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SISTEMA SENSORIAL - ESPECIAIS VISÃO Os olhos fazem parte dos órgãos especiais dos sentidos e permitem que o animal perceba o ambiente no qual se insere, possibilitando não só sua orientação como sua defesa, caça e reprodução. As imagens visuais que são obtidas por meio da refração da luz provenientes das superfícies, objetos plantas, animais e etc. os componentes visuais que participam do processo da visão variam entre as espécies. Os dois olhos são necessários para visão periférica mais ampla e a percepção de profundidade. Os animais têm uma visão periférica mais ampla que dos humanos. O olho é formado pelo globo ocular, nervo óptico e estruturas acessórias (pálpebras, conjuntiva, aparelho lacrimal e músculos extraoculares). A estrutura do globo ocular é composta por uma túnica fibrosa, por uma túnica vascular e por uma túnica nervosa. A túnica fibrosa do globo consiste em uma porção externa (anterior) transparente denominada córnea e em uma porção branca chamada de esclera ou esclerótica. A túnica vascular é a túnica média do globo, sendo composta pela coróide, corpo ciliar e íris. Já a túnica nerbosa ou retina é mais interna sendo composta pela fóvea, que apresenta neurônios sensoriais sensíveis a luz e pelo disco óptico que é por onde os vasos sanguíneos entram e o nervo óptico sai. Córnea- Essa camada, que é a primeira atingida pela luz, é formada por tecido transparente e resistente. Ela protege o globo ocular contra traumas e contaminações, além de ajudar a dar formato ao globo e atuar na refração da luz. Essa estrutura é frequentemente limpa pelas lágrimas, que são espalhadas pelas pálpebras. A córnea consiste em um arranjo especializado de fibrilas de colágeno com camadas epiteliais sobrepostas, estratificadas e escamosas. Dessa forma, a ausência de vasos sanguíneos nessa estrutura confere transparência possibilitando a refração da luz, junto com o humor aquoso, humor vítreo e a lente ocular. No entanto, ela que será responsável por maior parte da convergência dos raios, enquanto a lente fará o ajuste e refinação local Esclera – Conhecida como o branco dos olhos, essa região é formada principalmente por fibras colágenas. Atua como barreira para o conteúdo intraocular e é um local de fixação para os músculos extraoculares, que garantem a movimentação dos olhos. Além disso, possui função de proteção mecânica. Coróide – Revestimento membranoso e vascularizado localizado dentro da esclera. Sua principal função é nutrir as camadas dos olhos. Íris – Facilmente diferenciada, a íris é a parte colorida dos olhos e está localizada logo atrás da córnea. Essa estrutura funciona como um diafragma de uma câmera, ajudando a controlar a abertura e o fechamento da pupila. Para ajudar no controle do tamanho da pupila, essa região possui músculos lisos que atuam nessa movimentação. Pupila – Abertura localizada na região central dos olhos e por onde ocorre a entrada de luz. O diâmetro médio dessa estrutura é de 2-4mm. Cristalino ou Lente – Estrutura responsável por ajustar o foco de luz e é formada por água, proteínas e minerais. A lente destaca-se por sua capacidade de acomodação, modificando seu formato e garantindo, assim, a focalização em objetos de diferentes distâncias. *Na maioria das espécies domésticas a acomodação é feita pela alteração do cristalino. Algumas espécies de peixes acomodam a visão alongando o globo ocular ou fazendo profusão do cristalino. Acredita-se que o equino tenha pouco poder de acomodação, defendendo alguns a hipótese de que ele possui a retina “em rampa”. O conceito é o de que a retina do equino forma uma rampa excêntrica, de maneira que o foco verdadeiro de luz tanto fica perto quanto longe na mesma posição. O efeito seria o seguinte: ao pastar, o equino focalizaria simultaneamente os objetos no pasto e os distantes, o que não foi comprovado por estudos anatômico nem funcionais. Retina – Região localizada na parte interna do olho e rica em fotorreceptores. É nessa região que a luz é focalizada e os impulsos nervosos são gerados em direção ao sistema nervoso central. Na retina, é possível diferenciar dois tipos de receptores: bastonetes e