO CONSTITUCIONAL Apesar de não fazer parte do texto constitucional propriamente dito e, consequentemente, não conter normas constitucionais de valor jurídico autônomo, o preâmbulo não é juridicamente irrelevante, uma vez que deve ser observado como elemento de interpretação e integração dos diversos artigos que seguem. SegundoAlberdi (1959), o preâmbulo deve sintetizar sumariamente os grandes fins da Constituição, servindo de fonte interpretativa para dissipar as obscuridades das questões práticas e de rumo para a atividade política do governo. PREÂMBULO CONSTITUCIONAL O preâmbulo, portanto, por não ser norma constitucional, não poderá prevalecer contra texto expresso da Constituição Federal, e tampouco poderá ser paradigma comparativo para declaração de inconstitucionalidade. Contudo, por traçar as diretrizes políticas, filosóficas e ideológicas da Constituição, será uma das linhas mestras interpretativas (LAVIÉ, 1993; EKMEKDJIAN, 1993; MELLO FILHO, 1986; BASTOS; GANDRA, 1988; DANTAS, 1994; FERREIRA, 1989). Já outros autores entendem de maneira diferente, ou seja, que o preâmbulo teria um caráter normativo (NASCIMENTO, 1997; FERREIRA, 1989). PREÂMBULO CONSTITUCIONAL Observe-se que a evocação à “proteção de Deus”, no preâmbulo da Constituição Federal, não a torna confessional, mas sim: Reforça a laicidade do Estado, afastando qualquer ingerência estatal arbitrária ou abusiva nas diversas religiões e garantindo tanto a ampla liberdade de crença e cultos religiosos, como também ampla proteção jurídica aos agnósticos e ateus, que não poderão sofrer quaisquer discriminações pelo fato de não professarem uma fé (MORAES, 2017, p. 34). HISTÓRIA DAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS Para uma visão panorâmica sobre o que será tratado no presente tópico, traz-se o quadro disponibilizada por Lenza (2012), que demonstra, de forma ilustrativa, o ano, a data de surgimento e a vigência de cada uma das constituições que serão o objeto de estudo. CONSTITUIÇÃO DE 1824 Em 1808, a Família Real Portuguesa se transfere para o Brasil. A colônia brasileira passou a ser designada Reino Unido a Portugal e Algarves (LENZA, 2012). Em 1821, “devido à Revolução do Porto, o rei D. João VI retorna para Portugal deixando no Brasil seu filho, o Príncipe Real do Reino Unido e Regente do Brasil D. Pedro de Alcântara” (HEMÉTRIO, 2017, p. 6). Em 9 de janeiro de 1822, desrespeitando a ordem da Coroa Portuguesa para que voltasse para Portugal e tendo em vista o recebimento de assinaturas advindas de liberais radicais, Dom Pedro I disse: “Se é para o bem de todos e a felicidade geral da Nação, estou pronto! Digam ao povo que fico” (HEMÉTRIO, 2017). Esses acontecimentos, sem dúvida, contribuíram para a intensificação dos movimentos pela independência do Brasil. CONSTITUIÇÃO DE 1824 Após ter declarado a Independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822, Dom Pedro I convoca, em 1823, uma Assembleia Geral Constituinte e Legislativa, com ideais marcadamente liberais (LENZA, 2012). A assembleia foi dissolvida em razão de desacordos com os pensamentos de Dom Pedro I. Em substituição (da Assembleia Constituinte), D. Pedro I cria um Conselho de Estado para tratar dos “negócios de maior monta” e elaborar um novo projeto em total consonância com a sua vontade de “Majestade Imperial” (LENZA, 2012). A Constituição Política do Império do Brasil foi outorgada em 25 de março de 1824 e foi, dentre todas, a que durou mais tempo, tendo sofrido considerável influência da francesa de 1814. Foi marcada por forte centralismo administrativo e político, tendo em vista a figura do poder Moderador, constitucionalizado, e também por unitarismo e absolutismo (LENZA, 2012). CONSTITUIÇÃO DE 1824 Segundo Paulo e Alexandrino (2017, p. 26), a Constituição de 1934 foi: O texto constitucional de maior longevidade em nossa história (1824- 1891). Não obstante, foi uma Constituição que se poderia classificar de nominativa, porque não conseguiu fazer com que as práticas constitucionais adotadas na realidade correspondessem às previstas