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Aspectos do Direito Constitucional - UNIDADE 01

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Aspectos do Direito 
Constitucional
INTRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL
NATUREZA DO DIREITO CONSTITUCIONAL: Para dar início aos 
estudos, faz-se necessária uma abordagem sobre o Direito 
Constitucional, sua natureza, definição, objeto e fontes. Assim, “o 
direito constitucional costuma ser classificado como um ramo interno 
do direito público” (NOVELINO, 2018, p. 34).
Pode-se entender direito público como um conjunto de normas que 
regula os interesses do Estado, internamente ou em relação aos 
interesses particulares. Abrange a legislação com o formato público e 
social, que tem o intuito de garantir a soberania da nação e as relações 
na sociedade.
INTRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL
A nação é a junção de cidadãos, geralmente do mesmo grupo étnico, 
que falam a mesma língua e têm os mesmos costumes, formam um 
povo. Uma nação se mantém pelas tradições, religião, língua e 
consciência nacional.
Por ser o “fundamento de validade de todas as normas do 
ordenamento jurídico, seria mais exato afirmar que o direito 
constitucional, mais do que um simples ramo, é o tronco do qual 
derivam todos os demais ramos do direito” (NOVELINO, 2018, p. 34)
INTRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL
Em relação à supremacia do direito constitucional, tem-se que: É um 
pressuposto da função desempenhada pela Constituição como 
ordem jurídica fundamental da comunidade. Todos os poderes 
públicos, inclusive o legislativo, encontram-se subordinados à 
Constituição, razão pela qual a validade de seus atos dependerá da 
compatibilidade. Como decorrência da superioridade hierárquica, 
surge o caráter vinculante da Constituição. Na qualidade de Lei 
Maior, esta impõe que os atos estatais guardem correlação com os 
seus dispositivos, sob pena de serem invalidados (NOVELINO, 2018, 
p. 34).
INTRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL
Assim, os poderes executivo, judiciário e legislativo têm a obrigação 
constitucional de respeitar e de serem subordinados à Constituição. 
Ressalta-se que a superioridade hierárquica referenciada tem o 
condão de vincular os atos administrativos realizados pelos entes 
públicos aos preceitos contidos na “Lei Maior”. Em caso contrário, 
podem ser considerados inválidos. 
● Lei Maior pode ser entendida como carta magna, constituição, 
magna-carta, carta constitucional, lei básica, carta política, por 
exemplo.
INTRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL
Os atos administrativos, no entendimento de Di Pietro (2006, p. 
206) são, “de maneira mais restrita, excluindo da conceituação, 
além dos atos normativos da administração pública e dos contratos 
administrativos, os atos de conhecimento, opinião, juízo ou valor 
(como pareceres, atestados e certidões)”.
Retornando aos poderes, para um maior esclarecimento, pode-se 
entender por poder judiciário a administração da justiça na 
sociedade, através do cumprimento de normas e leis judiciais e 
constitucionais. Ainda, é constituído por ministros, 
desembargadores, promotores de justiça e juízes, que têm a 
obrigação de avaliar ações ou situações que não se enquadram 
com as leis criadas.
INTRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL
Já o poder legislativo é aquele que tem a tarefa de legislar, ou seja, 
fazer as leis. No Brasil, o poder legislativo é composto pela Câmara 
dos Deputados e Senado Federal. As casas estão localizadas em 
Brasília. Lembrando que os estados têm o poder legislativo, 
composto pelos deputados estaduais, e os municípios também, com 
os vereadores.
O poder executivo, segundo o próprio termo, é o poder que 
executa, coloca em prática assuntos previamente deliberados pelo 
legislativo, ou seja, por aqueles que legislam e criam leis.
DEFINIÇÃO DE DIREITO CONSTITUCIONAL
A origem formal do constitucionalismo está ligada às Constituições 
escritas e rígidas dos Estados Unidos da América, em 1787, após a 
Independência das 13 Colônias, e da França, em 1791, a partir da 
Revolução Francesa, apresentando dois traços marcantes: organização 
do Estado e limitação do poder estatal, por meio da previsão de 
direitos e garantias fundamentais. Como ressaltado por Jorge Miranda, 
porém, “o Direito Constitucional norte-americano não começa apenas 
nesse ano. Sem esquecer os textos da época colonial (antes de mais, 
as Fundamental orders of Connecticut de 1639), integram-no, desde 
logo, no nível de princípios e valores ou de símbolos a Declaração de 
Independência, a Declaração de Virgínia e outras Declarações de 
Direitos dos primeiros Estados” (Miranda, Jorge apud Alexandre de 
Moraes, p. 01, 2016).
DEFINIÇÃO DE DIREITO CONSTITUCIONAL
O Direito Constitucional é um ramo do Direito Público, destacado por 
ser fundamental à organização e funcionamento do Estado, à 
articulação dos elementos primários do mesmo e ao estabelecimento 
das bases da estrutura política. Tem, pois, por objeto a constituição 
política do Estado, no sentido amplo de estabelecer sua estrutura, a 
organização de suas instituições e órgãos, o modo de aquisição e 
limitação do poder, através, inclusive, da previsão de diversos direitos e 
garantias fundamentais. 
DEFINIÇÃO DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Jorge Miranda define o Direito Constitucional como “a parcela da 
ordem jurídica que rege o próprio Estado, enquanto comunidade e 
enquanto poder. É o conjunto de normas (disposições e princípios) que 
recordam o contexto jurídico correspondente à comunidade política 
como um todo e aí situam os indivíduos e os grupos uns em face dos 
outros e frente ao Estado-poder e que, ao mesmo tempo, definem a 
titularidade do poder, os modos de formação e manifestação da 
vontade política, os órgãos de que esta carece e os actos em que se 
concretiza”. (Miranda, Jorge apud Alexandre de Moraes, p. 01, 2016).
DEFINIÇÃO DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Jorge Miranda define o Direito Constitucional como “a parcela da ordem 
jurídica que rege o próprio Estado, enquanto comunidade e enquanto 
poder. É o conjunto de normas (disposições e princípios) que recordam o 
contexto jurídico correspondente à comunidade política como um todo e 
aí situam os indivíduos e os grupos uns em face dos outros e frente ao 
Estado-poder e que, ao mesmo tempo, definem a titularidade do poder, os 
modos de formação e manifestação da vontade política, os órgãos de que 
esta carece e os actos em que se concretiza”. (Miranda, Jorge apud 
Alexandre de Moraes, p. 01, 2016).
Como produto legislativo máximo do Direito Constitucional encontramos a 
própria Constituição, elaborada para exercer dupla função: garantia do 
existente e programa ou linha de direção para o futuro. (Canotilho, apud 
Alexandre de Moraes, p. 02, 2016).
DEFINIÇÃO DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Teixeira (1991, p. 3) define o direito constitucional de duas formas 
distintas. Em particular, como o “estudo da teoria das constituições e da 
Constituição do Estado brasileiro”. De forma analítica, como “o conjunto 
de princípios e normas que regulam a própria existência do Estado 
moderno, na sua estrutura e no seu funcionamento, o modo de 
exercício e os limites de sua soberania, seus fins e interesses 
fundamentais, e do Estado brasileiro, em particular” (TEIXEIRA, 1991, p. 
