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Biofísica Visão e audição Prof. Dr. Walter F. de Azevedo Jr. azevedolab.net © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Índice de Refração A refração ocorre quando um feixe luminoso incide sobre um meio material transparente e sofre um desvio. Considerando-se um meio transparente, como o vidro, a luz ao incidir sobre este meio sofre uma diminuição da sua velocidade de propagação, quando comparada com a velocidade de propagação do feixe luminoso no ar. Além da mudança da velocidade de propagação, há um desvio da direção de propagação, como podemos ver na figura abaixo. Vidro Ar Feixes luminosos © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Índice de Refração Índice de refração do vidro Uma forma de quantificar a refração de um meio material é por meio do índice de refração. O índice de refração é determinado pela divisão da velocidade de propagação da luz no ar (vAr), pela velocidade da luz no vidro (vVidro), conforme a equação abaixo. Quanto maior a redução da velocidade de propagação da luz, ao entrar no vidro, maior será seu índice de refração. O índice de refração pode ser usado para caracterizar qualquer sistema ótico, tais como, lentes, instrumentos óticos e o olho. Velocidade de propagação da luz no vidro Velocidade de propagação da luz no ar © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. vidro Ar v v n Se a velocidade de propagação da luz no vidro passa para 200.000 km/s, temos que o índice de refração do vidro (n) é de 1,5, como mostrado abaixo. Observe que o índice de refração é uma grandeza física adimensional. km/s 200000 km/s 300000 v v n vidro Ar Lente Convexa A lente convexa focaliza os feixes luminosos de uma fonte distante, do lado esquerdo da figura, focalizando-o sobre um ponto, no outro lado da lente. Esse ponto é chamado de foco e a distância da lente até o foco de distância focal. A incidência de um feixe de luz de um lado da lente convexa gera um ponto focal, onde os feixes convergem, do outro lado da lente. Foco Lente convexa Feixes luminosos © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Lente Côncova A lente côncova diverge os feixes luminosos de uma fonte distante, ao contrário da lente convexa a lente côncova não apresenta ponto focal. Lente côncova Feixes luminosos © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Poder de Refração Podemos medir o poder de refração de uma lente a partir do conceito de dioptria. Definimos dioptria como a razão entre 1 metro e a distância focal da lente, assim uma lente com distância focal de 1 metro apresenta poder de refração de 1 dioptria, se a distância focal for de 0,5 m o poder de refração é de 2 dioptrias, com uma distância focal de 10 cm (0,1 m) temos 10 dioptrias. 1m f © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. f m 1 refração de Poder Humor aquoso (n=1,33) Disco ótico Fóvea Retina Músculo ciliar Câmara posterior Nervo ótico e vasos retinais Córnea (n=1,38) Pupila Índice de Refração do Olho Cristalino (n=1,40) Humor vítreo (n=1,34) Íris Zônula Ar (n=1,0) Esclerótica Coróide O olho humano é um sistema ótimo extremamente complexo, com componentes diversos apresentando diferentes índices de refração. A luz, ao chegar no olho, encontra a córnea e em seguida o humor aquoso, na passagem da córnea para o humor aquoso há uma redução do índice de refração. Depois a luz chega ao cristalino que apresenta o maior índice de refração (n = 1,40). A luz antes de chegar às células fotossensíveis atravessa o humor vítreo, que apresenta aproximadamente o mesmo índice de refração do aquoso. Mecanismo de Acomodação O olho é capaz de aumentar o poder de refração do cristalino, de 20 para até 34 dioptrias em crianças e jovens. Para isso, o cristalino modifica sua forma, de ligeiramente convexa, para uma forma com alta convexidade. Nos jovens, o cristalino é formado