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Disciplina de Economia para Direito

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Caro Aluno:
Seja bem-vindo ao sistema EAD.
Nesta nossa disciplina trataremos de assuntos como o conceito de economia, história do pensamento econômico, lei da oferta e da demanda, agências reguladoras, monopólios, cartéis e oligopólios.
O objetivo principal de introduzir os conhecimentos operacionais básicos para o profissional de direito conhecer a realidade subjacente à maioria dos problemas econômicos da realidade brasileira, em especial com a interface entre as questões econômicas e as regras jurídicas presentes na Constituição Federal e nas demais leis de interesse nas demandas econômicas.
Considerando-se que será você quem administrará seu próprio tempo, nossa sugestão é que você dedique ao menos 2 (duas) horas por semana para esta disciplina, estudando os textos sugeridos e realizando os exercícios de autoavaliação.
Uma boa forma de fazer isso é já ir planejando o que estudar, semana a semana. A leitura dos materiais e do conteúdo online são indispensáveis a compreensão da temática e sua aplicação nos exercícios online.
Para facilitar seu trabalho, apresentamos na tabela abaixo, os assuntos que deverão ser estudados e, para cada assunto, a leitura fundamental exigida e a leitura complementar sugerida.
No mínimo, você deverá buscar entender bastante bem o conteúdo da leitura fundamental, só que essa compreensão será maior, se você acompanhar, também, a leitura complementar. Você mesmo perceberá isso, ao longo dos estudos.
A – Conteúdos (assuntos) e leituras sugeridas
Assuntos/módulos
Leituras Sugeridas
Fundamental
Complementar
Origem, conceitos fundamentais, problemas e temas relevantes da economia.
NUSDEO, Fábio. Curso de Economia: Introdução ao direito econômico. 9ª ed. São Paulo: RT, 2015.
VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de. Economia: micro e macro. São Paulo: Atlas, 2011.
2. A evolução do pensamento econômico.
VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval; GARCIA, Manuel E. Fundamentos de economia. 5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
ARAÚJO, Carlos Roberto Vieira. História do Pensamento Econômico. São Paulo: Atlas, 1988.
3. O conceito de economia e o funcionamento do mercado.
VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval; GARCIA, Manuel E. Fundamentos de economia. 5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
NUSDEO, Fábio. Curso de Economia: Introdução ao direito econômico. 9ª ed. São Paulo: RT, 2015.
4. Economia e direito.
VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval; GARCIA, Manuel E. Fundamentos de economia. 5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
NUSDEO, Fábio. Curso de Economia: Introdução ao direito econômico. 9ª ed. São Paulo: RT, 2015. 
5. A atividade econômica nacional.
NUSDEO, Fábio. Curso de Economia: Introdução ao direito econômico. 9ª ed. São Paulo: RT, 2015.
VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval; GARCIA, Manuel E. Fundamentos de economia. 5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
6. O desenvolvimento e o crescimento econômico
NUSDEO, Fábio. Curso de Economia: Introdução ao direito econômico. 9ª ed. São Paulo: RT, 2015.
VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval; GARCIA, Manuel E. Fundamentos de economia. 5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
7.Economia Internacional.
NUSDEO, Fábio. Curso de Economia: Introdução ao direito econômico. 9ª ed. São Paulo: RT, 2015. 
VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de. Economia: micro e macro. São Paulo: Atlas, 2011.
B – Avaliações
Como é de seu conhecimento, você estará obrigado a realizar uma série de avaliações, cabendo a você tomar conhecimento do calendário dessas avaliações e da marcação das datas das suas provas, dentro dos períodos especificados.
Por outro lado, é importante destacar que uma das formas de você se preparar para as avaliações é realizando os exercícios disponíveis, disponibilizados para você neste sistema de disciplinas on line.
O que tem que ficar claro, entretanto, é que os exercícios que são requeridos em cada avaliação não são repetições dos exercícios da auto-avaliação.
Para sua orientação, informamos na tabela a seguir, os assuntos que serão requeridos em cada uma das avaliações às quais você estará sujeito:
Conteúdos a serem exigidos nas avaliações
Avaliações
Assuntos
Exercícios de auto-avaliação relacionados
NP1
Módulos 0 até 4.
Exercícios on line
NP2
Módulos 5 até 7.
Exercícios on line
Substitutiva
Toda a matéria
Todos os exercícios
Exame
Toda a matéria
Todos os exercícios
C – Referências bibliográficas
· Livro texto
NUSDEO, Fábio. Curso de Economia: Introdução ao direito econômico. 9ª ed. São Paulo: RT, 2015.
VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval; GARCIA, Manuel E. Fundamentos de economia. 5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
· Outras referências
ARAÚJO, Carlos Roberto Vieira. História do Pensamento Econômico – Uma abordagem introdutória. São Paulo: Atlas, 1988.
CASTRO, Antonio Barros de; LESSA, Carlos Francisco. Introdução à economia. 37ª ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2005.
HUBERMAN, Leo. História da riqueza do homem. 21ª ed. São Paulo: LTC, 1987.
PINHO, Diva Benevides; VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval (Organ.) Introdução à economia. São Paulo: Saraiva, 2011.
PINHO, Diva Benevides; VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval (Coord.) Manual de economia: equipe de professores da USP. 6ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
ROSSETTI, José Paschoal. Introdução à economia. 20ª ed. São Paulo: Atlas, 2005.
SALOMÃO FILHO, Calixto. Direito concorrencial: as estruturas. 3. Ed. São Paulo: Editora CFWM, 2009.
SINGER, Paul. Aprender economia. 22ª ed. São Paulo: Contexto, 2002.
A Economia e a proteção dos direitos dos consumidores e do meio ambiente
A questão do meio ambiente e da proteção do consumidor, necessariamente, passa pela compreensão dos problemas do Século XX.
Neste aspecto a doutrina especializada aponta que:
"O século XX chegou ao fim da mesma forma que começou. As guerras mais clássicas que caracterizaram sua primeira metade foram substituídas por guerras aparentemente localizadas, que refletem, contudo, os problemas sociais e as questões econômicas e nacionalistas que ainda permanecem pendentes nessa virada para o século XXI.
Oriente Médio, Península Balcânica, África, América Latina, a derrocada do socialismo stalinista, Cuba, China,a questão dos palestinos, curdos, bascos e irlandeses, a Igreja Católica, os movimentos neonazistas e outros temas. A concentração de riqueza contrastando-se com a miséria no hemisfério sul. Problemas que parecem insolúveis no curto prazo nesta virada de século."(Hobsbawm, Eric. Era dos extremos: o breve século XX 1914-1991).
Portanto pode-se concluir que o “breve século XX” não resgatou a imenssa dívida social criada pelo capitalismo selvagem no Século XX e pelo contrário causou grande impacto ambiental e social (consumo) necessitando as relações serem protegidas. 
Depois veja o cenário que o New Deal representou como mudança significativa no modelo tradicional de economia de mercado praticada pelos norte-americanos, sendo certo que a denominada "Grande Depressão" foi um dos fatores que colaboraram para a construção de discursos críticos sobre o modelo liberal-democrático .
Também, Eric Hobsawm ao estudar o tema afirmou que
"Nenhum Congresso dos Estados Unidos já reunido, ao examinar o estado da União, encontrou uma perspectiva mais agradável do que a de hoje [...] A grande riqueza criada por nossa empresa e indústria, e poupada por nossa economia, teve a mais ampla distribuição entre nosso povo, e corre como um rio a servir à caridade e aos negócios do mundo. As demandas da existência passaram do padrão da necessidade para a região do luxo. A produção que aumenta é consumida por uma crescente demanda interna e um comércio exterior em expansão. O país pode encarar o presente com satisfação e prever o futuro com otimismo.Presidente dos Estados Unidos Calvin Coolidge, Mensagem ao Congresso, 04 dez. 1928.
As nossas dificuldades, graças a Deus, apenas se referem a coisas materiais.Os preços desceram a níveis inimagináveis; os impostos subiram; a administração sofre graves reduções de receitas, a todos os níveis; os meios de trocas estão bloqueados nos canais congeladosdo comércio; as folhas mortas das indústrias juncam o solo por toda a parte; os rendeiros não encontram mercados para os seus produtos; desapareceram as economias amealhadas durante numerosos anos por milhares de famílias.A nossa grande obrigação, a primeira, é fazer voltar o povo ao trabalho [...].Discurso do Presidente dos Estados Unidos Franklin Roosevelt, 1933.Sem ele [o colapso econômico entre as guerras], com certeza não teria havido Hitler. Quase certamente não teria havido Roosevelt. É muito improvável que o sistema soviético tivesse sido encarado como um sério rival econômico e uma alternativa possível ao capitalismo mundial. [...] O mundo do século XX é incompreensível se não entendermos o impacto do colapso econômico.HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos: o breve século XX: 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 90-91.
Percebe-se que apenas cinco anos separam a mensagem do presidente republicano Calvin Coolidge e o discurso do presidente democrata Franklin Roosevelt e que ambos apresentaram avaliações bastante distintas acerca da realidade econômico-social pela qual passavam os Estados Unidos da América. 
Esse é mundo criado pelo consumo e suas relações. O meio ambiente também muito atingido de forma global.
 
