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Objetividade nas Ciências Sociais

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PATRÍCIA DE ALMEIDA DE PAULA
Fichamento: 
O modelo científico-natural de objetividade e as ciências sociais.
-Londrina-
2013
PATRÍCIA DE ALMEIDA DE PAULA
Atividade apresentada à disciplina de Pesquisa e Ensino II- 1SOC736, do curso de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Londrina, como parte das atividades propostas no segundo semestre de 2013.
Docente: Ronaldo Gaspar.
-Londrina-
2013
LÖWY, Michael. As paisagens da verdade e a alegoria do mirante (para uma sociologia crítica do conhecimento). In:______ As aventuras de Karl Marx contra o Barão de Münchhausen: marxismo e positivismo na sociologia do conhecimento. 5. ed. São Paulo: Busca Vida.
O capítulo traz a síntese das ideias tratadas ao longo do livro. Esclarecimento acerca do surgimento do modelo científico- natural de objetividade. A questão da objetividade nas ciências naturais e nas ciências humanas. A crítica ao positivismo sobre a subordinação das ciências humanas à metodologia das ciências naturais. A sociologia crítica do conhecimento, o condicionamento social do pensamento e a autonomia relativa do cientista nas ciências humanas.
O modelo científico-natural de objetividade e as ciências sociais.
-O autor evidencia a formação do modelo científico- natural de objetividade, isto é, a ideia da constituição de uma ciência da natureza livre de valores enquanto resultado dos vários séculos de desenvolvimento do capitalismo. (189)
- A estrutura feudal enquanto alicerçada na esfera do sobrenatural, ou seja, tendo montado toda uma estrutura cuja sustentação baseava-se na capacidade de através da cosmogonia e da religião criar suas justificações para suas ações, assegurando um posicionamento ideológico e ainda a extração de excedente, fazia-se um impedimento ao desenvolvimento deste modelo. No contexto em questão não se admitia o questionamento da ideologia cujo caráter era fixo e obscuro e, justamente as ciências naturais constituíam-se uma ameaça de caráter considerado subversivo para o sistema feudal. (189-190).
- É somente no momento que o capitalismo torna-se o modelo de produção dominante entre fins do século XVIII e início do século XIX que as ciências naturais encontram espaço para se desenvolver de forma que se “desideologizam-se”: “Isso se deve não somente à necessidade de conhecimentos científicos e técnicos do capital em geral e da grande indústria em particular, mas também ao fato de que o modo de produção capitalista está fundado sobre mecanismos diretamente econômicos da extração do excedente (a pseudotroca de equivalentes entre salário e força de trabalho e a apropriação da mais-valia pelo capitalista), exigindo um cimento ideológico de tipo econômico-social e político e não tendo que construir uma cosmogonia religiosa”. De modo pelo combate da filosofia do iluminismo a este obscurantismo é possível estabelecer de fato o modelo científico- natural de objetividade. (190)
- Contudo, ainda que o seu ideal epistemológico seja uma ciência axiologicamente neutra, isso se dá até certo ponto apenas. Ainda que as ciências naturais tenham um grau de autonomia quanto à neutralidade mais elevado que o das ciências sociais, certas condições sociais e opções partidárias determinam o aquém e o além da pesquisa: “Realmente, tanto a seleção do objeto de pesquisa como a aplicação técnica das descobertas científicas dependem do interesse e concepções de classes e de grupos sociais que financiam, controlam e orientam a produção científico-natural, assim como da ideologia ou visão social de mundo dos próprios pesquisadores”. As ciências naturais são pensadas quanto seu grau de objetividade e disponibilidade de um discurso de caráter universalizante. (191)
- Logo as ciências sociais, tendem a aparecer marcadas por visões de mundo, ideologias “onde as opções ideológicas (ou utópicas) condicionam não somente a escolha do objeto mas também a própria argumentação científica, a pesquisa empírica, o grau de objetividade atingido e o valor cognitivo do discurso: elas conformam não somente os quadros exteriores da pesquisa mas também sua estrutura interna, sua veracidade, seu valor enquanto conhecimento objetivo da realidade”. (191)
- Contudo, como destaca Löwy, essa distinção não pode ser concebida de forma absoluta, ainda que seus domínios estejam claramente delimitados, entre as ciências sociais e as ciências naturais existe uma zona de transição e interrelacionamento como ocorre na ecologia, em certos domínios da medicina ou da biologia. (192)
- Logo a crítica ao positivismo está que este insistiu em negar as diferenças entre ciências humanas e ciências naturais “[...] identificando as leis sociais e as leis da natureza, e dissolvendo as ciências sociais e naturais do meio homogêneo de um só método científico e de um só e único modelo de objetividade”. Deixando de lado o caráter histórico dos fenômenos sociais e culturais como transformado pela ação dos homens (oposto das leis naturais), a identidade parcial entre sujeito e objeto do conhecimento enquanto “seres sociais”, a relação entre as classes sociais e os problemas reais que requerem situações, interesses e aspirações distintas e também desprezando que os cientistas ainda que com certa autonomia relativa tendem a se vincular a uma das visões de mundo do período histórico determinado. (193-194).