por uma cápsula elástica, repleta de fibras viscosas, de origem protéica e transparente. Quando o cristalino está relaxado, o mesmo assume forma quase esférica, devido à elasticidade da cápsula do cristalino (figura 2), com maior poder de refração. Humor aquoso Cristalino Córnea Íris Músculo ciliar A contração do músculo ciliar leva as inserções periféricas dos ligamentos do cristalino a tracionarem para frente, relaxando um pouco a tensão sobre o cristalino. Há uma redução do diâmetro do círculo das fixações de ligamento, permitindo uma menor tensão sobre o cristalino (figura 2). Humor vítreo 1) Menor refração 2) Maior refração (músculo ciliar relaxado) (músculo ciliar contraído) Zônulas Assim, quando ocorre a contração das fibras musculares lisas no músculo ciliar, o mesmo relaxa os ligamentos da cápsula do cristalino, que toma uma forma mais esférica, aumentando o poder dióptrico do cristalino (figura 2). Com o músculo ciliar relaxado, o poder dióptrico do cristalino é mínimo (figura 1). Resumindo, com o músculo ciliar contraído, temos máximo poder de refração. Com o músculo ciliar relaxado, o cristalino é tensionado, diminuindo o poder de refração do cristalino. Humor aquoso Cristalino Córnea Íris Músculo ciliar Humor vítreo Zônulas 1) Menor refração 2) Maior refração (músculo ciliar relaxado) (músculo ciliar contraído) Mecanismo de Acomodação Miopia e Hipermetropia O olho normal, ou emétrope, é mostrado na figura A. No olho normal objetos situados à distância são focalizados sobre a retina. No olho míope, a imagem é formada antes da retina, como mostrado na figura B. Na maioria das vezes, um globo ocular mais longo é a causa da miopia, ou, em outras vezes, o poder de refração muito grande do sistema de lentes do olho é a causa. No olho com hipermetropia a imagem é formada após a retina, como destacado na figura C. A hipermetropia é em geral devida a um globo ocular mais curto, ou, algumas vezes, devida a um poder de refração menor do sistema de lentes do olho, quando o músculo ciliar está relaxado. B) Miopia C) Hipermetropia A) Emetropia F o n te : h tt p :/ /w w w .o c u la rl a s e r. c o m /p a g in a s /a m e tr o p ia s /a m e tr o p ia s .h tm l A correção da miopia se faz com a colocação de lentes côncavas, que leva a imagem a se formar mais longe. Com o poder de refração adequado, a imagem se formará sobre a retina. Para determinar o grau adequado da lente côncova o procedimento de tentativa e erro é adotado, até determinar-se a lente que coloca a imagem sobre a retina, como mostrado na figura ao lado, nesta situação o usuário da lente terá uma sensação de vista em foco, corrigindo sua visão míope. Correção da Miopia F o n te : h tt p :/ /w w w .o c u la rl a s e r. c o m /p a g in a s /a m e tr o p ia s /a m e tr o p ia s .h tm l A correção da hipermetropia se faz com a colocação de lentes convexas, que leva a imagem a se formar mais perto. Com o poder de refração adequado, a imagem se formará sobre a retina. Para determinar o grau adequado da lenteconvexa o procedimento de tentativa e erro e também é adotado. A figura ao lado mostra a correção de hipermetropia, com a imagem formando-se sobre a retina. Correção da Hipermetropia F o n te : h tt p :/ /w w w .o c u la rl a s e r. c o m /p a g in a s /a m e tr o p ia s /a m e tr o p ia s .h tm l Astigmatismo O astigmatismo ocorre quando existe mais de um ponto focal (como mostrado na figura ao lado). Isto acontece porque a córnea não é perfeitamente esférica, mas sim ovalada. A córnea (ou mais raramente o cristalino) de um olho astigmático apresenta um formato da parede lateral de um ovo deitado, ou como bola de futebol americano. Para corrigir essa anomalia é necessário o uso de lentes cilíndricas. Tais lentes tem a capacidade de mudar a distância focal do olho, na direção onde o raio de curvatura da córnea difere de suas demais partes. F o n