3).
Na visão de Silva (1997, p. 38), o Direito Constitucional, enquanto 
ciência positiva das constituições, pode ser definido como “o ramo do 
Direito Público que expõe, interpreta e sistematiza os princípios e 
normas fundamentais do Estado”.
DEFINIÇÃO DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Assim, observa-se, na leitura das definições trazidas, que o 
Direito Constitucional é um ramo do direito público e que tem 
como finalidade principal organizar o funcionamento do Estado, 
delimitando desde os princípios fundamentais ao exercício dos 
direitos. Estuda a Constituição, a estrutura e o funcionamento do 
Estado no intuito de viabilizar as estruturas fundamentais que 
balizam a administração pública em um todo. Também é preciso 
lembrar que os limites da organização são os limites territoriais.
DEFINIÇÃO DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Temos, ainda, o Direito Público, que é o conjunto de normas que 
regulaos interesses do Estado. É competência do Direito Público 
determinar a subordinação entre o público e o privado. 
Destina-se à regulamentação das atividades estatais, às relações 
do Estado e às ações dos cidadãos dentro da esfera pública. 
Ainda, defende o interesse público.
Quando se fala em administração pública, “referimo-nos ao 
aparelho estatal, ou seja, ao conjunto formado por um governo e 
seus agentes administrativos, regulado por um ordenamento 
jurídico” (BRESSER PEREIRA, 1995, s.p.).
DEFINIÇÃO DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Constituição, lato sensu, é o ato de constituir, de estabelecer, de 
firmar; ou, ainda, o modo pelo qual se constitui uma coisa, um ser 
vivo, um grupo de pessoas; organização, formação. Juridicamente, 
porém, Constituição deve ser entendida como a lei fundamental e 
suprema de um Estado, que contém normas referentes à 
estruturação do Estado, à formação dos poderes públicos, forma de 
governo e aquisição do poder de governar, distribuição de 
competências, direitos, garantias e deveres dos cidadãos. Além 
disso, é a Constituição que individualiza os órgãos competentes 
para a edição de normas jurídicas, legislativas ou administrativas. 
(Vergottini, apud Alexandre de Moraes, p. 6, 2016).
DEFINIÇÃO DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Analisando a área de abrangência da Constituição, Virgílio de Jesus Miranda 
Carvalho entende “que melhor se definirá a Constituição como o estatuto 
jurídico fundamental da comunidade, isto é, abrangendo, mas não se 
restringindo estritamente ao político e porque suposto este, não obstante a 
sua hoje reconhecida aptidão potencial para uma tendencial totalização, como 
tendo, apesar de tudo, uma especificidade e conteúdo material próprios, o 
que não autoriza a que por ele (ou exclusivamente por ele) se defina toda a 
vida de relação e todas as áreas de convivência humana em sociedade e 
levará à autonomização do normativo-jurídico específico (neste sentido, total – 
e não apenas tendencialmente – é o Direito), bem como à distinção, no seio 
da própria Constituição, entre a sua intenção ideológica-política e a intenção 
jurídica stricto sensu. Com este sentido também poderemos, então, definir a 
Constituição como a lei fundamental da sociedade”
DEFINIÇÃO DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Importante destacar o chamado conceito ideal de constituição, imposto a 
partir do triunfo do movimento constitucional no início do século XIX. Como 
ensina Canotilho, “este conceito ideal identifica-se fundamentalmente com os 
postulados políticos-liberais, considerando-os como elementos materiais 
caracterizadores e distintivos os seguintes:
(a) a constituição deve consagrar um sistema de garantias da liberdade (esta 
essencialmente concebida no sentido do reconhecimento de direitos 
individuais e da participação dos cidadãos nos actos do poder legislativo 
através do parlamento); (b) a constituição contém o princípio da divisão de 
poderes, no sentido de garantia orgânica contra os abusos dos poderes 
estatais; (c) a constituição deve ser escrita (documento escrito)”.
OBJETO DO DIREITO CONSTITUCIONAL 
O Direito Constitucional tem por objeto o estudo das normas 
fundamentais de organização do Estado. Trata dos seguintes temas: 
estrutura de seus órgãos, distribuição de competências, aquisição, 
exercício e transmissão da autoridade, direitos e garantias 
fundamentais etc. (NOVELINO, 2018).
Seu objeto é a “constituição política do Estado, no sentido amplo de 
estabelecer sua estrutura, a organização de suas instituições e 
órgãos, o modo de aquisição e limitação do poder, através, 
inclusive, da previsão de diversos direitos e garantias fundamentais” 
(MORAES, 2017, p. 29).
OBJETO DO DIREITO CONSTITUCIONAL 
Estudar a Constituição não é estudar apenas o texto da Constituição 
Federal de 1988, deve-se estudar também os aspectos teóricos que 
cercam o tema, ou seja, as teorias que foram criadas acerca da 
Constituição, formadas por especialistas no assunto, e o texto da 
própria Constituição (ANGELFIRE, s.d.).
De acordo com o seu objeto de estudo, o Direito Constitucional é 
dividido por García-Pelayo (1993, p. 22-23) em três disciplinas:
I) direito constitucional positivo (particular ou especial): tem por 
objeto a interpretação, sistematização e crítica das normas 
constitucionais vigentes em um determinado Estado;
OBJETO DO DIREITO CONSTITUCIONAL 
II) direito constitucional comparado: tem por finalidade o estudo 
comparativo e crítico das normas constitucionais positivas, vigentes 
ou não, de diversos Estados. O estudo teórico é feito com o intuito 
de destacar singularidades e contrastes entre as diversas ordens 
jurídico-constitucionais;
III) direito constitucional geral: compreende a sistematização e 
classificação de conceitos, princípios e instituições de diversos 
ordenamentos jurídicos visando à identificação dos pontos comuns, 
isto é, das características essenciais semelhantes de um 
determinado grupo de constituições. Por meio da disciplina, 
procura-se estabelecer uma teoria geral do direito constitucional.
OBJETO DO DIREITO CONSTITUCIONAL 
Visando à melhor compreensão, pode-se afirmar, de forma 
ampla, que o objeto de estudo do Direito Constitucional é a 
própria Constituição, que é a norma fundamental e que 
estrutura a organização do Estado. Estuda a estrutura do 
Estado desde as suas instituições até as suas aquisições e 
limitações.
FONTES DO DIREITO CONSTITUCIONAL 
Inicialmente, cabe ressaltar o que vem a ser fonte. Segundo 
Novelino (2018, p. 36), “tradicionalmente, as fontes do 
direito são definidas como os fatos ou atos dos quais o 
ordenamento jurídico faz depender a produção de normas 
jurídicas”. Em relação à classificação das fontes do Direito 
Constitucional, podemos perceber que são diferenciadas, 
inclusive, os autores não são consensuais sobre elas. A 
abordagem que se levará em consideração é a adotada por 
Bobbio (2010, p. 37). Para ele, “as fontes de juridicidade do 
direito constitucional podem ser divididas em originárias e 
derivadas”.