- Assim Löwy, chama atenção para a ilusão positivista de querer aplicar ao domínio das ciências humanas o modelo de objetividade científico-natural. De modo que é necessário uma outra direção para explicar as condições de possibilidade de um conhecimento objetivo dos fatos sociais, históricos e culturais- uma sociologia crítica do conhecimento- que explique as relações entre categorias sociais e as ciências da sociedade. (195)
O momento relativista da sociologia do conhecimento.
- Menção sobre o “momento relativista” onde se tomava que todo conhecimento da sociedade, da história e da cultura é relativo a uma certa perspectiva, orientada para uma certa visão social de mundo, vinculada ao ponto de vista de uma classe social em momento histórico determinado. (196)
- O autor irá explorar a ideia do reconhecimento de que certos pontos de vista são relativamente mais favoráveis à verdade objetiva que outros. Diante do qual Löwy trabalha a perspectiva marxista (em sua forma não positivista) da classe proletária revolucionária, enquanto possibilidade de acesso à objetividade. [O que não significa tomar uma concepção positivista de neutralidade por parte do proletariado, mas que sua relatividade não nega sua objetividade]. (196-197)
- Distinção da afirmação quanto à posição de autores como Adam Schaff ou Mannheim que respectivamente: tomam a classe revolucionária em geral sem distinção das particularidades do proletariado e, ainda sustentam uma posição privilegiada do grupo de intelectuais como ponto de apoio para o conhecimento enquanto tida como acima das classes e sem ligações sociais. (198)
- Como esclarece Löwy, o proletariado constitui ponto de apoio quando visto pelos ângulos- da sua luta que é histórica e, coincide com o interesse da maioria, cujo objetivo está na abolição de toda dominação de classe, logo não precisa isentar sua posição, mas está assentado sobre a transparência. Contrariamente a burguesia enquanto revolucionária preza pela eternicidade do passado, onde uma vez alcançada a posição dominante, seu interesse está em mantê-la, utilizando para isso da ocultação de seus verdadeiros interesses no processo de “luta”. A burguesia toma o desenvolvimento econômico-social pela dinâmica do próprio capitalismo. O proletariado só toma o poder para transformar a sociedade e construir o socialismo por meio de uma série de ações deliberadas e conscientes. (199-200)
- Contudo, tal proposição que o proletariado pela sua verdade oferece a melhor possibilidade objetiva, não significa afirmar que apenas situando-se na perspectiva deste ponto de vista é suficiente para obter resultados científicos mais objetivos.Aqui há uma reserva quanto a ideia da articulação social do pensamento e a autonomia relativa da ciência. (203)
Paisagens da verdade e autonomia relativa da ciência.
- Ideia de que os “mirantes” (ponto de vista de classe) encontram-se situados em níveis diferentes, e dessa forma permitem de forma distinta perceber as paisagens da verdade (aquilo que pode ser visto pelo condicionamento do pensamento e não a realidade em si). Logo partindo da exposição anterior o mirante mais alto corresponderia ao ponto de vista do proletariado, enquanto os mais baixos corresponderiam às outras classes, havendo ainda a possibilidade de uma “zona de consenso”, uma parte da paisagem visível a todas as alturas. (203)
- Partindo desta metáfora para o autor está claro que: toda visão está condicionada socialmente, a síntese dos vários níveis superiores e inferiores não constituem um ponto de vista privilegiado, os limites estruturais não dependem de uma boa ou má vontade do observador, mas da altura e posição ao qual se encontra, apesar de existir a possibilidade de passar de um mirante a outro o seu horizonte de visão sempre dependerá da posição ao qual se encontra em tal momento, este mirante oferece apenas a possibilidade objetiva de uma visão determinada da paisagem; 
- Contudo, o cientista social em meio a tal possibilidade não se condiciona apenas pela classe social, mas outras determinações não-classistas o envolve: nacionalidade, geração, religião, cultura, sexo bem como sua vinculação a certas categorias sociais (burocracias, estudantes intelectuais) ou a certas organizações (partidos, seitas, igrejas, círculos, confrarias, cenáculos) cujo poder está tanto em estimular quanto desviar a visão deste em relação a certos aspectos da paisagem. (204)
- Além de que a ciência partindo deste exposto tem sua autonomia quanto a seus princípios próprios de atividade, sua especificidade enquanto prática que visa descobrir a verdade.

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