te : h tt p :/ /w w w .o c u la rl a s e r. c o m /p a g in a s /a m e tr o p ia s /a m e tr o p ia s .h tm l Humor aquoso Disco ótico Fóvea Retina Músculo ciliar Câmara posterior Nervo ótico e vasos retinais Córnea Pupila Cristalino Humor vítreo Íris Zônula Esclerótica Coróide São manchas ou pontos escuros no campo de visão. Em geral, são pequenas opacidades dentro de uma gelatina que temos dentro do olho, chamada humor vítreo. O vítreo preenche toda a cavidade posterior do globo ocular. Embora esses corpos flutuantes pareçam estar na frente do olho, eles estão realmente flutuando dentro da gelatina e a sombra deles é projetada sobre a retina, conforme a movimentação dos olhos. Moscas Volantes Humor aquoso Disco ótico Fóvea Retina Músculo ciliar Câmara posterior Nervo ótico e vasos retinais Córnea Pupila Cristalino Humor vítreo Íris Zônula Esclerótica Coróide São causadas por alterações que ocorrem no vítreo, o gel que preenche o olho, em decorrência da idade ou doenças oculares. Geralmente é acompanhado por um encolhimento ou condensação, chamado de descolamento do vítreo posterior, sendo essa uma causa bastante comum de moscas volantes. Elas podem resultar também de inflamações dentro dos olhos ou por depósitos de cristais que se depositam na gelatina do vítreo. Causas das Moscas Volantes Ilusão de Ótica As ilusões de ótica indicam uma segmentação entre a percepção de algo e da concepção desta outra realidade, a ordem de percepção não influencia a compreensão de algumas imagens. Principalmente nos últimos 20 anos, os cientistas mostraram um progresso na área óptica. As ilusões causam surpresa quando são percebidas de formas diferentes e até um certo tipo de divertimento. As ondas de luz penetram no olho, então entram em células fotorreceptivas na retina. A imagem formada na retina é plana, contudo, percebemos forma, cor, profundidade e movimento. Isso ocorre porque nossas imagens de retina, se em uma imagem 2D ou 3D, são representações planas em uma superfície encurvada. Para qualquer determinada imagem na retina, há uma variedade infinita de possíveis estruturas tridimensionais. F o n te : h tt p :/ /w w w .p o rt a ld a re ti n a .c o m .b r/ ilu s o e s /i n d e x .a s p Algumas ilusões trabalham exatamente no fato de sermos, juntamente como outros primatas, os únicos seres que percebem a noção de largura, altura e profundidade; uma das explicações para este fato é que temos os olhos na frente da cabeça e não dos lados como na maioria dos animais. A percepção que uma pessoa tem do mundo exterior de seu olho não depende apenas do órgão da visão, mas também de suas emoções, seus motivos, suas adaptações, etc. A Psicofísica estuda estas percepções e mostra que o mesmo estímulo físico pode produzir percepções muito variadas. Ilusão de Ótica F o n te : h tt p :/ /w w w .p o rt a ld a re ti n a .c o m .b r/ ilu s o e s /i n d e x .a s p Tipos de Ilusão de Ótica Ambíguas As imagens ambíguas, sempre contém mais de uma cena na mesma imagem. Seu sistema visual interpreta a imagem em mais de um modo. Embora a imagem em sua retina permaneça constante, você nunca vê uma mistura estranha das duas percepções sempre é uma ou a outra. A ilusão do vaso Rubim é uma ambígua ilusão figura/fundo. Isto porque podem ser percebida duas faces brancas olhando uma para a outra, num fundo preto ou um vaso preto num fundo branco. F o n te : h tt p :/ /w w w .p o rt a ld a re ti n a .c o m .b r/ ilu s o e s /i n d e x .a s p Escondidas São imagens que à primeira vista não apresentam nenhum significado, mas depois de observar você irá se surpreender. Na figura ao lado focalize seu olhar no pontinho preto no centro do círculo... Agora movimente-se para frente e para trás... (ainda olhando para o pontinho). Tipos de Ilusão de Ótica F o n te : h tt p :/ /w w w .p o rt a ld a re ti n a .c o m .b r/ ilu s o e s /i n d e x .a s p Letras Nossos