em seu texto. CONSTITUIÇÃO DE 1824 As principais características da Constituição brasileira de 1824 eram: a) Brasil como um Estado unitário que seria governado por um imperador. b) Monarquia como regime: Poder adquirido por sucessão hereditária. c) Escravos, indígenas e pobres não eram considerados cidadãos. d) Eleições censitárias: Somente poderão votar e serem votados os “cidadãos”. e) Estado unitário: Estado em que não há divisão territorial de poder político. CONSTITUIÇÃO DE 1824 f) Religião oficial: Católica Apostólica Romana. g) Quatro poderes: Executivo, Legislativo, Judiciário e Moderador, este exercido pelo imperador h) Os “cidadãos” elegiam os deputados e o senadores (HEMÉTRIO, 2017). Em 1888 a escravatura é abolida pela Princesa Isabel. Já em 1889, um golpe militar tira D. Pedro do poder e, em 15 de novembro de 1889, é proclamada a República por Marechal Deodoro da Fonseca (HEMÉTRIO, 2017). Entre 1889 e 1891 o Brasil é então governado por Marechal Deodoro, sob um Governo Provisório, que ficara incumbido de instalar a nova forma de governo e elaborar uma Constituição então republicana (HEMÉTRIO, 2017). A CONSTITUIÇÃO DE 1891 Neste período, tem-se uma nova fase do Brasil. Eis que se sai do período imperial e passa-se ao período republicano, que traz inovações jurídicas e muito mais direitos ao povo brasileiro. Segundo Hemétrio (2017, p. 8), vários fatores contribuíram para o fim do Império e a queda de D. Pedro II: Certamente o fim do império se deveu, em grande parte, à abolição da escravatura, o que feriu os brios de um dos setores mais adeptos ao império, os grandes proprietários de escravos. Ficaram muito insatisfeitos com a política de D. Pedro. No entanto, talvez a mais importante foi a pressão por um novo regime, a partir do exército, e a pressão pela autonomia por parte de uma elite civil. A junção das duas forças, por um tempo, embora distintas, resultou na República. A CONSTITUIÇÃO DE 1891 Tem-se que a “Assembleia Constituinte foi nomeada em 1890 e, em 24 de fevereiro de 1891, foi promulgada a primeira Constituição da República do Brasil que vigorou até 1930” (HEMÉTRIO, 2017, p. 8). Paulo e Alexandrino (2017, p. 27) descrevem que: Em 15 de novembro de 1889, com a edição do Decreto 1, de 15.11.1889, foi declarada a República. Nos termos do decreto, as províncias, agora como estados integrantes de uma federação, formaram os Estados Unidos do Brasil. Foi instaurado um governo provisório que, em 3 de dezembro, nomeou uma comissão para elaborar um projeto de Constituição, o qual, em 22.06.1890, foi publicado como "Constituição aprovada pelo Executivo". Em 15 de setembro de 1890 foi eleita a Assembleia Geral Constituinte, que se instalou em 15 de novembro e, em 24 de fevereiro de 1891, promulgou a Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil (democrática), com poucas modificações em relação ao projeto que fora aprovado pelo Executivo (cujo principal mentor, diga-se, foi o grande Rui Barbosa). A CONSTITUIÇÃO DE 1891 Na Constituição, o poder Moderador é eliminado, permanecendo o que se tem até hoje na separação dos poderes: poder Executivo, poder Legislativo e poder Judiciário. Também foi nessa Constituição que os direitos individuais foram fortalecidos e tendo, como acréscimo, o habeas corpus. Adota-se a forma rígida também, que somente pode ser alterada com procedimento especial, o que perdura até hoje. “O Relator da Constituição de 1891 foi o então Senador Rui Barbosa, apaixonado pelo Direito norte-americano, o que influenciou fortemente na Constituição do país. Prova da grande influência foi o nome dado ao Brasil na Constituição de 1891, Estados Unidos do Brasil” (HEMÉTRIO, 2017, p. 9). “A Câmara dos Deputados era composta de representantes do povo eleitos pelos Estados e pelo Distrito Federal, mediante sufrágio direto, garantida a representação da minoria. Cada Deputado exercia mandato de três anos” (LENZA, 2012, p. 106) A CONSTITUIÇÃO DE 1926 Nesta fase, o Brasil passa por novas mudanças e são extintas as penas de galés, banimento e da morte. A pena de galés era a