cones. Esses últimos permitem a visão em cores, e os bastonetes são usados, principalmente, na visão no escuro. Nervo óptico – Nervo responsável por levar os impulsos nervosos do olho para o cérebro para que os sinais sejam processados. É formado por aproximadamente um milhão de axônios. Refração da luz é um fenômeno óptico que ocorre quando a luz sofre mudança do meio de propagação, ou seja, do meio de incidência para o meio de refração, onde há variação de velocidade da propagação. Lembrando que a luz é uma forma de onda que se propaga em determinada velocidade e essa velocidade dependerá do meio no qual ela se propaga. Resumindo sobre refração da luz: → Referentes a diferentes velocidades da luz nos diversos meios. No ar a velocidade da luz é 300.00km/s. → O índice refratário de determinada substância transparente é a relação da velocidade da luz no ar para a velocidade na substância. → Quanto menor a velocidade da luz no meio, maior será o índice refratário desse meio. → Se um feixe de luz adentrar a uma superfície perpendicular, não ocorrerá desvio de seu trajeto. Ocorre apenas a redução da velocidade de transmissão e do comprimento das ondas. → Nos casos em que a incidência sobre uma interface angulada não é perpendicular, ocorre desvio da luz. Isso se os índices refratários dos meios forem diferentes. → Também há diminuição de velocidade e do comprimento de onda. → Esse desvio dos raios de luz é chamado de refração. → O grau de refração pode aumentar pela razão dos índices refratários dos meios e pelo grau de angulação da interface em relação ao feixe. Exemplo da foto seguinte: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS REFRATIVOS ÀS LENTES → Os raios que incidem no centra da lente convexa são perpendiculares, e por isso não sofrem refração. Nas bordas, a interface da lente é mais angulada e por isso, os raios perpendiculares sofrem refração ao incidirem sobre ela, e se curvam em direção ao centro. → Metade da curvatura se dá na entrada da luz na lente e a outra metade no outro lado da lente, durante a saída. → A zona de convergência de todos os raios é dito ponto focal e a distância da lente a esse ponto é dito distância focal. As lentes côncavas causam efeito oposto das lente convexas, divergindo os raios luminosos. Também há divisão no processo de curvatura da luz, sendo que há maior ângulo de divergência na saída da luz da lente. DIVERGÊNCIA FOCAL DE UMA LENTE Trata-se da distância entre o início da convergência dos raios luminosos e o ponto de encontro desses raios. Pode-se aferir 3 diferentes situações: . Fonte luminosa com raios paralelos → a lente converge os raios gerando uma determinada distância focal. . Fonte luminosa pontual → os raios já chegam na lente de forma divergente, necessitando de uma distância focal muito maior. A lente e sua distância focal não mudam, mas o objetivo é visto, fora de foco porque o feixe de luz não é focado sobre a retina. . Fonte luminosa pontual com maior convexidade → os mesmos raios divergentes da fonte luminosa pontual podem ter a mesma distância focal dos raios paralelos, desde que se muda a convexidade da lente (fica arredondada) FORMAÇÃO DE IMAGEM POR LENTE CONVEXALEMBRANDO côncavo convexo superfície que se curva superfície/contorno para dentro que se curva para fora → Qualquer objeto em frente a uma lente é um mosaico de fontes luminosas em ponto. → Alguns dos raios desse ponto irão cruzar a lente, de modo a forma a imagem. → A imagem é formada na mesma distância do objeto (ponto luminoso) até a lente. → Os pontos focais também possuem a mesma distância do objeto à lente. → Enquanto que alguns raios de luz que cruzam o centro da lente não sofrem refração, os raios que não incidem na porção central são refratados. Dessa forma, a imagem gerada é invertida - mecanismo usado pelas lentes das câmeras fotográficas para focalizar a imagem no filme. MEDIDA DE PODER REFRATIVO DE UMA LENTE - “DIOPTRIA” Dioptria é uma unidade de medida que se refere ao poder de refração das lentes em um sistema óptico, ou seja, o “grau” dos óculos popularmente conhecido. (1 grau = 1 dioptria) → Quanto maior a capacidade de uma lente de curvar os raios de luz, maior é seu “poder