olhos realmente nos enganam, aqui você descobrirá várias formas e tipos de letras que enganam nossa vista. Olhe abaixo e diga as CORES, não as palavras... Conflito no cérebro: o lado direito do seu cérebro tenta dizer a cor, enquanto o lado esquerdo insiste em ler a palavra. Tipos de Ilusão de Ótica F o n te : h tt p :/ /w w w .p o rt a ld a re ti n a .c o m .b r/ ilu s o e s /i n d e x .a s p Arte São obras publicadas de artistas consagrados com maravilhosas ilusões de óptica. Preste atenção: nesta imagem existem 9 pessoas. Tente encontrá- las... Tipos de Ilusão de Ótica F o n te : h tt p :/ /w w w .p o rt a ld a re ti n a .c o m .b r/ ilu s o e s /i n d e x .a s p Estrutura da Retina As células sensíveis à luz localizam-se na camada mais interna da retina, a luz incidente nas células fotorreceptoras atravessam diversas camadas, antes de sensibilizá-las. F o n te : h tt p :/ /w w w .d ip te c h .c o m .b r/ s e m in a rs /v is a o /m o n o g ra fi a /v is a o _ m o n o g ra fi a .h tm Seção da retina Luz Luz Após atravessar o sistema de lentes do olho e o humor vítreo, a luz atinge a retina na sua superfície interna, atravessando diversas estruturas, tais como, as células ganglionares, as camadas plexiformes e nucleares, até atingir a camada dos bastonetes e cones. Estrutura da Retina Camada pigmentar Camada de cones e bastonetes Camada nuclear externa Camada plexiforme externa Camada nuclear interna Camada plexiforme interna Camada de células gaglionares Camada da fibra nervosa Luz Luz A acuidade visual é reduzida, pois o sinal luminoso tem que atravessar um sistema de camadas, antes de chegar nas células fotossensíveis. Os cones são responsáveis pela visão de cores e os bastonetes são responsáveis, principalmente, pela visão no escuro. Estrutura da Retina Seção da retina Camada pigmentar Camada de cones e bastonetes Camada nuclear externa Camada plexiformeexterna Camada nuclear interna Camada plexiforme interna Camada de células gaglionares Camada da fibra nervosa Estrutura da Retina Luz Luz Seção da retina Camada pigmentar Camada de cones e bastonetes Camada nuclear externa Camada plexiforme externa Camada nuclear interna Camada plexiforme interna Camada de células gaglionares Camada da fibra nervosa Na região central da retina, (região foveal), as camadas iniciais são afastadas lateralmente, evitando parte da perda da acuidade visual. A camada pigmentar contém melanina, que tem função similar ao interior negro das câmaras fotográficas. A retina apresenta dois tipos de fotorreceptores: os cones e os bastonetes. Os cones são encontrados em maior concentração na fovea centralis e são responsáveis pela visão detalhada, precisa e colorida. Os bastonetes são encontrados em toda a retina periférica, sendo receptores muito sensíveis à luz, por isso, deles depende a visão em baixa intensidade luminosa. Os bastonetes possuem um pigmento fotossensível chamado rodopsina. O cromóforo da rodopsina é o 11-cis- retinal (Vitamina A). Esse cromóforo liga-se à opsina para formar o complexo binário rodopsina. Os fotopigmentos existentes nos cones são chamados de iodopsinas. Os cones possuem iodopsinas, que combinadas com o retinal formam três pigmentos distintos: Um sensível ao azul, outro ao verde e outro ao vermelho. Assim temos cones sensíveis a cada umas destas cores. Fotorreceptores Estrutura do 11-cis-retinal © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Segmento externo Segmento interno Terminal sináptico Na figura ao lado temos um diagrama do bastonete e do cone. Os bastonetes são geralmente mais longos e estreitos que os cones, apresentam diâmetro entre 2 a 5 m, enquanto os cones apresentam diâmetro variando de 5 a 8 m, com exceção da região foveal, onde os cones apresentam diâmetro de 1,5 m. No segmento externo do bastonete e do cone está localizada a substância sensível à luz. Para o bastonete é a