pena cumprida com regimes forçados e, a de banimento, era a perda da nacionalidade. Segundo Bastos (2000, p. 110), a Reforma de 1926 foi“[...] marcada por uma conotação nitidamente racionalista, autoritária, introduzindo alterações no instituto da intervenção da União nos Estados, no poder Legislativo, no processo legislativo, no fortalecimento do Executivo, nos direitos e garantias individuais e na Justiça Federal”. “Isso tudo vai diminuir a sua “longevidade”, especialmente em razão do movimento armado de 1930, que pôs fim ao período chamado de “Primeira República”” (BASTOS, 2000, p. 110). Em 1926, a Constituição sofre uma profunda reforma, de cunho marcadamente centralizador e autoritário, que acabou por precipitar a sua derrocada, ocorrida com a Revolução de 1930 (PAULO; ALEXANDRINO, 2017). A CONSTITUIÇÃO DE 1926 As principais características da Constituição de 1926 estão descritas a seguir: a) Federalista: estados com certa autonomia. b) O art. 2º da Constituição previu uma área de 14.400 km2 no planalto central para construção da capital federal. c) O Brasil é um Estado leigo, laico e não confessional; d) Três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário; e) Constituição rígida: Não existe mais distinção ente norma material e formalmente constitucional. A CONSTITUIÇÃO DE 1926 f) Extinção da pena de galés, banimento e da morte. g) Remédio constitucional de habeas corpus: No início, servia para tutela qualquer direito mas, em 1926, foi restrito exclusivamente à liberdade de locomoção. h) Controle difuso de constitucionalidade: Qualquer juiz pode declarar uma lei inconstitucional. i) Fim do voto censitário: Exige alfabetização para votar. j) Mandado de quatro anos para presidente, sendo proibida a reeleição. k) Estado laico (HEMÉTRIO, 2017). A CONSTITUIÇÃO DE 1934 Neste período, o Brasil continua sendo uma República. As mulheres passam a ter direito ao voto e este passa a ser secreto e obrigatório para maiores de 18 anos. Tem-se, nesta fase, a criação da Justiça do Trabalho e do salário mínimo. No entendimento de Lenza (2012, p. 111): A crise econômica de 1929, bem como os diversos movimentos sociais por melhores condições de trabalho, sem dúvida, influenciaram a promulgação do texto de 1934, abalando, assim, os ideais do liberalismo econômico e da democracia liberal da Constituição de 1891. A CONSTITUIÇÃO DE 1934 Descrevem Paulo e Alexandrino (2017, p. 28) que: A Constituição de 1934, democrática, decorrente do rompimento da ordem jurídica ocasionado pela Revolução de 1930, a qual pôs fim à era dos coronéis, à denominada Primeira República, costuma ser apontada pela doutrina como a primeira a preocupar-se em enumerar direitos fundamentais sociais, ditos direitos de segunda geração ou dimensão. Os direitos, quase todos traduzidos em normas constitucionais programáticas, tiveram como inspiração a Constituição de Weimar, da Alemanha de 1919. Assim, a Constituição de 1934 é apontada como marco na transição de um regime de democracia liberal, de cunho individualista, para a chamada democracia social, preocupada em assegurar, não apenas uma igualdade formal, mas também a igualdade material entre os indivíduos (condições de existência compatíveis com a dignidade da pessoa humana). A CONSTITUIÇÃO DE 1934 Assim, as principais características da Constituição eram: a) Brasil continuou sendo uma República Federativa. b) Três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. c) Estado laico. d) Aumento dos poderes da União com relação aos estados: Diminuição dos poderes do Senado; e) Voto feminino. f) Voto secreto. g) Voto obrigatório para maiores de 18 anos. A CONSTITUIÇÃO DE 1934 h) Criação da Justiça do Trabalho e do salário mínimo. i) Criação da Justiça Eleitoral. j) Direitos de segunda geração: Direitos sociais (saúde, educação etc.). k) Nacionalização das riquezas do subsolo. l) Nacionalização dos bancos e das empresas de seguros. m) As empresas estrangeiras devem ter, pelo menos, 2/3 de empregados brasileiros. A CONSTITUIÇÃO DE 1934 n) Proibição do trabalho infantil, menor de 14 