refrativo” → Esse poder refrativo é medido em dioptrias, sendo definido como 1 metro dividido por sua distância focal. → Logo, a distância focal de 1 metro resulta em um poder refrativo de 1 dioptria; 0,5 metros, a potência será de 2 dioptrias ou 0,1 m, em 10 dioptrias. ÓPTICA DO OLHO O OLHO COMO CÂMERA → O olho, assim como uma câmera, possui sistemas de lentes, um sistema de abertura variável (pupila) e a retina (filme). → O sistema de lentes do olho possui 4 interfaces refrativas: . Interface entre o ar e a superfície anterior da córnea . Interface entre a superfície posterior da córnea e o humor aquoso . Interface entre o humor aquoso e a superfície anterior do cristalino . Interface entre a superfície posterior do cristalino e o humor vítreo *lens = cristalino → Se todas as superfícies refrativas do olho forem somadas e consideradas como uma lente única, o olho poderá ser considerado “olho reduzido” →No olho reduzido, tem-se uma superfície refrativa única e central, localizada a 17mm da retina e com poder total de 59 dioptrias, estando o cristalino acomodado para a visão à distância. → Cerca de ⅔ das 59 dioptrias do poder refratário é dado pela superfície anterior da córnea, por haver grande diferença de poder refratário entre a córnea e o ar. No caso do cristalino, não há grande diferença de poder refrativo em relação aos humores. → O poder refrativo total do cristalino é de apenas 20 dioptrias, cerca de ⅓ do PRT do olho. Mas ele é importante em resposta ao estímulo nervoso, já que pode modificar sua curvatura, causando acomodação visual. FORMAÇÃO DA IMAGEM NA RETINA → O sistema de lentes do olho é capaz de focalizar uma imagem na retina. → A imagem formada é invertida e reversa, porém o cérebro a vê normalmente pois está treinado a enxergá-la como normal. (como na imagem do jogador de baseball) MECANISMO DE ACOMODAÇÃO → O cristalino é formado por forte cápsula elástica forte, cheia de líquido viscoso, proteináceo, mas transparente. → Quando relaxado, sem tensão sobre sua cápsula, possui formato praticamente esférico. → Entretanto, pode ser “esticado” por cerca de 70 ligamentos suspensores, radialmente distribuídos, sendo tensionados por fixações na borda anterior da coróide e retina. A tensão sobre os ligamentos mantém o cristalino relativamente plano, em condições normais. → Há ainda, fixações laterais dos ligamentos do cristalino ao globo ocular, os músculos ciliares com fibras circulares e radiais. → As fibras radiais vão dos ligamentos suspensores, até a junção corneoescleral e quando se contraem, puxam medialmente os ligamentos do cristalino em direção a córnea, liberando a tensão sobre o cristalino. → As fibras circulares, com ação semelhante a um esfíncter, diminuindo o diâmetro e reduzindo a tensão dos ligamentos sobre a cápsula do cristalino. → Assim, a contração de qualquer uma das fibras causa o relaxamento do cristalino, assumindo uma forma mais esférica. A acomodação é controlada pela inervação parassimpática → O músculo ciliar é controlado por sinais do SNParassimpático transmitidos para o olho pelo nervo III. → A estimulação parassimpática contrai as fibras do músculo ciliar, relaxando os ligamentos do cristalino, fazendo com que ele fique mais bojudo e aumentando seu poder refrativo. Isso permite que o olho focalize objetos mais próximos. → Assim, a medida que um objeto se aproxima do olho, ocorre maior número de impulsos parassimpáticos, mantendo constante o foco. → O estímulo simpático possui efeito no relaxamento do músculo, porém com intensidade insignificante no mecanismo de acomodação. PRESBIOPIA - PERDA DE ACOMODAÇÃO PELO CRISTALINO → Com a idade, o cristalino fica maior, mais espesso e muito menos elástico, principalmente devido à desnaturação progressiva de duas proteínas. → Além disso, ele perde a capacidade de mudar seu tamanho (acomodação). → Na presbiopia, o olho continua focalizando os objetos a uma determinada distância específica, sendo que esta distância depende das características físicas dos olhos de cada pessoa. → Para enxergar claramente, necessita-se de óculos bifocais que permitem uma focalização para a visão à distância e para perto. ERROS DE REFRAÇÃO EMETROPIA (visão