rodopsina, e para o cone a iodopsina. Observa-se a presença de diversos discos nas estruturas de ambas células, tais discos nos cones são invaginações na membrana celular. A) Bastonete B) Cone Discos Espaço Citoplasmático Membrana Plasmática Cílio Mitocôndrias Núcleo Vesículas sinápticas Segmento externo Segmento interno Terminal sináptico Bastonete e Cone Segmento externo Segmento interno Terminal sináptico O terminal sináptico, mostrado no diagrama ao lado, é responsável pela comunicação com as células neuronais subseqüentes, chamadas células horizontais e bipolares. Essas células representam os estágios seguintes da visão. A) Bastonete B) Cone Discos Espaço Citoplasmático Membrana Plasmática Cílio Mitocôndrias Núcleo Vesículas sinápticas Segmento externo Segmento interno Terminal sináptico Bastonete e Cone Na escuridão, a membrana dos bastonetes apresenta canais iônicos abertos, permitindo a passagens de íons. É possível detectar um corrente elétrica (I) entre os dois segmentos do bastonete (corrente de escuro). O influxo iônico poder ser devido aos íons de Na+(em 90% dos casos), ou aos íons de Ca++ (em 10% dos casos). A corrente de escuro (I) mantém o bastonete a -40 mV, liberando um neurotransmissor, muito provavelmente glutamato, no nível de células bipolares e horizontais. Segmento externo Segmento interno Terminal sináptico Excitação dos Fotorreceptores F o n te : G a rc ia , E . A . C . B io fí s ic a . E d it o ra S a v ie r, 2 0 0 0 (p g . 2 6 9 ). F o n te : h tt p :/ /w w w .s c ie n c e o fs p e c tr o s c o p y .i n fo / A rodopsina é uma proteína transmembranar do bastonete. A absorção do fóton pelo 11-cis-retinal modifica sua estrutura tridimensional, resultando no isômero, trans- retinal. Tal mudança acarreta uma variação conformacional na estrutura da opsina, indicando que houve absorção da energia luminosa. Rodopsina GMPc GMPc Na+ PDE Rodopsina Canal de Na+ Transducina Absorção da Luz pela Rodopsina 1. Inicialmente a célula está no escuro, liberando glutamato para a célula pós- sináptica. © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. PDE: fosfodiesterase (enzima) GMPc: Guanosina monofosfato cíclica (nucleotídeo) GTP GDP GMPc GMPc Na+ PDE Rodopsina Canal de Na+ Transducina LUZ 2. Um fóton ativa um elétron no 11-cis-retinal, levando à ativação da rodopsina. Absorção da Luz pela Rodopsina © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. GTP: Guanosina tri-fosfato (nucleotídeo) GDP: Guanosina diosfato cíclico(nucleotídeo) GTP GDP GMPc GMPc Na+ PDE Rodopsina Canal de Na+ Transducina LUZ 3. A rodopsina ativa aproximadamente 500 moléculas de transducina, um tipo de proteína G, que converte GTP em GDP. Absorção da Luz pela Rodopsina © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. GTP: Guanosina tri-fosfato (nucleotídeo) GDP: Guanosina diosfato cíclico(nucleotídeo) GMPc GMPc Na+ PDE Rodopsina Canal de Na+ Transducina GTP 4. A transducina, na forma ativa, atua ativando várias moléculas de fosfodiesterase (PDE). Absorção da Luz pela Rodopsina © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. GMPc GMPc Na+ PDE Rodopsina Canal de Na+ Transducina GTP 5. A PDE ativada catalisa a hidrólise de GMPc, formando 5’-GMP (outro nuleotídeo), podendo catalisar a hidrólise de até 4000 moléculas de GMPc. A diminuição da concentração de GMPc leva ao fechamento dos canais de Na+. O GMPc, antes de ser hidrolisado, estava ligado aos canais de Na+ e Ca++, o que deixava esses canais abertos, em condições de escuridão. A hidrólise de GMPc provoca o fechamento dos canais de Na+ e Ca++. Absorção da Luz pela Rodopsina © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. GMPc GMPc Na+ PDE Rodopsina Canal de Na+ Transducina GTP 6. A absorção de um fóton é capaz de fechar milhares de canais de Na+. Com o fechamento desses canais iônicos a membrana hiperpolariza. A diminuição do potencial de membrana