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20/03/2017 1 Unidade de Ensino: 3 Competência da Unidade de Ensino: Compreender as deficiências, agora em ocorrências concomitantes, como é o caso das deficiências múltiplas. Entender sobre algumas síndromes e suas definições, além de assimilar as características dos Transtornos Globais do Desenvolvimento e suas novas nomenclaturas e aprender o que são as altas habilidades e/ou superdotação. Resumo: Estudar as deficiências múltiplas. Também serão abordadas algumas síndromes e suas definições, além de tratar sobre os Transtornos Globais do Desenvolvimento e suas novas nomenclaturas, entre elas o Transtorno do Espectro Autista e Asperger. As altas habilidades e/ou superdotação. Palavras-chave: deficiência múltipla; síndromes; transtornos globais; desenvolvimento; Altas; habilidades; superdotação Título da teleaula: Deficiências, síndromes, transtornos globais do desenvolvimento Teleaula nº: 3 Estudar as deficiências múltiplas. Abordar algumas síndromes e suas definições. Tratar sobre os Transtornos Globais do Desenvolvimento e suas novas nomenclaturas, entre elas o Transtorno do Espectro Autista e Asperger. Compreender as altas habilidades e/ou superdotação. Maria é coordenadora pedagógica de uma escola pública de ensino regular e por estar cansada de ouvir, de seus colegas professores, justificativas como o despreparo e o desconhecimento para atuar com aluno da educação especial, resolveu propor à equipe escolar momentos de estudo, de troca de informações e de práticas que possam preparar o professor e a escola em geral para incluir esses alunos. No entanto, Maria sugere que nesses momentos, sejam discutidos características e recursos, além dos comumente trabalhados e encontrados no ensino regular (como deficiência auditiva, visual, física e intelectual), isto é, que sejam discutidas outras deficiências, síndromes, transtornos e talentos, que também caracterizam o público-alvo, mas são menos presentes na escola regular e, por isso mesmo, muito mais polêmicos. 20/03/2017 2 Para dar início à troca de informações e às práticas pedagógicas para alunos da educação especial, Maria pergunta à equipe escolar se alguém conhece ou já teve como aluno, uma pessoa com mais de uma deficiência. Acabou provocando alvoroço entre os professores que argumentam que “já é complicado atuar com um aluno com uma deficiência, com mais de uma é impossível!” E você já pensou que uma pessoa pode ter mais de uma deficiência associada? Como ela é denominada? Que características apresenta? E quais possibilidades e práticas podem favorecer a educação dessa pessoa na escola? Deficiência múltipla Consiste em um conjunto de duas ou mais deficiências associadas de ordem física, sensorial, mental, emocional ou de comportamento social. É importante pontuar que o que caracteriza a deficiência múltipla é o nível de desenvolvimento, possibilidades funcionais, de comunicação, interação social e de aprendizagem, características que determinam as necessidades educacionais dessas pessoas (BRASIL, 2004). Surdocegueira não é deficiência múltipla. Caracteriza-se pela perda parcial ou total da visão e da audição, de tal forma que a combinação das duas deficiências causa extrema dificuldade na conquista de metas educacionais, vocacionais, de lazer e sociais. Fonte: Brasil (1995 apud ROCHA; PLETSCH 2015). Recursos e possibilidades na educação desses alunos Fonte: http://goo.gl/LHbREN http://goo.gl/dg9SE4/ http://goo.gl6b46tr E você já pensou que uma pessoa pode ter mais de uma deficiência associada? Como ela é denominada? Que características apresenta? Denomina-se deficiência múltipla. São exemplos: uma criança nasce com déficit cognitivo e má-formação dos membros inferiores devido aos problemas genéticos. Ou uma criança nasce com deficiência intelectual devido ao uso de medicamentos pela mãe durante a gestação. Aos 13 anos de idade, teve um tombo ao andar de bicicleta e perdeu os movimentos da cintura para baixo. Independente do diagnóstico da deficiência, é preciso conhecer o aluno, compreender suas características e identificar suas necessidades. 20/03/2017 3 E quais possibilidades e práticas podem favorecer a educação dessa pessoa na escola? Para definir o tipo de adaptação e os recursos que o aluno necessita, o professor precisa conhecer o aluno, a sua história de vida, as habilidades e conhecimentos que já possui, a forma e os recursos que ele utiliza para se mover, comunicar e interagir, a realidade da escola, a família e os atendimentos que o aluno tem fora da escola, para então estabelecer uma parceria, de forma a contribuir com o acesso desse aluno à informação, orientação e mobilidade, para que ele aprenda junto com os outros alunos, tendo suas dificuldades, limitações e meios de adquirir conhecimento respeitados. E quais possibilidades e práticas podem favorecer a educação dessa pessoa na escola? Para ambos, deficientes múltiplos e surdocegos, indica-se o uso de objetos com função de substituir palavras, o denominado objeto de referência, além de: caixas de antecipação – usadas para que a criança conheça objetos que antecedem atividades ou que representem as primeiras palavras; calendário para que se situem no tempo e assimilem a rotina que vivem; orientação e mobilidade – noções para que a criança se desloque