Logo, com a economia também necessário estudar a proteção dos direitos dos consumidores e a sua respectiva relação de consumo.
Dessa forma, o Código de Defesa do Consumidor (Lei n. 8.078/90) visa à proteção do consumidor, enquanto agente econômico, por parte do Estado, reconhecendo-se seu papel fundamental para a preservação da ordem econômica. A aplicação de suas normas é obrigatória para todas as relações de comércio ou consumo, o que significa que nenhuma das partes poderá negociar qualquer das disposições legais.
O Código de Defesa do Consumidor conceitua o consumidor e o fornecedor, os dois lados das relações comerciais, bem como o que deve ser entendido por produto e serviço.
No texto legal, o consumidor seria a pessoa física ou jurídica para o qual é destinado um produto ou serviço. Por sua vez, o fornecedor corresponde àqueles que desenvolvem as atividades de produção, montagem, criação, construção, transporte, comercialização de produtos ou serviços prestados, dentre outras.
O produto, sucintamente, é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial; de outro lado, o serviço seria qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante pagamento, com exceção daquelas que possuem caráter trabalhista.
Assim feita essa breve análise dessa questão também surge a análise da economia e a produção de recursos naturais e consequentemente a legislação de proteção ao meio ambiente.
Os problemas ambientais relacionam-se intimamente com o fenômeno da escassez, isto é, a falta dos recursos produtivos demandados pela atividade econômica. A preocupação em administrar esses recursos úteis não é recente – lembre-se que, de certa forma, Thomas Malthus já tinha levantado esta preocupação no século XVIII -, mas, desde a década de 1970, tem ganhado cada vez mais destaque no Brasil.
Isto porque passou-se a ter ampla consciência acerca das externalidades negativas do processo produtivo, como a poluição de rios e mares, o esgotamento hídrico de áreas agrícolas, dentre outras.
Tais externalidades negativas foram agravadas devido ao amplo desenvolvimento econômico dos últimos tempos, acelerando um processo degradante da natureza que já vinha se estabelecendo desde o início da primeira Revolução Industrial, no século XVIII.
Nesse contexto, na década de 1990, assinou-se o Protocolo de Kyoto, o qual passou a valer em 2005 e expirou em 2012. Os países que o assinaram assumiriam o compromisso de reduzir as suas emissões de carbono na atmosfera, teoricamente responsáveis pelas alterações climáticas que vêm se mostrando desde o século XIX.
No âmbito do Direito Ambiental, desenvolveu-se tanto no Brasil como em outros países o princípio do poluidor-pagador, que estabelece “a imposição ao usuário, da contribuição pela utilização dos recursos ambientais com fins econômicos e da imposição ao poluidor e ao predador da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados” (Lei n. 6.938/81).
Sua finalidade seria proteger o meio-ambiente e controlar a emissão de poluentes, estabelecendo um equilíbrio entre a atividade industrial e a natureza. Este princípio também foi recepcionado pela Constituição Federal no art. 225 § 3º, que assim prescreve:
As atividades e condutas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, às sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
A Lei nº 12.305, sancionada em agosto de 2010, instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, “dispondo sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis”.
A norma, além de incorporar o princípio do poluidor-pagador, reitera o compromisso social dos processos produtivos econômicos para com a conservação dos recursos naturais, visando controlar e minimizar externalidades negativas para o meio-ambiente.
Ademais, os resíduos sólidos, também chamados de "lixo", podem apresentar-se na natureza de diversas formas, como a líquida, a gasosa ou a sólida originárias de atividades humanas domésticas, profissionais, agrícolas, industriais ou, até mesmo, nucleares.
Estas substâncias poluentes, classificadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – NBR n° 10.004 –, segundo suas propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas, podem ser perigosas (classe I), não-inertes (classe II) e inertes (classe III).
Alguns resíduos perigosos devem ser objeto de maior cuidado, pois são classificados por apresentarem periculosidade em qualquer estado, como a inflamabilidade, a reatividade, a toxidade e a patogenicidade, demonstrado pela relação direta entre o acondicionamento, coleta e transporte, além, da disposição final com a saúde pública.
Assim, a sociedade industrial enfrenta sérios problemas com relação à disposição dos resíduos sólidos gerados em todas as etapas do processo de transformação de matérias-primas. Aliás, muitas das cidades brasileiras apresentam planejamento deficitário a curto, médio e longo prazo, do uso e da ocupação do solo municipal, no que concerne a todos os tipos de rejeitos, sendo de extremada importância para a existência de uma saudável política municipal ambiental, uma ampla aplicação de recursos necessários para coibir a contaminação do meio-ambiente com o “lixo” proveniente da atividade humana – residencial, comercial, agrícola e industrial –, decorrente do processo atual da civilização tipicamente urbana.
Este necessário planejamento está previsto no artigo 182 da Constituição Federal, no que tange ao plano diretor; alçando diretrizes primordiais para um crescimento ordenado, obedecendo as normas de Direito Urbanístico e os padrões internacionais de saúde.
Além desse dispositivo constitucional, existe uma norma específica a respeito editada, ainda, pelo antigo do Ministério do Interior – Portaria nº 053, de 1979 –, que fixa a diretriz relativa à matéria, com recomendação em relação aos planos e projetos de destinação final dos resíduos sólidos, bem como proibição de incineradores em edificações residenciais, comerciais ou de serviços, assim como a queima de lixo a céu aberto, vedação de seu lançamento em cursos d'água, lagos e lagoas, exigências de acondicionamento e tratamentos especiais, aprovados por órgão estadual do meio ambiente, dos resíduos de natureza tóxica ou que contenham substâncias inflamáveis, corrosivas, explosivas, radioativas e outras consideradas prejudiciais.
A previsão e a projeção da ocupação dos espaços municipais faz com que as zonas residenciais e industriais não se misturem, evitando poluições sonoras, odoríferas e outras.
Porém, como toda a metrópole, a cidadede São Paulo, por intermédio da Municipalidade, também editou em sua lei orgânica, parâmetros e possibilidades do município estabelecer parcerias, concessões e permissões a empresas ou terceiros, sobre o gerenciamento de serviço de limpeza, coleta e destino do lixo, a fim de possibilitar um melhor aproveitamento dos dejetos urbanos, pois estes não podem simplesmente ficar ao relento, ou mesmo sem as devidas observâncias das normas sobre acondicionamento, coleta, transporte e destinação final.
Depois, é necessário trazer em consideração a Convenção da Basiléia sobre o controle de movimentos transfronteiriços de resíduos perigosos e seu depósito, em vigor no Brasil desde dezembro de 1992, onde todo e qualquer resíduos perigoso ou não deve ser depositado no Estado em que foram gerados, evitando-se assim, a “importação” de certos dejetos, que são indesejáveis no seu País de origem, e que muitas vezes são “exportados” para um novo aproveitamento em Países subdesenvolvidos ou mais benevolentes com o referido produto “importado”.
Com isto, mais recentemente, a própria Agenda 21 buscando soluções para os problemas do lixo sólido, fez propostas para a administração desses dejetos agrupadas em quatro áreas-programas – redução do lixo, uso repetido e reciclagem, tratamento e despejo ambientalmente saudável, ampliação dos serviços de lixo –, sendo que somente nesta última área, por dados fornecidos pela própria ONU, serão necessários investimentos na ordem de 7,5 bilhões de dólares anuais até o ano de 2.025 para cobrir todas áreas urbanas ao redor do globo terrestre.
Assim, observa-se que com a própria evolução da humanidade, nesta sociedade consumista-tecnológica, existe uma enorme relação entre a produção e o consumo com a geração de resíduos sólidos, pois um dos subprodutos da primeira é exatamente o “lixo” proveniente da segunda, motivo pelo qual, cada vez mais, devemos equipar a nossa sociedade com normas que possibilitem o menor grau de degradação do homem e do ambiente em que vive.
É notório em matéria ambiental que a defesa dos interesses – quer sejam eles privados, públicos ou difusos e coletivos – dependem de ampla discussão antes da sua aprovação em nossa legislação.
Percebe-se, então, que na questão existente em relação ao “lixo” proveniente da produção e consumo, muito já se discutiu a respeito, o que resultou numa legislação específica para o assunto, sempre se observando a norma constitucional, que delineou os parâmetros básicos da legislação ambiental.
A sociedade humana tipicamente industrial-urbana enfrenta sérios problemas com relação à disposição dos resíduos sólidos, gerados desde as etapas do processo de transformação de matérias-primas até o final da linha da sociedade consumista que o despejo no “lixo” em lixões ao céu aberto ou noutros lugares, muitas vezes inapropriados para o destino final daquele lixo.
Com isto, o planejamento urbanístico previsto no artigo 182 da Constituição Federal destina-se na aplicação de um plano diretor pelo qual sejam alcançadas as diretrizes primordiais para um crescimento ordenado, de acordo com as normas do atual urbanismo sustentável, pelo qual é possível a coexistência pacífica numa mesma área de milhares de pessoas, com indústrias e áreas de serviço.
O “lixo” decorrente dessa sociedade consumista deve ser gerido para que não se produza qualquer efeito negativo para a própria existência da raça humana, que já sofre hoje em dia com um meio ambiente degradado.
Obviamente que quanto maior o crescimento do conhecido fenômeno do aumento da área das regiões metropolitanas, serão gerados um número maior de resíduos sólidos, pois estes são diretamente decorrentes do consumo humano, quer seja na fase de preparo, manejo, como propriamente dito, na fase final que é o consumo humano.
A Portaria n° 053, editada no ano de 1.979, pelo então Ministério do Interior, fixou a diretriz sobre a matéria, com recomendação em relação aos planos e projetos de destinação final dos resíduos sólidos, bem como proibição de incineradores em edificações residenciais, comerciais ou de serviços, assim como a queima de lixo a céu aberto, vedação de seu lançamento em cursos d'água, lagos e lagoas, exigências de acondicionamento e tratamentos especiais, aprovados por órgão estadual do meio ambiente, dos resíduos de natureza tóxica ou que contenham substâncias inflamáveis, corrosivas, explosivas, radioativas e outras consideradas prejudiciais.
Porém, muito ainda deve ser feito, não só em relação à edição de legislações específicas sobre o tema, como também no controle dos resíduos sólidos decorrentes da sociedade de consumo, por meio de órgãos públicos com essa incumbência específica. Só para destacar, um pequeno segmente deste tema, o Prof. José Afonso da Silva em sua obra “Direito Ambiental Constitucional”, destaca que a legislação existente sobre os resíduos e emissões industriais “é insuficiente para reger adequadamente a matéria” (São Paulo: Malheiros, 3ª edição, fls. 184), pois o Decreto-lei n° 1.413, de 14.08.1975, regulado pelo Decreto n° 76.389, de 3.10.1975, sobre o controle da poluição provocada por atividades industriais é um “texto genérico”, visto que da produção industrial uma grande quantidade de resíduos sólida é produzida, e que, muitas vezes não tem a devida destinação final.
Já o Mestre Paulo Affonso Leme Machado, em sua clássica obra “Direito Ambiental Brasileiro”, ao tratar do assunto, ensina que as formas de destino final dos resíduos sólidos é matéria essencialmente de engenharia sanitária, mas que produzem uma série de implicações jurídicas, motivo pelo qual o autor divide a matéria de acordo com a finalidade do trabalho: Depósito em céu aberto, Depósito em aterro sanitário, Incineração, Transformação do resíduo sólido em composto, Reciclagem e recuperação de energia.
 Assim, percebe-se que os resíduos sólidos podem sofrer suas modificações por meio de algumas variantes, que sem a menor dúvida, devem, de acordo com a finalidade do referido lixo sofrer uma ou outra destinação, produzir o menor impacto ambiental possível, em face dos princípios ambientais que visam à produção de um meio-ambiente sustentável.
 Isto tudo foi feito com o intuito de evitar que no redor das zonas urbanas fossem criados verdadeiros “lixões ao céu aberto”, como vez ou outra à própria imprensa denuncia, mas que sem a menor dúvida, hoje em dia, é a realidade numa minoria de municípios brasileiros, pois desde a edição das normas a respeito, diversos órgãos públicos – Polícia Florestal, Ministério Público, CETESB, Ministério do Meio Ambiente, entre outros – estão desempenhando um importante papel na proteção do meio ambiente, acompanhado passo a passo o progresso de nossa sociedade.
Para concluir, os resíduos sólidos, também chamados de "lixo", são produzidos pelo homem e por sua sociedade pelas mais diversas formas – tais, como a líquida, gasosa ou sólida –, mas que devem ser tratados com a maior seriedade possível, pois o nosso planeta corre o sério risco de virar um verdadeiro “lixão ao céu aberto” se as legislações ambientais não forem melhoradas e aprimoradas, pois é notório que muito ainda deva ser feito nesta área.
Pois como bem destacou o Prof. Antônio Herman V. Benjamin, com a devida firmeza no artigo “Crimes Contra o Meio Ambiente: Uma Visão Geral” sintetizou o que ocorrerá se as devidas providências não forem tomadas e sistematicamente melhoradas:
“A revolução industrial, fenômeno que está na gênese da nossa época, além da extraordinária produção de riquezas e de conforto para o homem, trouxe consigo ameaças concretas à base biofísica que permite e abriga a humanidade, o aconchego planetário” (in: Direito Ambiental em Evolução 2, Vladimir Passos de Freitas (org.): Curitiba, Juruá, 2.000).
 