inibe a formação de glutamato, passando a informação da excitação luminosa para as células bipolares e horinzontais. Absorção da Luz pela Rodopsina © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. A figura ao lado mostra um diagrama esquemático de um cone, destacando- se os discos do segmento externo e, em seguida, sucessivas ampliações, indicando como as proteínas iodopsinas que estão inseridas na estrutura do cone. As iodopsinas são proteínas trasnsmembranas, como as rodopsinas, sendo que existem três tipos de iodopsina, uma para a cor vermelha, outra para o verde e uma para o azul. Estrutura do Cone F o n te : G a rc ia , E . A . C . B io fí s ic a . E d it o ra S a v ie r, 2 0 0 0 (p g . 2 6 8 ). Fenômenos ondulatóriossão comuns, desde de exemplos bucólicos, como uma onda formada num lago, a fenômenos não tão óbvios, como as ondas eletromagnéticas, que compõem a luz visível. A representação gráfica de ondas, normalmente satisfatória para os propósitos da biofísica, faz uso de funções periódicas, como a função seno, ao lado. A figura ao lado é a representação gráfica da função amplitude, A(x)= sen (x), com x variando de 0 a 2 unidades de distância (ud). Nesta representação a amplitude está em função da posição e varia de -1 a 1 unidades de amplitude (ua). Arquivo fonte para gerar a figura no Mathematica: diffraction_figure1.nb Ondas © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Podemos expressar a amplitude em função do tempo, para caracterizar a variação temporal, o gráfico ao lado é uma representação da função A(t)=sen(t), com t variando de 0 a 2 unidades de tempo (ut). A amplitude pode representar diversas grandezas físicas, tais como, amplitude de vibração, campo elétrico, pressão entre outras. O eixo x pode representar a variação em função do tempo ou da posição. Arquivo fonte para gerar a figura no Mathematica: diffraction_figure2.nb Ondas © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Caracterizamos as ondas mecânicas periódicas, ou ondas periódicas, pela oscilação dos átomos e moléculas que compõem o meio onde a onda se propaga. A freqüência da onda (f) é a freqüência de oscilação dos átomos e moléculas do meio. O período, T = 1 / f, é o tempo que leva para um átomo ou molécula particular passar por um ciclo completo do movimento de oscilação. O comprimento de onda () é a distância, entre dois átomos, que oscilam em fase, ao longo da direção de propagação da onda mecânica. Na representação abaixo temos a variação da amplitude (A) em função da posição x. A Arquivo fonte para gerar a figura no Mathematica: diffraction_figure3.nb Ondas © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. A amplitude de uma onda caracteriza a grandeza física que varia com o tempo de forma periódica, normalmente representada graficamente no eixo y do gráfico. A amplitude pode ser qualquer grandeza física que apresente comportamento ondulatório. O período da onda abaixo é de 6,283 ms, o que representa uma onda de freqüência f = 1/T = 159,2 Hz, a amplitude da onda é 1. Na representação abaixo temos a variação da amplitude em função do tempo t. T=6,283 ms Arquivo fonte para gerar a figura no Mathematica: diffraction_figure4.nb Ondas © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Temos uma relação simples entre o comprimento de onda (), velocidade de propagação da onda (v) e a freqüência da onda (f), que é dada por: v = f. Por exemplo: Consideremos uma onda sonora com velocidade de 334 m/s e um comprimento de onda de 10 cm. Qual freqüência da onda ? Solução: O Hertz é a unidade de medida de freqüência, e é representado por Hz. Ondas © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Hz 3340 s 1 3340 m 0,1 m/s 334 cm 10 m/s 334 λ v f Vamos considerar outro exemplo. A figura abaixo mostra uma onda. Qual é o seu comprimento de onda? Se a frequência for de 12 Hz, qual é a sua velocidade de