normal) O olho é considerado emetrópico se os raios de luz paralelos de objetos distantes estiverem em foco nítido na retina, o músculo ciliar se encontra completamente relaxado. Portanto, o olho emetrópico pode ver todos os objetos distantes com músculo ciliar relaxado. Mas no caso dos objetos próximo, haverá acomodação a partir da contração desse músculo. HIPEROPIA (visão boa para longe) Neste caso, o globo ocular é muito curto ou o sistema de lentes muito fraco. Assim, não há convergência dos raios suficientemente pelo sistema de lentes relaxado para alcançar a retina. Logo, o músculo ciliar precisa ser contraído para aumentar a força do cristalino. Através do mecanismo de acomodação, a focalização de objetos distantes ainda assim pode ser feita té determinada proximidade, não sendo possível para objetos muito próximos devido a contração limiar do músculo ciliar. Nos casos de hipermetropia associada a presbiopia, a pessoa não é capaz de enxergar nem os objetos mais distantes. MIOPIA (visão boa para perto) Com o músculo ciliar completamente relaxado, há convergência dos raios de luz provenientes de objetos distantes antes da retina. Neste caso, o globo ocular é muito longo ou há um poder refrativo muito grande no sistema de lentes. A focalização de objetos a longa distância não ocorre. Porém, a medida que um objeto se aproxima suficientemente da lente a imagem consegue ser focalizada na retina, através do mecanismo de acomodação. SISTEMA DE LÍQUIDOS DO OLHO - LÍQUIDO INTRAOCULAR O olho é preenchido com um líquido intraocular que mantém pressão no globo ocular suficiente para conservá-lo distendido. Esse líquido é dividido em duas partes: . Humor aquoso → se situa na frente do cristalino e retina. Possui fluxo livre, sendo continuamente formado e absorvido, esse seu balanço (entrada e saída) regula o volume e a pressão do líquido intraocular. . Humor vítreo → entre o cristalino, a superfície do cristalino e retina. Também chamado de corpo vítreo, é uma massa gelatinosa que se mantém unida por uma rede fibrilar fina bastante alongada. É composta por moléculas de proteoglicanos, águas e substâncias dissolvidas. Podem se difundir lentamente, porém há pouco fluxo do líquido. O humor aquoso é formado no olho e secretado pelos processos ciliares, que são prega lineares que se projetam do corpo ciliar para o espaço atrás da íris, onde os ligamentos do cristalino e músculo ciliarse fixam ao globo ocular. Possui um sistema de dobras, sua superfície possui células epiteliais altamente secretoras e logo abaixo delas uma área altamente vascular. A secreção inicia com o transporte ativo de sódio para os espaços entre as células epiteliais, puxando íons cloreto e bicarbonato. Estes, em conjunto, promovem osmose da água, proveniente dos capilares sanguíneos situados abaixo dos espaços intercelulares epiteliais. Também são transportados por transporte ativo ou difusão facilitada de alguns nutrientes como aminoácidos, ácido ascórbico e glicose. Depois que é formado pelos processos ciliares, o humor aquoso flui pela pupila, entrando na câmara anterior do olho. Então, o líquido flui na direção anterior do cristalino e entra no ângulo entre a córnea e a íris, atravessando uma tela de trabéculas e finalmente entrando no canal de Schlemm, que desemboca em veias extra-oculares. O canal de Schlemm é uma veia com parede fina que se estende de modo circular por todo o trajeto em torno do olho. Seu endotélio poroso que deixa-se passar desde grandes moléculas proteica até o pequeno material particulado, do tamanho de hemácias. Embora seja um vaso sanguíneo venoso, fica cheio de humor aquoso e não de sangue. As pequenas veias que levam do canal de Schlemm aos vasos maiores são chamados de veias aquosas pois carregam apenas humor aquoso. ANATOMIA E FUNÇÃO DOS ELEMENTOS DA RETINA CAMADAS DA RETINA Função receptora = receber luz Na foto seguinte vemos as camadas da retina, de fora para dentro estão dispostas da seguinte maneira: 1º Camada pigmentar 2º Camada de bastonetes e cones que se projeta na camada pigmentar 3º Camada nuclear externa contendo os corpos celulares dos bastonetes e cones 4º Camada plexiforme externa 5º Camada nuclear interna 