Com isto, cada vez mais a sociedade deve exigir a melhoria do meio ambiente em que vive, por meio da ampliação das modernas técnicas de utilização dos dejetos produzidos, e através da fiscalização não só dos órgãos responsáveis por este trabalho, mas, principalmente, pelasociedade civil organizada, que assim poderá contribuir para a melhoria do nosso planeta.
Finalmente, o estudo sistemático da matéria pelos profissionais do direito propiciará que atual sistema na defesa dos interesses metaindividuais, com a localização das lacunas jurídicas-legais e correção de sua falhas melhorem todo o sistema jurídico e finalmente o nosso meio ambiente.
Dessa maneira, brevemente, percebe-se que a Economia como ciência, também, se encontra ligada as questões afetas ao consumidor e o próprio direito protetivo do meio ambiente.
 Origem, conceitos fundamentais, problemas e temas relevantes da economia.
 
Indispensável no decorrer do curso de Direito o aprendizado da Economia, uma vez que ela é uma das áreas amplamente responsável pela geração de inúmeros conflitos sociais com amplo reflexo em nosso ordenamento jurídico da atualidade.
Aliás, assim que o aluno inicia o curso de Direito, ele se depara com várias disciplinas que vão contribuir para a compreensão da temática do direito como ciência e sua complexidade, tal como ocorre com a Economia. Essas disciplinas compõem o ciclo básico e objetivam fornecer aos alunos uma visão generalista do nosso campo de atuação.
Por seu turno, existem disciplinas com subsídios mais complexos, sendo necessária à compreensão da Economia como base dos conflitos ali existentes, conforme se observa no direito tributário e o próprio direito econômico, onde as questões econômicas se deparam com a problemática do direito em seus mais diversos seguimentos.
Assim, os principais estudiosos desta disciplina definem a Economia como uma ciência social que estuda a produção, a circulação e o consumo dos bens e serviços que são utilizados para satisfazer as necessidades humanas.
Com isto, percebe-se que o objetivo de estudo da Economia é analisar os problemas econômicos e formular soluções para resolvê-los, de forma a melhorar nossa qualidade de vida nos ambientes em que convivemos.
Na formação etimológica da palavra economia, duas palavras gregas estão presentes. Oikos, cuja tradução é casa e Nomos, que significa lei. Dessa forma, economia significa a “lei da casa”, ou seja, a sobrevivência do indivíduo através dos recursos disponíveis.
Essa composição explicita bem o papel do estudo econômico, pois a ciência social econômica sempre vai estudar o indivíduo e a sociedade. Consequentemente esses agentes vão escolher como trabalhar com a escassez de seus recursos, atendendo às necessidades humanas buscadas pela sociedade, em seus mais diversos grupos.
Por seu turno, as necessidades humanas são infinitas e ilimitadas, porque o ser humano, por sua própria natureza nunca está satisfeito com o que possui e sempre deseja possuir mais bens.
Ocorre que os recursos produtivos com que se pode contar para efetuar a fabricação de bens e serviços têm caráter finito e limitado.
Dessa forma, há uma visível contradição, pois os desejos e necessidades humanos são ilimitados e os recursos para efetivar-se a produção de bens e serviços para atender estes desejos e necessidades são finitos.
Os problemas econômicos não existiriam se uma quantidade infinita de cada bem pudesse ser produzida, com a consequente satisfação de todos os desejos humanos.
Porém, na realidade global, com um elevado índice populacional há evidente escassez dos recursos disponíveis, com plena afetação do meio ambiente planetário.
O trabalho, a terra e o capital, este último entendido como máquinas, matérias-primas e demais insumos utilizados pelo homem são efetivamente escassos. 
Surge a questão da escassez de bens econômicos, isto é, de bens em reais condições de atender às necessidades humanas.
Como exemplo clássico pode ser apontado a questão dos automóveis, meio de locomoção amplamente utilizado no atual estágio do desenvolvimento humano, pois embora as jazidas de minério de ferro sejam abundantes em algumas regiões do mundo, esse minério pré-usinável, as chapas de aço e, finalmente, o automóvel são bens econômicos escassos.
Assim, destacam-se duas noções primárias pertinentes à ciência econômica, retiradas da experiência e da própria vivência do cotidiano: as necessidades humanas e a bens produtivos.
A economia tem caráter social, uma vez que se ocupa do comportamento humano e estuda como as pessoas e as organizações na sociedade se empenham na produção, na troca e no consumo de bens e serviços.
Dessa forma são três as questões econômicas básicas que devem ser compreendidas para a plena interpretação da economia.
A doutrina, para fins didáticos, converte em três preguntas que devem ser respondidas em cada análise: O que e quanto produzir ? Como produzir ? Para quem produzir ?
A primeira diz respeito ao “o que e quanto produzir”, que está relacionado a escolha da sociedade dentre o leque de possibilidade de produção, passando inclusive por quais produtos serão produzidos e sua quantidade.
A segunda refere-se ao “como produzir”, ou seja, como se deve considerar o nível tecnológico na combinação dos recursos utilizados para a produção de bens e serviços.
Finalmente, “para quem produzir” diz respeito a quais membros da sociedade vão participar da distribuição dos resultados de sua produção ou seja para qual segmento social ou para quais pessoas a produção será destinada.
Ao responder estas questões o sistema econômico estará alocando ou distribuindo os recursos disponíveis entre milhares de diferentes possíveis linhas de produção.
Outro tema importante diz respeito a necessidade dos bens ao indivíduo.
Comumente, quando se fala de uma necessidade, está implícita a ideia de vontade ou aspiração. Assim, o indivíduo tem necessidade de se alimentar, mas também possui necessidade de cuidar de si, ter respeito dos outros ou criatividade.
A tradicional pirâmide de Maslow ilustra a hierarquia das necessidades humanas: inicialmente, busca-se o mais básico, relacionado à fisiologia humana, mas gradativamente, o ser humano deseja outras necessidades tais como segurança, amor/relacionamento, estima e realização pessoal que vão aparecendo sucessivamente.
 