propagação? Solução: Vemos claramente na figura que num total de 12,56 m a onda repete-se duas vezes. Com = 6,28 m, temos que a velocidade de propagação (v) é dada como segue: v = f. = 12 Hz. 6,28 m = 75,36 m/s . Arquivo fonte para gerar a figura no Mathematica: diffraction_figure5.nb Ondas © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Podemos representar matematicamente ondas e, consequentemente, fenômenos ondulatórios, por meios de funções periódicas como seno e coseno, ou combinações dessas funções. A onda abaixo pode ser representada pela seguinte função: E1 (t) = A . sen ( .t) , onde A indica a amplitude da onda, é a freqüência angular ( = 2.f ), onde f é a freqüência. A amplitude E é expressa em unidades de campo (uc) e o tempo em unidades de tempo(ut). A Arquivo fonte para gerar a figura no Mathematica: diffraction_figure8.nb Ondas © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. As figuras abaixo mostram os gráficos de duas ondas, sendo que a segunda apresenta o dobro da frequência da primeira. Vemos claramente que dobramos o número de ondas completas no mesmo período. E1 = 2.sen(.t); = 2.f, com f = 0,159 Hz E2 = 2.sen(.t); = 2.f, com f = 0,318 Hz Arquivo fonte para gerar a figura no Mathematica: diffraction_figure9.nb Arquivo fonte para gerar a figura no Mathematica: diffraction_figure10.nb Ondas © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Abaixo temos a representação gráfica de 6 ondas, com a frequência variando de 0,159 Hz até 15,9 Hz. f = 0,159 Hz f = 1,59 Hz f = 2,385 Hz f = 3,18 Hz f = 3,975 Hz f = 15,9 Hz Ondas © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Vamos considerar agora a influência da amplitude na representação gráfica das ondas. Temos abaixo a representação gráfica de 3 ondas, com amplitudes 1, 2 e 4. A representação matemática de cada onda está colocada abaixo. Todas as ondas têm a mesma frequência (f = 0,159 Hz). E1 = 1.sen(.t); = 2.f, com f = 0,159 Hz E2 = 2.sen(.t); = 2.f, com f = 0,159 Hz E3 = 4.sen(.t); = 2.f, com f = 0,159 HzE1 E2 E3 Arquivo fonte para gerar a figura no Mathematica: diffraction_figure17.nb Ondas © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Vamos considerar a soma de duas ondas (E1 e E2), ambas com mesma freqüência, mas com amplitudes 2 uc e 4 uc, respectivamente, como representado abaixo, uc é unidade de campo, para deixarmos de uma forma geral. E1 (t) = 2.sen(.t) E2 (t) = 4.sen(.t) E(t) =E1(t) + E2(t) = E(t) =2.sen(.t ) + 4.sen(.t) = 6. sen(.t) Arquivo fonte para gerar a figura no Mathematica: diffraction_figure20.nb Ondas © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Quando o deslocamento dos átomos ou moléculas for perpendicular à direção em que a onda está viajando, chamamos a onda de transversal, como na animação abaixo. Para o deslocamento dos átomos ou moléculas coincidente com a direção de propagação, temos ondas longitudinais ou de compressão. Nas animações abaixo temos dois exemplos de onda longitudinal. F o n te : h tt p :/ /w w w .i f. u fr j. b r/ te a c h in g /f is 2 /o n d a s 1 /o n d u la to ri o .h tm l Ondas Ondas Sonoras As ondas sonoras são produzidas pela deformação de um meio, causadas por diferenças de pressão. Para propagação das ondas sonoras necessitamos de um meio material, líquido, sólido ou gasoso. Não há propagação de ondas sonoras no vácuo. Os sons são, na sua maioria, produzidos pela vibração de objetos sólidos, como o diafragma de um alto-falante de uma caixa de som. Quando o diafragma se movimenta para fora da caixa acústica cria uma região de alta pressão, devido à compressão do ar que está próximo ao diafragma. Da maneira similar, ocorre uma rarefação, quando o diafragma se volta para dentro da caixa.A figura abaixo ilustra a produção de som pelo alto-falante. F o n te : h tt p :/ /w w w .i f. u fr j. b r/ te a c h in g /f is 2 /o n d a s 2 /o n d a s 2 .h tm l Ondas Sonoras