FONTES DO DIREITO CONSTITUCIONAL 
No entendimento de Novelino (2018, p. 36), “no sistema da 
civil law, a constituição escrita é a fonte originária do direito 
constitucional. Na qualidade de fonte principal e suprema, a 
Constituição pode delegar competências a outros poderes 
ou reconhecer, ainda que implicitamente, normatividade a 
outras fontes (fontes derivadas)”. Assim, tem-se, das 
explicações, que a fonte originária é a própria Constituição, 
e as derivadas são as que a Constituição delega, como as 
leis e a jurisprudência. Nessa linha de raciocínio, as fontes 
derivadas podem ser divididas em delegadas ou 
reconhecidas.
FONTES DO DIREITO CONSTITUCIONAL 
Uma das fontes do Direito Constitucional pode ser classificada 
como fonte delegada: São as resultantes de competências 
atribuídas pelo legislador constituinte a órgãos inferiores para a 
produção de normas jurídicas regulamentadoras de dispositivos 
constitucionais, como no caso das leis ordinárias e 
complementares, decretos e regulamentos que servem de apoio 
à Constituição. A jurisprudência criada a partir da interpretação 
ou integração da Constituição feita pelos Tribunais também pode 
ser considerada como fonte do direito constitucional, ainda que o 
Poder Judiciário deva atuar dentro da moldura 
constitucionalmente estabelecida (NOVELINO, 2018, p. 36).
FONTES DO DIREITO CONSTITUCIONAL 
“Como fontes reconhecidas pela Constituição, podem ser 
mencionadas as normas jurídicas. Produzidas antes ou durante a 
sua vigência, são acolhidas por ela. É o caso, por exemplo, das 
leis recepcionadas e dos costumes constitucionais” (NOVELINO, 
2018, p. 36).
Exemplificando, as fontes delegadas são as leis, os decretos e a 
jurisprudência. Elas advêm das capacidades conferidas a órgãos 
inferiores que produzem normas jurídicas. Já as fontes 
reconhecidas são as leis recepcionadas e costumes 
constitucionais. São normas acolhidas antes ou durante a 
vigência da constituição.
FONTES DO DIREITO CONSTITUCIONAL 
No DireitoConstitucional distinguimos, ainda, duas modalidades de 
fontes: as escritas e as não escritas: As fontes escritas abrangem: a) 
as leis constitucionais; b) as leis complementares ou regulamentares 
- figura especial de leis ordinárias que servem de apoio à 
Constituição e fazem com que numerosos preceitos constitucionais 
tenham aplicação; c) as prescrições administrativas contidas em 
regulamentos e decretos, de importância para o Direito 
Constitucional, desde que recebendo a delegação de poderes entre 
o governo no exercício da delegação legislativa; 
FONTES DO DIREITO CONSTITUCIONAL 
d) os regimentos das Casas do Poder Legislativo, ou do órgão 
máximo do Poder Judiciário; e) os tratados internacionais, as normas 
de direito Canônico, a legislação estrangeira, as resoluções da 
comunidade internacional pelos seus órgãos representativos, 
sempre que o Estado aprovar ou reconhecer; f) a jurisprudência, não 
obstante, o caráter secundário que as normas revestem, visto que, 
em rigor, a função jurisprudencial não cria Direito, senão que se 
limita a revelá-lo, ou seja, a declarar o direito vigente; g) finalmente, 
a doutrina, a palavra dos tratadistas, a lição dos grandes mestres 
(ANGELFIRE, s.d., s.p.).
FONTES DO DIREITO CONSTITUCIONAL 
Quanto às fontes não escritas, são “duas: o costume e os usos 
constitucionais. O costume forma-se quando a prática repetida de 
certos atos induz uma determinada coletividade à crença ou 
convicção de que os atos são necessários ou indispensáveis” 
(ANGELFIRE, s.d., s.p.).
“Sua importância para o Direito Constitucional é imensa. Os usos 
constitucionais compõem, enfim, a segunda categoria das fontes 
não-escritas. Sua relevância é maior nos países desprovidos de 
Constituição escrita ou que a possuem em textos sumários” 
(ANGELFIRE, s.d., s.p.).
FONTES DO DIREITO CONSTITUCIONAL 
Também pode-se considerar fonte do Direito Constitucional a 
doutrina. Com o crescimento e casos complicados nas sociedades, 
tem-se “conferido à doutrina um papel fundamental na formulação 
de critérios e parâmetros decisórios capazes de contribuir para a 
sofisticação do debate e para a redução do ônus argumentativo e 
da complexidade decisória” (NOVELINO, 2018, p. 39). Dentro da 
proposta, em especial nos casos difíceis, pondera Maia (2009, p. 
125): “O trabalho doutrinário procura lançar pontes entre a teoria e a 
prática, municiando os operadores do direito com instrumentos 
capazes de conduzi-los a respostas pertinentes para os problemas 
jurídicos”.
FONTES DO DIREITO CONSTITUCIONAL 
“A equação é simples: considerando as limitações de tempo e espaço 
no processo judicial e a ampliação da complexidade dos critérios de 
decisão, cada vez mais se torna necessário o recurso a critérios de 
decisão previamente formulados no âmbito doutrinário” (NOVELINO, 
2018, p. 39).
A doutrina deve estar sempre pronta a conceituar e a auxiliar, dando 
formas e recursos que podem servir como fundamento para resolução 
de conflitos, antecipando, muitas vezes, formas de resolver casos reais. 
“A partir da antecipação de conflitos constitucionais feita com o auxílio 
de situações hipotéticas, a doutrina pode fornecer um conjunto de 
soluções ponderativas pré-fabricadas capazes de servir como 
parâmetros para a solução de um caso concreto” (BARCELLOS, 2005, 
p. 150-151). 
FONTES DO DIREITO CONSTITUCIONAL 
Uma vez que as circunstâncias fáticas imaginadas pela doutrina se 
reproduzam no caso real, ou se repitam em hipóteses já verificadas 
anteriormente, o juiz terá, à disposição, modelos de solução 
pré-prontos (BARCELLOS, 2005).
Os “modelos pré-prontos” seriam situações já estudadas e que 
ajudariam os julgadores na tomada das decisões. Os doutrinadores 
estudam a legislação e a sociedade como um todo e determinam 
conceitos e fundamentos que podem servir de parâmetro na 
consecução da finalidade da lei, ou seja, na aplicação de forma eficaz 
da legislação com base nos anseios da sociedade.
FONTES DO DIREITO CONSTITUCIONAL 
Na verdade, “os subsídios oferecidos ao aplicador pela ponderação em 
abstrato acabam por transformar muitos conflitos normativos, que 
seriam casos difíceis, em fáceis, simplesmente porque já há um modelo 
de solução que é aplicável” (BARCELLOS, 2005, p. 150-151).
Os “modelos” têm o intuito de facilitar, agilizar e respaldar as decisões 
dadas a conflitos. Então, tem-se como fonte a nascente, onde brota o 
Direito Constitucional. As fontes norteiam toda e qualquer criação 
legislativa no ramo do direito. Assim, temos que a divisão do direito em 
ramos tem o intuito de facilitar a compreensão do direito como um 
todo. 
A CONSTITUIÇÃO
Ao estudar a Constituição, pretende-se fazer uma análise da sua 
conceituação bem como de seus diversos sentidos, em especial o 
sentido sociológico, o sentido político e o sentido jurídico.
Ainda, serão realizados estudos sobre a classificação das 
constituições, que podem ser divididas em relação ao seu conteúdo, 
forma, origem, finalidade etc.