6º Camada plexiforme interna 7º Camada ganglionar 8º Camada de fibras do nervo óptico 9º Membrana limitante interna A luz passa o sistema de lentes do olho → atravessa o humor vítreo → entra na retina pela camada mais interna do olho - atravessa primeiro as células ganglionares e depois as camadas plexiforme e nuclear antes de chegar a camada de bastonetes e cones que ocupa a retina até a borda mais externa. Ocorre a diminuição da acuidade visual em função da luz atravessar esse tecido não homogêneo e isso é corrigido na região central da fóvea da retina, onde as camadas internas são deslocadas lateralmente para reduzir a perda da acuidade. A região da fóvea retiniana tem importância para visão acurada. A fóvea é uma pequena área no centro da retina que é capaz de uma visão acurada e detalhada. A fóvea central é composta por cones que tem estrutura importante para a detecção de detalhes na imagem visual. Os cones da fóvea distinguem-se dos cones maiores localizados nas periferias da retina. Possuem corpos celulares longos e delgados. Os vasos sanguíneos, células ganglionares, camada nuclear interna e plexiforme são deslocadas para um lado para não causarem impedimento na passagem da luz até os cones. Lembrando: Cones → células do olho que têm capacidade de reconhecer as cores Bastonetes → célula do olho que têm capacidade de reconhecer a luminosidade CONES E BASTONETES São responsáveis por gerar a visão. Os bastonetes e cones são mais espessos na parte periférica e na porção central da retina, ambos são mais delgadas. Os principais segmentos funcionais de um bastonete ou de um cone são: . Segmento externo . Segmento interno . Núcleo . Corpo sináptico A substância fotoquímica sensível a luz é encontrada no segmento externo. No caso dos bastonetes, a substância é a rodopsina, já nos cones, é uma das três substâncias fotoquímicas coloridas chamadas de pigmentos coloridos, que funcionam quase do mesmo modo que a rodopsina, exceto por diferenças na sensibilidade espectral. A rodopsina e os pigmentos coloridos são proteínas conjugadas. Incorporadas às membranas dos discos presentes nos segmentos externos, sob a forma de proteínas transmembranas. Os pigmentos possuem concentrações muito elevadas e chegam a constituir cerca de 40% de toda a massa do segmento externo. O segmento interno do bastonete ou do cone contém citoplasma habitual com organelas, principalmente mitocôndrias (fornecem energia para o funcionamento dos fotorreceptores) O corpo sináptico é a parte do bastonete ou cone que se liga às células neuronais subsequentes, as células horizontais e bipolares, que representam os estágios seguintes da cadeia celular responsável pela visão. Em animais diurnos, os bastonetes são mais densos na parte periférica da retina. Em alguns animais noturnos são mais densos nas partes centrais da retina. A camada pigmentar da retina armazena a melanina (pigmento negro) que impede a reflexão da luz por todo o globo ocular; isso é extremamente importante para a visão clara (nítida) Sem melanina os raios de luz seriam refletidos em todas as direções dentro do globo ocular e causariam iluminação difusa da retina ao invés do contraste normal entre manchas claras e escuras, que é fundamental para a formação de uma imagem precisa. Lembrando que este pigmento está ausente em albinos. A camada pigmentar também armazena grandes quantidade de vitamina A, que é precursora das substâncias fotossensíveis dos bastonetes e cones. Essa vitamina difunde-se livremente pelas membranas celulares dos segmentos externos dos bast e cones. FOTOQUÍMICA DA VISÃO Bastonetes e cones contém substâncias químicas que se decompõem pela exposição a luz e no processo, excitam as fibras do nervo óptico. Nos bastonetes a substância sensível a luz é a rodopsina, já os cones possuem os pigmentos coloridos ou pigmentos dos cones. RODOPSINA E SUA DECOMPOSIÇÃO PELA ENERGIA LUMINOSA → O segmento externo do bastonete projeta-se para a camada pigmentar da retina, que tem concentração de 40% do pigmento fotossensível rodopsina ou púrpura visual. → A rodopsina é uma combinação da proteína escotopsina e o pigmento carotenóide retinal (também chamado de retineno) → O retinal