Realização pessoal: moralidade, criatividade, espontaneidade, solução de problemas, ausência de preconceito, aceitação dos fatos 
Estima: auto-estima, confiança, conquista, respeito dos outros, respeito aos outros
Amor/relacionamento: amizade, família, intimidade sexual
Segurança: segurança do corpo, do emprego, de recerursos, da moralidade, da família, da saúde, da propriedade
Fisiologia: respiração, comida, água, sono, sexo, homeostase, excreção
 
A maioria das necessidades de que trata a economia se localizam mais na base da pirâmide, relacionando-se principalmente ao material. Ainda que a economia possa ter um papel na realização pessoal, a sua contribuição principal se liga às necessidades mais básicas materiais.
Para a economia, necessidade implica a sensação de falta de alguma coisa, sempre acompanhada do desejo de satisfazê-la. Deste modo, quando alguém deseja um objeto de consumo, como um carro ou uma bolsa de marca, procura uma maneira de obtê-lo, utilizando a moeda como meio de troca. Nesse sentido mais estrito, a necessidade terá implicações econômicas.
Também é importante destacar que as necessidades humanas são ilimitadas, isto é, podem ser vistas como tendentes a se reproduzirem até o infinito.
Depois, não se pode esquecer a divisão dos bens exclusivos e coletivos, pois tal distinção é de suma importância para a economia como para o direito, pois os conflitos podem surgir da equivocada análise desses bens e de quem seriam os beneficiados.
A doutrina ponta os bens exclusivos, com nítido critério patrimonial, como aqueles aptos a atenderem à necessidade de um único indivíduo. Aqui estão inseridos, por exemplo, vestuários e alimentos. 
Já os bens coletivos, não estão sujeitos a um indivíduo, mas sim que possam atender à necessidade de um grupo amplo de pessoas e até mesmo da totalidade dos indivíduos de um país. A abrangência é muito maior. O mais clássico exemplo de bem coletivo é a segurança nacional, poisprotege a todos os cidadãos de um país.
Mas também existem bens coletivos cuja abrangência é reduzida um menor número coletivo, tal como ocorre com os clubes nas cidades, onde os bens pertencem aos seus sócios, e mesmo estes têm regras claras a cumprir. Ou seja, são bens coletivos, mas com algum tipo de restrição. 
Essas questões econômicas são muito trabalhadas no âmbito do direito quando se estuda as questões patrimoniais dos bens e a questão dos interesses destes, existindo na doutrina desde bens individuais, passando pelos coletivos e agora, desde o final do século passado com proteção nos denominados interesses difusos.
Diferente do que ocorre com as necessidades humanas, os recursos de que dispõe a humanidade para satisfazer as suas necessidades são finitos. Essa limitação dos recursos ocorre, ainda que se considere que, até o momento, as sociedades humanas tenham sido bem sucedidas nos progressos tecnológicos.
Para entender melhor essa situação, é preciso assimilar os conceitos de bens econômicos e recursos produtivos.
Os bens econômicos são tangíveis e se caracterizam, de forma geral, pela utilidade e insuficiência. Eles supõem um esforço humano para serem conseguidos e, exatamente por isso, são comercializados. Além disso, os bens econômicos contrapõem-se aos bens livres, que, apesar de também serem úteis, não são escassos.
Os bens econômicos podem ser classificados segundo vários critérios de duas maneiras:
Quanto à natureza
Bens materiais (com características físicas de peso, forma, dimensão): ex: alimentos, máquinas e terras
 
Bens imateriais (de caráter abstrato): ex: serviços prestados, tais como consulta médica ou consulta jurídica.
 
Quanto ao destino
 
Bens de consumo: atendem de forma direta a uma determinada necessidade (podem ser duráveis ou não duráveis): ex: automóvel
 
Bens de produção: fazem parte da cadeia produtiva cujo objeto final é um bem de consumo: ex. matérias primas, os serviços dos operários (podem se chamados de bens de capital quando forem bens de caráter fixo, ex: máquinas)
 
Na doutrina econômica e jurídica diversas outras classificações surgem, razão pela qual não são absolutas.
 
É importante observar que o conceito de bem econômico se diferencia de qualquer conceito de bem contido em direito, o qual será estudado detalhadamente ao longo do curso de direito civil.
Já os recursos produtivos, também conhecidos como fatores de produção, são os elementos básicos a partir dos quais se obtêm os bens e os serviços.
Os três principais recursos produtivos são a terra (áreas cultiváveis e mineradoras, florestas), o trabalho e o capital (bens de capital).
Logo, percebe-se que à economia interessa observar a existência de necessidades humanas que devem ser satisfeitas com bens econômicos e não a discussão filosófica dessas necessidades.
Alguns exemplos poderão indicar a complexidade desta questão, pois, enquanto para pobres a alimentação básica é uma necessidade, para os ricos a necessidade é uma alimentação requintada; quem vive numa residência media pode sentir necessidade de morar numa mansão em um bairro luxuoso.
Pode-se concluir que o objeto da ciência econômica é o estudo da escassez.
Daí, resumidamente a conhecida definição de que a Economia é uma ciência social que trata da administração dos recursos escassos disponíveis; é o estudo da organização social que possibilita aos homens satisfazerem a suas necessidades de bens e serviços escassos; ou é a ciência que cuida da escolha entre o que, como e para quem produzir.
Dessa forma percebe-se que a escassez é estruturada da seguinte forma:
 
Necessidades humanas ilimitadas + Recursos produtivos limitados = Escassez
 
Como se observa acima a escassez advém não só da limitação dos recursos produtivos, mas também das amplas necessidades humanas.
Considerando simultaneamente essa demanda infinita e a possibilidade de esgotamento dos recursos usados para atendê-la, temos uma situação crítica com a qual a sociedade deve lidar.
Em outras palavras, a escassez precisa ser administrada, levando em conta a urgência das necessidades humanas e a limitação dos recursos que são usados para atendê-las.
Logo, a economia é uma ciência social que estuda como as pessoas e a sociedade decidem empregar recursos escassos – que poderiam ter utilização alternativa – na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade.
 
Portanto, como pensar a Economia?
 
A ciência econômica é pensada a partir de modelos, concebidos no intuito de explicar e prever diversos fenômenos.
Modelos são representações simplificadas da realidade ou das principais características de uma teoria.
O crescimento econômico, a inflação, o desemprego, o comportamento de consumo de determinada classe social são temas frequentemente abordados pelas construções teóricas econômicas.
Assim cada nação acaba por escolher entre os sistemas econômicos qual aquele modelo que deve seguir.
 
Sistemas econômicos
 
Sistema econômico, rigorosamente, implica um conjunto orgânico de instituições através do qual a sociedade irá enfrentar o problema da escassez. Em outras palavras, é o conjunto de instituições destinado a permitir a qualquer grupo humano administrar seus recursos escassos com um mínimo de proficiência, evitando o quanto possível a dispersão dos mesmos.
De modo geral, para conhecer um sistema econômico, as três perguntas distintas são formuladas, que permitem a compreensão de um sistema econômico: o que produzir, como produzir e para quem produzir.
Como os recursos da sociedade são escassos, cada vez que uma decisão é tomada, exclui-se automaticamente a outra alternativa disponível para a utilização daquele recurso escasso. Logo, o conceito de custo de oportunidade, aplicável a outras áreas do pensamento econômico, pode ser definido como o custo de algo em termos de oportunidade renunciada.
Cada sistema econômico é composto por três elementos básicos:
Estoque de recursos produtivos (recursos humanos, capital, terra, reservas naturais e tecnologias)
Complexo de unidades de produção (empresas)
Conjunto de instituições políticas, jurídicas e econômicas
Assim, há três formas de se organizar a produção num sistema econômico:
Sistema de tradição: possui índole mágico-religiosa. Caracteriza as sociedades arcaicas, como a antiga civilização egípcia.
Sistema de autoridade: baseia-se na crença na capacidade de previsão e execução dos órgãos centrais de direção (o Estado). Não acredita na autonomia como diretriz de solução para as questões econômicas. Um exemplo é o sistema socialista (modelo real).
Sistema de autonomia: fundamenta-se na capacidade coordenadora do mercado (“mão invisível”), bem como no princípio hedonista da “lei do menor esforço”. Seu motor principal é o agente racional. Corresponde ao sistema capitalista.
Atualmente as nações trabalham com os dois últimos sistemas, ou, ainda, alguma forma intermediária de autuação. 
Evidentemente que em face do mundo contemporâneo o sistema capitalista ou economia de mercado (ou de autonomia) é o mais adotado pelas nações.
Outra classificação estuda somente dois sistemas básicos vigentes:
Sistema socialista (ou economia centralizada): conhecida como economia planificada, pois as decisões econômicas são tomadas por um órgão central de planejamento (ex: antiga URSS)
Sistema capitalista (ou economia de mercado): onde as forças do mercado exercem suas atividades e com isto a livre iniciativa e propriedade privada tem destaque (ex: EUA).
 