Dessa forma, vocês terão uma visão mais abrangente dos vários tipos 
de Constituição, o que facilitará a análise dos demais conteúdos a 
serem trabalhados.
A CONSTITUIÇÃO
A Constituição, em um Estado democrático, não estrutura apenas o 
Estado em sentido estrito, mas também o espaço público e o privado, 
constituindo assim a sociedade (NERY JUNIOR; ABBOUD, 2017). 
“Constituição significa ordem jurídica fundamental do estado e da 
sociedade. A Constituição não é apenas a Constituição “do estado”, 
mas possui um conceito mais amplo que compreende as estruturas 
fundamentais da sociedade” (NERY JUNIOR; ABBOUD, 2017, p. 99).
A Constituição determina regras e estabelece critérios que devem ser 
respeitados por todos e de forma indiscriminada, ou seja, a 
Constituição é a regra maior e se encontra no topo da pirâmide da 
legislação pátria. Assim, temos um Estado Democrático de Direito, que 
foi uma das grandes conquistas da humanidade.
A CONSTITUIÇÃO
No correr de milênios, as formas de convivência humana foram sendo 
modificadas em decorrência de múltiplos fatores, como a percepção da 
necessidade de um governo do grupo social que definisse e 
implantasse formas de organização que fossem benéficas para todos 
os componentes do grupo (DALLARI, 2017, s.p.).
A Constituição é uma ordenação fundamental no sentido quantitativo, 
quando não libera nada. Portanto, para tudo tem, à disposição, ou um 
mandamento ou uma proibição (NERY JUNIOR; ABBOUD, 2017).
A “Constituição, lato sensu, é o ato de constituir, de estabelecer, de 
firmar. Ainda, o modo pelo qual se constitui uma coisa, um ser vivo, um 
grupo de pessoas, organização, formação” (GUETZEVICH, 1933, p. 45). 
A CONSTITUIÇÃO
Segundo Canotilho e Moreira (1991, p. 41), a Constituição deve ser 
entendida como:
A lei suprema e fundamental de um Estado, que contém normas 
referentes à estruturação do Estado, à formação dos poderes 
públicos. Forma de governo e aquisição do poder de governar, 
distribuição de competências, direitos, garantias e deveres dos 
cidadãos. Além disso, é a Constituição que individualiza os órgãos 
competentes para a edição de normas jurídicas, legislativas ou 
administrativas.
A CONSTITUIÇÃO
Considerando o círculo de alcance da Constituição, Carvalho (1982, 
p. 13) percebe que “a Constituição se definirá como o estatuto 
jurídico fundamental da comunidade e abrangendo, mas não se 
restringindo, estritamente, ao político”.
Na Constituição, podemos encontrar as regras de regulação, 
princípios individuais e coletivos, regras de criação e organização 
de estados e municípios e a serem seguidas pelos servidores 
públicos em todas as suas categorias.
Importante destacar o chamado conceito ideal de constituição, 
imposto a partir do triunfo do movimento constitucional no início do 
século XIX (MORAES, 2017).
A CONSTITUIÇÃO
Como leciona Canotilho e Moreira (1991, p. 42):
o conceito ideal identifica-se fundamentalmente com os postulados 
políticos-liberais, considerando como elementos materiais 
caracterizadorese distintivos os seguintes: (a) a constituição deve 
consagrar um sistema de garantias da liberdade (esta 
essencialmente concebida no sentido do reconhecimento de 
direitos individuais e da participação dos cidadãos nos atos do 
poder legislativo através do parlamento); (b) a constituição contém o 
princípio da divisão de poderes, no sentido de garantia orgânica 
contra os abusos dos poderes estatais; (c) a constituição deve ser 
escrita (documento escrito).
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
Moraes (2017) explana, de forma concisa, a classificação das 
constituições nos seguintes termos:
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
● Promulgada: é a constituição democrática, ou seja, feita pelos 
representantes do povo. Por isso, a Constituição de 1988 
também é conhecida como Constituição Cidadã. Tivemos as 
seguintes Constituições promulgadas: de 1891 (de Ruy Barbosa), 
de 1934, de 1946 e a de 1988.
● Outorgada: é a constituição imposta ao povo pelo governante. 
Constituições outorgadas: de 1824, de 1937 (Getúlio Vargas) e a 
de 1967 (Ditadura Militar).
● Cesarista: é a feita pelo governante, mas submetida à 
apreciação do povo mediante referendo.
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
● Dogmática: é aquela que é fruto de um trabalho legislativo 
específico. Tem esse nome por refletir os dogmas de um 
momento da história (Curiosidade - Todas as constituições 
brasileiras foram dogmáticas).
● Histórica: ela é fruto de uma lenta evolução histórica, tal como 
ocorre na Inglaterra.
O que se entende da classificação das constituições? Disponível 
online em: 
https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/1970797/o-que-se-entende-por-cl
assificacao-das-constituicoes-marcel-gonzalez
https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/1970797/o-que-se-entende-por-classificacao-das-constituicoes-marcel-gonzalez
https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/1970797/o-que-se-entende-por-classificacao-das-constituicoes-marcel-gonzalez
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
Segundo Moraes (2017), quanto ao conteúdo, as constituições podem 
ser classificadas em materiais ou substanciais e formais. A Constituição 
material “consiste no conjunto de regras materialmente constitucionais, 
que estejam ou não codificadas em um único documento.
Já a Constituição formal é aquela consubstanciada de forma escrita, 
por meio de um documento solene estabelecido pelo poder 
constituinte originário” (MORAES, 2017, p. 29).
Contudo, o que são as regras materialmente constitucionais? Estas 
determinam as formas de governo, do Estado, de aquisição e exercício 
do poder, da estrutura dos órgãos de poder do Estado e dos limites da 
atuação estatal.
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
 Quanto a forma: Ainda segundo Moraes (2017), as constituições se 
dividem em escritas e não escritas. A Constituição escrita é o conjunto 
de regras codificado e sistematizado em um único documento, para 
fixar-se à organização fundamental. Canotilho (1991) denomina de 
Constituição instrumental, apontando seu efeito racionalizador, 
estabilizante, de segurança jurídica e de calculabilidade e publicidade.
A Constituição escrita, portanto, é o mais alto estatuto jurídico de 
determinada comunidade, caracterizando-se por ser a lei fundamental 
de uma sociedade. À Constituição corresponde o conceito de 
Constituição legal, como resultado da elaboração de uma Carta escrita 
fundamental, colocada no ápice da pirâmide normativa e dotada de 
coercibilidade (HESSE, 1981).
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
Como salienta Canotilho (1991, p. 65):
A garantia da força normativa da constituição não é tarefa fácil, mas 
se o direito constitucional é direito positivo, se a constituição vale 
como lei, então as regras e princípios constitucionais devem obter 
normatividade regulando jurídica e efetivamente as relações da 
vida, dirigindo as condutas e dando segurança a expectativas de 
comportamento.
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
Constituição não escrita é o conjunto de regras não aglutinado em um 
texto solene, mas baseado em leis esparsas, costumes, jurisprudência 
e convenções (exemplo: Constituição inglesa) (MORAES, 2017).