anos. Determina jornada de trabalho de oito horas, repouso semanal obrigatório, férias remuneradas, indenização para trabalhadores demitidos sem justa causa, assistência médica e dentária, assistência remunerada a trabalhadoras grávidas, bem como a instituição do sindicalismo. o) Proibição da diferença de salário para um mesmo trabalho, por motivo de idade, sexo, nacionalidade ou estado civil. p) Lei especial para regulamentar o trabalho agrícola e as relações no campo. q) Criação de educação: intuito de criar mão de obra especializada (HEMÉTRIO, 2017). A CONSTITUIÇÃO DE 1937 O Brasil retroage em alguns aspectos, instituindo, novamente, a pena de morte, como também a dispensa de funcionários contrários ao regime. Nesta fase, também houve a diminuição de direitos e garantias fundamentais. No “mandado de Vargas, ainda de caráter politicamente legal, percebeu-se uma forte incompatibilidade entre a direita fascista (Ação Integralista Brasileira, que defendia um Estado autoritário) e o movimento de esquerda (ideais socialistas, comunistas e sindicais – Aliança Nacional Libertadora)” (HEMÉTRIO, 2017, p. 12). A CONSTITUIÇÃO DE 1937 Em 10 de novembro de 1937, “Getúlio Vargas, no poder, dissolve a Câmara e o Senado, revoga a Constituição de 1934 e outorga a Carta de 1937, dando início ao período ditatorial conhecido como Estado Novo” (PAULO; ALEXANDRINO, 2017, p. 28). Percebe-se que a Constituição de 1937 não teve como prioridade assegurar direitos. O intuito era reforçar o regime autoritário. Não havia praticamente a divisão de poderes, contudo eles existiam. Entende-se que era mesmo uma ditadura pura e simples, que se agrupava nas mãos do Executivo e Legislativo, em especial do Presidente da República. Na época, este legislava através de decretos e leis. A CONSTITUIÇÃO DE 1937 -> Decreto-lei: Decreto com força de lei promulgado pelo chefe de Estado, quando concentra em suas mãos as atribuições do poder Legislativo. Na utilização, o Presidente da República acaba fazendo as vezes do poder Legislativo, criando uma legislação e a executando, o que realmente seria a sua tarefa. A situação concentra poder demais nas mãos de uma só pessoa. Em 1945, o chamado Estado Novo teve seu encerramento, por conta das crises sofridas em um nível internacional, quando o Brasil participa da Segunda Guerra Mundial, caindo em certa contradição (HEMÉTRIO, 2017). A CONSTITUIÇÃO DE 1937 ● O Estado Novo foi um regime ditatorial arregimentado por Getúlio Vargas, instituído em 10 de novembro de 1937. Desde 3 de novembro de 1930, Vargas governava o país (RODRIGUES, 2018). Iniciou em 1930, no chamado Governo Provisório, e ficou até decretação da Constituição de 1934 As principais características da Constituição eram: a) Concentração dos poderes Executivo e Legislativo na mão do presidente. b) Eleições indiretas para presidente. c) Propósito de fim do liberalismo. d) Pena de morte. A CONSTITUIÇÃO DE 1937 e) Dispensa de funcionários contrários ao regime. f) Plebiscito para referendar a constituição, mas nunca aconteceu. g) Diminuição de direitos e garantias fundamentais (greve, mandado de segurança, ação popular etc.). h) Diminuição do controle de inconstitucionalidade (HEMÉTRIO, 2017). INDICAÇÕES DE LEITURA Além do livro didático (óbvio): https://jus.com.br/artigos/10823/o-preambulo-da-constituicao-brasileira- de-1988 https://www.sohistoria.com.br/ef2/eravargas/p3.php https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/1970797/o-que-se-entende-por-class ificacao-das-constituicoes-marcel-gonzalez https://jus.com.br/artigos/10823/o-preambulo-da-constituicao-brasileira-de-1988 https://jus.com.br/artigos/10823/o-preambulo-da-constituicao-brasileira-de-1988 https://www.sohistoria.com.br/ef2/eravargas/p3.php https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/1970797/o-que-se-entende-por-classificacao-das-constituicoes-marcel-gonzalez https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/1970797/o-que-se-entende-por-classificacao-das-constituicoes-marcel-gonzalez
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