Sistema econômico de autonomia
Para compreender melhor como se configura o sistema econômico de autonomia atualmente é importante que se assinale alguns importantes marcos históricos.
No século XVIII entrou em curso a primeira Revolução Industrial, baseada na invenção da máquina a vapor. Com esse avanço tecnológico, a indústria passou a substituir aos poucos o artesanato no continente europeu, tendo a Inglaterra como polo irradiador de mudanças. O século XVIII também acompanhou o desenvolvimentoda teoria liberal política, que surgiu como contestação ao Absolutismo.
Um de seus grandes expoentes foi o filósofo inglês Adam Smith. A Riqueza das Nações, obra de sua autoria, sintetiza perfeitamente as concepções liberais e progressistas daquele período e foi publicada em 1776 (no mesmo ano em que se proclamou a independência dos Estados Unidos da América). Além disso, A Riqueza das Nações marca o nascimento do pensamento econômico – quando ele finalmente se propõe como ciência social.
Já no século XIX, conforme a ciência econômica se consolidava e ganhava cada vez mais destaque na sociedade, acompanhou-se o surgimento da corrente utilitarista, cujo princípio básico é o de que os atos não devem ser avaliados como moralmente certos ou errados pelas intenções que carregam, mas pelas consequências que trazem (ganhos possíveis).
Essa visão enraizou-se no pensamento econômico, oferecendo-lhe ampla fundamentação até os dias atuais. Entretanto, vale dizer que a concepção utilitarista se opõe – até radicalmente – ao modo pelo qual o direito se estabelece na sociedade. De fato, a grande maioria das regras no direito contêm uma valoração, isto é, um julgamento do que é certo ou errado, deixando afastadas as consequências que implicarão ao serem postas em prática. Por outro lado, as decisões econômicas somente focam em um resultado que deve ser idealmente favorável.
Economia normativa e positiva
Os argumentos positivos explicam como os fenômenos de fato são e, sob essa perspectiva, pretendem compreender e prevê-los no mundo real. Por outro lado, os argumentos normativos tentam encontrar uma alternativa para a constituição dos fenômenos, isto é, estabelecem como eles deveriam ser. Esse julgamento é normalmente feito com base moral. A economia positiva e a economia normativa se relacionam intimamente uma vez que “é preciso entender para prever e prever para entender”.
Quando é necessário tomar uma decisão, o economista tem de recorrer a algum desses dois aspectos. Por exemplo, no combate à inflação, várias políticas podem ser adotadas, algumas das quais podem prejudicar parte da sociedade.
Assim, acaba sendo necessário escolher entre adotar medidas radicais para resolver o problema do aumento dos preços (utilitarismo) ou adotar medidas mais moderadas, de leve impacto tanto na sociedade (por exemplo, evitando o que o desemprego se agrave) quanto no problema a ser solucionado.
Com isto surge a necessidade de se dividir o estudo da economia em dois grandes segmentos: Microeconomia e Macroeconomia
É possível adotar dois campos de estudo na economia, um mais restrito e outro mais abrangente: eles correspondem, nessa ordem, à microeconomia e à macroeconomia.
A microeconomia (ou teoria dos preços) considera o comportamento das unidades econômicas e dos mercados em que operam, por exemplo, sob a perspectiva dos preços de determinado produto (ex: o café, o tomate, os automóveis). Estuda então a formação do preço no mercado.
A macroeconomia volta-se para agregados mais amplos, como o mercado de uma nação inteira, levantando questões como: por que os produtos estão ficando mais caros? O que fazer para alavancar o crescimento econômico desse país? Por que é tão alto o índice de desemprego? Enfim, em analogia, a macroeconomia seria uma “floresta” da qual pertenceriam várias “árvores”, cada qual um pequeno universo analisado correspondente a cada perspectiva da microeconomia. Portanto estuda o comportamento da economia como um todo.
 2. A Evolução do Pensamento Econômico
 
A economia não é estudada só no mundo moderno-contemporâneo. Durante muito tempo, a economia constituiu um conjunto de preceitos ou de soluções adaptadas a problemas particulares.
Na antiguidade grega, por exemplo, aparecem apenas algumas ideias econômicas, fragmentadas em estudos filosóficos e políticos, mas sem o brilho dos trabalhos nos campos da filosofia, ética, política, mecânica, ou geometria.
Embora o termo "econômico" (de oikos, casa, e nomos, lei) tenha sido utilizado pela primeira vez por Xenofontes, na obra do mesmo nome (no sentido de princípios de gestão dos bens privados), os autores gregos não apresentaram um pensamento econômico independente. De modo geral, trataram apenas de conhecimentos práticos de administração doméstica (dos lares).
Na antiguidade romana, igualmente, não houve um pensamento econômico geral e independente, embora a economia de troca fosse mais intensa em Roma do que na Grécia.
Na idade média, principalmente do século XI ao XIV, surgiu uma atividade econômica regional e inter-regional (com feiras periódicas que se tornaram célebres, como os de Flandres, Champagne, Beaucaire, e outras) organizaram-se corporações de oficio, generalizaram-se as trocas urbanos-rurais, retomou novo impulso o comercio mediterrâneo (Gênova, Piza, Florença e Veneza tornaram-se os grandes centros comerciais da época) etc. A igreja procurou "moralizar" o interesse pessoal, reconheceu a dignidade do trabalho (manual e intelectual), condenou as taxas de juro, buscou o "justo preço", a moderação dos agentes econômicos, e o equilíbrio dos atos econômicos.
 De 1750 a 1870 começou a ser desenhada a economia como ciência, e este período foi marcado por diversos movimentos, entre eles se destacam os seguintes:
 
A Fisiocracia: movimento que não existia em 1750, a fisiocracia empolgou tout Paris e Versalhes de 1760 a 1770, mas por volta de 1780 este movimento já estava esquecido, exceto por alguns economistas.
Considerado por muitos autores, mais uma "seita" de filósofos-economistas do que uma escola econômica, este movimento surgiu e desapareceu como um meteoro. Os fisiocratas conseguiram atento auditório entre os fidalgos da corte e os governantes da época: Catarina(Russia) Estanislau(Polonia) e outros.
A Fisiocracia impôs-se primeiramente como doutrina da Ordem Natural: O universo é regido por leis naturais, absolutas, imutáveis e universais, desejadas pela Providencia divina para a felicidade dos homens. Estes, por meio da razão, poderão descobrir essa ordem.
 
A Escola Clássica: Embora a grande maioria dos autores tenha feito de Smith o apologista da nascente classe industrial capitalista, a verdade é que sua simpatia voltava-se frequentemente para o operário e o trabalhador da terra, opondo-se aos privilégios e à proteção estatal que apoiavam o "sistema mercantil".
O modelo teórico de desenvolvimento econômico de Smith constituía parte integrante de sua política econômica: ao contestar o padrão mercantilista de regulamentação estatal e o controle, apoiava a suposição de que a concorrência maximiza o desenvolvimento econômico e de que os benefícios do desenvolvimento seriam partilhados por toda a sociedade.
 
O Marxismo: Karl Max opôs-se aos processos analíticos dos clássicos e às suas conclusões, com base no que Lenin considerou a melhor criação da humanidade no século XIX: a filosofia alemã, a economia política inglesa e o socialismo francês.
Criticou a doutrina populacional de Matheus com base nas diferenças características dos diversos estágios da evolução econômica e seus respectivos modos de produção, afirmando que uma mudança no sistema produtivo poderá converter em excedente demográfico uma aparente escassez populacional.
Marx modificou a análise de valor, apesar de ter utilizado vários componentes da versão clássica da teoria do valor-trabalho, desenvolveu conceitos que se tornaram muito conhecidos, como por exemplo, o de mais valia, capital variável, capital constante, exercito de reserva industrial e outros.
 
Porém, entre as correntes de pensamento e os teóricos que contribuíram para o desenvolvimento da ciência econômica que acompanha o sistema capitalista importante estudá-las por espaços temporais e seus principais expoentes.
 
O começo: mercantilistas e fisiocratas
 
Ambas as correntes se desenvolveram previamente à consolidação da ciência econômica, nos séculos XVI e XVII. Nessa época, o mundo europeu já passava por várias transformações.
No campo político, o Absolutismo monárquicodelineava-se em vários cantos do continente, encerrando um longo período de descentralização do poder (feudalismo), o qual passou a concentrar-se nas mãos de um soberano (monarca). No século XVI, iniciou-se a expansão marítimo-colonial, liderada pelos países da península Ibérica: Portugal e Espanha.
Logo em seguida, outras nações fizeram parte do processo, como a Inglaterra e a França. Foi nesse contexto que surgiu a corrente mercantilista, preocupada em explicar a nova realidade que se abria para os europeus.
O mercantilismo propunha-se a determinar precisamente como poderia enriquecer uma nação.
A resposta encontrada foi o comércio, ou seja, o intercâmbio de mercadorias com base em uma unidade de valor (a moeda) seria a prática que conduziria o país que desejasse acumular riquezas ao sucesso.
Para garantir o lucro, os países da época adotaram medidas protecionistas, visando manter sua balança comercial positiva – quando as exportações superam as importações. As relações econômicas entre metrópoles e colônias consagraram-se através do Pacto Colonial, que estabelecia regras de exclusividade.
Por exemplo: no Brasil, somente portugueses poderiam praticar o comércio e, no mesmo sentido, os brasileiros somente poderiam vender sua produção (agrícola, predominantemente) para Portugal. Qualquer atividade comercial que desrespeitasse esses moldes seria considerada contrabando, sujeitando seus praticantes a uma determinada pena. Ao mesmo tempo, estimulava-se que as colônias vendessem o máximo possível para suas respectivas metrópoles, a fim de que estas pudessem revender com lucro para outras nações.
Outra característica importante do mercantilismo foi o metalismo: em tese, o país que detivesse mais ouro, prata e outros metais preciosos seria, na mesma proporção, o mais rico. Portugal e Espanha dedicaram suas economias intensamente à mineração, o que, no entanto, lhes trouxe uma série de prejuízos.
Já a corrente fisiocrata (palavra que se origina do termo grego physis) desenvolveu-se a partir do século XVII na França e estabeleceu, diferentemente da mercantilista, que a riqueza advém da natureza.
Segundo esse raciocínio, a agricultura seria a principal atividade econômica, subordinando a indústria. Por exemplo: ao plantarmos e irrigarmos uma semente, após certo tempo, ela se desenvolve e, quando a nova planta alcança um estágio de amadurecimento, pode-se colher seus frutos para subsistência ou aproveitar sua madeira em alguma técnica.
Essa noção, por mais natural que possa parecer, revela-se um pouco ingênua, por uma série de motivos. Principalmente porque ignora quase que por completo a questão da produtividade agrícola. É fácil perceber que, utilizando recursos tecnológicos como insumos e fertilizantes obtidos da atividade industrial, tal produtividade aumenta consideravelmente. Assim, o papel da indústria é bastante relevante, principalmente nos dias atuais.
 