Salienta Miranda (1990, p. 126): Diz-se, muitas vezes, que a Constituição 
inglesa é uma Constituição não escrita (unwritten Constitution). Só em 
certo sentido o asserto se afigura verdadeiro: no sentido de que uma 
grande parte das regras sobre organização do poder político é 
consuetudinária; e, sobretudo, no sentido de que a unidade 
fundamental da Constituição não repousa em nenhum texto ou 
documento, mas em princípios não escritos assentes na organização 
social e política dos Britânicos. Tem-se, então, que a Constituição da 
República Federativa do Brasil é uma Constituição escrita.
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
Em relação à elaboração, segundo Moraes (2017), as constituições se 
classificam em dogmáticas e históricas.
Enquanto a Constituição dogmática se apresenta como produto escrito 
e sistematizado por um órgão constituinte, a partir de princípios e 
ideias fundamentais da teoria política e do direito dominante, a 
Constituição histórica é fruto da lenta e contínua síntese da História e 
tradições de um determinado povo (exemplo: Constituição inglesa) 
(MORAES, 2017).
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
Em relação à origem, Moraes (2017) entende que as constituições se 
classificam em promulgadas e outorgadas. São promulgadas, também 
denominadas “democráticas ou populares, as constituições que 
derivam do trabalho de uma Assembleia Nacional Constituinte 
composta de representantes do povo, eleitos com a finalidade de sua 
elaboração (exemplo: Constituições brasileiras de 1891, 1934, 1946 e 
1988)” (MORAES, 2017, p. 30).
Já as Constituições outorgadas são “as elaboradas e estabelecidas 
sem a participação popular, através de imposição do poder da época 
(exemplo: Constituições brasileiras de 1824, 1937, 1967 e EC nº 
01/1969)” (MORAES, 2017, p. 30). 
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
Existem, ainda, as chamadas Constituições cesaristas, que são aquelas 
que, não obstante outorgadas, dependem da ratificação popular por 
meio de referendo (MORAES, 2017).
Então, observando os conceitos, tem-se que a Constituição Brasileira 
de 1988 é escrita, dogmática e promulgada.
-> O significa uma promulgação? É o instrumento que declara a 
existência de uma lei e ordena a execução.
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
 Quanto à estabilidade: No quesito em questão, conforme Moraes 
(2017), as constituições podem ser classificadas em imutáveis, rígidas, 
flexíveis e semirrígidas. São imutáveis as constituições quando se veda 
qualquer alteração, constituindo-se em relíquias históricas. Em algumas 
constituições, a imutabilidade poderá ser relativa, quando podemos 
prever as chamadas limitações temporais, ou seja, um prazo em que 
não se admitirá a atuação do legislador constituinte reformador 
(MORAES, 2017, p. 30). 
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
Assim, a Constituição de 1824, em seu art. 174, determinava: “Art. 174. 
Se passados quatro anos, depois de jurada a Constituição do Brazil, se 
conhecer, que algum dos seus artigos merece reforma, se fará a 
proposição por escripto, a qual deve ter origem na Câmara dos 
Deputados e ser apoiada pela terça parte deles” (BRASIL, 1824). 
Apesar da previsão, a Constituição de 1824 era semiflexível 
(semirrígida), como se nota por seu art. 178, que afirmava: “Artigo 178. É 
só constitucional o que diz respeito aos limites e atribuições 
respectivas dos poderes políticos e aos direitos políticos e individuais 
dos cidadãos. Tudo, o que não é constitucional, pode ser alterado sem 
as formalidades referidas, pelas Legislaturas ordinárias” (BRASIL, 1824).
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
 Rígidas são as constituições escritas, que poderão “ser alteradaspor 
um processo legislativo mais solene e dificultoso do que o existente 
para a edição das demais espécies normativas. Por sua vez, as 
constituições flexíveis, em regra, não escritas, excepcionalmente 
escritas, poderão ser alteradas pelo processo legislativo ordinário” 
(MORAES, 2017, p. 30).
“Como um meio-termo entre as duas anteriores, surge a constituição 
semiflexível ou semirrígida, na qual algumas regras poderão ser 
alteradas pelo processo legislativo ordinário, enquanto outras somente 
por um processo legislativo especial e mais dificultoso” (MORAES, 
2017, p. 30). 
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
Ressalta-se que a “Constituição Federal de 1988 pode ser considerada 
como super-rígida, uma vez que, em regra, poderá ser alterada por um 
processo legislativo diferenciado. Excepcionalmente, em alguns 
pontos, é imutável” (MORAES, 2017, p. 30).
-> Pode-se afirmar que Cláusula Pétrea é o dispositivo constitucional 
que não pode ser alterado, nem mesmo por proposta de emenda à 
Constituição (PEC). As cláusulas pétreas inseridas na Constituição do 
Brasil de 1988 estão dispostas no art. 60, § 4º.
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
O ar. 60, § 4º da Constituição Federal de 1988 tem a seguinte redação:
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
[...] § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda 
tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais (BRASIL, 1988).
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
Continuando a análise e relembrando os conceitos, tem-se 
que a Constituição de 1988 é escrita, dogmática, 
promulgada e rígida, porque tem cláusulas que são 
consideradas imexíveis.
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
 Quanto à extensão e finalidade: Conforme Moraes (2017), as 
constituições, em relação à extensão e finalidade, podem ser 
classificadas em analíticas (dirigentes) e sintéticas (negativas, 
garantias).
As constituições sintéticas contam somente os princípios e as 
normas gerais de regência do Estado, organizando-o e limitando 
seu poder, por meio da estipulação de direitos e garantias 
fundamentais (por exemplo: Constituição norte-americana). Já as 
constituições analíticas examinam e regulamentam todos os 
assuntos relevantes à formação, destinação e funcionamento do 
Estado (por exemplo: Constituição brasileira de 1988) (MORAES, 
2017).
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
Como afirmado por Silva (1992, p. 8),
a Constituinte rejeitou a constituição sintética, que é constituição 
negativa, porque é construtora apenas de liberdade-negativa ou 
liberdade-impedimento, oposta à autoridade, modelo de 
constituição que, às vezes, se chama de constituição garantia [...]. 
Assumiu o novo texto a característica de constituição-dirigente, 
enquanto define fins e programas de ação futura.
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
Segundo Canotilho (1991, p. 257), ao serem definidos os limites de uma 
constituição dirigente, o núcleo principal de estudo é “o que deve (e pode) 
uma constituição ordenar aos órgãos legiferantes e o que deve (como e 
quando deve) fazer o legislador para cumprir, de forma regular, adequada e 
oportuna, as imposições constitucionais”.
-> O que se entende por Constituição Dirigente? É a Constituição que regula 
as bases da vida não estatal, intervindo na área social, cultural e econômica. 
Inclui o planejamento como forma de execução de políticas públicas.
Assim, lembrando novamente, a Constituição da República Federativa do 
Brasil de 1988 é escrita, dogmática, promulgada e rígida, porque tem 
cláusulas que são consideradas imexíveis, além de igualmente ser analítica 
e dirigente. 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
“A atual Constituição Federal apresenta a seguinte classificação: 
formal, escrita, legal, dogmática, promulgada (democrática, popular), 
rígida, analítica” (MORAES, 2017, p. 31). Ainda, temos outras 
classificações doutrinárias sobre as constituições.