no espaço da sala de aula em segurança e etc. Depois de conversarem sobre deficiência múltipla e surdocegueira, os professores compreenderam as possibilidades de inclusão e de práticas pedagógicas a serem realizadas em sala de aula, mas ao refletirem sobre o tema, uma das professoras questiona o grupo sobre as crianças com síndromes: “Um aluno com diagnóstico de síndromes, em geral, apresenta diferentes problemas, então podemos dizer que esse aluno tem deficiência múltipla?” A referida questão deixa os professores pensativos, e você, o que sabe sobre síndromes? Conhece alguém que tenha alguma síndrome? Coloque-se no lugar da professora que questiona o grupo. Síndrome é diferente de deficiência múltipla. As síndromes podem causar deficiência na pessoa, mas apresentam também outros sintomas e sinais, e isso as diferencia. 20/03/2017 4 Compensação consiste em um mecanismo de superação de limites impostos pela deficiência (VYGOTSKY, 1984). O papel do professor, tanto de ensino regular, quanto de educação especial, é mediar esse processo, dar à criança a oportunidade para que faça tarefas condizentes com suas habilidades, mas também tarefas que a desafiem, para que continue aprendendo. “Um aluno com diagnóstico de síndromes, em geral, apresenta diferentes problemas, então podemos dizer que esse aluno tem deficiência múltipla?” Diante do conteúdo que acabamos de estudar, você conseguiria justificar ou contra-argumentar essa pergunta? Depois de conhecer a definição de síndrome e se informar sobre alguma delas, você deve ter percebido que as síndromes podem causar deficiência, mas nem sempre a deficiência múltipla. Síndromes consistem em sintomas e sinais que definem manifestações e processos patológicos, enquanto deficiência múltipla consiste na associação de deficiências. Como desenvolver uma prática inclusiva com esses alunos? Para Vygotsky (1984), não é a condição biológica que limita o desenvolvimento, é a sociedade, a forma como encaramos a pessoa sob tal condição. Hoje, com a perspectiva da inclusão, a ideia é ver as pessoas com deficiência como pessoasdiferentes, mas capazes e detentoras de direitos. A educação não deve compensar os sentidos como audição, visão e tato, mas deve realizar o que ele denomina de compensação social do defeito, isto é, não valorizando e nem se conformando com o sofrimento e limites biológicos, mas com a superação destes. Depois da conversa sobre síndromes, a coordenadora Maria lembrou-se de que há alguns transtornos que, devido à combinação de comprometimentos, também podem ser considerados síndrome, mas, em virtude das especificidades dos sintomas, estão incluídos em Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD). A fala da coordenadora gera burburinho na sala, então ela pede aos professores que compartilhem as dúvidas, as informações e as questões sobre o tema individualmente, para que todos participem e entendam a discussão. Então, um professor diz que considera essa população o maior desafio da inclusão, pois as deficiências e as síndromes permitem que as pessoas de alguma forma se comuniquem, mas o autista não, pois ele vive no mundo dele, não interage e é agressivo. E termina a fala desabafando: “Eu, sinceramente, não sei se eles se beneficiam da escola regular!” E você o que sabe sobre TGD? E sobre o autismo? Consegue pensar em uma prática pedagógica que atenda às necessidades educacionais dessa população? 20/03/2017 5 Transtornos do Espectro do Autismo (TEA) Tem o nome de espectro, porque envolve situações e apresentações muito diferentes umas das outras, numa gradação que vai da mais leve à mais grave. Todas, porém, estão relacionadas, com as dificuldades de comunicação e relacionamento social. Recentemente, denominaram-se os Transtornos do Espectro do Autismo (TEA) para se referir a uma parte dos TGD: Autismo; Síndrome de Asperger; Transtorno Global do Desenvolvimento sem Outra Especificação. Características do espectro do autismo Comportamentos atípicos, repetitivos e estereotipados como indicadores da presença de TEA: Motores; Sensoriais; Rotinas; Fala; Expressividade. Papel da escola A escola inclusiva deve promover a melhora e a ampliação das capacidades funcionais do indivíduo em vários níveis e ao longo do tempo, por exemplo: na participação e no desempenho em atividades sociais cotidianas; na capacidade de autocuidado e de trabalho; na ampliação do uso de recursos pessoais e sociais; na qualidade de vida e na comunicação; na autonomia para mobilidade; É preciso conhecer suas características e seus comprometimentos, para entender como se relacionam com os outros e como percebem o mundo à sua volta, pois só assim é possível pensar em uma prática pedagógica que contribua com seu desenvolvimento e aprendizagem. Consegue pensar em uma prática pedagógica que atenda às necessidades educacionais dessa população? É um desafio de incluir alunos com TGD no ensino regular de forma que eles se desenvolvam, pois é preciso conhecer suas características e seus comprometimentos, para entender como se relacionam com os outros e como percebem o mundo à sua volta, pois só assim é possível pensar em uma prática pedagógica que contribua com seu desenvolvimento e aprendizagem. Requer um trabalho multidisciplinar envolvendo não apenas a equipe escolar, mas também a família e todos os