A Escola Clássica
 
O escocês Adam Smith foi amplamente influenciado pelos fisiocratas, tendo convivido com expoentes desta corrente como os franceses François Quesnay e Turgot (que também exerceram, em períodos distintos, o cargo de ministro das finanças do Estado absolutista francês).
Entretanto, ele já julgava que não só a agricultura teria um importante papel a desempenhar na economia, mas também a indústria e o comércio. A primeira Revolução Industrial foi acompanhada de perto por Adam Smith, que, devido ao fato de perceber as várias mudanças implicadas no sistema econômico capitalista graças a essa nova situação histórica, conseguiu elaborar de forma original uma teoria que abriu os precedentes para a consolidação do estudo econômico como verdadeira ciência, calcada na observação e interpretação da realidade.
Em sua obra mais importante, A Riqueza das Nações, Smith preocupa-se em responder estas três perguntas:
1. Que fatores são responsáveis pelo crescimento humano?
2. Se o homem é egoísta por natureza, por que a sociedade não acaba, isto é, não se desagrega?
3. Para onde caminha a sociedade?
 
Adam Smith, quanto à primeira indagação, entende que o crescimento econômico e a prosperidade dos países advêm do trabalho humano, cujo desempenho estaria condicionado por duas variáveis: a divisão de tarefas e a proporção de trabalhadores produtivos em relação aos improdutivos. O papel da divisão de tarefas é elucidado a partir do clássico exemplo da fabricação de alfinetes, cujo método já possuía uma sistematização no século XVIII.
Tal divisão tem como fundamento o princípio de que, quando etapas separadas de um processo são delegadas a várias pessoas, que as executam com rapidez e destreza, a produtividade final será bem maior, comparando-se ao desempenho de apenas uma pessoa realizando todas as etapas do mesmo processo.
Leia o texto abaixo, extraído de A Riqueza das Nações, para compreender melhor esse conceito:
Tomemos, pois, um exemplo, tirado de uma manufatura muito pequena, mas na qual a divisão do trabalho multas vezes tem sido notada: a fabricação de alfinetes. Um operário não treinado para essa atividade (que a divisão do trabalho transformou em uma indústria específica) nem familiarizado com a utilização das máquinas ali empregadas (cuja invenção provavelmente também se deveu à mesma divisão do trabalho), dificilmente poderia talvez fabricar um único alfinete em um dia, empenhando o máximo de trabalho; de qualquer forma, certamente não conseguirá fabricar vinte. Entretanto, da forma como essa atividade é hoje executada, não somente o trabalho todo constitui uma indústria específica, mas ele está dividido em uma série de setores, dos quais, por sua vez, a maior parte também constitui provavelmente um ofício especial.
Um operário desenrola o arame, um outro o endireita, um terceiro o corta, um quarto faz as pontas, um quinto o afia nas pontas para a colocação da cabeça do alfinete; para fazer uma cabeça de alfinete requerem-se 3 ou 4 operações diferentes; montar a cabeça já é uma atividade diferente, e alvejar os alfinetes é outra; a própria embalagem dos alfinetes também constitui uma atividade independente. Assim, a importante atividade de fabricar um alfinete está dividida em aproximadamente 18 operações distintas, as quais, em algumas manufaturas são executadas por pessoas diferentes, ao passo que, em outras, o mesmo operário às vezes executa 2 ou 3 delas.
Vi uma pequena manufatura desse tipo, com apenas 10 empregados, e na qual alguns desses executavam 2 ou 3 operações diferentes. Mas, embora não fossem muito hábeis, e portanto não estivessem particularmente treinados para o uso das máquinas, conseguiam, quando se esforçavam, fabricar em torno de 12 libras de alfinetes por dia. Ora, 1 libra contém mais do que 4 mil alfinetes de tamanho médio. Por conseguinte, essas 10 pessoas conseguiam produzir entre elas mais do que 48 mil alfinetes por dia. Assim, já que cada pessoa conseguia fazer 1/10 de 48 mil alfinetes por dia, pode-se considerar que cada uma produzia 4 800 alfinetes diariamente.
Se, porém, tivessem trabalhado independentemente um do outro, e sem que nenhum deles tivesse sido treinado para esse ramo de atividade, certamente cada um deles não teria conseguido fabricar 20 alfinetes por dia, e talvez nem mesmo 1, ou seja: com certeza não conseguiria produzir a 240ª parte, e talvez nem mesmo a 4 800ª parte daquilo que hoje são capazes de produzir, em virtude de uma adequada divisão do trabalho e combinação de suas diferentes operações.
 
Adam Smith possui uma visão otimista quanto ao futuro da sociedade, que se justificaria porque, nesse tempo, o sucesso de negócios empresariais acabaria se revertendo em benefícios para os trabalhadores, na forma de salários mais vantajosos. Exemplo atual disso seria a conquista de regulamentação profissional das empregadas domésticas, que veio acompanhada de melhores condições de serviço e remuneração.
Nesta corrente também se destaca David Ricardo (1722-1823).
David Ricardo busca fornecer à teoria econômica uma explicação para a distribuição do excedente entre as diversasclasses sociais, importante preocupação que não havia sido abordada por Adam Smith. Além disso, ele formalizará muitos conceitos econômicos, conquistando o papel de maior influente entre os clássicos. Dentre sua vasta produção, é importante estudar as seguintes construções: a teoria do valor e a teoria das vantagens comparativas.
A primeira teoria estabelece que o produto ou a mercadoria valem exatamente a quantidade de trabalho nestes incorporada, ou seja, a soma de trabalho mediato e imediato.
Sua significação na realidade se estabelece da seguinte maneira: se uma mercadoria for produzida pelo emprego de uma máquina e um trabalhador, entram no cálculo do valor da mercadoria tanto o custo em trabalho do trabalhador (gasto imediato) como o custo do trabalho incorporado à máquina (gasto mediato).
Isto, entretanto, não explica os preços de determinado produto no mercado, uma vez que eles também oscilam de acordo com sua oferta e procura.
Por sua vez, a teoria das vantagens comparativas estabelece que o comércio entre nações que se especializam na produção dos itens para os quais estão mais aparelhadas é benéfico para todas as partes.
Como exemplo pode-se citar o câmbio entre Portugal (vinhos) e Inglaterra (tecidos): a troca de excedentes entre esses países manteria suas economias funcionando e gerando recursos para que se melhorasse a sua especialização.
Esse argumento foi uma poderosa arma nas mãos dos adeptos do livre comércio. Contudo, já no século XX, foi alvo de críticas da CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina da ONU) e de Raul Prebisch, uma vez que possibilitaria a deterioração dos termos de troca, favorecendo a parte cujo sistema de produção seria comparativamente mais eficiente.
Outro estudioso foi Thomas Malthus (1766-1824).
Thomas Malthus foi contemporâneo de David Ricardo e sua literatura foi largamente influenciada pelos acontecimentos de seu tempo: a Revolução Industrial, a Revolução Francesa e as guerras napoleônicas.
Seu Ensaio sobre o princípio da população enuncia que a causa de todos os males sociais está na fertilidade humana, sendo a guerra e as epidemias ferramentas de controle do aumento populacional – que tenderia à derrocada da civilização. É necessário dizer que essa concepção, embora supostamente encontrasse amparo na época em que foi elaborada, foi desmentida, dentre outros fatores, pelos recentes avanços tecnológicos na agricultura, cuja produção, a partir da Revolução Verde, nunca foi tão alta e capaz de sustentar as populações humanas.
Malthus também preocupou-se com o problema da superprodução, por não acreditar na concepção liberal dominante na época de que “para cada oferta haveria uma demanda” (lei de Say).
Uma solução sugerida para esse dilema foi o aumento da demanda por bens de consumo, isto é, do papel das camadas consumidoras de produtos úteis e empregados nas mais diversas áreas do dia-a-dia. Essa sugestão foi posteriormente aproveitada por John Keynes, já no século XX.
Destaque merece a denominada “Era Neoclássica” (1870-1930).
Enquanto os clássicos (Adam Smith, David Ricardo, Thomas Malthus e Karl Marx) estudaram as relações de produção que surgiam entre indivíduos, o enfoque da escola neoclássica ou marginalista foi bem outro: as relações que se estabelecem entre a produção material e seres humanos.
A preocupação principal dos teóricos que a desenvolveram (William Jevons, Carl Menger e Léon Walras) foi a alocação ótima de recursos entre fins alternativos (oferta = demanda), que culminou na formulação das ideias de escassez e acréscimos marginais. Além disso, elaboraram-se os conceitos de utilidade total e utilidade marginal, relacionados ao valor possuído por determinado produto. A utilidade total representa uma tendência progressiva, mas tendente a um estado de equilíbrio; por sua vez, a utilidade marginal é concebida como supérflua e, neste sentido, é propensa a decair. Em termos mais concretos: a utilidade total corresponderia à frase “sempre é útil um carro a mais”, enquanto a utilidade marginal satisfaria a seguinte proposição: “o segundo carro é menos útil que o primeiro”.
Com base nas informações sobre utilidade, os agentes de mercado tomam suas decisões sobre a alocação de recursos. Num mercado livre, as flutuações permitiriam que as quantidades e os preços se adaptassem até atingir o equilíbrio.
Dentre os estudos conduzidos, encontra-se o de Vilfredo Paretto (1848-1923), para quem um sistema desfruta satisfação econômica máxima quando ninguém pode ter sua situação melhorada sem piorar a de outrem. Num mercado isolado, isso significa que a venda abaixo do preço de equilíbrio geraria escassez, deixando parcela da demanda não atendida. Do mesmo modo, a venda acima do preço de equilíbrio geraria excesso de oferta, o que significa desperdício.
Veja-se que tais condições somente pode funcionar sob a égide da concorrência perfeita.
Como o próprio nome diz, ela é perfeita e corresponde à situação em que, teoricamente, a geração de riqueza para a sociedade é máxima. Porém, não existe nada perfeito e os cenários a serem estudados se aproximam dele. Logo, a concorrência perfeita é um modelo totalmente livre. As premissas deste modelo dificilmente se encontram na realidade.
Veja-se apenas algumas destas hipóteses:
a) Muitos vendedores e muitos compradores (atomização do mercado ou ausência de poder econômico);
b) Homogeneidade do produto (produto deve ser igual ou muito semelhante);
c) Mobilidade das empresas (empresas podem entrar e sair do mercado a qualquer tempo sem custos irrecuperáveis);
d) Racionalidade: todos os agentes agem com racionalidade, fazendo uma análise custo benefício antes da tomada das decisões;
e) Transparência do mercado: todos os consumidores possuem acesso a todas as informações para tomada de suas decisões;
f) Inexistência de externalidades; e
g) Plena mobilidade de bens, ou seja, não há custo de transporte.
 