Assim, as “constituições dualistas ou pactuadas são aquelas em que 
se efetiva um compromisso entre o rei e o poder Legislativo, 
sujeitando-se o monarca aos esquemas constitucionais, e 
resultando na constituição de dois princípios: o monárquico e o 
democrático” (MORAES, 2017, p. 31).
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
Por sua vez, a constituição nominalista é aquela “cujo texto da Carta 
Constitucional já contém verdadeiros direcionamentos para os 
problemas concretos, a serem resolvidos mediante aplicação pura e 
simples das normas constitucionais” (MORAES, 2017, p. 31). Ao 
intérprete caberia, somente, interpretá-la de forma gramatical e 
literal.
Por outro lado, a constituição semântica é aquela cuja interpretação 
de suas normas “depende da averiguação de seu conteúdo 
significativo, da análise de seu conteúdo sociológico, ideológico, 
metodológico, possibilitando uma maior aplicabilidade política, 
normativa e social” (MORAES, 2017, p. 31).
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
Ainda, a Constituição de 1988 pode ser considerada reduzida e 
normativa. Considerando, de forma sistemática, a Constituição pode 
ser reduzida e considerada quanto à relação com a realidade, por 
ser entendida como normativa.
A Constituição reduzida contém suas determinações em um só 
documento ou código e, a normativa, é aquela que possui valor 
jurídico, cujas normas dominam o processo político, logrando 
submetê-lo à observação e adaptação de seus termos. É aquela, na 
qual, há uma adequação entre o texto e a realidade social, e o seu 
texto traduz os anseios de justiça dos cidadãos.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
Finalizando, podemos afirmar que a Constituição da República 
Federativa do Brasil de 1988 é:
• escrita;
• dogmática;
• promulgada;
• rígida (porque tem cláusulas que são consideradas imexíveis);
• analítica;
• dirigente;
• reduzida e normativa. 
PREÂMBULO CONSTITUCIONAL
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia 
Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, 
destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, 
a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a 
igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade 
fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social 
e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução 
pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a 
seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 
(BRASIL,1988). 
PREÂMBULO CONSTITUCIONAL
O preâmbulo de uma Constituição pode ser definido como 
“documento de intenções do diploma. Consiste em uma certidão de 
origem e legitimidade do novo texto e uma proclamação de 
princípios, demonstrando a ruptura com o ordenamento 
constitucional anterior e o surgimento jurídico de um novo Estado” 
(MORAES, 2017, p. 31).
“Em nosso Direito Constitucional devem constar os antecedentes e 
enquadramento histórico da Constituição, bem como suas 
justificativas e seus grandes objetivos e finalidades” (MORAES, 2017, 
p. 31).
PREÂMBULO CONSTITUCIONAL
Miranda (1990) aponta para a existência de preâmbulos em alguns 
dos mais importantes textos constitucionais estrangeiros: Estados 
Unidos (1787), Suíça (1874), Alemanha de Weimar (1919), Irlanda 
(1937), França (1946 e 1958), Japão (1946), Grécia (1975) e Espanha 
(1978).
Podemos acrescentar as constituições do Peru (1979), da antiga 
Alemanha Ocidental (1949) e da Alemanha Oriental (1968) com as 
emendas de 7 de outubro de 1974, da Polônia (1952), Bulgária (1971), 
Romênia (1975), Cuba (1976), Nicarágua (1987), Moçambique (1978), 
São Tomé e Príncipe (1975) e Cabo Verde (1981) (MIRANDA, 1990).
PREÂMBULO CONSTITUCIONAL
Apesar de não fazer parte do texto constitucional propriamente dito 
e, consequentemente, não conter normas constitucionais de valor 
jurídico autônomo, o preâmbulo não é juridicamente irrelevante, 
uma vez que deve ser observado como elemento de interpretação 
e integração dos diversos artigos que seguem.
SegundoAlberdi (1959), o preâmbulo deve sintetizar sumariamente 
os grandes fins da Constituição, servindo de fonte interpretativa 
para dissipar as obscuridades das questões práticas e de rumo para 
a atividade política do governo.
PREÂMBULO CONSTITUCIONAL
O preâmbulo, portanto, por não ser norma constitucional, não 
poderá prevalecer contra texto expresso da Constituição Federal, e 
tampouco poderá ser paradigma comparativo para declaração de 
inconstitucionalidade.
Contudo, por traçar as diretrizes políticas, filosóficas e ideológicas 
da Constituição, será uma das linhas mestras interpretativas (LAVIÉ, 
1993; EKMEKDJIAN, 1993; MELLO FILHO, 1986; BASTOS; GANDRA, 
1988; DANTAS, 1994; FERREIRA, 1989).
Já outros autores entendem de maneira diferente, ou seja, que o 
preâmbulo teria um caráter normativo (NASCIMENTO, 1997; 
FERREIRA, 1989).
PREÂMBULO CONSTITUCIONAL
Observe-se que a evocação à “proteção de Deus”, no preâmbulo da 
Constituição Federal, não a torna confessional, mas sim: Reforça a 
laicidade do Estado, afastando qualquer ingerência estatal arbitrária 
ou abusiva nas diversas religiões e garantindo tanto a ampla 
liberdade de crença e cultos religiosos, como também ampla 
proteção jurídica aos agnósticos e ateus, que não poderão sofrer 
quaisquer discriminações pelo fato de não professarem uma fé 
(MORAES, 2017, p. 34).
HISTÓRIA DAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS
Para uma visão panorâmica sobre o que será tratado no presente tópico, traz-se o 
quadro disponibilizada por Lenza (2012), que demonstra, de forma ilustrativa, o 
ano, a data de surgimento e a vigência de cada uma das constituições que serão o 
objeto de estudo.
CONSTITUIÇÃO DE 1824
Em 1808, a Família Real Portuguesa se transfere para o Brasil. A colônia 
brasileira passou a ser designada Reino Unido a Portugal e Algarves 
(LENZA, 2012). Em 1821, “devido à Revolução do Porto, o rei D. João VI 
retorna para Portugal deixando no Brasil seu filho, o Príncipe Real do 
Reino Unido e Regente do Brasil D. Pedro de Alcântara” (HEMÉTRIO, 
2017, p. 6). Em 9 de janeiro de 1822, desrespeitando a ordem da Coroa 
Portuguesa para que voltasse para Portugal e tendo em vista o 
recebimento de assinaturas advindas de liberais radicais, Dom Pedro I 
disse: “Se é para o bem de todos e a felicidade geral da Nação, estou 
pronto! Digam ao povo que fico” (HEMÉTRIO, 2017).
Esses acontecimentos, sem dúvida, contribuíram para a intensificação 
dos movimentos pela independência do Brasil. 