é um tipo particular denominado 11-ces-retinal e essa forma é importante pois é o único que pode se ligar à ectopsina para sintetizar a rodopsina. → Quando a energia luminosa é absorvida pela rodopsina, essa começa a se decompor devida à fotoativação de elétrons na parte retinal da rodopsina, o que leva a mudança instântanea da forma cis do retinal para uma forma todo-trans que ainda tem a mesma estrutura química que a forma cis, mas tem estrutura física diferente - molécula reta e não uma angulada. → O produto imediato do afastamento do retinal todo-trans da escotopsina é a batorrodopsina, uma combinação parcialmente degradada do retinal todo-trans e da escotopsina. → A batorrodopsina é extremamente instável e cai para lumirrodopsina. Esse cai para metarrodopsina I e depois, para metarrodopsina II, e finalmente, para os produtos de degradação completos da escotopsina e retinal todo-trans. → É a metarrodopsina II (também chamada de rodopsina ativada) que provoca alterações elétricas nos bastonetes, que então, transmitem a imagem visual para o SNC sob a forma de PA do nervo óptico. Processo da foto seguinte NOVA FORMAÇÃO DE RODOPSINA O primeiro estágio na neoformação da rodopsina é reconverter o retinal todo-trans em 11-cis retinal. Esse processo requer energia metabólica e é catalisado pela enzima retinal isomerase. Uma vez formado, o 11-cis retinal se recombina automaticamente com a escotopsina para formar novamente rodopsina, que permanece estável até sua decomposição ser novamente desencadeada por absorção de luz. PAPEL DA VITAMINA A PARA A FORMAÇÃO DE RODOPSINA Há ainda uma segunda via química pela qual o retinal todo-trans pode ser convertido em 11-cesretinal. Isso se dá por conversão do retinal todo-trans primeiro em retinol todo-trans, que é uma forma de vitamina A. Depois, o retinol todo-trans é convertido em 11-ces retinol sob influência da isomerase e enfim, convertido em 11-ces retinal, que se combina com a escotopsina para formar a nova rodopsina. EXCITAÇÃO DO BASTONETE QUANDO A RODOPSINA É ATIVADA PELA LUZ O POTENCIAL RECEPTOR DO BASTONETE É HIPERPOLARIZANTE E NÃO DESPOLARIZANTE A excitação do bastonete pela luz causa aumento da negatividade do potencial de membrana intrabastonetes, que é um estado de hiperpolarização, significando que há mais negatividade do que o normal dentro da membrana do bastonete. Isso é exatamente oposto ao processo de despolarização que ocorre em quase todos os outros receptores sensoriais. A ativação da rodopsina causa a hiperpolarização pois quando ela se decompõe ocorre a diminuição da condutância da membrana dos bastonetes para íons sódio no segmento externo. Isso causa hiperpolarização da membrana inteira do bastonete. O segmento interno bombeia continuamente sódio de dentro para fora do bastonete e íons potássio são bombeados para dentro da célula criando assim um potencial negativo no interior da célula. No entanto, o segmento externo (onde estão localizados os discos fotorreceptores) no estado de escuridão, é muito permeável aos íons sódio que fluem pelos canais dependentes de GMPc. Na escuridão, os níveis de GMPc são muito elevados e isso permite que íons sódio, carregados positivamente, difundem-se continuamente para o interior do bastonete e assim, neutralizam grande parte da negatividade no interior. Deste modo, sob condições normais de escuridão, quando o bastonete não está excitado, há redução de eletronegatividade dentro da membrana. Quando a rodopsina do segmento externo é exposto a luz, ela é ativada e começa a se decompor. Os canais de sódio dependentes de GMPc se fecham. A partir disso, ocorre a diminuição da condutância da membrana do segmento externo, para o interior do bastonete, e essa redução ocorre em três etapas: → A luz é absorvida pela rodopsina, causando fotoativação dos elétrons na porção retinal → A rodopsina ativada estimula a proteína G, denominada transducina, que ativa a fosfodiesterase do GMPc → A redução do GMPc fecha os canais dependentes de GMPc e reduz o influxo de sódio. FOTOQUÍMICA DA VISÃO EM CORES PELOS CONES As substâncias fotoquímicas dos cones se diferem das dos bastonetes por elas apresentarem porções proteicas ou psinas (fotopsinas