O Keynesianismo
 
Finalmente surge no Século XX um grupo de estudiosos baseados no denominado “Keynesianismo”.
Em 1929, a Crise da Bolsa de Valores de Nova Iorque gerou uma crise econômica sem precedentes. Houve uma elevação dramática do desemprego e a maioria das tentativas de remediar os efeitos nefastos se mostraram infrutíferos a princípio. Tais medidas partiam da Lei de Say, a qual afirmava que o processo de produção capitalista é um processo de geração de rendas, de modo que toda a oferta gerava a sua demanda.
Contudo, os fatos não correspondiam à realidade. As medidas do New Deal implementadas nos Estados Unidos a partir de 1932 pelo Presidente Roosevelt começavam a ter resultado, mas ainda assim, careciam de base ou explicação teórica. Os sindicatos começam a romper a lei da oferta e da demanda no mercado de trabalho, na medida em que não permitem mais a queda dos salários em termos nominais. Constatou-se que a concorrência perfeita era, em realidade, um modelo distante da realidade.
Neste contexto, em 1936, John Maynard Keynes (1883-1946) publicou a sua Teoria Geral da Moeda e dos Juros.
Keynes parte do pressuposto de que os problemas do desemprego e da distribuição desigual de renda pode ser eliminados por meio de Estado. Para tanto, rebate a lei de Say, argumentando que a demanda efetiva era composta de bens de consumo (função renda), mas também de bens de investimento (função de juros e expectativa quanto aos lucros).
A função renda é determinada pelos gastos de consumo e investimento. O consumo tende a ser estável e o aumento da aumento de renda aumenta o consumo em proporção menor. Assim, haveria uma relação entre a renda e o investimento: a renda seria determinada em grande parte pelo investimento. Como este se sujeita às expectativas, logo a instabilidade do investimento explica a instabilidade do capitalismo.
Logo, a formulação do “Princípio da Demanda Efetiva” corresponde à negação da lei de Say. Gastos em consumo e investimento fomentariam a demanda, a qual, em seu turno, determinaria a produção. A demanda efetiva corresponderia, também, ao que se espera seja gastoem consumo e investimento.
As propostas do Keynesianismo tiveram um enorme impacto no século XX. Também chamado de neoliberalismo, as políticas keynesianas tiveram um papel fundamental na consolidação do Estado do Bem-Estar Social e amenizaram significativamente as crises até os anos 1970. A intervenção do Estado na economia, antes relegada a um papel meramente secundário e circunstancial, assume destaque na vida econômica dos países e a política econômica sobre ao centro das atenções, explicitando os fins corretivos a serem perseguidos mediante “distorções” impostas ao livre funcionamento do mercado.
3. O conceito de economia e o funcionamento do mercado
 
O conceito de economia e o funcionamento do mercado, com a análise da lei da escassez e as necessidades humanas torna interessante o estudo da economia.
A questão da oferta versus procura, preços e equilíbrio de mercado, juntamente com o estudo dos fatores de produção (produção e custos de produção) são essenciais para compreender a adequada análise da ciência como também da sua utilidade na prática diária.
Tudo surge com a denominada expressão “A Lei da Escassez e as Necessidades Humanas”, pois como já visto a ideia de economia pode ser facilmente apreendida a partir de duas constatações básicas, que seriam:
Primeiro: as necessidades humanas
Primeiramente não é possível estabelecer ou mesmo antever um limite para as necessidades humanas, principalmente numa sociedade consumista como a que vivemos.
O homem como um ser que está sempre à busca de coisas novas acaba criando novas necessidades, ou descobrindo maneiras diferentes de atender às antigas necessidades.
A constatação que fazemos hoje, é que diferença em relação aos dias atuais e os tempos mais antigos, encontra-se no ritmo dessas necessidades, que hoje é muito mais frenético, haja vista por exemplo, o numero de novos produtos que são lançados no mercado a cada dia.
Segundo: a lei da escassez
A escassez é uma dura realidade. Os recursos que a humanidade dispõe para satisfazer as suas necessidades são finitos e limitados.
A doutrina aponta que, “Tal limitação é insuperável, malgrado os sucessos da tecnologia em empurrar sempre adiante o ponto de ruptura, quando o exaurimento dos bens disponíveis à espécie humana levaria, senão ao colapso, pelo menos à progressiva estagnação de todo o processo econômico, o qual, em última análise, consiste na administração dos recursos escassos à disposição dos habitantes deste planeta. Sim, porque os recursos são sempre escassos, em maior ou menor grau, não importa”(cf. Fábio Nusdeo, p. 24).
Portanto, à medida que nossa sociedade “evolui” cresce também de forma exponencial a necessidades a serem satisfeitas, o que em muitos casos tem levado ao exaurimento dos recursos naturais, como é o casos, de muitas espécies de madeiras, que anteriormente havia em abundancia, e hoje já não existe mais.
Observando a sociedade consumista em que vivemos atualmente, e as sociedades primitivas que existiram, ou que em alguns casos ainda hoje existem, poderíamos ter a impressão de que o problema da escassez inexiste.
No entanto, se observar mais detidamente, pode-se constatar que a primeira esbarra no problema da saturação do meio-ambiente (extinção de espécies animais, vegetais e minerais) e a segunda sobreviviam (ou sobrevivem) à custa de uma drástica compressão das suas necessidades.
Conclui-se que os bens são escassos porque o seu suprimento não é e nem pode se tornar tão abundante a ponto de satisfazer todas as necessidades humanas. Desta forma, é inevitável que a cada momento o homem busque uma escolha ou opção entre usos alternativos para um mesmo produto.
Como exemplo disto, vemos nos dias atuais o homem buscar combustíveis alternativos ao petróleo, uma vez que a escassez deste e o seu exaurimento já está evidentemente anunciada pela própria construção planetária.
 
– Oferta x Procura, preços e equilíbrio de mercado.
 