CONSTITUIÇÃO DE 1824
Após ter declarado a Independência do Brasil, em 7 de setembro de 
1822, Dom Pedro I convoca, em 1823, uma Assembleia Geral 
Constituinte e Legislativa, com ideais marcadamente liberais (LENZA, 
2012). A assembleia foi dissolvida em razão de desacordos com os 
pensamentos de Dom Pedro I. Em substituição (da Assembleia 
Constituinte), D. Pedro I cria um Conselho de Estado para tratar dos 
“negócios de maior monta” e elaborar um novo projeto em total 
consonância com a sua vontade de “Majestade Imperial” (LENZA, 
2012). A Constituição Política do Império do Brasil foi outorgada em 25 
de março de 1824 e foi, dentre todas, a que durou mais tempo, tendo 
sofrido considerável influência da francesa de 1814. Foi marcada por 
forte centralismo administrativo e político, tendo em vista a figura do 
poder Moderador, constitucionalizado, e também por unitarismo e 
absolutismo (LENZA, 2012).
CONSTITUIÇÃO DE 1824
Segundo Paulo e Alexandrino (2017, p. 26), a Constituição de 
1934 foi:
O texto constitucional de maior longevidade em nossa história 
(1824- 1891). Não obstante, foi uma Constituição que se poderia 
classificar de nominativa, porque não conseguiu fazer com que 
as práticas constitucionais adotadas na realidade 
correspondessem às previstas em seu texto.
CONSTITUIÇÃO DE 1824
As principais características da Constituição brasileira de 1824 eram:
a) Brasil como um Estado unitário que seria governado por um 
imperador.
b) Monarquia como regime: Poder adquirido por sucessão 
hereditária.
c) Escravos, indígenas e pobres não eram considerados cidadãos.
d) Eleições censitárias: Somente poderão votar e serem votados os 
“cidadãos”.
e) Estado unitário: Estado em que não há divisão territorial de poder 
político. 
CONSTITUIÇÃO DE 1824
f) Religião oficial: Católica Apostólica Romana.
g) Quatro poderes: Executivo, Legislativo, Judiciário e Moderador, este 
exercido pelo imperador
h) Os “cidadãos” elegiam os deputados e o senadores (HEMÉTRIO, 2017).
Em 1888 a escravatura é abolida pela Princesa Isabel. Já em 1889, um 
golpe militar tira D. Pedro do poder e, em 15 de novembro de 1889, é 
proclamada a República por Marechal Deodoro da Fonseca (HEMÉTRIO, 
2017).
Entre 1889 e 1891 o Brasil é então governado por Marechal Deodoro, sob 
um Governo Provisório, que ficara incumbido de instalar a nova forma de 
governo e elaborar uma Constituição então republicana (HEMÉTRIO, 2017). 
A CONSTITUIÇÃO DE 1891
Neste período, tem-se uma nova fase do Brasil. Eis que se sai do 
período imperial e passa-se ao período republicano, que traz inovações 
jurídicas e muito mais direitos ao povo brasileiro.
Segundo Hemétrio (2017, p. 8), vários fatores contribuíram para o fim do 
Império e a queda de D. Pedro II:
Certamente o fim do império se deveu, em grande parte, à abolição da 
escravatura, o que feriu os brios de um dos setores mais adeptos ao 
império, os grandes proprietários de escravos. Ficaram muito 
insatisfeitos com a política de D. Pedro. No entanto, talvez a mais 
importante foi a pressão por um novo regime, a partir do exército, e a 
pressão pela autonomia por parte de uma elite civil. A junção das duas 
forças, por um tempo, embora distintas, resultou na República.
A CONSTITUIÇÃO DE 1891
Tem-se que a “Assembleia Constituinte foi nomeada em 1890 e, em 24 de 
fevereiro de 1891, foi promulgada a primeira Constituição da República do 
Brasil que vigorou até 1930” (HEMÉTRIO, 2017, p. 8). Paulo e Alexandrino 
(2017, p. 27) descrevem que: Em 15 de novembro de 1889, com a edição do 
Decreto 1, de 15.11.1889, foi declarada a República. Nos termos do decreto, as 
províncias, agora como estados integrantes de uma federação, formaram os 
Estados Unidos do Brasil. Foi instaurado um governo provisório que, em 3 de 
dezembro, nomeou uma comissão para elaborar um projeto de Constituição, o 
qual, em 22.06.1890, foi publicado como "Constituição aprovada pelo 
Executivo". Em 15 de setembro de 1890 foi eleita a Assembleia Geral 
Constituinte, que se instalou em 15 de novembro e, em 24 de fevereiro de 
1891, promulgou a Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil 
(democrática), com poucas modificações em relação ao projeto que fora 
aprovado pelo Executivo (cujo principal mentor, diga-se, foi o grande Rui 
Barbosa).
A CONSTITUIÇÃO DE 1891
Na Constituição, o poder Moderador é eliminado, permanecendo o que se 
tem até hoje na separação dos poderes: poder Executivo, poder 
Legislativo e poder Judiciário. Também foi nessa Constituição que os 
direitos individuais foram fortalecidos e tendo, como acréscimo, o habeas 
corpus. Adota-se a forma rígida também, que somente pode ser alterada 
com procedimento especial, o que perdura até hoje. “O Relator da 
Constituição de 1891 foi o então Senador Rui Barbosa, apaixonado pelo 
Direito norte-americano, o que influenciou fortemente na Constituição do 
país. Prova da grande influência foi o nome dado ao Brasil na Constituição 
de 1891, Estados Unidos do Brasil” (HEMÉTRIO, 2017, p. 9). “A Câmara dos 
Deputados era composta de representantes do povo eleitos pelos Estados 
e pelo Distrito Federal, mediante sufrágio direto, garantida a 
representação da minoria. Cada Deputado exercia mandato de três anos” 
(LENZA, 2012, p. 106)
A CONSTITUIÇÃO DE 1926 
Nesta fase, o Brasil passa por novas mudanças e são extintas as penas de 
galés, banimento e da morte. A pena de galés era a pena cumprida com 
regimes forçados e, a de banimento, era a perda da nacionalidade. 
Segundo Bastos (2000, p. 110), a Reforma de 1926 foi“[...] marcada por 
uma conotação nitidamente racionalista, autoritária, introduzindo 
alterações no instituto da intervenção da União nos Estados, no poder 
Legislativo, no processo legislativo, no fortalecimento do Executivo, nos 
direitos e garantias individuais e na Justiça Federal”. “Isso tudo vai diminuir 
a sua “longevidade”, especialmente em razão do movimento armado de 
1930, que pôs fim ao período chamado de “Primeira República”” (BASTOS, 
2000, p. 110). Em 1926, a Constituição sofre uma profunda reforma, de 
cunho marcadamente centralizador e autoritário, que acabou por precipitar 
a sua derrocada, ocorrida com a Revolução de 1930 (PAULO; 
ALEXANDRINO, 2017). 
A CONSTITUIÇÃO DE 1926 
As principais características da Constituição de 1926 estão descritas a 
seguir:
a) Federalista: estados com certa autonomia.
b) O art. 2º da Constituição previu uma área de 14.400 km2 no planalto 
central para construção da capital federal.
c) O Brasil é um Estado leigo, laico e não confessional;
d) Três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário;
e) Constituição rígida: Não existe mais distinção ente norma material e 
formalmente constitucional.
A CONSTITUIÇÃO DE 1926 
f) Extinção da pena de galés, banimento e da morte.
g) Remédio constitucional de habeas corpus: No início, servia para tutela 
qualquer direito mas, em 1926, foi restrito exclusivamente à liberdade de 
locomoção.
h) Controle difuso de constitucionalidade: Qualquer juiz pode declarar uma 
lei inconstitucional.
i) Fim do voto censitário: Exige alfabetização para votar.
j) Mandado de quatro anos para presidente, sendo proibida a reeleição.
k) Estado laico (HEMÉTRIO, 2017). 