nos cones) um pouco diferentes da escotopsina dos bastonetes. A parte retinal de todos os pigmentos visuais é igual nos cones e bastonetes. Os pigmentos sensíveis a cor dos cones são combinações dos retinais com fotopsinas. Apenas um dos três tipos diferentes dos pigmentos coloridos está presente em cada um dos diferentes cones e isso torna os cones seletivos das cores azul, verde ou vermelho. Esses pigmentos coloridos são denominados pigmento sensível ao azul, verde e vermelho. O olho humano consegue detectar quase todas as graduações de cores quando somente luzes monocromáticas vermelhas, verdes e azuis são apropriadamente misturadas em diferentes combinações. Para isto, existem pigmentos coloridos presentes nos cones. Porém, apenas um pigmento está presente por cone, sendo um dentre os três: pigmento sensível azul, verde e vermelho. A partir dos testes de visão, a sensibilidade dos três tipos de cones demonstram são as mesmas curvas da absorção de luz para os três tipos de pigmentos encontrados nos cones. Como vimos nesse último gráfico, a luz monocromática laranja estimula os cones vermelhos, cerca de até 99% da estimulação máxima em comprimento da onda; estimula os cones verdes até o valor de 42, porém os cones azuis não são estimulados. As proporções de estimulação dos três tipos de cones são 99;42;0. O SN interpreta esse conjunto de proporções como a sensação de laranja. Esse raciocínio de interpretação segue o mesmo padrão para as cores azul, verde e amarelo. CIRCUITO NEURAL DA RETINA Os diferentes tipos celulares neurais da retinal são os seguintes: → Os próprios fotorreceptores (bastonetes e cones) que transmitem sinais a camada plexiforme externa, onde fazem sinapse com células bipolares e horizontais. → As células horizontais que transmitem sinais horizontais na camada plexiforme externa a partir de fotorreceptores para células bipolares. → As células bipolares que transmitem sinais verticalmente dos fotorreceptores e células horizontais para a camada plexiforme interna, onde fazem sinapse com as células ganglionares e amácrinas. → As células amácrinas que transmitem sinais em duas direções, diretamente de células bipolares para as células ganglionares ou horizontalmente dentro da camada plexiforme interna a partir dos axônios das células bipolares para os dendritos das células ganglionares ou para outras células amácrinas. → As células ganglionares que transmitem sinais eferentess da retina através do nervo óptico para o cerébro. Há um sexto tipo de célula neural na retina denominado interplexiforme. Essa célula transmite sinais na direção retrógrada da camada plexiforme interna para a plexiforme externa. Esses sinais são inibitórios e seu papel é o de controlar o grau de contraste na imagem visual. RESUMÃO DE COMO OCORRE A TRANSMISSÃO A retina é parte integrante do SN e a sua porção laminar é composta de diversos tipos celulares. A informação luminosa captada pelos receptores localizados na células especializadas (bast. cone) segue para as células bipolares e então para as células ganglionares. As células amácrinas e horizontais modulam as respostas das células bipolares e ganglionares por meio de conexões laterais. Os axônios das células ganglionares formam uma via neural chamada de projeção retinofugal. Esta projeção começa pelos nervos ópticos que, primeiramente convergem no quiasma óptico e divergem na forma de tratos ópticos. Uma parte dos axônios deste trato estabelece conexão com células do hipotálamo, principalmente com os neurônios do relógio biológico central localizado nos núcleos supraquiasmáticos. No entanto, a maior parte dos axônios ópticos inerva o núcleo geniculado lateral do tálamo que envia projeções para diversas regiões do córtex, responsáveis pelo processamento da informação visual, sendo as mais importantes e conhecidas o feixe dorsal em direção ao lobo pariental e o feixe ventral em direção ao lobo temporal. Enquanto o primeiro feixe aparentemente importante na análise do movimento visual e para o controle visual da ação, o segundo feixe parece estar envolvido na percepção do mundo visual e no reconhecimento de objetos.
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