profissionais que atendem esse aluno. Esses profissionais podem orientar a equipe escolar em muitos aspectos. Maria conversou com o grupo de professores sobre a importância de focar nas possibilidades e nas potencialidades do aluno da educação especial, ao invés de focar somente nas dificuldades da inclusão deste. Ao ouvir Maria, uma das professoras disse concordar com ela, mas completou: “É que nós professores sempre recebemos alunos com uma infinidade de necessidades educacionais especiais, o que dificulta nosso trabalho, pois leva tempo para conhecermos a deficiência, o que ela provoca, o que o aluno precisa e o que pode ser feito em sala de aula. Agora, aqueles alunos que não dão trabalho algum, os superdotados, que sabem de tudo e não vão precisar de intervenção, vão ser exemplos para os outros alunos, esses não aparecem”. 20/03/2017 6 Ao ouvir esse comentário, Maria sugeriu que esse seja o tema de investigação, pois alunos superdotados também precisam de atenção e de trabalho específico para ser incluído na escola regular, o que causou muita polêmica entre os professores. E você consegue imaginar que tipo de intervenção deve ser realizada com esses alunos? Como incluir alunos com altas habilidades/superdotação na escola regular? O superdotado/talentoso/pessoa com altas habilidades é aquele indivíduo que, quando comparado à população geral, apresenta uma habilidade significativamente superior em alguma área do conhecimento, podendo se destacar em uma ou várias áreas (MEC, 2003). São consideradas crianças superdotadas e talentosas as que apresentam notável desempenho e elevada potencialidade em qualquer dos seguintes aspectos isolados ou combinados: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes. Também apresentam elevada criatividade, grande envolvimento na aprendizagem e realização de tarefas em áreas de seu interesse (BRASIL, 2008). Teoria das inteligências múltiplas de Gardner (GARDNER, 2000): Lingüística: poetas, locutores, jornalistas, advogados. Lógico-matemática: matemáticos, engenheiros, cientistas. Espacial: marinheiros, pilotos, cirurgiões, escultores, arquitetos. Interpessoal: políticos, religiosos, clínicos, professores, vendedores. Intrapessoal: escritores, psicólogos, teólogos, filósofos. Musical: músicos,compositores, dançarinos, maestros. Corporal-cinestésica: cirurgiões, desportistas, dançarinos, atores. Naturalista: fazendeiros, paisagistas, ecologistas, botânicos, caçadores. Identificando alunos com altas habilidades/superdotação Atendimento educacional especializado Enriquecimento curricular; NAAH/S; Sala de Recursos de Altas Habilidades/Superdotação; Aceleração; Lembre-se de que o aluno com altas habilidades/superdotação requer enriquecimento curricular e práticas pedagógicas que explorem suas potencialidades, as quais devem ser desenvolvidas em um ambiente estimulador. Como incluir alunos com altas habilidades/superdotação na escola regular? É preciso desmistificar algumas ideias sobre alunos com altas habilidades/superdotação e entender que esses alunos também são público- alvo da educação especial e precisam que suas necessidades educacionais sejam contempladas na escola regular, de forma que sejam estimulados a explorar e a desenvolver suas potencialidades. 20/03/2017 7 Por exemplo: o aluno superdotado pode ter alta potencialidade em uma área, mas não necessariamente em todas, por isso um aluno que tenha muita facilidade em realizar cálculos e compreender leis de física, por exemplo, pode não ter habilidades artísticas, tendo dificuldade para realizar atividades manuais. Lembre-se da importância da escola e do professor na formação dos alunos com altas habilidades/ superdotação, em especial da parceria entre escola, professor da sala regular, professor da sala de recursos e profissionais que contribuem com as habilidades desses alunos. A professora Aline recebeu em sua turma do quinto ano do Ensino Fundamental uma aluna com diagnóstico de altas habilidades/ superdotação. A coordenadora da escola explicou para Aline que a garota foi identificada como superdotada aos seis anos de idadee, desde então, tem acompanhamento de psicólogo e atendimento educacional especializado em uma instituição de Ensino Superior da cidade. A professora Aline ficou animada com a notícia, mas depois de uma semana de aula, em conversa com os professores em reunião de planejamento, ela relatou estar decepcionada e com dúvidas sobre o tal diagnóstico, pois embora a aluna seja muito falante e participativa em sala de aula, em especial nas aulas de interpretação e escrita textual, ela tem dificuldade em matemática, termina as atividades depois de muitas crianças e, quase sempre, comete erros. Ao ouvir o desabafo de Aline, outra professora comenta: “que tipo de superdotado é esse que erra contas de matemática?” . Você se lembra das inteligências descritas por Gardner (2000)? De acordo com as características da aluna da professora Aline, a superdotação da garota envolve quais inteligências? Reflita sobre as características da superdotação, todo aluno superdotado tem bom rendimento escolar e é competente em matemática? Perguntas? Próxima aula: Transtornos e aprendizagem; Atendimento educacional especializado (AEE); Currículo e avaliação; Inclusão e o mercado de trabalho.
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