A CONSTITUIÇÃO DE 1934 
Neste período, o Brasil continua sendo uma República. As mulheres 
passam a ter direito ao voto e este passa a ser secreto e obrigatório 
para maiores de 18 anos. Tem-se, nesta fase, a criação da Justiça do 
Trabalho e do salário mínimo.
No entendimento de Lenza (2012, p. 111):
A crise econômica de 1929, bem como os diversos movimentos sociais 
por melhores condições de trabalho, sem dúvida, influenciaram a 
promulgação do texto de 1934, abalando, assim, os ideais do 
liberalismo econômico e da democracia liberal da Constituição de 1891.
A CONSTITUIÇÃO DE 1934 
Descrevem Paulo e Alexandrino (2017, p. 28) que:
A Constituição de 1934, democrática, decorrente do rompimento da ordem 
jurídica ocasionado pela Revolução de 1930, a qual pôs fim à era dos 
coronéis, à denominada Primeira República, costuma ser apontada pela 
doutrina como a primeira a preocupar-se em enumerar direitos 
fundamentais sociais, ditos direitos de segunda geração ou dimensão. Os 
direitos, quase todos traduzidos em normas constitucionais programáticas, 
tiveram como inspiração a Constituição de Weimar, da Alemanha de 1919. 
Assim, a Constituição de 1934 é apontada como marco na transição de um 
regime de democracia liberal, de cunho individualista, para a chamada 
democracia social, preocupada em assegurar, não apenas uma igualdade 
formal, mas também a igualdade material entre os indivíduos (condições 
de existência compatíveis com a dignidade da pessoa humana). 
A CONSTITUIÇÃO DE 1934 
Assim, as principais características da Constituição eram:
a) Brasil continuou sendo uma República Federativa.
b) Três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário.
c) Estado laico.
d) Aumento dos poderes da União com relação aos estados: Diminuição 
dos poderes do Senado;
e) Voto feminino.
f) Voto secreto.
g) Voto obrigatório para maiores de 18 anos.
A CONSTITUIÇÃO DE 1934 
h) Criação da Justiça do Trabalho e do salário mínimo.
i) Criação da Justiça Eleitoral.
j) Direitos de segunda geração: Direitos sociais (saúde, educação etc.).
k) Nacionalização das riquezas do subsolo.
l) Nacionalização dos bancos e das empresas de seguros.
m) As empresas estrangeiras devem ter, pelo menos, 2/3 de empregados 
brasileiros. 
A CONSTITUIÇÃO DE 1934 
n) Proibição do trabalho infantil, menor de 14 anos. Determina jornada de 
trabalho de oito horas, repouso semanal obrigatório, férias remuneradas, 
indenização para trabalhadores demitidos sem justa causa, assistência 
médica e dentária, assistência remunerada a trabalhadoras grávidas, bem 
como a instituição do sindicalismo.
o) Proibição da diferença de salário para um mesmo trabalho, por motivo 
de idade, sexo, nacionalidade ou estado civil.
p) Lei especial para regulamentar o trabalho agrícola e as relações no 
campo.
q) Criação de educação: intuito de criar mão de obra especializada 
(HEMÉTRIO, 2017).
A CONSTITUIÇÃO DE 1937
O Brasil retroage em alguns aspectos, instituindo, novamente, a 
pena de morte, como também a dispensa de funcionários contrários 
ao regime. Nesta fase, também houve a diminuição de direitos e 
garantias fundamentais.
No “mandado de Vargas, ainda de caráter politicamente legal, 
percebeu-se uma forte incompatibilidade entre a direita fascista 
(Ação Integralista Brasileira, que defendia um Estado autoritário) e o 
movimento de esquerda (ideais socialistas, comunistas e sindicais – 
Aliança Nacional Libertadora)” (HEMÉTRIO, 2017, p. 12). 
A CONSTITUIÇÃO DE 1937
Em 10 de novembro de 1937, “Getúlio Vargas, no poder, dissolve a 
Câmara e o Senado, revoga a Constituição de 1934 e outorga a 
Carta de 1937, dando início ao período ditatorial conhecido como 
Estado Novo” (PAULO; ALEXANDRINO, 2017, p. 28).
Percebe-se que a Constituição de 1937 não teve como prioridade 
assegurar direitos. O intuito era reforçar o regime autoritário. Não 
havia praticamente a divisão de poderes, contudo eles existiam. 
Entende-se que era mesmo uma ditadura pura e simples, que se 
agrupava nas mãos do Executivo e Legislativo, em especial do 
Presidente da República. Na época, este legislava através de 
decretos e leis.
A CONSTITUIÇÃO DE 1937
-> Decreto-lei: Decreto com força de lei promulgado pelo chefe de 
Estado, quando concentra em suas mãos as atribuições do poder 
Legislativo.
Na utilização, o Presidente da República acaba fazendo as vezes do 
poder Legislativo, criando uma legislação e a executando, o que 
realmente seria a sua tarefa. A situação concentra poder demais nas 
mãos de uma só pessoa.
Em 1945, o chamado Estado Novo teve seu encerramento, por 
conta das crises sofridas em um nível internacional, quando o Brasil 
participa da Segunda Guerra Mundial, caindo em certa contradição 
(HEMÉTRIO, 2017). 
A CONSTITUIÇÃO DE 1937
● O Estado Novo foi um regime ditatorial arregimentado por Getúlio 
Vargas, instituído em 10 de novembro de 1937. Desde 3 de novembro 
de 1930, Vargas governava o país (RODRIGUES, 2018). Iniciou em 
1930, no chamado Governo Provisório, e ficou até decretação da 
Constituição de 1934
As principais características da Constituição eram:
a) Concentração dos poderes Executivo e Legislativo na mão do 
presidente.
b) Eleições indiretas para presidente.
c) Propósito de fim do liberalismo.
d) Pena de morte. 
A CONSTITUIÇÃO DE 1937
e) Dispensa de funcionários contrários ao regime.
f) Plebiscito para referendar a constituição, mas nunca aconteceu.
g) Diminuição de direitos e garantias fundamentais (greve, mandado de 
segurança, ação popular etc.).
h) Diminuição do controle de inconstitucionalidade (HEMÉTRIO, 2017). 
INDICAÇÕES DE LEITURA
Além do livro didático (óbvio):
https://jus.com.br/artigos/10823/o-preambulo-da-constituicao-brasileira-
de-1988
https://www.sohistoria.com.br/ef2/eravargas/p3.php
https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/1970797/o-que-se-entende-por-class
ificacao-das-constituicoes-marcel-gonzalez
https://jus.com.br/artigos/10823/o-preambulo-da-constituicao-brasileira-de-1988
https://jus.com.br/artigos/10823/o-preambulo-da-constituicao-brasileira-de-1988
https://www.sohistoria.com.br/ef2/eravargas/p3.php
https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/1970797/o-que-se-entende-por-classificacao-das-constituicoes-marcel-gonzalez
https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/1970797/o-que-se-entende-por-classificacao-das-constituicoes-marcel-gonzalez

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