Costuma-se definir a demanda ou procura individual como a quantidade de um determinado bem ou serviço que o consumidor deseja adquirir em certo período de tempo.
Cabe ressaltar dois elementos importantes nesta definição.
Em primeiro lugar, a demanda constitui-se em um desejo de adquirir algo, ou seja, é uma aspiração, um plano, e não a sua concretização ou realização. Sendo assim, não é correto afirmar que a demanda é uma compra, assim como a oferta não é uma venda.
Em segundo lugar, a demanda é um fluxo por unidade de tempo, ou seja, a procura é uma dada quantidade em um dado período de tempo. Quando, por exemplo, se afirma que o Mauro tem o desejo de adquirir um carro novo, não se pode dizer, simplesmente, que ele deseja um carro novo e isto é a sua procura. Mas, do que depende esta procura, ou este desejo de adquirir? Quais são os fatores ou variáveis que influenciam a procura?
Por esta teoria, a demanda é derivada de hipóteses sobre a escolha do consumidor entre diversos bens que seu orçamento permite adquirir. O que se deseja portanto, é explicar o processo de escolha do consumidor perante as diversas alternativas existentes.
Em existindo uma limitação no orçamento do consumidor, este procurará distribuir seu orçamento, ou seja, sua renda disponível, entre os diversos bens e serviços de forma a alcançar a melhor combinação possível, e que será aquela que lhe trará o maior nível de satisfação possível.
Para exemplificar utiliza-se o clássico exemplo doutrinário em que um individuo vá almoçar num restaurante, vamos verificar o que influencia sua escolha.
Recebendo o cardápio, a primeira coisa que ele olha são os preços. Assim, a escolha de um determinado prato, digamos um filé, depende não só do preço do filé, mas também do preço das outras carnes, do preço das massas, entre outros.
Pode-se verificar facilmente que quanto maior for o preço do filé, menos desejo terá este consumidor em consumi-lo. Desta mesma forma, quanto menor for o preço dos outros pratos, menor será ainda seu desejo em consumir o filé.
Este fenômeno se dá, porque o filé, as outras carnes e as massas são produtos substitutos entre si.
Percebe-se então, com este exemplo, que a escolha do consumidor é influenciada por algumas variáveis, que em geral serão as mesmas que influenciarão sua escolha em outras ocasiões.
Desta forma a demanda de um determinado bem X depende de uma série de fatores.
Os economistas consideram como mais relevantes os seguintes fatores :
- O preço do bem X (Px) – De fato, esta é a variável mais importante para que o consumidor decida o quanto vai comprar do bem; se o preço for considerado barato, provavelmente ele adquirirá maiores quantidades do que se for considerado caro.
- A renda do consumidor (Y) – Embora muitas vezes o consumidor considere atrativo o preço do bem X, ele pode não ter renda suficiente para comprá-lo como, por exemplo, se o bem X for um carro de luxo; por outro lado, se a renda do consumidor aumentar num período de tempo, provavelmente ele adquirirá maiores quantidades do bem X a um determinado nível de preço do que antes e menores, se a renda diminuir, de forma que esta é uma variável que condiciona a decisão de consumo.
- O preço de outros bens (Pz) – Se o consumidor deseja adquirir manteiga, por exemplo, ele não olhará somente o preço desta mas também o preço de bens substitutos tais como a margarina ou requeijão cremoso; da mesma forma, se ele desejar adquirir arroz, considerará não somente o preço do arroz, mas também o do feijão já que em nosso país, o consumo destes bens está frequentemente associado um ao outro.
- Os hábitos e gostos dos consumidores (H) – Esta é uma das variáveis das mais importantes porque, embora o preço do bem X esteja adequado, inclusive comparado ao de bens substitutos e o consumidor possua renda para adquiri-lo, muitas vezes deixa de fazê-lo por não estar habituado ou condicionado ao seu consumo.
Assim pode-se expressar a demanda do bem X através da seguinte expressão matemática:
Dx = f(Px,P¹, P²...Pn-1, R,G).
Onde:
Dx = demanda do bem X
Px = preço do bem X
Pi =preço dos outros bens, i = 1,2, ... n-1
R = renda
G= preferências
A demanda do bem X é, portanto, o resultante da ação conjunta ou combinada de todas essas variáveis. Entretanto, para que se possa analisar o efeito da demanda de uma mudança no valor de uma variável considerada isoladamente, os economistas recorrem à hipótese do “coeteris paribus”, expressão latina que significa tudo o mais permanecendo constante.
Os economistas denominam de Lei da Procura que é definida como: a quantidade procurada do bem X varia inversamente ao comportamento do seu preço, ou seja, se o preço do bem X aumentar, a sua quantidade demandada diminuirá e se o preço de X diminuir, a quantidade procurada do bem aumentará.
Px ↑ Dx ↓ e Px ↓ Dx ↑
Esta é uma hipótese plausível e já testada várias vezes para diversos produtos. Mas há uma limitação: que é “tudo o mais permanecendo constante”. É um efeito isolado. Na realidade, muitos efeitos aparecem conjuntamente, e é difícil fazer a separação de cada um.
Pode-se fazer uma curva mostrando a relação entre a demanda e o preço da mercadoria. Esta curva, chamada curva de procura, mostra a relação entre o preço do bem e a quantidade deste bem que o consumidor está disposto a adquirir num certo período de tempo, tudo o mais permanecendo constante, ou seja, não variando o preço dos outros bens, a renda e o gosto do consumidor.
 
Relação entre a quantidade demandada e o preço do bem
 
Normalmente tem-se uma relação inversa entre o preço do bem e a quantidade demandada, como já dissemos anteriormente, ou seja quando o preço do bem cai, este fica mais barato em relação aos seus concorrentes e, desta forma, os consumidores deverão aumentar seu desejo de comprá-lo.
De outra parte, quando o preço cai, o individuo fica mais “rico” em termos reais, e assim aumenta sua demanda.
 
Relação entre a procura de um bem e o preço dos outros bens
 
Para esta função não se tem uma relação geral: o aumento do preço do bem “i” poderá aumentar ou reduzir a demanda do bem “x”; a reação depende do tipo de relação existente entre os dois bens.
a) Se o aumento do preço do bem i aumentar a demanda do bem “x”, os bens “i” e “x” serão chamados de substitutos ou concorrentes. Como exemplo de bens substitutos temos: manteiga e margarina ; carne e massas, etc.
Desta forma os bens substitutos são aqueles em que o consumo de um deles exclui (mesmo que parcialmente) o consumo do outro.
Se margarina e manteiga são substitutos, o aumento no preço da manteiga tornará seu consumo menos atrativo que a margarina.
Já os bens concorrentes estão na mesma classificação, Ex. margarina A e Margarina B, e o consumidor opta em consumir um ou o outro, em função do preço dos dois bens.
b) Se o aumento do preço do bem i ocasionar uma queda na demanda do bem “x”, os bens serão chamados complementares, é o caso de pão e manteiga, café e leite, e isto ocorre porque o consumidor normalmente consome estes bens de forma simultânea.
 
Relação entre a procura de um bem e a renda do consumidor
 
Em geral existe uma relação crescente e direta entre a renda e a demanda de um bem ou serviço. Quando a renda cresce, a demanda do bem deve aumentar. O individuo, ficando mais rico, vai desejar aumentar seu padrão de consumo e, portanto, demandar maiores quantidades de bens e serviços.
Esta é a regra, e portanto existem as exceções. Primeiramente, pode ser que o individuo esteja totalmente satisfeito com o consumo de determinado bem e, portanto, não altere a quantidade procurada quando sua renda aumentar, que neste caso chamamos de consumo saciado.
Outra exceção encontra-se nos chamados bens inferiores. Estes bens têm sua procura diminuída quando o nível de renda do consumidor aumenta. Já quando a renda do consumidor diminui, o consumo destes bens aumentam. Exemplo: carne de segunda. Se o consumidor tiver sua renda aumentada, ele diminui o consumo desta carne, substituindo seu consumo pela carne de primeira, e se sua renda cai acontece justamente o inverso.
 
Relação entre a procura do bem e o gosto do consumidor
 
Neste caso analisa a influência do gosto do consumidor sobre sua demanda. Esta variável é influenciada principalmente por campanhas publicitárias. Se por exemplo determinada campanha publicitária convencer o consumidor de que o consumo de determinado produto faz bem à saúde, sua demanda por este bem aumentará, independentemente de sua renda.
 
Exceção à Lei da Procura
 
Há duas exceções à lei da procura: os chamados bens de Giffen e bens de Veblen.
Os bens de Giffen são bens de pequeno valor, porém de grande importância no orçamento dos consumidores de baixa renda. Caso haja uma elevação em seus preços, seu consumo paradoxalmente tende a aumentar, uma vez que, embora seu preço tenha sido majorado, são ainda mais baratos que os demais bens; como ao consumidor após o aumento, sobra menos renda, ele não poderá adquirir outros bens (por serem mais caros) e acabará consumindo maiores quantidades do bem de Giffen.
Os bens de Veblen são bens de consumo ostentatório, tais como obras de arte, jóias, tapeçarias e automóveis de luxo. Como o objetivo de seu consumidor é mostrar aos outros que é possuidor de grande renda (e não o consumo do bem em si), quanto mais caros, mais são procurados.
Tanto os bens de Giffen como os de Veblen têm curvas de demanda com inclinação positiva, ou seja, ascendentes da esquerda para a direita.
 
 
Valor, moeda e preço
 
Pode-se associar aos bens econômicos dois tipos de valor: o de uso e o de troca. Não se trata de categorias polares, classificatórias, mas de duas dimensões do fenômeno do valor que se sobrepõem. O valor de uso tem caráter individual-familiar; o de troca decorre da divisão do trabalho, levando à reiteração das trocas, da qual surge um consenso social quanto à utilidade e grau de escassez do bem. O valor de uso pode ser visto como um pressuposto do valor de troca. O valor de troca é o valor econômico de um bem.
A moeda é um instrumento de torça. Originariamente era uma mercadoria como outra qualquer utilizada no escambo, nos mercados, institucionalizando-se e padronizando-se gradativamente. Essa evolução tem levado a moeda, também, a uma crescente desmaterialização.
A moeda, além de ser um instrumento de troca, é também um padrão de valor, dando origem ao surgimento do preço que nada mais vem a ser do que o valor econômico expresso em unidades monetárias.
A moeda exerce ainda a importante função de reserva de valor. O processo inflacionário representa uma disfunção da moeda neste particular.
Deve-se observar a distinção entre “Economia” e “Finanças”. Quando o objeto de uma operação ou a natureza de uma situação disser respeito diretamente a questões monetárias, ou seja, de dinheiro, estar-se-á no campo das finanças. Quando tal objeto ou natureza tiverem como escopo principal o acesso a bens econômicos estar-se-á no campo da Economia. As finanças são um aspecto ou parte da economia.
Muito embora o valor econômico não se confunda com o valor no sentido ético-filosófico, os dois conceitos se tocam na medida em que aquele, para se manifestar, exige uma série de pressupostos institucionais e estes implicam a opção entre diferentes valores de natureza ético-filosófica. Logo, os valores éticos, subjacentes às instituições, levam a um determinado tipo de valor econômico.
Uma outra forma de ver o valor do bem é a do valor trabalho. Ela parte da ideia de que a natureza oferece todas as suas benesses ao homem de maneira gratuita, sendo unicamente o trabalho humano que as transforma em bens úteis. Assim, o valor de um bem seria dado pela quantidade de trabalho socialmente útil a ele incorporado.
As duas teorias do valor traem diferentes ideologias sobre a natureza da economia e da sociedade. Elas dão origem a dois tipos inteiramente diversos de sistemas econômicos.
 
A oferta
 
Vencido o conhecimento básico sobre demanda, importante é estudar a questão da oferta.
Define-se oferta como a quantidade de um bem ou serviço que os produtores

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