Quando as variações de pressão chegam às nossas orelhas, os tímpanos são levados a vibrar, causando a sensação fisiológica do som. Uma pessoa com audição normal consegue ouvir uma faixa de freqüências que varia aproximadamente entre 20 e 20.000 Hz. Ondas que apresentam freqüências abaixo de 20 Hz são chamadas de infra-sônicas. Ondas com freqüências acima de 20.000 Hz são chamadas ultra- sônicas. © 2 0 0 9 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Decibel Para medimos a intensidade de um som usamos uma escala logarítmica chamada de decibel. Ela é uma razão entre valores, com um valor de referência. A intensidade do som no limiar da audibilidade, I0, é 10 -12 W/m2. A intensidade som indica o fluxo da potência acústica sobre uma dada área. A equação para decibel é da seguinte forma: Como exemplo vamos determinar a intensidade de um ruído na escala de decibéis. Consideremos o ruído de um discurso, que tem intensidade I = 10-6 W/m2. Solução: Valor em dB é dado por: © 2 0 0 9 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. 0 db log.10I I I db 606.101010.log 10 10 log.10log.10I 6 12 6 0 db I I Sistema Auditivo Os sistemas auditivos usam mecanorreceptores para converter ondas sonoras em potenciais de ação. Na audição humana as ondas sonoras são captadas pelo pavilhão da orelha, que as direciona para o interior do meato auditivo externo (canal), que então, as conduz para a orelha média e interna. orelha externa orelha interna orelha média tuba auditiva ´ F o n te : h tt p :/ /w w w .i f. u fr j. b r/ te a c h in g /f is 2 /o n d a s 2 /o n d a s 2 .h tm l Sistema Auditivo A membrana timpânica, ou simplesmente tímpano, recobre a extremidade proximal do meato auditivo externo. As ondas sonoras, ao atingir a membrana timpânica, levam-na a vibrar. Seguindo-se o tímpano temos a orelha média, que apresenta ligação com a nasofaringe por meio da tuba auditiva. orelha externa orelha interna orelha média tuba auditiva ´ F o n te : h tt p :/ /w w w .i f. u fr j. b r/ te a c h in g /f is 2 /o n d a s 2 /o n d a s 2 .h tm l Sistema Auditivo Na orelha média encontram-se os ossos auditivos: estribo, bigorna e martelo. Esses ossos transmitem a vibração sonora para uma membrana flexível, chamada janela oval. Atrás da janela oval temos a orelha interna. A vibração da janela oval resulta em variações de pressão no líquido encontrado no interior da orelha interna. orelha externa orelha interna orelha média tuba auditiva F o n te : h tt p :/ /w w w .i f. u fr j. b r/ te a c h in g /f is 2 /o n d a s 2 /o n d a s 2 .h tm l ´ As ondas mecânicas, que propagam-se no líquido no interior da cóclea, serão convertidas em potenciais de ação, que levarão a informação auditiva ao cérebro. F o n te : P u rv e s e t a l. , V id a A c iê n c ia d a B io lo g ia . 6 a . E d . A rt m e d e d it o ra , 2 0 0 2 (p g . 8 0 3 ). Sistema Auditivo Sistema Auditivo F o n te : P u rv e s e t a l. , V id a A c iê n c ia d a B io lo g ia . 6 a . E d . A rt m e d e d it o ra , 2 0 0 2 (p g . 8 0 4 ). F o n te : P u rv e s e t a l. , V id a A c iê n c ia d a B io lo g ia . 6 a . E d . A rt m e d e d it o ra , 2 0 0 2 (p g . 8 0 2 ).Sons de diferentes frequências são registrados em diferentes regiões da cóclea, o que causa a ativação do nervo coclear em diferentes posições, propiciando a diferenciação entre os sons. Na figura ao lado temos sons de frequências baixas (400 Hz), médias ( 3000 Hz) e altas 22000 Hz. Sistema Auditivo F o n te : P u rv e s e t a l. , V id a A c iê n c ia d a B io lo g ia . 6 a . E d . A rt m e d e d it o ra , 2 0 0 2 (p g . 8 0 3 ). PURVES, W. K., SADAVA, D., ORIANS, G. H. HELLER, H. G. Vida. A Ciência da Biologia, 6a ed. Artmed editora.2002. GARCIA, E. A. C. Biofísica. Editora Savier, 2000. Referências © 2 0 0 9 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r.
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